Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROJETOS INTEGRADORES MANUAL DO PROFESSOR GUSTAVO OLIVEIRA PUGLIESE ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS VOLUME ÚNICO • ENSINO MÉDIO CAPA_Scipione#NOVOENSINOMEDIO_CiênciasdaNatureza_PNLD_2021_V2.indd 6CAPA_Scipione#NOVOENSINOMEDIO_CiênciasdaNatureza_PNLD_2021_V2.indd 6 2/20/20 4:07 PM2/20/20 4:07 PM GUSTAVO OLIVEIRA PUGLIESE Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Licenciado em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Mestre em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Consultor e formador de professores nas áreas de STEAM e projetos educacionais VOLUME ÚNICO • ENSINO MÉDIO PROJETOS INTEGRADORES ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 1ª edição, São Paulo, 2020 MANUAL DO PROFESSOR CAPA_Scipione#NOVOENSINOMEDIO_CiênciasdaNatureza_PNLD_2021_V2.indd 7CAPA_Scipione#NOVOENSINOMEDIO_CiênciasdaNatureza_PNLD_2021_V2.indd 7 2/20/20 4:07 PM2/20/20 4:07 PM Presidência: Paulo Serino Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel e Mirian Senra Gestão de área: Isabel Rebelo Roque Coordenação de área: Fabíola Bovo Mendonça Edição: Daniela Teves Nardi, Flávia Maria Mérida Ramoneda e Lucas Augusto Jardim Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Rosângela Muricy (coord.), Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist, Diego Carbone, Gabriela M. Andrade, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Sandra Fernandez, Sueli Bossi e Vanessa P. Santos Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tieme Yamauchi (coord.), Keila Grandis (edição de arte), Karen Fukunaga, Luiza Massucato, Filipe Dias e Simone Aparecida Zupardo Iconografia e tratamento de imagens: Sílvio Kligin (ger.), Roberto Silva (coord.), Douglas Cometti (pesquisa iconográfica), Cesar Wolf (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.) Cartografia: Alexandre Bueno e Mouses Sagiorato Design: Gláucia Koller (ger.), Flávia Dutra e Luis Vassallo (proj. gráfico), Flávia Dutra (capa) Ilustração de capa: Samuel Casal Todos os direitos reservados por Editora Scipione S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br atendimento@aticascipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2020 Código da obra CL 713722 CAE 722687 (AL) / 722688 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Impressão e acabamento Pugliese, Gustavo Oliveira #Novo Ensino Médio : Projetos integradores : Ciências da natureza e suas tecnologias, volume único / Gustavo Oliveira Pugliese, [Diego Basei Garcia]. — 1. ed. — São Paulo : Scipione, 2020. Suplementado pelo manual do professor Bibliografia ISBN: 978-85-474-0393-5 (aluno) ISBN: 978-85-474-0394-2 (professor) 1. Ensino médio 2. Projetos 3. STEAM 4. Protagonismo 5. Cultura juvenil 6. Midiaeducação 7. Mediação de conflitos I. Título II. Garcia, Diego Basei 20-1298 CDD 373.02 Colaboração de Diogo Basei Garcia Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Ética, Valores e Cidadania Licenciado em Pedagogia pela Faculdade de Conchas (Facon-SP) Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) 22 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 2PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 2 2/18/20 10:47 AM2/18/20 10:47 AM APRESENTAÇÃO ESTE LIVRO, PROVAVELMENTE, é um livro muito diferente dos que você já usou na escola. Com ele você vai aprender de um jeito bem leve, divertido e conectado com sua realidade. Quer saber por quê? Veja alguns spoilers: Este livro foi feito para ser usado com o smartphone – sim, vai ter celu- lar na sala de aula para ajudar você a construir novos conhecimentos! Ele inclui o uso de redes sociais – sim, o uso está liberado para trabalhar nos projetos. Ele foi feito para fazer a diferença na sua vida e na da comunidade ao seu redor – não, ele não foi feito só para ficar dentro da sala de aula. O conteúdo é recheado de memes, humor e ironia – quem disse que aprender precisa ser chato? OKAY, MAS COMO ISSO “CABE” DENTRO DE UM LIVRO? Ao todo, o livro é composto de seis projetos para serem trabalhados em gru- pos durante o Ensino Médio. Cada projeto tem um tema diferente e interes- sante, com questões e desafios para você resolver com os colegas. Todos os projetos conversam com as mídias e culturas da sociedade con- temporânea, com atenção especial, é claro, para as relacionadas à juven- tude. Além disso, são fáceis de serem executados e não exigem muitos re- cursos, mas não se engane: apesar de simples, causam grande impacto na aprendizagem e na comunidade escolar. Procuramos também sugerir atividades que promovam o desenvolvi- mento pessoal e o coletivo, o senso crítico e o pensamento cien- tífico. Tudo isso de uma forma divertida, agradável e leve! Esperamos que você goste dos projetos e aproveite muito o trabalho com eles! APRESENTAÇÃO C ie n p ie s D e s ig n /S h u tt e rs to ck 33 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 3PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 3 2/10/20 1:00 PM2/10/20 1:00 PM CONHEÇA SEU LIVRO Para entender o tema, nada melhor do que começar, literalmente, pondo a mão no problema. A seguir, você vai encontrar uma atividade que será resolvida ao longo de várias semanas. Dividimos a atividade em três etapas para que você se organize em cada momento. Quantidade de lixo Quando falamos em sustentabilidade e produção de lixo, uma das primeiras ações é identificar quanto e o que é produzido de lixo. Por isso, para começar, vamos fazer alguns cálculos. Para isso, vamos partir de uma questão: Qual é o volume de lixo que você e sua família produzem em uma semana? E qual é o volume de lixo que seus colegas e familiares produzem em média? A ideia é que você e cada colega consigam determinar esse valor e elaborem uma tabela, como a do modelo a seguir. DIA DA SEMANA/ ESTUDANTE SEG. TER. QUA. QUI. SEX. SÁB. DOM. ACUMULADO DA SEMANA TIPO DE LIXO Org.* Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Org. Seco Z ESTUDANTE A 2** 2 2 2 2 2 2 2 z ESTUDANTE B 2 2 2 2 2 2 2 2 z TOTAL X y x y x y x y z * Org. = orgânico ** Valores dados em litros. Dados fictícios. Para isso, vamos estabelecer uma estratégia, pois nem todos podem ter uma balança em casa para medir a massa do lixo. Para começar, vamos pensar na forma e no tamanho do lixo descartado. Todos os dias, antes de destinar o lixo para o caminhão de recolhimento de resíduos ou para o destino habitual, anote o volume aproximado de descar- tes produzido. Como se trata de um experimento, evite interferir nos hábitos das pessoas que moram com você. Espera-se obter valores medidos em uma semana típica. RELACIONE-SE COM O TEMA Se o lixo orgânico do lugar em que você mora não é separado do lixo seco, aproveite a oportunidade e comece a separá-los! Não é uma tarefa simples, mas essa prática é muito importante para a reciclagem do lixo, que será tratada adiante. Não escreva no livro Meme R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra 118 CHEGUE MAIS! Aqui você vai encontrar algumas informações importantes que vale a pena ler para começar os projetos com o pé direito! RELACIONE-SE COM O TEMA Neste item você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais o tema do projeto. Afinal, como resolver uma questão sem conhecê-la a fundo? ABERTURA DO PROJETO Todos os projetos começam com uma abertura que já fornece pistas do que será trabalhado. Nestaobra, você será convidado a participar de vários projetos – cada um deles com características, desafios e temas diferentes. No entanto, para que você se organize e aproveite ao máximo o que esses projetos têm a oferecer, é importante que siga alguns passos, ou seja, que estabeleça percursos, monte um cronograma e avalie o próprio desempenho. CHEGUE MAIS! Procure inserir em cada etapa os itens que julgar necessário desenvolver. À medida que o projeto for sendo executado, retome o que registrou e faça os ajustes necessários. Etapa 1 Entenda a questão Nesta etapa, é essencial que você compreenda as questões e os problemas que nortearão o projeto e se aproprie deles. Etapa 2 Aprofunde-se na questão Nesta etapa, serão apresentados textos que lhe darão subsídios ou caminhos para que seja possível encontrar a solução das questões e dos problemas apresentados na etapa 1. Etapa 3 Mãos à obra Nesta etapa, você vai solucionar as questões e os problemas do projeto, bem como verificar se a solução apresentada foi satisfatória ou insatisfatória. Etapa 4 Espalhe por aí Nesta etapa, serão apresentados e divulgados para a comunidade os resultados obtidos ao longo do projeto. PERCURSOS Os projetos podem ser desenvolvidos de diversas maneiras e por meio de múltiplos percursos. Assim, é impor- tante que você e seu grupo se organizem para definir o caminho que pretendem seguir na execução de cada um deles. Os projetos são divididos em quatro etapas. Abaixo, apresentamos uma síntese dos objetivos de cada etapa, seguindo a lógica de resolução de problemas e da Aprendizagem Baseada em Projetos. Por isso, sugerimos que você procure entender bem cada uma delas e já pense nos percursos que vai utilizar para cumpri-las. 1010 Elaborar um cronograma é muito importante, pois, ao controlarmos o tempo para a realização de cada tarefa, garantimos que o produto final seja entregue no prazo combinado. Sem esse controle, podemos demorar mais tempo em determinadas etapas e, com isso, comprometer a qualidade e o prazo de finalização do projeto. É importante que seja definido um prazo viável para a realização de cada etapa. Para isso, converse com os co- legas e o professor, para que, juntos, cheguem a um cronograma viável. Procurem estar sempre atentos aos pra- zos estabelecidos no cronograma. E lembrem-se de manter o cronograma em dia ou fazer ajustes, se necessário. Ao elaborar um cronograma, conseguimos gerenciar o tempo disponível e, assim, evitar possíveis atrasos. CRONOGRAMA AUTOAVALIAÇÃO Talvez você já tenha tido a oportunidade de fazer uma autoavaliação em outros projetos ou em outros mo- mentos de sua vida escolar. Ela é uma reflexão importante e pode ser feita em diversos campos de atuação, não apenas no ambiente escolar. Se feita de maneira consciente, ajudará no seu desenvolvimento, já que indica seus pontos fortes e aqueles que ainda precisam ser fortalecidos. Para cada projeto, haverá uma tabela de autoavaliação, apresentada logo no início do projeto para que você conheça as expectativas em relação à sua atuação. Em uma analogia, é algo semelhante a “o que vai cair na prova”, embora não se trate de uma prova. Assim, você terá a oportunidade de elaborar e pôr em prática es- tratégias que o ajudem a superar suas dificuldades. Além disso, com as regras do jogo estabelecidas desde o início, você não terá surpresas no final e poderá se ajustar continuamente, sempre que necessário. Na tabela de autoavaliação são apresentados alguns itens importantes para o seu desenvolvimento e para sua atuação no projeto. Esses itens não se relacionam apenas às questões práticas e teóricas envolvidas no projeto, mas também às questões atitudinais; afinal, avaliar-se também é uma forma de se conhecer melhor. Além dos critérios presentes na tabela, você pode inserir itens que julgue importantes para o seu desenvolvi- mento, não só como estudante, mas também como cidadão. Estes podem ser elementos relacionados a seu relacionamento e comunicação com os colegas, a seu engajamento em ações sociais, etc. Seguindo os mesmos critérios que você, o professor também fará uma avaliação do seu desempenho; assim, vocês terão a oportunidade de verificar, no final de cada projeto, em que pontos a avaliação de ambos coinci- diu e em quais houve divergência. Caso tenha dúvidas ao realizar a autoavaliação ou ao traçar estratégias para superar suas dificuldades, con- verse com o professor responsável pelo projeto. It V e c to r/ S h u tt e rs to ck 1111 Tema integrador. Nome do projeto. Pergunta norteadora que deverá ser respondida ao longo do projeto. Texto de introdução. MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: UMA POSTURA DA ESCOLA PARA A VIDA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS Segundo estudos internacionais conduzidos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil apresenta as escolas com os índices mais altos de violência escolar, bullying e intimidação, quando comparado com dezenas de outros países. Outra pesquisa, feita em 2015, revelou que 70% dos 6 709 estudantes de escolas públicas brasileiras entrevistados confirmaram a ocorrência de algum tipo de violência na escola. 4 Estranhar Peleja Imbróglio Bate-boca Arran ca- -rabo Soltar os cachorros 8080 Como cada um de nós pode ajudar a diminuir ou resolver conflitos na escola e em casa, transformando-os em uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e coletivo? Você acha que a escola pode ser um ambiente de conflitos? Como instituição social, a escola reproduz aspectos da convivência em sociedade, incluindo conflitos. Embora não queiramos participar de con- flitos nem presenciá-los, muitas vezes não temos como fugir deles. Mas e se os conflitos pudessem ser usados como uma oportunidade para desenvolvimento pessoal e coletivo em vez de gerar violência? Em outras palavras, como cada um de nós pode ajudar a diminuir ou resolver conflitos na escola e em casa, transformando-os em uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e coletivo? Para tentar responder a essa questão, vamos trabalhar, neste projeto, com o reconhecimento de um conflito, as emoções nele envolvidas e os possíveis caminhos para superá-lo. Perder a linha Treta Bafafá Conflito Rixa Briga Confusão Pega Pendenga b e rk u t/ S h u tt e rs to ck ; K a p it o s h /S h u tt e rs to ck OBJETIVOS Desenvolver a escuta ativa, a empatia, a comunicação não violenta, o respeito ao outro e o autocontrole. JUSTIFICATIVA O exercício da mediação de conflitos capacita os estudantes a lidar com os conflitos inerentes à vida escolar, tornando a escola um local propício à educação. 8181 44 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 4PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 4 2/10/20 1:00 PM2/10/20 1:00 PM A seguir sugerimos alguns filmes que têm como tema a juventude. Nessa lista, há filmes sobre o relacionamento entre as pessoas nas escolas, a diversidade de identidades em cada escola do Brasil e sobre como os jovens têm interagido diante das dificuldades e questões típicas do seu tempo. É uma oportunidade para você e os colegas se reconhecerem no outro. SE LIGA NO FILME! R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra N ik o la e va /S h u tt e rs to ck Meme Quando sinto que já sei Quando sinto que já sei mostra escolas que se abriram para as comunidades e mexeram com a organização indus- trial que domina o ensino brasileiro: o professor lê, o aluno copia, vem a prova e… pronto. Depoimentos marcantes aparecem a todo momento, como o do educador e antropólogo Tião Rocha, do Centro Popular de Cultura e Desen- volvimento, em Curvelo, Minas Gerais, que compara o modelo tradicional a um “serviço militar obrigatório” a partir dos seis anos de idade: “A criança não precisa sofrer para aprender”, diz. Nunca me sonharam Na voz de estudantes, gestores, professores e especialistas, o documentário retrata a realidadedo Ensino Médio nas escolas públicas do Brasil. [...] dirigido por Cacau Rhoden, o filme apresenta os desafios e expectativas dos jovens para a educação a partir dos próprios depoimentos. Nunca me sonharam fala de jovens que estão em uma fase da vida que adultos entendem como rito de passagem e que querem ter voz enquanto batem de frente com um modelo de ensino defasado, que pouco responde às suas necessidades e em nada ilumina o que esperam para o futuro. O depoimento que mais bem expressa essa ideia – e que dá nome ao filme – vem do estudante Felipe Lima, de Nova Olinda (CE), que teme repetir a história de seus pais: “Eles nunca me sonharam sendo um psicólogo, nunca me sonharam sendo professor, nunca me sonharam sendo um médico, não me sonharam. Eles não sonhavam e nunca me ensinaram a sonhar. Tô apren- dendo a sonhar sozinho”. Nos relatos colhidos em mais de dez estados brasileiros, no entanto, uma diversidade de sotaques e olhares indica o caminho para a mudança. Últimas conversas Quais são as aflições e desejos dos jovens? Na obra póstuma do cineasta Eduardo Coutinho, estudantes da rede pública do Rio de Janeiro contam sobre suas vidas e o que almejam para o futuro. Durante as entrevistas, o do- cumentário entra em assuntos como racismo, religião, bullying e problemas familiares. Pro dia nascer feliz Adolescentes de três estados brasileiros, de diferentes classes sociais, contam sobre sua vida na escola e suas in- quietações. O documentário, dirigido por João Jardim, tenta evidenciar o quadro de desigualdades e de violência no país a partir da realidade escolar. 9 DOCUMENTÁRIOS mostram como os jovens querem (e vão) transformar a educação. Porvir, 14 jun. 2017. Disponível em: https://porvir. org/9-documentarios-mostram-como-os-jovens-querem-e-vao-transformar-educacao/. Acesso em: 16 dez. 2019. DOCUMENTÁRIOS MOSTRAM COMO OS JOVENS QUEREM (E VÃO) TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO 4646 Este será seu roteiro de avaliação. Estamos apresentando-o no começo do projeto para que você já fique sabendo quais critérios serão usados na avaliação e o que é esperado em relação a sua atuação no projeto. Seja responsável ao realizar a própria avaliação. Você utilizará esta tabela para compreender as expectativas de aprendizagem em um projeto de Mediação de conflitos e para poder ir se ajustando continuamente. Quanto antes começar, mais ajustes poderá fazer e, assim, ter um desempenho melhor. Ao final, compare sua autoavaliação com a avaliação que o professor fez. Dialoguem e tentem chegar a um acordo nos pontos em que houver alguma divergência. COMPETÊNCIA/ CRITÉRIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 Aprendizagem e conhecimento/ Conceitos da mediação de conflitos Não compreendi os significados e a importância da mediação de conflitos em minha escola. Acredito que os estudantes não devem assumir uma postura mediadora, pois não são capazes de resolver seus próprios conflitos. Compreendo a natureza dos conflitos e das emoções. Mas acredito que preciso desenvolver melhor o autoconhecimento e aprender a assumir uma postura mediadora diante dos conflitos. Compreendo bem a natureza dos conflitos e das emoções. Desenvolvi o autoconhecimento necessário para saber como me relaciono com as pessoas diante de conflitos e como lido com minhas emoções. Colaboração e diálogo/Empatia e comunicação Não houve trabalho em equipe ou a equipe não se mostrou preocupada em envolver todos os participantes. Houve muitos conflitos, e alguns deles não foram saudáveis para o desenvolvimento do projeto e do relacionamento entre as pessoas. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes, mas não conseguiu trabalhar de modo colaborativo. Alguns conflitos não foram resolvidos de forma democrática e respeitosa. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes e trabalhou de forma harmônica e respeitosa. Os diálogos foram estabelecidos de modo saudável, e houve excelente entrosamento entre os participantes. Comunicação e apresentação/Ciclo de oficinas Meu grupo não realizou as oficinas de mediação de conflitos com a comunidade escolar, ou elas não foram projetadas para promover a cultura de paz na comunidade escolar. Meu grupo conseguiu realizar as oficinas de mediação de conflitos com a comunidade escolar, mas não levou em conta o conhecimento desenvolvido ao longo do projeto sobre a mediação de conflitos. As oficinas foram realizadas com base no senso comum e sem embasamento. Meu grupo conseguiu realizar as oficinas de mediação de conflitos com a comunidade escolar, levando em conta o conhecimento desenvolvido ao longo do projeto sobre a mediação de conflitos. Cidadania e cultura de paz/Atitudes responsáveis e impacto na escola Não me sinto preparado para lidar com uma postura mediadora diante dos conflitos existentes em minha comunidade escolar, ou não acredito que eu seja responsável por promover a cultura de paz em minha escola. Embora tenha ainda certa dificuldade, sou capaz de assumir uma postura mediadora para promover a cultura de paz na minha escola. Ainda preciso melhorar minhas ações e a forma com a qual me posiciono diante dos conflitos com os quais me envolvo. Sou capaz de assumir uma postura mediadora para promover a cultura de paz na minha escola e na comunidade. Além disso, minhas ações e a forma com a qual me posiciono diante dos conflitos que me envolvem são baseadas no diálogo e no respeito. VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! 8585 3 MÃOS À OBRA Nesta etapa, você e os colegas vão organizar os preparativos para o produto final do projeto. O objetivo é reunir todas as informações e os produtos das atividades já feitas, de forma organizada, para possibilitar que a live seja realizada de forma satisfatória. Competências gerais Competência específica 74 3 EM13CNT302 Agora que você e seu grupo têm em mãos todo o material elaborado até aqui, utilizem-no como base teórica para a composição da live que será apresentada ao final do projeto. É importante que o material produzido tenha um conteúdo propositivo, ou seja, que não aborde somente os problemas, mas que também destaque as estratégias identificadas pelo grupo para evitar o compartilhamento de fake news, o uso compulsivo das TDIC, o FoMO e outros riscos. Além disso, é necessário que vocês organizem os resultados e selecionem as informações que julgarem mais relevantes, procurando expressar a importância do autocuidado e do autoconhecimento em uma linguagem acessível e atual, a fim de contribuir para sua comunidade. É necessário que vocês tenham estudado e se aprofundado nos conteúdos a serem apresentados e definido o tempo que ficarão on-line. Tudo isso deve fazer parte de um planejamento. Caso contrário, podem ocorrer diversos problemas enquanto vocês estiverem apresentando a live. Por exemplo, imaginem se os apresentadores de uma live em um canal importante ficassem, de repente, sem assunto diante da câmera. Ou então se começassem a acrescentar temas que não haviam sido planejados e que não foram pesquisados devidamente. É claro que isso não costuma acontecer, porque mesmo que a trans- missão seja ao vivo, há um preparo anterior, que deve ser feito com cuidado. Mas calma! Antes de começar o estudo e o pla- nejamento, vocês devem escolher um dos três temas trabalhados neste projeto e retomar sua questão norteadora: Como lidar com os desa- fios contemporâneos da comunicação e das tecnologias digitais? O objetivo da live é debater as questões centrais trabalhadas ao longo deste projeto. COLETÂNEA DE INFORMAÇÕES R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra Meme 159159 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! RETOME A AVALIAÇÃO Ao longo do projeto, você terá oportunidade de fazer avaliações que podem contribuir para seu desenvolvimento. SELIGA NO FILME! E que tal assistir a um vídeo para ampliar os horizontes? Agora é o momento de compreender como a mediação de conflitos funciona na prática e quais técnicas ela envolve para que você possa pensar em soluções concretas para serem aplicadas na escola. 2 APROFUNDE-SE NA QUESTÃO CONFLITOS NA ESCOLA Você e seus colegas costumam entrar muito em conflito? Faça um levantamento dos conflitos que vocês reco- nhecem dentro da escola ou da sala de aula. Listem na lousa os principais conflitos que tiveram nos últimos meses, enquanto turma. Neste primeiro momento é apenas uma lista mesmo. Não entrem em conflito por causa de pendências mal resolvidas! Procurem fazer uma lista sem julgamento de quem está certo ou errado, OK? R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra Nem sempre é fácil determinar quem está certo ou errado em uma situação de conflito. Ouvimos muito sobre como falar bem em público, mas muito pouco sobre como aprender a arte igualmente importante de ouvir adequadamente os outros. Assista ao vídeo a seguir para pensar sobre como se tornar um bom ouvinte. O vídeo está em inglês, mas basta ativar a legenda em português. Escuta ativa: você sabe o que é? – Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=- BdbiZcNBXg. Acesso em: 2 jan. 2020. SE LIGA NO LINK Meme Q u in o /F o to a re n a QUINO. Toda Mafalda, São Paulo: Martins Fontes, 2009. Competências gerais Competências específicas 107 9 2 3 EM13CNT305EM13CNT207 8 9393 ETAPA Todos os projetos são divididos em quatro etapas, com estrutura e objetivos específicos. Nesta etapa, você e os colegas vão organizar os preparativos para o produto final do projeto. O objetivo é reunir todas as informações e os produtos das atividades já feitas, de forma organizada, para possibilitar que Agora que você e seu grupo têm em mãos todo o material elaborado até aqui, utilizem-no como base teórica que será apresentada ao final do projeto. É importante que o material produzido tenha um conteúdo propositivo, ou seja, que não aborde somente os problemas, mas que também destaque , o uso compulsivo das Além disso, é necessário que vocês organizem os resultados e selecionem as informações que julgarem mais relevantes, procurando expressar a importância do autocuidado e do autoconhecimento em uma linguagem É necessário que vocês tenham estudado e se aprofundado nos conteúdos a serem apresentados e definido . Tudo isso deve fazer parte de um planejamento. Caso contrário, podem ocorrer R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra escola do Brasil e sobre como os jovens têm interagido diante das dificuldades e questões típicas do seu tempo. É uma R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra COMPETÊNCIAS E HABILIDADES Esses códigos indicam as competências e habilidades desenvolvidas no tópico. A descrição de cada código está apresentada no final do livro. C ie n p ie s D e s ig n /S h u tt e rs to ck ESTA É PARA ENCERRAR O projeto já acabou , mas o que ficou? 4 ESPALHE POR AÍ Agora que você e seu grupo já elaboraram o artigo de divulga- ção científica, chegou a hora de divulgá-lo, para que qualquer pessoa possa acessá-lo. Como você leu na página anterior, para divulgar os artigos, você e sua turma podem criar uma pá- gina em uma rede social ou um site. É possível também criar ou editar verbetes em enciclopédias colaborativas on-line. Tudo vai depender da plataforma escolhida por vocês. Outro aspecto que vocês devem considerar é que esse ar- tigo de divulgação científica é importante para combater a desinformação e disseminar informações científicas res- ponsáveis com consciência e cidadania. Por esse motivo, não basta publicá-lo na internet: também é necessário divul- gá-lo para outras pessoas da escola e de sua comunidade. Então, quando os artigos estiverem publicados, ou quando já houver um site criado, coloquem em prática a estratégia de divulgação que vocês estabeleceram. Para isso, vocês podem fornecer os links de acesso por meio de aplicativos de mensagens de celular ou por meio de redes sociais. Caso prefiram, também é pos- sível fazer divulgações analógicas colando pequenos cartazes com o endereço eletrônico em diversos ambientes da escola. Outra forma de divulgação possível é a criação de um evento que conte com a pre- sença da comunidade escolar. Nesse dia, além de divulgar o link de acesso, vocês poderão falar um pouco sobre o processo de elaboração dos artigos e orientar as pessoas sobre como analisar, interpretar e reconhecer artigos científicos confiá- veis usando os diferentes recursos que aprenderam ao longo do desenvolvimen- to do projeto. É muito importante que todos tenham acesso à midiaeducação! Meme Sim, ela c hegou! A prova! Mas calma, não é bem uma prova – e você já sabia disso. Volte ao roteiro da autoa- valiação e identifique os níveis e descritores que melhor representam sua participação ao longo do projeto. Além disso, compare sua autoavaliação com a avaliação que o professor fez de sua participação, para que possam dialogar identificando os pontos em comum e as diferenças, quando houver. ESTA É PARA ENCERRAR RETOME A AVALIAÇÃO É chegada a hora de finalizar! Esperamos que você se sinta preparado para lidar com as informações científicas e com o conhecimento que circula na internet e em outros meios. E certamente o seu esforço e o dos colegas em produzir informação de qualidade vão ter impacto positivo na vida de cada um de seus leitores. Parabéns! R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra Competência geral Competência específica 7 3 EM13CNT302EM13CNT301 EM13CNT303 7979 Depois de compreender um pouco mais os conflitos, as emoções envolvidas e a mediação de conflitos, você pode imaginar como a escola e o ambiente a seu redor poderiam se beneficiar com uma atitude mediadora. Relembrando o que vimos até o momento, a cultura da paz na escola e em casa não depende somente dos adultos, mas também de você. RECONHEÇA O DESAFIO Meme Portanto, pensando no que você e os colegas debateram sobre conflitos, violências, emoções e sobre como cada um de vocês poderia ajudar a diminuir e resolver os conflitos na escola, propomos o seguinte desafio: Promover um ciclo de oficinas sobre mediação de conflitos para a comunidade escolar. As oficinas que você e os colegas realizarem vão funcionar como um programa de prevenção de conflitos e promoção da cultura de paz. Você vai estudar mais sobre mediação de conflitos, comunicação não violenta e práticas restaurati- vas. A ideia é que você e eles se tornem refe- rência na escola para promover um ambiente saudável para todos. A organização de uma oficina é uma oportunidade de vocês e seus colegas desenvolverem diversas habilidades e competências . R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra ilu is tr a to r/ S h u tt e rs to ck 9292 RECONHEÇA O DESAFIO Que tal agitar um pouco mais o projeto? Saiba aqui qual o desafio que preparamos para você e os colegas. 55 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 5PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 5 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM NOTA Aqui você vai encontrar dicas, recados importantes ou alguma observação sobre o que está sendo trabalhado no projeto. INFOGRÁFICOS Fica muito mais fácil entender um assunto quando ele aparece esquematizado em um infográfico, não é mesmo? MEME A diversão não pode ficar de fora! Teremos, sim, muito humor, ironia e memes! No contexto da internet, essa é uma maneira bastante comum de disseminar imagens, vídeos e outros objetos relacionados ao humor. Este recurso, de leitura por inferência, vai ajudar você a desenvolver um olhar crítico para os textos, ampliando sua capacidade de interpretação. SE LIGA NO LINK Aqui você vai encontrar indicaçõesde sites bacanas que vão ajudar você a avançar no projeto. Agora é o momento de compreender como a mediação de conflitos funciona na prática e quais técnicas ela envolve para que você possa pensar em soluções concretas para serem aplicadas na escola. 2 APROFUNDE-SE NA QUESTÃO CONFLITOS NA ESCOLA Você e seus colegas costumam entrar muito em conflito? Faça um levantamento dos conflitos que vocês reco- nhecem dentro da escola ou da sala de aula. Listem na lousa os principais conflitos que tiveram nos últimos meses, enquanto turma. Neste primeiro momento é apenas uma lista mesmo. Não entrem em conflito por causa de pendências mal resolvidas! Procurem fazer uma lista sem julgamento de quem está certo ou errado, OK? R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra Nem sempre é fácil determinar quem está certo ou errado em uma situação de conflito. Ouvimos muito sobre como falar bem em público, mas muito pouco sobre como aprender a arte igualmente importante de ouvir adequadamente os outros. Assista ao vídeo a seguir para pensar sobre como se tornar um bom ouvinte. O vídeo está em inglês, mas basta ativar a legenda em português. Escuta ativa: você sabe o que é? – Disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=- BdbiZcNBXg. Acesso em: 2 jan. 2020. SE LIGA NO LINK Meme Q u in o /F o to a re n a QUINO. Toda Mafalda, São Paulo: Martins Fontes, 2009. Competências gerais Competências específicas 107 9 2 3 EM13CNT305EM13CNT207 8 9393 O protagonismo deve ser construído em conjunto, nunca individualmente. É sempre democrático, uma vez que parte do princípio de que existem várias ideias, vários olhares e de que essa pluralidade deve ser respeitada. 1. O protagonismo é coletivo. O jovem protagonista não está acima do outro, mas com o outro. Os outros não são bases, nem massas, nem opositores. São atores em diversos papéis. 2. Ser protagonista não é liderar, mas ser solidário.É preciso ter consciência global, conseguir perceber os problemas em toda sua complexidade. Além disso, ter consciência de si como agente, mediador e beneficiário de suas ações. 3. É uma questão de consciência. Conseguir resolver além de apontar problemas. Para isso, devem ser apresentadas soluções integradas, completas e que compreendam múltiplas dimensões do conhecimento e da cultura. 4. É ser propositivo. O protagonista trabalha as potencialidades, as capacidades das pessoas e não apenas os problemas. Ele os transforma em objeto de investigação, análise e ação. 5. Ser protagonista é acreditar nos outros. A n a to ly M a s le n n ik o v /S h u tt e rs to ck Elaborado com base em: LOVATO, A.; YIRULA, C.; FRANZIN, R. Protagonismo: a potência de ação da comunidade escolar. São Paulo: Ashoka: Alana, 2017. Disponível em: https://alana.org.br/protagonismo-potencia-de-acao-da-comunidade-escolar/. Acesso em: 5 dez. 2019. AS BASES DO PROTAGONISMO J a n e 0 6 0 6 /S h u tt e rs to ck 6 k o r3 d o s /S h u tt e rs to ck A n a to ly M a s le n n ik o v /S h u tt e rs to ck M a x x- S tu d io /S h u tt e rs to ck 3939 Antes de você e seu grupo iniciarem a produção dos seus próprios artigos de divulgação científica, leiam al- guns já publicados, identificando a estrutura e o conteúdo desses artigos. É importante perceber que os artigos têm características e estruturas próprias, constituindo um gênero textual. Apresentar fontes confiáveis, como renomadas instituições de pesquisa, é um recurso importante e pode dar credibilidade à informação. O uso da terceira pessoa é muito comum em artigos de divulgação científica. Essa estratégia é utilizada para aparentar maior impessoalidade, ou para expressar um distanciamento que denota imparcialidade. Mencionar o tipo de estudo realizado é uma forma de mostrar que a informação foi obtida segundo um método científico, ou seja, segue princípios validados pela ciência. Apresentar a amostragem do estudo, além de revelar a validade estatística, indica que o estudo pode ser generalizado e aplicado em outros contextos. Artigos de divulgação geralmente fazem projeções e cálculos para o leitor, em vez de apenas fornecer dados para que o leitor calcule, como é o caso de artigos científicos acadêmicos. Uma minibiografia do autor do artigo também colabora para dar credibilidade ao texto, especialmente neste caso, em que o autor é um médico bastante conhecido no Brasil. Avalie: você confia mais em um artigo cujo autor tem essa biografia ou em um artigo que apresenta apenas o nome do autor? Artigo 1 – Narguilé Narguilé pode ser pior que cigarro, já que a quantidade de nicotina fumada em uma hora é equivalente à de dois cigarros por dia durante quatro dias. [...] A American Heart Association (AHA) aca- ba de publicar um boletim no qual reconhe- ce que o narguilé é usado por milhões de pessoas no mundo. Considera que a adição de sabores de balas e frutas ao tabaco e o ambiente das redes sociais criaram um cená- rio favorável à disseminação entre os adoles- centes e ao conceito falso de que o compar- timento com água, pelo qual circula a fumaça aspirada, retém o material particulado asso- ciado aos principais malefícios do cigarro. Outro pensamento mágico é o de que o narguilé não causaria dependência química, como se a fumaça inalada não contivesse ni- cotina, a mais aditiva das drogas conhecidas. Segundo a AHA: “Acumulam-se evidências de que o narguilé altera, no curto prazo, a frequência cardíaca, o controle da pressão arterial, a oxigenação dos tecidos e a função vascular. O uso prolongado aumenta o risco de doença co- ronariana. Diversas substâncias nocivas (ou potencialmente nocivas) encontra- das na fumaça do cigarro também estão presentes no narguilé, frequentemente em níveis até mais altos”. Uma metanálise conduzida em quatro países mostrou que o fumante que usa o narguilé uma vez por dia tem níveis urinários médios de cotinina (um me- tabólito da nicotina) de 0,783 mg/mL, os mesmos liberados por dez cigarros. A sessão típica de narguilé dura uma hora, na qual o fumante dá cem tragadas, em média. A quantidade de nicotina fumada é equivalente à de dois cigarros por dia, durante quatro dias. O fumante fica exposto a concentrações de mo- nóxido de carbono 35 vezes mais altas do que as de um cigarro. É liberada, no ambiente, a quantidade de monóxido correspondente à de dez pessoas fumando cigarro, ao mesmo tempo. Dráuzio Varella é médico cancerologista e escritor. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Entre seus livros de maior sucesso estão Estação Carandiru, Por um Fio e O Médico Doente. VARELLA, Drauzio. Narguilé. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/narguile- artigo/. Acesso em: 15 jan. 2020. ANÁLISE DE TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA Narguilé. K ic h ig in /S h u tt e rs to ck 7171 Se utilizar apenas um smartphone não resolve o problema de resolução da imagem, o que é preciso fazer para que ele se transforme em um microscópio de baixo custo para ser utilizado na escola? Quais são os outros materiais necessários? Para isso, você precisará conhecer um pouco sobre as partes de um microscópio e sobre as propriedades das lentes. As lentes do microscópio óptico A fotografia ao lado mostra um microscópio óptico convencional, capaz de ampliar a imagem com maior ca- pacidade de resolução. De modo bem resumido, ele possui duas partes essenciais: um conjunto de lentes que fica próximo aos nossos olhos (lente ocular) e um outro conjunto de lentes que fica posi- cionado próximo ao objeto que se quer analisar (objetiva). Essas lentes são convergentes, ou seja, ao se colocar um objeto sobre a base, a luz refletida por ele atravessa a lente objetiva e é formada uma imagem real, com maior amplia- ção e resolução. Essa imagem, então, é observada através da ocular, que forma uma imagemvirtual e ainda mais am- pliada do objeto. Ou seja, uma lente amplia a imagem for- mada pela outra. A maioria dos microscópios possui também uma fonte de luz e todos possuem um regulador de foco. A fonte de luz ilumina e revela detalhes que eventualmente ficariam escuros. O regulador de foco faz variar a distância entre o ob- jeto e a lente objetiva, encontrando o foco, ou seja, a posição ideal para obter uma imagem com a melhor definição. Agora, veja um esquema simplificado do que é preciso para um microscópio exercer sua principal função: fornecer imagens ampliadas e com boa resolução. 2 APROFUNDE-SE NA QUESTÃO objetiva ocular olho F 2 i 1 Ο 2 Ο 1 ο i 2 F' 1 F 1 F' 2 Oculares Objetivas Mesa Condensador Fonte de luz Regulador de foco Braço Mas o que realmente é essencial para um microscópio são as lentes convergentes. Sem elas, não há microscópio. UM POUCO DE FÍSICA Andrey Svytsky/Shutterstock Competências gerais Competência específica 21 3 EM13CNT308EM13CNT307 B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra Esquema de funcionamento de um microscópio óptico, sendo: F 1 e F’ 1 os focos da lente objetiva; O 1 o centro de curvatura da lente objetiva; I 1 a imagem formada pela lente objetiva; F 2 e F’ 2 os focos da lente ocular; O 2 o centro de curvatura da lente ocular; I 2 a imagem formada pela lente ocular que é percebida pelo observador (olho). 2323 4 ESPALHE POR AÍ Agora que você e seu grupo finalizaram a gravação e a edição dos vídeos, eles já podem ser postados na internet! Mas calma aí, antes de publicá-los nas plataformas de vídeo, é importante fazer uma checagem do conteúdo. Para isso, a próxima etapa será uma avaliação pelos pares. Cada grupo deverá apresentar seu vídeo para o restante da turma de modo que todos possam analisar: o potencial do vídeo de contribuir para que o espectador possa tomar alguma decisão; a adequação científica das informações e se elas estão corretas; a clareza das informações e da linguagem utilizada no vídeo; a qualidade técnica do vídeo, observando se o áudio e a imagem são satisfatórios; a criatividade, verificando se há marcas de culturas juvenis, uma identidade ou algo que destaque o conteú- do e desperte o interesse do espectador. É fundamental que os vídeos que vocês produziram apresentem informações confiáveis com base em dados científicos, pontos de vista que respeitem e promovam os direitos humanos, além de um posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. Meme Competência geral Competência específica 5 3 EM13CNT302 R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra Meme R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra 5555 CONHEÇA SEU LIVRO 66 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 6PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 6 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM SUMÁRIO CHEGUE MAIS! .................................................................... 10 PERCURSOS ........................................................................... 10 CRONOGRAMA .................................................................... 11 AUTOAVALIAÇÃO ............................................................... 11 PROJETO 1 - STEAM As fotos que você nunca tirou com um smartphone ................................................ 12 ETAPA 1 | Entenda a questão .......................................... 14 STEAM: Aprender com uma abordagem integrada ...................................................................................... 14 O que é esse tal de STEAM? ............................................... 15 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! .......................... 16 Relacione-se com o tema ................................................... 17 Reconheça o desafio ............................................................ 22 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão .......................... 23 Um pouco de Física .............................................................. 23 ETAPA 3 | Mãos à obra ........................................................ 25 Arte e Ciência ............................................................................ 32 ETAPA 4 | Espalhe por aí ................................................... 34 Retome a avaliação .............................................................. 35 Esta é para encerrar ............................................................. 35 PROJETO 2 - PROTAGONISMO JUVENIL O protagonismo e a internet .......................................... 36 ETAPA 1 | Entenda a questão ......................................... 38 As bases do protagonismo ............................................... 39 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! ......................... 40 Relacione-se com o tema ................................................... 41 Potencialidades das mídias digitais ......................... 44 Reconheça o desafio .......................................................... 45 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão .......................... 47 A alfabetização científica ................................................ 47 Espiral da cultura científica ........................................... 48 Influenciadores digitais nas Ciências da Natureza .............................................................................. 49 ETAPA 3 | Mãos à obra ........................................................ 50 Pensando na comunidade................................................ 50 Mapa de necessidades ........................................................ 51 Plano de estudos .................................................................... 52 Um celular na mão e uma ideia na cabeça ............ 53 ETAPA 4 | Espalhe por aí ................................................... 55 Partiu publicar! ........................................................................ 56 Retome a avaliação .............................................................. 57 Esta é para encerrar ............................................................. 57 PROJETO 3 - MIDIAEDUCAÇÃO Quem escreveu tudo o que está na internet? ..... 58 ETAPA 1 | Entenda a questão ......................................... 60 Educação midiática ............................................................... 61 77 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 7PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 7 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! ......................... 62 Relacione-se com o tema .................................................. 63 Reconheça o desafio ............................................................ 68 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão .......................... 69 O que é divulgação científica ......................................... 69 Análise de textos de divulgação científica ............. 71 ETAPA 3 | Mãos à obra ........................................................ 77 ETAPA 4 | Espalhe por aí ................................................... 79 Retome a avaliação .............................................................. 79 Esta é para encerrar ............................................................. 79 PROJETO 4 - MEDIAÇÃO DE CONFLITOS Mediação de conflitos: uma postura da escola para a vida ............................. 80 ETAPA 1 | Entenda a questão ......................................... 82 Um conflito para mim, um conflito para você..... 82 Mas o que é mediação de conflitos? .......................... 83 A mediação de conflitos na escola ............................. 84 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! ......................... 85 Relacione-se com o tema .................................................. 86 Emoções em conflito ........................................................... 90 Reconheça o desafio ............................................................ 92 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão.......................... 93 Conflitos na escola ................................................................ 93 Efeito espectador .................................................................. 95 Novos tempos, novas formas de bullying .............. 98 Reconhecer os domínios de um conflito ............. 100 Estratégias de resolução de conflitos .................... 102 ETAPA 3 | Mãos à obra ...................................................... 107 ETAPA 4 | Espalhe por aí ................................................. 110 Realizando a oficina ............................................................ 111 Retome a avaliação ............................................................. 111 Esta é para encerrar ............................................................ 111 PROJETO 5 - STEAM Sustentabilidade e meio ambiente ........................... 112 ETAPA 1 | Entenda a questão ........................................ 114 Lixo, sustentabilidade e riqueza................................. 114 As bases do pensameto sustentável ....................... 116 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! ........................ 117 Relacione-se com o tema ................................................ 118 SUMÁRIO 88 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 8PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 8 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão ........................ 122 A ciência do lixo .................................................................... 122 Reconheça o desafio .......................................................... 127 ETAPA 3 | Mãos à obra ...................................................... 128 E o lixo na escola? ................................................................ 128 ETAPA 4 | Espalhe por aí ................................................. 133 Campanha de intervenção ............................................. 133 Do plano para a execução .............................................. 135 Retome a avaliação ............................................................ 135 Esta é para encerrar ........................................................... 135 PROJETO 6 - MIDIAEDUCAÇÃO A tecnologia e seus desafios ......................................... 136 ETAPA 1 | Entenda a questão ....................................... 138 E você, está tranquilo nas tecnologias? ................ 142 Midiaeducação e tecnologia ........................................ 143 VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! ....................... 144 ETAPA 2 | Aprofunde-se na questão ........................ 145 Duvido que você duvida .................................................. 147 Verificando o que já foi comprovado ..................... 150 Relacione-se com o tema ............................................... 150 Reconheça o desafio ......................................................... 155 A vida superconectada .................................................... 156 Cuide da mente ao navegar! ......................................... 157 ETAPA 3 | Mãos à obra ..................................................... 159 Coletânea de informações ............................................ 159 ETAPA 4 | Espalhe por aí ................................................. 162 Chegou o momento! ........................................................... 163 Retome a avaliação ............................................................ 163 Esta é para encerrar ........................................................... 163 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMENTADAS .... 164 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC ............... 166 Competências gerais ........................................................ 166 Competências específicas .............................................. 167 Habilidades .............................................................................. 168 C ie n p ie s D e s ig n /S h u tt e rs to ck 99 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 9PI_CIE_Gustavo_g21Sc_INICIAIS_001a009_LA.indd 9 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM Nesta obra, você será convidado a participar de vários projetos – cada um deles com características, desafios e temas diferentes. No entanto, para que você se organize e aproveite ao máximo o que esses projetos têm a oferecer, é importante que siga alguns passos, ou seja, que estabeleça percursos, monte um cronograma e avalie o próprio desempenho. CHEGUE MAIS! Procure inserir em cada etapa os itens que julgar necessário desenvolver. À medida que o projeto for sendo executado, retome o que registrou e faça os ajustes necessários. Etapa 1 Entenda a questão Nesta etapa, é essencial que você compreenda as questões e os problemas que nortearão o projeto e se aproprie deles. Etapa 2 Aprofunde-se na questão Nesta etapa, serão apresentados textos que lhe darão subsídios ou caminhos para que seja possível encontrar a solução das questões e dos problemas apresentados na etapa 1. Etapa 3 Mãos à obra Nesta etapa, você vai solucionar as questões e os problemas do projeto, bem como verificar se a solução apresentada foi satisfatória ou insatisfatória. Etapa 4 Espalhe por aí Nesta etapa, serão apresentados e divulgados para a comunidade os resultados obtidos ao longo do projeto. PERCURSOS Os projetos podem ser desenvolvidos de diversas maneiras e por meio de múltiplos percursos. Assim, é impor- tante que você e seu grupo se organizem para definir o caminho que pretendem seguir na execução de cada um deles. Os projetos são divididos em quatro etapas. Abaixo, apresentamos uma síntese dos objetivos de cada etapa, seguindo a lógica de resolução de problemas e da Aprendizagem Baseada em Projetos. Por isso, sugerimos que você procure entender bem cada uma delas e já pense nos percursos que vai utilizar para cumpri-las. 1010 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 10PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 10 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM Elaborar um cronograma é muito importante, pois, ao controlarmos o tempo para a realização de cada tarefa, garantimos que o produto final seja entregue no prazo combinado. Sem esse controle, podemos demorar mais tempo em determinadas etapas e, com isso, comprometer a qualidade e o prazo de finalização do projeto. É importante que seja definido um prazo viável para a realização de cada etapa. Para isso, converse com os co- legas e o professor, para que, juntos, cheguem a um cronograma viável. Procurem estar sempre atentos aos pra- zos estabelecidos no cronograma. E lembrem-se de manter o cronograma em dia ou fazer ajustes, se necessário. Ao elaborar um cronograma, conseguimos gerenciar o tempo disponível e, assim, evitar possíveis atrasos. CRONOGRAMA AUTOAVALIAÇÃO Talvez você já tenha tido a oportunidade de fazer uma autoavaliação em outros projetos ou em outros mo- mentos de sua vida escolar. Ela é uma reflexão importante e pode ser feita em diversos campos de atuação, não apenas no ambiente escolar. Se feita de maneira consciente, ajudará no seu desenvolvimento, já que indica seus pontos fortes e aqueles que ainda precisam ser fortalecidos. Para cada projeto, haverá uma tabela de autoavaliação, apresentada logo no início do projeto para que você conheça as expectativas em relação à sua atuação. Em uma analogia, é algo semelhante a “o que vai cair na prova”, embora não se trate de uma prova. Assim, você terá a oportunidade de elaborar e pôr em prática es- tratégias que o ajudem a superar suas dificuldades. Além disso, com as regras do jogo estabelecidas desde o início, você não terá surpresas no final e poderá se ajustar continuamente, sempre que necessário. Na tabela de autoavaliação são apresentados alguns itens importantes para o seu desenvolvimento e para sua atuação no projeto. Esses itens não se relacionam apenas às questões práticas e teóricas envolvidas no projeto, mas também às questões atitudinais; afinal, avaliar-setambém é uma forma de se conhecer melhor. Além dos critérios presentes na tabela, você pode inserir itens que julgue importantes para o seu desenvolvi- mento, não só como estudante, mas também como cidadão. Estes podem ser elementos relacionados a seu relacionamento e comunicação com os colegas, a seu engajamento em ações sociais, etc. Seguindo os mesmos critérios que você, o professor também fará uma avaliação do seu desempenho; assim, vocês terão a oportunidade de verificar, no final de cada projeto, em que pontos a avaliação de ambos coinci- diu e em quais houve divergência. Caso tenha dúvidas ao realizar a autoavaliação ou ao traçar estratégias para superar suas dificuldades, con- verse com o professor responsável pelo projeto. It V e c to r/ S h u tt e rs to c k 1111 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 11PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 11 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM AS FOTOS QUE VOCÊ NUNCA TIROU COM UM SMARTPHONE Fotografia de detalhe de frutos de dente-de-leão (Taraxacum officinale), que medem 3 mm de comprimento. Utilizar um microscópio amplia sua percepção sobre o mundo natural e dá liberdade para você explorar o mundo invisível aos seus olhos. 1 STEAM 1212 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 12PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 12 2/10/20 1:01 PM2/10/20 1:01 PM OBJETIVOS Construir um instrumento da ciência – o microscópio – para contribuir com a aprendizagem dos estudantes e com a alfabetização científica da comunidade. JUSTIFICATIVA A construção de um microscópio de baixo custo pode contribuir com o ensino de Ciências, propiciando aos estudantes a chance de trabalhar em prol da educação. Como um microscópio caseiro pode ampliar as possibilidades de aprendizagem na escola e na comunidade? Microscópios são equipamentos dotados de pequenas lentes capazes de ampliar imagens e permitir a visualização daquilo que não poderíamos ver a olho nu, como as células de uma cebola, os protozoários que vivem na água ou o pólen de uma flor. Por isso, esse equipamento foi essencial no desenvolvimento da ciência e atualmente é muito importante no ensino. Neste projeto, você vai construir um microscópio de baixo custo para explorar o mundo à sua volta e, além de tudo, poderá contribuir com a alfabetização científica da sua comunidade. G E R D G U E N T H E R /S P L /F o to a re n a 1313 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 13PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 13 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM Uma das competências mais demandadas atual- mente na sociedade é a criatividade para pensar em soluções eficientes e acessíveis. Para ser cria- tivo, é preciso saber utilizar os conhecimentos de uma forma integrada, buscando ideias de vários campos do conhecimento e aplicando-as em solu- ções autênticas. Uma forma de desenvolver isso é por meio de projetos STEAM, como este. Mas por que unir todos esses componentes curricu- lares em um bloco só? Porque no mundo complexo em que vivemos não basta ter apenas um ponto de vista sobre os assuntos que nos cercam, uma só for- ma de resolver os problemas, nem mesmo conheci- mentos que sirvam apenas em uma única situação. É preciso muita flexibilidade e criatividade para in- tegrar esses conhecimentos. Além disso, STEAM apresenta dois novos campos para sua formação, além dos componentes cur- riculares: engenharia e tecnologia. A engenharia tem um modo de pensar próprio e está muito li- gada à produção de soluções para a sociedade, ou seja, a botar a mão na massa e produzir soluções para os problemas das mais variadas naturezas – isso por meio de projetos e procedimentos. A tecnologia, por sua vez, tem revolucionado todas as áreas. Pen- se no caso da tecnologia digital: é difícil (quase impossível) imaginarmos nossa vida hoje sem tecnologia digital. Por isso, a escola precisa dialogar com esses novos conhecimentos e oferecer uma variedade de possibilidades para o futuro profissional dos jovens. Com um projeto STEAM, você vai se aproximar da mentalidade criativa e engajada com a criação de soluções para o seu dia a dia e o da sua comunidade. Convidamos você a explorar novas formas de aprender e novas formas de levar adiante o que você apren- deu. Antes de partirmos para as atividades do primeiro projeto, observe a seguir o significado da mentali- dade STEAM. Para realizar este projeto, você e seus colegas vão trabalhar com uma concepção chamada STEAM, do inglês Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics. Em português significa o trabalho integrado entre Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Vamos compreender um pouco melhor essa ideia e como utilizá-la para a realização do projeto apresentado a seguir. A m a n d it a /A rq u iv o d a e d it o ra 1 ENTENDA A QUESTÃO Competência geral Competências específicas 1 32 EM13CNT301EM13CNT205 STEAM pressupõe que o conhecimento é integrado e que a aprendizagem é ativa. STEAM: APRENDER COM UMA ABORDAGEM INTEGRADA 1414 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 14PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 14 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM O QUE É ESSE TAL DE STEAM? SCIENCE, TECHNOLOGY, ENGINEERING, ARTS AND MATHEMATICS Veja cinco elementos essenciais em um projeto STEAM. 1. Boas perguntas, bons problemas STEAM parte de desafios e problemas. Quer começar? Faça boas perguntas e terá bons projetos. 2. Mão na massa Seja proativo e produza! Nada de ficar esperando alguém dar a resposta pronta. Planeje, prototipe, teste, recicle e comece de novo! Com STEAM, você aprende estudando e construindo. 3. Conexão STEAM parte do princípio de que os conteúdos e conhecimentos estão conectados entre si. Por isso, pensar em Biologia é também pensar em tecnologia. Pensar em Arte é também pensar em Matemática. Quem tem a mentalidade STEAM é flexível, trabalha em equipe e está pronto para lidar com qualquer situação. 4. Aplicabilidade Melhor do que criar um produto, objeto ou projeto é fazer isso ser útil para as pessoas. Levantar e resolver problemas reais da comunidade faz parte do STEAM – entender de onde vêm esses problemas, também! 5. Ciência, tecnologia e sociedade O que tudo isso tem em comum? Problematizar, analisar e contestar são essenciais no STEAM. É assim que se desenvolve o pensamento crítico e a preparação para lidar com os problemas globais. O profissional STEAM tem atitude responsável em relação aos problemas globais e tem uma visão crítica de sustentabilidade. STEAM ajuda a desenvolver... ... as competências e habilidades que a sociedade e o mercado de trabalho mais demandam atualmente. STEAM é uma forma de pensar o conhecimento, de atuar na sociedade e de aprender. A n a to lir /S h u tt e rs to ck lin e a r_ d e s ig n / S h u tt e rs to ck jo h a v e l/ S h u tt e rs to ck C ra zy n o o k / S h u tt e rs to ck L e o n e _ V / S h u tt e rs to ck L o re ly n M e d in a / S h u tt e rs to ck A n a to lir /S h u tt e rs to ck s u m b e ra rt o / S h u tt e rs to ck R a s h a d A s h u r/ S h u tt e rs to ck L o re ly n M e d in a /S h u tt e rs to ck 1515 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 15PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 15 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM Este será seu roteiro de avaliação. Estamos apresentando-o no começo do projeto para que você já fique sa- bendo quais critérios serão usados na avaliação e o que é esperado em relação a sua atuação neste projeto. Seja responsável ao realizar a própria avaliação. Você utilizará esta tabela para compreender as expectativas de aprendizagem em um projeto STEAM e ir se ajustando continuamente. Quanto antes começar, mais ajustes poderá fazer e, assim, ter um desempenho melhor. Ao final, compare sua autoavaliação com a avaliação que o professorfez. Dialoguem e tentem chegar a um acordo nos pontos em que houver alguma divergência. COMPETÊNCIA/ CRITÉRIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 Flexibilidade e resolução de problemas / Construção do microscópio Meu grupo encontrou muitas dificuldades para construir o microscópio, pois não conseguiu pensar em alternativas e resolver problemas encontrados na prototipação. O microscópio é reutilizável, mas não é de fácil manuseio. O aparelho não consegue obter um bom foco de imagem. Meu grupo encontrou soluções práticas para construir um microscópio reutilizável. Entretanto, o aparelho não consegue obter um bom foco da imagem. Os desafios encontrados não serviram de estímulo ao pensamento criativo, mas, sim, de barreiras que desestimularam o grupo a continuar. Meu grupo encontrou uma solução eficiente e de baixo custo para a construção do microscópio. O aparelho é estável e fácil de ser operado, bem como pode ser utilizado várias vezes por outros estudantes. Os desafios encontrados na prototipação serviram de estímulo para a criatividade do grupo. Aprendizagem e conhecimento / Conceitos e suas inter-relações Não compreendi os princípios de funcionamento do aparelho, apenas consegui construí-lo ou não compreendi as aplicações práticas do microscópio. Não consegui ter ideia alguma sobre o que estava sendo observado no microscópio. Sei dizer como um microscópio funciona, mas ainda não sei bem como ele pode ser útil para a minha aprendizagem. Sei dizer como um microscópio funciona e entendi muito bem quais são as possíveis aplicações do instrumento. Além disso, sei o que é preciso para obter um aparelho ainda melhor. Consigo obter boas amostras para serem observadas e consigo elaborar boas hipóteses sobre as amostras observadas. Pensamento crítico e científico / Desdobramento da problematização Vejo certa conexão entre a Biologia e a Física, mas preciso ainda entender como elaborar uma investigação científica utilizando um microscópio. Todavia, sei dar algum exemplo de aplicação do microscópio na Ciência ou no ensino. Consegui estabelecer boas relações entre o que eu aprendi e o que eu já sabia. Percebo que uma investigação científica envolve várias áreas do conhecimento e saberia explicar para alguém como um microscópio pode ser usado na investigação, embora não consiga elaborar uma pesquisa utilizando-o. Está claro para mim como Física, Química e Biologia se relacionam em uma investigação que utilize o microscópio. Saberia dar muitos exemplos e sinto- -me capaz de realizar uma investigação e de elaborar boas perguntas para essa investigação. VAMOS FALAR DE AVALIAÇÃO! 1616 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 16PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 16 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM COMPETÊNCIA/ CRITÉRIOS NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 Colaboração e proatividade / Engajamento da equipe Não houve trabalho em equipe ou a equipe não se mostrou preocupada em envolver todos os participantes. Houve muitos conflitos e alguns deles não foram saudáveis para o desenvolvimento do projeto e do relacionamento entre as pessoas. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes, mas não conseguiu trabalhar de modo colaborativo. Alguns conflitos não foram resolvidos de forma democrática e respeitosa. A equipe se mostrou preocupada em envolver todos os participantes, bem como trabalhou de forma harmônica e respeitosa. Os diálogos foram estabelecidos de modo saudável e houve excelente entrosamento entre os participantes. Comunicação e argumentação / Produto – pôsteres e mostra de arte O grupo não produziu pôsteres digitais ou infográficos e imagens para a Mostra de Ciência & Arte ou o grupo apresentou as imagens e pôsteres de modo descontextualizado para o espectador. A apresentação dos pôsteres digitais ou infográficos na Mostra de Ciência & Arte foi realizada, mas o grupo teve dificuldade em comunicar ao público as informações sobre ciência com linguagem acessível e atrativa. A apresentação dos pôsteres digitais ou infográficos na Mostra de Ciência & Arte foi realizada com muita propriedade. O grupo apresentou com clareza as informações científicas nos pôsteres e se preocupou em buscar temas de interesse da comunidade, além de trazer um olhar ao mesmo tempo científico e artístico para as imagens apresentadas. Você já se perguntou qual o menor objeto que o olho humano é capaz de observar? Um bom teste é tentar olhar, por exemplo, para dois fios de cabelo bem próximos um ao outro. Por mais perto que você aproxime seu olho dos dois fios, eles parecerão um fio só. A mesma coisa ocorre ao observar duas folhas de papel colocadas uma sobre a outra. Tente olhar a borda delas e ver se é fácil distinguir quantas folhas há. Isso porque estamos falando de resolução: seu olho literalmente não consegue resolver a diferença entre dois objetos tão pequenos e tão próximos entre si, não consegue separar os detalhes e o cérebro processa a imagem como sendo uma coisa só. RELACIONE-SE COM O TEMA P ix a b a y /p ix a b a y. c o m Meme 1717 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 17PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 17 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM D e p o s it p h o to s /F o to a re n a Fio de cabelo. As imagens desta página não estão representadas em proporção. Em geral, o olho humano não consegue, por exemplo, enxergar algo menor do que 0,01 cm (espessura aproxi- mada de um fio de cabelo ou o diâmetro aproximado de um grão de areia), nem distinguir uma distância me- nor do que 0,2 mm. O contraste de cores e a boa definição de cada objeto são essen- ciais para nosso cérebro processar a imagem de maneira satisfatória. Quantos fios de cabelo um ser humano possui em média? Essa pergunta é difícil de ser respondida, pois o que enxerga- mos é uma massa que dá forma aos cabelos. O ser humano possui em média 100 mil fios de cabelo na cabeça. É impossível olhar para os cabelos de alguém e distinguir quantos fios essa pessoa tem, pois é muita informação para nossos olhos captarem e para o nosso cérebro distinguir. O que conseguimos fotografar com a câmera de um celular? E se você fotografar com um smartphone dois fios de cabelo e der um zoom na foto? O que é possível obser- var? Provavelmente um borrão, certo? Embora seja possível aproximar a imagem pelo zoom do aparelho, é preciso mais do que isso: é necessário boa capacidade de ampliação, não só de aproximação. Para compreender isso, vamos realizar um teste. Em grupos, com um smartphone, fotografem os seguintes itens: escamas de um fio de cabelo; poros da pele; ponta de uma caneta esferográfica; tricomas (pequenos pelos) de uma folha de grama. Agora, compare as fotografias capturadas pelo grupo com essas mesmas estruturas vistas em diferentes tipos de microscópios a seguir. iS to ck p h o to /G e tt y I m a g e s D R J E R E M Y B U R G E S S /S P L /F o to a re n a Palma da mão observada em microscópio eletrônico de varredura com aumento de 49 vezes. Colorido artificialmente. Fio de cabelo observado em microscópio óptico com aumento de 400 vezes. iS to ck p h o to /G e tt y I m a g e s Fio de cabelo observado em microscópio óptico com aumento de 400 vezes. Fio de cabelo observado em microscópio óptico com aumento de 253 vezes. 1818 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 18PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 18 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM Ponta de uma caneta esferográfica observada em microscópio eletrônico de varredura, com aumento de 16,2 vezes. Colorido artificialmente. Tricomas de uma folha de urtiga (Urtica dioica) em microscópio óptico, com aumentode 53 vezes. Como você e seu grupo se saíram? Conseguiram obter algum detalhe com o smartphone? Perceba que, mesmo dando um zoom na imagem ou aproximan- do a lente do celular do objeto, provavelmente não foi possível chegar ao nível de detalhe das imagens obtidas por microscópios. Isso porque temos aqui, no- vamente, um problema de resolução. E com o microscópio? Atualmente, é possível observar coisas muito pequenas, impossíveis de ver a olho nu, como um grão de pólen, uma célula e até um vírus. Além disso, com microscópios eletrônicos complexos é possível chegar até bem próximo de se observar átomos individualmente, embora não seja possível distinguir o núcleo ou os elétrons. Basicamente, o microscópio inaugurou uma nova forma de observar fenômenos que antes eram invisíveis aos cientistas. O microscópio não apenas esclareceu ques- tões, como também criou uma série de no- vas perguntas. S te v e G s ch m e is s n e r/ S P L /F o to a re n a M a re k M is /S P L /F o to a re n a R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d a e d it o ra Meme As imagens desta página não estão representadas em proporção. 1919 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 19PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 19 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM Por meio de microscópios, pesquisadores podem realizar diagnósticos de doenças, identificar problemas e realizar experimentos importantes na área da saúde. Além da importância na Medicina, os microscópios permitem aos pesquisadores compreender melhor o mundo por meio de importantes investigações para o desenvolvimento da ciência e de práticas de pesquisa. E qual é a importância de um microscópio na sua escola? Se você já teve a experiência de observar um objeto no microscópio, sabe como é descobrir um novo mundo, inimaginável a olho nu. Observe as imagens a seguir. As fotografias apresentadas são dos mesmos elementos que você acabou de fotografar. A diferença é que aqui elas foram capturadas com um smartphone adaptado na forma de um microscópio. O melhor de tudo isso: ele é feito de maneira simples e com materiais acessíveis! Ponta de um fio de cabelo danificada que desfiou e se dividiu em três. Note que ao fundo há uma raiz de cabelo que foi arrancada com parte do folículo capilar. O folículo é uma estrutura que literalmente fabrica o cabelo a partir da queratina. Um fio de cabelo humano tem aproximadamente 60 a 120 micrômetros de diâmetro. Ponta de caneta esferográfica. É possível ver a esfera bem na ponta, que vai rolando e pintando o papel à medida que você escreve. Ampliada cerca de 25 vezes. Tricomas da folha da grama. Os tricomas são estruturas bem finas que exercem diversas funções, entre elas reter a umidade e proteger a folha de alguns predadores. Parecem-se com pequenos pelos e são a principal causa de sentirmos coceira quando nos deitamos na grama. Ampliada cerca de 30 vezes. Fotografia de uma folha de Clerodendrum thomsoniae. O comprimento dessa folha pode variar de 5 a 20 cm. Note que é possível observar as ramificações das nervuras foliares. R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d o a u to r R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d o a u to r R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d o a u to r R e p ro d u ç ã o /A rq u iv o d o a u to r As imagens desta página não estão representadas em proporção. 2020 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 20PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 20 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM Você já viu as unidades de medida µm e nm? • O micrômetro (µm) é a unidade de medida que equivale à milésima parte do milímetro ou a 1 milionésimo de metro (1 · 10−6 m). • O nanômetro (nm) é a unidade de medida que equivale a 1 milionésimo de milímetro ou a 1 bilionésimo de metro (1 · 10−9 m) Os microscópios são aparelhos que permitem visualizar estruturas que não conseguiríamos ver a olho nu; em outras palavras, eles aumentam o tamanho das imagens dos objetos. Outra grande vantagem dos micros- cópios é aumentar a capacidade de vermos detalhes do objeto. Essa vantagem se deve ao Limite de Resolução (LR), que é a distância mínima entre dois pontos em que podemos observá-los como pontos individualizados, ou seja, os microscópios permitem vermos detalhes de células eucarióticas, tecidos e microrganismos que a olho nu não veríamos. A ordem de grandeza do LR a olho nu é de 0,2 mm, ou seja, dois pontos que estão a uma distância inferior a 0,2 mm são vistos apenas como um ponto; já para o Microscópio Óptico (MO) o LR é de 0,2 µm e para o Microscópio Eletrônico (ME) o LR é de 0,2 nm. Resumindo, com os microscópios, conseguimos ver muito mais detalhes de um objeto do que quando visto a olho nu. Como exemplo, apenas um ponto observado ao olho nu, quando é visto ao microscópio óptico, percebemos que ele é formado por mil pontos menores e, se fosse visto ao ME, poderíamos enxergar um milhão de pontos no lugar daquele ponto visto a olho nu. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Qual a diferença entre Microscópio Ótico e Eletrônico? Disponível em: http://www.meib.uff. br/?q=content/qual-diferen%C3%A7a-entre-microsc%C3%B3pio-%C3%B3tico-e-eletr%C3%B4nico. Acesso em: 23 dez. 2019. QUAL A DIFERENÇA ENTRE MICROSCÓPIO ÓPTICO E ELETRÔNICO? A utilização do microscópio para observar seres pode desvendar um novo mundo fantástico. B re v it y, G u y E n d o re -K a is e r a n d R o d d P e rr y © 2 0 11 G u y & R o d d /D is t. b y A n d re w s M c M e e l S y n d ic a ti o n 2121 PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 21PI_CIE_Gustavo_g21Sc_Projeto1_010a035_LA.indd 21 2/10/20 1:02 PM2/10/20 1:02 PM http://www.meib.uff.br/?q=content/qual-diferen%C3%A7a-entre-microsc%C3%B3pio-%C3%B3tico-e-eletr%C3%B4nico Antes de conhecer o desafio do projeto, vamos retomar nossa questão norteadora: Como um microscópio caseiro pode ampliar as possibilidades de aprendizagem na escola e na comunidade? Estamos falando essencialmente da capacidade transformadora com que o microscópio, assim como ou- tros instrumentos da ciência, pode potencializar a aprendizagem por apresentar novas formas de obser- vação e de coleta de dados e novas perspectivas em relação ao mundo empírico, que nem sempre são acessíveis a olho nu. Atualmente, nem todas as escolas possuem um laboratório de Ciências ou microscópios disponíveis para o uso dos estudantes. De acordo com o Censo Escolar de 2018, apenas 44% das escolas de Ensino Médio brasi- leiras possuíam laboratório de Ciências. Por isso é tão importante democratizar o acesso a instrumentos de investigação científica, como é o caso de um microscópio de baixo custo. Não somente em sala de aula ou no laboratório de Ciências, o microscópio caseiro e portátil, como o que você vai construir, pode contribuir com a alfabetização científica da comunidade em que você se insere. Por isso, ao trabalhar neste projeto, seu desafio será desenvolvido em dois momentos. O primeiro momento é construir o microscópio com um smartphone e ver as possibilidades que esse dis- positivo pode oferecer. O segundo é produzir conteúdo científico para a população e ajudar as pessoas a compreender fenômenos e encontrar novas perspectivas para a realidade que as cerca. Ou seja, despertar a curiosidade pela ciência das pessoas ao seu redor. Uma população alfabetizada cientificamente é capaz de se interessar por temas de ciência, ler conteúdos de ciência e praticar a curiosidade científica no dia a dia. A curiosidade é a chave para despertar o pensamento científico, bem como valorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital. Como você vai fazer isso? Apresentaremos algumas sugestões, mas, como já foi dito, você é protagonista des- te projeto e deve definir o melhor percurso. Pensamento científico Investigar a realidade Compreender a realidade Compreender
Compartilhar