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Transporte de pequenas moléculas 1 → Importância do transporte – Sabemos que as vidas das células dependem de aquisição de moléculas do ambiente externo. Portanto, a passagem dessas moléculas pela MP é um ponto crucial das funções celulares. Nós nos alimentamos para fornecer os tijolos para a construção das nossas macromoléculas (ex. proteínas, lipídios, açucares e nucleotídeos) que ocorrerá dentro das células em diferentes tecidos, mas esses tijolos têm que entrar nas células. Após as refeições, as pequenas moléculas estarão disponíveis para entrarem dentro das células. Agora que já conhecemos a estrutura química da MP, podemos entender como funcionara a entrada das pequenas moléculas nas células. Recapitulando: a MP é uma bicamada lipídica, onde o interior é hidrofóbico e o exterior/citosólico é hidrofílico. Essas características lhe conferem certa impermeabilidade, mas existem formas de passagem das moléculas pela MP que garantem o funcionamento das células. → Permeabilidade da membrana Moléculas hidrofóbicas (oxigênio, carbono, nitrogênio, hormônios e esteroides): passam direta e rapidamente pela bicamada. Pequenas moléculas polares não carregadas (água, ureia, glicerol e amônia): passagem lenta Grandes moléculas polares não carregadas (glicose e sacarose): passagem quase impossibilitada ou muito lenta Íons (moléculas polares – Na, H, HCO, K, Ca, Mg, Cr): não passam por sua forte interação com a água – Portanto, duas características químicas definem a passagem pela membrana: Tamanho: quanto menor – mais permeável Interação com a água: quanto mais hidrofóbico/apolar – mais permeável → Tipos de transporte pela membrana – Transporte passivo: osmose, difusão simples e difusão facilitada. – Transporte ativo: bomba de sódio e potássio e outras bombas. – Mediados por vesículas: endocitose (fagocitose, pinocitose e mediada por um receptor) e exocitose. → Transporte passivo – Ocorre quando o soluto passa de um meio a outro a favor do seu gradiente de concentração, ou seja, de onde está muito concentrado para onde está pouco. Um processo espontâneo, por isso chamado de passivo. Osmose: passagem da água (solvente) de um meio com baixa concentração de solutos (hipotônico) para um meio com alta concentração (hipertônico) – passagem do solvente de um meio hipotônico para um hipertônico. Difusão simples: passagem do soluto de um meio hipertônico para um meio hipotônico. Sem auxílio de proteínas; alguns solutos podem passar diretamente pela membrana pois suas características químicas o permitem (ex. moléculas solúveis em lipídios e pequenas moléculas não carregadas). Difusão facilitada: igual a difusão simples, mas com a ajuda de proteínas transportadoras. As moléculas que não conseguem passar, como os íons (pequenas, mas carregadas), moléculas grandes e polares, passam através de portas criadas pelas proteínas transportadoras. Proteínas transportadores permitem que moléculas passem espontaneamente de uma alta concentração de solutos para uma baixa sem outra força motriz, sem dispêndio de energia. → Transporte ativo – Ocorre quando o soluto passa de um meio pouco concentrado para onde já há muito dele e, por isso, não é um processo espontâneo. A passagem não ocorre sem que haja ajuda de uma proteína (independente da característica da molécula) que estará vinculada a uma fonte de energia, pois não é um transporte favorável/espontâneo, denominado, portanto, de ativo. → Fontes de osmolaridade intracelular – Comportamento das hemácias em diferentes concentrações de íons no meio extracelular: Hipertônico – cremada; Isotônico – normal; Hipotônico – inchada; Muito hipotônico – lisada. – Osmolaridade: é a quantidade de partículas dissolvidas em um determinado solvente. Quanto maior a osmolaridade, maior a quantidade de partículas e, por isso, maior a pressão osmótica do soluto sobre o solvente. Pressão osmótica: força de atração que o soluto exerce sobre o solvente, a fim de equilibrar as pressões osmóticas dos dois lados de uma membrana semipermeável. A célula tem diversas fontes de osmolaridade, com exemplo: – Macromoléculas (ex. proteínas): contribuem muito pouco para o aumento da osmolaridade intracelular, pois são menos numerosas em comparação com as pequenas moléculas (orgânicas e íons). – Pequenas moléculas orgânicas: contribuem bastante para o aumento da osmolaridade intracelular, porque as células precisam delas para construir suas próprias macromoléculas (ex. aminoácidos para proteínas; monossacarídeos para açúcares; nucleotídeos para material genético). – Íons: contribuem bastante para a osmolaridade intracelular por serem muito abundante no interior das células, além de se ligar a macromoléculas e a pequenas moléculas orgânicas. – Porém, se isso acontecer, a célula irá adquirir agua até se romper devido ao comportamento da osmose. Mas não é isso que ocorre porque as células controlam a sua osmolaridade intracelular. As células animais e de bactérias controlam sua comunicação intracelular bombeando (expulsa) ativamente íons inorgânicos, como o sódio, para o exterior (equilibrando as concentrações de solutos intra e extracelulares) de tal forma que seu citoplasma contém uma concentração total de íons inorgânicos menor que o fluido extracelular, compensando, portanto, seu excesso de solutos orgânicos. Em outras palavras, a solução é o bombeamento de íons inorgânicos para fora compensando o excesso de solutos orgânicos. As células vegetais estão impedidas de inchar (romper) pela sua parede rígida e, assim, podem tolerar uma diferença osmótica através de suas MP: uma pressão interna de turgor é mantida, a qual, em equilíbrio, força para for a quantidade de agua que entra. Em outras palavras, a parede celular rígida impede o rompimento da MP e ainda exerce uma pressão de turgor que expulsa a agua. Muitos protozoários evitam tornar- se intumescidos com a agua, a despeito de uma diferença osmótica através da MP, pela extrusão periódica de agua a partir de vacúolos contrateis especiais. Em outras palavras, expulsam o excesso de agua que entra através da formação de vacúolos contrateis.
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