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G R A D U A Ç Ã O DR. RICARDO RAMOS FRAGELLI DR. RONNI GERALDO GOMES DE AMORIM DR. VINICIUS DE CARVALHO RISPOLI Cálculo Diferencial e Integral II Híbrido GRADUAÇÃO Cálculo Diferencial e Integral II Dr. Vinicius de Carvalho Rispoli Dr. Ricardo Ramos Fragelli Dr. Ronni Geraldo Gomes de Amorim C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; RISPOLI, Vinicius de Carvalho; FRAGELLI, Ricardo Ra- mos; AMORIM, Ronni Geraldo Gomes de. Cálculo Diferencial e Integral II. Vinicius de Carvalho Rispoli; Ricardo Ramos Fragelli; Ronni Geraldo Gomes de Amorim. Maringá-PR.: Unicesumar, 2018. 384 p. “Graduação - EAD”. 1. Cálculo Diferencial. 2. Integral. 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1681-9 CDD - 22 ed. 515.5 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação CEP 87050-900 - Maringá - Paraná unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Coordenador de Conteúdo Crislaine Rodrigues Ga- lan e Fabio Augusto Gentilin . Designer Educacional Janaína de Souza Pontes e Yasminn Talyta Tavares Zagonel. Revisão Textual Érica Fernanda Ortega e Cíntia Pre- zoto Ferreira. Editoração Bruna S. M. Marconato e Isabela M. Belido. Ilustração Marta Kakitani, Marcelo Goto e Mateus Calmon. Realidade Aumentada Kleber Ribeiro, Leandro Nal- dei e Thiago Surmani. DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional Débora Leite; Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo; Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock PALAVRA DO REITOR Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha- mos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualida- de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- -nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo- cional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revi- samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as ne- cessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! BOAS-VINDAS Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co- munidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu- nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ- mico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comu- nicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace- leraram a informação e a produção do conheci- mento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, prio- rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a so- ciedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe- lecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa- nhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educa- cional, complementando sua formação profis- sional, desenvolvendo competências e habilida- des, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu- deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza- gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren- dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili- dade e segurança sua trajetória acadêmica. APRESENTAÇÃO Prezado(a) estudante! Bem-vindo(a) ao curso de Cálculo Diferencial e Integral 2. Iremos, aqui, continuar o desenvolvimento das ferramentas matemáticas necessárias para a formação de um bom engenheiro. Este cursoé dividido em duas partes. Na primeira, serão estudados os conceitos de integrais em mais de um variável e também integrais em campos vetoriais. A segunda parte, por sua vez, será dedicada às técnicas para resolução de problemas de valor inicial envolvendo equações diferenciais ordinárias. Na primeira parte do curso, como citado, serão trabalhados os conceitos relativos às integrais múltiplas e a integração em campos vetoriais e seus principais teoremas. A integral de múltiplas variáveis tem um papel muito importante no desenvolvimento científico e veremos algumas aplicações simples e também interessantes sobre as integrais múltiplas. Estudaremos, por exemplo, como calcular a força de sustentação em uma asa que é o princípio básico de funcionamento de um avião. Por outro lado, a integração em campos vetoriais é de fundamental importância na física e engenharia, sendo possível encontrar exemplos aplicados no contexto mais básico até o mais avançado. As integrais em campos vetoriais correspondem, em sua maioria, a integrais duplas e triplas de integrandos específicos. Esta unidade é trabalhada para chegar nos importantes teoremas de Green, Stokes e de Gauss, teoremas esses que foram fundamentais no desenvolvimento da teoria eletromagnética e também na mecânica dos fluidos. Nas segunda parte, o estudo será sobre as equações diferenciais e suas soluções. As equações diferenciais são fundamentais na ciência, pois elas permitem modelar fenômenos da ciência aplicada a partir do seu compor- tamento dinâmico. Desta forma, sabendo o comportamento dinâmico de um determinado sistema, seremos capazes de prever o seu comportamento de forma geral. Assim, começamos preparando o terreno com modelos ma- temáticos simples e as equações de primeira e segunda ordem na Unidade 2. Também estudaremos como utilizar as séries de potências para encontrar soluções de equações diferenciais. O uso das séries é interessante quando não temos mais equações diferenciais com coeficientes constantes e veremos que existem importantes equações da física-matemática que estão nesse formato. Finalmente, iremos estudar o conceito das transformadas integrais, em especial a transformada de Laplace, e como utilizar essa ferramenta para determinar a solução de pro- blemas de valor inicial. Estudaremos as propriedades, particularidades e a vantagem do uso das transformadas para encontrar soluções de equações, principalmente quando temos funções complicadas, e até descontínuas, envolvidas com a equação diferencial. Os conhecimentos adquiridos neste curso que está começando farão toda a diferença na sua formação. Desta forma, desejamos a você um ótimo curso e que este material possa auxiliá-lo(a) na busca de novos conhecimentos. CURRÍCULO DOS PROFESSORES Dr. Ronni Geraldo Gomes de Amorim Possui Pós-doutorado pela International Centre of Condensed Matter Physics of University of Brasilia (2012), Doutorado em Física pela Universidade de Brasília (2009), Mestrado em Física pela Universidade de Brasília (2006), Graduação em Física pela Universidade de Brasília (2003) e Graduação em Matemática pela Universidade Católica de Brasília (1999). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade de Brasília. Para mais informações, acesse: <http://lattes.cnpq.br/4086384842130773>. Dr. Ricardo Ramos Fragelli Possui Doutorado em Ciências Mecânicas (2010) pela Universidade de Brasília (UnB), onde também fez Mestrado (2003) e Graduação (2000) em Engenharia Mecânica. Professor Adjun- to da UnB dos cursos de Engenharia da Faculdade UnB Gama e do Mestrado em Design do Departamento de Design Industrial, onde orienta trabalhos na área de Design Educacional. Desenvolve pesquisas em Sistemas Tutores Inteligentes e Adaptativos, técnicas, métodos e tecnologias para Educação. Por meio de suas pesquisas, recebeu onze prêmios nacionais de Instituições como MEC, MCT, CAPES, ABED, ABMES e Santander Universidades. Para mais informações, acesse: <http://lattes.cnpq.br/6119310102978688>. Dr. Vinícius de Carvalho Rispoli Possui Doutorado (2014) em Engenharia de Sistemas Eletrônicos e Automação pela Universi- dade de Brasília, com período sanduíche na University of Michigan (EUA). Graduação (2005) e Mestrado (2007) em Matemática pela Universidade de Brasília. Tem experiência na área de Matemática Aplicada, com ênfase em Equações Diferenciais, Métodos Numéricos e Otimiza- ção. Atua na área da Engenharia Biomédica/Matemática Aplicada e é Professor Adjunto II de Matemática Aplicada na Faculdade UnB Gama, Universidade de Brasília. Para mais informações, acesse: <http://lattes.cnpq.br/1386396456867682>. Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas 13 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas 43 Aplicações das Integrais Múltiplas 89 Integrais Curvilíneas Integrais de Superfície 127 175 Equações Diferenciais de Primeira Ordem 209 Equações Diferenciais de Segunda Ordem Soluções em Séries de Potências 289 Transformadas Integrais 339 249 30 Domínio de integração tridimensional 64 Cunha esférica 111 Gráfico da área de superfície 189 Gráfico da interseção entre as duas funções Utilize o aplicativo Unicesumar Experience para visualizar a Realidade Aumentada. PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Dr. Vinicius de Carvalho Rispoli Dr. Ricardo Ramos Fragelli Dr. Ronni Geraldo Gomes de Amorim • Mostrar as integrais duplas e triplas a partir de suas Somas de Riemann. • Mostrar o Teorema de Fubini e como as integrais duplas e triplas são calculadas. • Exemplificar o cálculo dessas integrais. Integrais Duplas Integrais Triplas Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas Integrais Duplas Na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I, es- tudamos as integrais. O estudo delas foi motivado pela necessidade de encontrar a área de uma figura geométrica como o círculo e também de regiões definidas pelos gráficos de funções de uma variá- vel. No entanto, e se quisermos calcular o volume de uma figura no espaço? Uma pirâmide, um cone ou uma esfera, por exemplo? Será que, de alguma forma, o processo de integração definido na dis- ciplina de Cálculo I pode ser estendido para um contexto de mais de uma variável? A resposta é sim! Nesta unidade, o nosso objetivo principal é definir o processo de integração de múltiplas va- riáveis. Começaremos, nesta seção, tratando de funções z f x y� � �, de duas variáveis. Veremos como podemos determinar as fórmulas de volu- me já conhecidas das figuras geométricas citadas anteriormente utilizando a ideia da integral em mais de uma variável. 15UNIDADE I Antes de começarmos, vamos lembrar que já estudamos as funções de uma va- riável, lembrando que as integrais eram definidas em intervalos da reta, desta forma faz todo sentido que, ao integrarmos funções de duas variáveis, estaremos trabalhan- do em regiões do espaço bidimensional 2. Vamos, inicialmente, assumir que a região em que desejamos calcular a integral de uma função z f x y� � �, seja dada pelo retângulo R a b c d� � ��� �, , . Iremos considerar, apenas por conveniência, que a função f x y,� � seja não negati- va. Isso facilitará a compreensão da integral dupla de forma geométrica, mas lembre- -se que essa não é uma hipótese necessária. A seguir, na Figura 1, vemos o gráfico da função f x y,� � sobre o domínio retangular R . R S y x b a c d z Figura 1 - Gráfico da função z f x y� � �, no domínio R a b c d� � ��� �, , Fonte: os autores. O nosso objetivo, aqui, é encontrar o volume abaixo do gráfico desta função. Desta forma, vamos proceder de forma análoga ao que aprendemos em Cálculo I. Lá, apro- ximamos a área da figura geométrica por meio de áreas de retângulos. Sendo con- sistente com a ideia já estudada, vamos, então, aproximar o volume desejado por volumes de figuras geométricas mais simples, no caso paralelepípedos. Para isso, vamos dividir o intervalo a b,� � em n subintervalos e o intervalo c d,� � em m subin- tervalos.Isto irá dividir o domínio R em uma série de retângulos menores de di- mensões x x xi i i 1� e y y yj j j 1� . Além disso, em cada um desses retân- gulos, escolheremos um ponto interior x yi j, .� �, como podemos observar na figura a a seguir. 16 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas c = y a = x x x y 0 1 xi xn-1 i j b=xn0 d = ym yj x , y ( (* * Figura 2 - Discretização do domínio R a b c d, , Fonte: os autores. Agora, sobre cada um desses retângulos menores, iremos construir um paralelepípedo cuja altura é dada por f x yi j, .� � Desta forma, teremos que o volume de interesse é dado, aproximadamente, pela soma dos volumes de todos os paralelepípedos, como podemos ver na Figura 3. x z y Figura 3 - Aproximação do volume desejado Fonte: os autores. Lembrando que volume do paralelepípedo é o produto entre a área da base pela altura, então o volume de cada pequeno paralelepípedo é dado por V f x y x y f x y Aij i j i j i j ij, , ,� � � em que Aij� é a área do retângulo da base. 17UNIDADE I Finalmente, para conseguirmos a melhor aproximação possível do volume, preci- samos diminuir a área da base dos retângulos de forma que os paralelepípedos que aproximam o volume sejam suficientemente finos e assim obtemos V f x y A n m i n j m i j ij� � �� �� � � ��lim , , 1 1 R f x y dA�� , , que é a definição do volume abaixo do gráfico da função f x y,� � e também a inte- gral dupla sobre o retângulo R. Utilizar a definição pura e simples da integral, mesmo no Cálculo 1, para deter- minar os volumes não é uma forma prática de usar essa ferramenta tão importante. Desta forma, precisamos de uma maneira prática de calcularmos, de fato, as integrais duplas. Para tal, utilizaremos o teorema de Fubini (ANTON, 2000). Teorema de Fubini Se f x y,� � é contínua no retângulo R a b c d� � ��� �, , ,� então a integral dupla na região R é calculada por meio das integrais iteradas R a b c d c d a b f x y dA f x y dy dx f x y dx∫∫ , , , ddy. TEOREMA1 Temos, então, que o volume abaixo da superfície é dado, aproximadamente, pela soma de todos os possíveis paralelepípedos que nos fornece a seguinte soma V f x y A i n j m i j ij 1 1 , , que é conhecida como Soma de Riemann da z f x y, relativa à partição do intervalo a b, em n subintervalos e do intervalo c d, em m subintervalos. 18 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas O que esse teorema nos diz é que, para calcularmos uma integral dupla, primeiro re- solvemos uma integral com relação a uma das variáveis, considerando a outra variável constante e, em seguida, calculamos a integral restante. Perceba que é um processo semelhante ao cálculo das derivadas parciais, os quais, no caso, para derivarmos em uma variável, considerávamos a outra como constante. Vamos, a seguir, conhecer alguns exemplos para facilitar o entendimento. Para entendermos o uso do Teorema de Fubini, vamos começar com a seguinte integral R x xy dA�� 2 , em que R é o retângulo R � �� ��� ��0 2 1 3, , . Então, pelo teorema de Fubini, temos que o cálculo do volume desejado é dado pela integral iterada que segue R x xy dA x xy dydx2 2 0 2 1 3 . Escolhemos, inicialmente, esta ordem de integração, pois, pelo teorema, não importa se integramos primeiro em relação a x ou y . Integrando inicialmente em relação a y, temos R x xy dA x xy dydx2 2 0 2 1 3 � � � � �� � � ��� 0 2 2 1 3 2 2 xy xy dx � �� � � �� � � �� � � �� � � � � � � � � ��0 2 2 2 2 3 3 2 2 1 1 2 x x x x dx � �� �� 0 2 4 4x x dx � � �4 2 0 2 x =16. 1 EXEMPLO 19UNIDADE I Podemos repetir esse exemplo invertendo a ordem de integração escolhida anterior- mente. Temos que encontrar o mesmo resultado. De fato, temos R x xy dA x xy dxdy2 2 1 3 0 2 � �� � � � �� � � ��� 1 3 2 0 2 2 2 � y x dy � �� ��2 2 1 3 y dy � � � � �� � � ��2 2 2 2 1 3 y y � � � � � � �� � � ��2 6 3 2 2 1 2 2 =16. Claro que nem sempre a nossa região de integração será retangular. Se desejamos calcular, por exemplo, o volume de um cone ou esfera, então a região de integração em ambos será circular. Desta forma, é de nosso interesse entender como calcular as integrais duplas em regiões de integração que são mais gerais que apenas retângulos. Em particular, existem dois tipos de regiões que iremos trabalhar na maior parte do tempo. São regiões que podem ser definidas por meio de funções de uma variável, como podemos ver nas figuras abaixo. a b y x Caso 1 y = g2 ( x ) y = g1 ( x ) x y Caso 2 c d x = h2 (y) x = h1 (y) a b y x Caso 1 y = g2 ( x ) y = g1 ( x ) x y Caso 2 c d x = h2 (y) x = h1 (y) Figura 4 - Regiões de integração não retangulares Fonte: os autores. 20 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas Utilizando a notação de conjuntos, podemos escrever as regiões mostradas como Caso 1 e Caso 2 nas seguintes formas, respectivamente D x y a x b g x y g x1 1 2� � � � � � � � � � �� �, ,�| e D x y c y d h y x h y2 1 2, ,| Em cada um dos casos, temos as seguintes integrais duplas D a b g x g x f x y d f x y dydx 1 1 2 �� , ,A e D c d h y h y f x y d f x y dxdy 2 1 2 �� , .A, Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Com a integral dupla, nós podemos também calcular a área de figuras planas. Vimos que se f x y,� � é uma função não negativa, então a integral dupla dessa função em um determinado domínio D , fornece o volume do sólido cuja base é a região no plano xy D e delimitado pela função f x y,� � . No entanto, se essa função é unitá- ria, então a integral dupla da função f x y,� � � 1 fornece a área da região D . A partir deste exemplo, vamos calcular a área de uma região no plano. Defina a região D como sendo a região acima do eixo x limitada à esquerda pela função y x� �� �1 2 e à direita pela função x y y� � 3 2 EXEMPLO 21UNIDADE I Na Figura 5, podemos ver um exemplo da região que desejamos calcular a área. x y -1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 -0.5 -0.0 0.5 Figura 5 - Região acima do eixo x e entre as curvas � y x� �� �1 2 e x y y� � 3 Fonte: os autores. Observe que não será possível escrever a curva à direita do gráfico, x y y� � 3, como sendo uma função y f x� � � facilmente. Ela naturalmente viola a definição do que é uma função. Desta forma, vamos calcular a área dessa região calculando, primeira- mente, a integral na variável x e, em seguida, integrando em relação a y . Precisamos, agora, encontrar a variação das variáveis x e y. Podemos verificar graficamente que a variável y deve satisfazer a seguinte desigualdade 0 1y .≤ ≤ Agora, para encontrar a variação em x, precisamos, inicialmente, escrever y x� �� �1 2 na forma x g y� � �. Neste caso, não será tão complicado, pois basta tirar a raiz quadrada dos dois lados para obter x y� � �1. Neste caso, escolhemos x y� �1 , a nossa função deve satisfazer x 0 1� � � � e tam- bém x 1 0� � � , como é possível novamente vermos no gráfico da função. Portanto, a variável x deve satisfazer a seguinte desigualdade y x y y� � � �1 3. 22 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas Finalmente, temos que a área da região é dada por dA D � 1A 0 1 1 3 y y y dx dy � � �� � � 0 1 1 3 x dy y y y � � � �� �� 0 1 3 1y y y dy � � � � � � � � � � � � � � y y y y 2 4 3 2 0 1 2 4 2 3 � � � � 1 2 1 4 2 3 1 = 7 12 . Portanto, a área da região limitada pelo eixo x � e as curvas x y y� � 3 e y x� �� �1 2 � é A = 7 12/ . Considere a integral xy y dA D �� ��� 4 3 , em que D é a região limitada pelas curvas y x= e y x= 3. Para calcularmos a integral, o nosso primeiro passo é determinar as desigualdades para x e y . Precisa- mos encontrar a interseção entre as curvas. Para tal, temos x x= 3 � � � � � �x x2 3 2 � �x x6 � �� � �x x5 1 0. 3 EXEMPLO 23UNIDADE I Portanto, as curvas se intersectam nos pontos x = 0 e x =1 . 0.2 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.4 0.60.8 1.0 Figura 6 - Domínio de integração formado pelas curvas y x= e y x= 3 Fonte: os autores. Pelo esboço da região, podemos ver que as desigualdades são dadas por 0 1x≤ ≤ x y x3 .≤ ≤ Agora, podemos calcular a integral que é dada por D x xy y d x y y dydx4 3 0 1 3 x3 A 4 � � � � �� � � ��� 0 1 2 4 2 3 xy y dx x x � � � � � � �� � � ��� 0 1 2 7 12 2 2 x x x dx � � � � � � �� � � �� x x x3 8 13 0 1 6 16 13 � � 95 624 . 24 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas Neste exemplo, vamos calcular um volume no caso em que o domínio é circular. Vamos considerar para tal a função z x y� � �� �1 2 2 que define um paraboloide e pode ser vista na figura abaixo. 1,0 1,0 0,5 0,5 0,0 0,0 -0,5 -0,5 -1,0 -1,0 -1,0 -0,5 -0,0 0,5 1,0 x y Figura 7 - Paraboloide z x y� � �� �1 2 2 Fonte: os autores. Nosso objetivo é determinar o volume entre o paraboloide e o plano xy . Neste caso, temos que o domínio de integração é todo o interior do círculo de raio unitário D x y x y� � � � �� �, : 2 2 1 . Perceba que o círculo que delimita essa região corres- ponde exatamente à interseção entre o paraboloide e o plano xy . Assim, temos que o volume desejado é dado por V x y dA D �� 1 2 2 Precisamos, agora, reescrever as desigualdades que representam o domínio D para, finalmente, calcularmos a integral. Nesse caso, temos que x y x y x2 2 2 21 1 1� � � � � � � � . Além disso, fazendo y = 0 , podemos encontrar a variação do x que, nesse caso, nos dá � � �1 1x . 4 EXEMPLO 25UNIDADE I Portanto, D x y dA x y1 12 2 1 1 2 2 x1 2 x1 2 dxdy Como a região é simétrica em ambas as variáveis x e y , então podemos reescrever essa integral em uma forma mais simples usando apenas a parte do círculo no pri- meiro quadrante, o que nos dá D x x x y dA x y dy1 12 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 0 1 0 1 2 2 2x x y dy dx.4 Finalmente, podemos calcular a integral para obter D x x y dA x y dy dx1 4 12 2 0 1 0 1 2 2 2 � � � � � �� � � ��� � 4 30 1 2 3 0 1 2 y x y y dx x � �� ��83 10 1 2 3 2x dx. Aparentemente “assustadora”, essa integral pode ser resolvida utilizando uma subs- tituição trigonométrica. Podemos fazer x sen� � �q e então dx d� � �cos .q q Além disso, se x sen� � �q então 1 2 2� � � �x cos .q Finalmente, quando x = 0 , temos que q = 0 , pois sen 0 0� � � ; e quando x =1, temos que θ π= / 2 , pois sen p 2 1� � � � � � � . 26 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas Assim, toda a integral pode ser reescrita como D x y dA x dx1 8 3 12 2 0 1 2 3 2 � � � �� � � ��83 10 2 2 3 2 π θ θ θsen cos d � � �� 8 3 0 2 4 π θ θcos d � � � � � � � � 8 3 3 4 2 4 80 2 π θ θ θ �cos d cos � � � � � � ��� ��� 1 3 3 4 2 4 0 2 π θ θ θ�cos dcos � � � � � � �� � � � � � 1 3 3 2 2 4 4 0 2 θ θ θ π sen sen � = p 2 . Portanto, o volume desejado é V = p 2 . Neste tópico, vimos como determinar o volume abaixo do gráfico de uma função de duas variáveis utilizando a integral dupla. Além disso, estudamos também como efe- tivamente fazemos o cálculo dessas integrais. Na próxima aula, iremos estudar como podemos calcular uma integral em domínios não mais planos e sim tridimensionais. 27UNIDADE I Agora que sabemos como integrar em uma região bidimensional, vamos passar para integrais em uma região tridimensional. Nós usamos uma inte- gral dupla para calcular a integral de uma função em uma região bidimensional e, por isso, não deve ser muito surpreendente, porque iremos utilizar a integral tripla para integrar funções definidas em uma região tridimensional. Para a integral dupla, a interpretação do cál- culo do volume é natural, assim como na integral simples era natural o cálculo da área abaixo do gráfico da função. No entanto, apesar de para as integrais triplas esse tipo de interpretação não ser imediata, veremos nas próximas unidades que existem várias possíveis interpretações físicas para o uso da integral tripla. A integral tripla, assim como a integral dupla e a integral simples, pode ser vista como sendo o limite das somas de Riemann de uma função F x y z, ,� �, definida em uma região E do espaço. Integrais Triplas 28 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas x y z D x ,k ,z kk k( ( z x yk k k ∆ ∆ ∆ Figura 8 - Domínio de integração tridimensional e elemento de volume Fonte: os autores. Isto é, dada a soma de todos os produtos entre a função F e os elementos de volume Vk� mostrados na Figura 8, temos S F x y z Vn k n k k k k 1 , , ,� definimos a integral tripla como sendo o limite dos volumes tendendo a zero I F x y z V n k n k k k klim , , 1 � � � ���� F x y z dV E , , � A forma de se calcular uma integral tripla é semelhante das integrais duplas, isto é, por meio de integrais iteradas dadas pelo teorema de Fubini. Neste caso, vamos começar com nossos domínios de integração da forma mais simples possível, ou seja, quando eles são na forma de uma caixa B a b c d r s� � ��� ��� �, , , . Observe que, quando utilizamos essa notação, listamos primeiramente a variável x, em seguida a variável y e, finalmente, a variável z. A integral tripla, neste caso, é escrita como sendo uma integral iterada dada por F x y z dV F x y z dzdydx E a b c d r s , , , . 29UNIDADE I Observe que estamos integrando com relação a z primeiro, em seguida, y e x . No entanto, quando temos um domínio em forma de um paralelepípedo, a ordem de integração não importa, da mesma forma que era feito nas integrais duplas. Neste caso, há seis diferentes ordens de integração possíveis de calcular a integral, e o leitor pode escolher qualquer uma delas em que achar que facilitará os cálculos. Indepen- dentemente da ordem de integração, chegaremos certamente ao mesmo resultado para as seis possíveis integrais. Vamos, agora, fazer um rápido exemplo deste tipo de integral. Considere a integral 8xyz dV B ��� cujo domínio é dado pelo paralelepípedo B � �� � �� ��� ��2 3 1 2 0 1, , , . Apenas com o objetivo de mostrar que a ordem de integração, neste caso, não é importante, vamos utilizar uma ordem diferente da que foi escrita a integral acima. Faremos a integral na ordem z x y→ → , como podemos ver a seguir 8 8 1 2 2 3 0 1 xyz dV xyzdzdxdy E ���� ���� � � ��� 1 2 2 3 2 0 1 4xyz dxdy � �� 1 2 2 3 4xydxdy � � �� 1 2 2 2 3 2x y dy � � 1 2 10ydy =15. Esse exemplo é demasiadamente simples, mas antes de passar para as regiões mais gerais, vamos dar uma interpretação geométrica importante sobre a integral tripla. 5 EXEMPLO 30 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas Quando a função dada é unitária, isto é, F x y z, ,� � � 1 em todo o domínio E no qual ela está definida, então o volume da região tridimensional E é dada pela integral V dV E � ���1 , que é a mesma interpretação que obtivemos na primeira aula para as integrais duplas. Vamos, agora, passar as regiões tridimensionais um pouco mais gerais que as caixas. Temos três possibilidades diferentes para uma região em geral. Abaixo, mostramos um esboço desta primeira possibilidade, no entanto, as demais possibilidades são idênticas à menor da ordem das variáveis. Neste caso, define-se a região de integração E como se segue E x y z x y D u x y z u x y{ , , , , },1 2 em que x y D, � �� �� representa que o ponto x y,� � situa-se na região D do plano xy. Assim, podemos calcular a integral tripla da seguinte forma, f x y z dV f x y z dz dA E D u x y u x y , , , , . , , ∫∫ 1 2 Figura 9 - Domínio de integração tridimensional dado na forma E x y z x y D u x y z u x y{ , , , , }1 2 Fonte: os autores. z y x z=u (x,y) z=u (x,y) 2 1 D Domínio de integração tridimensional 31UNIDADE I Observe que a integral dupla que surge pode ser calculada com qualquer uma das técnicas estudadas nas aulas anteriores. Em outras palavras, podemos integrar pri- meiro em relação à variável x , ou podemos integrar em primeiro lugar com relaçãoà variável y , ou também podemos usar coordenadas polares quando for necessário. Neste exemplo, vamos calcular a seguinte integral x y dV E �� ���� , em que a região E é definida abaixo do plano 2 3 6x y z� � � que se encontra no primeiro octante. Primeiro, temos que definir o que significa a palavra octante. Assim como o sistema de coordenadas bidimensional é dividido em quatro partes iguais, chamados de quadrantes, o sistema tridimensional é dividido em oito partes denominadas de octantes. O primeiro octante é aquele em que as três coordenadas são positivas. A seguir, temos um esboço do plano no primeiro octante. z 6 4 0 0 1 2 2 3 y x 3 4 2 Figura 10 - Parte do plano 2 3 6x y z� � � no primeiro octante Fonte: os autores. Para calcularmos a integral, é necessário determinar a região D no plano xy . Uma forma de olhar a região D é imaginar que se está olhando o objeto de cima para baixo. O que veremos será a região D no plano xy . Uma forma mais analítica de determinar a região D é fazer a componente z = 0 na equação do plano dada. Neste caso, temos 2 3 6x y z� � � � � �2 3 6x y � � �y x2 2 3 . 6 EXEMPLO 32 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas Neste caso, a região D será o triângulo com vértices em 0 0,� �, 3 0,� � e 0 2,� �. Temos, a seguir, um esboço da região. 2.0 2.0 2.5 3.0 1.5 1.5 1.0 1.0 0.5 0.5 Figura 11 - Região D de integração no plano Fonte: os autores. Agora, vamos encontrar os limites de integração. Uma vez que estamos na região abaixo do plano 2 3 6x y z� � � � e no primeiro octante (então estamos acima do plano z = 0 ), temos os seguintes limites para z 0 6 2 3z x y Para calcularmos a integral dupla que surge sobre o domínio D , podemos utilizar qualquer um dos seguintes conjuntos de desigualdades 0 3x≤ ≤ 0 2 3 2� � � �y x ou 0 3 2 3� � � �x y 0 2y .≤ ≤ 33UNIDADE I É indiferente qual dos dois conjuntos de desigualdades iremos usar. Neste caso, uti- lizaremos o primeiro. Finalmente, podemos calcular a integral, como x y dV x y dz dA E D x y 0 6 2 3 D x yx y z dA 0 6 2 3 0 3 0 2 3 2 6 2 3 x x y x y dydx 0 3 0 2 3 2 2 26 2 6 5 3 x x x y xy y dydx � � � � � � � �� � � ��� � � 0 3 2 2 2 3 0 2 3 2 6 2 3 5 2 xy x y y xy y dx x � � � � � � �� � � ��� 0 3 2 3 4 2 8 3 14 27 x x x dx � � � � � � �� � � ��4 8 9 7 54 2 3 4 0 3 x x x x � 15 2 . Vamos repetir os nossos cálculos para mostrar que, na verdade, é indiferente a escolha da desigualdade. Assim, x y dV x y dz dA E D x y �� 0 6 2 3 D x yx y z dA�� 0 6 2 3 0 2 0 3 2 3 2 26 2 6 5 3 y x x y xy y dxdy 34 Integrais Múltiplas em Coordenadas Cartesianas � � � � � � � �� � � ��� � � 0 2 2 3 2 2 0 3 2 3 3 2 3 6 5 2 3x x xy x y y x dy y � � � � � � �� � � ��� 0 2 2 3 9 9 2 9 4 9 8 y y y dy � � � � � � �� � � ��9 9 4 3 4 9 32 2 3 4 0 2 y y y y = 15 2 . Finalmente, neste exemplo, vamos determinar o volume de uma região no espaço usando a integral tripla. Vamos considerar a região E que é limitada pelos paraboloi- des y x z� �2 2 e y x z� � �8 2 2 . Neste caso, para calcularmos o volume; precisamos determinar a integral da função unitária F x y z, , .� � � 1 Observe que ambos os para- boloides estão centrados na origem, mas eles têm como base o plano xz . Precisamos, então, determinar o domínio plano no qual a nossa integral será calculada. Assim, para encontrarmos a região no plano, é necessário encontrar a interseção entre os paraboloides dados, isto é, x z x z x z2 2 2 2 2 28 4� � � � � � � . Portanto, a região que precisamos calcular o volume é dada por E x y z x z x z y x z, , 2 2 2 2 2 24 8 Finalmente, temos que o volume é dado por V dV E � ���1 x z x z dy dA 2 2 2 24 x z2 28 �� x z x z x zy dA 2 2 2 2 2 2 4 8�� x z x z dA 2 2 4 2 28 2 2�� . 7 EXEMPLO 35UNIDADE I Observe que essa integral é muito semelhante à integral que resolvemos no último exemplo da aula anterior. Aqui, não apenas existe a mesma simetria que existia lá, afinal, estamos calculando uma integral dupla de um parabolóide dentro de um círculo de raio 2, como também a mudança de variáveis que iremos utilizar para resolver essa integral é a mesma que utilizamos lá. Desta forma, considerando que o procedimento é análogo, vamos pular alguns passos no processo de solução. Temos, finalmente, que V x z dA x z2 2 4 2 28 2 2�� 8 2 2 0 2 0 4 2 2 2x x z dzdx4 � �� ��163 40 2 2 3 2x dx =16p. Nesta unidade, estudamos as integrais duplas e triplas em coordenadas Cartesianas. Vimos que, na prática, o cálculo das integrais é feito por meio das integrais itera- das, dadas pelo teorema de Fubini. Nas próximas unidades, iremos verificar como podemos facilitar o cálculo dessas integrais quando os domínios satisfazem alguns formatos específicos. 36 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 1. Calcule a integral dupla no domínio elíptico a seguir 2 2 0 1 4 2x x dydx. 2. A integral 1 2 1 2 2 1 2 x x dydx representa a área entre a parábola 1 2− x e a reta −2x.� Calcule essa área. 3. Determine o volume da cunha limitada pelo cilindro x y2 2 1� � , pelo plano z y� � e z = 0. 4. Calcule a integral 1 2 0 2 � � y y lnx zye dzdxdy.� 5. Determine o volume da região no primeiro octante limitada pelos planos coor- denados, pelo plano y x= e pela superfície z x� � � � � � �sen p 2 , com 0 1x≤ ≤ . 37 Os limites de integração nas integrais duplas são uma das principais dificuldades do processo de integração. Por isso, vale a pena assistir a seguinte aula. Para acessar, use seu leitor de QR Code. WEB Exemplos nunca são demais! Assista esta videoaula para mais exemplos sobre integrais duplas em regiões não retangulares. Para acessar, use seu leitor de QR Code. WEB http://appgame.unicesumar.edu.br/API/public/getlinkidapp/3/72 38 ANTON, H. Cálculo: Um novo horizonte. Porto Alegre: Bookman, 2000.Volume 2. STEWART, J. Cálculo. 6. ed. São Paulo: Pioneira /Thomson Learning, 2011. Volume 2. 39 1. Integrando inicialmente com relação à variável y, temos 2 2 0 1 4 2 2 0 1 4 2 2 x x x dydx xy dx � � � � 2 2 2 1 4 x x dx. Fazendo agora uma substituição u x1 42 / , temos que � �2du xdx . Além disso, u �� � � � �� � �2 1 2 4 0 2 / e u 2 1 2 4 02� � � � � � �/ . Logo, � � �� � � 2 2 2 0 0 1 4 2x x dx udu = 0. 2. Integrando inicialmente com relação à variável y, temos 1 2 1 2 2 1 1 2 1 2 2 2 1 2 x x dydx x x dx = 8 3 2. 3. O volume da região é dado pela integral Volume 1 1 1 0 02x y dzdydx � �� � � � 1 2 1 1 1 2x dx � 2 3 . 40 4. Temos que 1 2 1 22 y y lnx z y y ye dzdxdy yx y dxdy 2 0 � � � � �� � � ��� 1 2 2 2 2 yx xy dy y y � 47 24 . 5. O volume da região é dado pela integral Volume sen 0 1 0 2 x x dzdydx π 0 0 1 0 2 x x dydxsen π � � � � � � �� 0 1 2 x x dxsen p 2 2 4 2 2 0 1 osπ π π π x x sen x � 4 2π . 41 42 PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Estudar como aplicar as coordenadas polares para o cál- culo de integrais duplas. • Estudar como aplicar as coordenadas cilíndricas para o cálculo de integrais triplas. • Estudar como aplicar as coordenadas esféricas para o cálculo de integrais duplas. • Estudar o teorema de mudança de variáveis e aplicá-lo para converter integrais duplas e triplas para quaisquer sistema de coordenadas. Integrais Duplas em Coordenadas Polares Integrais Triplas em Coordenadas Cilíndricas Mudança de Variáveis Integrais Triplas em Coordenadas Esféricas Dr. Vinicius de Carvalho Rispoli Dr. Ricardo Ramos Fragelli Dr. Ronni Geraldo Gomes de Amorim Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Integrais Duplas em Coordenadas Polares Até este ponto, estudamos algumas integrais du- plas e, em todos os casos que vimos, a região D poderia ser facilmente descrita em termos de fun- ções simples em coordenadas Cartesianas. No entanto, em vários casos,trabalhar com a região dada no problema pode ser muito complicado ou até impossível. Neste contexto, surgem as mudan- ças de variáveis. Elas são ferramentas que nos ajudam a reescrever um determinado domínio de integração e, consequentemente, uma integral, em uma forma mais simples de lidar. Este é o tópico desta primeira seção e também desta unidade como um todo. Veremos como lidar com integrais duplas e triplas em alguns sistemas diferentes de coordenadas e veremos exemplos de como as coi- sas podem simplificar quando se olha o problema sobre a ótica oportuna. 45UNIDADE II Começaremos o nosso estudo de mudança de variáveis lidando com as coor- denadas polares. Observe que, quando a região em questão é, de alguma forma, circular como um disco, ou um anel, ou uma parte de um disco ou anel, a utilização das coordenadas cartesianas pode ser, em alguns casos, um pouco complicada. Por exemplo, suponha que se deseje calcular uma integral como esta: x y dA D , ,( )∫∫ em que o domínio D é um círculo de raio 1. Para isso, temos de determinar um conjunto de desigualdades para x e y que descrevem esta região. Neste caso, as variações para x e y seriam facilmente escritas e dadas por � � �1 1x � � � � �1 12 2x y x . Com estes limites descritos. Podemos reescrever a integral desejada na forma iterada para obter x y dA f x y dydx D x x , ,( ) = ( )∫ ∫∫ ∫− − − − 1 1 1 1 2 2 Considere, apenas por simplificado, que a função dada fosse unitária, isto é, f x y,� � � 1 dentro do círculo. Apesar dessa função ser super simples, essa integral seria bem tra- balhosa de se calcular, pois � � � � �� � �� � � �1 1 1 1 2 1 1 2 2 2 1f x y dydx x dx x x , . Lembre-se que essa integral possui primitiva e que podemos encontrá-la usando o método da substituição trigonométrica. Apesar de não ser nenhuma tarefa de outro mundo, isso ainda nos daria algum trabalho para encontrar o valor dessa integral. Por outro lado, o domínio limitado por um círculo de raio unitário tem equação dada por x y2 2 1� � . Se considerarmos que as variáveis x x r� � �,q e y y r� � �,q são funções de r e q na forma x r r, cosq q� � � y r r sen ,θ( ) = θ 46 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas então a região dada pelo círculo unitário pode ser descrita facilmente nesse novo sistema de coordenadas usando as seguintes desigualdades 0 2θ π≤ ≤ 0 1r .≤ ≤ Para verificar esse fato, basta observar que, substituindo x e y na equação �x y2 2 1� � , as desigualdades serão facilmente satisfeitas. Claro que esses novos limites de integração são bem mais simples que os originais. Além disso, são constantes, o que normalmente facilita bastante o processo de integração. Se pudermos, então, transformar a nossa integral dupla em coordenadas Car- tesianas em alguma forma que envolva as coordenadas polares, é possível que a nova integral possa ser bem mais simples de se trabalhar, o que é obviamente muito benéfico para nós. Considerando que a transformação para coordenadas polares é dada pelas equações x rcos y rsen= =θ θ, podemos reescrever uma função z f x y� � �, para coordenadas cartesianas simples- mente substituindo as novas variáveis para obter z f rcos rsen� � �q q, . Observe que, ao calcularmos as integrais duplas em coordenadas Cartesianas, até este momento, estamos utilizando o fato que um elemento de área é dado por dA dxdy= . O nosso maior problema é que não podemos simplesmente converter os infinitesimais dx e dy em um dr e um dq . Uma vez que passamos para o mundo polar o nosso elemento de área dA , na verdade, é dA drdθ≠ . Desta forma, é necessário determinar- mos como é o elemento de área quando passamos para as coordenadas polares, caso contrário, não podemos reescrever a integral dada nas novas variáveis. Considere a figura a seguir que traz um esboço de uma região no plano em coor- denadas polares. 47UNIDADE II θ = β θ = α r = h2 ( θ ) r = h1 ( θ ) Figura 1 - Região em coordenadas polares Fonte: os autores. A nossa região é definida pelas seguintes desigualdades α θ β≤ ≤ h r h1 2q q� � � � � �. Agora, com o objetivo de encontrarmos o elemento de área desejado dA, vamos criar uma malha dentro desta região polar como mostrada na figura a seguir. r1Δθ r0Δθ Δr Figura 2 - Malha dentro da região em coordenadas polares Fonte: os autores. Estamos, neste caso, dividindo a região em uma malha de linhas radiais e arcos. Olhando para apenas uma peça da malha, como mostrado na figura, temos uma região que se assemelha com um retângulo, mas que ainda assim não é um. 48 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Considere que a área desta pequena região seja A∆ . Essa região tem comprimento dado por � � �r r ri0 , em que ro é o raio do arco exterior e ri é o raio do arco interno. Da geometria básica, temos que o comprimento da aresta interior é ri θ∆ enquanto o comprimento do arco de fora é r0 θ∆ , considerando θ∆ como sendo o ângulo entre as duas linhas radiais que formam os lados dessa região. Agora, suponha que a malha seja tão pequena que podemos supor que r r ri � �0 . Neste caso, esta hipótese é suficiente para dizer que a área então desejada é dada, aproximadamente, pela área de um retângulo. A nossa pequena área de interesse é dada por � � � �A r rq . Finalmente, supondo que a malha seja fina o suficiente, temos que dA A dr rθ θd Assim, temos que o elemento de área procurado para as coordenadas polares pode ser escrito como dA rdrd= q. Considerando, então, as fórmulas de conversão para coordenadas polares x rcos y rsen r x y� � � �q q,� � , � � � ,2 2 2 podemos reescrever a integral Cartesiana nas novas coordenadas, para uma região qualquer D no plano, como sendo f x y dA rf rcos rsen drd D h h , , .( ) = ( )∫ ∫∫ ∫ ( ) ( ) α β θ θ θ θ θ 1 2 É importante observar que não se deve esquecer que o elemento de área em coorde- nadas polares leva um r, multiplicando os infinitesimais drdq . Desta forma, sempre que fizer a mudança, não se esqueça do r . Neste exemplo, vamos determinar o valor da integral a seguir, convertendo-a em coordenadas polares xy dA D�� em que a região D corresponde à região entre os círculos de raio 1 e raio de 2 cen- trados na origem no primeiro quadrante, como podemos ver na Figura 3. 1 EXEMPLO 49UNIDADE II x y 0.0 0.0 0.5 0.5 1.0 1.0 1.5 1.5 2.0 2.0 Figura 3 - Região de integração D Fonte: os autores. A utilização das coordenadas polares, neste caso, faz-se interessante, pois em coor- denadas Cartesianas a mesma integral é escrita como xy dA xydydx xydydx D x x x 0 1 1 4 1 2 0 4 2 2 2 Apesar de ser possível calcular essas integrais, o trabalho para fazer essa tarefa não será pequeno. Primeiro, vamos reescrever a região D em termos das coordenadas polares. O círculo de raio 1 é dado pela equação em coordenadas polares r �� =1 e o círculo de raio 2 é dado por r �� =2 . Queremos calcular a integral na região entre os dois círculos, desta forma, temos que a variação da variável r é dada por 1 2r .≤ ≤ Além disso, uma vez que a região está no primeiro quadrante, então q varia conforme 0 2 θ π .≤ ≤ Agora, podemos reescrever a integral em termos das coordenadas polares que é dada por xy dA rcos rsen rdrd D 0 2 1 2π θ θ θ 50 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Não podemos nos esquecer de fazer a multiplicação da função por um r extra. Finalmente, podemos simplificar o integrando utilizando a fórmula do arco duplo para o seno, sen sen cos2 2q q q� � � , temos que a integral é dada por xy dA r sen drd D ��� � �� � � 1 2 2 0 2 3 1 2π θ θ � � �� �� � ��� 1 8 24 1 2 0 2 r sen dθ θ π � � �� 15 8 2 0 2 sen dθ θ π � � � �� � � � � � 15 8 2 2 0 2cos θ π = 15 8 . Considere a seguinte integral e dAx y D 2 2��� em que D é o círculo unitário centrado na origem, isto é, D x y x y� � � � �� �, : 2 2 1 . Neste caso, não é possível determinar uma primitiva para a função f x y exy,� � � � 2 2 em coor- denadas Cartesianas para nenhuma das variáveis x ou y , pois, caso fosse possível, deveríamos encontrar uma função tal que dF z dz ez� � � 2 . No entanto, como o domínio, nesse caso, é circular, podemos utilizar a transformação por coordenadas polares e, enfim, será possível determinar o valor desta integral. Em primeiro lugar, a região D, sendo um círculo unitário, é dada em coordenadas polares pelas seguintes desigualdades 0 2θ π≤ ≤ 0 1r .≤ ≤ 2 EXEMPLO 51UNIDADE II Em termos de coordenadas polares, a integral pode ser reescrita e calculada como e dA re drdx y D r r2 2 2 2 2 2 0 2 0 1� ��� � �� π θ θ θcos sen � � �0 2 0 1 2π θre drdr 0 2 2 0 1 1 2 π θe dud u ru faze � � �� � ��� 1 2 0 1 0 2 e du θ π � �� �� 1 2 1 0 2 e dθ π � �� �p e 1 . Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use seu leitor de QR Code. Sabemos da geometria espacial que o volume de um cone é dado por 1 3 do produto entre a área da base do cone e sua altura. Isto é, o volume é dado por V A hbase� � 1 3 . Se o cone tem a base dada por um círculo de raio r , então a fórmula do volume é dada por V r h= p 2 3 . 3 EXEMPLO 52 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Nosso objetivo, aqui, é provar essa fórmula usando as integrais duplas. Para tal, precisamos de uma função que define o cone. Entretanto, lembre-se que estudamos essa função na Unidade 7 do Cálculo 1. A equação geral do cone circular é dada por z k x y2 2 2� �� � que pode ser vista na próxima figura. y x z -4 -2 0 2 4 -4 4 -2-4 -2 0 0 2 2 4 Figura 4 - Cone z k x y2 2 2� �� � com k =1 Fonte: os autores. Tirando a raiz quadrada dos dois lados, podemos escolher a parte positiva para re- presentar a parte superior do cone mostrado na figura anterior. Além disso, esco- lhendo a raiz quadrada da constante para ser k h r = , temos que a função z h r x y� �2 2 nos dá a parte superior do cone com altura h e raio r . Perceba que se calcularmos a integral desta função dentro do domínio D x y x y r� � � � �� �, : 2 2 2 , teremos exata- mente o volume da região abaixo do cone. Isto é, se queremos exatamente o volume do cone, temos que perceber que ele será dado pela diferença entre o volume do cilindro circular que o contém e a integral citada, logo 53UNIDADE II V r h h r x y dAcone D π 2 2 2�� Precisamos, agora, reescrever as desigualdades que representam o domínio D para finalmente calcularmos a integral. Nesse caso, temos que x y r r x y r x2 2 2 2 2 2 2� � � � � � � � . Além disso, fazendo y = 0, podemos encontrar a variação do x que, nesse caso, nos dá � � �r x r. Portanto, h r x y dA h r x y dy dx D r r r x r x2 2 2 2 2 2 2 2 . Como a região é simétrica em ambas as variáveis x e y, então podemos reescrever essa integral em uma forma mais simples dada por h r x y dA h r x y dy dx D r r r x r x2 2 2 2 2 2 2 2 + = +∫∫ ∫ ∫− − − − = +∫ ∫ −4 0 2 2 0 2 2h r x y dy dx r r x . . A primitiva desta função, com relação às variáveis x ou y , é bem trabalhosa e é uma ótima sugestão para ser calculada como exercício. Neste caso, é muito mais convenien- te trabalhar com essa integral fazendo a mudança para coordenadas polares. Como o domínio agora foi restringido a apenas a parte do círculo no primeiro quadrante, então nas coordenadas polares x � � �ρ θcos y sen� � �ρ θ temos que 0 2 θ π≤ ≤ 0 ρ r.≤ ≤ 54 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Além disso, temos também que em coordenadas po- lares x y2 2 2 2 2 2� � � �ρ θ ρ θ ρcos .sen Portanto, temos h r x y dA h r drd D r2 2 0 2 2 0 4 � ��� � �� π ρ θ � � � 4 2 3 3h r rp = 2 3 3phr . Finalmente, temos que o volume do cone é dado por V r h hrcone � �p p2 32 3 = πr h2 3 , que é a fórmula que aprendemos lá no ensino médio! Concluímos que as coordenadas polares podem ser aplicadas a uma integral dupla sempre que o do- mínio tiver uma forma circular ou anelar. Neste caso, a transformação permite reescrever as integrais de uma forma bem mais simples e até pode permitir calcular integrais que não seriam possíveis utilizando outros métodos. 55UNIDADE II Neste tópico, vamos trabalhar com integrais tri- plas calculadas em coordenadas cilíndricas. As coordenadas cilíndricas são nada mais que uma extensão das coordenadas polares, estudadas na seção anterior, no espaço tridimensional. Assim como as coordenadas polares permitiam escrever regiões circulares de forma mais simples no pla- no, as coordenadas cilíndricas irão nos permitir escrever regiões cilíndricas de forma mais simples no espaço. Neste caso, as fórmulas da transforma- ção para coordenadas cilíndricas são dadas por x rcos y rsen zz� � �θ θ Para podermos calcular a integral em coorde- nadas cilíndricas, é necessário saber como fica o elemento de volume dV em termos das novas coordenadas, assim como fizemos para o caso das coordenadas polares. Nas aulas a seguir, seremos capazes de mostrar, sem grandes dificuldades, que o elemento de volume em coordenadas cilíndricas é dado por dV rdzdrd= q, Integrais Triplas em Coordenadas Cilíndricas 56 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas no entanto, ele nada mais é que o produto do elemento de área em coordenadas polares e o dz (volume nada mais é que o produto entre a área da base e a altura, como podemos ver na Figura 5). r r r r r θ θ θ Z Z ∆ ∆ ∆ ∆ ∆∆ Figura 5 - Elemento de volume em coordenadas cilíndricas Fonte: os autores. Neste caso, uma região E no espaço sobre a qual estamos calculando a nossa integral se torna em coordenadas cilíndricas na forma E x y z x y D u x y z u x y� � � � �� � � � � � �� �, , , ,� , ,| 1 2 r z h r h u rcos rsen z u rcos, , ,θ α θ β θ θ θ θ θ| 1 2 1 2 rrsenθ . Note que estamos descrevendo a nova região em coordenadas cilíndricas consi- derando o conjunto D no plano xy . Contudo, podemos modificar este conjunto facilmente quando o conjunto D está em algum dos planos xz ou yz . Em termos das coordenadas cilíndricas, a integral tripla em coordenadas carte- sianas é reescrita como f x y z dV rf rcos rsen z dzdrd D h h u rco , , , , .� � � ����� � � � � � � α β θ θ θ θ θ 1 2 1 ss rsen u rcos rsen θ θ θ θ , , � � � � � 2 f x y z dV D , ,� ���� É importante não se esquecer de fazer o produto da função com as novas coordena- das por r na integral. Além disso, é bom sempre se certificar que todas as variáveis x e y também foram colocados nas coordenadas cilíndricas. 57UNIDADE II Neste primeiro exemplo, vamos determinar o valor da integral ydV E ∫∫∫ , em que E é a região no espaço que se situa abaixo do plano z x� �2 1 , acima do plano xy e entre os cilindros dados pelas equações x y2 2 1� � e x y2 2 4� � . Neste exemplo, não há muito o que fazer além de converter diretamente a região E e calcular a integral. Vamos começar obtendo o intervalo de variação da variável z em termos das novas coordenadas, temos então 0 2 1 0 2 1z x z rcos .θ Lembre-se que a região está acima do plano xy e, portanto, a variável z deve estar acima do plano z = 0,� consequentemente z ≥ 0 . Em seguida, a região D no plano é dada pela região entre os dois círculos x y2 2 1� � e x y2 2 4� � no plano xy , como podemos ver na Figura 6. x y -2 -2 -1 -1 0 0 1 2 1 2 Figura 6 - Anel que forma a região D no plano Fonte: os autores. Neste caso, como D x y x y� � � � � �� �, :1 42 2 , então podemos facilmente escrever as variações do ângulo e da distância em coordenadas cilíndricas que são dadas por 0 2 1 2≤ ≤ ≤ ≤θ π r 4 EXEMPLO 58 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Finalmente, podemos reescrever a integral em termos das novas coordenadas e assim y dV rsen rdzdrd E rcos ∫∫∫ ∫ ∫ ∫= ( ) − 0 1 2 0 2 2 1π θ θ θ � �� �� �0 2 2 1 2 2 1 π θ θ θr sen rcos drd� � � � ��� ��� �0 2 3 2 1 2 2 π θ θ θr sen r sen drd � � � �� �� � ��� 1 2 2 1 3 4 3 12 0 2 r sen r sen dθ θ θ π � � � �� �� � ��� 15 2 2 7 30 2 sen sen dθ θ θ π � � � � �� �� � �� 15 2 2 7 3 0 2 cos cosθ θ π = 0. Considere, agora, a integral tripla a ser calculada 2 2 4 4 2 2 2 2 2 2 y y x y x y xy dzdxdy Primeiramente, vamos analisar a região de integração dada. Em seguida, vamos reescrevê-la em coordenadas cilíndricas, o que certamente nos dará uma região transformada bem mais conveniente para efetuar o cálculo da integral. Observe que os intervalos de integração em variáveis Cartesianas são dados por � � �2 2�� ��y � � � � �4 42 2� � �� � �y x y x y z x y2 2 2 2 5 EXEMPLO 59UNIDADE II As duas primeiras desigualdades definem a região D no plano xy , que nada mais é que um círculo de raio 2. Note que da segunda desigualdade x y�� �� �4 2 podemos, elevando os dois lados ao quadrado, chegar que x y2 2 4� � . Desta forma, a região no plano é a parte interna de um círculo de raio 2. Logo, faz-se conveniente utilizar a mudança para coordenadas cilíndricas e, nesse caso, a região D fornece as seguintes desigualdades em coordenadas cilíndricas 0 2θ π≤ ≤ 0 2r .≤ ≤ Tudo o que resta fazer agora é converter os limites da variável z, mas isso não é di- fícil, pois x y z x y2 2 2 2� � � ��� � � � � � � � � � � � � � �rcos rsen z rcos rsenq q q q2 2 2 2�� � r z r2 . Vale observar que o limite inferior aqui é um paraboloide e o limite superior é um cone. Portanto, a região E que está sendo trabalhada é a porção da região entre estas duas superfícies. 60 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Finalmente, temos que a integral Cartesiana escrita em coordenadas cilíndricas toma a forma � � � � � � � � � � � �� � �2 2 4 4 2 0 2 0 2 2 2 2 2 2 2 y y x y x y r xy dzdxdy r rcos rsen� 0 π θ θθ θ� �� dzdrdr r 2 � � �� � �0 2 0 2 3 2 22 π θ θ r sen dzdrd r r � � � � �� � 1 2 2 0 2 3 0 2 2 π θ θz r sen drdr r � �� � � �� �12 20 2 4 5 0 2π θ θr r sen drd � � � � �� � � �� � �� 1 2 5 6 2 5 6 0 2 0 2 r r sen dθ θ π � � � � � �� 6 2 5 2 60 2 5 6 0 2 sen dθ θ π � � �� �� � �� 32 15 2 0 2 cos θ π = 0. Neste tópico, estudamos as coordenadas cilíndricas e pudemos observar como ela é, de fato, uma extensão natural das coordenadas polares para domínios tridimen- sionais. Veremos nas próximas seções desta unidade como realizar outros tipos de transformações convenientes para domínios tridimensionais e também como fazer a sua própria transformação para casos bem específicos. 61UNIDADE II Para entendermos melhor o que são as coorde- nadas esféricas, vamos começar escrevendo um domínio E esférico, que é limitado por uma es- fera de raio r centrada na origem. Isto é, essa região é definida pela desigualdade x y z2 2 2 2� � � r . Como, de certa forma, essa figura tem uma base circular, basta fazer z = 0 , podemos aplicar nela as coordenadas cilíndricas para obter o seguinte conjunto de desigualdades 0 2θ π≤ ≤ 0 r ρ≤ ≤ � � � � �r r2 2 2 2r z r . Você deve estar pensando agora que utilizar essa transformação é bem conveniente e que não tem nada demais em usá-la, afinal ela facilita, em mui- to, a escrita da região de integração. Se você pensou isso, você está totalmente correto! Perceba que, nessa nova configuração, o domínio no plano qr Integrais Triplas em Coordenadas Esféricas 62 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas é um domínio retangular, enquanto em z temos apenas essas raízes quadradas um pouco incômodas, mas que somos totalmente capazes de lidar com elas. Apesar de que reescrever o domínio em coordenadas cilíndricas já melhora em lidar com um domínio esférico, fica a seguinte dúvida no ar: será que não tem uma transformação da esfera que a transforma em um domínio totalmente retangular, como as coordenadas polares fazem com o círculo? A resposta é: sim, há! O nome dessa transformação é utilizando o sistema de coordenadas esféricas. Por meio delas, poderemos reescrever um domínio esférico em um domínio totalmente retangular, o que nos leva a dizer que as coordenadas esféricas são o equivalente tridimensional das coordenadas polares. Agora, precisamos definir como funciona esse novo sistema de coordenadas. Para tal, vamos utilizar a Figura 7 como referência. Nela podemos ver a relação entre o sis- tema de coordenadas Cartesianas e o sistema de coordenadas esféricas que desejamos construir. Além disso, como já havíamos observado anteriormente, as coordenadas esféricas se assemelham com as coordenadas polares no sentido de que iremos repre- sentar um ponto no espaço Cartesiano por meio de ângulos e distância até a origem. z y x ( x, y, z ) = ( ρ, θ, φ ) ρ φ θ r z Figura 7 - Sistema de coordenadas esféricas Fonte: os autores. 63UNIDADE II Por meio apenas das relações básicas da trigonometria, podemos verificar que um ponto x y z, ,� � no espaço e em coordenadas Cartesianas pode ser reescrito utilizando uma distância r e os dois ângulos distintos q e j por meio das seguintes relações: x cos sen= ρ θ ϕ y sen sen= ρ θ ϕ z cos= ρ ϕ x y z2 2 2 2� � � r . Assim como nas coordenadas polares, temos também algumas restrições sobre as novas coordenadas. Por exemplo, a distância r deve ser sempre positiva e os ângulos j e q devem satisfazer no máximo as seguintes variações ρ ϕ π θ π≥ ≤ ≤ ≤ ≤0 0 0 2 . Observe que essas variações angulares fazem sentido, pois o ângulo q varia no pla- no, logo tem que dar uma volta completa. No entanto, o ângulo j não precisa dar uma volta completa, caso contrário a parametrização que escolhemos daria duas voltas para cobrir toda a esfera (consegue enxergar isso?). Portanto, esse ângulo só pode variar até p. Para facilitar o entendimento e visualização das desigualdades, vamos considerar a seguinte região E dada por uma cunha esférica. Neste caso, as variações de ângu- lo e distância são dadas por a bρ≤ ≤ α θ β≤ ≤ δ γ≤ ≤ϕ Na Figura 8, temos um esboço de uma cunha esférica em que o limite inferior para ambas as variáveis r e j são nulas, isto é, a = 0 e d = 0 nas equações anteriores. Apesar de estarmos fazendo essa escolha apenas para efeitos de referência, veremos que boa parte das regiões de integração esféricas que iremos trabalhar se encaixará neste modelo. 64 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Perceba que essa região E nada mais é que a interseção entre uma esfera e um cone. Assim como mostramos que o elemento de área em coordenadas polares era dado por dA rdrd= q através da análise de um pequeno elemento de área de um setor circular, precisamos fazer análise similar também com o novo sistema de coordenadas esféricas. Veremos que, em coordenadas esféricas, também temos que o elemento de volume deve satisfazer uma determinada relação nas novas variáveis, neste caso, diferente daquela obtida para coordenadas polares. Para encontrarmos o elemento de volume no novo sistema de coordenadas, precisaremos analisar o volume de uma cunha esférica como mostrado na Figura 9. x y z ρ ρ ρ ρ ρ sin sin θ θ θ + O ∆ ∆ φ ∆ ∆ ϕ ϕ ϕ Figura 9 - Elemento de volume em coordenadas esféricas Fonte: os autores. x y z Figura 8 - Cunha esférica Fonte: os autores.Cunha esférica 65UNIDADE II Com bastante esforço, é possível verificar geometricamente que o volume da cunha esférica observada em destaque na Figura 9 é dado por � � � �� � �V senρ ϕ ρ ϕ θ2 . Logo, fazendo o limite para as variações dos ângulos e distância irem a zero, temos que o elemento de volume em coordenadas esféricas tem que ser dado por dV sen d d d� � �ρ ϕ ρ ϕ θ2 . Finalmente, dada uma integral tripla de uma função contínua f x y z, ,� � em uma região no espaço E , então em coordenadas esféricas a integral em coordenadas Cartesianas é reescrita como f x y z dV sen f cos sen sen sen cos d d E y , ,( ) ( )=∫∫∫ ∫δ ρ ρ θ θ ρ ϕ ρ 2 ϕ θ α β d a b ∫∫ ϕ ϕ ϕ, , observando que a b, , ,� ,� ,�α β γ δ não são, necessariamente, constantes.É possível definir o ângulo ϕ de forma diferente. Em alguns casos, é possível en- contrar na literatura ϕ como sendo definido entre as retas de comprimento ρ e r, na Figura 7. Essa outra forma leva a diferentes equações para as coordenadas esféricas e consequentemente uma integral transformada diferente da encontrada logo acima. Você consegue mostrar como ficaria a integral nessa nova situação? Após ver a integral resultante, a mudança para coordenadas esféricas pode não parecer muito promissora. No entanto, veremos nos exemplos a seguir que essa mudança faz toda a diferença quando o domínio é esférico. Como primeiro exemplo, vamos calcular a fórmula do volume de uma esfera de raio r.� Para tal, precisamos calcular a integral 1dV E ,∫∫∫ em que a região no espaço E é a região limitada pela esfera de equação x y z r2 2 2 2� � � . Estamos escolhendo uma esfera com centro na origem para facilitar a nossa análise. Entretanto, teori- camente ,poderia ser uma esfera centrada em qualquer ponto no espaço. Para que consigamos varrer todos os pontos de E, é necessário que, na mudança para as 6 EXEMPLO 66 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas coordenadas esféricas, as variáveis r , q e j satisfaçam as seguintes desigualdades 0 ρ r≤ ≤ 0 2θ π≤ ≤ 0 ϕ π.≤ ≤ Lembrando que, após a mudança para coordenadas esféricas, o elemento de volume Cartesiano é igual a dV sen d d d� � �ρ ϕ ρ ϕ θ2 , então o volume da esfera deve ser dado por V dV E = ∫∫∫ 1 � � � �� � �0 2 0 2 0 1 π π ρ ϕ ρ ϕ θsen d d d r � � �� � �0 2 0 2 0 π π ρ ϕ ρ ϕ θsen d d d r � � � �� � � �� � �� �0 2 3 0 0 3 π π ρ ϕ ϕ θ r sen d d � � � ��� ��� r d 3 00 2 3 cos ϕ θ ππ � � �� �� r d 3 0 2 3 2 θ π � � 2 3 3 0 2 r dθ π = 4 3 3pr , que é a conhecida fórmula do cálculo do volume da esfera! 67UNIDADE II Vamos, agora, considerar a seguinte integral 0 3 0 9 2 2 218 2 2 2 2 2 � � � � � � � � �� �y x y x y x y z dzdxdy para entendermos as vantagens do uso das coordenadas esféricas. Inicialmente, vamos analisar a região de integração para, em seguida, convertê-la para as coordenadas esféricas. Temos que os limites de integração nas variáveis Cartesianas são dadas por 0 3y≤ ≤ 0 9 2� � �x y x y z x y2 2 2 218+ ≤ ≤ − − . As duas primeiras desigualdades dadas nos fornecem as informações necessárias so- bre a parte da região E no plano xy . A segunda desigualdade, que nos dá a variação da variável x, nos informa que estamos na metade direita de um círculo de raio 3 com centro na origem, pois x y2 2 33� � . Pela primeira desigualdade, temos que a variável y está sendo restrita a valores positivos e menores que 3. Desta forma, temos que a região no plano xy de E é a parte de um disco de raio 3, que se encontra exatamente no primeiro quadrante do plano xy . Portanto, uma vez que o domínio plano D está no primeiro quadrante, então a região no espaço E deve estar no primeiro octante. Além disso, essa informação nos indica que a variável q, das coordenadas esféricas, deve satisfazer à seguinte desigualdade 0 2θ π / .≤ ≤ Agora, vamos ver o que o intervalo para a variável z nos diz. O limite inferior, x y2 2+ , nada mais é que a metade superior de um cone z x y2 2 2� � , enquanto o limite superior, � 18 2 2− −x y , é a metade superior da esfera, x y z2 2 2 18� � � . Assim sendo, temos que a variação do raio r é dada por 0 18 3 2� � �r . 7 EXEMPLO 68 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Finalmente, o que nos falta é o intervalo de variação para j . Há duas formas de obtermos esse intervalo. Uma das formas é encontrando a interseção entre o cone e a esfera. Como a equação do cone é z x y2 2 2= + então, substituindo na equação da esfera, temos x y z2 2 2 18� � � � � �z z2 2 18 � �2 182z � �z2 9 � �z 3. Observe que podemos assumir que a variável z é positiva, afinal a região E corres- ponde à parte da esfera sobre o plano xy e no primeiro octante. No ponto de inter- seção entre a esfera e o cone, temos que r = 3 2 . Além disso, temos que z = 3, e em coordenadas esféricas a variável z satisfaz z cos= ρ ϕ, assim substituindo, temos que o ângulo j deve ser limitado ρ ϕcos = 3 � �3 2 3cosj � � �cosj 1 2 2 2 � �ϕ π 4 . Logo, o ângulo j deve satisfazer à seguinte desigualdade 0 4 ϕ π .≤ ≤ 69UNIDADE II Finalmente, temos que a integral que desejamos calcular pode ser reescrita em coor- denadas esféricas em uma forma que ficará muito mais simples, dada por 0 3 0 9 2 2 2 0 2 18 0 44 2 2 2 2 2 � � �� � � � � � � �� � � � �y x y x y x y z dzdxdy sen d π π ρ ϕ ρdd dϕ θ 0 3 2 � � � � � �� �15 02 5 0 3 2 0 4 π π ρ ϕ ϕ θsen d d � � �� � 972 2 5 0 2 0 4 π π ϕ ϕ θsen d d � �� �� 972 2 5 0 4 0 2 cos dϕ θ ππ � � � � � �� � � ��� 972 2 5 1 2 20 2 dθ π � � � � �� � � �� 972 2 5 1 2 2 2 p . Com isso, concluímos este tópico sobre coordenadas esféricas. No próximo tópico, mostraremos uma fórmula geral para determinarmos o elemento de volume para uma transformação qualquer e provaremos, sem necessidade de nenhum argumento geométrico, como são obtidos os elementos de volume e área para as mudanças de coordenadas construídas. Para entendermos melhor como realizar as mu- danças de variáveis em integrais múltiplas, vamos, inicialmente, fazer um paralelo com o Cálculo 1. Tínhamos, naquele curso, uma regra da substitui- ção na integral que nos dizia que f g x g x dx f u du a b g a g b� �� � � � � � � �� �' ,( ) ( ) em que u g x� � � . Essencialmente, o que está acontecendo é que temos uma integral em termos da variável x e que podemos transformá-la em uma nova integral apenas na variável u. Assim, se é conhecida a primitiva da função f u� � , podemos resolver facilmente o problema dado. No entanto, perceba que, ao transformar a integral da variável u em uma integral na variável x, obtemos o fator g x'� � multiplicando o integrando. Fazendo um paralelo com as integrais em coordenadas esféri- cas e cilíndricas, esse du g x dx� � �' seria o equi- valente aos elementos de área de volume encon- trados dA rdrd= q e dV sen d d d� � �ρ ϕ ρ ϕ θ2 . Mudança de Variáveis 71UNIDADE II No caso das integrais múltiplas, embora muitas vezes a razão para a mudança de variáveis seja obter um integrando que possamos calcular nas novas variáveis, temos uma outra razão mais importante que é converter uma região dada em outra muito mais conveniente de se trabalhar. Quando fizemos, nas seções anteriores, as mudan- ças de variáveis para coordenadas polares, cilíndricas ou esféricas, não estávamos preocupados com essa mudança no domínio, uma vez que era bem fácil determinar os novos limites de integração com base na nova região, pois eram todos, de alguma forma, retangulares. No entanto, isso nem sempre é o caso. Então, antes de se mudar para novas variáveis nas integrais múltiplas, primeiro precisamos ver como a região fica nas novas variáveis. Além disso, outro fato importante da mudança de variáveis nas integrais múltiplas é como determinar o novo elemento de área e volume, como fizemos para os sistemas de coordenadas polares, cilíndricas e esféricas. Aqui, começaremos com um exemplo de como uma região se transforma depois de uma mudança de variáveis. Desta forma, considere uma região, R , nas coordenadas xy e vamos transformá-la, neste exemplo, em uma nova região S em coordenadas uv . Isto é, vamos determinar a nova região S obtida por meio da aplicação de uma transformação dada à região R. Considere a região R como sendo a região fechada no plano que é delimitada pelas seguintes retas y x� � �� 4 y x�� � �1 y x� � 3 4 3 . A região R definida pelas retas pode ser observada na Figura 10: -3 -3-4 -2 -2 -1 -1 1 1 2 2 3 3 4 x y 3 2 5, 2( ( ( ( x 3 4 3 7 5 22 y = y = - x + 4 y = x + 1 ( 4, 0 ) Figura 10 - Região R Fonte: os autores. 8 EXEMPLO 72 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Temos que aregião dada é um triângulo. Apesar de não ser uma região complicada, é possível transformá-la em uma região mais simples. Para tal, vamos considerar a seguinte x x u v u v� � � � �� �, 1 2 y y u v u v� � � � �� �, .1 2 Queremos saber o que acontece com a região R sujeita à transformação dada. Desta forma, o que vamos fazer é aplicar a transformação em cada uma das retas que defi- nem as arestas do triângulo e ver onde chegamos. Começamos com a reta y x� � � 4. Substituindo a transformação dada, temos 1 2 1 2 4u v u v�� � � � �� � � � � � � � �u v u v 8 � �2 8u � �u 4. Percebemos que a primeira fronteira transformada é reduzida a uma equação bem mais simples. Agora, vamos verificar o que acontece com a reta y x� �1, que nos dá 1 2 1 2 1u v u v�� � � �� � � � � � � �u v u v 2 � � �2 2v � � �v 1. Mais uma vez, temos uma equação muito mais simples do que aquela que começamos a trabalhar. Finalmente, transformando y x� �/ /3 4 3 , obtemos 1 2 1 3 1 2 4 3 u v u v�� � � �� �� � � � � � � � � � � �3 3 8u v u v � � �4 2 8v u � � �v u 2 2. 73UNIDADE II Neste caso, obtivemos algo semelhante ao que já tínhamos inicialmente, no entanto, quando olhamos para a região S transformada, percebemos que obtemos um triângulo bem mais simples de trabalhar que o dado pela região R, como podemos ver na Figura 11, afinal este é retângulo e dois de seus lados são paralelos aos eixos coordenados. 4 3 2 2 2 1 -1 2-2-4-6 4 ν ν = -1 ν = υ = 4υ υ + ( -6, -1 ) ( 4, -1 ) ( 4, 4 ) Figura 11 - Região transformada S Fonte: os autores. Note que nem sempre podemos esperar que iremos transformar um tipo específico de região (um triângulo, por exemplo) para o mesmo tipo de região. É completamente possível vermos um triângulo se transformar em uma região em que cada uma das extremidades são curvas e que de forma alguma se assemelha a um triângulo. Vimos isso na transformação em coordenadas polares e esféricas, em que transformávamos regiões circulares em regiões retangulares. Observe que, no exemplo anterior, pegamos uma região bidimensional que teria sido um pouco mais difícil e trabalhoso de integrar e a convertemos em uma região que seria possivelmente mais simples à integração. Como observamos no início deste exemplo, este é, muitas vezes, o objetivo da transformação. Além de simplesmente converter o integrando em algo mais simples de se trabalhar, é conveniente também, muitas vezes, transformar a região em uma que é muito mais fácil de lidar. Agora que nós vimos um exemplo de como as regiões se transformam, precisamos falar sobre como realmente fazemos a mudança de variáveis dentro da integral. Vamos começar com as integrais duplas, mesmo porque a versão em integrais triplas é aná- loga. A fim de realizar a mudança de variáveis em uma integral dupla, precisaremos do que é conhecido como o Jacobiano da transformação. Dada uma transformação de variáveis x g u v� � �, e y h u v� � �, , o Jacobiano da transformação é definido pelo determinante J x u x v y u y v � � � � � � � � � . 74 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas De posse do Jacobiano da transformação, podemos apresentar a fórmula para a mudança de variáveis para uma integral dupla. Suponha que queremos integrar a função contínua f x y,� � sobre a região R. Assim, considerando a transformação x g u v� � �, e y h u v� � �, , então a região R é transformada em S e a integral se torna f x y dA f g u v h u v J dudv R S , , , ,� � � � � � �� ��� �� Note que usamos dudv em vez de dA na integral para deixar claro que estamos agora com a integração nas novas variáveis u e v . Observe que na fórmula é tomado o valor absoluto do Jacobiano. Faça o cálculo do Jacobiano para coordenadas esféricas e verifique que ele, neste caso, é negativo, diferentemente do elemento de volume que calculamos na seção anterior. Logo, o módulo da fórmula não pode ser esquecido ou desconsiderado! Vamos mostrar aqui, usando o teorema da mudança de variáveis, que, na transforma- ção em coordenadas polares, temos que o elemento de área dA é transformado em rdrdq, como já havíamos feito na aula sobre coordenadas polares. A transformação em coordenadas polares é dada por x rcos y rsen= =θ θe Então, seu Jacobiano é J x r x y r y � � � � � � � � � q q � �cos rsen sen rcos q q q q � � �� �rcos rsen2 2q q � �� �r sencos2 2q q = r. 9 EXEMPLO 75UNIDADE II Temos, então que dA J drd r drd rdrd= = =q q q. Assim, a fórmula que usamos na aula sobre integrais em coordenadas polares estava correta. Vamos, agora, fazer alguns exemplos com integrais de fato. Vamos calcular a R f x y dA( )∫∫ em que R é um losango com vértices dados pelos pontos 0 0, ,� � 5 0, ,� � 5 2 5 2/ , /� � e 5 2 5 2/ , / ,�� � utilizando a transformação x u v� �2 3 e y u v� �2 3 . Começamos com um esboço da região R e vamos determinar as equações para cada um dos lados do losango. y x ( 0, 0 ) ( 5, 0 ) 1 1 2 3 4 5 -1 -2 -3 2 3 y = x y = -x + 5 y = -x y = -x -5 5 2 5 2,( ( 5 2 5 2,( ( Figura 12 - Região de integração R Fonte: os autores. Cada uma das equações das retas mostradas na Figura 12 foram encontradas usando o fato de sabermos dois pontos em cada reta. Enquanto nós poderíamos calcular essa integral em termos de x e y, o cálculo envolveria dividir a integral e duas integrais e isso nos daria algum trabalho. Então, usando a transformação, veremos no que dá. Vamos, assim como no primeiro exemplo, substituir a transformação em cada uma das equações anteriores e ver o resultado. 10 EXEMPLO 76 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Começamos com y = x, temos 2 3 2 3u v u v� � � � �6 0v � �v 0. A transformação y x� � é semelhante, assim 2 3 2 3u v u v� � � �� � � �4 0u � �u 0. Em seguida, transformando � y x� � � 5 , 2 3 2 3 5u v u v� � � �� � � � �4 5u � �u 5 4 . Finalmente, a reta y x� � 5 fica 2 3 2 3 5u v u v� � � � � � � �6 5v � �v 5 6 . 77UNIDADE II Temos, que a região transformada S é dada por um retângulo cujos lados são u = 0, v = 0 , u = 5 4/ e v = 5 6/ e a variação das variáveis u e v é 0 5 4 0 5 6 u ve≤ ≤ ≤ ≤ Agora, o próximo passo é determinar o Jacobiano desta transformação, que é J x u x v y u y v � � � � � � � � � � � 2 3 2 3 � � �6 6 � �12. Finalmente, temos que a integral é dada por R x y dA u v u v dudv+( ) = +( ) + −( )( ) −∫ ∫0 5 6 0 5 4 2 3 2 3 12∫∫ � � �0 5 6 0 5 4 48u dudv� � � �� 24 2 0 5 4 0 5 6 u dv � � �75 2 0 5 6v = 125 4 . 78 Integrais Múltiplas em Outros Sistemas de Coordenadas Vamos brevemente falar sobre as integrais triplas. Suponha que seja dada uma região R, agora no espaço, e a transformação x g u v w� � �, , , y h u v w� � �, , e z k u v w� � �, , para transformar R na região S. De forma análoga às integrais duplas, temos que determinar o Jacobiano desta transformação que, neste caso, será um determinante 3 3× dado por J x u x v x w y u y v y w z u z v z w � � � � � � � � � � � � � � � � � � � . Finalmente, a integral relacionada a essa transformação é dada por f x y z dA ff g u v w h u v w k u v w J dudvdw R S , , , , , , , , ( , , .� � � � � � �� ��� �� É um ótimo exercício verificar que o Jacobiano das coordenadas cilíndricas e esfé- ricas, por exemplo, coincidem com aqueles encontrados nas seções anteriores e são dados, respectivamente, por J rndricas =í J senes ricas = − ( )ρ ϕ2 .fé Encerramos a unidade sobre mudança de variáveis nas integrais múltiplas. Estudamos as coordenadas polares, cilíndricas, esféricas e também o teorema de mudança de variáveis. Esses teoremas são de fundamental importância, pois muitos problemas práticos das ciências aplicadas, como engenharia e física, se passam em sistemas de coordenadas convenientes e veremos nas unidades a seguir várias aplicações dos assuntos aqui tratados. 79 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 1. Utilizando coordenadas
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