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UNIDADE I Aula 01 – Introdução; Consolidação das Demonstrações Contábeis CONTABILIDADE AVANÇADA Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis APRESENTAÇÃO • O objetivo da disciplina Contabilidade Avançada é desenvolver com os alunos os conhecimentos necessários para a elaboração de demonstrações contábeis consolidadas e a combinação de negócios. • Na consolidação de demonstrações contábeis, serão abordadas as noções preliminares de consolidação, as técnicas de consolidação, as eliminações na consolidação, o tratamento dos Lucros nos Ativos, o Diferimento dos Tributos e a segregação dos Acionistas não Controladores. • Na combinação de negócios, serão estudadas as operações de fusão, cisão e incorporação. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO • No mundo moderno, as operações que envolvem grandes conglomerados se tornam cada vez mais frequentes. Todos os dias, nos meios de comunicação, surgem notícias de aquisições ou fusões de empresas, tanto no mercado nacional como no internacional. Dificilmente encontramos empresas isoladas no mundo dos negócios; o que observamos comumente é que existem grupos de empresas. • Quando precisamos analisar o desempenho de uma empresa para elaborar um relatório ou tomar uma decisão de investimento, é preciso conhecer a situação das outras empresas do mesmo grupo, pois a empresa, individualmente, pode estar econômica e financeiramente bem, mas as outras empresas do grupo podem não estar, e, como elas estão ligadas à saúde financeira do grupo, isso influencia a empresa analisada. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO • Por outro lado, podemos querer analisar o grupo de empresas, e nesse caso não basta fazermos uma análise individual, pois elas podem realizar operações entre si que podem estar distorcendo suas Demonstrações Contábeis. Exemplo: operações visando a transferências de lucros. • Para que possamos analisar corretamente as empresas do grupo, é necessário que tenhamos Demonstrações Contábeis que espelhem a situação real do grupo. Essas demonstrações não podem estar distorcidas por políticas internas, então devemos ter uma Demonstração Contábil que mostre a situação do grupo como se fosse uma única empresa e com os efeitos das operações entre as empresas do grupo eliminadas; trata-se da Demonstração Consolidada. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis INTRODUÇÃO • Nesta disciplina, vamos estudar a legislação e as técnicas envolvidas na elaboração de Demonstrações Contábeis Consolidadas. Antes de elaborarmos as demonstrações consolidadas, porém, devemos apurar corretamente as Demonstrações Contábeis das empresas do grupo, e, como dito anteriormente, no mundo moderno as operações que envolvem grandes conglomerados tornam-se cada vez mais frequentes. • Operações com empresas acontecem todos os dias, e essas operações podem ser uma incorporação, uma fusão ou uma cisão. • Temos de conhecer cada uma dessas operações, para que, de posse de demonstrações corretas, possamos elaborar as Demonstrações Contábeis Consolidadas. Estudaremos também a legislação e as técnicas envolvidas na combinação de negócios. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA DISCIPLINA • O primeiro objetivo é oferecer o conhecimento necessário para a elaboração de demonstrações contábeis consolidadas com base na harmonização contábil imposta pelo processo de globalização. • O segundo objetivo é conhecer as operações de incorporação, fusão e cisão de empresas e os principais procedimentos relacionados a essas operações. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS • DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS • A Lei nº 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades por Ações, normatizou em seus artigos 249 e 250 os procedimentos para a elaboração e publicação das Demonstrações Contábeis. • O art. 249 delegou para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) poderes para expedir normas de caráter obrigatório para as companhias de capital aberto. • A Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, não alterou esses artigos. • Usando dessas atribuições, a CVM, por meio de sua Instrução nº 15, de 3 de novembro de 1980, atualizada pela Instrução nº 247, de 27 de março de 1996, introduziu mudanças significativas nos procedimentos vigentes. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS • Segundo a Lei nº 6.404/76, as Demonstrações Consolidadas devem ser elaboradas conforme o disposto no artigo 249: • A Consolidação das Demonstrações Contábeis é uma técnica que permite conhecer a posição financeira da empresa controladora e das demais empresas do grupo como se fosse uma única empresa. Para isso, as empresas precisam elaborar demonstrações consolidadas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250. Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e: a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia; b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas (BRASIL, 1976). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • A instrução da CVM nº 247, de 27 de março de 1996, com as alterações introduzidas pelas instruções CVM nº 269/97, 285/98, 464/08 e 469/08 sobre o dever de elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas dispõe o seguinte: Art. 21. Ao fim de cada exercício social, demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas por: I. companhia aberta que possuir investimento em sociedades controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto referidas no artigo 32 desta Instrução; e II. sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS Art. 22. Demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço patrimonial consolidado, a demonstração consolidada do resultado do exercício e a demonstração consolidada das origens e aplicações de recursos, complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados consolidados. Art. 23. Poderão ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas, sem prévia autorização da CVM, as sociedades controladas que se encontrem nas seguintes condições: I. com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo patrimônio seja avaliado, ou não, a valores de liquidação; ou Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS II. cuja venda por parte da investidora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de realização devidamente formalizada. § 1º Em casos especiais justificados, poderão ser ainda excluídas da consolidação, mediante prévia autorização da CVM, as sociedades controladas cuja inclusão, a critério da CVM, não represente alteração relevante na unidade econômica consolidada ou que venha distorcer essa unidade econômica. § 2º No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento na sociedade controlada excluída da consolidação deverá ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS § 3º Não será considerada justificável a exclusão, nas demonstrações contábeis consolidadas, de sociedade controlada cujas operações sejam de naturezadiversa das operações da investidora ou das demais controladas (BRASIL, 1996). • Em seu pronunciamento XXI – “Normas de Consolidação”, parágrafo 2º, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON, 1982) define as Demonstrações Contábeis Consolidadas como o produto de agregação de demonstrações contábeis de uma ou mais controladas com as demonstrações contábeis da controladora após a eliminação de saldos e transações entre as companhias e efetuada a constituição de provisão para os interesses de minoritários nas controladas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Segundo o parágrafo 3º, tais demonstrações são o reconhecimento de que as entidades legais, separadamente, são componentes de uma unidade econômica distinta da controladora ou de qualquer de suas controladas e devem refletir as operações da controladora e de suas controladas, no país ou no exterior, a partir da data de aquisição destas. • A primeira condição necessária para a consolidação, de acordo com o parágrafo 4 do referido pronunciamento, é a participação majoritária (acima de 50%) no capital votante da controlada. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • O controle pode ser exercido de forma direta ou indireta (por intermédio de outras controladas). • Assim, por exemplo, se duas subsidiárias integrais da companhia A possuírem, cada uma, 30% do capital votante da Companhia C, então a Companhia C é uma controlada da Companhia A. • A recomendação encontrada no parágrafo 5º é a de que a Lei das Sociedades por Ações estabelece a obrigatoriedade da consolidação somente para as companhias abertas e, mesmo assim, apenas quando os investimentos nas controladas atingem ou excedem 30% do patrimônio líquido da controladora. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Consequentemente, poderá acontecer que a controladora detenha 99% na controlada e, ainda assim, o investimento não atinja 30% do capital da controladora. Nesse caso, embora a norma contábil aqui enunciada recomende a consolidação, a controladora estaria desobrigada, pela lei, de fazê-la. • Para os casos de empresas de um mesmo grupo econômico cujas operações sejam demasiado heterogêneas, o Ibracon recomenda, em seu parágrafo 7º, a consolidação com evidenciação das controladas, a natureza de suas operações e elementos que identifiquem, se possível, a procedência dos principais saldos. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Segundo o § 8º, mesmo que, no caso específico das companhias abertas, a CVM seja o órgão determinado pela Lei nº 6.404/76 para autorizar, em casos especiais, a exclusão ou inclusão de sociedades na consolidação, a opinião do Ibracon (1982) é: “a consolidação é indevida se inexistir o efetivo controle sobre a controlada, mesmo que temporariamente, como no caso de falência, intervenção, ou acordo entre acionistas etc.”. • O Ibracon, no item 2 da Interpretação Técnica nº 01/90, ao comentar a aplicabilidade das normas contábeis da CVM às companhias não abertas, incentiva a adoção por estas sociedades de demonstrações financeiras consolidadas, quando elaboradas para divulgação a terceiros. (IBRACON, 1990) Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Segundo o § 8º, mesmo que, no caso específico das companhias abertas, a CVM seja o órgão determinado pela Lei nº 6.404/76 para autorizar, em casos especiais, a exclusão ou inclusão de sociedades na consolidação, a opinião do Ibracon (1982) é: “a consolidação é indevida se inexistir o efetivo controle sobre a controlada, mesmo que temporariamente, como no caso de falência, intervenção, ou acordo entre acionistas etc.”. • O Ibracon, no item 2 da Interpretação Técnica nº 01/90, ao comentar a aplicabilidade das normas contábeis da CVM às companhias não abertas, incentiva a adoção por estas sociedades de demonstrações financeiras consolidadas, quando elaboradas para divulgação a terceiros. (IBRACON, 1990) Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • O CPC 36 deve ser aplicado na elaboração de demonstrações financeiras consolidadas de grupo econômico de entidades, as quais têm em comum o controle de uma entidade controladora, não tratando dos aspectos referentes à combinação de negócios, assunto que vamos abordar na Unidade II. • Com a convergência das normas contábeis brasileiras às normas internacionais, a legislação sobre as Demonstrações Contábeis Consolidadas passou a ser baseada nas instruções do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio do Pronunciamento Técnico CPC 36 (R1), referente às Demonstrações Consolidadas, para manter a Correlação com as Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 27. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Esse CPC foi aprovado pela Coordenadoria Técnica do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tornou pública a aprovação, pelos membros do CPC, de acordo com as disposições da Resolução CFC n.º 1.055/05 e alterações posteriores, do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas. O Pronunciamento foi elaborado a partir do IAS 27 – Consolidated and Separate Financial Statements (IASB), e sua aplicação, no julgamento do Comitê, produz reflexos contábeis que estão em conformidade com o documento editado pelo IASB. • A combinação de negócios é regulada pelo CPC 15. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • A aprovação do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas, pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, está registrada na Ata da 41ª Reunião Ordinária do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, realizada no dia 6 de novembro de 2009. O Comitê recomenda que o Pronunciamento seja referendado pelas entidades reguladoras brasileiras, visando à sua adoção. • A CVM, Comissão de Valores Mobiliários, por meio de sua Deliberação CVM nº 608, de 26 de novembro de 2009, aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 36 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • A Deliberação CVM nº 608/2009 trata de demonstrações consolidadas, como vemos a seguir: I. aprovar e tornar obrigatório, para as companhias abertas, o Pronunciamento Técnico CPC 36, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, anexo à presente Deliberação, que trata de demonstrações consolidadas; e II. que esta Deliberação entra em vigor na data da sua publicação no Diário Oficial da União, aplicando-se aos exercícios encerrados a partir de dezembro de 2010 e às demonstrações financeiras de 2009 a serem divulgadas em conjunto com as demonstrações de 2010 para fins de comparação. (BRASIL, 2009b). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • O CFC (Conselho Federal de Contabilidade), membro do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tem por objetivo estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade, por meio da Resolução CFC nº 1.240/09, aprovou a NBC TG 36 – Demonstrações Consolidadas. • Como vimos anteriormente, toda a legislação referente à Consolidação de Demonstrações Contábeis está baseada no Pronunciamento Técnico CPC 36. Por isso, nosso texto segue esse pronunciamento, e vamos explicar e interpretar essas novas regras e como serão aplicadas na prática. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 36, demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico) apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica. As seguintes definições são encontradasno CPC 36: Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico), apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica. Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade de forma a obter benefício das suas atividades. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS Grupo econômico é a controladora e todas as suas controladas. Participação de não controlador é a parte do patrimônio líquido da controlada não atribuível, direta ou indiretamente, à controladora. Controladora é uma entidade que tem uma ou mais controladas. Demonstrações separadas são aquelas apresentadas por controladora, investidor em coligada ou empreendedor em entidade controlada em conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no valor do interesse direto no patrimônio (direct equity interest) das investidas, em vez de nos resultados divulgados e nos valores contábeis dos ativos líquidos das investidas. Não se confundem com as demonstrações individuais (consultar NBC T 19.35 – Demonstrações Separadas). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS Controlada é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores (CPC, 2011, p. 869). • O conceito de grupo econômico é muito importante ao estudarmos a consolidação das demonstrações contábeis, pois esta é feita com as demonstrações da controladora e todas as suas controladas, ou seja, a consolidação é feita para o grupo econômico. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Outros conceitos que precisam ficar bem-definidos para a elaboração das demonstrações consolidadas são os conceitos de Controladora e Controlada, que são utilizados para definir grupo econômico, objeto da consolidação. • Controladora é uma entidade que tem uma ou mais controladas. • Controlada é a entidade na qual a controladora é titular de direitos de sócio que lhe garantem, de modo permanente, a supremacia nas decisões da sociedade e o poder de eleger a maioria dos administradores. Esses direitos de sócio podem ser exercidos diretamente ou por meio de outras controladas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Para que uma empresa seja controlada, é necessário que a controladora tenha o controle de outras entidades, e esse controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da empresa tida como controlada, de forma que obtenha benefício das suas atividades, ou seja, a controladora toma decisões sobre as políticas da empresa considerada controlada, e essas políticas vão gerar benefícios para a empresa controladora. • O conceito de controle é mais abrangente que o controle acionário. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Muitas vezes, o capital da empresa controlada não pertence totalmente à empresa controladora. • Uma parte desse capital pode pertencer a outras empresas do grupo, ou até mesmo a acionistas que não fazem parte do grupo econômico. Essa é a chamada participação de não controlador, que é a parte do patrimônio líquido da empresa controlada não atribuível à controladora. • Essa participação tem um tratamento especial na elaboração das demonstrações consolidadas, que veremos mais adiante. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • O objetivo da consolidação é apresentar aos acionistas e credores os resultados das operações e a posição financeira da sociedade controladora e de suas controladas, como se fossem uma única empresa. • A consolidação é obrigatória para a companhia aberta que possua investimento em empresas controladas, incluindo sociedades controladas em conjunto, e para a sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta. No caso de sociedades controladas em conjunto, o CPC 36 recomenda o seguinte: Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS A controladora ou suas controladas podem ser um investidor em coligada ou um empreendedor em entidade controlada em conjunto (joint venture). Nesse caso, as demonstrações contábeis consolidadas devem ser elaboradas e apresentadas em conformidade com esta Norma e com a NBC T 19.37 – Investimento em Coligada e em Controlada e a NBC T 19.38 – Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) (CPC, 2011, p. 869). • A controladora que atender às exigências enumeradas e for dispensada de apresentar as demonstrações consolidadas poderá apresentar as demonstrações financeiras separadas de acordo com a NBC T 19.35 – Demonstrações Separadas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • O período de abrangência das demonstrações contábeis deve ser idêntico para todas as empresas envolvidas na consolidação. Havendo defasagem nesse período, deve ser eliminada. • As demonstrações contábeis consolidadas devem ser preparadas utilizando-se políticas contábeis uniformes para transações e outros eventos iguais, em circunstâncias similares. • Se uma entidade do grupo econômico utiliza políticas contábeis diferentes daquelas adotadas nas demonstrações contábeis consolidadas para transações e eventos de mesma natureza, em circunstâncias semelhantes, serão necessários ajustes para adequar as demonstrações contábeis dessa entidade quando da elaboração das demonstrações contábeis consolidadas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • As empresas obrigadas à consolidação deverão elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, as demonstrações consolidadas, não podendo publicar as demonstrações individuais da controladora separadamente das demonstrações consolidadas. • A consolidação de demonstrações contábeis é bastante utilizada em países onde a emissão de ações por meio da Bolsa de Valores é um importante instrumento de captação de recursos. Permite um entendimento da situação financeira como um todo e do volume global de operações das companhias. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Em alguns países, as demonstrações financeiras consolidadas são as demonstrações financeiras primárias da controladora, dispensando a divulgação de suas demonstrações financeiras individuais. • Os principais problemas contábeis relativos à consolidação de demonstrações financeiras são: determinar quando elas devem ser apresentadas, quais entidades devem ser nelas incluídas ou excluídas, como deve ser o tratamento de interesses minoritários e as divulgações a serem feitas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das demonstrações contábeis consolidadas devem ser de mesma data. Quando a data de encerramento da controladora for diferente da data de uma controlada, esta última deve elaborar, para fins de consolidação, uma demonstração financeira adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável. • Nesse caso, se as demonstrações contábeis de uma controlada, utilizadas para fins de consolidação, forem de uma data diferente da data de encerramento das demonstrações da controladora, deverão ser feitos os ajustes necessários, em razão dos efeitos de eventos ou transações relevantes que ocorrerem entre aquela data e a data das demonstrações contábeis da controladora. Prof.ªEdivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas de encerramento das demonstrações da controlada e da controladora é de até dois meses. • A duração dos períodos abrangidos nas demonstrações contábeis e alguma diferença entre as respectivas datas de encerramento deverão ser iguais de um período para outro. • As demonstrações contábeis consolidadas devem incluir todas as controladas de uma controladora. • Se a aquisição de uma controlada atender aos requisitos para sua classificação como um ativo não circulante mantido para venda, ela será classificada nessa conta na consolidação. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Presume-se que exista controle quando a controladora possui, direta ou indiretamente, por meio de suas controladas, mais da metade do poder de voto de uma entidade, a menos que, em circunstâncias excepcionais, possa ficar claramente demonstrado que tal relação de propriedade não constitui controle. • Conforme o CPC 36, o controle também pode existir no caso de a controladora possuir menos da metade do poder de voto de uma entidade, quando houver: a) poder sobre mais da metade dos direitos de voto por meio de um acordo com outros investidores; b) poder para governar as políticas financeiras e operacionais de uma entidade conforme especificado em estatuto ou acordo; Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS c) poder para indicar ou destituir a maioria dos membros da diretoria ou conselho de administração, quando o controle da entidade é exercido por essa diretoria ou conselho de administração; d) poder para mobilizar a maioria dos votos nas reuniões da diretoria ou conselho de administração, quando o controle da entidade é exercido por essa diretoria ou conselho (CPC, 2011, p. 870) • Uma controlada não deve ser excluída da consolidação porque suas atividades de negócio são diferentes daquelas das demais entidades do grupo econômico. • Informações relevantes são fornecidas pela consolidação de tais controladas e pela divulgação de informações adicionais nas demonstrações contábeis consolidadas sobre as diferentes atividades de negócio dessas controladas. Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Por exemplo, podem ser divulgadas informações por segmento para descrever a relevância das diferentes atividades de negócio dentro do grupo econômico. • A empresa controladora pode perder o controle sobre uma controlada mesmo que não ocorra uma mudança de propriedade absoluta ou relativa. Esse fato pode acontecer quando uma controlada se torna sujeita ao controle do governo, tribunal, ou órgão regulador. A perda de controle também pode acontecer em decorrência de um acordo contratual. • Segundo o CPC 36, um ou mais dos itens a seguir podem indicar se a controladora deve contabilizar um contrato múltiplo como uma única transação: Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS a) eles foram firmados ao mesmo tempo e são complementares; b) eles formam uma única transação, projetada para alcançar efeito comercial global; c) a ocorrência do contrato é dependente da ocorrência de pelo menos outro acordo; d) um acordo, considerado isoladamente, não se justifica economicamente; porém, quando considerado em conjunto com outros acordos, ele passa a se justificar. Um exemplo disso é quando o acordo prevê a alienação de ações a um preço abaixo do mercado, mas é compensado por outro, com a subsequente alienação a um preço acima do mercado (CPC, 2011, p. 872). Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS • Se a controladora perder o controle da controlada, ela deverá, segundo o CPC 36: a) desreconhecer os ativos (incluindo o ágio por rentabilidade futura – goodwill) e os passivos da controlada pelos seus valores contábeis na data em que o controle for perdido; b) desreconhecer o valor contábil de qualquer participação de não controladores na ex-controlada na data em que o controle for perdido (incluindo quaisquer componentes de outros resultados abrangentes reconhecidos diretamente no patrimônio líquido e atribuíveis aos não controladores); c) reconhecer: i. o valor justo da compensação recebida em troca, se houver, proveniente da transação, evento ou circunstância que resultou na perda do controle; e Prof.ª Edivânia Araujo – Curso: Ciências Contábeis OBJETIVO DA ANALISE DAS DEMONST. CONTÁBEIS ii. se a transação que resultou na perda do controle envolver a distribuição de ações da controlada aos sócios, na qualidade de proprietários, essa distribuição; quando houver aumento de capital na controlada e a controladora não exercer o seu direito na compra de ações adicionais, pode haver a diluição da participação relativa da controladora. Se essa mudança é suficiente para ela perder o controle, essa perda pela diluição de sua participação deve ser considerada nesse item; d) reconhecer o investimento remanescente na ex-controlada, se houver, ao seu valor justo na data em que o controle foi perdido; e) reclassificar para o resultado do período ou transferir diretamente para lucros acumulados, quando couber, os valores identificados no item 35; e f) reconhecer a diferença resultante como ganho ou perda no resultado do período atribuível à controladora (CPC, 2011, p. 873). • Para conhecer o CPC 36 na íntegra, pode acessar o site do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em: • http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Publicacoes-CPC http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Publicacoes-CPC Até a próxima!
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