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República Oligárquica na UNESP

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1. (Unesp 2021) A “política dos governadores” é considerada a última etapa da montagem do sistema 
oligárquico ou liberalismo oligárquico, que permitiu, de forma duradoura, o controle do poder central 
pela oligarquia cafeeira. 
(Carlos Alberto Ungaretti Dias. “Política dos governadores”. https://cpdoc.fgv.br.) 
 
 
A afirmação do texto pode ser justificada pelo fato de que essa política 
a) fortaleceu a política econômica de caráter liberal, eliminando subsídios e favorecimentos do Estado 
aos diversos setores da produção agrícola. 
b) implementou um sistema de compra, pelo Estado, do conjunto da produção cafeeira, garantindo a 
estabilidade do preço mundial do café. 
c) ampliou os mecanismos de representação política dos estados no poder legislativo, consolidando a 
isonomia entre os poderes. 
d) inaugurou um período de ampliação da influência dos setores rurais na política nacional, 
neutralizando a força política do poder central. 
e) assegurou o compromisso de isenção da intervenção do Estado em assuntos locais, estabelecendo 
um equilíbrio entre estes e o poder central. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto extraído da primeira parte, intitulada “A terra”, da obra Os sertões, de Euclides da Cunha. A 
obra resultou da cobertura jornalística da Guerra de Canudos, realizada por Euclides da Cunha para o 
jornal O Estado de S.Paulo de agosto a outubro de 1897, e foi publicada apenas em 1902. 
 
 Percorrendo certa vez, nos fins de setembro [de 1897], as cercanias de Canudos, fugindo à 
monotonia de um canhoneio1 frouxo de tiros espaçados e soturnos, encontramos, no descer de uma 
encosta, anfiteatro irregular, onde as colinas se dispunham circulando um vale único. Pequenos 
arbustos, icozeiros2 virentes viçando em tufos intermeados de palmatórias3 de flores rutilantes, davam 
ao lugar a aparência exata de algum velho jardim em abandono. Ao lado uma árvore única, uma 
quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina. 
 O sol poente desatava, longa, a sua sombra pelo chão e protegido por ela – braços largamente 
abertos, face volvida para os céus – um soldado descansava. 
 Descansava... havia três meses. 
 Morrera no assalto de 18 de julho [de 1897]. A coronha da Mannlicher4 estrondada, o cinturão 
e o boné jogados a uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com 
adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada 
de uma escara preta. E ao enterrarem-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, 
por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última 
vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-
lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há 
três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os 
luares claros, para as estrelas fulgurantes... 
 E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a 
incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranquilo sono, à sombra daquela 
árvore benfazeja. Nem um verme – o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria – lhe maculara os 
tecidos. Volvia ao turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era 
um aparelho revelando de modo absoluto, mas sugestivo, a secura extrema dos ares. 
 
(Os sertões, 2016.) 
 
 
1 canhoneio: descarga de canhões. 
2 icozeiro: arbusto de folhas coriáceas, flores de tom verde-pálido e frutos bacáceos. 
3 palmatória: planta da família das cactáceas, de flores amarelo-esverdeadas, com a parte inferior 
 
vermelha, ou róseas, e bagas vermelhas. 
4 Mannlicher: rifle projetado por Ferdinand Ritter von Mannlicher. 
 
 
2. (Unesp 2021) Considerando o contexto histórico de produção do texto, o soldado abandonado e seu 
“adversário possante” podem ser identificados, em termos políticos, como 
a) militarista e civilista, respectivamente. 
b) abolicionista e escravista, respectivamente. 
c) escravista e abolicionista, respectivamente. 
d) republicano e monarquista, respectivamente. 
e) monarquista e republicano, respectivamente. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o trecho do romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. 
 
 Sei que estou contando errado, pelos altos. Desemendo. Mas não é por disfarçar, não pense. 
De grave, na lei do comum, disse ao senhor quase tudo. Não crio receio. O senhor é homem de pensar o 
dos outros como sendo o seu, não é criatura de pôr denúncia. E meus feitos já revogaram, prescrição 
dita. Tenho meu respeito firmado. Agora, sou anta empoçada, ninguém me caça. Da vida pouco me 
resta – só o deo-gratias; e o troco. Bobeia. Na feira de São João Branco, um homem andava falando: – 
“A pátria não pode nada com a velhice...” Discordo. A pátria é dos velhos, mais. Era um homem maluco, 
os dedos cheios de anéis velhos sem valor, as pedras retiradas – ele dizia: aqueles todos anéis davam 
até choque elétrico... Não. Eu estou contando assim, porque é o meu jeito de contar. Guerras e 
batalhas? Isso é como jogo de baralho, verte, reverte. Os revoltosos depois passaram por aqui, soldados 
de Prestes, vinham de Goiás, reclamavam posse de todos os animais de sela. Sei que deram fogo, na 
barra do Urucuia, em São Romão, aonde aportou um vapor do Governo, cheio de tropas da Bahia. 
Muitos anos adiante, um roceiro vai lavrar um pau, encontra balas cravadas. O que vale, são outras 
coisas. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e 
sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo 
sendo as coisas de rasa importância. De cada vivimento que eu real tive, de alegria forte ou pesar, cada 
vez daquela hoje vejo que eu era como se fosse diferente pessoa. Sucedido desgovernado. Assim eu 
acho, assim é que eu conto. [...] Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que 
outras, de recente data. O senhor mesmo sabe. 
 
(Grande sertão: veredas, 2015.) 
 
 
 
3. (Unesp 2021) O evento histórico mencionado no texto está relacionado 
a) à Revolta da Chibata. 
b) à Revolta da Armada. 
c) ao Cangaço. 
d) ao Abolicionismo. 
e) ao Tenentismo. 
 
4. (Unesp 2019) Leia o poema “Pobre alimária”, de Oswald de Andrade, publicado originalmente em 
1925. 
 
O cavalo e a carroça 
Estavam atravancados no trilho 
E como o motorneiro se impacientasse 
Porque levava os advogados para os escritórios 
Desatravancaram o veículo 
E o animal disparou 
Mas o lesto carroceiro 
Trepou na boleia 
 
E castigou o fugitivo atrelado 
Com um grandioso chicote 
 
(Pau-Brasil, 1990.) 
 
 
Considerando o momento de sua produção, o poema 
a) celebra a persistência das tradições rurais brasileiras, que inviabilizaram o avanço do processo de 
industrialização de São Paulo. 
b) valoriza a variedade e a eficácia dos meios de transporte, que contribuíam para impulsionar a 
economia brasileira. 
c) critica a recorrência das práticas de exploração e maus tratos aos animais nos principais centros 
urbanos brasileiros. 
d) registra uma rápida cena urbana, que expõe tensões e ambiguidades no processo de modernização 
da cidade de São Paulo. 
e) exemplifica o choque social constante entre as elites enriquecidas e a população pobre da cidade de 
São Paulo. 
 
5. (Unesp 2018) Entre as manifestações místicas presentes no Nordeste brasileiro no final do Império e 
nas primeiras décadas da República, identificam-se 
a) as pregações do Padre Ibiapina, relacionadas à defesa do protestantismo calvinista, e a literatura de 
cordel, que cantava os mitos e as lendas da região. 
b) o cangaço, que realizava saques a armazéns para roubar alimentos e distribuí-los aos famintos, e o 
coronelismo, com suas práticas assistencialistas. 
c) a liderança do Padre Cícero, vinculada à dinâmica políticatradicional da região, e o movimento de 
Canudos, com características de contestação social. 
d) a peregrinação de multidões a Juazeiro do Norte, para pedir graças aos padres milagreiros, e a 
liderança messiânica do fazendeiro pernambucano Delmiro Gouveia. 
e) a ação catequizadora de padres e bispos ligados à Igreja católica e a atuação do líder José Maria, que 
comandou a resistência na região do Contestado. 
 
6. (Unesp 2017) Na passagem dos anos 1920 para a década seguinte, a política de valorização do café 
no Brasil 
a) impediu o avanço da produção de cacau, algodão e borracha, devido à concentração de recursos 
econômicos no Nordeste. 
b) facilitou o deslocamento de capitais do setor industrial para o agrário, que aproveitava a estabilidade 
dos mercados externos para se desenvolver. 
c) agravou a crise econômica, devido ao alto volume de café estocado e à redução significativa dos 
mercados estrangeiros para a mercadoria. 
d) sustentou a hegemonia financeira da região Nordeste, que prolongou sua liderança e comando 
político por mais duas décadas. 
e) foi compensada pela estratégia governamental de supervalorização do câmbio, o que permitiu o 
aumento significativo das exportações de café. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a seguir. 
 
A industrialização contemporânea requer investimentos vultosos. No Brasil, esses investimentos não 
podiam ser feitos pelo setor privado, devido à escassez de capital que caracteriza as nações em 
desenvolvimento. Além disso, o crescimento econômico do Brasil, um recém-chegado ao processo de 
modernização, processou-se em condições socioeconômicas diferentes. Um efeito internacional de 
demonstração, na forma de imitação de padrões de vida, entre países ricos e pobres, e entre classes 
ricas e pobres dentro das nações, resultou em pressões significativas sobre as taxas de crescimento para 
diminuir a diferença entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Em vista das aspirações de 
melhores padrões de vida, o governo desempenhou um papel importante no crescimento econômico 
recente do Brasil. 
 
 
(Carlos Manuel Peláez e Wilson Suzigan. História monetária do Brasil, 1981. Adaptado.) 
 
 
7. (Unesp 2017) De acordo com o texto, uma das particularidades do processo de industrialização 
brasileira é 
a) o controle das matérias-primas industriais pelas nações imperialistas do planeta. 
b) a escassez de mão de obra devido à sobrevivência da pequena propriedade rural. 
c) o domínio da política por setores sociais ligados aos padrões da economia colonial. 
d) a emergência da industrialização em meio a economias internacionais já industrializadas. 
e) a existência prévia de um amplo mercado consumidor de produtos de luxo. 
 
8. (Unesp 2016) Entre os mecanismos que sustentavam o regime político da Primeira República 
brasileira, pode-se citar 
a) a Constituição, que restringia aos chamados homens bons o acesso aos principais postos dos poderes 
executivo e legislativo. 
b) a política de compromissos, que vinculava os sindicatos de trabalhadores urbanos ao Ministério do 
Trabalho. 
c) a política do café com leite, que proibia as candidaturas eleitorais de representantes dos estados do 
Sul e Nordeste. 
d) a política dos governadores, que articulava a ação do governo federal aos interesses das oligarquias 
locais. 
e) a reforma política, que eliminou o voto censitário e instituiu o sufrágio universal nas eleições 
parlamentares. 
 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 [E] 
 
Depois de um longo período de centralização política ocorrida no Brasil durante a monarquia, ancorado 
no Poder Moderador, a Primeira República, 1889-1930, foi caracterizado pelo Federalismo estabelecido 
na constituição de 1891. O presidente Campos Sales é considerado o criador da “Política dos 
Governadores”, um arranjo político entre o executivo e o legislativo, isto é, entre o governo central e as 
elites locais, como disse Campos Sales “era do estado que se governava o Brasil”. Gabarito [E]. 
 
Resposta da questão 2: 
 [D] 
 
A comunidade de Canudos (Belo Monte) surgiu na década de 1890 no interior do estado da Bahia 
liderado pelo beato Antônio Conselheiro. A jovem República não resolveu os problemas sociais, a 
miséria do povo brasileiro, sobretudo, o homem do campo. Entre as causas do surgimento da 
comunidade de Canudos estão à estrutura agrária viciada, descaso das autoridades políticas e religiosas, 
miséria dos sertanejos, entre outros. Havia um componente messiânico em Canudos. Muitos boatos 
surgiram naquele contexto, por exemplo, associar Canudos com o retorno da monarquia. Daí o trabalho 
do jornalista Euclides da Cunha que culminou na obra “Os sertões” narrando a guerra entre os 
sertanejos e tropas do governo. Gabarito [D]. 
 
Resposta da questão 3: 
 [E] 
 
No trecho “soldados de Prestes” encontramos a referência à Coluna Prestes, movimento pertencente ao 
Tenentismo ocorrido durante a República Oligárquica no Brasil. 
 
Resposta da questão 4: 
 [D] 
 
Somente a proposição [D] está correta. O Poema de Oswald de Andrade “Pobre alimária”, de 1925, 
pode ser interpretado como um contraste entre o arcaico e o moderno no cotidiano da cidade de São 
Paulo vinculado ao processo de modernização. 
 
Resposta da questão 5: 
 [C] 
 
As condições de vida adversas do Sertão Nordestino serviram de terreno para o surgimento de figuras 
salvadoras que inauguraram movimentos significativos para a história e a cultura nordestina. Padre 
Cícero e Antônio Conselheiro são exemplos disso. 
 
Resposta da questão 6: 
 [C] 
 
Devido à Grande Depressão (1929-EUA), o café brasileiro perdeu mercado, o que causou um excesso de 
sacas em estoque. Devido às resoluções do Convênio de Taubaté, o governo brasileiro foi obrigado a 
comprar o café estocado, o que contribuiu para o agravamento da economia brasileira. 
 
Resposta da questão 7: 
 [D] 
 
No Brasil, como ressalta o texto, o processo de industrialização ocorreu após o das potências europeias. 
Outra característica da nossa industrialização foi o fato de que ela sempre foi valorizada em períodos 
 
nos quais não podíamos importar da Europa, como durante as Grandes Guerras. Fazíamos, assim, a 
chamada industrialização por substituição de importação. 
 
Resposta da questão 8: 
 [D] 
 
A política dos governadores, bem como a política do café com leite, foram marcas da República 
Oligárquica no Brasil. Tal política consistia em uma troca de favores entre o presidente, os governadores 
e os coronéis para que todos se mantivessem no poder.

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