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Siderurgia II - Parte I RESUMO PROCESSOS DE OBTENÇÃO DO FERRO-GUSA E FERRO ESPONJA Nome: Guilherme de Paula Azevedo Dentro da metalurgia extrativa muitas foram as técnicas desenvolvidas para extração ferro de sua forma mineral para metálica vide a importância econômica e social do ferro na sociedade dês dos primórdios da idade do ferro até a siderurgia moderna, entre os processos desenvolvidos o Alto Forno se destaca através de sua alta produtividade além da relativa simplicidade para obtenção e preparação das matérias primas do processo. De forma resumida o alto forno é conceitualmente um reator metalúrgico vertical em formato de cuba que trabalha de forma contracorrente, ou seja, os gases redutores ascendem para o topo do reator enquanto as cargas constituídas por matérias primas ferrosa, fundentes e combustíveis sólidos a base de carbono descendem do topo a parte inferior do reator. A carga ferrosa ou metálica utilizada nos altos fornos se encontra na forma de hematita (Fe2O3) ou magnetita (Fe3O4) para o caso de minérios de ferro granulados e também na forma de óxidos de ferro em materiais produtos de métodos de aglomeração dos finos de minério como pelotas e sínter. Para que a temperatura e a atmosfera química interna ao reator seja tal que propicie a redução do óxido de ferro para sua forma metálica, é necessário junto a carga metálica adicionar o combustível sólido rico em carbono, no caso o coque metalúrgico ou o carvão vegetal, o combustível sólido no reator atua de forma a fornecer energia química através da queima do combustível desta forma dando origem as isotermas necessárias para o processo de redução, outro aporte térmico e químico para o reator é através do ar soprado pelas ventaneiras em altas temperaturas aproximadamente 1000ºC variando pelo volume e características de cada reator. Figura 1, Representação esquemática de um alto forno O oxigênio presente no ar soprado quando em contanto com o excesso de carbono propiciado pelo combustível sólido tem papel fundamental senão o principal para a operação do reator pois as reações termoquímicas que ocorrem em tal ambiente tendem para a formação do monóxido de carbono (CO), reação de Boudouard, esse gás então é responsável pela redução do oxido de ferro. Outro papel fundamental do combustível sólido rico em carbono é o próprio fornecimento do carbono para o ferro reduzido, dissolvendo-se no metal até próximo a saturação que ocorre entre aproximadamente 5 – 3 % de C originando assim o produto final dos altos forno, o ferro gusa. Figura 2, Reações químicas de processo Unido ao combustível sólido fonte de carbono e a carga metálica é também enfornado materiais que atuam de forma a reagir em contado com a ganga presente no minério e as cinzas no carvão formando compostos eutéticos com pontos de fusão mais baixos que os óxidos presentes originalmente na ganga, dessa forma esses materiais denominados como fundentes tornam tais óxidos fusíveis dentro da temperatura de operação do reator formando assim a escória vazada junto ao ferro gusa através do furo de gusa, além disso os fundentes são utilizados para balancear a basicidade da escória de forma que a mesma seja de acordo com o projetado para os refratários dessa forma preservando-os. Visando aumentar a produtividades dos altos fornos para desta forma atender as crescentes solicitações do mercado nas ultimas décadas, técnicas como a injeção de finos de carvão nas ventaneiras (PCI ou ICP) e o enriquecimento do oxigênio (O2) no ar de sopro vem sendo cada vez mais objetos de estudo e análises de processo. A ICP propicia o aumento da relação minério/carvão ganhando assim volume de produção e o enriquecimento de oxigênio reduz o volume de ar soprado necessário para reduzir as cargas ganhando assim em produtividade. O destino do ferro gusa é amplo, sendo que o mesmo após vazado segue para processos de lingotamento para assim se obter o lingote de gusa matéria prima para as siderúrgicas e fundições, porém a principal rota é através do conceito de siderurgia integrada a qual o gusa produzido pelos altos fornos segue líquido por meio de carros torpedos ou panelas para a aciaria onde junto a sucata metálica e através de processos de refino seu teor de impurezas naturalmente elevado é reduzido além de ser sujeito ao processo de descarbonização, fundamental para obtenção do aço. Figura 3, Rota siderúrgica integrada São muitas as rotas alternativas desenvolvidas para obtenção e redução do ferro, tais processos concorrentes dos altos fornos buscam qualidades que justifiquem suas aplicações como menores custos de produção e atender as crescentes demandas estabelecidas pelo conceito de indústria sustentável. Porém tais rotas ainda estão em sua maioria em processos de desenvolvimento para que então possam ser aplicadas em escala global de forma que sua produção seja economicamente viável. Tabela 1, Processo alternativos extração de Ferro Dentre os processos em estágio avançado o processo Corex se destaca por ser a única rota alternativa validada comercialmente, esse processo emprega minérios granulados e aglomerados como carga ferrosa e como fonte de carbono é empregado o carvão não coqueificável. A rota de processo passa por duas etapas sendo a primeira em reator o oxido de ferro é reduzido através do gás redutor proveniente das reações do carbono do carvão no segundo reator, produzindo assim o ferro esponja esse ferro esponja segue para esta segunda etapa onde ocorre então a fusão do material e também a formação da escória através dos óxidos presentes na ganga. Figura 4, Fluxograma processo Corex Outras técnicas que também em paralelo com o alto forno empregadas para a redução do minério de ferro são por muitas vezes, em contra partida com os altos fornos, formas de reduzir o óxido ferro sem passar por etapas de fusão completa da carga. Os chamados processos de redução direta têm como produto o ferro esponja e quanto a matéria prima variam de acordo com as peculiaridades de cada processo, podendo empregar propriamente pelotas e minérios granulados, mas também aglomerados alto redutores ou os próprios finos de minério diretamente. Por muitas vezes tais processão não necessariamente empregam combustíveis sólidos a base de carbono podendo-se empregar o gás natural como agente combustível. Dentre os processos de redução direta mais utilizados vale citar como exemplo o processo Midrex, o qual em um forno são adicionadas as cargas metálicas de minério e pelotadas juntamente a uma mistura de gases previamente elaborada de metano e outros gases a 1000ºC, tais gases atuam diretamente como os redutores da carga metálica oxidada. A cinética de redução quando em comparação aos altos fornos é dada de forma mais lenta sendo necessários 6 horas de residência do gás para que em torno de 760ºC ocorra a redução do minério de ferro, o material posteriormente recebe um gás frio para que na parte inferior do reator seja extraído o ferro esponja. Figura 5, Fluxograma processo Midrex Em conclusão o estudo dos processos de redução do minério de ferro em resumo tem sido objeto de estudo fundamental para indústria e atualmente devido cenários como redução de qualidade da matéria prima e pressões ambientais o desenvolvimento de formas sustentáveis e ao mesmo tempo operacionalmente viáveis domina as pautas nas tomadas de decisão na siderurgia.
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