Buscar

Síndromes Hipertensivas da Gravidez

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Síndromes Hipertensivas 
da Gravidez 
 
Lipotimia 
Perda mais ou menos completa da consciência, acompanhada 
da abolição das funções motrizes/motoras que lembram 
efeito extrapiramidal, com integral conservação das funções 
respiratórias e cardíacas. 
Constitui-se no primeiro grau de síncope: é acompanhada de 
palidez, calafrios, vertigens, zumbidos -> pessoa tem a 
impressão que irá desmaiar, porém raramente perderá a 
consciência; 
Pode ser causada por emoção violenta, súbita modificação de 
decúbito ou circunstancias susceptível de alterar a circulação. 
Cardiotocografia 
 A cardiotocografia, conhecida como CTG, é um exame em 
que se registra simultaneamente a frequência cardíaca e 
os movimentos do feto e as contrações do útero da mãe. 
 Termo que melhor descreve a monitorização contínua da 
frequência cardíaca fetal (FCF) e das contrações uterinas. 
 Finalidade avaliar o bem-estar do fetal. 
 É realizada normalmente a partir das 26 a 28 semanas, 
dependendo das circunstâncias presentes. 
 Também pode ser realizada antes ou durante o parto. 
Hoffman Bilateral 
Sinal de Hoffman é uma resposta reflexa anormal que consiste 
na flexão dos dedos da mão ao pressionar a unha do dedo 
médio. 
Geralmente associado a patologias como a síndrome 
piramidal, mas pode ocorrer em pessoas saudáveis com 
reflexos exaltados. 
Geralmente este sinal indica algum dano a medula espinal ou 
no cérebro. 
A presença desse reflexo pode indicar um envolvimento dos 
neurônios motores superiores que compõem a via piramidal, 
e esses neurônios são responsáveis pelos movimentos 
voluntários dos membros superiores. 
Gestação de Alto Risco e Pré-natal 
É aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ ou do feto e/ou 
do recém-nascido tem maiores chances de serem atingidos 
que as da média da população considerada. 
Vale ressaltar -> uma gestação que está transcorrendo bem 
pode se tornar uma gestação de alto risco a qualquer 
momento, durante a evolução da gestação ou durante o 
trabalho de parto. 
 Há necessidade de reclassificar o risco a cada 
consulta pré-natal e durante o trabalho de parto; 
 Intervenção precisa e precoce evita os retardos 
assistenciais capazes de gerar morbidade grave, 
materna ou perinatal; 
A assistência pré-natal pressupõe avaliação dinâmica das 
situações de risco e prontidão para identificar problemas de 
forma a poder atuar, a depender do problema encontrado, de 
maneira a impedir um resultado desfavorável. 
A ausência de controle pré-natal pode incrementar o risco 
para a gestante ou o recém-nascido. 
Há vários tipos de fatores geradores de risco gestacional, 
podendo estes estarem presentes antes da ocorrência da 
gravidez. 
 Identificação em mulheres em idade fértil na 
comunidade = permite orientações a cerca do 
planejamento familiar + aconselhamento pré-
concepcional; 
Os fatores de risco gestacionais podem ser prontamente 
identificados no decorrer da assistência pré-natal, para isso é 
necessário que os profissionais de saúde estejam atentos a 
todas etapas da anamnese, exame físico geral e exame 
gineco-obstétrico + visita domiciliar. 
Todos os profissionais que prestam assistência a gestantes 
devem estar atentos à existência desses fatores de risco, 
sendo capazes de avalia-los, de maneira a determinar o 
momento em que a gestante necessitará de assistência 
especializada ou de interconsultas com outros profissionais. 
As equipes de saúde que lidam com o pré-natal de baixo risco 
devem estar preparadas para receber as gestantes com 
fatores de risco identificados e prestar um primeiro 
atendimento e orientações em caso de dúvidas. 
 
 
 
Quando encaminhada para acompanhamento em um serviço 
especializado em pré-natal de alto risco -> gestante deve ser 
orientada a não perder o contato com a equipe da atenção 
básica. 
A equipe da atenção básica deve ser manter informada a 
cerca da evolução da gravidez e tratamentos administrados a 
gestante por meio de contrarreferência e de busca ativa das 
gestantes em seu território de atuação. 
O intuito da assistência de pré-natal de alto risco é interferir 
no curso de uma gestação que possui maior chance de ter um 
resultado desfavorável, de maneira a diminuir o risco a qual 
estão expostos a gestante e o feto, ou ao menos reduzir suas 
possíveis consequências adversas. 
A equipe de saúde deve levar em consideração: 
a) Avaliação Clínica 
b) Avaliação Obstétrica 
c) Repercussões mútuas entre as condições clínicas da 
gestante e a gravidez 
d) Parto 
e) Aspectos emocionais e psicossociais 
Além da rotina geral de pré-natal a gestante com risco para o 
desenvolvimento de DHEG deve ser submetida a consultas 
mais frequentes de pré-natal para controle mais apurado do 
ganho ponderal, aferição da PA, pesquisa de Proteinúria e 
dosagem sérica de ácido úrico e uréia/creatinina. 
Em casos de mulheres com antecedentes de HAS, diabetes ou 
colagenoses deve-se solicitar esses exames laboratoriais 
desde a primeira consulta de pré-natal para futuras 
comparações. 
Gestação de Baixo Risco 
A gravidez é dita de baixo risco quando não é necessário 
aplicar intervenções de maior complexidade e quando a 
morbidade e mortalidade materna e perinatal são menores do 
que as da população em geral. 
A identificação de risco é realizada através da avaliação 
clínica, laboratorial e imagiológica durante a preconcepção ou 
em qualquer momento da gravidez. 
Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) 
 Conjunto de alterações pressóricas observadas na 
gestação -> inclui eclampsia e pré-eclampsia; 
 Caracterizada pela presença de: HAS, edema, proteinúria a 
partir de 20 semanas de gestação em pacientes 
previamente normotensas; 
Conceitos 
Hipertensão arterial 
- PAS igual ou superior a 140mmHg ou PAD igual ou 
superior a 90mmHg; 
 PAD = fase V de Korotkoff (paciente sentada); 
 Medidas confirmadas com intervalo de 4 horas; 
- Antigamente -> adotava-se o incremento de 30mmHg na 
PAS e 15mmHg na PAD como diagnóstico de DHEG; 
 Atualmente: estes valores merecem atenção caso 
sejam acompanhados de elevação de acido úrico 
+ proteinúria patológica; 
Proteinúria patológica 
- Presença de 300mg ou mais de proteínas excretadas na 
urina coletada durante 24 horas; 
- Identificação por meio de fita reagente em amostra 
isolada de urina; 
 Determinada pela relação -> proteína/creatinina em 
amostra isolada de urina; 
 Considerada significativa quando a relação for igual 
ou superior a 0,3; 
 
 
Formas Clínicas 
Classificação de Hughes de 1972 -> adotada pelo American 
College of Obstetricians and Gynecologists 
 
Classificação segundo a Clínica Obstétrica do HC-FMUSP 
 
Classificação das DHG segundo o American College of 
Obstetricians and Gynecologists 
 
 
Pré-eclâmpsia 
 Desenvolvimento de hipertensão arterial, com proteinúria 
significativa e/ou edema de mãos e face que ocorre após 
20 semanas; 
 Era considerada hipertensa a mulher com pressão arterial 
sistólica de pelo menos 140 mmHg ou pressão arterial 
diastólica de pelo menos 90 mmHg; 
 Proteinúria significativa: pelo menos 0,3g/L em urina de 24 
horas ou de pelo menos 1+ pelo método quantitativo de 
fita; 
 Mais recente diretriz da ACOG admiti o diagnóstico de pré-
eclampsia: 
 Na ausência de proteinúria; 
 Na presença de trombocitopenia; 
 Alteração das enzimas hepáticas; 
 Insuficiência renal; 
 Edema pulmonar; 
 Sintomas visuais e cerebrais -> cefaléia, 
amaurose, escotomas e fosfenas; 
 Formas clínicas da pré-eclampsia: 
1) Pré-eclampsia leve 
2) Pré-eclampsia grave 
3) Iminência de eclâmpsia 
4) Eclâmpsia 
5) Síndrome Hellp 
6) Hipertensão arterial crônica com ou sem DHEG 
sobreposta 
 Todas as formas descritas podem surgir na gestante 
com hipertensão arterial crônica (HAC) que pode ser 
complicada ou não; 
 HAC complicada -> apresenta elevação dos níveis 
tensionais arteriais + proteinúria +aumento dos 
níveis sanguíneos de ácido úrico; 
 HAC não complicada -> funções renais e cardíacas 
normais + sem lesão de órgão alvo antes da 
gravidez; 
Incidência 
- As doenças hipertensivas complicam até 10% das 
gestações; 
- Prevalência de 5 a 8%; 
 Nulíparas = 3 a 7%; 
 Multíparas = 0,8 a 5%; 
 Gestações múltiplas = 18%; 
 Pacientes com antecedentes de DHEG em gestações 
pregressas, recorrência = 14 a 39%; 
Fatores de Risco 
 A gestante de risco para DHEG pode ser identificada pela 
presença de fatores epidemiológicos e clínicos. 
 75% dos casos = nulíparas -> DHEG mais comum em 
pacientes com hipertensão arterial pré-gravídica ou 
quando há troca de parceiro; 
 Nível socioeconômico desfavorável -> eclâmpsia e 
Síndrome Hellp -> falta de assistência ao pré-natal/ 
assistência precária permite a evolução da forma leve para 
as formas mais graves; 
 Idade materna avançada ou muito precoce 
 Abaixo dos 18 anos -> como ocorre com mais 
freqüência em mulheres jovens a DHEG está mais 
associada a esta faixa etária; 
 Idade avançada -> hipertensão arterial essencial 
favorece a instalação da DHEG -> maior incidência de 
DHEG em multíparas com idade igual ou superior a 40 
anos; 
 História familiar de DHEG; 
 Predisposição hereditária à DHEG; 
 Alguns 
 Obesidade; 
 Quanto maior o IMC pré-gestacional, maior o risco; 
 Mecanismo envolvido -> relacionado à presença de 
intolerância a glicose; 
 Gestação múltipla; 
 Independente da paridade a incidência de DHEG é de 
até 30% na GM; 
 Doença hipertensiva tende a ocorrer em IG mais 
precoces comparadas a gestações únicas; 
 Doença trofoblástica gestacional; 
 Presente com maior frequência nessa patologia; 
 Associada a isso surge em IG mais precoces; 
 Único caso em que a DHEG pode se manifestar em IG 
menores que 20 semanas; 
 DHEG em gestação pregressa; 
 Incidência de DHEG e das formas graves da doença é 
maior nas mulheres que desenvolveram DHEG em 
gestações anteriores, quando comparadas com 
nulíparas; 
 Maior morbidade perinatal; 
 Feto hidrópico (Aloimunização Rh); 
 Incidência de DHEG é aproximadamente 50%; 
 Diabetes Mellitus; 
 Doença renal; 
 Colagenoses; 
 Trombofilias; 
 DHEG é mais comum em mulheres com trombofilias; 
 Tem relação com a síndrome antifossolípide e a 
formas hereditárias -> mutação do fator V de Leiden, 
mutação do gene da protrombina, deficiência das 
proteínas C e S, deficiência de antitrombina e hiper-
homocisreinemia; 
Etiologia 
 Permanece desconhecida -> prejudica a prevenção 
primária; 
 
Deficiência da Invasão Trofoblástica 
 Placenta como peça fundamental da pré-eclâmpsia -> 
presença de DHEG em situações em que não há feto + fato 
de que se retirar a placenta começa o processo de 
resolução da doença -> melhora dos sintomas; 
 1º trimestre: primeira onda de invasão do trofoblasto que 
invade os vasos da decídua; 
 Na DHEG: fluxo uteroplacentário diminui reduzindo a 
oxigenação fetal; 
 Efeito causado pela invasão inadequada do 
trofoblasto intravascular impedindo as modificações 
fisiológicas normais; 
 Artérias espiraladas não modificadas pela invasão 
deficiente do trofoblasto intravascular mantem a 
camada muscular média com diâmetro menor e alta 
resistência; 
 Podem surgir alterações ateromatosas na parede dos 
vasos; 
 Endotoxinas placentária: fator placentário decorrente 
da isquemia trofoblástica -> resultado final = redução 
do fluxo sanguíneo no espaço interviloso; 
 Alterações na perfusão placentária como 
responsáveis pela ativação endotelial seguida de 
vasoespasmo, pelo aumento da permeabilidade 
capilar e pela ativação da coagulação; 
Fatores Imunológicos 
 Mecanismo imunológicos que protegem o feto de rejeição 
-> desconhecidos -> responsáveis pela resposta 
inflamatória exacerbada que impede a placentação 
adequada; 
 Possíveis mecanismos: 
 Excesso de carga antigênica fetal; 
 Ausência de anticorpos bloqueadores (efeito protetor 
contra imunidade celular materna); 
 Ativação de polimorfonucleares e do complemento; 
 Liberação de citocinas citotóxicas e interleucinas; 
 Desequilíbrio da quantidade de linfócitos -> predomínio 
dos linfócitos T helper 2 (Th2) em relação aos T helper 1 
(Th1), que produzem citocinas -> favorecem a instalação 
da DEHG. 
Lesão Endotelial e Alterações Inflamatórias 
 Tecido mais afetado = endotélio vascular; 
 Prevenção da coagulação sanguínea + controle do tônus 
vascular + medição de trocas entre os espaços intra e 
extravascular -> importância na DEHG; 
 Presença da lesão vascular (química, metabólica ou 
mecânica) -> inicio da cascata de coagulação + adesão de 
plaquetas; 
 Endotélio -> produz substâncias vasoativas 
(vasodilatadoras e vasoconstritoras); 
 Vasodilatadoras: prostaciclina + óxido nítrico; 
 Mulheres com pré-eclâmpsia -> seus vasos + vasos do 
cordão umbilical de seu RN = produze menos 
prostaciclina do que os de gestantes normais; 
 Diante da lesão endotelial: produção de ambas as 
substâncias estão diminuídas; 
 Endotélio em estresse oxidativo: em decorrência do 
aumento d resistência placentária com liberação de 
citocinas + prostaglandinas pró-inflamatórias pela 
placenta -> responsável pelo aumento da 
permeabilidade capilar; 
 Célula endotelial perde a capacidade das funções 
normais passando a expressar novas funções + 
produzindo substancias vasoconstritoras (Endotelina 
e fatores pró-coagulantes); 
 Lesões ateromatosas -> consequências do estresse 
oxidativo; 
 Lesão endotelial da pré-eclâmpsia apresenta 
semelhanças com o que ocorre na aterosclerose; 
 Mudança na permeabilidade vascular endotelial 
responsável pelo extravasamento de proteínas sanguíneas 
para o terceiro espaço; 
 Pressão coloidosmótica do capilar terminal diminuída -> 
promove a diminuição do retorno do líquido extravasado 
pela pressão hidrostática no início do capilar -> leva a 
perda de líquido para o terceiro espaço (edema) e 
hemoconcentração. 
Fatores Ligados à Angiogênese 
 Gestantes produzem uma variante solúvel do receptor 
para o fator de crescimento endovascular denominada 
fms-like tyrosine kinase solúvel (sFlt1); 
 Receptor possibilita a ligação com o fator de 
crescimento endovascular (VEGF) -> não produz 
resposta biológica intracelular que o receptor 
presente na membrana provoca; 
 VEGF + PIGF (placental growth factor) = estimuladores da 
expansão vascular -> mecanismo essencial para o 
desenvolvimento da unidade uteroplacentária; 
 Mulheres com pré-eclâmpsia apresentam níveis mais 
elevados de sFlt1 e endoglina solúvel e mais baixos de PIGF 
e VEGF; 
 Níveis circulantes de sFlt1 e PIGF mostram-se alterados 
várias semanas antes do aparecimento da doença clínica e 
correlacionam-se com a gravidade da doença; 
 sFlt1 = efeito antiagiogênico. 
Predisposição Genética 
 Filhas de mães com pré-eclâmpsia tem maior incidência da 
doença; 
 Polimorfismos gênicos (fator de necrose tumoral, 
linfotoxina-alfa, interleucinas 1 beta) -> associadas à pré-
eclâmpsia; 
 Outros fatores associados a PE -> variante do gene do 
angiotensinogênio + mutação do gene da metilenotetra-
hidrofolato redutase (enzima que metaboliza a 
homocisteína); 
 Envolvimento do alelo Thr174Met do gene do 
angiotensinogênio; 
Fatores Nutricionais 
 Associação inversa entre o consumo de cálcio na dieta e o 
nível de PA -> mecanismo desconhecido e resultados 
controversos; 
 Substancias antioxidantes como fatores de proteção para a 
DHEG-> improvável; 
Estresse 
 Riso relativo de DHEG maior em situações de estresse; 
 Fatores imunológicos interferem no sistema imunológicos 
facilitando a deposição de imunocomplexos dificultando a 
placentação normal; 
 Consequência: hipóxia placentária -> surgimento dos 
radicais livres -> lesão endotelial; 
 
 
 
 
 
Fisiopatologia 
 
 
Alterações Cardiovasculares 
 PA é o resultadodo débito cardíaco e da resistência 
periférica total; 
 Na DHEG o volume plasmático é menor comparado a 
gestação normal; 
 Com a lesão endotelial ocorre aumento da permeabilidade 
capilar, havendo extravasamento do plasma para o meio 
extravascular dando origem ao edema e à hemodiluição; 
 Aumento da viscosidade sanguínea = fenômenos 
trombóticos; 
 Vasoespasmos generalizados = resistência periférica 
elevada -> isquemia em todos os órgãos; 
 Débito cardíaco = normal ou pouco reduzido; 
 Aumento da resistência periférica -> principal responsável 
pela elevação da PA na DHEG; 
 Níveis plasmáticos de Endotelinas (vasoconstritor 
produzidos pelas células endoteliais) encontram-se 
elevados na pré-eclâmpsia; 
 Explicação para o vasoespasmo -> resposta exacerbada a 
agente vasopressores em comparação a gestantes 
normais. 
 Diferenças mais marcantes ocorrem com a angiotensina II; 
 A gestante normal, comparada a não gestante é 
refratária aos efeitos pressóricos dessa substância, 
enquanto a pré-eclâmpsia perde essa refratariedade 
e é altamente sensível à angiotensina II. 
 Mulheres destinadas a desenvolver DHEG tornavam-
se progressivamente sensíveis ao efeito pressórico da 
angiotensina II a partir de 18 semanas; 
 As gestantes hipertensas crônicas com teste da 
angiotensina positivo tem maior chance de desenvolver 
DHEG sobreposta. 
Prostaglandinas 
 Desequilíbrio entre prostaglandinas vasodilatadoras e 
vasoconstritoras (predominante na circulação 
uteroplacentária) -> envolvido no desenvolvimento da 
DHEG; 
 Lesão endotelial promove a diminuição da prostaciclina 
(potente vasodilatador e antiagregante plaquetário); 
 TXA2 -> liberado pelas plaquetas ativados = vasoconstritor 
e agregante plaquetário; 
 Aumento da relação TXA2/prostaciclina favorece o 
aumento da sensibilidade à infusão da angiotensina II -> 
vasoconstrição; 
Alterações Coagulação 
 Coagulação intravascular disseminada pode ocorrer; 
 Presentes em cerca de 10% dos casos de pré-eclâmpsia 
grave e eclampsia; 
 Manifestar-se na DHEG grave por meio do consumo de 
fibrinogênio + plaquetas -> causa sangramentos; 
 Formas mais leves -> manifestações são subclínicas; 
 Etiologia dessas alterações da coagulação -> controversa 
 Lesão vascular secundária ao vasoespasmo = 
responsável direta pela coagulação intravascular 
disseminada; 
 Disfunção endotelial + ativação de plaquetas e de 
componentes da cascata de coagulação = antecede o 
vasoespasmo e os sinais clínicos da doença; 
 Alterações vasculares no sítio de implantação já 
predispõem essas alterações da coagulação; 
Alterações Renais 
 Na DHEG a perfusão renal cai determinando reduções no 
fluxo plasmático renal + filtração glomerular; 
 Consequência -> níveis de ureia e creatinina podem 
aumentar; 
 [ ] plasmática de ácido úrico eleva-se estando diretamente 
ligada a gravidade da doença; 
 Hiperuricemia é decorrente da diminuição do clearance de 
ácido úrico estando relacionada a menor filtração 
glomerular ou a maior absorção glomerular; 
 Pré-eclâmpsia grave -> vasoespasmo intenso como 
responsável pela lesão tubular; 
 Alterações anatomopatológicas glomerulares, tubulares e 
arteriolares estão presentes na DHEG -> lesão glomerular = 
mais característica; 
 Presença de Proteinúria está relaciona a lesão glomerular 
que é responsável pelo aumento da permeabilidade a 
proteínas; 
 Endoteliose glomerucapilar = intensa tumefação das 
células endoteliais do glomérulo + vacuolização + acúmulo 
de lipídeos -> bloqueio do lúmen dos capilares, com 
deposição de material fibrinóide denso entre a lâmina 
basal e as células endoteliais; 
Alterações Hepáticas 
 Lesões hepáticas são observadas em mulheres com pré-
eclâmpsia grave e eclampsia sendo secundárias ao 
vasoespasmo intenso; 
 Ocorrem dois tipos de lesões: 
a) Hemorragias periportais 
b) Necrose hemorrágica periportal 
 Elevação dos níveis séricos das transaminases -> 
consequência das lesões; 
 O sangramento intenso pode se estender até a cápsula de 
Glisson -> forma o hematoma subcapsular podendo 
evoluir para ruptura e hemorragia intraperitoneal -> fatal; 
Alterações Pulmonares 
 Edema pulmonar ou broncopneumonia aspirativa = causas 
de insuficiência respiratória -> 60% das causas de morte 
materna; 
 Território vascular diminuído pelo vasoespasmo -> infusão 
de soluções cristaloides ou coloides sem monitorização = 
congestão e edema pulmonar com insuficiência 
respiratória; 
Alterações Cerebrais 
 Duas teorias para explicar as alterações cerebrais 
observadas na pré-eclâmpsia grave e na eclampsia: 
a) Hipertensão grave leva a vasoconstrição reflexa 
resultando em queda do fluxo cerebral + edema 
citóxico + áreas de infarto cerebral; 
b) Eclampsia como forma de encefalopatia 
hipertensiva na qual elevações abruptas da PA 
levariam a queda dos mecanismos de 
autorregulação da circulação cerebral com 
hiperperfusão + disrupção dos capilares + 
extravasamento de plasma e eritrócitos + edema 
vasogênico; 
 
Alterações Uteroplacentárias 
 Fluxo uteroplacentário está diminuído na DHEG -> 
caracteriza o quadro de insuficiência placentária; 
 Invasão trofoblástica deficiente nas artérias espiraladas 
diminui o fluxo interviloso; 
 A vasoconstrição das arteríolas vilosas determina a 
elevação da resistência vascular fetoplacentária; 
Diagnóstico clínico-laboratorial 
 
 Maioria das gestantes na fase inicial são assintomáticas. 
 Manifestações clínicas geralmente são tardias, ocorrendo 
no último trimestre da gravidez; 
 Quando as manifestações surgem em IG precoces 
possuem relação com os piores resultados maternos e 
perinatais; 
 Durante o pré-natal o diagnóstico de DHEG deve ser o 
mais precoce possível -> impedir a evolução para a forma 
mais grave da doença; 
Hipertensão Arterial 
 O diagnóstico de hipertensão arterial é feito diante de 
níveis de pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 
mmHg e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 
mmHg. 
 Devem ser realizadas pelo menos duas medidas de 
pressão arterial, tomando-se então a segunda como a de 
definição. 
 A paciente deve permanecer sentada por pelo menos 5 
minutos antes da medida da pressão arterial. 
 A pressão sistólica é determinada ao primeiro som arterial 
audível; e a pressão diastólica, quando desaparece o 
último som arterial (fase V de Korotkofl). 
 Em 15% das gestantes, o quinto som de Korotkoff está 
ausente ou próximo de zero. Nesses casos, utiliza-se o 
quarto som. 
 
Edema 
 O edema leve de mãos, face e membros inferiores é 
comum na gravidez normal, principalmente no final dela. 
 Por ser um dado considerado subjetivo, as diretrizes 
internacionais mais recentes não têm dado maior 
importância a esse aspecto. 
 É considerado patológico o edema depressível e 
generalizado, o qual sempre deve ser valorizado se 
associado a hipertensão arterial e ganho exagerado de 
peso(> 1.000 g/semana) e quando não desaparece com o 
repouso. 
Proteinúria 
 A Proteinúria = importante sinal de DHEC; 
 Considerada significativa quando igual ou superior a 300 
mg em urina coletada durante 24 horas, na relação 
proteína/creatinina > 0,3 em amostra isolada de urina, ou 
ainda quando se observa a presença em fita indicadora (> 
1 + ). 
 A pesquisa de Proteinúria por meio de fita indicadora em 
amostra de urina isolada durante a consulta de pré-natal é 
um método útil e prático para a confirmação momentânea 
do diagnóstico de DHEG, porém não afasta a necessidade 
de confirmação em exame de urina, que pode ser feita 
tanto em amostra isolada (pela relação proteína/ 
creatinina) quanto em urina de 24 horas (preferível em 
casos mais graves, com a paciente internada). 
 Quando associada à hipertensão arterial, a proteinúria 
patológica eleva o risco perinatal e, se associada à PAD 
maior ou igual 95 mmHg, aumenta em três vezes o riscode 
óbito fetal. 
 Na Clínica Obstétrica do HC- FMUSP foram avaliadas a 
presença de proteinúria e sua repercussão perinatal em 
1600 gestantes hipertensas. Observou-se que a 
mortalidade perinatal aumentou 7,6 vezes quando a 
proteinúria atingiu seu maior valor. Quando, por sua vez, 
proteinúria e hipertensão arterial diastólica (4+ e> 120 
mmHg, respectivamente) estavam em seus valores 
máximos, a mortalidade perinatal foi 29,2 vezes superior. 
Ácido Úrico 
 A dosagem do ácido úrico sérico é importante para o 
clínico, pois sua elevação ocorre precocemente na DHEG e 
pode estar relacionada à queda da filtração glomerular ou 
a alterações de reabsorção e excreção tubular. 
 Os níveis de hiperuricemia correlacionam-se com o grau de 
hemoconcentração, gravidade da endoteliose glomerular, 
gravidade da doença hipertensiva e RN de baixo peso. 
 Ainda que não seja oficialmente considerada um critério 
diagnóstico de pré-eclâmpsia, a presença de nível sérico 
de ácido úrico superior a 6 mg/dL (em gestante com 
valores anteriormente normais e sem uso de diuréticos) é 
altamente sugestiva da presença de DHEG. 
Exames Complementares 
1. Hemograma 
2. Pesquisa de eritrócitos 
3. Bilirrubinas e enzimas hepáticas 
4. Ureia e creatinina 
5. Pesquisa de Colagenases 
6. Pesquisa de trombofilias 
7. Diagnósticos de hipertensão secundária 
8. Tomografia/ ressonância nuclear magnética cerebral 
 
Condutas 
A presença de aumento rápido de peso, edema facial ou 
outros sintomas sugestivos da doença requerem uma 
monitoração mais rigorosa da pressão arterial e a detecção de 
proteinúria. 
Se a pressão começar a aumentar, a gestante deve ser 
reavaliada dentro de 1 a 3 dias. Assim que se tiver o 
diagnóstico (ver classificação), a conduta dependerá da 
gravidade e da idade gestacional. 
Pré-eclâmpsia leve 
As gestantes com pré-eclâmpsia leve, de preferência, devem 
ser hospitalizadas para avaliação diagnóstica inicial e mantidas 
com dieta normossódica e repouso relativo. 
Na avaliação das condições maternas deve constar: 
 PA de 4/4h durante o dia; 
 Pesagem diária; 
 Pesquisa de sintomas de iminência de eclâmpsia: 
 Cefaleia frontal ou occipital persistente; 
 Distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose); 
 Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, acompanhada 
ou não de náuseas e vômitos; 
 Hiperreflexia; 
 Proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas; 
 Hematócrito e plaquetas; 
 Provas de função renal e hepática. 
 Não há necessidade de tratamento medicamentoso. 
Avaliação das condições fetais: 
 Contagem de movimentos fetais diariamente; 
 Avaliação do crescimento fetal e do líquido amniótico. Se 
os resultados estiverem normais, repetir o teste a cada 
três semanas; 
 Cardiotocografia basal (CTB), se disponível. Se a CTB for 
reativa, repetir semanalmente; 
 A reavaliação materna e fetal deve ser imediata se 
ocorrerem mudanças abruptas nas condições maternas, 
redirecionando a conduta. 
Nas gestações pré-termo, o controle ambulatorial pode ser 
iniciado após a hospitalização se confirmadas condições 
materno-fetais estáveis, com as seguintes recomendações: 
 Consultas semanais; 
 Repouso relativo (evitar grandes esforços); 
 Pesar diariamente pela manhã; 
 Proteinúria na fita semanalmente pela manhã; 
 Medir a pressão arterial pelo menos uma vez ao dia. 
A presença dos seguintes sinais e sintomas demanda retorno 
imediato ao hospital: 
 PA ≥ 150/100mmHg; 
 Proteinúria na fita ++ ou mais; 
 Aumento exagerado de peso; 
 Cefaleia grave e persistente. 
 Dor abdominal persistente, principalmente na região 
epigástrica e hipocôndrio direito; 
 Sangramento vaginal; 
 Presença de contrações uterinas regulares; 
 Presença de distúrbios visuais como diplopia, fotofobia, 
escotomas etc.; 
 Náusea ou vômitos persistentes; 
 Diminuição dos movimentos fetais. 
 
 
Pré-eclâmpsia grave 
As gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia grave deverão 
ser internadas, solicitados os exames de rotina e avaliadas as 
condições maternas e fetais. Avaliar necessidade de 
transferência para unidade de referência, após a estabilização 
materna inicial. 
Se a idade gestacional for maior ou igual a 34 semanas de 
gestação, devem ser preparadas para interrupção da 
gestação. 
A conduta conservadora pode ser adotada em mulheres com 
pré-eclâmpsia grave com idade gestacional entre 24 e 33:6 
semanas, através de monitoração maternofetal rigorosa, uso 
de sulfato de magnésio e agentes anti-hipertensivos. 
As gestantes nessas condições devem ser admitidas e 
observadas por 24 horas para determinar a elegibilidade para 
a conduta e nesse período serão manejadas como se segue: 
 Administração de sulfato de magnésio (ver adiante); 
 Uso de corticoide (betametasona 12mg, a cada 24 horas, 2 
aplicações IM); 
 Administração de anti-hipertensivos de ação rápida 
(Hidralazina ou Nifedipina); 
 Infusão de solução de Ringer lactato a 100-125ml/h; 
 Exames laboratoriais: hemograma completo com 
plaquetas, creatinina sérica, ácido úrico, AST/TGO, 
ALT/TGP, desidrogenase lática, proteinúria de 24 horas; 
 Dieta suspensa (permitir pequenas ingestões de líquidos 
claros e medicação oral). 
 Após o período inicial de observação, confirmando-se a 
elegibilidade maternofetal. 
 
 
 
Eclâmpsia 
Ocorrência de convulsões tonicoclônicas generalizadas e/ou 
coma em gestantes com pré-eclâmpsia, excluindo-se aquelas 
de outras causas ou alterações no SNC. 
Incidência 
 Mais frequentes em condições socioeconômicas 
desfavoráveis; atendimento pré-natal deficiente e 
acompanhamento inadequado da pré-eclâmpsia; 
 Países desenvolvidos: ocorrem 4 a 6 casos em 10 mil 
partos; 
 Populações socioeconomicamente desfavorecidas -> 6 a 
100 casos para o mesmo número de partos; 
 Principal causa de morte materna e perinatal; 
 Responsável por pelos 10% de todas as mortes maternas 
em países desenvolvidos -> 50 mil mortes maternas por 
ano em todo o mundo; 
 
Fatores de Risco 
 Idade materna; 
 Idade gestacional precoce -> associada à 
morbimortalidade perinatais 
 Intercorrências clínicas preexistentes -> hipertensão 
arterial crônica e doença renal; 
 Gestação gemelar; 
Classificação prognóstica utilizada na Clínica Obstétrica do 
HC-FMUSP 
 
Fisiopatologia 
 Manifestação do comprometimento do SNC da pré-
eclâmpsia -> motivo do aparecimento das convulsões é 
desconhecido; 
 Sugerida a participação do edema cerebral, isquemia, 
encefalopatia hipertensiva, infarto cerebral e hemorragia 
cerebral; 
 Estudos -> papel dos fatores circulantes no endotélio dos 
vasos cerebrais -> aumento da permeabilidade capilar; 
 Redução das atividades das aquaporinas em pacientes com 
pré-eclâmpsia -> dificulta a drenagem de líquidos 
acumulados no cérebro; 
 Nenhuma dessas condições explicam de maneira 
satisfatória a fisiopatologia da eclâmpsia; 
Quadro Clínico 
 Processo de instalação gradual (normal); 
 Instalação rápida e devastadora (raro); 
 Inicia-se com a elevação da PA + ganho de peso excessivo 
(1Kg/semana) + edema generalizado; 
A convulsão típica da eclâmpsia evolui clinicamente em quatro 
fases, as quais foram assim descritas por Briquet: 
1. Fase de invasão: silenciosa ou precedida de grito ou aura. 
Surgem fibrilações, principalmente em torno da boca, com 
o aparecimento de contrações em outras regiões faciais. A 
língua pode ser exteriorizada e, com o fechamento da 
boca, pode ser atingida e lesada. Os membros superiores 
ficam em pronação com o polegar sobre a mão fechada. 
Esta fase dura cerca de 30 segundos. 
2. Fase de contrações tônicas: tetanização de todo o corpo 
com opistótono cefálico. Os masseteres se contraem com 
força, fechando a boca. O rosto se mostra cianótico e 
pletórico, com os olhos voltados para cima e as pupilas 
dilatadas. 
3. Fase de contrações clônicas: inspiração profunda seguida 
de expiração estertorosae saída de muco sanguinolento 
pela lesão da língua. Pode haver incontinência de fezes e 
urina. 
4. Fase de coma: surge diante de convulsões repetidas ou 
prolongadas em que há perda de consciência e ausência 
de reflexos com duração de alguns minutos até horas ou 
dias. Há situações em que as convulsões se tornam 
frequentes e não ocorrem intervalos entre elas, o que 
caracteriza o estado de mal convulsivo. Deve-se salientar 
que o coma prolongado pode estar presente em outros 
quadros neurológicos, como o acidente vascular cerebral 
hemorrágico. 
Manifestações clínicas de insuficiência de órgãos comuns na 
eclâmpsia: 
 Oligúria ou anúria; 
 Insuficiência respiratória; 
 Cianose; 
 Icterícia; 
 Sangramentos; 
 Aumento do tônus e da frequência das contrações 
uterinas; 
 Diminuição da frequência dos batimentos cardíacos fetais 
* Tais alterações ocorrem durante as convulsões ou 
imediatamente depois delas -> desaparecem após 
alguns minutos caso a hipoxemia materna seja 
corrigida; 
Conduta 
Cuidados Gerais 
 Manter o ambiente tranquilo, o mais silencioso possível 
 Decúbito elevado a 30º e face lateralizada 
 Cateter nasal com oxigênio (5l/min) 
 Punção de veia central ou periférica calibrosa 
 Cateter vesical contínuo 
A conduta obstétrica visa à estabilização do quadro materno, 
à avaliação das condições de bem-estar fetal e a antecipação 
do parto, em qualquer idade gestacional. Após a estabilização 
do quadro, iniciar os preparativos para interrupção da 
gestação. 
 
 
 
 
Síndrome Hellp 
Entidade clínica que pode ocorrer na pré-eclâmpsia ou na 
eclâmpsia caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas 
associados à hemólise microangiopática, elevação das 
enzimas hepáticas e plaquetopenia. 
Epidemiologia 
 Incidência varia de 4 a 12% nas gestantes com pré-
eclâmpsia grave; 
 Incidência de 11% nas gestantes com eclâmpsia; 
 Riscos maternos e perinatais são elevados; 
 Mortalidade materna em até 24% dos casos; 
 Mortalidade perinatal em até 30 a 40%; 
 Corresponde a 22,8% das complicações perinatais graves 
com 17,6% de mortes; 
Fisiopatologia 
Hemólise 
 Aumento da destruição eritrocitária; 
 Responsável pela hiperbilirrubinemia não conjugada -> 
icterícia (nível de bilirrubina > 3mg/dL); 
 Apenas hemólise -> hiperbilirrubinemia é leve; 
 Valores elevados de bilirrubina -> disfunção hepática com 
aumento da bilirrubina conjugada; 
 Hemólise promove a elevação da atividade dessa enzima 
no soro; 
 Anemia Hemolítica Microangiopática -> alterações 
eritrocitárias -> diminuição do nível de hemoglobina + 
lesões vasculares; 
 Esquizócitos -> célula capacete ou fragmentada -> 
apresenta-se em forma discoide alterada, com duas 
ou três espículas nas extremidades; Fragmentação 
eritrocitária secundária à passagem do sangue por 
pequenos vasos sanguíneos que possuem lesões da 
camada íntima e/ou deposição de fibrina; 
 Equinócitos -> alteração da morfologia do eritrócito, 
caracterizada por apresentar várias espículas em sua 
superfície; 
Elevação de enzimas hepáticas 
 Em decorrência da necrose das células hepáticas; 
 Elevação das enzimas TGO e TGP; 
 Comprometimento hepático -> elevação da DHL em níveis 
inferiores aos da TGO e TGP; 
 Lesão hepática = necrose + hemorragia periportal com 
deposição de fibrina nos sinusoides hepáticos; 
Plaquetopenia 
 Redução do número de plaquetas é consequências do 
aumento da sua destruição; 
 Plaquetas circulantes aderem ao colágeno vascular 
exposto pela lesão endotelial; 
 Consumo exarcebado de plaquetas diante da coagulação 
intravascular disseminada; 
 Observa-se: baixos níveis plasmáticos de fibrinogênio 
e de antitrombina III e aumento do tempo de 
protrombina; elevação dos produtos de degradação 
da fibrina; 
Quadro Clínico 
 Múltiplas manifestações clínicas -> imprecisas; 
 MC superpõem-se às da pré-eclâmpsia; 
 Cefaleia; 
 Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito; 
 Perda de apetite; 
 Náuseas e vômitos; 
 Escotomas; 
 Níveis pressóricos elevados; 
 Alteração do estado de consciência; 
 
 
 
Conduta 
 
Diagnóstico 
 Mais precoce possível; 
 Confirmação diagnóstica -> laboratorial; 
 
 
Complicações decorrentes das DHEG 
Maternas 
 Hemorragia cerebral; 
 Edema agudo dos pulmões; 
 Insuficiência respiratória ou renal; 
 Coagulopatia intravascular disseminada; 
 Cegueira cortical; 
 Encefalopatia hipertensiva; 
 Ruptura hepática; 
 Psicose; 
 Infecção; 
 Síndrome da angústia respiratória do adulto; 
 Infarto; 
 Dissecção aguda da aorta; 
 DPP; 
 Óbito materno; 
Fetais 
 Abortamento; 
 Prematuridade; 
 CIUR; 
 Baixo peso ao nascer; 
 Sofrimento fetal agudo e crônico -> causa sequelas; 
* SF crônico é causado por alterações placentárias. 
 Óbito fetal ou neonatal; 
Exames diagnósticos 
Diazepam 
 Os benzodiazepínicos aumentam a afinidade do GABA pelo 
receptor de GABAA e intensificam a regulação do canal de 
GABAA na presença de GABA, aumentando, assim, o 
influxo de Cl– através do canal. 
 Essa ação tem o duplo efeito de suprimir o foco da 
convulsão (através da elevação do limiar do potencial de 
ação) e de fortalecer a inibição circundante. 
Sulfato de Magnésia 
 O magnésio previne ou controla as convulsões bloqueando 
a transmissão neuromuscular e diminuindo a quantidade 
de acetilcolina liberada pelo nervo motor na placa motora 
terminal. 
Hidralazina 
 Hidralazina é um vasodilatador arteriolar administrado por 
via oral que algumas vezes é utilizado no tratamento da 
hipertensão e, em associação com o dinitrato de 
isossorbida, no tratamento da insuficiência cardíaca. 
 O mecanismo de ação da hidralazina permanece incerto, e 
os estudos realizados sugeriram que a hiperpolarização da 
membrana, a abertura dos canais de IP3 e a inibição 
induzida por K+ ATP da liberação de Ca2+ do retículo 
sarcoplasmático nas células musculares lisas vasculares 
podem estar todas envolvidas. 
 A hidralazina parece impedir o desenvolvimento de 
tolerância a nitratos, talvez ao inibir a produção vascular 
de superóxido. 
 Recentemente, foi constatado que uma pílula contendo 
uma associação de dinitrato de isossorbida e hidralazina 
reduziu a taxa de morbidade e de mortalidade em negros 
norte-americanos com insuficiência cardíaca avançada. 
Captopril 
 Os inibidores da ECA impedem a conversão da 
angiotensina I em angiotensina II mediada pela ECA, 
resultando em diminuição dos níveis circulantes de 
angiotensina II e de aldosterona. 
 Ao diminuir os níveis de angiotensina II, os inibidores da 
ECA reduzem a resistência vascular sistêmica e, portanto, 
diminuem a impedância à ejeção VE. 
 Ao diminuir os níveis de aldosterona, esses agentes 
também promovem a natriurese e, consequentemente, 
reduzem o volume intravascular. 
 Os inibidores da ECA também diminuem a degradação de 
bradicinina, e o conseqüente aumento nos níveis 
circulantes de bradicinina provoca vasodilatação. 
 
 
 
 
 
Má adaptação 
circulatória na 
gravidez

Continue navegando