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APOSTILA DE MISSÕES PROFESSORA: EUNICE COSTA Rio de Janeiro Revisão 1.0 19/03/2011 2 INDICE I – INTRODUÇÃO II – A BÍBLIA E MISSÕES III – A HISTÓRIA DE MISSÕES IV – A IGREJA E MISSÕES V – MISSÕES URBANAS VI – CONTEXTUALIZAÇÃO NA OBRA MISSIONÁRIA VIII – POVOS NÃO ALCANÇADOS IX – BATALHA ESPIRITUAL X – ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA XI – PRÁTICA MISSIONÁRIA (prática do conhecimento adquirido no curso através de: pesquisas, contatos, biografias, experiências, entrevistas, etc. 3 I – INTRODUÇÃO A) O que é “MISSÕES”? Vem do latim “mito ou missio”, significa: enviado, convocado, chamado, vocacionado. A palavra equivalente a “missionário” na Bíblia é “apóstolo”. A função da Igreja é realizar a missão de Jesus, como Ele mesmo fora enviado pelo Pai (João 3:16), enviou também os apóstolos a todo o mundo mandando-lhes, ir pregar a todas as nações... (Mt 28:18). Daí o dever que cabe à Igreja de propagar a fé e a salvação de Cristo. A apresentação da mensagem evangélica não é para a igreja uma contribuição facultativa, é um dever que lhe incumbe, por mandato do Senhor Jesus, a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos. Essa mensagem é necessária; ela é única e não poderia ser substituída. A igreja, impelida pelo Espírito Santo deve imitar a Cristo, trilhando seu caminho de obediência, isto é, cumprindo sua missão sendo fiel até à morte, da qual Jesus foi vencedor pela ressurreição. O missionário também é enviado a pregar não a si mesmo, ou suas ideias pessoais, mas a pregar um Evangelho do qual nem ele nem a igreja são donos absolutos, para dele dispor a seu gosto, mas ministro para transmiti-lo com fidelidade. O que foi pregado uma vez pelo Senhor, ou que nele se realizou pela salvação do gênero humano, deve ser proclamado e difundido até os últimos confins da terra. Diferença entre Missões e Evangelização Missões e Evangelização não são coisas distintas entre si, mas interligadas e completáveis, integrantes do plano de Deus. A Evangelização é o ato de proclamação da mensagem, Missões é o meio de levar esta mensagem. 4 B – Para quê MISSÕES? (Rm. 10:14) Missões existe porque há um mundo carente e necessitado do amor de Deus, que só será salvo pela pregação do evangelho. As verdades fundamentais do Evangelho precisam ser anunciadas, sob pena de chegarmos na presença do nosso Senhor com as mãos sujas de sangue da nossa geração. C – Onde fazer MISSÕES? (Mt. 28:19) O Evangelho é para todos, em todos os lugares. Atos 1:8 dá-nos uma visão missionária global e estabelece os lugares onde deve ser proclamado o Evangelho: JERUSALÉM – é o trabalho missionário em nossos lares, vizinhos, escola, faculdade, trabalho, transportes, etc. JUDÉIA – é o trabalho realizado nas vilas e bairros próximos SAMARIA – é o trabalho realizado em cidades mais distantes CONFINS DA TERRA – é o trabalho missionário realizado em todo o mundo, outras nações. D – Como fazer MISSÕES? (Lc. 24:49; Mc. 16:20) É preciso ter a cooperação do Senhor Jesus na obra missionária, porque sem Ele nada podemos fazer. É Jesus quem nos manda ir e também, quem nos oferece princípios orientadores para fazermos missões (At. 8:26-40). Ser guiado pelo Espírito Santo, não se deixar levar por preconceitos ou tradições humanas, conhecer a Bíblia Sagrada, não deixar de anunciar a Cristo e ter um alvo definido, são princípios orientadores do trabalho missionário. Para realizar Missões, além de aplicar os princípios, é preciso haver a prática de três ações, que são: 1) oração - a oração do crente na obra missionária tem duas finalidades: a) Ela vai na frente do missionário abrindo um caminho por entre a escuridão espiritual (Is. 62:6-10). 5 b) Provocar um despertamento missionário na igreja. A oração aumenta o envolvimento do crente com a evangelização do mundo. 2) Contribuição em Missões envolve, principalmente, a contribuição através de bens materiais (Fp. 1:5). 3) Ir - o crente deve estar pronto a ir fazer o trabalho missionário, se ainda não o está realizando. O profeta Isaías prontamente pediu que ele fosse enviado, quando o Senhor perguntou: “A quem enviarei, e quem irá por nós?” (6:8). Para proclamar o Evangelho, o Senhor não envia anjos. Ele usa homens e mulheres, seus discípulos (Hb. 2:16 e I Pd. 1:12). E – Quem deve fazer MISSÕES? A Bíblia nos ensina que é da Igreja a responsabilidade primária de executar a obra missionária. Essa responsabilidade pode ser: a) Coletiva – da Igreja, como assembleia dos salvos. b) Individual – de cada crente, como um membro integrante da Igreja. Em Atos 13:1-3 nos conta que a igreja em Antioquia separou e enviou a Saulo e Barnabé para fazer a Obra missionária. A Igreja é a verdadeira agência missionária, responsável pelo envio e coordenação de qualquer projeto missionário. Além de Saulo e Barnabé exercerem um ministério, terem a chamada divina, a igreja antes de enviá-los, jejuou, orou, impôs-lhes as mãos e os despediu. 6 II – A BÍBLIA E MISSÕES Missões não é e nunca foi invenção da mente humana. A Bíblia inteira enfoca o propósito de se revelar a todos os povos da face da terra através do seu povo, seja Israel ou a Igreja. A Bíblia não contém Missões, Missões está no centro da Bíblia. A Bíblia nos dá o mandato da evangelização no mundo. A Bíblia nos dá a mensagem para a evangelização no mundo. A Bíblia nos dá o modelo da evangelização do mundo. Através da Bíblia, o próprio Deus está evangelizando, isto é, comunicando as Boas Novas ao mundo. A Bíblia nos dá também, o poder para a evangelização do mundo. Vamos ver, através da Bíblia, como Deus fez para realizar o seu plano de resgatar o homem perdido utilizando outros homens chamados, ungidos e enviados por Ele. São exemplos vivos de fé a serem seguidos. MISSÕES NO VELHO TESTAMENTO: Adão – idéia de multiplicação – Gn. 1:28 – “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra”. Noé – Gn. 9:1 – “Frutificai e multiplicai-vos...” Abraão - Gn. 12:3 - Deus chamando um homem para ser benção às nações. Isaque – Gn. 26:2-4 - Multiplicação da semente. Jacó – Gn. 28:12-14 - Tua semente será como o pó da Terra. José – Salvou o Egito e outros países da fome. Moisés – Ex. 3 - Renúncia de posição, riquezas, prazeres, etc. 7 A chamada do Povo de Israel - Deus escolheu um povo entre todas as nações do mundo para ser Seu povo especial, como luz do mundo em meio àquele mundo pagão. Deus escolheu esse povo a fim de revelar o seu plano de redenção para toda a humanidade – Ex. 19:5-6. Israel seria o brilhante exemplo para as demais nações. O povo de Israel frustrou os propósitos divinos ao fracassar no desempenho de sua missão especial entre as nações da terra. É claro que Deus não alterou seu plano para salvar a humanidade por causa deste incidente. Noemi – foi uma benção para duas mulheres moabitas; Rute e Órfã. Davi – fez com que até mesmo os seus inimigos, os filisteus, reconhecessem a grandeza de Deus. Elias – foi uma benção para a viúva de Sarepta. Eliseu – foi uma benção para Naamã. Jonas – embora com relutância, tornou-se uma benção para a população de Nínive. Daniel – e seus três companheiros foram uma benção para os babilônios. Ester – eseu tio Mardoqueu foram uma benção para todo Império Persa. Jeremias (1:5), Isaías (6:8) e outros profetas levaram a Palavra do Senhor a várias nações gentias. MISSÕES NO NOVO TESTAMENTO: Os evangelhos – Apresentam Jesus, o missionário por excelência, o Salvador do Mundo. Atos dos Apóstolos – O médico Lucas(Cl.4:14) é o autor e também escreveu o Evangelho de mesmo nome. Era amigo e companheiro das viagens de Paulo. Destinatário: Teófilo. 8 Não descreve apenas atos e atitudes dos apóstolos, mas os atos de toda igreja no início do Cristianismo. É um tratado acerca da obra missionária de Jesus e da Igreja. a) O Comissionamento de Paulo – A vida de Paulo é uma riqueza sem fim. Para qualquer aspecto do ministério dele, que focalizarmos nosso olhar, não faltará material de pesquisa, seja para estudá-lo como teólogo, escrito, pastor, mestre ou missionário. Embora, para este último caso, não exista ainda um bom acervo da missiologia de Paulo, é lamentável, porque Paulo, o missionário, é com certeza, uma das facetas mais importantes do apóstolo. - Quais eram as verdadeiras motivações, estratégias e perspectivas missionárias de Paulo? Para Paulo, a vocação e comissão para o apostolado não eram através dos homens, mas “por Jesus Cristo e Deus Pai: Gl. 1:1; Rm. 1:5; I Co. 1:1; II Co. 1.1. Tal comissão veio através de um encontro com o Senhor ressurreto (I Co. 15:7; Cl. 1:16) que pessoalmente entregou a ele a mensagem do evangelho (I Co. 11:23; II Co. 4:6; Gl. 1:12). O apóstolo pregou o evangelho a homens e mulheres como “embaixador” de Cristo (II Co. 5:20), não por capacidade nata do seu ser (II Co. 3:5), mas pela livre graça de Deus (I Co. 15:9-10; Ef. 3:8). b) Resultados das viagens missionárias: 1 – Aqueles cristãos descritos no livro de Atos, davam à Palavra de Deus seu merecido valor, como resultados – 5:12-14; 11:19-21 2 – Tinham fé na Palavra de Deus – 19:9-10; 13:12 e 19:17-18 3 – A Palavra foi triunfante diante de todos; acontecimentos sobrenaturais e a Palavra prevalecia. 4 – Ficou evidente o poder e a unção do Espírito Santo na vida dos apóstolos e da igreja – 19:1,2 e 6; I Co. 2:1,4-5 5 – O nome de Jesus foi engrandecido – 16:18,31 e 10:43 c) O Espírito Santo – O propagador das missões - o Espirito Santo tem tudo a ver com missões, pois Jesus em Atos 1.2 diz que deu mandamentos aos apóstolos pelo Espirito Santo. E também em Atos 1.8, Jesus diz que os apóstolos iriam receber o Espirito Santo, e que eles seriam suas testemunhas, e que eles iriam testemunhar primeiro em Jerusalém, depois na Judéia, em Samaria, até aos confins da terra e vemos que foi exatamente assim que ocorreu : Em Atos 2. 36-41 os apóstolos testemunharam e pregaram Jesus aos judeus em Jerusalém. Em Atos 8:1 com a grande perseguição os cristãos que estavam acomodados, em Jerusalém, foram dispersos, e vemos que Jesus foi pregado e testemunhado na Judéia e Samaria. Em Atos 11.15-18 os 9 apóstolos e todos os cristãos judeus, receberam o evangelho, mas não queriam e não aceitavam dividir com os gentios, que eram considerados pessoas imundas, então Deus preparou Pedro para ir à casa de Cornélio, que era homem gentio, mas temente a Deus, e lhe pregasse e testemunhasse Jesus a eles pois a salvação também era para os gentios. Pedro batizou Cornélio e todos de sua casa após receberem o Espírito Santo, assim como os apóstolos no dia de pentecostes, em Atos 2:1-4. Se Deus deu a Cornélio e todos de sua casa o mesmo dom ( presente) que os apóstolos receberam, Pedro entendeu, como posso resistir à Deus, e não batizá-los, os judeus cristãos ouviram estas coisas e aceitaram e reconheceram que também a graça em Cristo também era para os gentios. Em Atos11.19-22 relata que disso o evangelho não teve mais barreiras, os que foram dispersos pela perseguição, saíram e foram anunciando a Cristo Jesus em todos o lugares começando pelos judeus e depois para os gentios, e começando a primeira igreja gentílica, a Igreja de Antioquia. Em Colossenses1.23 o apóstolo Paulo inspirado pelo Espirito Santo escreveu e deixou registrado, que o evangelho foi pregado à todas as criaturas, isso conclui que os apóstolos cumpriram cabalmente a missão a eles incumbida naquela época. Agora fica para nós os cristãos atuais, a missão de levar o evangelho para todos da nossa época e testemunhar, isto é, pregar Jesus, mas só poderemos fazer isto através do auxilio do Espirito Santo, pois é Ele quem convence o homem do pecado. d) A Grande Comissão – após a Sua ressurreição, Jesus Cristo, teve uma grande prioridade para ensinar aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho à toda criatura” (Mc. 16:15); “Ide fazei discípulos de todas as nações...(Mt. 28:19); “...e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém, Judéia e Samaria e até os confins da terra” (At. 1:8); Estas três passagens bíblicas já são o suficiente para descrever qual a prioridade número um do Senhor Jesus Cristo – a evangelização do mundo. Mesmo antes da ressurreição, o Senhor Jesus Cristo, havia dito: “e este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mt. 24:14). Já naqueles dias o Senhor Jesus Cristo, via tanto a necessidade e a urgência da obra missionária, que numa determinada ocasião, ao olhar para a Seara, faltavam quatro meses para a ceifa, entretanto Ele já via os campos brancos para a ceifa (João 4:35). As Epístolas – cartas escritas pelos missionários, estabelecendo disciplina e encorajamento as igrejas às missões (Rm. 10:13-15). O Apocalipse – reitera o princípio da universalidade do Evangelho: “os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação...” Ap. 5:9-14 10 III – A HISTÓRIA DE MISSÕES O Cristianismo é uma das três religiões dominadas por uma idéia missionária e universal. O Cristianismo conseguiu tornar-se universal, não que todas as pessoas da Terra se tenham tornado cristãs, mas sim que o Cristianismo encontrou um lar em quase todos os países do mundo. A geração Pós Pentecoste tumultuou o mundo – propagou o Cristianismo para além das fronteiras da Palestina e o que “antes era como uma seita judaica, depois foi considerado uma religião mundial”. A liderança de cristão como Pedro e Paulo, os grandes vultos do Cristianismo no I século e as perseguições (At. 8) e a destruição do templo de Jerusalém, impeliu o exterior muitos evangelistas leigos e treinados que se espalharam ampliando o “ide” de Marcos 16 e levando, destarte, a mensagem de Cristo. O ponto de partida das missões cristãs – sabemos com certeza – é a igreja do N.T., aqueles discípulos que, por ocasião da morte de Cristo na cruz, fugiram, assustados e inseguros, medrosos até que, no dia de Pentecoste foram cheios do Espírito Santo e por Ele capacitados a dar início, naquela ocasião, à Obra Missionária. A clara ligação entre os avivamentos históricos e os movimentos missionários. Comumente os grandes movimentos missionários começam em reuniões de oração e jejum. Foi assim com os missionários suecos que vieram ao Brasil e deram origem Assembléia de Deus. A boa semente do evangelho germina com mais intensidade quando regada com lágrimas daqueles que a semeiam (Sl 126.5,6). E Jesus ensinou que o seu agir é mediante as nossas orações (Mt 9.38). Então podemos dizer que missão começa com oração e jejum e continua com oração e jejum, e não pode cessar o clamor da igreja pela salvação do mundo. Se observarmos os ciclos de avivamentos perceberemos que a proclamação da Palavra torna-se uma consequência natural desta ação do Espírito. 11Vejamos: Fruto de um avivamento, a partir de 1730 John Wesley durante 50 anos pregou cerca de 3 sermões por dia, a maior parte ao ar livre, tendo percorrido 175.000 km a cavalo pregando 40.000 sermões ao longo de sua vida. Fruto de um avivamento, em 1727 a Igreja Moraviana passa a enviar missionários para todo o mundo conhecido da época, chegando ao longo de 100 anos enviar mais de 3.600 missionários para diversos países. Fruto de um avivamento, em 1784, após ler a biografia do missionário David Brainard, o estudante Wiliam Carey foi chamado por Deus para alcançar os Indianos. Após uma vida de trabalho conseguiu traduzir a Palavra de Deus para mais de 20 línguas locais e sua influência permanece ainda hoje. Fruto de um avivamento, em 1806 Adoniram Judson tem uma forte experiência com Deus e se propõe a servir a Cristo, indo depois para a Birmânia, onde é encarcerado e perseguido durante décadas, mas deixa aquele país com 300 igrejas plantadas e mais de 70 pastores. Hoje, Myamar, a antiga Birmânia, possui mais de 2 milhões de cristãos. Fruto de um avivamento, em 1882 Moody pregou na Universidade de Cambridge e 7 homens se dispuseram ao Senhor para a obra missionária e impactaram o mundo da época. Foram chamados “os 7 de Cambridge”, que incluía Charles Studd (sua biografia publicada no Brasil chama-se “O homem que obedecia”). Foi para a África, percorreu 17 países e pregou a mais de meio milhão de pessoas. Fundou A Missão de Evangelização Mundial (WEC International) que conta hoje com mais de 2.000 missionários no mundo. Fruto de um avivamento, em 1855 Deus falou ao coração de um jovem franzino e não muito saudável para se dispor ao trabalho transcultural em um país idólatra e selvagem. Vários irmãos de sua igreja tentavam dissuadí-lo dizendo: “para que ir tão longe se aqui na América do Norte há tanto o que fazer ?” Ele preferiu ouvir a Deus e foi. Seu nome é Simonton (1833-1867) que veio ao nosso país e fundou a igreja presbiteriano no Brasil. Fruto de um avivamento, em 1950 no Wheaton College cerca de 500 jovens foram chamados para a obra missionária ao redor do mundo. E obedeceram. Dentre eles estava Jim Elliot que foi morto tentando alcançar a tribo Auca na Amazônia em 1956. A partir de seu martírio houve um grande avanço missionário em todo o mundo indígena, sobretudo no Equador. Outro que ali também se dispôs 12 para a obra missionária foi o Dr Russel Shedd que é tremendamente usado por Deus em nosso país até o dia de hoje. IV – A IGREJA E MISSÕES - A igreja local Num conceito neotestamentário "Igreja" é uma comunidade sem fronteiras. Missões não é um programa eclesiástico, é a respiração da Igreja. - Visão Missionária da Igreja ultimada na Grande Comissão: - É uma ordem - É para todos – abrange todo tipo de pessoa, não faz dintinção. - É para glorificar à Deus - Anunciar o Evangelho, direcionado pelo Espírito Santo - O papel do pastor da igreja Cabe ao pastor da igreja conscientizá-la para a sua responsabilidade na obra da evangelização mundial. Outros poderão interessar-se pelo empreendimento, mas só ele tem nas mãos o leme da condução do rebanho e, se não houver de sua parte qualquer interesse, pouco a igreja poderá realizar. A primeira atitude do pastor deve ser pregar sistematicamente sobre o assunto. O princípio de que a “fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus” aplica-se também a Missões. A fé para a realização de Missões só será despertada pela pregação, ou seja, a base é sempre a mesma: pregar. - O Departamento de Missões - O Departamento de Missões instrumentaliza a ação missionária da igreja local. É supervisionado pelo pastor. - A responsabilidade da igreja com o missionário – Fp. 4:16 Quando a igreja se dispõe a enviar alguém, deve prover os meios suficientes para que ele não venha experimentar necessidades, a ponto de prejudicar a obra que está sendo iniciada. Outra responsabilidade da igreja para com o missionário é proporcionar-lhe preparação adequada para o exercício de sua chamada. É contraproducente enviá- lo sem um mínimo de conhecimento do idioma, das condições sócio políticas e do contexto cultural do país onde vai trabalhar. Ele precisa estar psicologicamente 13 preparado para enfrentar situações adversas de toda ordem e, ainda assim, permanecer ativo e confiante, sabendo que seu trabalho não é vão no Senhor. - A responsabilidade da igreja com a oração (Mt. 9:38) A oração é a força propulsora de todo o trabalho missionário. Se você tiver o cuidado de fazer um levantamento nas páginas da Bíblia, vai descobrir que as grandes intervenções divinas na história tiveram como ponto de partida a oração. Mas não basta apenas teorizar sobre a oração. É preciso orar. - As Juntas e Agências Missionárias: - Missões Nacionais – são missões dentro do nosso país. Exemplo no N. Testamento: Sede do trabalho – Jerusalém Povo alvo – judeu Missionários líderes – Pedro e João Auxiliares – Felipe, Estevão e Barnabé - Missões Estrangeiras – missões em outros países Exemplo no N.Testamento: Sede do trabalho – Antioquia (Síria) Povo Alvo – os gentios Missionários líderes – Paulo e Barnabé Auxiliares – Apolo, Timóteo e Silas As Agências Missonárias são de grande importância e atuam como instrumentos de Deus para ajudar a igreja local a fazer missões. Ex: JOCUM, JMM, JMN, MISSÕES PORTAS ABERTAS, JAMI, etc. a) prover treinamento específico para o missionário b) orientar quanto às melhores oportunidades c) executar o serviço burocrático Podemos mencionar também os Seminários Evangélicos, que preparam teologicamente os obreiros para a realização do trabalho missionário. - Métodos do trabalho missionário à luz do Novo Testamento: a) o envio de missionários ao campo pode ser de forma permanente, ocasional e especial – Rm 10:15 b) A Intercessão – II Tm. 1:3; Is. 3:10; Fp. 1:4; Rm. 15:30-31 14 c) A contribuição – Fp. 4:16-18; II Co. 9:12-15 V – MISSÕES URBANAS Atos 1:8 trata de missões urbanas (Jerusalém), missões nacionais (Judéia e Samaria) e missões estrangeiras ou transculturais (até aos confins da terra). Missões urbanas é a ação de evangelização da igreja na sua própria cidade, no templo e de casa-em-casa (At. 5:42 e 8:4). É a igreja “enviando” seus membros, é a Igreja “indo” em cumprimento à grande comissão. A atividade missionária da Igreja deve principiar sempre pelas ruas de sua própria cidade. E isto é evangelização urbana ou urbangelização. A palavra de Cristo à Igreja não é uma opção e nem deve ser objeto de discussão. É uma ordem! O servo deve obedecer a ordem do seu Senhor (Mt. 28:19-20). A igreja apostólica foi obediente à ordem dada pelo Senhor Jesus. Iniciou os seus trabalhos justamente fazendo “missões urbanas”, ou seja, evangelizando a cidade de Jerusalém. Houve grande e estrondoso crescimento. Os relatos estão especialmente nos capítulos 01 a 07 do livro de Atos dos Apóstolos (1:1-3; 2:1,6,14,40,41,46-47; 4:4.31; 5:42 e 8:4). O desafio das missões urbanas As cidades, com sua complexidade social, cultural , econômica, emocional e espiritual, constituem-se campo propício para atuação da igreja ou do inferno; dos cristãos ou dos feiticeiros; dos homens de bem ou dos assassinos. A cidade em que vivemos é campo de batalha entre Deus e o diabo; a cidade pertencerá aos céus ou ao inferno; depende de quem agir com mais eficiência e eficácia, com as forças dos céus ou do inimigo. Segundo Linthicum (p. 23), os sistemas sociais, econômicos,políticos, educacionais. e outros, na cidade, estão sob a influência dos demônios, das potestades das trevas. É preciso muito poder, muita oração, muito jejum e muita ação para que as estruturas das cidades sejam tomadas do poder do inimigo. O desafio é grande, mas “o que está conosco é maior do que ele”. (IJo.4:4b) 15 VI – CONTEXTUALIZAÇÃO NA OBRA MISSIONÁRIA Trata-se da maneira que Deus se manifesta (na revelação e na comunicação) ao ser humano, e por analogia consequente, a maneira que o povo de Deus transmite vivencialmente o evangelho dentro de diversos contextos históricos e culturais humanos. (Mt.24:14) VII – MISSÕES TRANSCULTURAIS No sentido de cruzar qualquer fronteira que separa o mensageiro o ouvinte. Convencionou-se a pensar em transcultural como além-mares. Todavia, é fato que qualquer missão, seja ela perto ou longe, é missão transcultural. Além das barreiras mais conhecidas como a da linguística, costumes, geográfica, étnicas, etc., temos ainda as barreiras sociais, morais, religiosas, familiares. O prefixo trans deriva-se do latim e significa “movimento para além de”, “através de”. Portanto, em linhas gerais, missões transculturais é transpor uma cultura para levar a mensagem universal do Evangelho. A mensagem do Evangelho não pode se restringir a uma só cultura, mas ter alcance abrangente, em todos os quadrantes da terra, onde quer que haja uma etnia que ainda não a tenha ouvido. Comunicar o Evangelho através das barreiras culturais é muito mais complicado e difícil que evangelizar o povo de nossa própria terra. Para que o missionário intercultural tenha êxito, precisa conhecer a dinâmica fundamental da comunicação intercultural. Se ele aprender a superar as barreiras da comunicação, fundamentadas nas diferenças culturais, seu trabalho será muito mais frutífero. Os antropólogos definem a cultura como herança total do homem não transmitida biologicamente. É um sistema de normas de conduta aprendidas, comuns aos membros de uma sociedade em particular, é o modo de vida de determinado grupo étnico. Os valores que tem em comum e a forma de conduta são aceitas como normais em seu meio. Esse conhecimento nos é transmitido desde a infância até o momento em que morremos. Essa cultura não é estática, mas está em constante processo de mudanças que acontecem lentamente. Às vezes essa cultura muda quando um missionário leva o Evangelho e o povo assimila conhecimentos novos mudando, muitas vezes, sua maneira de vida. Com o tempo, 16 um número cada vez maior de pessoas adotam essa nova conduta cristã, tornando-a normal entre o povo. Os missionários transculturais devem estudar com muito cuidado a estrutura social dos grupos étnicos aos quais Deus os chamou. Como hóspedes entre esses povos, devem aprender a fazer a obra até onde seja possível através destas estruturas. Usando esse conhecimento (transcultural) ao planejar a estratégia de trabalho, alguns missionários tem tido bastante êxito entre esses povos. “Não é o Evangelho que se curva à cultura, mas esta se curva ao Evangelho” Isto é fazer missões transculturais. É preciso descobrir o “approach” de cada cultura, ou seja, os seus pontos de aproximação para comunicar de maneira adequada as verdades do Evangelho, como fez Paulo entre os atenienses. Este é, na Bíblia Sagrada, um caso típico de missões transculturais. O Espírito Santo é criativo, isto é, usa métodos diferentes para diferentes culturas. Os métodos desempenham um importante papel na realização das metas do Espírito Santo, para a evangelização de grupos étnicos não alcançados. Deus tem uma meta especial para cada grupo não alcançado e conta conosco para descobrirmos essa estratégia e nos associarmos com Ele para a realização da evangelização. 17 VIII – POVOS NÃO ALCANÇADOS FIGURA 1 – JANELA 10x40 O ÚLTIMO E GRANDE DESAFIO MISSIONÁRIO DA IGREJA Calcula-se que até hoje menos da metade da população mundial com suas etnias e idiomas tenha sido confrontada com o evangelho. A outra parte, com sua maioria absoluta na Janela 10/40°, O termo “Janela 10/40” originou-se com Luis Bush diretor International AD2000 & Beyond Movement durante a 2ª Conferência de Lausanne, em Manila, em Julho de 1989. Desde então, tem sido usado por missiólogos e autoridades eclesiásticas no mundo. Representa uma grande multidão de cerca de 2,7 bilhões de pessoas enganadas pelo ensino do: hinduísmo, budismo e islamismo, que ainda são objeto dos empreendimentos missionários do povo de Deus. A área de maior perseguição atualmente fica na Janela 10/40, a faixa compreendida entre os paralelos 10" e 40", onde vivem 97% das pessoas menos evangelizadas do mundo. Essa área retangular se estende do oeste da África até a Ásia, entre os paralelos 10 e 40 ao norte do Equador. Há 1,6 bilhões de muçulmanos, hindus e budistas vivendo nessa "janela" e em alguns países a Igreja foi quase que eliminada como resultado da opressão islâmica. A população cristã lá é menor que 2%, uma pequena, porém, preciosa minoria. Outra área crítica na Janela 10/40 é a China. Pastores e evangelistas são detidos todos os dias. Igrejas nos lares são fechadas e seus líderes ameaçados. Muitos são presos por portarem simplesmente a Bíblia. E, apesar do declínio do comunismo na Europa, a China 18 ainda mantém uma posição ateísta inflexível, piorando a situação da Igreja lá. Os países com as maiores populações não-cristãs são: China , Índia , Indonésia , Japão , Bangladesh , Paquistão ,Turquia e Irã, todos na Janela 10/40°. - A REALIDADE MUNDIAL Vivem no mundo hoje, mais de 2,5 bilhões de pessoas que nunca ouviram o Nome de Jesus nem sequer uma vez. Esta vasta multidão representa 15 vezes a população do Brasil, 1,7 bilhão são considerados cristãos. Destes quantos realmente são nascidos de novo? Existem mais de 200 nações no mundo; 12.500 grupos étnicos; 10.000 povos ainda não alcançados pelo evangelho; 6.528 línguas. 1.1 bilhão de pessoas são analfabetas. 1.2 bilhão são miseravelmente pobres, ou seja, ganham menos que U$ 1.000,00 por ano e somente serão salvas se ouvirem e crerem no Evangelho de Jesus. Segundo estatísticas nascem 370 mil enquanto morrem 150 mil dia. Estima-se que mais de 85 mil morrem por dia, sem nunca terem ouvido falar o nome de Jesus, nem sequer uma vez na vida. Ou seja, 2,5 milhões de pessoas morrem a cada mês e vão para a eternidade sem terem sido sequer evangelizadas. Até amanhã a esta hora, mais de 85 mil vidas terão ido para o inferno. 19 AS RELIGIÕES DA JANELA 10 X 40: ISLAMISMO - uma religião missionária, está se espalhando rapidamente pelo mundo. Seus seguidores não creem em Jesus Cristo como Salvador pessoal. É uma das religiões mais resistentes ao Cristianismo. Seu número de adeptos chega a cerca de 1.052 bilhão de pessoas. Os países onde se concentram o maior número de adeptos são: Europa: Albânia; Ásia: Afeganistão, Bangladesh, Brunei, Cazaquistão, China, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Maldivas, Mianmá, Nepal, Paquistão, Quirguízia, Seara Oriental, Sudão, Tadjiquistão, Turcumênia, Turquia, Uzbequistão; África: Argélia, Benin, Burkina, Camarões, Chade, Djibuti, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Líbia, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Somália, Tunísia, Uzbesquistão; Golfo Pérsico: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kwait, Omã; Oriente Médio: Catar, Egito, Israel, Iêmem, Jordânia, Líbano, Síria. HINDUISMO - os hinduístas creem em milhões de deuses que podem encarnar(os avatares). Adoram animais e praticam rituais de magia e exorcismo. Sofrem influência do animismo, espiritismo e ocultismo, com 720 milhões de pessoas adeptas concentradas nos seguintes países: Ásia: Bangladesh, Butão, Índia, Malásia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka; África: Mali; Oriente Médio: Kuwait. BUDISMO - seguidores dos ensinamentos de Buda, os budistas seguem uma série de preceitos éticos e filosóficos, visando alcançar o nirvana (extinção do ser). Não creem na existência de um Deus pessoal nem na salvação da alma. Do budismo derivam o Lamaísmo, Zen-budismo, Seicho-no-iê, Perfecty Liberty, Nutiren Shoshu e Igreja Messiânica Mundial. O número aproximado de adeptos dessa religião é de 613 milhões de pessoas e estão concentradas nos seguintes países: 20 Ásia: Bangladesh, Birmânia, Butão, Camboja, China, Ceilão, Coréia do Norte, Índia, Indonésia, Japão, Kirghizistan, Laos, Manmá, Mongólia, Nepal, Sri Lanka, Tailândia, Tibete, Vietnã. ANIMISMO – o animismo é uma religião de origem africana, seus adeptos seguem em suas subunidades como xamanismo, fetichismo, culto aos ancestrais. Os animistas creem que por trás dos objetos sensíveis há uma alma ou espírito capaz de manter relações diretas com o homem. É uma tentativa de explicar os fenômenos da natureza. Atualmente, ligadas a religiões tribais estão cerca de 144 milhões de pessoas. Países onde se concentram: África: Benin, Burkina, Burundi Chade, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Níger, Nigéria, Senegal; Ásia: Malásia, Mianmá, Sudão. No contexto mundial o alvo missionário hoje é a “Janela 10X40”, que culmina com o potencial da Igreja brasileira diante de desafios como esse. Agências missionárias internacionais se preparam para investir no Brasil, que é considerado hoje no mundo o celeiro das missões mundiais. IX – A BATALHA ESPIRITUAL (Cl. 1:13; At. 26:16-18) Devemos entender que estamos numa batalha espiritual. Fazer a obra de evangelista, querer ver o mundo todo salvo, servir a Cristo, é atacar diretamente o inimigo, satanás. Porém satanás não quer perder terreno e, então, procura enganar os cristãos, mantendo escondido o conceito da batalha espiritual que mais lhe incomoda, que é a conquista dos povos ainda não alcançados. Na maioria dos estudos ou livros sobre batalha espiritual, os autores se preocupam com as dificuldades espirituais individuais dos crentes. Poucos têm percebido que a batalha espiritual mais eficaz é aquela que tira vidas das mãos de satanás e ganha terreno para o reino de Deus. 21 A nossa posição (Ef. 1:19-22) Para enfrentar essa batalha precisamos, antes de qualquer coisa, saber qual é a nossa posição espiritual, para termos ousadia, coragem e enfrentar o inimigo. Muitos de nós nos sentimos impotentes e incapazes para a luta; por isso, precisamos entender o que a Bíblia fala sobre nossa posição. De acordo com o texto acima, Deus ressuscitou a Cristo e o colocou sentado à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e domínio, e poder, e submeteu tudo aos seus pés, aleluia, pois Jesus Cristo é o dominador de todas as coisas, portanto Ele controle o poder de satanás. Em Ef. 2:6, diz que nós também ressuscitamos e estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo, o que quer dizer que estamos também acima de todo domínio,e principado e potestade...aleluia! Esta é a posição do crente: ressurreto com Cristo, assentado nos luares celestiais, acima de tudo. O Espírito Santo dá poder a todo crente para realizar as mesmas obras que Cristo realizou (Lc. 10:19; Mc 16:17-18). É preciso ter fé e pôr em prática a Palavra de Deus. A nossa armadura (Ef. 6:10-20) Neste trecho da Palavra, o apóstolo Paulo apresenta-nos a armadura de Deus. No verso 12, a Bíblia afirma que a nossa luta não é física, mas espiritual. Saiba que a luta está no âmbito espiritual; logo, temos de nos revestir da armadura de Deus, mas antes temos de estar fortalecidos no poder do Senhor, com uma vida de santidade, oração e cheia do Espírito Santo; então vestiremos a armadura e estaremos prontos para a batalha. A nossa estratégia Para tornarmos efetiva a nossa vitória nesta batalha, precisamos de uma estratégia bem planejada e estudada. Esta estratégia já está descrita na Palavra de Deus e constitui-se dos seguintes passos: 1 – Derrubar as portas do inferno – Mt. 16:18 22 2 – Amarrar o inimigo – Mc. 3:27 3 – Roubar-lhe os bens – Mc. 3:27 4 – Garantir os bens saqueados: a) discipulando b) resistindo a satanás – Tg. 4:7 c) não dando lugar ao diabo – Ef. 4:27; II Tm. 2:4 X – ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA (Rm. 15:20) É muito importante que cada igreja local tenha uma estratégia missionária, pois isso facilitará o trabalho, promoverá maior concentração de visão, e os esforços estarão dirigidos para as metas estabelecidas. A Bíblia ensina que Jesus Cristo é o modelo que devemos imitar, e o apóstolo Paulo disse: “sede meus imitadores como também sou de Cristo” (I Co. 1:1). Cremos que o apóstolo Paulo é um homem digno de imitação. Vemos no Novo Testamento, o modo tão extraordinário pelo qual Deus usava a vida de Paulo e analisando sua vida, temos que admitir que ele era um homem com dificuldades e fraquezas, igual a mim e você. Por outro lado, o mesmo Jesus Cristo que operava em Paulo está vivo, operando em cada um de nós. O mesmo Espírito que concedia unção, poder, autoridade e sabedoria ao apóstolo Paulo habita em nós. A única coisa que Paulo tinha mais do que nós era a consagração, se nos consagrarmos em dedicação, submissão e dependência absoluta a Deus, poderemos ser usados da mesma forma. Características da vida de Paulo: Compromisso (Rm. 1:14; I co. 9:16; Fp. 1:21) Paulo sabia que Cristo é a única solução para o problema da humanidade. Coordenação O apóstolo Paulo, era um homem que queria avançar mais e mais com a pregação do evangelho. Em Mt. 28:18-20, onde Cristo dá a Grande Comissão a seus discípulos, Ele diz que devemos “fazer discípulos de todas as nações. 23 Portanto, o que Jesus tinha em mente não era a divisão político-geográfica que temos no mundo hoje, mas se referia a etnias ou grupo étnicos. Por exemplo, aqui no Brasil existem 221 nações indígenas. Jesus se referia a essas etnias como alvo de sua graça, misericórdia e salvação. É claro que o apóstolo Paulo tinha captado a visão de Deus, pois a Bíblia diz que temos a mente de Cristo e que o Espírito Santo habita em nós. Se Deus está realmente dirigindo nossa vida, teremos naturalmente a mesma visão que Ele tem para o mundo. Veja o que o Senhor Jesus diz em Mt. 24:14, a Palavra de Deus é muito clara. O fim virá depois que o evangelho do reino for pregado à todas as nações, e mais uma vez a palavra “nações”, no original grego, é “ethne, ou seja, grupos étnicos. Cooperação Paulo respeitava o trabalho dos outros irmãos. Ele não queria edificar onde outro já estava edificando, por causa da visão pioneira que possuía. Quando chegava a uma cidade e encontrava algum irmão trabalhando, simplesmente ia a outro lugar, pois respeitava o trabalho daquele irmão. A estratégia de adotar um povo não alcançado Deus está promovendo na igreja evangélica ao redor do mundo o milagre da unidade. Havia diversas organizações fazendo estatísticas sobre os povos não alcançados. Nenhuma divulgava suas informações a não ser para seu próprio uso. O Espírito Santo começou a convencer oslíderes dessas organizações de que deviam trabalhar em unidade e, hoje, estão colocando todas as suas estatísticas em um só computador e divulgando as informações a todo o povo de Deus ao redor do mundo, e isso está facilitando muito o estabelecimento de uma estratégia mais clara para alcançar os não alcançados. 24 XI – PRÁTICA MISSIONARIA Prática do conhecimento adquirido no curso através de pesquisas, contatos, experiências, entrevistas ou estágios etc. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA PLANTAR IGREJAS – David J. Hesselgrave – Ed. Vida Nova; CONQUISTANDO ALMAS...LÁ FORA NDE OS PECADORES ESTÃO – T.L. OSBORN – Ed. Metodista; A COMUNICAÇÃO TRANSCULTURAL DO EVANGELHO - David Hesselgrave – Ed. Vida Nova; MISSIOLOGIA: A MISSÃO TRANSCULTURAL DA IGREJA – Larry Patê – Ed. Vida; HERÓIS DA FÉ – Orlando Boyer; O FATOR MELQUISEDEQUE – Don Richardson – Ed. V. Nova; O TOTEM DA PAZ – Don Richardson – Ed. Betânia; A IGREJA LOCAL E MISSÕES – Edson Queiroz – Ed. Vida Nova; MISSÕES URBANAS – Edemar V. da Silva – Shekinah Prod.; http://semadema.com.br/novo/missiologia-a-luz-da-igreja-de-antioquia/ http://www.vidanova.com.br/imgextras/contextualiza%C3%A7%C3%A3o_trec hosite.pdf http://www.miaf.org.br/artigos.asp?idartigo=62&nome=contextualiza%C3%A7 %C3%A3o---uma-abordagem-na-obra-mission%C3%A1ria-- 25 LEMAS MISSIONÁRIOS “Deves ir ou enviar um substituto” – David Livingstone “O rico morre e deixa milhões, sem poder levar consigo nem um tostão” William Fatler “Por que alguém deveria ouvir o evangelho duas vezes, quando há pessoas que não ouviram nenhuma vez?” – Oswald Smith “A igreja que deixa de ser evangelística em breve deixará de ser evangélica” – Alexandre Duff “Deus tinha um único filho e fez dele um missionário” – David Livingstone “A minha paróquia é o mundo” João Wesley “Nunca me preocupei com onde viveria, nem como viveria, nem que provações teria que sofrer, desde que assim eu pudesse ganhar mais almas para Cristo” – David Brainerd “Missões está onde você estiver” – Fred Nuckley “Coloque missões em primeiro lugar e Deus lhe dará as coisas necessárias” – Edson Queiroz “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” – Jesus Cristo “Um ministério que não está envolvido com missões é um mistério” – Josué Martins “Uma igreja não existe para si mesma, mas para o mundo” – George Carey “Tem gente que acha que fazer missões é diferente de evangelizar. A missão da Igreja é evangelizar, portanto, quem não evangeliza não é missionário.”
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