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Queimadas

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COLÉGIO FÁTIMA
QUEIMADA DE FLORESTAS
MATEMÁTICA E QUÍMICA
JOÃO VÍTOR CHAVES
TURMA 212
QUEIMADA DE FLORESTAS
UMA ABORDAGEM QUALITATIVA E QUANTITATIVA DAS QUEIMADAS NO BRASIL
A temporada do fogo em 2020 no Amazonas pode ser uma das maiores desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou o monitoramento de queimadas na Amazônia. O governo do estado do Amazonas diz que adota medidas para coibir a prática ilegal desde o último mês de junho, mas elas têm se mostrado ineficientes. Na comparação com 2019, um dos piores anos de queimadas na região, o número de focos de calor registrados em julho aumentou 33%. Em agosto, houve aumento de 19%.
Especialistas avaliam que, pelos índices de desmatamento já registrados, o Amazonas ainda tem muito o que queimar este ano. As áreas mais críticas estão localizadas no sul do estado, como os municípios de Lábrea e Apuí. A região está se consolidando como a nova fronteira do arco do desmatamento, uma nova frente de crimes ambientais no bioma.
As queimadas sucedem ao desmatamento na Amazônia. Ambas as ações consomem o maior bioma tropical do planeta e evidenciam crimes ambientais. Por muitos anos, o Amazonas foi um dos estados menos desmatados da Amazônia, mas, desde 2016, o cenário vem mudando. De acordo com dados do Inpe, o estado acumula 26.972 km² de área desmatada desde 1988 e, desde 2016, vem registrando mais de mil quilômetros quadrados de desmatamento anualmente. Em 2019, a área desmatada no estado foi de 1.434 km², a maior em 16 anos. 
“O Amazonas é um dos estados que, junto com Pará e Mato Grosso, desponta com um grande potencial de queima, porque foi uma das áreas muito afetadas pelo desmatamento, principalmente em grandes áreas de florestas não destinadas e áreas públicas que existem no estado", avalia a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar. 
De acordo com dados do Deter, de 1º de janeiro a 21 de agosto de 2020, o Amazonas perdeu 982,65 km² de floresta com o desmatamento. É o terceiro estado mais desmatado em 2020 na Amazônia, ficando atrás do Pará e do Mato Grosso. De 22 de agosto de 2019 a 21 de agosto de 2020, foram 1.269,30 km².
Queimadas seguem o rastro do desmatamento
Os municípios amazonenses que fazem fronteira com os estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia são os que mais queimam, somando cerca de 53% dos mais de 72 mil focos de calor identificados ano passado pelo Inpe. Em 2019, Lábrea foi o município que mais queimou (com 23,8% do total de focos); seguido por Apuí (19,5%) e Novo Aripuanã (9,8%), segundo dados do satélite S-NPP/VIIRS*.
Cenas de florestas derrubadas e incendiadas repercutiram mundo afora no ano passado e serviram de alerta para a dimensão da devastação ambiental no Brasil. Juntos, Amazônia e Cerrado concentraram 96,7% das áreas desmatadas em todo o território nacional em 2019. É o que mostra o primeiro Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, elaborado pelo MapBiomas, divulgado nesta terça-feira (26/05). 
De acordo com o relatório, somente a Amazônia viu desaparecer 770.148 hectares de floresta de janeiro a dezembro de 2019, o que corresponde a 63,2% do desmatamento registrado em todo o país. O Cerrado, bioma já bastante impactado pelo avanço do agronegócio no Centro-Oeste, perdeu 408.646 hectares de vegetação nativa no mesmo período, ou 33,5% do total.
A partir da análise de 56.867 alertas de desmatamento nos seis biomas brasileiros, foi detectada a perda de 1.218.708 hectares de cobertura florestal natural. Ou seja, em apenas um ano, o Brasil viu desaparecer o equivalente a oito cidades de São Paulo ou a uma Manaus inteira, a maior capital da Amazônia em extensão territorial e em número de habitantes. 
Por dia, foram emitidos 130 alertas de desmatamento para a Amazônia e foram destruídos 2.100 hectares de floresta – um avanço de 87,92 hectares por hora. A velocidade média de desmatamento na região foi de 0.17. A maior velocidade, contudo, ocorreu no Cerrado: 0.99. A cada dia o bioma viu ser subtraídos 1.119,6 hectares de vegetação nativa, ou 46,65 por hora. A terceira maior média de velocidade foi detectada no Pantanal: 0.87; 45,3 hectares destruídos por dia
As 27 unidades da federação registraram alertas de desmatamento em 2019. Pará, Acre, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso foram responsáveis por 78,8% dos alertas de desmatamento, respondendo, juntos, por 66% da área de floresta perdida. Sozinho, o Pará acumulou quase um terço (32,6%) do total de desmate do país no ano passado. 
Dos municípios com as maiores taxas de perda de cobertura florestal, dez estão na Amazônia Legal, sendo os líderes os já conhecidos Altamira (PA), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO), Lábrea (AM) e Apuí (AM). Os dois últimos estão no Sul do Amazonas, uma das regiões em que ocorrem os maiores casos de avanço do desmatamento em terras públicas, incluindo unidades de conservação e terras indígenas. 
Esses desmatamentos em áreas protegidas mostra o nível de ilegalidade da prática no Brasil, que só pode ocorrer mediante autorização dos órgãos ambientais dos Estados ou da União. Na análise do MapBiomas, “é possível afirmar que mais de 99% dos alertas de desmatamento detectados em 2019, após a sobreposição com as bases de dados oficiais, apresentaram irregularidades que incluem desde a localização em áreas protegidas ou com restrição legal até a ausência de autorização para supressão da vegetação”. Ou seja: foram ilegais. 
Fogo e emissão de gases de efeito estufa dos ecossistemas florestais da Amazônia brasileira
 
O FOGO NA AMAZÔNIA brasileira é responsável pela emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa por vários processos distintos, incluindo a queimada de floresta nas áreas que estão sendo desmatadas para agricultura e pecuária, incêndios florestais e queimada de capoeiras, pastagens, e diferentes tipos de savanas.
As queimadas que acompanham o desmatamento determinam as quantidades de gases emitidas não somente da parte da biomassa que queima, mas também da parte que não queima. Quando há uma queimada, além da liberação de gás carbônico (CO2), são liberados também gases-traço como metano (CH4), monóxido de carbono (CO) e nitroso de oxigênio (N2O). A parte da biomassa que não queima na queimada inicial, que é quente, com chamas, também será oxidada. Parte disto ocorre por processos de decomposição (com alguma emissão de CH4 pela madeira consumida por cupins) e parte pelas requeimadas (queimadas das pastagens e capoeiras, que também consomem os remanescentes da floresta original ainda presentes nas áreas), queimadas estas de temperatura reduzida, com formação de brasas e maiores emissões de gases-traço.
As quantidades de gases de efeito estufa liberadas pelo desmatamento são significantes tanto em termos do impacto presente quanto do potencial para contribuição a longo prazo com a continuação do desmatamento da vasta área de florestas restante no Brasil. A forma em que são calculadas as emissões pode ter um grande efeito sobre o impacto atribuído ao desmatamento. As emissões líquidas comprometidas e o balanço anual de emissão líquida (ou, mais simplesmente, o "balanço anual") são dois índices importantes para expressar o impacto do desmatamento sobre o efeito estufa.
Emissões líquidas comprometidas representam a contribuição a longo prazo para transformar a cobertura florestal em uma nova paisagem, usando como base de comparação o mosaico de usos da terra, resultado de uma condição de equilíbrio criada por projeção das tendências atuais. Isto inclui emissões de decomposição e de requeimada dos troncos que não queimam quando a floresta é derrubada e queimada inicialmente (emissão comprometida), e absorção de carbono pelo crescimento de florestas secundárias em locais abandonados depois de uso em agricultura e em pecuária bovina (absorção comprometida) (Fearnside, 1997a).
Principais gases
Os principais gases que contribuem para o aumento do efeito estufa e suas respectivas fontes antropogênicas, são os seguintes:
CO2 – Responsável
por cerca de 60% do efeito-estufa, cuja permanência na atmosfera é de pelo menos centena de anos, o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, que tem a propriedade de absorver o CO2 do ar.
De acordo com o IPCC (1995), as emissões globais de CO2 hoje são da ordem de 7,6Gt por ano. E a natureza não tem capacidade de absorção de todo esse volume o que vem resultando em um aumento da concentração atmosférica mundial desses gases.
CH4 – Responsável por 15 a 20% do efeito estufa, é componente primário do gás natural, também produzido por bactérias no aparelho digestivo do gado, aterros sanitários, plantações de arroz inundadas, mineração e queima de biomassa.
N2O – Participando com cerca de 6% do Efeito-Estufa, o óxido nitroso é liberado por microrganismos no solo (por um processo denominado nitrificação, que libera igualmente nitrogênio – NO). A concentração deste gás teve um enorme aumento devido ao uso de fertilizantes químicos, à queima de biomassa, ao desmatamento e às emissões de combustíveis fósseis. 1
CFCs – Responsáveis por até 20% do efeito estufa, os clorofluorcarbonos são utilizados em geladeiras, aparelhos de ar condicionado, isolamento térmico e espumas, como propelentes de aerossóis, além de outros usos comerciais e industriais. Como se sabe, esses gases reagem com o ozônio na estratosfera, decompondo-o e reduzindo, assim, a camada de ozônio que protege a vida na Terra dos nocivos raios ultravioletas. Estudos recentes sugerem que, as propriedades de reter calor, próprias do CFCs, podem estar sendo compensadas pelo resfriamento estratosférico resultante do seu papel na destruição do ozônio. Ao longo das últimas duas décadas, um ligeiro resfriamento, de 0,3 a 0,5ºC, foi medido na baixa estratosfera, onde a perda do ozônio é maior. 
O3 – Contribuindo com 8% para o aquecimento global, o ozônio é um gás formado na baixa atmosfera, sob estímulo do sol, a partir de óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos produzidos em usinas termoelétricas, pelos veículos, pelo uso de solventes e pelas queimadas.
O vapor d’água presente na atmosfera também absorve parte da radiação emanada pela Terra e é um dos maiores contribuintes para o aquecimento natural do globo. Apesar de não ser produzido em quantidade significativa por atividades antrópicas, considera-se que, com mais calor, haverá mais evaporação d’água e, por conseguinte, um aumento de sua participação no aumento do efeito estufa.3
O Protocolo de Quioto também menciona os gases: hidrofluorocarbonos (HFCs), perfluorocarbonos (PFCs) e hexafluorsulfúrico (SF6).
Bibliografia:
WWF – Brasil
Greenpeace – Brasil
INPE
Coutinho, L.M., H.S.Miranda e H.C. de Morais. O Bioma do Cerrado e o Fogo. Revista do Instituto de Estudos Avançados da USP, 50 pp., 2002.
Silva Dias, P.L. e J. Marengo, Águas Doces do Brasil: Águas Atmosféricas, Capital Ecológico, Uso e Conservação. Editado por A.Rebouças, B. Braga e J. Tundizi. Instituto de Estudos Avançados e Academia Brasileira de Ciências, pp 65-115, 1999.

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