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Aula Gerenciamento

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Disciplina ENS 5123
Gerenciamento, Tratamento de Resíduos Sólidos
Urbanos
Professor
Dr. Armando Borges de Castilhos Junior
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
Introdução
� define a política de gestão de resíduos sólidos, os 
seus objetivos, os princípios e fundamentos, os 
instrumentos;
� planos de gerenciamento dos resíduos sólidos dâo
ênfase aos aspectos sociais, políticos e econômicos 
deste problema;
� técnicas para garantir a estabilidade e preservação 
do meio ambiente.
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
Resumo
� Plano de Gerenciamento Integrado dos Resíduos 
Sólidos é denominado também como Plano Diretor e 
Plano de Gestão de Resíduos Sólidos;
� representa um documento que estabelece e 
descreve as ações referentes ao seu gerenciamento;
� considera os aspectos da geração, segregação, 
acondicionamento, coleta, armazenamento, 
transporte, tratamento, disposição final e proteção à
saúde publica.
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
� O plano de gerenciamento integrado representa um 
conjunto de ações normativas, operacionais e de 
planejamento que uma administração municipal 
desenvolve.
� O conjunto de ações para o gerenciamento dos 
resíduos sólidos deve conduzir ao estabelecimento das 
metas e os objetivos do município.
� Metas de curto prazo – 2 anos
� Metas de médio prazo – 7 anos
� Metas de longo prazos –15 anos
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
Formas de gerenciamento integrado:
� Limpar o município, assegurando-se um sistema de coleta, 
transporte e tratamento adequado com as realidades 
locais;
� Todas ações e operações envolvidas no processo de 
gerenciamento serão interligadas, influenciando umas às 
outras;
� Garantir destino ambientalmente correto e seguro para os 
resíduos sólidos;
� Concepção de um modelo de gerenciamento apropriado 
para cada município, considerando-se a quantidade e 
qualidade dos resíduos sólidos gerados em uma dada 
localidade que decorre da população e suas características 
socioeconômicas e culturais, do grau de urbanização e dos 
hábitos de consumo.
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
As ações prioritárias para qualquer modelo de gerenciamento 
integrado dos resíduos sólidos devem ser:
� Coletar todo o lixo gerado de responsabilidade da 
Prefeitura;
� Dar um destino final adequado para todo lixo coletado;
� Buscar formas de segregação e tratamento para o lixo do 
município em conformidade com as exigências ambientais;
� Fazer campanhas e implantar programas voltados a 
conscientização da população;
� Incentivar medidas que visem diminuir a geração do lixo.
Para cada ação estabelecida existem varias alternativas 
possíveis
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
A seleção das melhores alternativas poderia ser feita 
considerando-se os seguintes critérios:
�Critério econômico-financeiro - para estabelecer os custos 
mínimos, a taxa de retorno, custo/beneficio e viabilidade financeira e 
tarifaria do negocio;
�Critério ambiental - para garantir a preservação do meio ambiente 
depois todas soluções adotadas;
�Critério social – para estabelecer índices sobre os efeitos positivos 
na saúde, segurança, educação, de manutenção e geração de emprego, 
renda, lazer, ascensão social e outros benefícios;
�Critério político-gerencial – para otimizar modelos alternativos de 
cooperação, parcerias e acordos compensatórios, necessários à
inserção regional da alternativa proposta, assegurando-se a 
receptividade, apoio e boa convivência entre as entidades e 
comunidades presentes na área geográfica diretamente influenciada.
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
� A montagem de vários cenários permitirá visualizar as 
diferentes combinações entre as ações e seus diferentes 
graus de integração e permite também uma analise 
comparativa das alternativas e selecionar a melhor 
alternativa.
� A escolha da melhor alternativa seria aquela que se mais 
aproxima do modo ambiental e economicamente 
sustentável.
� Para alcançar este estagio precisa de ajuda de ferramentas 
que possam prever os custos e os impactos ambientais e 
sociais desses modelos. 
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
Estudo do Ciclo de Vida. 
� Definição dos Objetivos e Metas – consiste em 
estabelecimento da linha mestra para o estudo, a definição dos 
pontos que serão considerados, as fronteiras do sistema e a 
profundidade e extensão do estudo.
� Inventario – que considera todo o material e energia que entra 
e sai durante as varias fases do ciclo de vida do produto ou 
serviço, a soma de inventario destas fases e o inventario do 
ciclo de vida completo.
� Avaliação e Interpretação dos impactos – consiste em 
converter os dados do inventario em impactos e a interpretação 
destes.
Gerenciamento Integrado dos 
Resíduos Sólidos
� É necessário um controle rigoroso dos processos envolvidos 
para gerenciamento dos resíduos sólidos e importante implantar 
um sistema funcional de fiscalização e controle ambiental, com 
a aplicação de sanções e multas em relação aos despejos e a 
disposição inadequada de resíduos.
MODELO DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
Concepção de um Modelo de Gestão Integrada de 
Resíduos Sólidos Urbanos
A forma de gestão deve ir muito além das 
considerações tecnológicas e operacionais.
A necessidade do estabelecimento de um 
gerenciamento sustentável para os resíduos sólidos, 
pressupõe, uma abordagem integrada que deve 
compreender uma ordem de prioridade:
> a eliminação dos lixões com a construção imediata de um aterro 
sanitário, 
> a redução de volume e da toxidez dos resíduos sólidos gerados;
> a redução do desperdício, a reutilização e a reciclagem de 
resíduos, incluindo a compostagem e a recuperação de energia;
> a efetividade de tratamento físico, químico e biológico dos 
resíduos.
Assim, a concepção de um sistema de gestão de 
resíduos deve abranger:
Planejamento estratégico
� Para o estabelecimento de metas e ações torna-se fundamental:
• desenvolver um estudo para diagnosticar a prestação dos 
serviços;
• quantificar e qualificar os resíduos produzidos e coletados;
• levantar as características urbanas e sociais do município;
• inventariar áreas em utilização e que possam ser aproveitadas 
para edificações e sistemas de tratamento de resíduos;
• definir um Modelo de Gestão de Resíduos, que venha ao encontro 
dos anseios da comunidade local
• elaborar um cronograma de ações em função das prioridades 
técnicas, econômicas e políticas.
Um arcabouço legal, constituído pelo 
regulamento de limpeza urbana.
Sugere-se que sejam seguidas as 
seguintes etapas
-Discussão interna do órgão, sobre os principais aspectos positivos 
e negativos do regulamento em vigência, no que diz respeito aos
aspectos técnicos, operacionais, jurídicos e econômicos, e sua 
compatibilidade com o novo modelo de gestão de resíduos;
-Apresentação da nova proposta, à comunidade técnica e científica 
pertinente, com vistas ao seu aperfeiçoamento;
-Apresentação do novo Regulamento ao poder executivo para as 
devidas adequações;
-Apresentação da proposta do Regulamento aos vereadores –se 
possível, por grupos que defendam interesses comuns, para as 
devidas explicações e esclarecimentos;
-Encaminhamento da proposta à apreciação da Câmara Municipal.
Estrutura operacional
�Basicamente, com pequenas variações, os serviços operacionais 
compreendem : coleta de resíduos, varrição, capina e lavação de logradouros, 
limpeza de locais após eventos, limpeza de bocas-de-lobo, remoção de 
entulhos, limpeza de praias, parques e jardins, tratamento dos resíduos e 
também os serviços de quantificação, inspeção, controle, compactação e 
recobrimento dos resíduos nas áreas de destinação final.
�Na operação dos serviços tanto a abrangência (cobertura), como a 
frequência e a pontualidade são fatores essenciais para a credibilidade do
sistema. Ampliar os serviços além da capacidade operacional do mesmo 
pode trazer prejuízossignificativos. 
�A regularidade e a pontualidade são portanto fatores fundamentais para a 
educação da população. Portanto, serviços sem a pontualidade e a 
regularidade necessárias não induzem à disciplina tão necessária ao bom 
andamento dos serviços de limpeza urbana.
ESTRUTURA JURÍDICA ADMINISTRATIVA E 
FINANCEIRA
�Gerenciar serviços de limpeza urbana tanto na iniciativa privada quanto 
no setor público requer suportes jurídico, administrativo e financeiro. Nas 
administrações públicas, a demanda se torna ainda maior, devido à
necessidade de realização de concursos para contratação de pessoal, de 
elaboração de editais, de julgamento de processos administrativos e 
fiscais e da busca de financiamentos. 
�No âmbito municipal as atividades são de responsabilidade de uma
empresa, uma autarquia, um serviço, de uma seção ou de um 
departamento (secretaria de atividades urbanas, de meio ambiente, 
obras), dependendo do porte da cidade. 
�Os custos dos serviços variam entre 7 e 15% do orçamento municipal 
representando um forte componente financeiro. Os serviços de limpeza 
urbana devem buscar sua autonomia financeira.
ESTRUTURA TÉCNICA
�Os técnicos de limpeza urbana deverão definir, quantificar e planejar a 
execução dos serviços de forma a atender satisfatoriamente às 
necessidades do município, otimizando, os recursos disponíveis para a 
execução dos serviços.
�Todos os serviços deverão ser rotineiros, programados, e 
sistematizados. Deverão ser registrados em relatórios, constantemente 
atualizados em mapas, com revisão e aperfeiçoamento rotineiros 
considerando a dinâmica que se constitui as atividades de limpeza 
urbana.
�Os projetos deverão ser desenvolvidos de forma integrada e 
complementar, sendo necessário o perfeito entrosamento entre os 
técnicos. Devem ser propiciados treinamentos, atualizações técnicas, 
reciclagens, visitas técnicas para propiciar o intercâmbio e uma melhor 
aprendizagem dos profissionais envolvidos com a limpeza urbana.
POLÍTICA DE RECURSOS
HUMANOS
A falta de investimento em qualificação do pessoal na área de limpeza 
urbana no Brasil, fez com que seus profissionais conquistassem o título 
de profissão mais rejeitada entre os paulistanos em pesquisa feita pela 
Datafolha em 1996. 
Para a alteração dessa realidade sugere-se:
� Não permitir a existência de nenhum trabalhador analfabeto. Deverão ser 
incentivados cursos de alfabetização preferencialmente dentro do horário de 
trabalho
� Iniciar as reuniões de treinamento sempre abordando aspectos como 
composição do salário, tabela de promoções, questões administrativas como 
licença maternidade e paternidade, escala de férias, descontos, fim de semana 
remunerado entre outros. Todas as dúvidas devem ser esclarecidas, sendo 
inclusive ativado um canal contínuo de comunicação e esclarecimento sobre 
estes aspectos administrativos.
� Nos treinamentos técnicos deverão ser explicitados com muita clareza, a 
importância de cada atividade, onde e para que serão utilizados os dados 
levantados.
COMUNICAÇÃO E 
MOBILIZAÇÃO 
COMUNITÁRIA
� A falta de informação sobre os serviços de limpeza urbana, aliada 
ao desinteresse por parte da coletividade, podem deixar um 
município em condições precárias de manutenção da limpeza 
urbana apesar de estar bem estruturado em termos de 
equipamento e pessoal.
� Garantir uma eficiente estrutura de comunicação e informação é
fundamental para incentivar o envolvimento dos trabalhadores e 
da comunidade nos debates em torno das questões referentes 
aos resíduos e à necessidade de mudança de comportamento. 
� É preciso informar prontamente ao público (interno e externo) 
os serviços prestados e os esforços consideráveis que são 
feitos para manter a cidade limpa buscando assim a formação de 
agentes de educação para a limpeza urbana. 
� Os recursos da mídia deverão ser explorados ao máximo para 
veiculação de campanhas e mensagens educativas.
Tipos de abordagem
Direta individual Porta a porta: residência, comércio
-Abordagem em veículos
-Abordagem de rua
Grupos Palestras, Seminários
-Cursos, oficinas, gincanas, teatro
Campanhas de Massa Eventos de impacto
-Exposições
-Distribuição de bótons, adesivos,
cartazes e peças publicitárias
-Utilização dos meios de comunicação
de massa ( televisão, rádio, jornais)
Um Modelo de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, deve ter como princípio básico a 
minimização na geração de resíduos, a manutenção da limpeza das ruas de maneira racional, e a 
segregação dos diversos tipos de resíduos na fonte para a sua posterior reciclagem. A 
mobilização passa a ser uma atividade estruturante.
Desenvolver atividades de mobilização social, especialmente voltadas para a limpeza urbana, 
requer, além de uma equipe multidisciplinar, várias estratégias de ação, dentre elas: 
O objetivo, será portanto alcançar a um maior número de pessoas, mas 
neste caso, levando mensagens positivas, agradáveis, e sobretudo capazes 
de mudar o comportamento.
Estrutura de fiscalização
� As atividades de fiscalização voltadas para a limpeza urbana 
devem complementar as atividades informativas de mobilização 
social.
� Devem basear-se em uma legislação específica (código de 
posturas, regulamento de limpeza urbana, etc.) que possibilite a 
atuação, nos limites da lei, no sentido de punir os responsáveis 
pelo descumprimento da mesma.
� A atividade de fiscalização deve ser considerada como educativa, 
através de um método coercitivo que é a aplicação de multas, quando 
for o caso.
� A falta de diretrizes educativas e punitivas para regulamentação das 
atividades de limpeza urbana pode gerar descrédito do munícipe em 
relação ao poder público municipal.
É fundamental que o regulamento 
contenha orientações, critérios, direitos 
e obrigações, no mínimo quanto:
� aos tipos de resíduos que poderão ser apresentados para a coleta;
� ao acondicionamento, à estocagem e à exposição dos resíduos para a 
coleta;
� à coleta e ao transporte ( inclusive por particulares) dos resíduos;
� à execução das atividades de limpeza pública ( varrição, capina, lavação, 
etc.)
� à estocagem de materiais de construção em passeios e vias públicas;
� às atividades de limpeza de feiras livres, limpeza após eventos, etc.;
� à manutenção da limpeza dos lotes vagos;
� ao estabelecimento de tarifas ou taxas relativas à prestação de serviços 
especiais;
� às atividades de fiscalização quanto à limpeza pública 
� ( competências, infrações, penalidades, recursos, etc.).
� às possibilidades de parceria em processos educativos e mobilizatórios
oferecidas pelo poder público.
Planejamento da coleta de resíduos
A coleta dos resíduos constitui-se na principal atividade de limpeza 
urbana praticada nos municípios. Na maioria das vezes configura-se 
como a primeira preocupação dos administradores e a única dos 
munícipes. Essa remoção elimina no entorno imediato dos locais de 
geração, os inconvenientes decorrentes do processo de decomposição 
da matéria orgânica (odores, geração de chorume e mal cheiro ) além de 
afastar os vetores (moscas, ratos, baratas, etc.), e o que é mais visível : 
melhoria substancial do aspecto estético.
Em função do tipo de resíduo a ser transportado as principais 
categorias de coleta são:
� de resíduos domiciliares e comerciais;
� de resíduos dos serviços de saúde;
� de resíduos provenientes de varrição;
� de resíduos provenientes de capina e podas;
� de resíduos orgânicos de grandes geradores;
� de entulhos, terra e material proveniente de obras em geral;
� de resíduos industriais e perigosos e;
� de animais mortos e resíduos especiais.
MANEJO INTEGRADO E 
DIFERENCIADO DOS RSU
� Um Sistema de Manejo Diferenciado e de Tratamento de Resíduos Sólidos, 
deve promover a segregação nas fontes geradoras, visando minimizar os 
efeitos ambientais negativos, decorrentes da geração dos resíduos e 
maximizar os benefícios sociais e econômicos para o município.
� Deve incentivar a participação popularna discussão e implantação de 
várias ações, reservando ao poder público o papel de articulador de 
soluções integradas por intermédio de parcerias com setores da 
sociedade civil, empresarial e tecnológica.
� Deve promover a geração de novos empregos. Também pode 
descentralizar o tratamento, e nestes casos reduz o percurso de 
transporte do lixo dentro do município. O Programa visa o máximo 
reaproveitamento dos materiais com a sua reintrodução no sistema 
produtivo através da reciclagem, ou retornando-os ao meio ambiente de 
forma recuperada??. Com isso, além da recuperação dos rejeitos com 
potencial poluidor, objetiva-se contribuir para a diminuição da pressão 
sobre os recursos naturais, com economia de matérias-primas e de 
energia nos processos industriais.
PROJETOS ESPECÍFICOS
O Sistema de Manejo Diferenciado e integrado dos Resíduos, é
operacionalizado através da execução de projetos específicos:
�A coleta seletiva dos reciclados inorgânicos do lixo 
domiciliar e comercial (papel, metal, vidro e plástico);
�A coleta seletiva e a Reciclagem dos Resíduos da 
Construção civil;
�A coleta seletiva e a Compostagem dos resíduos 
orgânicos de grandes produtores (feiras, mercados) e de 
podas de canteiros, parques, jardins;
�A destinação final através de um aterro controlado, 
sanitário, podendo ser celular e energético.
�Este cenário inovador, contapõe-se ao cenário 
conservador de tratar o lixo em grandes usinas, ou 
unicamente aterrá-los em um local da cidade.
Princípios éticos, filosóficos, morais e políticos
Cidadania, responsabilidade e solidariedade social e ambiental
� É preciso somar os esforços de todos para mudar de vez a situação sócio-
ambiental da gestão do lixo no País. São os objetivos centrais do Fórum 
Lixo & Cidadania composto por 44 instituições:
� Erradicar os lixões de todo o país.
� Erradicar o trabalho infanto-juvenil no lixo. 
� Fortalecer as Associações de catadores.
Prefeitura agente principal
� O governante local deve assumir sua responsabilidade constitucional pela 
destinação adequada do lixo, pelas ações de saúde e de educação. 
-Deve ser buscada a redução dos custos e a cobrança justa pelos 
serviços prestados. 
-Deve haver legislação específica sobre os serviços de limpeza urbana 
para que o município possa fiscalizar e ser fiscalizado. 
–.
Princípios éticos, filosóficos, morais e políticos
Respeito à cultura, aos valores e ao ritmo de mudança
� Cada município deve buscar, dentro de sua cultura, suas metas e visões 
comuns. Devem ser respeitados os ritmos e as estratégias de mudança 
que sejam aceitáveis para elas e para suas crenças, de acordo com a 
dinâmica e o comportamento do grupo ao qual pertencem
Direito à cidadania 
� A organização é o exercício mais eficaz para fortalecer a cidadania. No 
Programa Nacional Lixo & Cidadania, a organização dos catadores é
considerada, como uma necessidade prática, do ponto de vista de 
promoção da cidadania, da ação cooperativista que valorize esses 
profissionais como agentes ambientais e econômicos . Esta organização 
deverá trazer um impacto efetivo para a melhoria das condições de suas 
crianças.
Respeito à capacidade de construção do próprio caminho
� Os catadores, embora pobres e semi-analfabetos não são destituídos de 
conhecimento e de habilidades. São fonte de conhecimento e de 
sabedoria. Deve-se traçar com eles as saídas para a sua situação de 
exclusão social. Rompe-se, assim, a prática assistencialista, construindo 
um novo pensamento e prática no trato da exclusão social, com a 
participação autônoma dos atores diretamente envolvidos
A complexidade da implantação do modelo 
participativo
A falta de credibilidade do poder público, de uma maneira geral, a 
desinformação e o medo, são os principais responsáveis, pelas 
dificuldades em se buscar um diálogo aberto com a comunidade e se 
implantar um modelo de limpeza que considere as atividades de 
diversos atores .
Esta situação gera um sem número de questionamentos e demandas, 
que são universais e têm que ser aceitas e compreendidas por 
ambos os parceiros na comunicação.
4. Aspectos de Legislação
-->Lei Orgânica de Florianópolis (Capítulo V, Artigo 134, parágrafos XIV e
Artigo 137)
-->Código de Posturas (Capítulo V, Título II da Higiene dos
Lotes e das Edificações)
-->Código de Obras e Edificações (Subseção IX da Coleta e Eliminação de
lixo)
-->Projeto de Lei 4855/91 Dispõe sobre a Separação, coleta e dá
outras providências relativas aos RSS
O QUE FAZER FRENTE À ESTA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS 
URBANOS AO NÍVEL NACIONAL, ESTADUAL E LOCAL
Problemas Técnicos ?
Problemas Economicos ?
Problemas Políticos ?
Problemática dos Resíduos Urbanos Elementos
para uma Compreensão
Aspectos Psico-Socio-Culturais
� A percepção: geralmente negativa, que a maioria das pessoas
(população, técnicos, administradores) elaboram dos resíduos.
� O cognitivo: aos resíduos tem sido atribuídos adjetivos tais como: 
lixo, inútil, desprovido de valor.
� A representação simbólica e social: conotações de sujeira, 
degradação, putrefação, morte.
� Os conflitos: dezenas de casos de mobilização contrária à
localização de instalações e tratamento próximas (“nimby”).
� A “irresponsabilidade” do cidadão: em relação aos materias que
este produzem.
� A “irresponsabilidade” do poder público: em promover uma
adequada gestão destes materiais.
� A mudança de comportamento: através da educação ambiental e 
no exercício da cidadania, buscando modificar os costumes em
relação aos resíduos, na direção de um modelo de 
desenvolvimento sustentável.
Problemática dos Resíduos Urbanos Elementos
para uma Compreensão
Aspectos Econômicos
� Gastos de matéria-prima e de energia: a geração de resíduos sólidos
implica em gastos de matéria-prima e de energia necessária para
transformá-la (custos ambientais e energéticos).
� A indústria de transformação/produção gera diferentes formas de 
poluição, a partir do processo industrial (custo de despoluição ).
� Os produtos industrializados lançados no mercado (embalagens, por
exemplo) são igualmentes fontes de poluição (custo de eliminação).
� As cidades do terceiro mundo gastam de 30 a 50% de seu orçamento
na gestão dos resíduos (70 a 90% em coleta e transporte).
� A receita obtida dos serviços prestados não cobre, geralmente, os
investimentos e o custeio dos serviços de resíduos sólidos.
� A prática da minimização dos resíduos na fonte. A triagem e a 
recuperação dos resíduos pode colaborar na redistribuição das 
responsabilidades econômicas dos atores sociais.
Problemática dos Resíduos Urbanos Elementos
para uma Compreensão
Aspectos Institucionais e Legislação
� Plano Nacional de Saneamento/ PLANASA: política nacional inificada
para o setor de abastecimento d’água e de esgotos urbanos.
� Proposições básicas para uma políticabrasileira de limpeza
pública(IPEA/CNDU/CETESB, 1977): estabelecimento de uma política
de ação para a área de resíduos sólidos.
� Diretrizes Nacionais de Limpeza Urbana (SEMA/CNDU/ABES, 1983): 
criação de mecanismos de suporte (recursos técnicos, humanos e 
financeiros) para o setor.
� Plano Nacional de Limpeza Urbana/ PLANURB (Secretaria Nacional
de Saneamento, 1990): “Busca de soluções criativas e peculiares para
os municípios nas áreas rurais e urbanas...”
� Definição clara das competências nos níveis Federal, Municipal e 
Estadual.
� Portaria MINTER 053/79 e resolução CONAMA número 5 (05/08/93): 
estabelece as normas de coleta e tratamento dos resíduos sólidos, e 
dispõe sobre os resíduos dos serviços de saúde.
� Ausência de políticas reais e de instrumentos legais, instituicionais e 
financeiros.
Problemática dos Resíduos Urbanos Elementos
para uma Compreensão
Aspectos Políticos Desenvolvimento/ Pobreza/ Meio Ambiente/ 
Resíduos
� Modelo de desenvolvimento econômico consumista e concentrador de 
rendas, geradas através de um perverso sacrifício das camadas
populares.
� Acentuada urbanização(modificação dos modos de vida e de consumo), 
onde 40% da populaçãoda América Latina estará na próxima década, em
cidades com mais de 1 milhão de habitantes.
� Exclusão de largas parcelas da população, vivendo em condições sub-
humanas, completamente marginalizadas do processo produtivo.
� Industrialização e exploração desenfreada dos recursos naturais, 
considerados apenas como parte do processo produtivo, admitido como
insumo esgotável.
� Conseqüentes problemas de desperdicio e degradação ambiental, 
trazendo sérias implicações sobre a qualidade de vida de seus habitantes.
� Elevado crescimento quantitativo e qualitativo dos resíduos sólidos
urbanos, industriais e agrícolas e seus impactos ambientais, sociais e 
econômicos.
� Populações inteiras vivendo da prática da catação dos resíduos, para
promover sua sustentação financeira ou alimentação.
Problemática dos Resíduos Urbanos Elementos
para uma Compreensão
Aspectos Sanitários e Ambientais
� Impacto visual: aspecto estético desagradável na medida em que
grandes quantidades de resíduos são abandonadas na natureza sem
maiores cuidados.
� Proliferação de vetores: macro e microvetores encontram nos
resíduos habitat adequado para sua multiplicação.
� Transmissão de doenças: fatores diretos e indiretos colaboram na
transmissão de doenças (87% óbitos/ 1000). Doenças diarréicas: 90% 
das crianças.
� Poluição do solo: fonte de poluição fixa, os resíduos possibilitam o 
acumulo de frações não biodegradáveis no solo.
� Poluição das águas: mananciais superficiais e águas subterrâneas
tem sido sistematicamente contaminadas pelo resíduos.
� Composição dos resíduos: ingredientes particularmente incômodos
ao nível do meio ambiente (mercúrio e cadmi, produtos fitosanitários, 
DDT, óleos, tintas)
� Técnicas de tratamento: igualmente fontes de poluição, necessitando
de controles tecnológicos para evitar a poluição do meio ambiente.

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