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unidade VI Biomas e políticas ambientais

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Prévia do material em texto

Biogeografia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Adriana Furlan
Revisão Textual:
Profa. Ms. Alessandra Fabiana Cavalcanti
Biomas e Políticas Ambientais
• Introdução
• Mudanças de ritmo da sociedade e alteração dos biomas
• Extinção de espécies – interferência antrópica
 · Identificar as transformações da sociedade moderna, as causas e as 
consequências das alterações ocorridas nos biomas no Brasil e no 
mundo, bem como as políticas ambientais das últimas décadas
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Caro(a) aluno(a)!
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre um importante tema 
“Biomas e Políticas Ambientais”.
Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material 
complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para 
registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao 
seu tutor.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais 
interativo possível, na pasta de atividades, você também encontrará as 
atividades de Avaliação, uma Atividade Reflexiva e a videoaula. Cada material 
disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por favor, estude 
todos com atenção!
ORIENTAÇÕES
Biomas e Políticas Ambientais
UNIDADE Biomas e Políticas Ambientais
Contextualização
Leia a notícia a seguir. Atente para a polêmica em torno dos dados e das 
informações sobre os índices de desmatamento.
Notícia disponível em: http://goo.gl/HpXJzi
Ex
pl
or
6
7
Introdução
As espécies vivas que atualmente conhecemos constituem uma ínfima parcela 
das que existiram. Estudos de Paleontologia revelam uma diversidade de vida imensa 
que existiu no passado, tendo uma parcela significativa preservada na forma de 
fósseis, e que por razões diversas desapareceram do nosso planeta.
Dentre essas mudanças que levaram à extinção de diversas espécies da flora e 
da fauna terrestre e aquática, podemos citar a formação/destruição de montanhas, 
erupções vulcânicas, queda de meteoros, transgressão e regressão marinha, 
congelamento e degelo de partes do planeta e o surgimento do ser humano.
Muitas das transformações que levaram à extinção ou à redução da flora e da 
fauna têm se processado desde o surgimento da vida na Terra. A própria natureza 
passa por períodos de mudança em seu ritmo e dinâmica e, nestes momentos, as 
formas de vida se transformam e se adaptam ou desaparecem.
Um dos exemplos destas mudanças são as grandes extinções em massa ocorridas 
há milhões de anos, dentre as quais os dinossauros foram extintos.
Com o aparecimento da espécie humana, outro tipo de mudança começou a 
ocorrer. Com o passar dos milhares de anos e o adensamento dos agrupamentos 
humanos o ritmo das transformações se acelerou, mas, embora em diferentes 
intensidades, estas transformações sempre existiram. Assim é importante que 
consideremos a interferência humana nas transformações ocorridas na natureza 
com certa relatividade e não atribuamos a esta espécie a modificação das demais, 
como se este fosse o único agente de mudanças existente.
Desta forma, precisamos considerar, também, a diferença existente entre o 
tempo geológico e o tempo social (considerando-se que as diferentes sociedades 
do passado e do presente se relacionam com o tempo de forma distinta).
As transformações da natureza apresentam um ritmo mais lento em relação 
ao tempo social (humano, de nossa percepção ou controlado pelo relógio e pelo 
calendário), mas podemos observar a existência de fenômenos que em “instantes” 
podem transformar significativamente a paisagem (tsunamis, erupções vulcânicas, 
por exemplo).
Assim, precisamos considerar os diferentes ritmos da natureza e das sociedades 
para entendermos de que forma as mudanças se processam e de que forma as 
conseguimos perceber.
Os nossos referenciais teóricos e nossas experiências sociais mudam rapidamente 
em função de uma série de fatores, dentre os quais, e com grande importância, 
estão as transformações tecnológicas em curso, principalmente, nos últimos anos, 
tendo como exemplos a manipulação da vida, desde a produção de sementes e de 
animais em laboratórios, até os experimentos da medicina.
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UNIDADE Biomas e Políticas Ambientais
Assim, muitas coisas parecem estar se desestruturando e somos levados a um 
ponto de vista centrado no que estamos perdendo, mas, embora difícil, precisamos 
nos ater, também, no que está surgindo, na positividade que está emergindo e 
criando uma nova estruturação.
Mudanças de ritmo da sociedade e 
alteração dos biomas
Nem todas as mudanças ambientais devem ser consideradas negativas. Muitas 
delas permitem que alterações positivas ocorram tanto para a vida vegetal quanto 
para a vida animal. A abertura de uma clareira em uma floresta, por exemplo, 
permite que espécies que precisem de luz solar para se desenvolver possam surgir.
Assim, existem os impactos ambientais negativos, mas também os positivos, 
sejam estes realizados pela própria natureza ou pelas sociedades.
Temos presenciado em nossa sociedade muitos debates e discussões sobre as 
consequências negativas dos impactos gerados sobre a natureza, mas também 
podemos observar ações positivas em relação a estes.
Segundo Gonçalves (2008), essas considerações nos levam à necessidade de 
superar as duas concepções de natureza que predominam na sociedade ocidental: 
ou a natureza é o lugar onde todos lutam contra todos, onde impera a “Lei da 
Selva” ou a natureza é o lugar da bondade e da harmonia. Assim, é preciso romper 
com o pensamento simplificador e excludente e afirmar a complexidade, ou seja, 
é necessário analisar e interpretar sempre as versões e as visões que estão postas 
nos debates sobre a natureza e os impactos que são causados a ela.
Uma das maiores riquezas que permeia nossa sociedade não é de ordem 
material, mas sim imaterial: a informação, sendo que esta significa riqueza, valor e 
a tecnologia da informação, conforme afirma Santos (2001), está fazendo com que 
mudemos de sociedade, pois a tecnologia se concretiza, quanto mais o processo se 
amplia, mais essa sociedade nova desestrutura a anterior, desestruturando também 
os valores da sociedade “antiga”.
Conforme Santos (2001), além das inovações estamos vivenciando (desde a 
segunda metade do século XX) a aceleração no ritmo de vida, de produção e 
de consumo.
Levando-se esta perspectiva para os termos da relação sociedade e natureza, 
podemos afirmar que o consumo dos recursos naturais está cada vez mais acelerado.
Devemos considerar que este consumo, além de acelerado é constante, pois “o 
mundo não para”. Enquanto de um lado do planeta as pessoas estão dormindo, 
do outro já estão produzindo, em um ciclo constante. As fábricas e as pessoas 
funcionam 24h, nesta perspectiva.
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A obsolescência programada dos produtos acarreta maior consumo de recursos. 
No passado, não tão distante, os produtos eram feitos para durar, mas o que 
vivenciamos atualmente é o descarte rápido dos produtos, seja pela sua qualidade não 
tão duradoura ou pela substituição por produtos mais avançados tecnologicamente.
Além dos recursos da natureza que são consumidos com grande velocidade 
(alterando os biomas na medida em que estes se tornam cada vez menores em 
função da pressão sobre eles), temos a mudança dos ritmos de vida que todos nós 
vivenciamos e somos absorvidos pelas novas necessidades criadas, o que Karl Marx 
denominou como necessidades socialmente criadas.
Nesta perspectiva, quanto mais consumimos (incluindo produtos que não temos 
certeza de que necessitamos) mais a natureza (os biomas) é consumida.
Extinção de espécies – interferência 
antrópica
Por conta do que acabamos de apresentar, as áreas ocupadas pelos biomas no 
Brasil e no mundo estão sendo cada vez mais reduzidas, tendo como consequência 
mais imediata a alteração na dinâmica da flora e da fauna destas áreas, além da 
extinção de espécies.
Observe na figura 1 que entre 2003 e 2014 houve um aumento imenso no 
número de espécies animais em risco de extinção.Figura 1: Comparação de números de espécies animais ameaçadas de extinção
Fonte: www.icmbio.gov.br
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UNIDADE Biomas e Políticas Ambientais
Os animais em risco de extinção são consequência direta da extinção de seus 
habitats, ou seja, dos biomas onde vivem. Os fatores que afetam a flora e a fauna 
colocando-as em risco de extinção são variados. Observe na figura 2 a participação 
de cada um dos principais fatores de risco nos diferentes biomas do Brasil.
Figura 2 – Fatores que contribuem para o risco de extinção de espécies
Fonte: www.diarioliberdade.org
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), atualmente, as principais 
causas de extinção de espécies animais “são a degradação e a fragmentação de 
ambientes naturais, resultado da abertura de grandes áreas para implantação de 
pastagens ou de agricultura convencional, de extrativismo desordenado, de expansão 
urbana, de ampliação da malha viária, poluição, de incêndios florestais, de formação 
de lagos para hidrelétricas e de mineração de superfície.” Estes fatores reduzem o 
total de habitats disponíveis às espécies e aumenta o grau de isolamento entre suas 
populações, o que dificulta a troca genética e, eventualmente, a extinção de espécies.
Além destas causas, o MMA aponta outro fator importante que leva espécies 
à extinção. Trata-se da introdução de espécies exóticas, ou seja, aquelas espécies 
animais ou vegetais que se instalam em locais onde não são naturalmente encontra-
das. Muitas dessas espécies tornam-se pragas, proliferando sem controle natural, 
pois não existem predadores para elas.
O grande problema e fato constatado é de que hoje em dia essas espécies 
invasoras representam um grande risco à biodiversidade no Planeta.
Como estas espécies chegam em lugares diferentes daqueles de sua origem? De 
que forma nossa sociedade contribui para esse fato que ameaça a biodiversidade 
nativa? As maneiras pelas quais essas espécies chegam e se instalam nas novas 
localidades são diversas. Com o aumento das viagens e do comércio internacional, 
muitas vezes plantas e animais são translocados para áreas distantes de sua origem de 
formas que podem passar desapercebidas pelos seus transportadores. Um exemplo 
desse transporte é a água de lastro de navios. Os navios devem encher seus tanques 
com água para navegar com maior estabilidade e, neste momento em que estão 
captando água e organismos marinhos (e até terrestres levados para o mar), podem 
estar nesta água. A legislação internacional impõe que a água dos navios seja trocada 
em alto mar (para evitar esse problema), mas muitos navios não cumprem a lei e 
trocam suas águas próximo à zona costeira de seu desembarque, o que faz com que 
os organismos sejam carregados para a costa (do destino) e ali se instalam.
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Outros casos incluem o fato de espécies serem intencionalmente introduzidas, 
como plantas para agricultura e pastagem, plantas ornamentais e introdução de 
organismos para controle biológico, entre outros. Há também casos de espécies 
que são intencionalmente introduzidas apenas no cativeiro, porém “fogem” para 
o meio ambiente. Temos ainda a ocorrência de introduções acidentais, onde não 
existe controle na introdução da espécie.
Vejamos um caso muito significativo desta interferência antrópica (negativa) nos 
biomas, alterando a biodiversidade local.
A Austrália tem, atualmente, 56 espécies de animais cuja proliferação os colocou 
na categoria de pragas (figura 3 e 4). Os gastos anualmente para reparar os danos 
ambientais, econômicos e sociais causados por esses animais são imensos.
Figura 3: Originários da América do Sul, os sapos-cururus, com a cabeça salpicada de veneno,
provocaram o desaparecimento de mais da metade dos crocodilos da Austrália
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 4: Os gatos selvagens, que teriam chegado ao país com europeus no século XVIII,
caçam espécies nativas da região, como pássaros e mamíferos de menor porte, além de
transmitirem doenças para os outros animais, como toxoplasmose
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Biomas e Políticas Ambientais
No Brasil, esta situação também ocorre: várias espécies invasoras, introduzidas 
por diversas razões, desde econômicas até pelo trânsito de navios na costa do país, 
podem causar danos sociais e ambientais.
Vejamos alguns exemplos.
A braquiária, também conhecida como capim-marandu, está presente em 
pastagens de todo o país e foi introduzida, durante o século XX, após a importação 
de sementes originárias da África. O impacto na vegetação original no cerrado foi 
imenso, sendo que grandes áreas desse bioma foram substituídas pela braquiária. 
Essa espécie foi introduzida com finalidade econômica, mas foi semeada sem 
nenhum estudo prévio (figura 5).
Figura 5: Braquiária na região do bioma Cerrado
Fonte: Wikimedia Commons
A abelha africana foi introduzida em todo o Brasil por iniciativa governamental, 
a fim de aumentar a produção de mel do país. O problema é que essa abelha 
espalhou-se rapidamente pelo Brasil e por toda a América do Sul. Pela sua facilidade 
de adaptação a diversos ambientes (esta abelha é considerada uma espécie bastante 
agressiva) houve a expulsão das espécies nativas, como o tucano e a arara, de seus 
habitats, gerando um grande problema ambiental. Por ser muito difícil de controlar, 
sua presença gera consequências ambiental e social bastante graves (figura 6).
Figura 6 – Abelha africana, tornou-se praga no Brasil
Fonte: Wikimedia Commons
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Estes exemplos nos fazem refletir sobre o tipo de relação que nossa sociedade 
está estabelecendo com a natureza. Além de sua destruição direta enfrentamos, 
ainda, a degradação indireta dos ambientes e da biodiversidade. Nosso modelo de 
desenvolvimento capitalista, com o crescimento econômico se sobrepondo a todas 
as demais necessidades sociais tem mostrado muitas consequências negativas e 
algumas (como a extinção de espécies) irreversíveis.
Desde a segunda metade do século XX, ao mesmo tempo em que a degradação 
ambiental entrou em um ritmo acelerado e nunca visto antes, diversas ações foram 
tomadas para que os problemas fossem estudados, amenizados ou eliminados.
Veremos a seguir algumas das políticas ambientais das últimas décadas.
Políticas ambientais das últimas décadas
Vamos retomar a discussão sobre a importância da informação (a qual pode ser 
considerada a mercadoria dos novos tempos) e acrescentar um novo dado: a impor-
tância da biodiversidade no sistema capitalista, o caso das indústrias farmacêuticas.
Se não houver preservação da biodiversidade, o futuro destas empresas estará 
ameaçado, pois pesquisas (das quais podem surgir novos medicamentos) podem 
deixar de existir, uma vez que animais e plantas desapareçam.
Na perspectiva da mudança de ritmo que vivemos em nossa sociedade, que, 
também, discutimos anteriormente, devemos considerar que nossa percepção 
é modificada pela tecnologia. A tecnologia altera nosso ritmo de vida e nossa 
percepção sobre todas as coisas.
O que a mudança de ritmo e a informação tem a ver com a biodiversidade e as 
políticas públicas relativas ao meio ambiente?
Devemos considerar que o ritmo da sociedade e como as coisas se processam é, 
por um lado, compartilhado por todos os indivíduos desta mesma sociedade, mas 
por outro, é percebido de forma distinta, pois cada indivíduo é ao mesmo tempo 
um ser social e individual (único).
Assim, as políticas públicas criadas por nossa sociedade, relacionadas à natureza, 
são resultados da percepção que determinados indivíduos (ou um grupo destes) têm 
da natureza e da relação desta sociedade com ela.
Muitas das políticas criadas para o meio ambiente acabam por ser de difícil 
implantação, justamente, por conta da diversidade de olhares e de formas de pensar 
a relação de indivíduos (ou um grupo deles) com a natureza. Assim, não basta criar 
determinada política para o meio ambiente, mas é necessário que fossem consideradas 
estas particularidades que podem facilitar ou dificultar sua implantação.
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UNIDADEBiomas e Políticas Ambientais
Um exemplo disso: a não assinatura do Protocolo de Kioto por parte dos 
Estados Unidos, maior emissor de gases do mundo, alegaram que a redução 
da atividade industrial (mesmo que poluente) comprometeria o desenvolvimento 
econômico do país.
Importante!
A ideia de reduzir, em todo o planeta, as emissões de gases poluentes começou a ser 
delineada na Conferência de Mudanças Climáticas, em 1980, em Toronto, no Canadá, e 
foi referendada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, 
ocorrida em 1992, no Rio, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, a Rio 92. Mas somente em 1997, surgiria um documento com prazos 
e metas: o Protocolo de Kyoto.
O texto prevê uma redução global das emissões dos principais gases poluentes 
de 5,2% sobre o nível de 1990, em 15 anos. A redução seria feita apenas por países 
industrializados, em cotas diferenciadas de até 8%, entre 2008 e 2012.
O Protocolo de Kyoto foi aberto para assinaturas em 11 de dezembro de 1997, e 
ratificado em 15 de março de 1999, mas só entrou em vigor em 16 de fevereiro de 
2005, quando os 55 países que, juntos, respondiam por 55% das emissões, finalmente 
assinaram o documento.
O objetivo maior do documento é minimizar os efeitos dos gases poluentes, que 
contribuem decisivamente para o aquecimento do planeta. Entre outras propostas, 
o protocolo prevê mudanças nos setores de energia e de transportes, o uso de fontes 
energéticas renováveis e a proteção das florestas.
Você Sabia?
Fonte: Adaptado de http://goo.gl/yuoWAi. Acesso em 22/07/16
No caso do Brasil e dos países que foram colônias no passado, conforme 
Moraes (1999), o Estado aparece antes de tudo como um organizador do espaço, 
um gestor do território. Assim, o Estado se impõe como mediador na relação 
social entre a sociedade e o meio em que vive. Nesse contexto, o fazer política 
inclui as formas e os modos de valorização dos lugares (a percepção que cada um 
tem enquanto indivíduo e grupo). O território, e não o povo, acaba sendo o alvo 
prioritário das políticas públicas. E a Geografia (tradicional, especialmente) cumpre 
um importante papel no sentido de realizar inventários de recursos, como descrição 
dos lugares que servem como orientação para planos de governo e acaba, assim, 
por cartografar as políticas e os interesses que as conduzem.
O que pode ser verificado é que a nova plataforma hegemônica, baseada na 
economia globalizada, introduz uma revalorização da natureza e, notadamente, 
da “originalidade natural”, ou seja a natureza intacta, não transformada pelo ser 
humano (que não é bem assim, conforme discutimos anteriormente).
Tal fato, em parte, requalifica e reposiciona o Brasil na divisão internacional 
do trabalho, por ser um país dotado ainda de vastos territórios “naturais”. O que 
desperta interesse de diversos setores industriais que necessitam da biodiversidade 
para sobreviver, ocorrendo, assim, uma revalorização do território.
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Conforme Moraes (1999), a composição da estrutura de planejamento e de 
gestão ambiental no aparato governamental brasileiro ocorre na contramão da 
tendência geral de desmonte do aparelho de Estado operada nas últimas décadas, 
ou seja, se no restante do mundo o Estado deixa de assumir esta tarefa, no Brasil 
é o Estado que a assume e realiza a gestão ambiental.
A Secretaria Especial de Meio Ambiente da Presidência da República, assim como 
diversos órgãos estaduais do setor, foi criada na primeira metade da década de 1970. 
Nessa fase pioneira do setor, a política ambiental é pensada prioritariamente como 
ação de combate à poluição, e uma ótica tecnicista permeia as propostas elaboradas.
Uma segunda fase se inicia em 1981, quando é promulgada, com força de lei, 
a Política Nacional de Meio Ambiente, que disciplina o Sistema Nacional de Meio 
Ambiente (integrando as esferas federal e estaduais) e cria o Conselho Nacional 
de Meio Ambiente. Nessa fase, a prioridade são as ações de conservação e de 
preservação de áreas naturais pouco alteradas pela ação antrópica. São criadas 
inúmeras unidades de conservação, e uma visão biologista predomina no setor.
Uma terceira fase da política ambiental brasileira pode ser identificada a partir 
do Programa “Nossa Natureza”, de 1988, o qual cria o Instituto Brasileiro de 
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, agrupando vários órgãos, 
como o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal e a Superintendência de 
Desenvolvimento da Pesca. A criação de um ministério específico para tratar do 
tema (o Ministério do Meio Ambiente), e, principalmente, a escolha do Brasil como 
sede da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
em 1992, completam a nova orientação do setor, que terá por guia teórico a noção 
de “desenvolvimento sustentável”.
Essa última fase, na na qual ainda nos encontramos, resgata a discussão econômica 
da questão ambiental e se preocupa bem mais com os aspectos institucionais dos 
programas e dos projetos, de um enfoque territorial na condução das ações, com 
uma maior espacialização dos projetos e dos programas desenvolvidos.
Podemos verificar, a partir do exposto acima, que o Brasil dispõe de instrumentos 
sofisticados de planejamento e de gestão ambiental, que contemplam a espacialização 
dos processos, que prevêem a participação dos atores sociais locais das áreas de 
ação, que possuem um conhecimento técnico expressivo, e que amparam-se num 
quadro legislativo bem elaborado. Contudo, a efetivação das ações e metas revela-
se ainda bastante problemática, pois em um país construído na apropriação de 
espaços, onde “governar é abrir estradas”, a ideia da natureza como valor em si 
tem dificuldade em se enraizar nas práticas sociais, ou seja, a natureza ainda é algo 
externo a quem a pensa e sobre ela atua.
Na etapa contemporânea de globalização das relações econômicas, a problemática 
ambiental emerge como uma questão central, a qual é necessário de ser pensada 
e discutida pela Geografia, desde que esta se preocupe com um projeto nacional 
socialmente justo e ambientalmente correto para o Brasil.
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UNIDADE Biomas e Políticas Ambientais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Reflexão sobre a atual sociedade e sua evolução para o futuro
Diversos pontos de vista são postados em “Reflexão sobre a atual sociedade e sua 
evolução para o futuro”, no site:
http://goo.gl/BRGGHq
 Vídeos
Globo Ecologia - Espécies Exóticas
Para entender melhor o tema das espécies exóticas invasoras, asissta aos vídeos, muito 
interessante, (em 3 partes):
Parte 1: https://youtu.be/D4f7BXYp_9I
Parte 2: https://youtu.be/BXo-kUhBwOg
Parte 3: https://youtu.be/RxTAuxBbpf4
O consumo e o meio ambiente
Assista ao vídeo “O consumo e o meio ambiente”, criado pelo Greenpeace para 
mostrar o sucateamento do mundo pelos seus habitantes e marcas.
https://youtu.be/Kobbmdo0IEc
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Referências
GONÇALVES, C. W. P. Os (des)caminhos do meio ambiente.São Paulo: 
Contexto, 2008.
SANTOS, L. G. dos. A desordem da nova ordem – aceleração tecnológica e 
ruptura do referencial. In: VIANA, G.; SILVA M.; DINIZ, N. (Org.) O desafio 
da sustentabilidade: um debate socioambiental no Brasil. São Paulo: Editora 
Fundação Perseu Abramo, 2001. p-27-40.
MMA. Ministério do Meio Ambiente. Espécies Brasileiras Ameaçadas de 
Extinção, Sobreexplotadas ou Ameaçadas de Sobreexplotação. Disponível 
em http://www.mma.gov.br/biodiversidade/especies-ameacadas-de-extincao. 
Acesso: em 15/06/2016.
MORAES, A. C. R. Notas sobre a formação territorial e políticas ambientais no 
Brasil. In: Revista Território. Rio de Janeiro, ano IV, n° 7, p. 43·50, jul./dez. 1999.
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Outros materiais

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