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Ciência Economica e Administrativa • Introdução; • A Econômia; • Evolução do Pensamento Econômico; • Necessidades Humanas; • Fatores Produtivos; • O Problema Econômico. · Trazer à tona o assunto Ciência Econômica e o seu estudo, desvendan- do a evolução do pensamento econômico, as necessidades humanas e focar nos fatores de produção e como isso impacta na nossa vida. OBJETIVO DE APRENDIZADO Evolução do Pensamento Econômico UNIDADE Evolução do Pensamento Econômico Introdução Todos nós conhecemos um pouco de economia, seja por conta da nossa linha de estudo ou porque assistimos televisão à noite em casa todos os dias, este assun- to está em pauta em algum telejornal e também nos grandes jornais de todos os países. Mas, para que possamos entender o que os jornais dizem, é importante que tenhamos um conhecimento prévio desta importante ciência, que nos ajuda a en- tender a forma que a sociedade caminha e se desenvolve no quesito crescimento, como os fatores de produção estão sendo empregados, definir se a politica macro- economia está alinhada com o desenvolvimento do país, se a politica cambial está realmente ajudando o pais a crescer, entre outras coisas. A ideia desta unidade inicial é trazer o conhecimento básico sobre economia, des- vendando alguns mistérios e elucidando ao leitor temas extremamente interessantes, que servirão de base para que o conhecimento seja alcançado ao longo do curso. Trataremos da economia como uma ciência e o que ela traz de benefícios à sociedade, o porquê o estudo da economia é importante, por que essa ciência tem cada vez mais adeptos e como ela pode ainda hoje revolucionar o pensamento crítico das pessoas, fazendo com que o entendimento e o crescimento sejam algo intrínseco da sociedade e dos indivíduos. Também demonstraremos o quanto se evoluiu com o pensamento econômico, como esse pensamento mudou ao longo dos anos, décadas e séculos. Falaremos sobre a necessidade humana, como essas necessidades moldam a forma que a sociedade vai trabalhar com os fatores de produção, esses fatores que são diversos, o capital, aqui não só entendido como dinheiro, mas como a força que impulsiona uma sociedade em busca de seus objetivos, temos também a mão de obra, essa é uma ferramenta importantíssima para a sociedade, que hoje em dia está com uma oferta muito grande dentro da nossa sociedade por conta da falta de emprego e oportunidades a todos. Com todos os itens que serão expostos ao longo da unidade, conseguiremos ao final dela pensar no problema econômico, agora com mais propriedade e conhe- cimento, não somente supor razões para as coisas que acontecem, mas sim tentar com o conhecimento adquirido entender o processo econômico e as suas razões de acontecer. Essa evolução do pensamento econômico será descrita de forma didática e bem direcionada, para que o estudo e o conhecimento agregado seja algo de longa du- ração e prazeroso. Vamos desvendar esse novo mundo!!! 8 9 A Economia A vida cotidiana é cheia de ligações, sejam elas entre indivíduos de uma mesma religião, de um mesmo clube, torcedor do time A ou do time B, relações politicas, amorosas, entre outras diversas que podem ocorrer, tanto de forma única como de forma de grupo. Tais relações determinam as necessidades individuas de cada um dentro de uma sociedade, a pessoa que tem uma relação com um time A, tem uma necessidade diferente da pessoa que tem uma relação com um time B, cada indivíduo é molda- do pelas suas relações. As relações econômicas, de forma específica, tratam das ações adotadas pelas pessoas com o objetivo de satisfazer suas necessidades materiais ou fisiológicas, como alimentação, transporte, vestuário, habitação, lazer etc., e levam as pessoas a adotar ações para obterem meios para a satis- fação dessas necessidades. (DIAS, 2015 – pag. 9) A Ciência Econômica é uma ciência social por tratar das relações estabelecidas entre as pessoas, ela estuda a forma como essas pessoas se portam dentro da so- ciedade que estão inseridas, utilizando métodos de modelos abstratos para verificar e analisar como as diversas camadas da sociedade se portam dentro de um mesmo contexto ou dentro de contextos diferentes. É uma ciência que sempre está em foco, pois analisa os indivíduos, suas preferências e como esses indivíduos se por- tam nas mais diversas situações expostas. Tem sua origem na Grécia antiga, onde os grandes pensadores já introduziam o tema nas suas arguições politicas e filosóficas, já demonstrando preocupações econômicas. A própria palavra “Economia” é derivada de uma expressão gre- ga oikosnomos (oikos, que significa casa, lar, e nomos, que significa norma, lei, administraç ã o), a Grécia sempre foi o berço de grandes pensadores e esses pen- sadores revolucionaram muitas ciências, e a Ciência Econômica não ficou de fora dessa revolução Grega. A definição de economia pode ser expressa da seguinte maneira: A Economia é um ramo das Ciências Sociais cujo foco é a forma pela qual a sociedade realiza suas escolhas de produção de bens e serviços com o ob- jetivo de satisfazer as necessidades humanas, considerando que os recursos disponíveis para tal produção são escassos. (DIAS, 2015 – pag. 10) Existem dois métodos de análise econômica, o primeiro é o dedutivo e o segun- do o indutivo. O método dedutivo se baseia em fatos concretos e os relaciona com outros fatos para assim chegar a conclusões sobre os diversos temas, um exemplo bem simples 9 UNIDADE Evolução do Pensamento Econômico que os gregos usavam é de que todos os homens são mortais, Aristóteles é um homem, logo, Aristóteles é mortal. Já o método indutivo trabalha com observações específicas e não somente um fato, deve ser analisado “n” coisas para que se chegue a uma conclusão, devemos: 1. identificar um problema; 2. formular hipótese; 3. coletar, organizar e analisar dados; 4. formular conclusões; 5. verificar, rejeitar ou modificar hipótese após testá-la. O método indutivo é muito utilizado nos dias de hoje, principalmente, em estu- dos acadêmicos, como dissertações e teses. Muito se discutiu no passado sobre qual seria o melhor método, mas isso real- mente ficou no passado e hoje se verifica que os dois métodos têm a sua contribui- ção e devem ser utilizados, podendo ser utilizados separadamente ou em conjunto. A economia como ciência, como conhecemos hoje, veio crescendo ao longo do tempo, a escola clássica dos pensadores trouxe esse avanço econômico que conhe- cemos, principalmente a escola clássica de pensadores. A Economia atual é uma ciência que analisa de que forma as pessoas e as empresas, individual ou coletivamente, organizam a produção de bens e serviços para a satisfação das necessidades humanas, considerando es- cassos os recursos disponíveis para a produção desses bens ou serviços. Em outras palavras, a Economia estuda como as pessoas tomam decisões sobre compra, venda, investimento, poupança, consumo, trabalho etc., e como interagem umas com as outras com o objetivo de satisfazer suas necessidades econômicas. (DIAS, 2015 – pag. 11) Na concepção dos autores clássicos, o que dá valor aos bens é o trabalho hu- mano. Um determinado bem é mais valioso se há necessidade de muito trabalho humano para que ele seja obtido; enquanto que um outro bem será menos valioso se pode ser obtido ou construído com relativamente pouco trabalho. Apesar de mais satisfatória que teorias anteriores, essa interpretação não expli- cava, por exemplo, por que o mesmo bem era comprado e vendido a preços dife- rentes em diferentes situações. Afinal, se um determinado bem, em determinado momento, tem um dado custo social em horas de trabalho por unidade de produto, seria de se esperar que seu valor (e, portanto, seu preço) não oscilasse tanto. A partir da segunda metade do século XIX, começou a tomar corpo uma nova visão sobre o valor e os preços das mercadorias. Segundo diversos economistas, o valor das mercadorias não poderia ser atribuído a característicasintrínsecas dos bens, nem somente ao trabalho que era exigido para serem obtidos. Esta nova es- 10 11 cola de pensamento considerava que, ao determinar o valor de um bem, as pessoas levem em conta as quantidades adicionais deste bem que estariam à sua disposição e, além disso, considerem também os aspectos de valor subjetivos que cada pessoa atribui aos bens. Tratava-se de uma visão tão distinta das anteriores e que ganhou tanta importância que tomou o nome de Revolução Marginalista. Seus principais expoentes, à época, foram William Jevons (1862), Carl Menger (1871) e León Walras (1874). Essa visão efetivamente revolucionou a forma de se compreender o valor, abo- lindo a interpretação do valor intrínseco dos bens (relativo ao seu material ou aos seus custos de produção), passando a explicar o valor dos bens em função de sua abundância relativa e, também, dos aspectos derivados do desejo das pessoas em adquirir tal bem. A Ciência Econômica, muitas vezes, deve trabalhar com a questão de que tudo permanece constante dentro de um contexto de análise, pois como utiliza diversas teorias matemáticas e estatísticas em alguns momentos, é impossível de se prever todas as variáveis que podem ocorrer dentro do contexto de uma sociedade e, por essa questão, muitas vezes temos que invocar a condição Ceteris Paribus, uma expressão em Latim que significa “tudo o mais permanece constante”, dessa ma- neira podemos muitas vezes isolar um fator e analisar ele de maneira mais fácil. A economia é divida em dois grandes grupos de estudos, a microeconomia e a macroeconomia. A seguir discorreremos um pouquinho sobre cada um deles. O estudo da microeconomia, conforme proposto aqui, corresponde a uma visão chamada de “neoclássica”. Nessa visão, a economia é tratada como uma ciência objetiva, em que são definidos alguns axiomas (princípios básicos e dados como certos), e toda a teoria é desenvolvida a partir desses axiomas de forma lógica e, por vezes, matemática. Existe, naturalmente, a possibilidade de testar, ao final, se as teorias encontram respaldo na realidade, o que denominamos de “testes empíricos”. Princípios básicos no estudo da Microeconomia: • Economia como ciência objetiva; • Utilidade; • Escassez; • Bens; • Agentes Econômicos; • Racionalidade; • O que dá valor aos produtos e serviços. A microeconomia estuda como os agentes econômicos se relacionam, como é que se dá a questão de oferta, demanda, e como se dá o equilíbrio do mercado; a 11 UNIDADE Evolução do Pensamento Econômico microeconomia estuda os agentes econômicos e suas inter-relações e influências no estabelecimento das relações econômicas. Na macroeconomia se aborda os temas mais amplos das economias que afetam a todos os agentes que de alguma forma atuam neste meio. Os principais temas tratados na macroeconomia são o PIB dos países, inflação, os juros, o câmbio (re- lação de troca entre moedas de diferentes países), o emprego, as contas do setor público, as contas externas, o papel do Estado na economia (políticas monetária e fiscal), entre outros pontos. Através da macroeconomia, por sua vez, tentaremos entender de forma mais abrangente como se dá o ambiente econômico em que nossa empresa opera. Tentaremos entender por que há inflação e quais seus malefícios aos negócios, o que determina o crescimento de um país ou região, de que forma mudanças nas taxas de câmbio podem afetar este ambiente e de que maneira os juros interferem também em nossos negócios. Importante! Por que a Economia é uma ciência humana? Uma questão que gera dúvidas para muitas pessoas se refere ao fato de por que a econo- mia é uma ciência humana? De forma geral, a justificativa para a inclusão da economia no mesmo ramo em que estão ciências como Sociologia, Antropologia e Ciência Política é porque ela estuda aspectos da vida social, como iremos abordar em detalhes nos seguintes tópicos: Principais Dúvidas Relacionadas com a Economia sendo Ciência Humana; Motivos que fazem da Economia uma Ciência Humana; Principais Áreas de Atuação da Economia Conclusão. Para saber os detalhes abordados, acesse o link a seguir: https://goo.gl/9MHu4D Você Sabia? Evolução do Pensamento Econômico Nesta parte, vamos tratar de como se deu a evolução do pensamento econômi- co ao longo dos anos, vamos tratar dos diversos tipos de pensamentos destacados por grandes autores e fazer um paralelo com o crescimento da ciência econômica como um todo. O Pensamento Econômico Judaico A origem do povo judeu remonta a mais de 2500 anos antes de Cristo. Esse povo é um dos percussores da economia, desde sempre pensou na economia em conjunto com a sociedade, trazendo à tona os assuntos de politica, religião, ética em conjunto com o tema economia. Os judeus já trabalhavam com a questão dos juros e tinham regras específicas para isso, por exemplo, era permitido o emprésti- mo, mas este deveria ser sem cobrança de juros para o povo judeus; se o emprés- timo fosse concedido a alguém não judeu, a cobrança deveria ocorrer. 12 13 Na questão do comércio, eles deveriam cobrar o preço justo sobre a mercadoria e era proibido alterações de qualidade ou peso. Definiram o sábado, também, como o dia de descanso para o povo, dia esse que deveria ser para desfrutar com a família e se dedicar a religião. A Economia Medieval Esse período, que se iniciou em 476 depois de Cristo e foi até a queda de Constantinopla, foi o período da Idade Média desenvolvido via o feudalismo, bem fundamentado na questão da agricultura, com um crescimento grande do escambo. As moedas já estavam em circulação em algumas regiões do planeta, mas, ainda assim, o escambo dominava a economia. A igreja católica, nessa época, era ex- tremante presente e forte na sociedade, desempenhando um papel importante no processo de produção. O Mercantilismo Esse período, que aconteceu entre os séculos XV e XVIII, foi o período pós- -feudalismo, que nas nações, principalmente da Europa, começaram a corrida ex- pansionista, elas procuravam crescer os seus territórios via descoberta de novos locais para que pudessem ser novos centros comerciais e que, assim, acumulassem mais riqueza para as suas nações. A questão do aumento de exportações de mercadorias era um ponto que essas nações sempre estavam buscando para elevar o saldo positivo de suas balanças comerciais. Nessa época, os governos é que investiam muito nas economias e nesta expansão territorial. Para os mercantilistas, a principal atividade era o comércio, enquanto a produ- ção agrícola e a indústria vinham em segundo plano. Após esse período forte do mercantilismo, tivemos um período que os fisiocra- tas entraram em cena, o termo “fisiocracia” significa “governo da natureza”, eles acreditavam que as coisas tinham uma ordem e uma razão (Deus). Consideravam a agricultura como principal atividade, as demais atividades como secundárias. Para os fisiocratas, o estado deveria ter papel mínimo na sociedade, somente com funções de proteção à vida e à propriedade, a liberdade de comércio e a pro- priedade privada. A Escola Clássica A escola clássica, que teve sua origem no século XIX, também no continente europeu, pregava um sistema econômico baseado na liberdade de mercado e de 13 UNIDADE Evolução do Pensamento Econômico comércio, com pouca interferência estatal, já era o início do que conhecemos hoje como Capitalismo, o processo que o mercado se auto regula. Os principais representantes dessa linha de pensamento foram Adam Smith (1723–1790), que se dedicou a investigar a natureza e as causas da riqueza das nações; David Ricardo (1772–1823), que discutiu os problemas da distribuição da riqueza na sociedade; e Thomas Malthus (1766–1834), que criou uma teoria sobre populações e estudou a prosperidade e a pobreza das nações. O Marxismo O filósofo alemão Karl Marx (1818–1883) questionou o Capitalismo e suas na- turezas, ele defendia que a Mão de Obra era o item mais sensível dentro do proces- so de produção,mas que como o trabalhador não tinha noção do processo como um todo, ficaria alienado e não conseguiria entender a sociedade. Pregava que esse seria o fim do Capitalismo como o conhecemos, pois os tra- balhadores entenderiam o poder que tinham e tomariam o poder pela revolução. Ele criou o que conhecemos hoje como socialismo e que alguns países utilizam como forma de economia até hoje. A Economia Keynesiana Escola de pensamento econômico foi fundada pelo economista britânico John M. Keynes (1883–1946) no início do século XX. Como os países, principalmente os Estados Unidos da América, foram afetados pela grande depressão entre os anos de 1920 e 1930, Keynes sugeriu que o Estado tivesse mais poder e contro- lasse as políticas monetárias e fiscais, dessa maneira criando o desenvolvimento sustentável e aumentando o número de empregos e renda na sociedade. A escola de Keynes foi seguida pelos Estados Unidos. Com esse tipo de pensa- mento econômico conseguiu superar a crise econômica e se tornar uma das nações mais bem-sucedidas do planeta. ADAM SMITH - Conhecido por sua obra principal, An Inquiry Into the Nature and Causes of the Wealth of Nations (“Uma Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”), de 1776, Adam Smith foi na verdade um filósofo social, não um economista. Quando se examina o contexto de seu pensamento que inclui o seu The Theory of Moral Sentiments (“A Teoria dos Sentimentos Morais”), de 1759, além da obra que almejava publicar sobre os princípios gerais da lei e do governo e as diferentes revoluções que sofreram em diferentes épocas e períodos da socie- dade, vê-se que sua obra prima “Riqueza das Nações” não é meramente um tratado de economia, mas uma peça dentro de um sistema filosófico amplo que parte de uma teoria da natureza humana para uma concepção de organização política e de evolução histórica. Disponível em: https://goo.gl/Lf17sw 14 15 KARL MARX - Idealizador de uma sociedade com uma distribuição de renda justa e equilibrada, o economista, cientista social e revolucionário socialista alemão Karl Hein- rich Marx, nasceu na data de 05 de maio de 1818, cursou Filosofi a, Direito e História nas Universidades de Bonn e Berlim e foi um dos seguidores das ideias de Hegel. Este fi lósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. Seu envolvimento com radicais franceses e alemães, no agitado período de 1840, fez com que ele levantasse a bandeira do comunismo e atacasse o sistema capitalista. Segundo este economista, o capitalismo era o principal responsável pela desorientação humana. Ele defendia a ideia de que a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica abusiva deste sistema que, segundo ele, era o maior responsável pelas crises que se viam cada vez mais intensifi cadas pelas grandes diferenças sociais. Este grande revolucionário, que também participou ativamente de organizações clandestinas com operários exilados, foi o criador da obra O Capital, livro publicado em 1867, que tem como tema principal a economia. Seu livro mostra estudos sobre o acúmulo de capital, identifi cando que o excedente originado pelos trabalhadores acaba sempre nas mãos dos capitalistas, classe que fi ca cada vez mais rica a custa do empobrecimento do proletariado. Com a colaboração de Engels, Marx escreveu também o Manifesto Comunista, onde não poupou críticas ao capitalismo. Dis- ponível em: https://goo.gl/Hz4Vdw Necessidades Humanas Todos os dias a população mundial cresce de maneira vertiginosa e com esse crescimento, também, cresce o consumo de bens e serviços, pois essas pessoas precisam satisfazer as suas necessidades básicas ou não, a sociedade é movida pela necessidade de satisfação. Essas necessidades se dão por carência ou insatisfação e podem, com certeza, ter relação com algo que deve ser satisfeito. Elas são separadas em duas categorias, primárias e secundárias: as primárias são as necessidades vitais do ser humano, não geram satisfação pessoal, mas são uteis e primordiais para a sobrevivência tais como alimentação, saúde etc. Já as secundárias são consideradas as sociais, são importantes, mas não dependemos delas para a sobrevivência, tais como cultura, esporte, educação etc. O quadro a seguir apresenta as características e a natureza das necessida- des humanas. Tabela 1 - Características e a natureza das necessidades humanas Características Multiplicidade Existem vários tipos de necessidades huma- nas, e são ilimitadas, ou seja, à medida que uma necessidade é satisfeita, novas surgirão. Substitutibilidade As necessidades podem ser satisfeitas por bens ou serviços diferentes, ou seja, os bens ou serviços podem ser substituídos. Saciabilidade As necessidades humanas por bens ou ser- viços vão sendo satisfeitas gradualmente, até cessarem por completo. 15 UNIDADE Evolução do Pensamento Econômico Natureza Primárias São as necessidades consideradas naturais ou vitais aos seres humanos, e sem a satis- fação das quais não se consegue sobrevi- ver. Ex: alimentação, saúde, habitação etc. Secundárias São as necessidades consideradas sociais, ou seja, são as importantes para a sobrevi- vência, porém sua insatisfação não implica em sofrimento imediato. Ex: lazer, cultura, esporte, educação etc.. Fonte: DIAS (2015) p. 18 Bens Um bem, no sentido econômico, é qualquer produto ou serviço que tem utilida- de e é escasso. Bens podem ser subdivididos em dois grupos, conforme o seu tipo e sua natureza, bens livres (ar, mar, luz do sol) ou bens econômicos (roupas, máquinas, alimentos). Utilidade de um Bem Utilidade é a característica que os produtos e serviços têm de satisfazerem neces- sidades ou desejos das pessoas e empresas, possui sua utilidade na medida em que permite a satisfação de uma necessidade humana. Existem 2 tipos: • abstratas; • subjetiva. A utilidade abstrata é aquela que não é essencial ao ser humano, um exemplo básico é a compra de um anel de ouro por exemplo, ele não é essencial para a vida daquela pessoa, mas é extremamente importante, às vezes, para o ego e para que a pessoa fique bem. A questão da utilidade subjetiva é a percepção da real utilidade de determinado produto, isso vai depender do seu utilizador ou comprador. A água não tem o mes- mo valor para nós aqui no Brasil e para uma pessoa no Saara que está com muita sede, o valor para essa pessoa é muito maior. Utilidade Marginal de um Bem O conceito de utilidade marginal se refere ao comportamento do grau de utilida- de de um bem que vai sendo adicionado ao consumo das pessoas. 16 17 Fatores Produtivos A produção é realizada através da combinação de diversos fatores. Esses fatores são comumente categorizados em capital, trabalho e terra. Atualmente, capital e terra confundem-se, pois, a terra posta à produção também tem as mesmas carac- terísticas de capital. É aquilo que nós pegamos de matéria prima e transformamos em produtos aca- bados pronto a serem disponibilizados no mercado para consumo da sociedade. Os inputs são os fatores produtivos e os outputs são os bens colocados no mercado. Esses fatores produtivos são tradicionalmente divididos em três categorias: • Terra – O mais antigo utilizado pelo ser humano, seja para a agricultura ou seja para a construção de moradias e empresas. • Trabalho – Os trabalhos realizados pelos trabalhadores em empresas, comér- cios etc. • Capital – Aqui que não falamos de dinheiros, falamos de bens, máquinas, equipamentos etc., que são empregados na produção. Ao serem combinados entre si por meio da tecnologia dotada pela unidade produtiva, esses fatores produtivos resultarão em bens e serviços finais que serão adquiridos pelas pessoas para a satisfação de suas necessidades. (SILVA, 2015 – pág. 19) Esses fatores de produção vêm sendo combinados há anos, só um deles sem o componente do segundo não funciona, eles têm que trabalhar pelo menos em dois. AEscassez de Recursos Escassez significa, literalmente, a falta ou a iminência da falta de algo. Entretanto, escassez, no seu sentido econômico, não significa que não há ne- nhuma quantidade disponível de um determinado objeto, mas sim que não há quantidades infinitas desse objeto à disposição e/ou que há um custo para a obten- ção deste objeto. Bens e Fatores de Produção ECONOMIA, disponível em: https://youtu.be/YJ16BrqXFx0 Ex pl or 17 UNIDADE Evolução do Pensamento Econômico O Problema Econômico Um bem, no sentido econômico, é qualquer produto ou serviço que tem utilida- de e é escasso. Agentes econômicos são todas as pessoas que tomam qualquer tipo de decisão na economia, seja pessoal, para suas empresas, governo etc. As próprias empresas e o governo podem ser considerados agentes econômicos. Racionalidade, no sentido microeconômico, significa duas coisas. Primeiro, que os agentes econômicos desejam sempre obter o máximo de utilidade. Isto é co- nhecido pelo termo “maximização da utilidade”. Trata-se de um princípio bastante intuitivo, mas ao mesmo tempo de fundamental importância para a teoria micro- econômica. Segundo é o fator da racionalidade, a consideração de que os agentes econômicos conhecem as regras básicas de funcionamento de seus negócios e de economia como um todo, conseguindo, com base nessas regras, tomar decisões de consumo e produção. Buscamos então explicar como podemos conciliar as necessidades humanas por bens e serviços, sendo que esses mesmos bens e serviços são escassos. O dilema da economia é compatibilizar as necessidades com a produção dos bens para satisfazer as necessidades, considerando a escassez dos recursos dispo- níveis para a produção desses bens. Por isso, precisamos definir, precisamos que entenda-se os formadores de politicas publicas e de teorias econômicas. O que a sociedade irá produzir? Como serão produzidos esses bens ou serviços? Para quem produzir? Com a solução ou definição das questões acima é que a sociedade irá se organi- zar no sentido econômico, buscará a combinação de recursos (bens escassos) para a produção de bens e serviços e a sua destinação correta dentro da sociedade. Importante! A Economia, a Escassez, o Problema Económico, a Competição e as Escolhas A ciência a que chamamos Economia estuda a gestão dos recursos escassos nas socieda- des humanas. Economia Política é quando aquela intervenção se acrescenta o propó- sito de descrever como o voluntarismo de determinados grupos sociais dominantes ou entidades políticas se projeta na gestão dos recursos, conformando-a segundo os seus desígnios próprios. Para ler o artigo na íntegra, acesse o link a seguir: https://goo.gl/HRqLMA Você Sabia? 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda - John Maynard Keynes Editora: Palgrave Macmillan, 1936 Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas SMITH, Adam. Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996. Leitura Fundamentos de um sistema monetário https://goo.gl/aYcmhS A unidade salarial e o multiplicador na Teoria geral de Keynes https://goo.gl/RTezHT 19
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