Buscar

Slides - Aula 16

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 154 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 154 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 154 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL PENAL - RENATO BRASILEIRO DE LIMA
Aula 16
PROVAS IV
1. Princípio da Inadmissibilidade das Provas
Obtidas por Meios Ilícitos.
2. ÔNUS DA PROVA.
3. SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA.
4. TERMINOLOGIA DA PROVA.
5. Cadeia de custódia das provas.
6. Exame de Corpo de Delito e Outras Perícias.
7. INTERROGATÓRIO JUDICIAL.
7.1. Conceito.
7.2. Natureza Jurídica.
7.3. Momento da Realização do Interrogatório
Judicial no Procedimento Comum e no
Procedimento no Júri.
7.4. Condução Coercitiva.
7.5. Ausência do interrogatório.
7.6. Características do Interrogatório.
a) Ato personalíssimo:
b) Ato contraditório;
CPP
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz
indagará das partes se restou algum fato para ser
esclarecido, formulando as perguntas
correspondentes se o entender pertinente e
relevante. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
c) Assistido tecnicamente;
STF: “(...) A exigência de defesa técnica para
observância do devido processo legal impõe a
presença do profissional da advocacia na audiência
de interrogatório do acusado. Não bastasse o
disposto no artigo 261 do Código de Processo Penal,
a Lei nº 10.792/2003 apenas explicitou a formalidade
de cunho nitidamente constitucional - artigo 5º, inciso
LV, da Carta Federal”. (STF, 1ª Turma, RE 459.518/RS,
Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 018 31/01/2008).
Obs. 1: Pluralidade de acusados e direito de
reperguntas pelos demais defensores;
STF: “ (...) Assiste, a cada um dos litisconsortes penais
passivos, o direito - fundado em cláusulas constitucionais
(CF, art. 5º, incisos LIV e LV) - de formular reperguntas aos
demais co-réus, que, no entanto, não estão obrigados a
respondê-las, em face da prerrogativa contra a auto-
incriminação, de que também são titulares. O desrespeito a
essa franquia individual do réu, resultante da arbitrária
recusa em lhe permitir a formulação de reperguntas,
qualifica-se como causa geradora de nulidade processual
absoluta, por implicar grave transgressão ao estatuto
constitucional do direito de defesa. Doutrina. Precedente do
STF”. (STF, 2ª Turma, HC 94.016/SP, Rel. Min. Celso de Mello,
DJe 038 26/02/2009).
Obs. 2: (Des) necessidade da presença de
defensor por ocasião da realização do
interrogatório na fase investigatória.
CPP
Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da
infração penal, a autoridade policial deverá:
(...)
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII
deste Livro, devendo o respectivo termo ser
assinado por duas testemunhas que lhe tenham
ouvido a leitura;
(...)
Lei n. 13.869/19
Art. 15.
Pena – detenção, de 1 a 4 anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
prossegue com o interrogatório:
(...)
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida
por advogado ou defensor público, sem a
presença de seu patrono.
d) Ato público:
CPP
Art. 185. (...)
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado,
em sala própria, no estabelecimento em que
estiver recolhido, desde que estejam garantidas a
segurança do juiz, do membro do Ministério
Público e dos auxiliares bem como a presença do
defensor e a publicidade do ato.
e) Ato oral:
CPP
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo
será feito pela forma seguinte:
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que
ele responderá oralmente;
II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-
as por escrito;
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e
do mesmo modo dará as respostas.
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever,
intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa
habilitada a entendê-lo.
(MPE- PROMOTOR DE JUSTIÇA –MP/SC – 2016) ANALISE OS
ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE
“VERDADEIRO” – (V) OU “FALSO” – (F)
( ) De acordo com o Código de Processo Penal, o interrogatório
do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma
seguinte: ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas,
que ele responderá oralmente; ao mudo as perguntas serão
feitas oralmente, respondendo-as por escrito; ao surdo-mudo as
perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará
as respostas; caso o interrogando não saiba ler ou escrever,
intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa
habilitada a entendê-lo.
Gabarito: VERDADEIRO
f) Ato individual:
CPP
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão
interrogados separadamente.
STF: “(...) Possibilidade de os interrogatórios de corréus serem
realizados separadamente, em cumprimento ao que dispõe o
art. 191 do Código de Processo Penal. Precedente. O fato de o
paciente advogar em causa própria não é suficiente para afastar
essa regra, pois, além de inexistir razão jurídica para haver essa
distinção entre acusados, a questão pode ser facilmente
resolvida com a constituição de outro causídico para
acompanhar especificamente o interrogatório do corréu. Assim,
e considerando que a postulação é para que se renove o
interrogatório com a presença do acusado na sala de
audiências, não há falar em ilegalidade do ato ou cerceamento
de defesa. (...) Ordem denegada”. (STF, 2ª Turma, HC 101.021/SP,
Rel. Min. Teori Zavascki, j. 20/05/2014).
g) Ato protegido pelo direito ao silêncio
CPP
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado
do inteiro teor da acusação, o acusado será informado
pelo juiz, antes de indicar o interrogatório, do seu direito
de permanecer calado e de não responder perguntas que
lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei n.
10.792/03)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará confissão,
não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
(Incluído pela Lei n. 10.792/03)
CPP
Art. 198. O silêncio do acusado não importará
confissão, mas poderá constituir elemento para a
formação do convencimento do juiz.
Obs. 1: atenção para o dever legal de interrupção
imediata do interrogatório quando o imputado
optar pelo exercício do direito ao silêncio;
Lei n. 13.869/19
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que,
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar
segredo ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o
interrogatório:
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou
defensor público, sem a presença de seu patrono.
CPP
Art. 191. Deverão ser consignadas as perguntas que o
réu deixar de responder e as razões que invocar para
não fazê-lo.
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão
interrogados separadamente. (Redação dada pela Lei
n. 10.792/03)
CPPM
Art. 305. (...)
Parágrafo único. Consignar-se-ão as perguntas
que o acusado deixar de responder e as razões
que invocar para não fazê-lo.
6.7. Interrogatório por Videoconferência.
STF: “(...) Interrogatório do réu. Videoconferência. Lei
nº 11.819/05 do Estado de São Paulo.
Inconstitucionalidade formal. Competência exclusiva
da União para legislar sobre matéria processual. Art.
22, I, da Constituição Federal. A Lei nº 11.819/05 do
Estado de São Paulo viola, flagrantemente, a disciplina
do art. 22, inciso I, da Constituição da República, que
prevê a competência exclusiva da União para legislar
sobre matéria processual. Habeas corpus concedido”.
(STF, Tribunal Pleno, HC 90.900/SP, Rel. Min. Menezes
Direito, DJe 200 22/10/2009).
STJ: “(...) Na linha da jurisprudência deste Superior
Tribunal de Justiça, é nulo o ato do interrogatório realizado
pelo sistema de videoconferência antes da vigência da Lei
11.900/2009. Precedente. Anulado o processo, desde o ato
do interrogatório, inclusive, resulta manifesto o excesso de
prazo da prisão, efetivada há quase 3 (três) anos. Habeas
corpus conhecido em parte, com a concessãoparcial da
ordem”. (STJ, 6ª Turma, HC 128.600/SP, Rel. Min. Celso
Limongi, j. 18/02/2010, DJe 01/03/2010).
CPP
Art. 185 (...)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão
fundamentada, de ofício ou a requerimento das
partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso
por sistema de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, desde que a medida seja necessária para
atender a uma das seguintes finalidades: (Redação
dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
(...)
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista
fundada suspeita de que o preso integre organização
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir
durante o deslocamento; (Incluído pela Lei nº 11.900,
de 2009)
II - viabilizar a participação do réu no referido ato
processual, quando haja relevante dificuldade para
seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou
outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº
11.900, de 2009)
(...)
(...)
III - impedir a influência do réu no ânimo de
testemunha ou da vítima, desde que não seja
possível colher o depoimento destas por
videoconferência, nos termos do art. 217 deste
Código; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
IV - responder à gravíssima questão de ordem
pública. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Obs. 1: atenção para o regime disciplinar
diferenciado;
LEP
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui
falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina
internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada
pela Lei n. 13.964/19)
(...)
VII – participação em audiências judiciais preferencialmente por
videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no
mesmo ambiente do preso. (Incluído pela Lei n. 13.964/19)
(MPE- PROMOTOR DE JUSTIÇA –MP/SC – 2016) ANALISE OS
ENUNCIADOS DAS QUESTÕES ABAIXO E ASSINALE “VERDADEIRO” –
(V) OU “FALSO” – (F)
( ) De acordo com o Código de Processo Penal, excepcionalmente, o juiz,
por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá
realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real,
desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes
finalidades: viabilizar a participação do réu no referido ato processual,
quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por
enfermidade ou outra circunstância pessoal; impedir a influência do réu no
ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o
depoimento destas por videoconferência, nos termos do artigo 217 do
Código de Processo Penal; e responder à gravíssima questão de ordem
pública.
Gabarito: VERDADEIRO
(CESPE – JUIZ SUBSTITUTO - TJ/PR- 2017) . Considerando os
princípios que norteiam o interrogatório do acusado e os
requisitos para a realização desse ato, assinale a opção correta.
(A) É válido o interrogatório do acusado que dispensa a presença
do advogado e permanece em silêncio, pois, se o silêncio não
puder ser interpretado contra a defesa, não haverá prejuízo,
considerando-se o princípio pas de nullité sans grief.
(B) Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não
quiser assinar, o juiz nomeará curador e este, após a leitura do
interrogatório, assinará o termo.
(C) Por não contar com as garantias constitucionais da ampla
defesa e do contraditório, a confissão extrajudicial, ainda que
indireta, não é admitida como meio de prova.
(D)O exercício do direito ao silêncio não gera presunção de
culpabilidade para o acusado, tampouco pode ser interpretado
em prejuízo da defesa.
Gabarito: D
(TRF – 4ª REGIÃO – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO- 2016) Assinale a
alternativa correta.
(a) De acordo com o Código de Processo Penal, poderá o juiz, de
ofício ou a requerimento das partes, proferir decisão fundamentada
determinando que, em caráter excepcional, o interrogatório do réu
preso seja feito por sistema de videoconferência ou por outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde
que tal medida seja necessária para atender a uma das finalidades
especificamente previstas no referido diploma legal.
(b) Na audiência criminal, as perguntas às testemunhas são feitas
diretamente pela acusação e pela defesa e, por força do princípio
acusatório, o juiz não pode complementar a inquirição.
(...)
(...)
(c) Em nosso sistema processual penal, que segue o sistema
acusatório puro, não pode o juiz determinar de ofício a produção de
quaisquer provas.
(d) Prevalece no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de
Justiça o entendimento de que o princípio da indivisibilidade da ação
penal também se aplica às ações penais públicas.
(e) Da decisão do juiz singular que julgar procedente a exceção de
suspeição, cabe recurso em sentido estrito; da sentença que
pronunciar o réu, cabe apelação.
Gabarito: A
8. Confissão.
- Conceito: consiste na aceitação por parte do
acusado da imputação da infração penal, quer
perante a autoridade policial, quer perante a
autoridade judiciária;
8.1. Valor Probatório.
CPP
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos
critérios adotados para os outros elementos de
prova, e para a sua apreciação o juiz deverá
confrontá-la com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
8.2. Espécies de confissão.
a) Confissão extrajudicial;
b) Confissão judicial;
c) Confissão explícita;
d) Confissão implícita;
e) Confissão simples;
f) Confissão qualificada;
g) Confissão ficta;
h) Confissão delatória;
8.3. Características da confissão.
a. Ato personalíssimo;
b. Ato livre e espontâneo;
c. Ao retratável;
d. ato divisível;
CPP
Art. 200. A confissão será divisível e retratável,
sem prejuízo do livre convencimento do juiz,
fundado no exame das provas em conjunto.
8.4. Circunstância atenuante da confissão.
CP
Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
(...)
III – ter o agente:
(...)
d) Confessado espontaneamente, perante a autoridade, a
autoria do crime;
(...)
Súmula n. 630 do STJ: “A incidência da atenuante
da confissão espontânea no crime de tráfico
ilícito de entorpecentes exige o reconhecimento
da traficância pelo acusado, não bastando a mera
admissão da posse ou da propriedade para uso
próprio”.
9. Prova Testemunhal.
9.1. Conceito de Testemunha.
É toda pessoa humana capaz de depor e estranha
ao processo, chamada para declarar a respeito de
fato percebido por seus sentidos e relativos à
causa.
CPP
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.
9.2. Deveres das testemunhas.
a. Dever de depor.
CPP
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-
se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o
irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do
acusado, salvo quando não for possível, por
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do
fato e de suas circunstâncias.
CPP
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que,
em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se,
desobrigadas pela parte interessada, quiserem
dar o seu testemunho.
Lei n. 8.906/94
Art. 7º. São direitos do advogado:
(...)
XIX - recusar-se a depor como testemunha em
processo no qual funcionou ou deva funcionar,
ou sobre fato relacionado com pessoa de quem
seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado
ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre
fato que constitua sigilo profissional;
b. Dever de comparecimento.
CPP
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República,
os senadores e deputados federais, os ministros de
Estado, os governadores de Estados e Territórios, os
secretários de Estado, os prefeitosdo Distrito Federal e
dos Municípios, os deputados às Assembléias
Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário,
os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal
Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente
ajustados entre eles e o juiz.
- Testemunha de fora da terra:
CPP
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será
inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse
fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§1o A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a
todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de
testemunha poderá ser realizada por meio de videoconferência ou
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada,
inclusive, durante a realização da audiência de instrução e
julgamento.
Súmula n. 155 STF: “É relativa a nulidade do
processo criminal por falta de intimação da
expedição de precatória para inquirição de
testemunha”.
Súmula n. 273 do STJ: “Intimada a defesa da
expedição da carta precatória, torna-se
desnecessária a intimação da data da audiência
no juízo deprecado”.
CPP
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão
expedidas se demonstrada previamente a sua
imprescindibilidade, arcando a parte requerente
com os custos de envio.
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o
disposto nos §§1º e 2º do art. 222 deste Código.
c. Dever de prestar o compromisso de dizer a
verdade.
CPP
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a
promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu
estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce
sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das
partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e
relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua
ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se
de sua credibilidade.
CPP
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que
alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais
e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206.
CPP
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-
se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o
irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do
acusado, salvo quando não for possível, por
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do
fato e de suas circunstâncias.
9.3. Espécies de testemunhas.
a) Testemunhas numerárias;
b) Testemunhas extranumerárias;
c) Testemunha direta;
d) Testemunha indireta;
e) Testemunha própria;
f) Testemunha imprópria, instrumentária ou fedatária;
g) Informante;
h) Testemunha referida;
CPP
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá
ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas
partes.
§1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as
pessoas a que as testemunhas se referirem.
§2o Não será computada como testemunha a pessoa
que nada souber que interesse à decisão da causa.
i) Depoimento ad perpetuam rei memoriam;
j) Testemunha anônima;
k) Testemunha ausente;
l) Testemunha remota;
m) Testemunhas vulneráveis e depoimento sem dano;
Lei n. 13.431/17
Art. 7o Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre
situação de violência com criança ou adolescente perante órgão
da rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário
para o cumprimento de sua finalidade.
Art. 8o Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança
ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante
autoridade policial ou judiciária.
Art. 9o A criança ou o adolescente será resguardado de qualquer
contato, ainda que visual, com o suposto autor ou acusado, ou
com outra pessoa que represente ameaça, coação ou
constrangimento.
Lei n. 13.431/17
Art. 10. A escuta especializada e o depoimento especial serão
realizados em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e
espaço físico que garantam a privacidade da criança ou do
adolescente vítima ou testemunha de violência.
Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre
que possível, será realizado uma única vez, em sede de produção
antecipada de prova judicial, garantida a ampla defesa do
investigado.
§ 1o O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de
prova:
I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos;
II - em caso de violência sexual.
Lei n. 13.431/17
Art. 12. O depoimento especial será colhido conforme o seguinte
procedimento:
I - os profissionais especializados esclarecerão a criança ou o
adolescente sobre a tomada do depoimento especial, informando-lhe
os seus direitos e os procedimentos a serem adotados e planejando
sua participação, sendo vedada a leitura da denúncia ou de outras
peças processuais;
II - é assegurada à criança ou ao adolescente a livre narrativa sobre a
situação de violência, podendo o profissional especializado intervir
quando necessário, utilizando técnicas que permitam a elucidação
dos fatos;
(...)
(...)
III - no curso do processo judicial, o depoimento especial será
transmitido em tempo real para a sala de audiência, preservado o
sigilo;
IV - findo o procedimento previsto no inciso II deste artigo, o juiz,
após consultar o Ministério Público, o defensor e os assistentes
técnicos, avaliará a pertinência de perguntas complementares,
organizadas em bloco;
V - o profissional especializado poderá adaptar as perguntas à
linguagem de melhor compreensão da criança ou do adolescente;
VI - o depoimento especial será gravado em áudio e vídeo.
9.4. Procedimento para a oitiva de testemunhas.
a. Substituição de Testemunha.
Novo CPC
Art. 451. Depois de apresentado o rol de que
tratam os §§4º e 5º do art. 357, a parte só pode
substituir a testemunha:
I – que falecer;
II – que, por enfermidade, não estiver em
condições de depor;
III – que, tendo mudado de residência ou de local
de trabalho, não for encontrada;
b. Desistência da Oitiva de Testemunha.
CPP
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até oito
testemunhas arroladas pela acusação e oito pela
defesa.
(...)
§2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer
das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no
art. 209 deste Código.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir
outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
(MP/MG – Maio de 2018). Examine as alternativas
abaixo, referentes à prova, assinalando a CORRETA:
a) Por força do princípio da comunhão da prova, a
parte, para desistir da inquirição da testemunha que
haja arrolado, deverá obter a aquiescência da parte
contrária;
b) As pessoas proibidas de depor em razão do dever
de guardar segredo, se dispensadas pela parte a quem
isso interesse, estarão obrigadas a fazê-lo;
(...)
c) Embora não permita a lei interceptação de
comunicações telefônicas para a investigação de
crimes punidos com detenção, os tribunais superiores
admitem, com base na teoria do encontro fortuito, que
aquela legitimamente deferida seja empregada para
subsidiar ação penal em crimes sujeitos a tal pena;
d) Ao Presidente e Vice-Presidente da República,
presidentes da Câmara dos Deputados e Senado
Federal e aos Ministros do Supremo Tribunal Federal
se permite, na condição de testemunhas, prestar
depoimento por escrito.
GABARITO: C
c. Contradita e Arguição de Parcialidade.
CPP
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes
poderão contraditar a testemunha ou arguir
circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a
contradita ou arguição e a respostada testemunha,
mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
d. Retirada do acusado da sala de audiências.
CPP
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu
poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de
modo que prejudique a verdade do depoimento, fará a
inquirição por videoconferência e, somente na
impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do
seu defensor. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de
2008) (...)
CPP.
Art. 217 (…)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das
medidas previstas no caput deste artigo
deverá constar do termo, assim como os
motivos que a determinaram.
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Obs. 1: não tipificação do crime de abuso de
autoridade do art. 20, parágrafo único, da Lei n.
13.869/19;
Lei n. 13.869/19
Art. 20. (...)
Pena – detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o
preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se
pessoal e reservadamente com seu advogado ou
defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial,
e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se
durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou
no caso de audiência realizada por videoconferência.
e. Método de colheita do depoimento.
CPP
Antiga redação do art. 212. As perguntas das
partes serão requeridas ao juiz, que as formulará
à testemunha. O juiz não poderá recusar as
perguntas da parte, salvo se não tiverem relação
com o processo ou importarem repetição de outra
já respondida.
CPP
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz
aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem
relação com a causa ou importarem na repetição de
outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690,
de 2008)
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos,
o juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído
pela Lei nº 11.690, de 2008)
CPP
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será
iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o
Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do
acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações
do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas
arroladas pela acusação. (Redação dada pela Lei nº 11.689,
de 2008)
§ 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela
defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes
do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a
ordem e os critérios estabelecidos neste artigo.
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Obs.1: consequências decorrentes da
inobservância do art. 212 do CPP:
STF: “(...) A magistrada que não observa o procedimento legal
referente à oitiva das testemunhas durante a audiência de
instrução e julgamento, fazendo suas perguntas em primeiro
lugar para, somente depois, permitir que as partes inquiram as
testemunhas, incorre em vício sujeito à sanção de nulidade
relativa, que deve ser arguido oportunamente, ou seja, na fase
das alegações finais, o que não ocorreu. O princípio do pas de
nullité sans grief exige, sempre que possível, a demonstração de
prejuízo concreto pela parte que suscita o vício. Precedentes.
Prejuízo não demonstrado pela defesa. Ordem denegada”. (STF,
1ª Turma, HC 103.525/PE, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 03/08/2010,
Dje 159 26/08/2010).
Obs. 2: Testemunha do Juízo.
CPP.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá
ouvir outras testemunhas, além das indicadas
pelas partes.
(...)
f. Inversão da Ordem da Oitiva de Testemunha.
CPP
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a
ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido,
à inquirição das testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-
se, em seguida, o acusado.
CPP
Art. 222. A testemunha que morar fora da
jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar
de sua residência, expedindo-se, para esse fim,
carta precatória, com prazo razoável, intimadas
as partes.
10. Busca e Apreensão.
10.1. Distinção entre busca e apreensão.
10.2. Objeto.
CPP
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas
razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios
criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados
na prática de crime ou destinados a fim delituoso; (...)
(...)
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou
em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do
seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada
suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou
objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo
anterior.
Obs. 1: (in) constitucionalidade da apreensão de
cartas;
STF: “(...) A administração penitenciária, com fundamento
em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou
de preservação da ordem jurídica, pode, sempre
excepcionalmente, e desde que respeitada a norma
inscrita no art. 41, paragrafo único, da Lei n. 7.210/84,
proceder à interceptação da correspondência remetida
pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da
inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir
instrumento de salvaguarda de praticas ilicitas. (...)”. (STF,
1ª Turma, HC 70.814/SP, Rel. Min. Celso de Mello, j.
01º/03/1994, DJ 24/06/1994).
LEP
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui
falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado,
nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características: (Redação dada pela Lei n. 13.964/19)
(...)
VI – fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído
pela Lei n. 13.964/19)
(...)
10.3. Espécies de busca.
a) Pessoal:
b) Domiciliar:
10.4. Busca pessoal.
a. busca pessoal por razões de segurança;
b. busca pessoal de natureza processual penal;
CPP
Art. 244. A busca pessoal independerá de
mandado, no caso de prisão ou quando houver
fundada suspeita de que a pessoa esteja na
posse de arma proibida ou de objetos ou papéis
que constituam corpo de delito, ou quando a
medida for determinada no curso de busca
domiciliar.
STF: “(...) A fundada suspeita prevista no art. 244 do CPP
não pode fundar-se em parâmetros unicamente subjetivos,
exigindo elementos concretos que indiquem a
necessidade da revista, em face do constrangimento que
causa. Ausência, no caso, de elementos dessa natureza,
que não se pode ter por configurados na alegação de que
trajava, o paciente, um ‘blusão’ suscetível de esconder
uma arma, sob risco de referendo a condutas arbitrárias
ofensivas a direitos e garantias individuais e
caracterizadoras de abuso de poder”. (STF, 1ª Turma, HC
81.305/GO, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 22/02/2002 p. 35).
STF: “(...) Havendo fundada suspeita de que a
pessoa esteja na posse de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, como no caso, a
busca em veículo, a qual é equiparada à busca
pessoal, independerá da existência de mandado
judicial para a sua realização. Ordem denegada”.
(STF, 2ª Turma, RHC 117.767/DF, Rel. Min. Teori
Zavascki, j. 11/10/2016).
10.4.1. Revista íntima em presídios.
10.5. Busca domiciliar.
Obs. 1: inviolabilidadedomiciliar;
Constituição Federal
Art. 5º. (...)
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem o
consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
STJ: “(...) Não restou demonstrada qualquer irregularidade
na diligência efetuada pelos policiais na casa da tia do
paciente, seja em decorrência de perseguição continuada
aos autores do crime de roubo, seja pelo fato de a ocultação
de armas de fogo sem autorização e em desacordo com a
determinação legal constituir-se, por si só, em crime
permanente, de modo que em ambas as situações se
verificam as hipóteses de exceção à regra de inviolabilidade
de domicílio, previstas no inciso XI do art. 5º da Constituição
Federal. (...) Ordem denegada”. (STJ, 5ª Turma, HC 51.897/SP,
Rel. Min. Gilson Dipp, j. 20/06/2006, DJ 01/08/2006 p. 480).
STF: “(...) Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais
taxativamente previstas no texto constitucional (art. 5º, XI), nenhum
agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado,
poderá, contra a vontade de quem de direito (“invito domino”), ingressar,
durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao
público onde alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a
prova resultante da diligência de busca e apreensão assim executada
reputar-se inadmissível, porque impregnada de ilicitude material. (...) O
atributo da auto-executoriedade dos atos administrativos, que traduz
expressão concretizadora do “privilège du préalable”, não prevalece
sobre a garantia constitucional da inviolabilidade domiciliar, ainda que se
cuide de atividade exercida pelo Poder Público em sede de fiscalização
tributária. (...)”. (STF, 2ª Turma, HC 103.325/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, j.
03/04/2012).
STF: “(...) Para fins de persecução criminal de ilícitos
praticados por quadrilha, bando, organização ou
associação criminosa de qualquer tipo, são permitidos a
captação e a interceptação de sinais eletromagnéticos,
óticos e acústicos, bem como seu registro e análise,
mediante circunstanciada autorização judicial. PROVA.
Criminal. Escuta ambiental e exploração de local. Captação
de sinais óticos e acústicos. Escritório de advocacia.
Ingresso da autoridade policial, no período noturno, para
instalação de equipamento. Medidas autorizadas por
decisão judicial. Invasão de domicílio. (...)
(...) Não caracterização. Suspeita grave da prática de crime
por advogado, no escritório, sob pretexto de exercício da
profissão. Situação não acobertada pela inviolabilidade
constitucional. Inteligência do art. 5º, X e XI, da CF, art. 150,
§ 4º, III, do CP, e art. 7º, II, da Lei nº 8.906/94. Preliminar
rejeitada. Votos vencidos. Não opera a inviolabilidade do
escritório de advocacia, quando o próprio advogado seja
suspeito da prática de crime, sobretudo concebido e
consumado no âmbito desse local de trabalho, sob
pretexto de exercício da profissão. (...)”. (STF, Pleno, Inq.
2.424/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 26/11/2008, DJe 55
25/03/2010).
Obs. 2: conceito de casa;
CP
Art. 150. (...)
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde
alguém exerce profissão ou atividade.
(...)
CP
Art. 150. (...)
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra
habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a
restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo
gênero.
STF: “(...) Inviolabilidade de domicílio (art. 5º, IX, CF).
Busca e apreensão em estabelecimento empresarial.
Estabelecimentos empresariais estão sujeitos à proteção
contra o ingresso não consentido. Não verificação das
hipóteses que dispensam o consentimento. Mandado de
busca e apreensão perfeitamente delimitado. Diligência
estendida para endereço ulterior sem nova autorização
judicial. Ilicitude do resultado da diligência. Ordem
concedida, para determinar a inutilização das provas”.
(STF, 2ª Turma, HC 106.566/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, j.
16/12/2014, DJe 53 18/03/2015).
Obs. 3: conceito de dia e de noite;
Lei n. 13.869/19
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da
vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele
permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das
condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e
uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
Obs. 4: (im) possibilidade de expedição de
mandados de busca genéricos;
CPP
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada
a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no
caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os
sinais que a identifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer
expedir.
§1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do
mandado de busca.
§2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do
defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de
delito.
- Em caso concreto versando sobre a apuração de crimes
praticados em comunidades de favelas, concluiu a 6ª
Turma do STJ (AgRg no HC 435.934/RJ, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, j. 05/11/2019, DJe 20/11/2019) ser
nula a decisão que havia decretado a medida de busca e
apreensão coletiva, genérica e indiscriminada para a
entrada da polícia em qualquer residência. Isso porque a
ausência de individualização das medidas de apreensão
estaria em rota de colisão com diversos dispositivos
legais, dentre eles os arts. 240, 242, 244, 245, 248 e 249 do
CPP, além do art. 5º, XI, da CF.
Obs. 5: causa provável para o ingresso em
domicílio nos casos de flagrante delito;
STF: “(...) A inexistência de controle judicial, ainda que posterior à
execução da medida, esvaziaria o núcleo fundamental da garantia
contra a inviolabilidade da casa (art. 5, XI, da CF) e deixaria de
proteger contra ingerências arbitrárias no domicílio (Pacto de São
José da Costa Rica, artigo 11, 2, e Pacto Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos, artigo 17, 1). O controle judicial a posteriori
decorre tanto da interpretação da Constituição, quanto da aplicação
da proteção consagrada em tratados internacionais sobre direitos
humanos incorporados ao ordenamento jurídico. (...)
(...) Normas internacionais de caráter judicial que se incorporam à cláusula do
devido processo legal. Justa causa. A entrada forçada em domicílio, sem uma
justificativa prévia conforme o direito, é arbitrária. Não será a constatação de
situação de flagrância, posterior ao ingresso, que justificará a medida. Os agentes
estatais devem demonstrar que havia elementos mínimos a caracterizar fundadas
razões (justa causa) para a medida. Fixada a interpretação de que a entrada
forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período
noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a
posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito,
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade
e de nulidade dos atos praticados. Caso concreto. Existência de fundadas razões
para suspeitar de flagrante de tráfico de drogas. Negativa de provimento ao
recurso”. (STF, Pleno, RE 603.616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 93
09/05/2016).
- Em outro precedente, a 6ª Turma do STJ (RHC 83.501/SP, Rel. Min. NefiCordeiro, j.
06/03/2018, DJe 05/04/2018) concluiu que a existência de denúncias anônimas somada à
fuga do acusado, por si sós, não configuram fundadas razões a autorizar o ingresso
policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial. Por
isso, concluiu ter havido ofensa ao direito fundamental da inviolabilidade do domicílio,
determinado no art. 5°, inc. XI, da Constituição da República, pois, não havia referência à
prévia investigação policial para verificar a possível veracidade das informações
recebidas, não se tratando de averiguação de informações concretas e robustas acerca
da traficância naquele local. Ainda que o tráfico ilícito de drogas seja um tipo penal com
vários verbos nucleares, e de caráter permanente em alguns destes verbos, como, por
exemplo, “ter em depósito”, não se pode ignorar o inciso XI do artigo 5º da Constituição
Federal e esta garantia constitucional não pode ser banalizada em face de tentativas
policiais aleatórias de encontrar algum ilícito em residências. Reconheceu, assim, mais
uma vez, que a entrada forçada em domicílio, sem uma justificativa prévia conforme o
direito, é arbitrária, e não será a constatação de situação de flagrância, posterior ao
ingresso, que justificará a medida, pois os agentes estatais devem demonstrar que
havia elemento mínimo a caracterizar fundadas razões (justa causa).

Outros materiais

Outros materiais