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Slides - Aula 18

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DIREITO PROCESSUAL PENAL - RENATO BRASILEIRO DE LIMA
Aula 18
MEDIDAS CAUTELARES
DE NATUREZA PESSOAL II
1. A Tutela Cautelar no Processo Penal.
2. PROCEDIMENTO PARA A APLICAÇÃO DAS
MEDIDAS CAUTELARES.
2.1. Aplicação Isolada ou Cumulativa.
2.2. Jurisdicionalidade.
2.2.1. Vedação à prisão ex lege.
2.2.2. Vedação à decretação de medidas
cautelares de ofício pelo juiz na fase
investigatória e na fase processual.
2.2.3. Princípio tácito da individualização da prisão
cautelar.
Constituição Federal
Art. 5º (...)
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito
ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei;
Constituição Federal
Art. 93 (...)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique
o interesse público à informação;
- Rol exemplificativo de decisões não
fundamentadas (CPP, art. 315, §2º, incluído pela Lei
n. 13.964/19).
CPP
(Antes da Lei n. 13.964/19)
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva será sempre motivada.
CPP
(Depois da Lei n. 13.964/19)
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva será sempre motivada e fundamentada.
§1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer
outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos
novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida
adotada.
§2º Não se considerada fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou com a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer
outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo
julgador;
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula,
sem identificar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
Obs. 1: o dispositivo em questão reproduz, grosso
modo, os dizeres do art. 489,§1º, do CPC;
Obs. 2: tecnicamente, revelar-se-ia mais correta a inserção do dispositivo em comento
entre os arts. 381 e 392 do CPP, inseridos que estão no Titulo XII do Livro I, que cuida da
“sentença”, à semelhança, aliás, do que foi feito no âmbito do Código de Processo Civil,
onde este rol exemplificativo de decisões não fundamentadas foi introduzido no Capítulo
que cuida “da sentença e da coisa julgada”. Optou o legislador, todavia, por inserir o novel
dispositivo no art. 315, §2º, do CPP, é dizer, no capítulo que versa sobre a “Prisão
preventiva”, muito provavelmente diante da infinidade de habeas corpus que diariamente
são impetrados nos Tribunais Superiores contra decisões que decretam a referida prisão
cautelar com termos singelos e genéricos (v.g., “Decreto a prisão preventiva com base na
garantia da ordem pública”). Sem embargo da opção feita pelo legislador, ante a própria
redação do §2º do art. 315 do CPP, sua aplicação é válida para toda e qualquer decisão
judicial proferida em sede processual penal, pouco importando se trata de decisão
interlocutória, sentença ou acórdão, ou se a decisão em questão versa sobre prisão
preventiva ou medida cautelar diversa da prisão, inclusive no âmbito dos Juizados
Especiais Criminais;
Obs. 3: Nulidade em decorrência de decisão carente
de fundamentação;
CPP
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
(...)
V – em decorrência de decisão carente de
fundamentação;
Obs. 4: Com a vigência do Pacote Anticrime, a
fundamentação do magistrado deverá abranger
expressamente não apenas a menção ao fumus
comissi delicti e ao periculum libertatis, e à
respectiva hipótese de admissibilidade (CPP, art.
313), mas também as seguintes questões:
a. Justificativa expressa para a excepcional
inobservância do contraditório prévio;
CPP
(Depois da Lei n. 13.964/19)
Art. 282. (...)
§3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia
da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar,
determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no
prazo de 5 dias, acompanhada de cópia do requerimento e das
peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos
de urgência ou de perigo deverão ser justificados e
fundamentados em decisão que contenha elementos do caso
concreto que justifiquem essa medida excepcional.
b. Justificativa expressa para a não substituição da
medida extrema por cautelar diversa da prisão;
CPP
(Depois da Lei n. 13.964/19)
Art. 282. (...)
§6º A prisão preventiva somente será determinada quando
não for cabível a sua substituição por outra medida
cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não
cabimento da substituição por outra medida cautelar
deverá ser justificado de forma fundamentada nos
elementos presentes do caso concreto, de forma
individualizada.
c. Justificativa expressa acerca da atualidade do
periculum libertatis;
CPP
(Depois da Lei n. 13.964/19)
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva será sempre motivada e fundamentada.
§1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer
outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos
novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida
adotada.
§2º Não se considerada fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou com a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
Obs. 5: Fundamentação per relationem (ou aliunde);
STJ: “(...) É válida a utilização da técnica da fundamentação per
relationem, em que o magistrado se utiliza de trechos de decisão
anterior ou de parecer ministerial como razão de decidir, desde que
a matéria haja sido abordada pelo órgão julgador, com a menção a
argumentos próprios, como na espécie, uma vez que a instância
antecedente, além de fazer remissão a razões elencadas pelo Juízo
natural da causa, indicou os motivos pelos quais considerava
necessária a manutenção da prisão preventiva do réu e a
insuficiência de sua substituição por medidas cautelares diversas.
(...)”. (STJ, 6ª Turma, RHC 94.448/PA, Rel. Min. Rogerio Schietti
Cruz, j. 19/04/2018, DJe 02/05/2018). No mesmo sentido: STJ, 6ª
Turma, HC 550.688/SP, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, j.
10/03/2020, DJe 17/03/2020.
2.3. LEGITIMIDADE PARA O REQUERIMENTO
DE DECRETAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES.
FASE INVESTIGATÓRIA FASE PROCESSUAL
• Representação da
Autoridade Policial;
• Requerimento do MP;
• Requerimento do
Ofendido nos crimes de
ação penal privada;
• Requerimento do
acusado/defensor;
• Requerimento do MP;
• Requerimento do
querelante nos crimes
de ação penal privada;
• Requerimento do
assistente da acusação;
• Requerimento do
acusado/defensor.
Obs. 1: (Des) necessidade de oitiva e
concordância do MP diante de representação
da autoridade policial:
1ª corrente:
2ª Corrente:
- De se lembrar que, por ocasião do julgamento
da ADI n. 5.508 (STF, Pleno, Rel. Min. Marco
Aurélio,j. 20/06/2018), o Supremo concluiu que
o Delegado de Polícia pode formalizar acordos
de colaboração premiada, na fase de inquérito
policial, respeitadas as prerrogativas do
Ministério Público, o qual deverá se manifestar,
sem caráter vinculante, previamente à decisão
judicial;
CPP
Art. 311. Em qualquer fase da investigação
policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, a requerimento
do Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da
autoridade policial. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
- Legitimidade do assistente da acusação para
o requerimento de decretação de medidas
cautelares de natureza pessoal.
CPP
Art. 268. Em todos os termos da ação pública,
poderá intervir, como assistente do Ministério
Público, o ofendido ou seu representante legal,
ou, na falta, qualquer das pessoas
mencionadas no art. 31.
Súmula 208 do STF: “o assistente do
Ministério Público não pode recorrer,
extraordinariamente, de decisão concessiva de
habeas-corpus”.
2.4. Contraditório Prévio.
ANTES DA LEI 12.403/11 DEPOIS DA LEI 12.403/11
Contraditório diferido 
(“inaudita altera 
pars”)
Contraditório Prévio 
(pelo menos em 
regra)
CPP
Art. 282 (...)
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida
cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia
do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os
autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão
ser justificados e fundamentados em decisão que contenha
elementos do caso concreto que justifiquem essa medida
excepcional. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019).
2.5 Descumprimento Injustificado das
Cautelares Diversas da Prisão.
CPP
Art. 282 (...)
§4º No caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento
do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra
em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão
preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312
deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.964/19)
- Descumprimento injustificado das cautelares
diversas da prisão e tipificação do crime de
desobediência:
CP
Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de
funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses,
e multa.
Informativo n. 544 do STJ: O descumprimento de
medida protetiva de urgência prevista na Lei Maria da
Penha (art. 22 da Lei 11.340/2006) não configura crime
de desobediência (art. 330 do CP). De fato, a
jurisprudência do STJ firmou o entendimento de que,
para a configuração do crime de desobediência, não
basta apenas o não cumprimento de uma ordem
judicial, sendo indispensável que inexista a previsão
de sanção específica em caso de descumprimento (HC
115.504-SP, Sexta Turma, Dje 9/2/2009).
Desse modo, está evidenciada a atipicidade da
conduta, porque a legislação previu alternativas para
que ocorra o efetivo cumprimento das medidas
protetivas de urgência, previstas na Lei Maria da
Penha, prevendo sanções de natureza civil, processual
civil, administrativa e processual penal. Precedentes
citados: REsp 1.374.653-MG, Sexta Turma, DJe
2/4/2014; e AgRg no Resp 1.445.446-MS, Quinta Turma,
DJe 6/6/2014. RHC 41.970-MG, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 7/8/2014 (Vide Informativo n. 538).
- Atenção para o novel crime de
descumprimento de medidas protetivas de
urgência:
Lei 11.340/06
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas
protetivas de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei n.
13.641/18)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§1º A configuração do crime independe da competência civil ou
criminal do juiz que deferiu as medidas.
§2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade
judicial poderá conceder fiança.
§3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras
sanções cabíveis.
- Decretação da prisão preventiva diante do
descumprimento das medidas cautelares
diversas da prisão e (des) necessidade de
observância do art. 313 do CPP:
1ª corrente:
2ª corrente:
CPP
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código,
será admitida a decretação da prisão
preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena
privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos;
(...)
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso,
em sentença transitada em julgado, ressalvado o
disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-
Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e
familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a
execução das medidas protetivas de urgência;
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§1º Também será admitida a prisão preventiva quando
houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou
quando esta não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado
imediatamente em liberdade após a identificação, salvo
se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
§2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva
com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena
ou como decorrência imediata de investigação criminal
ou da apresentação ou recebimento de denúncia.
(Redação dada pela Lei n. 13.964/19)
STJ: “(...) A prisão preventiva decretada em
razão do descumprimento de medida cautelar
anteriormente imposta ao paciente não está
submetida às circunstâncias e hipóteses
previstas no art. 313 do CPP, de acordo com a
sistemática das novas cautelares pessoais.
(...)”. (STJ, HC 281.472/MG, Rel. Min. Jorge
Mussi, j. 05/06/2014, Dje 18/06/2014).
2.6. Revogabilidade e/ou substitutividade das
medidas cautelares.
- Autoridade competente para a revogação das
medidas cautelares:
CPP
Art. 282 (...)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das
partes, revogar a medida cautelar ou substitui-
la quando verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como voltar a decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem.
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
CPP
(Antes da Lei n. 13.964/19)
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
CPP
(Depois da Lei n. 13.964/19)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a
prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a
cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
2.6.1. Obrigatoriedade de revisão periódica da
necessidade da manutenção da prisão preventiva a
cada 90 (noventa) dias.
CPP
(Antes da Lei n. 13.964/19)
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
Resolução Conjunta n. 1, de 29 de setembro de 
2009, do CNJ e do CNMP
Art. 1º As unidades do Poder Judiciário e do
Ministério Público, com competência em matéria
criminal, infracional e de execução penal,
implantarão mecanismos que permitam, com
periodicidade mínima anual, a revisão da legalidade
da manutenção das prisões provisórias e
definitivas, das medidas de segurança e das
internações de adolescentes em conflito com a lei.
CPP
(Depois da Lei n. 13.964/19)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a
prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a
cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
Obs. 1: levando-se em consideração que o Pacote
Anticrime entrou em vigor no dia 23 de janeiro de
2020, o primeiro intervalo de 90 dias expirou-se no
dia 21 de abril de 2020;
Obs. 2: (Im) possibilidade de utilização da
fundamentação per relationem (ou aliunde);
Obs. 3: interpretação extensiva para fins de
aplicação das medidas cautelares diversas da
prisão;
Obs. 4: obrigatoriedade (ou não) de aplicação do art.
316, parágrafo único, do CPP, às hipóteses em que a
medida cautelar tiver sido decretada pelo juiz,
porém ainda não executada;
Obs. 5: reconhecimento da ilegalidade da prisão
como consequência automática do transcurso do
prazo de 90 (noventa) dias sem a necessidade de
manifestação judicial expressa nesse sentido;
Enunciado n. 35 do Conselho Nacional de Procuradores-
Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União
(CNPG) e do Grupo Nacional de Coordenadores de Centro
de Apoio Criminal (GNCCRIM): “O esgotamento do prazo
previsto no parágrafo único do art. 316 não gera direito ao
preso de ser posto imediatamente em liberdade, mas direito
ao reexame dos pressupostos fáticos da prisão preventiva. A
eventual ilegalidade da prisão por transcurso do prazo não é
automática, devendo ser avaliada judicialmente”.
Obs. 6: juízo competente para a revisão da
necessidade da manutenção da prisão, sobretudo
nas hipóteses envolvendo interposição de recursos
perante os Tribunais de 2ª instância e Tribunais
Superiores;
CPC
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá
alterá-la:
I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da
parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
II – por meio de embargos de declaração.
Obs. 7: obrigatoriedade de aplicação do art. 316,
parágrafo único, do CPP, apenas às hipóteses em
que a preventiva for redecretada pelo juiz (CPP, art.
316, caput), ou em relação a toda e qualquer
preventiva;
CPP
(Depois da Lei n. 13.964/19)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a
prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão
emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a
cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
2.7. Recursos Adequados.
2.7.1. Em favor da acusação.
- legitimados:
CPP
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da
decisão, despacho ou sentença:
(...)
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar
inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
provisória ou relaxar a prisão em flagrante;
(Redação dada pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989)
Lei n. 12.016/09
Art. 5º Não se concederá mandado de
segurança quando se tratar:
(…)
II – de decisão judicial da qual caiba recurso
com efeito suspensivo.
(…).
Súmula n. 604 do STJ: “O mandado de
segurança não se presta para atribuir efeito
suspensivo a recurso criminal interposto pelo
Ministério Público”. (Terceira Seção, aprovada
em 28/2/2018, DJe 5/3/2018).
(TRF – 5ª REGIÃO – JUIZ FEDERAL
SUBSTITUTO- 2017) O recurso cabível da
decisão que revoga medida cautelar diversa da
prisão é
A. o agravo de instrumento.
B. a carta testemunhável.
C. o agravo interno.
D. a apelação.
E. o recurso em sentido estrito.
Gabarito: E
2.7.2. Em favor do acusado.
STJ: “(...) Conquanto o afastamento do cargo público
não afete diretamente a liberdade de locomoção do
indivíduo, o certo é que com o advento da Lei
12.403/2011 tal medida pode ser imposta como
alternativa à prisão preventiva do acusado, sendo
que o seu descumprimento pode ensejar a
decretação da custódia cautelar, o que revela a
possibilidade de exame da sua legalidade na via do
habeas corpus. (...)”. (STJ, 5ª Turma, HC 262.103/AP,
Rel. Min. Jorge Mussi, j. 09/09/2014, Dje 15/09/2014).
2.8. Detração e medidas cautelares diversas da
prisão.
CP
Detração
Art. 42. Computam-se, na pena privativa de
liberdade e na medida de segurança, o tempo
de prisão provisória, no Brasil ou no
estrangeiro, o de prisão administrativa e o de
internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior.
LEP
Da Remição
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em
regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
trabalho ou por estudo, parte do tempo de
execução da pena.
§1º A contagem de tempo referida no caput será
feita à razão de:
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de
frequência escolar – atividade de ensino
fundamental, médio, inclusive profissionalizante,
ou superior, ou ainda de requalificação
profissional – divididas, no mínimo, em 3 (três)
dias;
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de
trabalho.
a) Quando houver semelhança entre a medida
cautelar aplicada durante o curso da
persecução penal e a pena definitiva:
b) Quando não houver homogeneidade entre a
medida cautelar aplicada durante a persecução
penal e a pena definitiva:
1ª corrente:
2ª corrente:
STF: “(...) HABEAS-CORPUS. DETRAÇÃO DA PENA.
CÔMPUTO DO PERÍODO EM QUE O PACIENTE
ESTEVE EM LIBERDADE PROVISÓRIA. AUSÊNCIA DE
PREVISÃO LEGAL. Detração penal considerando-se o
lapso em que o paciente esteve em liberdade
provisória. Impossibilidade, por ausência de previsão
legal. A regra inscrita no artigo 42 do CPB prevê o
cômputo de período relativo ao cumprimento de pena
ou de medida restritiva de liberdade. Habeas-corpus
indeferido”. (STF, 2ª Turma, HC 81.886/RJ, Rel. Min.
Maurício Corrêa, j. 14/05/2002).
3. PRISÃO.
3.1. Conceito.
Trata-se da privação da liberdade de
locomoção com recolhimento da pessoa ao
cárcere, seja em virtude de flagrante delito,
ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente, seja em face de
transgressão militar ou crime propriamente
militar.
3.2. Prisão Civil.
CF/88.
Art. 5º (...)
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel;
CADH.
Artigo 7º
(...)
7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este
princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos
em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar.
Súmula vinculante 25: “é ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito”.
3.3. Prisão Militar.
CF
Art. 5º (...)
LXI – ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, salvo nos
casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
- Cabimento de habeas corpus contra as
punições disciplinares:
Constituição Federal
Art. 142 (...)
§2º Não caberá habeas corpus em relação a
punições disciplinares militares.
3.4. Prisão Penal (carcer ad poenam).
3.5. Prisão Cautelar (carcer ad custodiam).
- Conceito: decretada antes do trânsito em
julgado de sentença condenatória com o
objetivo de assegurar a eficácia do processo.
- Compatibilidade da prisão cautelar com o
princípio da presunção de inocência.
3.5.1. Espécies de Prisão Cautelar.
a) Prisão em flagrante*;
b) Prisão preventiva;
c) Prisão temporária.
CPP
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso
da investigação ou do processo, em virtude de
prisãotemporária ou prisão preventiva (redação
dada pela Lei n. 12.403/11)
CPP
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em
flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária
competente, em decorrência de prisão cautelar
ou em virtude de condenação criminal transitada
em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964/19)
4. PRISÃO EM FLAGRANTE.
4.1. Conceito.
É uma medida de autodefesa da sociedade,
caracterizada pela privação da liberdade de
locomoção daquele que é surpreendido em
situação de flagrância, a ser executada
independentemente de prévia autorização
judicial.
- Previsão normativa
CF/88
Art. 5º (...)
LXI - ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos
casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
4.2. Espécies de Prisão em Flagrante.
a) Flagrante obrigatório/coercitivo:
b) Flagrante facultativo:
CPP.
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as
autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem quer que seja encontrado em
flagrante delito.
CPP.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito
quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da
infração;
IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.
c) Flagrante próprio/perfeito/real/verdadeiro:
d) Flagrante impróprio/ irreal/ imperfeito/quase
flagrante:
CPP
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar
ao território de outro município ou comarca, o
executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar
onde o alcançar, apresentando-o
imediatamente à autoridade local, que, depois
de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante,
providenciará para a remoção do preso.
(...)
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em
perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem
interrupção, embora depois o tenha perdido de
vista;
b) sabendo, por indícios ou informações
fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco
tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em
que o procure, for no seu encalço.
(MPE- PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO –MP/SP – 2017)
Assinale a alternativa correta.
(A) Nas infrações penais de menor potencial lesivo, presente qualquer
hipótese de flagrante delito, a autoridade policial deve lavrar o auto de
prisão em flagrante delito, não podendo substitui-lo por termo
circunstanciado.
(B) Nas hipóteses de flagrante impróprio ou quase flagrante, é possível a
prisão em flagrante delito dias depois da consumação do delito quando
houver perseguição imediata e contínua.
(C) Para a elaboração do auto de prisão em flagrante delito,
indispensável a presença de, ao menos, duas testemunhas, não se
incluindo nesse número a pessoa do condutor.
(...)
(D) A conduta de policial que adquire droga, simulando ser usuário,
invalida o auto de prisão em flagrante delito por se tratar de hipótese de
flagrante preparado e constituir prova ilícita.
(E) A não observância das formalidades legais na elaboração do auto de
prisão em flagrante delito constitui nulidade absoluta, importando no
relaxamento da prisão e na invalidação do auto de prisão em flagrante
delito como peça informativa.
Gabarito: B
e) Flagrante ficto/assimilado:
CPP.
Art. 302 (...)
IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.
f) Flagrante preparado/provocado:
Súmula n. 145 do STF: “Não há crime quando a
preparação do flagrante pela polícia torna
impossível a sua consumação”.
g) Flagrante esperado:
- Venda simulada de drogas:
- Agente policial disfarçado;
Lei n. 10.826/03
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º (...)
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Lei n. 10.826/03
Tráfico internacional de arma de fogo.
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório
ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 8 a 16 anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega
arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação,
sem autorização da autoridade competente, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de
conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019)
Lei n. 11.343/06
Art. 33. (...)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
(...)
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto
químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de
conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei n. 13.964/19).
h) Flagrante retardado/diferido/ação
controlada:
Lei 9.613/98
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as
medidas assecuratórias de bens, direitos ou
valores poderão ser suspensas pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, quando a sua
execução imediata puder comprometer as
investigações. (artigo acrescentado pela Lei n.
12.683/12).
Lei 9.613/98
Art. 1º. (...)
(...)
§6º Para a apuração do crime de que trata este
artigo, admite-se a utilização da ação
controlada e da infiltração de agentes.
(Incluído pela Lei n. 13.964/19)
Lei 11.343/06
Art. 53. Em qualquer fase da persecução
criminal relativa aos crimes previstos nesta
Lei, são permitidos, além dos previstos em lei,
mediante autorização judicial e ouvido o
Ministério Público, os seguintes
procedimentos investigatórios:
(...)
(...)
II - a não-atuação policial sobre os portadores de
drogas, seus precursores químicos ou outros
produtos utilizados em sua produção, que se
encontrem no território brasileiro, com a finalidade
de identificar e responsabilizar maior número de
integrantes de operações de tráfico e distribuição,
sem prejuízo da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste
artigo, a autorização será concedida desde que
sejam conhecidos o itinerário provável e a
identificação dos agentes do delito ou de
colaboradores.
Lei 12.850/13
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a
intervenção policial ou administrativa relativa à ação
praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e
acompanhamento para que a medida legal se
concretize no momento mais eficaz à formação de
provas e obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou
administrativa será previamente comunicado ao juiz
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
limites e comunicará ao Ministério Público.
(...)
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída
de forma a não conter informações que possam
indicar a operação a ser efetuada.
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos
autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito
das investigações.
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
circunstanciado acerca da ação controlada.- Entrega vigiada:
É a técnica que permite que remessas ilícitas
ou suspeitas de drogas, ou de outros produtos
ilícitos, saiam do território de um país com o
conhecimento e sob o controle das
autoridades competentes, com a finalidade de
investigar infrações e identificar os demais
coautores e participes (Convenção de
Palermo).
i) Flagrante forjado/fabricado/urdido :

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