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Síndromes Hipertensivas da Gravidez Lipotimia Perda mais ou menos completa da consciência, acompanhada da abolição das funções motrizes/motoras que lembram efeito extrapiramidal, com integral conservação das funções respiratórias e cardíacas. Constitui-se no primeiro grau de síncope: é acompanhada de palidez, calafrios, vertigens, zumbidos -> pessoa tem a impressão que irá desmaiar, porém raramente perderá a consciência; Pode ser causada por emoção violenta, súbita modificação de decúbito ou circunstancias susceptível de alterar a circulação. Cardiotocografia A cardiotocografia, conhecida como CTG, é um exame em que se registra simultaneamente a frequência cardíaca e os movimentos do feto e as contrações do útero da mãe. Termo que melhor descreve a monitorização contínua da frequência cardíaca fetal (FCF) e das contrações uterinas. Finalidade avaliar o bem-estar do fetal. É realizada normalmente a partir das 26 a 28 semanas, dependendo das circunstâncias presentes. Também pode ser realizada antes ou durante o parto. Hoffman Bilateral Sinal de Hoffman é uma resposta reflexa anormal que consiste na flexão dos dedos da mão ao pressionar a unha do dedo médio. Geralmente associado a patologias como a síndrome piramidal, mas pode ocorrer em pessoas saudáveis com reflexos exaltados. Geralmente este sinal indica algum dano a medula espinal ou no cérebro. A presença desse reflexo pode indicar um envolvimento dos neurônios motores superiores que compõem a via piramidal, e esses neurônios são responsáveis pelos movimentos voluntários dos membros superiores. Gestação de Alto Risco e Pré-natal É aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ ou do feto e/ou do recém-nascido tem maiores chances de serem atingidos que as da média da população considerada. Vale ressaltar -> uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar uma gestação de alto risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou durante o trabalho de parto. Há necessidade de reclassificar o risco a cada consulta pré-natal e durante o trabalho de parto; Intervenção precisa e precoce evita os retardos assistenciais capazes de gerar morbidade grave, materna ou perinatal; A assistência pré-natal pressupõe avaliação dinâmica das situações de risco e prontidão para identificar problemas de forma a poder atuar, a depender do problema encontrado, de maneira a impedir um resultado desfavorável. A ausência de controle pré-natal pode incrementar o risco para a gestante ou o recém-nascido. Há vários tipos de fatores geradores de risco gestacional, podendo estes estarem presentes antes da ocorrência da gravidez. Identificação em mulheres em idade fértil na comunidade = permite orientações a cerca do planejamento familiar + aconselhamento pré- concepcional; Os fatores de risco gestacionais podem ser prontamente identificados no decorrer da assistência pré-natal, para isso é necessário que os profissionais de saúde estejam atentos a todas etapas da anamnese, exame físico geral e exame gineco-obstétrico + visita domiciliar. Todos os profissionais que prestam assistência a gestantes devem estar atentos à existência desses fatores de risco, sendo capazes de avalia-los, de maneira a determinar o momento em que a gestante necessitará de assistência especializada ou de interconsultas com outros profissionais. As equipes de saúde que lidam com o pré-natal de baixo risco devem estar preparadas para receber as gestantes com fatores de risco identificados e prestar um primeiro atendimento e orientações em caso de dúvidas. Quando encaminhada para acompanhamento em um serviço especializado em pré-natal de alto risco -> gestante deve ser orientada a não perder o contato com a equipe da atenção básica. A equipe da atenção básica deve ser manter informada a cerca da evolução da gravidez e tratamentos administrados a gestante por meio de contrarreferência e de busca ativa das gestantes em seu território de atuação. O intuito da assistência de pré-natal de alto risco é interferir no curso de uma gestação que possui maior chance de ter um resultado desfavorável, de maneira a diminuir o risco a qual estão expostos a gestante e o feto, ou ao menos reduzir suas possíveis consequências adversas. A equipe de saúde deve levar em consideração: a) Avaliação Clínica b) Avaliação Obstétrica c) Repercussões mútuas entre as condições clínicas da gestante e a gravidez d) Parto e) Aspectos emocionais e psicossociais Além da rotina geral de pré-natal a gestante com risco para o desenvolvimento de DHEG deve ser submetida a consultas mais frequentes de pré-natal para controle mais apurado do ganho ponderal, aferição da PA, pesquisa de Proteinúria e dosagem sérica de ácido úrico e uréia/creatinina. Em casos de mulheres com antecedentes de HAS, diabetes ou colagenoses deve-se solicitar esses exames laboratoriais desde a primeira consulta de pré-natal para futuras comparações. Gestação de Baixo Risco A gravidez é dita de baixo risco quando não é necessário aplicar intervenções de maior complexidade e quando a morbidade e mortalidade materna e perinatal são menores do que as da população em geral. A identificação de risco é realizada através da avaliação clínica, laboratorial e imagiológica durante a preconcepção ou em qualquer momento da gravidez. Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) Conjunto de alterações pressóricas observadas na gestação -> inclui eclampsia e pré-eclampsia; Caracterizada pela presença de: HAS, edema, proteinúria a partir de 20 semanas de gestação em pacientes previamente normotensas; Conceitos Hipertensão arterial - PAS igual ou superior a 140mmHg ou PAD igual ou superior a 90mmHg; PAD = fase V de Korotkoff (paciente sentada); Medidas confirmadas com intervalo de 4 horas; - Antigamente -> adotava-se o incremento de 30mmHg na PAS e 15mmHg na PAD como diagnóstico de DHEG; Atualmente: estes valores merecem atenção caso sejam acompanhados de elevação de acido úrico + proteinúria patológica; Proteinúria patológica - Presença de 300mg ou mais de proteínas excretadas na urina coletada durante 24 horas; - Identificação por meio de fita reagente em amostra isolada de urina; Determinada pela relação -> proteína/creatinina em amostra isolada de urina; Considerada significativa quando a relação for igual ou superior a 0,3; Formas Clínicas Classificação de Hughes de 1972 -> adotada pelo American College of Obstetricians and Gynecologists Classificação segundo a Clínica Obstétrica do HC-FMUSP Classificação das DHG segundo o American College of Obstetricians and Gynecologists Pré-eclâmpsia Desenvolvimento de hipertensão arterial, com proteinúria significativa e/ou edema de mãos e face que ocorre após 20 semanas; Era considerada hipertensa a mulher com pressão arterial sistólica de pelo menos 140 mmHg ou pressão arterial diastólica de pelo menos 90 mmHg; Proteinúria significativa: pelo menos 0,3g/L em urina de 24 horas ou de pelo menos 1+ pelo método quantitativo de fita; Mais recente diretriz da ACOG admiti o diagnóstico de pré- eclampsia: Na ausência de proteinúria; Na presença de trombocitopenia; Alteração das enzimas hepáticas; Insuficiência renal; Edema pulmonar; Sintomas visuais e cerebrais -> cefaléia, amaurose, escotomas e fosfenas; Formas clínicas da pré-eclampsia: 1) Pré-eclampsia leve 2) Pré-eclampsia grave 3) Iminência de eclâmpsia 4) Eclâmpsia 5) Síndrome Hellp 6) Hipertensão arterial crônica com ou sem DHEG sobreposta Todas as formas descritas podem surgir na gestante com hipertensão arterial crônica (HAC) que pode ser complicada ou não; HAC complicada -> apresenta elevação dos níveis tensionais arteriais + proteinúria +aumento dos níveis sanguíneos de ácido úrico; HAC não complicada -> funções renais e cardíacas normais + sem lesão de órgão alvo antes da gravidez; Incidência - As doenças hipertensivas complicam até 10% das gestações; - Prevalência de 5 a 8%; Nulíparas = 3 a 7%; Multíparas = 0,8 a 5%; Gestações múltiplas = 18%; Pacientes com antecedentes de DHEG em gestações pregressas, recorrência = 14 a 39%; Fatores de Risco A gestante de risco para DHEG pode ser identificada pela presença de fatores epidemiológicos e clínicos. 75% dos casos = nulíparas -> DHEG mais comum em pacientes com hipertensão arterial pré-gravídica ou quando há troca de parceiro; Nível socioeconômico desfavorável -> eclâmpsia e Síndrome Hellp -> falta de assistência ao pré-natal/ assistência precária permite a evolução da forma leve para as formas mais graves; Idade materna avançada ou muito precoce Abaixo dos 18 anos -> como ocorre com mais freqüência em mulheres jovens a DHEG está mais associada a esta faixa etária; Idade avançada -> hipertensão arterial essencial favorece a instalação da DHEG -> maior incidência de DHEG em multíparas com idade igual ou superior a 40 anos; História familiar de DHEG; Predisposição hereditária à DHEG; Alguns Obesidade; Quanto maior o IMC pré-gestacional, maior o risco; Mecanismo envolvido -> relacionado à presença de intolerância a glicose; Gestação múltipla; Independente da paridade a incidência de DHEG é de até 30% na GM; Doença hipertensiva tende a ocorrer em IG mais precoces comparadas a gestações únicas; Doença trofoblástica gestacional; Presente com maior frequência nessa patologia; Associada a isso surge em IG mais precoces; Único caso em que a DHEG pode se manifestar em IG menores que 20 semanas; DHEG em gestação pregressa; Incidência de DHEG e das formas graves da doença é maior nas mulheres que desenvolveram DHEG em gestações anteriores, quando comparadas com nulíparas; Maior morbidade perinatal; Feto hidrópico (Aloimunização Rh); Incidência de DHEG é aproximadamente 50%; Diabetes Mellitus; Doença renal; Colagenoses; Trombofilias; DHEG é mais comum em mulheres com trombofilias; Tem relação com a síndrome antifossolípide e a formas hereditárias -> mutação do fator V de Leiden, mutação do gene da protrombina, deficiência das proteínas C e S, deficiência de antitrombina e hiper- homocisreinemia; Etiologia Permanece desconhecida -> prejudica a prevenção primária; Deficiência da Invasão Trofoblástica Placenta como peça fundamental da pré-eclâmpsia -> presença de DHEG em situações em que não há feto + fato de que se retirar a placenta começa o processo de resolução da doença -> melhora dos sintomas; 1º trimestre: primeira onda de invasão do trofoblasto que invade os vasos da decídua; Na DHEG: fluxo uteroplacentário diminui reduzindo a oxigenação fetal; Efeito causado pela invasão inadequada do trofoblasto intravascular impedindo as modificações fisiológicas normais; Artérias espiraladas não modificadas pela invasão deficiente do trofoblasto intravascular mantem a camada muscular média com diâmetro menor e alta resistência; Podem surgir alterações ateromatosas na parede dos vasos; Endotoxinas placentária: fator placentário decorrente da isquemia trofoblástica -> resultado final = redução do fluxo sanguíneo no espaço interviloso; Alterações na perfusão placentária como responsáveis pela ativação endotelial seguida de vasoespasmo, pelo aumento da permeabilidade capilar e pela ativação da coagulação; Fatores Imunológicos Mecanismo imunológicos que protegem o feto de rejeição -> desconhecidos -> responsáveis pela resposta inflamatória exacerbada que impede a placentação adequada; Possíveis mecanismos: Excesso de carga antigênica fetal; Ausência de anticorpos bloqueadores (efeito protetor contra imunidade celular materna); Ativação de polimorfonucleares e do complemento; Liberação de citocinas citotóxicas e interleucinas; Desequilíbrio da quantidade de linfócitos -> predomínio dos linfócitos T helper 2 (Th2) em relação aos T helper 1 (Th1), que produzem citocinas -> favorecem a instalação da DEHG. Lesão Endotelial e Alterações Inflamatórias Tecido mais afetado = endotélio vascular; Prevenção da coagulação sanguínea + controle do tônus vascular + medição de trocas entre os espaços intra e extravascular -> importância na DEHG; Presença da lesão vascular (química, metabólica ou mecânica) -> inicio da cascata de coagulação + adesão de plaquetas; Endotélio -> produz substâncias vasoativas (vasodilatadoras e vasoconstritoras); Vasodilatadoras: prostaciclina + óxido nítrico; Mulheres com pré-eclâmpsia -> seus vasos + vasos do cordão umbilical de seu RN = produze menos prostaciclina do que os de gestantes normais; Diante da lesão endotelial: produção de ambas as substâncias estão diminuídas; Endotélio em estresse oxidativo: em decorrência do aumento d resistência placentária com liberação de citocinas + prostaglandinas pró-inflamatórias pela placenta -> responsável pelo aumento da permeabilidade capilar; Célula endotelial perde a capacidade das funções normais passando a expressar novas funções + produzindo substancias vasoconstritoras (Endotelina e fatores pró-coagulantes); Lesões ateromatosas -> consequências do estresse oxidativo; Lesão endotelial da pré-eclâmpsia apresenta semelhanças com o que ocorre na aterosclerose; Mudança na permeabilidade vascular endotelial responsável pelo extravasamento de proteínas sanguíneas para o terceiro espaço; Pressão coloidosmótica do capilar terminal diminuída -> promove a diminuição do retorno do líquido extravasado pela pressão hidrostática no início do capilar -> leva a perda de líquido para o terceiro espaço (edema) e hemoconcentração. Fatores Ligados à Angiogênese Gestantes produzem uma variante solúvel do receptor para o fator de crescimento endovascular denominada fms-like tyrosine kinase solúvel (sFlt1); Receptor possibilita a ligação com o fator de crescimento endovascular (VEGF) -> não produz resposta biológica intracelular que o receptor presente na membrana provoca; VEGF + PIGF (placental growth factor) = estimuladores da expansão vascular -> mecanismo essencial para o desenvolvimento da unidade uteroplacentária; Mulheres com pré-eclâmpsia apresentam níveis mais elevados de sFlt1 e endoglina solúvel e mais baixos de PIGF e VEGF; Níveis circulantes de sFlt1 e PIGF mostram-se alterados várias semanas antes do aparecimento da doença clínica e correlacionam-se com a gravidade da doença; sFlt1 = efeito antiagiogênico. Predisposição Genética Filhas de mães com pré-eclâmpsia tem maior incidência da doença; Polimorfismos gênicos (fator de necrose tumoral, linfotoxina-alfa, interleucinas 1 beta) -> associadas à pré- eclâmpsia; Outros fatores associados a PE -> variante do gene do angiotensinogênio + mutação do gene da metilenotetra- hidrofolato redutase (enzima que metaboliza a homocisteína); Envolvimento do alelo Thr174Met do gene do angiotensinogênio; Fatores Nutricionais Associação inversa entre o consumo de cálcio na dieta e o nível de PA -> mecanismo desconhecido e resultados controversos; Substancias antioxidantes como fatores de proteção para a DHEG-> improvável; Estresse Riso relativo de DHEG maior em situações de estresse; Fatores imunológicos interferem no sistema imunológicos facilitando a deposição de imunocomplexos dificultando a placentação normal; Consequência: hipóxia placentária -> surgimento dos radicais livres -> lesão endotelial; Fisiopatologia Alterações Cardiovasculares PA é o resultadodo débito cardíaco e da resistência periférica total; Na DHEG o volume plasmático é menor comparado a gestação normal; Com a lesão endotelial ocorre aumento da permeabilidade capilar, havendo extravasamento do plasma para o meio extravascular dando origem ao edema e à hemodiluição; Aumento da viscosidade sanguínea = fenômenos trombóticos; Vasoespasmos generalizados = resistência periférica elevada -> isquemia em todos os órgãos; Débito cardíaco = normal ou pouco reduzido; Aumento da resistência periférica -> principal responsável pela elevação da PA na DHEG; Níveis plasmáticos de Endotelinas (vasoconstritor produzidos pelas células endoteliais) encontram-se elevados na pré-eclâmpsia; Explicação para o vasoespasmo -> resposta exacerbada a agente vasopressores em comparação a gestantes normais. Diferenças mais marcantes ocorrem com a angiotensina II; A gestante normal, comparada a não gestante é refratária aos efeitos pressóricos dessa substância, enquanto a pré-eclâmpsia perde essa refratariedade e é altamente sensível à angiotensina II. Mulheres destinadas a desenvolver DHEG tornavam- se progressivamente sensíveis ao efeito pressórico da angiotensina II a partir de 18 semanas; As gestantes hipertensas crônicas com teste da angiotensina positivo tem maior chance de desenvolver DHEG sobreposta. Prostaglandinas Desequilíbrio entre prostaglandinas vasodilatadoras e vasoconstritoras (predominante na circulação uteroplacentária) -> envolvido no desenvolvimento da DHEG; Lesão endotelial promove a diminuição da prostaciclina (potente vasodilatador e antiagregante plaquetário); TXA2 -> liberado pelas plaquetas ativados = vasoconstritor e agregante plaquetário; Aumento da relação TXA2/prostaciclina favorece o aumento da sensibilidade à infusão da angiotensina II -> vasoconstrição; Alterações Coagulação Coagulação intravascular disseminada pode ocorrer; Presentes em cerca de 10% dos casos de pré-eclâmpsia grave e eclampsia; Manifestar-se na DHEG grave por meio do consumo de fibrinogênio + plaquetas -> causa sangramentos; Formas mais leves -> manifestações são subclínicas; Etiologia dessas alterações da coagulação -> controversa Lesão vascular secundária ao vasoespasmo = responsável direta pela coagulação intravascular disseminada; Disfunção endotelial + ativação de plaquetas e de componentes da cascata de coagulação = antecede o vasoespasmo e os sinais clínicos da doença; Alterações vasculares no sítio de implantação já predispõem essas alterações da coagulação; Alterações Renais Na DHEG a perfusão renal cai determinando reduções no fluxo plasmático renal + filtração glomerular; Consequência -> níveis de ureia e creatinina podem aumentar; [ ] plasmática de ácido úrico eleva-se estando diretamente ligada a gravidade da doença; Hiperuricemia é decorrente da diminuição do clearance de ácido úrico estando relacionada a menor filtração glomerular ou a maior absorção glomerular; Pré-eclâmpsia grave -> vasoespasmo intenso como responsável pela lesão tubular; Alterações anatomopatológicas glomerulares, tubulares e arteriolares estão presentes na DHEG -> lesão glomerular = mais característica; Presença de Proteinúria está relaciona a lesão glomerular que é responsável pelo aumento da permeabilidade a proteínas; Endoteliose glomerucapilar = intensa tumefação das células endoteliais do glomérulo + vacuolização + acúmulo de lipídeos -> bloqueio do lúmen dos capilares, com deposição de material fibrinóide denso entre a lâmina basal e as células endoteliais; Alterações Hepáticas Lesões hepáticas são observadas em mulheres com pré- eclâmpsia grave e eclampsia sendo secundárias ao vasoespasmo intenso; Ocorrem dois tipos de lesões: a) Hemorragias periportais b) Necrose hemorrágica periportal Elevação dos níveis séricos das transaminases -> consequência das lesões; O sangramento intenso pode se estender até a cápsula de Glisson -> forma o hematoma subcapsular podendo evoluir para ruptura e hemorragia intraperitoneal -> fatal; Alterações Pulmonares Edema pulmonar ou broncopneumonia aspirativa = causas de insuficiência respiratória -> 60% das causas de morte materna; Território vascular diminuído pelo vasoespasmo -> infusão de soluções cristaloides ou coloides sem monitorização = congestão e edema pulmonar com insuficiência respiratória; Alterações Cerebrais Duas teorias para explicar as alterações cerebrais observadas na pré-eclâmpsia grave e na eclampsia: a) Hipertensão grave leva a vasoconstrição reflexa resultando em queda do fluxo cerebral + edema citóxico + áreas de infarto cerebral; b) Eclampsia como forma de encefalopatia hipertensiva na qual elevações abruptas da PA levariam a queda dos mecanismos de autorregulação da circulação cerebral com hiperperfusão + disrupção dos capilares + extravasamento de plasma e eritrócitos + edema vasogênico; Alterações Uteroplacentárias Fluxo uteroplacentário está diminuído na DHEG -> caracteriza o quadro de insuficiência placentária; Invasão trofoblástica deficiente nas artérias espiraladas diminui o fluxo interviloso; A vasoconstrição das arteríolas vilosas determina a elevação da resistência vascular fetoplacentária; Diagnóstico clínico-laboratorial Maioria das gestantes na fase inicial são assintomáticas. Manifestações clínicas geralmente são tardias, ocorrendo no último trimestre da gravidez; Quando as manifestações surgem em IG precoces possuem relação com os piores resultados maternos e perinatais; Durante o pré-natal o diagnóstico de DHEG deve ser o mais precoce possível -> impedir a evolução para a forma mais grave da doença; Hipertensão Arterial O diagnóstico de hipertensão arterial é feito diante de níveis de pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg. Devem ser realizadas pelo menos duas medidas de pressão arterial, tomando-se então a segunda como a de definição. A paciente deve permanecer sentada por pelo menos 5 minutos antes da medida da pressão arterial. A pressão sistólica é determinada ao primeiro som arterial audível; e a pressão diastólica, quando desaparece o último som arterial (fase V de Korotkofl). Em 15% das gestantes, o quinto som de Korotkoff está ausente ou próximo de zero. Nesses casos, utiliza-se o quarto som. Edema O edema leve de mãos, face e membros inferiores é comum na gravidez normal, principalmente no final dela. Por ser um dado considerado subjetivo, as diretrizes internacionais mais recentes não têm dado maior importância a esse aspecto. É considerado patológico o edema depressível e generalizado, o qual sempre deve ser valorizado se associado a hipertensão arterial e ganho exagerado de peso(> 1.000 g/semana) e quando não desaparece com o repouso. Proteinúria A Proteinúria = importante sinal de DHEC; Considerada significativa quando igual ou superior a 300 mg em urina coletada durante 24 horas, na relação proteína/creatinina > 0,3 em amostra isolada de urina, ou ainda quando se observa a presença em fita indicadora (> 1 + ). A pesquisa de Proteinúria por meio de fita indicadora em amostra de urina isolada durante a consulta de pré-natal é um método útil e prático para a confirmação momentânea do diagnóstico de DHEG, porém não afasta a necessidade de confirmação em exame de urina, que pode ser feita tanto em amostra isolada (pela relação proteína/ creatinina) quanto em urina de 24 horas (preferível em casos mais graves, com a paciente internada). Quando associada à hipertensão arterial, a proteinúria patológica eleva o risco perinatal e, se associada à PAD maior ou igual 95 mmHg, aumenta em três vezes o riscode óbito fetal. Na Clínica Obstétrica do HC- FMUSP foram avaliadas a presença de proteinúria e sua repercussão perinatal em 1600 gestantes hipertensas. Observou-se que a mortalidade perinatal aumentou 7,6 vezes quando a proteinúria atingiu seu maior valor. Quando, por sua vez, proteinúria e hipertensão arterial diastólica (4+ e> 120 mmHg, respectivamente) estavam em seus valores máximos, a mortalidade perinatal foi 29,2 vezes superior. Ácido Úrico A dosagem do ácido úrico sérico é importante para o clínico, pois sua elevação ocorre precocemente na DHEG e pode estar relacionada à queda da filtração glomerular ou a alterações de reabsorção e excreção tubular. Os níveis de hiperuricemia correlacionam-se com o grau de hemoconcentração, gravidade da endoteliose glomerular, gravidade da doença hipertensiva e RN de baixo peso. Ainda que não seja oficialmente considerada um critério diagnóstico de pré-eclâmpsia, a presença de nível sérico de ácido úrico superior a 6 mg/dL (em gestante com valores anteriormente normais e sem uso de diuréticos) é altamente sugestiva da presença de DHEG. Exames Complementares 1. Hemograma 2. Pesquisa de eritrócitos 3. Bilirrubinas e enzimas hepáticas 4. Ureia e creatinina 5. Pesquisa de Colagenases 6. Pesquisa de trombofilias 7. Diagnósticos de hipertensão secundária 8. Tomografia/ ressonância nuclear magnética cerebral Condutas A presença de aumento rápido de peso, edema facial ou outros sintomas sugestivos da doença requerem uma monitoração mais rigorosa da pressão arterial e a detecção de proteinúria. Se a pressão começar a aumentar, a gestante deve ser reavaliada dentro de 1 a 3 dias. Assim que se tiver o diagnóstico (ver classificação), a conduta dependerá da gravidade e da idade gestacional. Pré-eclâmpsia leve As gestantes com pré-eclâmpsia leve, de preferência, devem ser hospitalizadas para avaliação diagnóstica inicial e mantidas com dieta normossódica e repouso relativo. Na avaliação das condições maternas deve constar: PA de 4/4h durante o dia; Pesagem diária; Pesquisa de sintomas de iminência de eclâmpsia: Cefaleia frontal ou occipital persistente; Distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose); Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, acompanhada ou não de náuseas e vômitos; Hiperreflexia; Proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas; Hematócrito e plaquetas; Provas de função renal e hepática. Não há necessidade de tratamento medicamentoso. Avaliação das condições fetais: Contagem de movimentos fetais diariamente; Avaliação do crescimento fetal e do líquido amniótico. Se os resultados estiverem normais, repetir o teste a cada três semanas; Cardiotocografia basal (CTB), se disponível. Se a CTB for reativa, repetir semanalmente; A reavaliação materna e fetal deve ser imediata se ocorrerem mudanças abruptas nas condições maternas, redirecionando a conduta. Nas gestações pré-termo, o controle ambulatorial pode ser iniciado após a hospitalização se confirmadas condições materno-fetais estáveis, com as seguintes recomendações: Consultas semanais; Repouso relativo (evitar grandes esforços); Pesar diariamente pela manhã; Proteinúria na fita semanalmente pela manhã; Medir a pressão arterial pelo menos uma vez ao dia. A presença dos seguintes sinais e sintomas demanda retorno imediato ao hospital: PA ≥ 150/100mmHg; Proteinúria na fita ++ ou mais; Aumento exagerado de peso; Cefaleia grave e persistente. Dor abdominal persistente, principalmente na região epigástrica e hipocôndrio direito; Sangramento vaginal; Presença de contrações uterinas regulares; Presença de distúrbios visuais como diplopia, fotofobia, escotomas etc.; Náusea ou vômitos persistentes; Diminuição dos movimentos fetais. Pré-eclâmpsia grave As gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia grave deverão ser internadas, solicitados os exames de rotina e avaliadas as condições maternas e fetais. Avaliar necessidade de transferência para unidade de referência, após a estabilização materna inicial. Se a idade gestacional for maior ou igual a 34 semanas de gestação, devem ser preparadas para interrupção da gestação. A conduta conservadora pode ser adotada em mulheres com pré-eclâmpsia grave com idade gestacional entre 24 e 33:6 semanas, através de monitoração maternofetal rigorosa, uso de sulfato de magnésio e agentes anti-hipertensivos. As gestantes nessas condições devem ser admitidas e observadas por 24 horas para determinar a elegibilidade para a conduta e nesse período serão manejadas como se segue: Administração de sulfato de magnésio (ver adiante); Uso de corticoide (betametasona 12mg, a cada 24 horas, 2 aplicações IM); Administração de anti-hipertensivos de ação rápida (Hidralazina ou Nifedipina); Infusão de solução de Ringer lactato a 100-125ml/h; Exames laboratoriais: hemograma completo com plaquetas, creatinina sérica, ácido úrico, AST/TGO, ALT/TGP, desidrogenase lática, proteinúria de 24 horas; Dieta suspensa (permitir pequenas ingestões de líquidos claros e medicação oral). Após o período inicial de observação, confirmando-se a elegibilidade maternofetal. Eclâmpsia Ocorrência de convulsões tonicoclônicas generalizadas e/ou coma em gestantes com pré-eclâmpsia, excluindo-se aquelas de outras causas ou alterações no SNC. Incidência Mais frequentes em condições socioeconômicas desfavoráveis; atendimento pré-natal deficiente e acompanhamento inadequado da pré-eclâmpsia; Países desenvolvidos: ocorrem 4 a 6 casos em 10 mil partos; Populações socioeconomicamente desfavorecidas -> 6 a 100 casos para o mesmo número de partos; Principal causa de morte materna e perinatal; Responsável por pelos 10% de todas as mortes maternas em países desenvolvidos -> 50 mil mortes maternas por ano em todo o mundo; Fatores de Risco Idade materna; Idade gestacional precoce -> associada à morbimortalidade perinatais Intercorrências clínicas preexistentes -> hipertensão arterial crônica e doença renal; Gestação gemelar; Classificação prognóstica utilizada na Clínica Obstétrica do HC-FMUSP Fisiopatologia Manifestação do comprometimento do SNC da pré- eclâmpsia -> motivo do aparecimento das convulsões é desconhecido; Sugerida a participação do edema cerebral, isquemia, encefalopatia hipertensiva, infarto cerebral e hemorragia cerebral; Estudos -> papel dos fatores circulantes no endotélio dos vasos cerebrais -> aumento da permeabilidade capilar; Redução das atividades das aquaporinas em pacientes com pré-eclâmpsia -> dificulta a drenagem de líquidos acumulados no cérebro; Nenhuma dessas condições explicam de maneira satisfatória a fisiopatologia da eclâmpsia; Quadro Clínico Processo de instalação gradual (normal); Instalação rápida e devastadora (raro); Inicia-se com a elevação da PA + ganho de peso excessivo (1Kg/semana) + edema generalizado; A convulsão típica da eclâmpsia evolui clinicamente em quatro fases, as quais foram assim descritas por Briquet: 1. Fase de invasão: silenciosa ou precedida de grito ou aura. Surgem fibrilações, principalmente em torno da boca, com o aparecimento de contrações em outras regiões faciais. A língua pode ser exteriorizada e, com o fechamento da boca, pode ser atingida e lesada. Os membros superiores ficam em pronação com o polegar sobre a mão fechada. Esta fase dura cerca de 30 segundos. 2. Fase de contrações tônicas: tetanização de todo o corpo com opistótono cefálico. Os masseteres se contraem com força, fechando a boca. O rosto se mostra cianótico e pletórico, com os olhos voltados para cima e as pupilas dilatadas. 3. Fase de contrações clônicas: inspiração profunda seguida de expiração estertorosae saída de muco sanguinolento pela lesão da língua. Pode haver incontinência de fezes e urina. 4. Fase de coma: surge diante de convulsões repetidas ou prolongadas em que há perda de consciência e ausência de reflexos com duração de alguns minutos até horas ou dias. Há situações em que as convulsões se tornam frequentes e não ocorrem intervalos entre elas, o que caracteriza o estado de mal convulsivo. Deve-se salientar que o coma prolongado pode estar presente em outros quadros neurológicos, como o acidente vascular cerebral hemorrágico. Manifestações clínicas de insuficiência de órgãos comuns na eclâmpsia: Oligúria ou anúria; Insuficiência respiratória; Cianose; Icterícia; Sangramentos; Aumento do tônus e da frequência das contrações uterinas; Diminuição da frequência dos batimentos cardíacos fetais * Tais alterações ocorrem durante as convulsões ou imediatamente depois delas -> desaparecem após alguns minutos caso a hipoxemia materna seja corrigida; Conduta Cuidados Gerais Manter o ambiente tranquilo, o mais silencioso possível Decúbito elevado a 30º e face lateralizada Cateter nasal com oxigênio (5l/min) Punção de veia central ou periférica calibrosa Cateter vesical contínuo A conduta obstétrica visa à estabilização do quadro materno, à avaliação das condições de bem-estar fetal e a antecipação do parto, em qualquer idade gestacional. Após a estabilização do quadro, iniciar os preparativos para interrupção da gestação. Síndrome Hellp Entidade clínica que pode ocorrer na pré-eclâmpsia ou na eclâmpsia caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas associados à hemólise microangiopática, elevação das enzimas hepáticas e plaquetopenia. Epidemiologia Incidência varia de 4 a 12% nas gestantes com pré- eclâmpsia grave; Incidência de 11% nas gestantes com eclâmpsia; Riscos maternos e perinatais são elevados; Mortalidade materna em até 24% dos casos; Mortalidade perinatal em até 30 a 40%; Corresponde a 22,8% das complicações perinatais graves com 17,6% de mortes; Fisiopatologia Hemólise Aumento da destruição eritrocitária; Responsável pela hiperbilirrubinemia não conjugada -> icterícia (nível de bilirrubina > 3mg/dL); Apenas hemólise -> hiperbilirrubinemia é leve; Valores elevados de bilirrubina -> disfunção hepática com aumento da bilirrubina conjugada; Hemólise promove a elevação da atividade dessa enzima no soro; Anemia Hemolítica Microangiopática -> alterações eritrocitárias -> diminuição do nível de hemoglobina + lesões vasculares; Esquizócitos -> célula capacete ou fragmentada -> apresenta-se em forma discoide alterada, com duas ou três espículas nas extremidades; Fragmentação eritrocitária secundária à passagem do sangue por pequenos vasos sanguíneos que possuem lesões da camada íntima e/ou deposição de fibrina; Equinócitos -> alteração da morfologia do eritrócito, caracterizada por apresentar várias espículas em sua superfície; Elevação de enzimas hepáticas Em decorrência da necrose das células hepáticas; Elevação das enzimas TGO e TGP; Comprometimento hepático -> elevação da DHL em níveis inferiores aos da TGO e TGP; Lesão hepática = necrose + hemorragia periportal com deposição de fibrina nos sinusoides hepáticos; Plaquetopenia Redução do número de plaquetas é consequências do aumento da sua destruição; Plaquetas circulantes aderem ao colágeno vascular exposto pela lesão endotelial; Consumo exarcebado de plaquetas diante da coagulação intravascular disseminada; Observa-se: baixos níveis plasmáticos de fibrinogênio e de antitrombina III e aumento do tempo de protrombina; elevação dos produtos de degradação da fibrina; Quadro Clínico Múltiplas manifestações clínicas -> imprecisas; MC superpõem-se às da pré-eclâmpsia; Cefaleia; Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito; Perda de apetite; Náuseas e vômitos; Escotomas; Níveis pressóricos elevados; Alteração do estado de consciência; Conduta Diagnóstico Mais precoce possível; Confirmação diagnóstica -> laboratorial; Complicações decorrentes das DHEG Maternas Hemorragia cerebral; Edema agudo dos pulmões; Insuficiência respiratória ou renal; Coagulopatia intravascular disseminada; Cegueira cortical; Encefalopatia hipertensiva; Ruptura hepática; Psicose; Infecção; Síndrome da angústia respiratória do adulto; Infarto; Dissecção aguda da aorta; DPP; Óbito materno; Fetais Abortamento; Prematuridade; CIUR; Baixo peso ao nascer; Sofrimento fetal agudo e crônico -> causa sequelas; * SF crônico é causado por alterações placentárias. Óbito fetal ou neonatal; Exames diagnósticos Diazepam Os benzodiazepínicos aumentam a afinidade do GABA pelo receptor de GABAA e intensificam a regulação do canal de GABAA na presença de GABA, aumentando, assim, o influxo de Cl– através do canal. Essa ação tem o duplo efeito de suprimir o foco da convulsão (através da elevação do limiar do potencial de ação) e de fortalecer a inibição circundante. Sulfato de Magnésia O magnésio previne ou controla as convulsões bloqueando a transmissão neuromuscular e diminuindo a quantidade de acetilcolina liberada pelo nervo motor na placa motora terminal. Hidralazina Hidralazina é um vasodilatador arteriolar administrado por via oral que algumas vezes é utilizado no tratamento da hipertensão e, em associação com o dinitrato de isossorbida, no tratamento da insuficiência cardíaca. O mecanismo de ação da hidralazina permanece incerto, e os estudos realizados sugeriram que a hiperpolarização da membrana, a abertura dos canais de IP3 e a inibição induzida por K+ ATP da liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático nas células musculares lisas vasculares podem estar todas envolvidas. A hidralazina parece impedir o desenvolvimento de tolerância a nitratos, talvez ao inibir a produção vascular de superóxido. Recentemente, foi constatado que uma pílula contendo uma associação de dinitrato de isossorbida e hidralazina reduziu a taxa de morbidade e de mortalidade em negros norte-americanos com insuficiência cardíaca avançada. Captopril Os inibidores da ECA impedem a conversão da angiotensina I em angiotensina II mediada pela ECA, resultando em diminuição dos níveis circulantes de angiotensina II e de aldosterona. Ao diminuir os níveis de angiotensina II, os inibidores da ECA reduzem a resistência vascular sistêmica e, portanto, diminuem a impedância à ejeção VE. Ao diminuir os níveis de aldosterona, esses agentes também promovem a natriurese e, consequentemente, reduzem o volume intravascular. Os inibidores da ECA também diminuem a degradação de bradicinina, e o conseqüente aumento nos níveis circulantes de bradicinina provoca vasodilatação. Má adaptação circulatória na gravidez
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