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Estudo e Análise Institucional 1 pdf

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Centro Universitário Leonardo Da Vinci 
Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 Carla Aparecida Rodrigues da Rosa 
 Turma: SES- 2225 
 
 
 
 
ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO: 
CADASTRO ÚNICO PARA PROGRAMAS SOCIAIS 
 
 
 NOVO HAMBURGO 
2020 
 
 
 
 
 
 
 NOVO HAMBURGO 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
CARLA APARECIDA RODRIGUES DA ROSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO: 
 CADASTRO ÚNICO PARA PROGRAMAS SOCIAIS 
 
 
 
 
Estudo apresentado à disciplina de Estágio I – 
Iniciação ao Serviço Social – do Curso de Serviço 
Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – 
UNIASSELVI, como requisito parcial para avaliação. 
 
Nome do Tutor Externo – Orientador: 
Estelamaris de Barros Dihl 
Nome do Supervisor de Campo – Orientador: 
Alessandra da Silva Haubert 
 
 
 
 
 
 
 NOVO HAMBURGO 
 2020 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................5 
 
1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE DE ESTÁGIO..................6 
 
1.1 DADOS CADASTRAIS DA INSTITUIÇÃO .......................................................7 
 
1.2 DESCRIÇÃO GERAL DA INSTITUIÇÃO..........................................................8 
1. Histórico da instituição........................................................................................8 
2. Área de atuação, objetivos e finalidades..........................................................12 
3. Área de abrangência.........................................................................................14 
4. Demandas atendidas pela instituição...............................................................15 
5. Principais características da população atendidas pela instituição..................22 
6. Proposta de atuação ao usuário.......................................................................23 
7. Estrutura e funcionamento da organização......................................................24 
 
1.3 O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO.........................................................26 
1.3.1 Identificação do Supervisor de Campo..........................................................27 
1.3.2 Origem do Serviço Social na Instituição........................................................27 
1.3.3 O Assistente Social........................................................................................28 
1.3.4 O Instrumental Técnico-Operativo.................................................................28 
 
 
2 CONCLUSÕES....................................................................................................30 
 
ESTUDO DA INSTITUIÇÃO...................................................................................31 
 
 
3 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.......................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 LISTA DE SIGLAS 
 
 BPC – Benefício de Prestação Continuada 
CEPIC – Centro Municipal de Tecnologia Educacional 
CENTRO POP – Centro de Referência Especializado em Assistência Social para a População em 
Situação de Rua 
CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Crianças e do Adolescente 
CMDCI – Conselho Municipal dos Direitos e Cidadania do Idoso 
CMPCD – Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência 
COMSEA – Conselho Municipal de Segurança Alimentar 
COMAS – Conselho Municipal da Assistência Social 
COMDIM – Conselho Municipal dos Direitos da Mulher 
CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social 
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social 
FEAS – Fundo de Assistência Social 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ID JOVEM – Identidade Jovem 
LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social 
NAP – Núcleo de Apoio Pedagógico 
NIS – Número de Identificação Social 
ONG – Organização Não Governamental 
PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família 
PBF – Programa Bolsa Família 
SDS – Secretaria de Desenvolvimento Social 
SEMSAS – Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social 
STCAS – Secretaria de Trabalho e Cidadania de Assistência Social 
SCFV – Serviço e Fortalecimento de Vínculos 
SICON – Sistema de Condicionalidades 
SMEL – Secretaria de Esporte e Lazer 
UAB – Universidade Aberta do Brasil 
URAS – Unidade de Referência de Assistência Social 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 Neste presente trabalho iremos fazer uma análise institucional com a finalidade de 
conhecer a instituição, identificando qual a sua forma de organização e compreendendo quais são 
seus objetivos e propostas de atuação. A partir dessa análise, será identificada a função da 
instituição e a caracterização dos serviços que serão realizados por ela. Esta análise vem 
esclarecer os objetivos do setor Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, que 
se encontra vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social de Novo Hamburgo/RS. 
 O Cadastro Único é um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das 
famílias brasileiras de baixa renda, que através dos cadastros feitos à essas famílias serão 
coletados todos os dados e informações que poderão ser utilizados pelo governo federal, estadual 
municipal para assim obter diagnóstico socioeconômico das famílias cadastradas, e desta forma, 
possibilitar a análise das principais necessidades da população. O Cadastro Único pode ser 
considerado uma importante ferramenta para a realização do mapeamento e inclusões de famílias 
que existem em nosso país nos diversos programas sociais que poderão ser a ele vinculados. 
 O Serviço Social dentro da instituição tem um papel importante no atendimento das 
demandas que chegam até o setor Cadastro Único, através de atendimentos do SICON (Sistema 
de Condicionalidades), Visitas Domiciliares (para formulação de cadastros quando solicitado pelo 
usuário que não tem condições de vir até o setor), Entrevistas, Visitas Domiciliares (referente às 
denúncias), participação de Reuniões de Rede e encaminhamentos quando necessário, Oficinas 2 
vezes ao mês para novos beneficiários ou famílias em situação de suspensão. 
 Para tanto esta análise foi dividido em capítulos a fim de aprofundar a compreensão do 
leitor quanto a história da instituição. O município de Novo Hamburgo tem sua história marcada 
pela aceleração das indústrias coureiro calçadistas, por ter atraído muitas pessoas que vieram em 
busca de oportunidade de trabalho. A cidade ainda é conhecida nos dias de hoje como “Capital 
Nacional do Calçado”, com o crescimento trazido pelo calçado vieram inúmeros imigrantes o que 
fez com que aumentasse muito o número da população, originando grande parte dos problemas 
sociais, o que fez com que os governantes não conseguissem acomodar de maneira adequada 
toda a população. 
 Concluímos que o Cadastro Único se torna uma importante ferramenta para que o usuário 
tenha mais facilidade de acesso aos Programas Sociais do Governo Federal. Segundo Montibeller 
(2015, p. 238), “O cadastramento das famílias no CADÚNICO permite identificar seu grau de 
vulnerabilidade. São consideradas questões como renda, condição de moradia, de acesso ao 
trabalho, à saúde e à educação”. Entendemos que as famílias buscam no Cadastro Único uma 
oportunidade de ter acesso aos seus direitos. Da mesma forma, é possível identificar que muitas 
famílias acabam conhecendo a Política de Assistência Socialatravés do Cadastro Único, uma vez 
que, em muitos casos, desconhecem o CRAS no território, por exemplo. O Cadastro Único, 
5 
 
localizado no centro da cidade, acaba sendo a porta de entrada das famílias aos serviços 
ofertados pela política. 
 
 
1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE DE ESTÁGIO 
 
 A Secretaria de desenvolvimento Social (SDS), está localizada no centro da cidade de 
Novo Hamburgo, na Casa da Cidadania, situada na Rua David Canabarro, nº20. Neste mesmo 
prédio podemos encontrar localizado no segundo andar a Diretoria da Habitação, o Procon e o 
Passe Livre Municipal. No terceiro andar se localiza o setor Cadastro Único (CadÚnico), local 
onde são realizados os estágios obrigatórios de Serviço Social, o Telecentro que oferece acesso à 
internet gratuita à população, o Centro Municipal de Tecnologia Educacional (CEPIC). No quarto 
andar se encontra o Conselho Tutelar. 
 No quinto andar, encontramos a corregedoria dos Conselheiros Tutelares, o Conselho 
Municipal da Assistência Social (COMAS), o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do 
Adolescente (CMDCA) e o Conselho Municipal dos Direitos da Cidadania do Idoso (CMDCI), 
Conselho Municipal da Pessoas com Deficiência (CMPCD), Conselho Municipal dos Direitos da 
Mulher (COMDIM) e o Conselho Municipal de Segurança Alimentar (COMSEA). 
 No sexto andar se encontra a Gestão da SDS, onde se encontra o Setor de Projetos, o 
Setor de Nutrição e Saúde, o Setor de Recursos Humanos e também o Setor de Transportes. 
Além de ficarem localizadas neste andar as coordenadorias da Mulher, das Pessoas com 
Deficiência, a da Juventude, a do Idoso, a Vigilância Socioassistencial e o Programa Catavida. 
Também encontramos no sexto andar a Gerência de Proteção Básica e Gerência da Proteção 
Especial. No sétimo andar se encontra a Universidade Aberta do Brasil (UAB), ainda encontramos 
no oitavo andar a Secretaria de Esporte e Lazer (SMEL) e o Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP), 
a serviço da Secretaria de Educação. 
 
Secretaria de Desenvolvimento Social (Casa da Cidadania) 
 
 1º Andar: Recepção 
 2º Andar: Diretoria de Habitação – PASSE LIVRE - PROCON 
 3º Andar: CadÚnico –CEPIC - TELECENTRO 
 4º Andar: Conselho Tutelar 
 5º Andar: Corregedoria dos Conselheiros Tutelares – Casa dos Conselhos - 
COMAS – COMDIM – CMDCA - CMPCD – COMSEA – CMDCI 
 6º Andar: Gestão da SDS, Diretoria Administrativa, Nutrição e Saúde, Coordenadorias da 
Mulher, Vigilância Socioassistencial, Setor de Projetos, Gabinete do Secretário, 
6 
 
Transportes, Recursos Humanos, Pessoas com Deficiência e Juventude, Gerência de 
Proteção Social Básica e Especial e Programa Catavida. 
 7º Andar: UAB 
 8º Andar: SMEL - NAP 
 
Dados da Instituição: 
 
Nome da Organização: Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo – RS 
Razão Social: Centro Administrativo Leopoldo Petry 
Secretaria de Desenvolvimento Social / Cadastro Único para Programas Sociais 
 
Endereço: 
Prefeitura: Rua Guia Lopes, nº 4201 – Rondônia, Novo Hamburgo – RS 
Telefone: (51) 3594-9999 
Site: http://www.novohamburgo.rs.gov.br/ 
Secretaria de Desenvolvimento Social/ Cadastro Único: Rua Davi Canabarro, nº 20 – 3º 
andar, Centro, Novo Hamburgo – RS 
Telefone: (51) 3527-1823 
E-mail: cadunico@novohamburgo.rs.gov.br 
 
 
1.1 DADOS CADASTRAIS DA INSTITUIÇÃO 
 
Razão Social:Centro Administrativo Leopoldo Petry 
CNPJ:88.254.875/0001-60 
Nome Fantasia: Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo 
Tipo de Instituição: 
( X ) Pública 
( ) Privada 
( ) Terceiro setor 
( ) Outra (mais opções) 
Ramo de Atividade: 
(X ) Serviços 
( ) Indústria 
( ) Outra (mais opções) 
End: Rua Guia Lopes, n° 2401 Bairro: Rondônia 
Cidade:Novo Hamburgo UF: RS Fone: ( 51 )35271823 
CEP.:93415260 E-mail: cadunico@novohamburgo.rs.gov.br 
Representada por:Fátima Daudt 
Cargo: Prefeita 
 
http://www.novohamburgo.rs.gov.br/
mailto:cadunico@novohamburgo.rs.gov.br
7 
 
 
 
1.2 DESCRIÇÃO GERAL DA INSTITUIÇÃO 
 
 A Secretaria de Desenvolvimento Social é uma entre as várias secretarias que se 
encontram no município de Novo Hamburgo, está localizada na rua Davi de Canabarro, número 
20 – 6º andar, em um prédio alugado pela prefeitura, no centro da cidade. Nesse mesmo prédio 
encontra-se o setor Cadastro Único, no 3º andar, onde são realizados os cadastros para a 
identificação socioeconômica das famílias de baixa renda. A Secretaria Municipal de 
Desenvolvimento Social tem o compromisso de exercer um conjunto de políticas, projetos, 
programas, serviços e benefícios da assistência social do município de Novo Hamburgo, também 
tem o compromisso de administrar os ambientes de acolhimento das pessoas que se encontram 
em situação de vulnerabilidade social e econômica. 
 
 
 
1.2.1 Histórico da instituição: 
 
 As primeiras povoações permanentes de Novo Hamburgo foram os portugueses, sendo 
a maioria imigrantes açorianos instalados no bairro que hoje é conhecido como Rincão. Em 25 de 
julho de 1824 os imigrantes alemães começam a chegar à colônia de São Leopoldo e após 
desenvolveram a sociedade rural no Vale dos Sinos. Logo apareceram alguns núcleos urbanos 
nas colônias, um deles ficava na área de Hamburgerberg onde hoje é chamado Hamburgo Velho, 
onde se originou a cidade de Novo Hamburgo. 
 Em 05 de abril de 1927, houve a emancipação do município sendo Leopoldo Petry o 
primeiro intendente (prefeito) de Novo Hamburgo. A industrialização se acelerou, e se tornou um 
polo econômico do Vale dos Sinos. A indústria foi formada praticamente pelo setor coureiro 
calçadista com várias empresas que se destacaram. A cidade é conhecida como “ Capital 
Nacional do Calçado”, com o crescimento trazido pelo calçado vieram inúmeros imigrantes 
aumentando muito o número da população a partir da década de 1960, o que originou grande 
parte dos problemas sociais, fazendo com que os governantes não tivessem capacidade de 
acomodar toda a população de maneira adequada. Tendo como predomínio o coureiro calçadista 
um forte exportador, na economia permaneceu até o início dos anos de 1990, quando ocorre uma 
forte crise econômica na região. A situação se agrava com a concorrência chinesa nos mercados 
internacionais e, a partir de 1998, com a valorização do real que levou ao fechamento de diversos 
curtumes e fábricas de calçados e a demissão de milhares de pessoas. 
 Hoje Novo Hamburgo tem uma diversificação industrial, com incentivos fiscais com a 
instalação de novas indústrias e facilitando a implantação e abrindo portas para novas atividades 
8 
 
do comércio. Novo Hamburgo é considerado o maior polo comercial do Vale dos Sinos e tem, no 
setor de serviços, uma de suas principais atividades econômicas. Possui uma atividade comercial 
de 5.600 estabelecimentos. 
Os símbolos do município de Novo Hamburgo são a bandeira, o brasão e o hino. Fonte: 
<https://www.mbi.com.br/mbi/biblioteca/simbolo/municipio-novo-hamburgo-rs-br/. > 
 
Bandeira: A bandeira de Novo Hamburgo é um símbolo do município brasileiro do estado 
do Rio Grande do Sul. De acordo com a Lei MUNICIPAL n° 064, de 23 de novembro de 1970, é 
aprovada a bandeira municipal. A bandeira do município de Novo Hamburgo se apresenta nas 
cores verde e vermelha, tem em destaque o brasão do município, com a data de emancipação e o 
Monumento ao Imigrante, para homenagear os imigrantes que contribuíram na construção e no 
desenvolvimento da cidade. 
Brasão: O Brasão de Novo Hamburgo é um símbolo do município brasileiro do estado do 
Rio Grande do Sul. Escudo português vem com o nome da cidade e a data de emancipação. 
 
 
 
Fonte: pt.wikipedia.org>wiki>Bandeira_de_Novo_Hamburgo 
 
 
 A cidade de Novo Hamburgo por um longo período atraiu muitos trabalhadores que 
vieram de outros lugares com a esperança de empregos nas fábricas de calçados e curtumes. No 
entanto, com o passar dos anos, muitas empresas fecharam ou acabaramsaindo da cidade, 
dessa forma, muitos trabalhadores ficaram desempregados. Em consequência disso, começaram 
a surgir as mais variadas expressões da questão social: desemprego, pobreza, violência, aumento 
da exploração, baixos salários, fome, falta de moradia, o que intensificou o aumento da população 
em situação de rua, além disso a falta de saneamento básico. Nos dias de hoje a cidade de Novo 
Hamburgo ainda possui muitos reflexos desses problemas que precisam de intervenções e 
políticas públicas. 
9 
 
 Podemos dizer que o Serviço Social, na cidade de Novo Hamburgo, teve início nos anos 
de 1970 ainda de forma assistencialista, quando as igrejas eram as instituições que faziam os 
atendimentos e políticas públicas. O Serviço Social, em Novo Hamburgo, iniciou na década de 70 
de forma assistencialista, na qual as igrejas eram as instituições que proviam o serviço. Na 
década de 80 foi implantado o Albergue Bom Pastor, e posteriormente, ocorreu o reordenamento 
da Secretaria de Saúde e Ação Social. A partir de 1990 foi criado o conselho Municipal dos 
Direitos da Criança e do Adolescente CMDCA, Conselho Tutelar, Conselho Municipal da 
Assistência Social-COMAS e o Conselho Municipal do Direito da Pessoa Idosa-CMDCI. 
 A Secretaria Municipal de Assistência Social teve algumas alterações nas 
nomenclaturas, pois sempre esteve vinculada a outras secretarias, Secretaria Municipal de Saúde 
e Assistência Social-SEMSAS, Secretaria da Educação e Secretaria de Habitação. No ano de 
2005 houve a criação da Secretaria de Trabalho e Cidadania de Assistência Social-STCAS, na 
qual a mesma repassa recursos do Fundo de Assistência Social-FEAS, para a rede de proteção à 
criança e ao adolescente, além de coordenar no Estado as ações do Programa de Erradicação do 
Trabalho Infantil-PETI. 
 De acordo com o Decreto nº 2787, de 09 de janeiro de 2007: 
 
Art.:1º Fica delegada atribuição à Secretária de Trabalho, Cidadania e Assistência 
Social - STCAS - ROSA MARIA DA SILVEIRA GOMES, de firmar, na qualidade de 
representante do município de Novo Hamburgo, Convênio com Petróleo Brasileiro 
SA - Petrobrás e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - 
CMDCA, destinado a implantar e implementar ações de prevenção de proteção da 
criança e do adolescente, objetivando atender os princípios emanados do Estatuto 
da Criança e do Adolescente, sendo beneficiárias as entidades eventualmente 
contempladas cujos projetos e correspondentes planos de ação tenham sido 
previamente aprovados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do 
Adolescente - CMDCA, em conformidade com a Lei Municipal nº 1.371/2006, de 
24 de fevereiro de 2006. (NOVO HAMBURGO, 2007.). 
 
 
 A Secretaria de Trabalho, Cidadania e Assistência Social-STCAS, foi a que antecedeu a 
Secretaria de Desenvolvimento Social-SDS, a qual foi criada a partir de algumas alterações na 
estrutura política da Assistência Social. No ano de 2004 foi aprovada a Política Nacional de 
Assistência Social-PNAS, pela Resolução n. 145 de outubro de 2004, do Conselho Nacional de 
Assistência Social-CNAS, e tornou claras as diretrizes para a efetivação da Assistência Social. 
Seguiu-se um processo de construção e normatização até a aprovação do Sistema Único de 
Assistência Social-SUAS, que foi aprovado em julho de 2005 pelo Conselho Nacional de 
Assistência Social-CNAS, por meio da NOB n. 130, de 15 de julho de 2005, que tipificou os 
serviços socioassistenciais, reordenando a Política Municipal da Assistência. 
 Em 2009 houve então o surgimento da Secretaria de Desenvolvimento Social-SDS, em 
Novo Hamburgo. 
https://www.leismunicipais.com.br/a/rs/n/novo-hamburgo/lei-ordinaria/2006/137/1371/lei-ordinaria-n-1371-2006-autoriza-a-concessao-de-subvencoes-de-natureza-assistencial-e-da-outras-providencias.html
10 
 
 Lei Municipal nº 2.400/2011, de 30 de dezembro de 2011, que altera a Estrutura 
Administrativa Organizacional da Prefeitura de Novo Hamburgo, instituída pela Lei Municipal nº 
180/1991, refere que à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social: 
 
 Art. 16 – Compete coordenar a política de cidadania e assistência social no 
âmbito do Município, considerando a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS - 
Lei Federal nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e Sistema Único da Assistência 
Social, que estabelecem como diretriz a proteção à família, à maternidade, à 
infância, à adolescência e à velhice, na transversalidade das suas especificidades 
das pessoas com deficiências, visando à promoção de sua integração à vida 
comunitária, bem como à convivência familiar; dar ampla divulgação aos 
benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, e dos critérios para sua 
concessão; integrar a assistência social às políticas sociais, mediante um conjunto 
integrado de ações de prevenção, proteção, promoção e inserção, por meio de 
uma rede de ações de iniciativa governamental e da sociedade civil organizada; 
garantir e promover os direitos políticos, civis, econômicos, sociais e culturais da 
sociedade; articular o conjunto das políticas públicas que de alguma forma atinjam 
a juventude; executar, acompanhar, encaminhar, articular no âmbito de sua 
competência a demanda dos conselhos municipais, atuando em conformidade 
com as Legislações Municipal, Estadual e Federal aplicáveis às determinações e 
diretrizes estabelecidas pelo Prefeito, e tudo o mais inerente aos encargos legais e 
atribuições pelos mesmos delegados. (NOVO HAMBURGO, 2011). 
 
 
 Dados gerais do munícipio de Novo Hamburgo: 
 
 
População estimada (2020) 247.032 pessoas 
População no último censo (2010) 238.940 pessoas 
Densidade demográfica (2010) 1.067,55 
PIB per capita (2016) 35.013,51 R$ 
Índice de Desenvolvimento Humano 
Municipal (IDHM) (2010) 
0,747 
Salário médio mensal dos trabalhadores 
formais (2016) 
2,6 salários mínimos 
Pessoal ocupado (2016) 88.464 pessoas 
Percentual da população com rendimento 
nominal mensal per capita de até ½ salário 
mínimo (2010) 
26,5% 
 Fonte: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/novo-hamburgo/panorama 
 
 
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/novo-hamburgo/panorama
11 
 
1.2.2 Área de atuação, objetivos e finalidades 
 
 A Atuação da Instituição se dá através da Política de Assistência Social, atendendo toda a 
população do município de Novo Hamburgo com ênfase nas famílias de baixa renda. A Instituição 
tem como objetivo, o cadastramento de famílias, que tem por finalidade incluir as mesmas nos 
programas sociais, conforme os critérios estabelecidos por cada um. O cadastramento é feito através 
do Cadastro Único, que é realizado por um entrevistador que fará a coleta de dados dos usuários, 
levando em conta as informações como: as condições de moradia, a composição familiar, a renda 
familiar, as despesas mensais, a escolaridade e também o trabalho que é desenvolvido por todas as 
pessoas daquele grupo familiar. A instituição também tem o compromisso de estar identificando, 
através dos atendimentos, a necessidade de realizar encaminhamentos para a rede socioassistencial 
e intersetorial do município. 
 O Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) foi tipificado no ano de 2007, através 
do decreto nº 6.135, que dispõe sobre ações que devem ser desenvolvidas e como é o seu 
funcionamento. O Cadastro Único é instrumento de identificação caracterização socioeconômica das 
famílias brasileiras de baixa renda, entendidas como aquelas com renda igual ou inferior a meio 
salário mínimo por pessoa (per capta) ou renda familiar mensal de até três salários mínimos. Essas 
informações podem ser utilizadas pelos governos federal, estaduais e municipais para conseguir 
diagnósticos socioeconômico das famílias que estiverem cadastradas, para desta maneira, 
possibilitar a análise das suas principais necessidades. 
 O cadastro único identifica as famílias de menor renda,entende-se por família a entidade 
composta por pessoas que residem no mesmo domicílio, que dividem renda e as despesas, 
independentemente da existência de relacionamento de grau de parentesco, cadastrada por um 
município para fins de identificação de benefícios nos Programas Sociais do Governo Federal. As 
famílias com renda superior a três salários mínimos poderão ser incluídas no Cadastro Único, desde 
que sua inclusão esteja vinculada à seleção ou acompanhamento de programas sociais 
implementados por quaisquer dos três entes da Federação. 
 Entretanto, as famílias com renda mensal total superior a três salários mínimos só devem 
ser cadastradas para programas específicos, como por exemplo os programas de habitação e 
saneamento que utilizem os registros do Cadastro Único para selecionar as famílias. Para o cálculo 
da renda familiar, são considerados os rendimentos do trabalho, de aposentadoria, pensão, seguro-
desemprego e do BPC. Não serão considerados os benefícios de programas de transferência de 
renda federal, estadual e municipal. Segundo Montibeller (2015, p.238) “O cadastramento das 
famílias no CADÚNICO permite identificar seu grau de vulnerabilidade. São consideradas questões 
como renda, condições de moradia, de acesso ao trabalho, à saúde e à educação”. Através do 
cadastro único, é possível mapear as diversidades encontradas no país, levantando o perfil 
socioeconômico da população de cada localidade pesquisada. E, desta forma, é preciso destacar a 
12 
 
importância do aproveitamento da base de dados, não somente pelo governo federal, estadual e 
municipal, mas também por todos os envolvidos na gestão das políticas públicas. 
 
 
 
 
 
Objetivos do Cadastro Único: 
 
 
 O Cadastro Único é formado por sua base de dados, instrumentos, procedimentos, e 
sistemas eletrônicos, e sua base de informações pode ser usada pelos governos municipais, 
estaduais e federal para conseguir diagnosticar as famílias cadastradas socioeconomicamente. 
Desta maneira o Cadastro Único é considerado uma importante ferramenta que pode ser utilizada 
em estudos sobre a realidade das famílias cadastradas e também pode servir para auxiliar o 
poder público na formulação e gestão de políticas direcionadas para essa população. 
 A coleta de dados das famílias é realizada através do preenchimento do formulário do 
Cadastro Único, sendo que cada formulário serve para identificar uma família. Os cadastros são 
preenchidos pelo Agente Operador do Cadastro Único, que é responsável por atribuir a cada 
pessoa da família cadastrada um número de identificação social (NIS), que possui caráter único 
intransferível. É através do número do NIS que os operadores do Cadastro Único conseguem 
localizar os usuários cadastrados, atualizam os dados cadastrais e verificam a situação dos 
beneficiários existentes. 
13 
 
 Podemos destacar que o cadastramento não significa a inclusão imediata nos programas 
sociais existentes. O recebimento de benefícios está relacionado a critérios de acesso e 
permanência estabelecida para cada programa. É a partir das informações contidas no banco de 
dados do Cadastro Único que as famílias que entram nos critérios são direcionadas para os 
programas de transferência de renda do governo federal, de acordo com seu perfil social e 
econômico. 
 
 
 Conforme CENSO 2010, há uma estimativa de 14.754 famílias com renda de até ½ 
salário mínimo por pessoa que vive em Novo Hamburgo e todas deveriam estar cadastradas. 
Levando em conta que somente os cadastros atualizados podem ser utilizados para concessão de 
benefícios e participação em programas sociais, ainda faltam 983 cadastros a serem incluídos 
para que a estimativa de famílias pobres esteja devidamente coberta pelo Cadastro Único da 
cidade. 
 A Taxa de Atualização Cadastral (TAC) município é de 80,12%, enquanto a média 
nacional se encontra em 73,16%. O que demostra que o cadastro do município está bem 
focalizado e atualizado, o que quer dizer que a maioria das famílias cadastradas pertence ao 
público alvo. 
 
 
1.2.3 Área de abrangência 
 
 O Cadastro Único é um programa do governo federal e possui uma abrangência em todo 
território nacional, ou seja, os cadastramentos possuem alcance em todos os municípios 
brasileiros, e é destinado para as famílias de baixa renda. 
 No município de Novo Hamburgo, são atendidas e cadastradas famílias que possuam 
residência na cidade. Cada usuário ou família, quando pretender realizar o cadastramento, deve 
procurar o Cadastro único da cidade onde está residindo, sabendo que, em caso de mudança de 
município, deverá procurar o Cadastro Único da cidade onde estiver morando. Os dados que são 
coletados ficam armazenados em um sistema único, onde estão as informações sobre os 
cadastros realizados em todo o território brasileiro, por isso, as informações coletadas possuem 
abrangência a nível federal. 
 
 
Famílias cadastradas em todo o território brasileiro: 
14 
 
 
 
 
 1.2.4 Demandas atendidas pela instituição 
 
 Os usuários que chegam até o setor Cadastro Único, buscam realizar sua inserção nos 
programas sociais que poderão a eles serem vinculados, a maior demanda de atendimentos são 
os beneficiários do Programa Bolsa Família. O Programa Bolsa Família é uma das mais 
importantes iniciativas que estão instituídas no momento, junto ao Sistema único de Assistência 
Social (SUAS), destinado para a proteção das famílias que se encontram em situação de pobreza, 
vulnerabilidade ou risco social. Este programa foi instituído no ano de 2004, por meio da lei nº 
10.836 e funciona através de transferência direta de renda com condicionalidades, que tem como 
objetivo melhorar as condições de vidas das famílias que se encontram em situação de pobreza 
ou de extrema pobreza no Brasil. 
 Art. 1º Fica criado, no âmbito da Presidência da República, o Programa Bolsa 
Família, destinado às ações de transferência de renda com condicionalidades. 
Conforme a Lei nº 10.836, o decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004 regulamenta a lei que 
cria o Programa Bolsa Família, considerando os objetivos: 
 
 Art. 4º Os Objetivos básicos do Programa Bolsa Família, em relação aos 
seus beneficiários, sem prejuízo de outros que venham a ser fixados pelo 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, são: 
 I – promover o acesso à rede de serviços públicos, em especial, de saúde, 
educação e assistência social; 
 II – combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional; 
III – estimular a emancipação sustentada das famílias que vivem em 
situação de pobreza; 
 IV – combater a pobreza; e 
15 
 
V – combater a intersetorialidade, a complementaridade e a sinergia das ações 
sociais do Poder Público. 
 
 Podemos dizer que a maior parte das demandas que chegam até o setor Cadastro Único, 
se tratam de famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social, diante da 
conjuntura política que vivemos atualmente. Além disso, é reflexo da própria formação da cidade 
de Novo Hamburgo. Estes usuários que chegam até o setor todos os dias são exemplos da 
desigualdade social existente em nossa sociedade. A maior demanda que chega até o setor são 
pessoas desempregadas que vem em busca do Programa Bolsa Família, que tem seus critérios 
de renda per capta de 178,00 para famílias que tem crianças e de 89,00 para as famílias que tem 
somente adultos, muitas dessas famílias não se enquadram nesses critérios. 
 Muitas famílias veem em busca da Tarifa Social da Energia Elétrica que também possui 
critérios de renda de ½ salário mínimo por pessoa e a conta deve estar no nome do RF 
responsável Familiar. Podemos considerar também a grande procura de idosos aosetor, 
recebemos relatos de negligência com os idosos, muitos sem renda alguma, nem mesmo onde 
morar dependem de favor, onde as vezes ocorre a omissão de familiares. Muitos ainda não 
chegaram a idade de 65 anos para o encaminhamento do BPC (Benefício de Prestação 
Continuada). 
 Outra demanda que tem aumentado muito, é do BPC das pessoas com deficiência física 
ou mental, muitas famílias têm enfrentado várias barreiras para ter acesso ao benefício. Algumas 
são resultado da precariedade de mecanismos de coordenação e cooperação entre os serviços de 
saúde, assistência social e previdência. Conforme estabelece o artigo 1º da Lei Orgânica de 
Assistência Social (LOAS lei nº 8.742, de dezembro de 1993): 
[...] a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é 
Política de Seguridade não contributiva, que provê os mínimos 
sociais, realizada através de um conjunto integrado de iniciativa 
pública e da sociedade, para garantir o atendimento às 
necessidades básicas. 
 A partir da Loas, a assistência social tornou-se uma política pública, desenvolvendo 
ações com visibilidade de direitos, universalização do acesso a serviços, programas, projetos e 
ainda responsabilizando o Estado como órgão fiscalizador e financiador. 
 Os atendimentos dentro da instituição, são feitos para o cadastramento de novas 
famílias, atualizações de cadastros de famílias que já se encontram inseridas em programas 
sociais, são feitos encaminhamento de rede socioassistencial e também visitas domiciliares, são 
realizados atendimentos referentes aquelas famílias que se encontram em situação de suspensão 
do benefício do Bolsa Família. As famílias são atendidas pela assistente social, que através de 
uma entrevista recebe o responsável familiar e realiza o atendimento para passar as informações 
16 
 
sobre o fato de ter ocorrido a suspensão, também deverá ouvir o motivo do não cumprimento das 
condicionalidades do Programa Bolsa Família. 
 Nesses atendimentos as famílias são atendidas pelo assistente social que fará um 
relatório a respeito das situações que levaram aquela família a ter o benefício suspenso. Depois 
disso o profissional lançará os dados coletados no Sistema de Condicionalidades (SICON) para 
efetuar o acompanhamento familiar e a possibilidade de interrupção temporária dos efeitos dos 
descumprimentos, que será avaliada conforme a situação de cada família. As suspensões dos 
benefícios do PBF estão diretamente relacionadas ao descumprimento das condicionalidades do 
programa. A maioria das suspenções dos benefícios das famílias que não cumprem as 
condicionalidades estão relacionadas a educação, o que significa que quando alguma criança ou 
adolescente que esteja na composição familiar não frequenta à escola mais do que o permitido 
pelo programa. Para as crianças, é necessário que a frequência escolar não seja inferior a 85%, já 
para os adolescentes de 16 e 17 anos, a frequência não deve ser inferior a 75%. Diante dos 
atendimentos de descumprimento em relação a frequência escolar é feita uma escuta da família, 
para que o assistente social possa entender as vulnerabilidades que causam a falta da escola. 
Para que seja possível entender as necessidades das famílias que vão além do âmbito escolar. 
 A Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que regulamenta o Programa Bolsa Família, 
traz em seu artigo 3º, se refere as condicionalidades para o recebimento do benefício: 
Art. 3º A concessão dos beneficiários dependerá do cumprimento, no que couber, 
de condicionalidades relativas ao exame pré-natal, ao acompanhamento 
nutricional, ao acompanhamento de saúde, à frequência escolar de 85% (oitenta e 
cinco por cento) em estabelecimento de ensino regular, sem prejuízo de outras 
previstas em regulamento. COLETÂNEA da Legislação. 
 Aquelas famílias que não cumprirem os compromissos do Programa Bolsa Família, 
serão aplicados os efeitos que podem causar repercussão nos benefícios. Esses efeitos são 
gradativos e podem variar conforme o histórico de descumprimento da família, registrado no 
Sicon. Desta maneira o gestor municipal tem acesso a todos os descumprimentos e repercussão 
sobre o benefício de determinada família. Os efeitos dos descumprimentos são: 
 Advertência: a família é comunicada de que algum integrante deixou de cumprir 
condicionalidades, mas não deixa de receber o benefício; 
 Bloqueio: o benefício fica bloqueado por um mês, mas pode ser sacado no mês seguinte 
junto com a nova parcela; 
 Suspensão: o benefício fica suspenso por dois meses, e a família não poderá receber os 
valores referente a esse período; 
17 
 
 Cancelamento: a família deixa de participar do PBF. 
 No caso de a progressão de um efeito para o seguinte, considera-se o intervalo de 
seis meses. Como por exemplo, caso uma família tenha sido advertida, em março de 2020, e 
venha a incorrer em um novo descumprimento, em um período inferior ou igual a seis meses (ou 
seja, até setembro de 2020), o efeito progride para bloqueio. Mas, se o novo descumprimento 
ocorrer em prazo superior a seis meses, o efeito será a advertência, isto é, reinicia-se a aplicação 
gradativa dos efeitos. O período de seis meses, entretanto não vale para a progressão da 
suspensão para o cancelamento, que obedece a regras específicas. 
 As famílias em descumprimento são notificadas pelo Ministério da Cidadania, através 
de cartas e mensagens no extrato de pagamento, orientando que procurem a gestão do PBF 
(Programa Bolsa Família) no município, no caso de dúvidas. Através destas cartas a família 
saberá quem foi o integrante da família que descumpriu algum dos compromissos (se estiver 
relacionado à área da educação ou da saúde) e o efeito a ser aplicado. Nesta correspondência 
também é informado ao Responsável Familiar sobre as condicionalidades do Programa Bolsa 
Família. 
 Uma família terá seu benefício cancelado, caso tiver as seguintes ocorrências: 
 
 A família estar em fase de suspensão; 
 O registro de Acompanhamento Familiar (AF) estar ativo no Sicon; 
 Se, após 12 meses, contatos do dia em que tenham começado a vigorar simultaneamente 
os itens a e b (suspensão e registro no Sicon de AF), a família apresentar novo 
descumprimento com efeito 
 
 Se descumprimento tiver ocorrido por motivos que possam der justificados, o 
beneficiário pode entrar com recurso junto à gestão do Programa Bolsa Família, para reverter o 
efeito. O recurso tem prazo para ser apresentado; até o último dia útil do mês seguinte ao da 
repercussão. Deverá ser registrado e avaliado pela gestão municipal no Sicon. Caso o recurso 
seja aceito, o último efeito é anulado e a família poderá, se for o caso, receber o benefício no qual 
se refere a esse período. 
 A gestão municipal do Programa Bolsa Família poderá reconhecer, mesmo se a família 
não tiver apresentado recurso, erros comprovados no registro das condicionalidades, anulando, 
18 
 
no Sicon, os efeitos no que se refere ao histórico familiar e sobre o benefício, através da 
funcionalidade de recurso. 
 O PBF é um dos programas sociais mais procurado pelas famílias que vem até o setor, 
principalmente por se encontrarem em situação de vulnerabilidade social, buscando dessa forma, 
uma fonte de renda, mas para isso, caso venham a ser beneficiadas deverão ficar atentas as 
condicionalidades para manter o benefício. São três eixos principais que estruturam o Programa Bolsa 
Família, sendo eles: 
 
 A transferência de renda que visa sanear de imediato a questão da pobreza; 
 As condicionalidades reforçam o acesso aos direitos sociais e básicos 
que são garantidos em lei, com educação, saúde e assistência social; 
 
 As ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das 
famílias, de modo que os usuários possam superar a situação de 
vulnerabilidade social. (WEGRYNOVSKI, 2015, p.243).Os atendimentos dentro da gestão municipal são feitos pelo assistente social, que ao 
realizar a entrevista com Responsável Familiar, precisa dominar as técnicas profissionais para 
desenvolver a sua atuação com melhor qualidade. Desta maneira é possível compreender melhor 
a realidade de cada família e entender os motivos que levaram a criança ou adolescente aquelas 
faltas, que podem ter motivos diversos. Alguns relatam motivos de doença, onde a família não 
consegue acessar os serviços públicos de saúde, seja por ser longe da residência ou até por não 
ter condições financeiras para ter acesso ao transporte público para o deslocamento. 
 Existem os efeitos gradativos sobre os benefícios do Programa Bolsa Família, que tem o 
objetivo de sinalizar que as famílias não estão exercendo seus direitos básicos de cidadania na 
área da saúde e educação. Os efeitos são os seguintes: 
 
19 
 
 Fonte: http://mds.gov.br/assuntos/bolsa-familia/gestao-do-programa/condicionalidades 
 Em nosso município existem 5 CRAS, entre eles temos o CRAS do Centro, do bairro 
Canudos, Santo Afonso, Kephas e também do bairro Primavera, onde são realizados os 
atendimentos das famílias que o benefício sofre efeito de advertência e bloqueio. 
 Através dos atendimentos as famílias relatam referente a dificuldade de conseguir 
atendimento médico até quando chegam as unidades de saúde, muitas vezes há falta de médicos 
ou a espera para conseguir o atendimento, tendo que agendar consultas que podem demorar 
dias. Por este motivo, muitos dos usuários acabam por desistir de procurar o atendimento nas 
unidades de saúde, e dessa maneira acabam não conseguindo atestado médico e assim não 
conseguindo justificar a falta à escola da criança ou adolescente, os mesmos acabam por receber 
faltas e, consequentemente, esse motivo acaba acarretando nos efeitos de advertência, bloqueio 
ou até suspensão do benefício. 
 Existem também outras situações que são relatadas pelos usuários durante as 
entrevistas, como por exemplo: ter que ficar com irmãos mais novos, quando estão doentes para a 
mãe ir trabalhar porque não tem com quem deixar, as enchentes, bullying dentro da escola, 
problemas de relacionamento com colegas ou professores, dificuldade de locomoção (se a escola 
ficar longe da residência e a família não possui condições financeiras de pagar o transporte), 
também ocorrem situações de evasão escolar quando os adolescentes precisam trabalhar. A 
maioria dos adolescentes acabam desistindo de estudar por motivos financeiros, por terem o 
desejo de contribuir nas despesas da casa e, também, para conseguirem adquirir calçados, 
roupas, objetos pessoais e produtos que a família não possui condições financeiras para comprar. 
Percebemos que todos esses acontecimentos são reflexos da precariedade das políticas públicas, 
ou seja, saúde, educação, questões de moradia, segurança pública, desemprego, exclusão social 
entre outras. 
 De acordo com (Faleiros, 2011, p. 90) “ O encontro dos sujeitos fragilizados com o 
Serviço Social se dá, em geral, numa instituição. É preciso ver essa fragilização no seu 
movimento complexo, não só porque a pessoa é explorada (pode até não ser), porque a realidade 
é múltipla”. É quando os sujeitos se sentem sem expectativas e acabam perdendo emprego, 
também seus patrimônios ficando sem poder aquisitivo que recorrem ao Serviço Social. Assim o 
profissional através de suas técnicas interventivas conseguirá atuar diretamente na questão 
social, trabalhando nas mais diversas formas de sua expressão, realizando assim, a intervenção 
da realidade vivida por aquele sujeito, na busca por garantias de direitos. 
 Também são realizados os atendimentos aos beneficiários do Benefício de Prestação 
Continuada (BPC). A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) é garantida sendo de um salário 
20 
 
mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com mais de 65 anos ou mais que possam 
comprovar que não possuem meios de se manter, nem de ter alguém da sua família que possa 
fazê-la. Para conseguir esse direito, é necessário que a renda per capta do grupo familiar seja 
menor que ¼ do salário mínimo vigente. Para esse público os atendimentos poderão ser 
realizados através de visitas domiciliares. Caso sejam feitas essas visitas, os beneficiários 
recebem orientações relacionadas a manutenção do benefício e, também, têm suas inclusões 
feitas no Cadastro Único e se necessário são atualizados os cadastros já existentes. 
 A verificação de denúncias em relação a possíveis irregularidades no recebimento de 
benefício é feita pelo assistente social dentro da instituição. Estas denúncias são solicitadas pela 
população, que poderá procurar o setor Cadastro Único e, até mesmo, através do telefone. Em 
algumas situações, podem ser relatadas as denúncias através dos atendimentos, que podem 
verificar, no momento da entrevista para efetuação do cadastro, por ocorrerem inconsistência de 
alguns dados. Nestes casos, terá que ser redigido um formulário de denúncia, informando a 
situação ocorrida. Após o encaminhamento para a técnica, que irá realizar as visitas domiciliares 
para fins de averiguar e verificar possíveis anormalidades. 
 Estes atendimentos não se restringem somente ao Benefício de Prestação Continuada, 
Programa Bolsa Família, existem outros usuários que buscam o Cadastro Único com a finalidade 
de solicitar a carteirinha do idoso para o uso no âmbito municipal e intermunicipal, entretanto essa 
demanda não é atendida pelo setor, então, os usuários são encaminhados para o setor Passe 
Livre, para adquirirem a carteirinha municipal, e no Sindicato dos Aposentados, para os usuários 
que pretendem solicitar a carteirinha para viagem intermunicipal. No setor Cadastro Único são 
efetuadas apenas as carteirinhas para viagem interestadual, por isso, muitos destes usuários 
acabam cometendo este equívoco buscando o setor para adquirir as carteirinhas que são 
realizadas em outros departamentos. 
 Através dos atendimentos podemos perceber o alto índice de analfabetismo, muitos dos 
usuários frequentaram a escola pouco tempo porque tiveram que começar a trabalhar para 
auxiliar a família com as despesas de casa. Também nos deparamos com alto índice de emprego 
informal onde os usuários por não ter outra opção acabam se submetendo ao trabalho sem direito, 
esses altos índices de trabalho informal estão diretamente ligados aos processos de 
industrialização e precarização do trabalho. Conforme Montibeller (2015, p.78) [...] “classe 
trabalhadora se sujeita a qualquer coisa para poder sobreviver, seja o trabalho informal, sem 
contrato, quaisquer funções, inúmeras tarefas, horários alternados, entre outras situações e 
condições”. Entendemos que diante da desigualdade vivenciada dentro de nossa sociedade, 
assim como as expressões da questão social vem aumentando e refletindo no aumento da 
demanda. 
21 
 
 São atendidos, dentro do setor também as pessoas em situação de rua. Os motivos 
que levam estas pessoas a viverem desta maneira são bem diversos podemos citar alguns como 
por exemplo: alcoolismo, desemprego, dependência química, rompimento com vínculos familiares 
e até mesmo endividamento. Estes usuários se dirigem até o setor em busca do Programa Bolsa 
Família e alguns casos do Benefício de Prestação Continuada. Também ocorre de alguns 
usuários buscarem o setor a fim de solicitar cestas básicas, no entanto, esta demanda é atendida 
pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) porém estes usuários são 
encaminhados para o CRAS mais próximo de sua residência. 
 Essa demanda tem aumentado ainda mais nesse período de pandemia em que 
estamos vivendo, onde a desigualdade social tem aumentado ainda mais, considerando o grande 
número de pessoas desempregadas dentro de nossa sociedade, o que tem levado muitas 
pessoas a situação de fome,motivo que faz com que as famílias recorrem aos serviços com o 
propósito de solicitar alimentos. Conforme Montibeller (2015, p.74) “ [...] o acirramento da questão 
social com o aumento da pobreza em diferentes versões e aumento da exclusão social de várias 
pessoas não somente em situação de pobreza e nas relações no mundo do trabalho”. 
Entendemos que, o aumento da população em situação de pobreza está diretamente ligado aos 
conflitos de classes, fazendo com que a desigualdade social aumente cada vez mais e as 
expressões da questão social se tornem cada vez mais evidente. Considerando o grande número 
de usuários que estão desempregados ou com emprego informal, percebemos o quanto essa 
situação está diretamente ligada ao capitalismo, onde uns tem muito e outros muito pouco, a 
acumulação vem refletindo diretamente na vida das pessoas que estão vindo ao Cadastro Único 
em busca dos Programas Sociais. 
 
 
1.2.5 Principais características da população atendida pela instituição 
 
A população que é atendida pelo Cadastro Único é bem variada, pois o setor abrange 
várias possibilidades para serem inseridos em algum dos Programas Sociais. As pessoas que são 
atendidas são bem diversificadas, são pessoas maiores de 16 anos, uma vez que com essa idade 
já pode ser responsável familiar no Cadastro Único, a maior parte são mulheres, buscando 
participar em especial do Programa Bolsa Família. Também são atendidos jovens que vem com a 
intensão de encaminhar o ID Jovem. Os idosos, procuram o setor Cadastro Único para realizar a 
Carteirinha do Idoso ou também para encaminhamento do Benefício de Prestação Continuada 
(BPC). Tem também as pessoas em situação de rua, que buscam o setor para realizar o cadastro 
para participar do Programa Bolsa Família. Ainda tem as pessoas com deficiência que recebem 
ou necessitam fazer o encaminhamento do (BPC). 
22 
 
Podemos identificar a população atendida, como aquelas famílias que possuem renda que 
está abaixo de custear suas necessidades básicas ou aquelas em que o rendimento é ainda 
menor, são de extrema pobreza. A maioria dessas famílias encontram-se desempregadas, 
portanto, em situação de vulnerabilidade social. 
 
 
1.2.6 Proposta de atuação ao usuário 
 
Os atendimentos ao usuário na instituição ocorrem através de agendamento, devido ao 
momento atual em que estamos em isolamento social devido a pandemia, no período anterior a 
pandemia os setor atendia de portas aberta, no momento, o usuário somente irá se dirigir até o 
setor mediante horário previamente marcado, o usuário deve agendar o atendimento ou os 
atendentes do setor entram em contato telefônico para fim das famílias que estão com os 
cadastros desatualizados se dirigirem até o setor para atualizar seus dados para que dessa forma 
não corram o risco de perder seus benefícios. Também ocorrem encaminhamentos do usuário 
através dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), o Centro de Referência 
Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro Especializado para a População em 
Situação de Rua (Centro POP), abrigos, postos de saúde, escolas e outras instituições, sempre 
quer houver necessidade de atendimento. 
Com o horário agendado o usuário chega até o setor e é atendido por um entrevistador 
social, que irá realizar a entrevista para colocar as informações em um caderno de cadastro, se for 
uma inclusão após será digitado e passado para o sistema do Cadastro Único, caso seja uma 
alteração poderá ser feita no sistema, em alguns casos a atualização também deverá ser feita no 
caderno para fim de ter a assinatura do usuário. O entrevistador é a pessoa responsável por 
receber o usuário, observar a documentação, efetuar a entrevista e também de informar sobre os 
programas sociais que existentes através do Cadastro Único e dar os devidos encaminhamentos 
necessários, também é necessário que o entrevistador explique para o usuário os pré requisitos 
de cada programa social, como também as condicionalidades, e também a necessidade de 
manater o cadastro atualizado em casos de mudanças em campos significativos como a renda, a 
composição familiar, mudança de endereço e mudança de escola. 
As famílias que estiverem devidamente cadastradas, de acordo com os critérios de cada 
programa podem participar ou receber o encaminhamento para diversos programas como por 
exemplo: 
 
 Programa Bolsa Família (PBF); 
 Benefício de Prestação Continuada (BPC); 
 Tarifa Social de Energia Elétrica; 
23 
 
 Tarifa Social da Água; 
 Carteirinha do Idoso para Viagens Interestaduais; 
 Identidade Jovem (ID Jovem); 
 Minha Casa Minha Vida; 
 Contribuição ao INSS com valor reduzido para dona de casa; 
 Isenção de IPTU; 
 Isenção de Taxa para Concurso Público. 
 
 
Os atendimentos realizados dentro do setor, além de ser através de entrevista, o usuário 
também é convidado para participar de grupos de oficina, esses grupos são destinados para 
famílias que são recentes beneficiários do PBF, para que sejam esclarecidas as 
condicionalidades, esses normalmente aconteciam mensalmente, nesse momento em função da 
pandemia do Covid-19 não estão sendo realizadas. Esses grupos e oficinas são realizados com o 
objetivo de apresentar o funcionamento do Cadastro Único para a população usuária. A finalidade 
desta proposta é que os beneficiários possam conhecer melhor a respeito dos programas sociais 
ligados ao Cadastro Único. Esses grupos possibilitam ao usuário tirar suas dúvidas e obter um 
melhor conhecimento dos programas sociais que tem direito e também estar sendo informado 
sobre as condicionalidades dos mesmos. 
Da mesma forma ocorrem atendimentos através de visitas domiciliares, onde são 
atendidas famílias que, por determinado motivo, não tem condições para se deslocarem até o 
setor. As visitas atendem, em grande parte, as pessoas que possuem limitações físicas, como por 
exemplo as pessoas com deficiência, idosos ou até mesmo pessoas com doenças graves. 
Também são feitas visitas quando ocorrer alguma situação de divergência nos cadastros das 
famílias, por exemplo, quando for observado algum erro na base de dados ou até informações que 
estiverem diferentes que seja necessário serem corrigidas. 
São realizados atendimentos itinerantes, quando uma pessoa ou parte da equipe se 
desloca, em dias previamente estabelecidos, em Unidades de Referência de Assistência Social 
(URAS) ou os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) dentro do município. O 
objetivo da realização dos atendimentos destes cadastros ocorre devido aos atendimentos dos 
usuários que residem dentro daquele bairro. São feitos atendimentos no Centro de Referência 
Especializado em Assistência Social para a População de Rua, (Centro Pop), onde são atendidas 
as pessoas que se encontram em situação de rua. 
 Ocorrem os encaminhamentos para os programas sociais e o CRAS, como por exemplo o 
Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e o Serviço de Convivência E 
Fortalecimento de Vínculos (SCFV). 
 
24 
 
1.2.7 Estrutura e funcionamento da organização 
 
 O setor Cadastro Único se encontra no terceiro andar do prédio da Secretaria de 
Desenvolvimento Social, onde tem na sua totalidade oito andares. Dentro do espaço do Cadastro 
Único é organizado da seguinte maneira: 
 
 1 sala de atendimento para os usuários que aguardam o cadastramento; recepção, 
5 guichês para atendimento; 
 1 sala para digitação; dos cadastros e também das outras demandas – suporte os 
entrevistadores; 
 1 sala de coordenação; 
 1 sala para assistente social e o administrativo; 
 1 sala de reuniões e capacitações; 
 1 sala para o atendimento com o assistente social; 
 1 sala para o armazenamento de arquivos e cadastros; 
 1 cozinha; 
 1 banheiro para o uso dos funcionários; 
 1 banheiro para o uso dos usuários. 
 
 EstruturaHierárquica 
 
Identificação do Profissional Cargo 
 Amanda Coordenadora 
 Alessandra Assistente Social 
 Marcela Assistente Administrativo 
Amanda Estagiária Administração 
Ana Laura Estagiária de Serviço Social 
Ana Paula Estagiária de Serviço Social 
Carla Estagiária de Serviço Social 
Carol Estagiária de Serviço Social 
Ivone Estagiária de Administração 
Franciele Estagiária de Administração 
Kelly Estagiária de Administração 
Stéfanie Estagiária de Administração 
Priscila Estagiária de Serviço Social 
Regina Profissional da limpeza 
 
25 
 
 
 A instituição exerce suas atividades de segunda à sexta-feira, no horário das 8 horas da 
manhã até às 17 horas da tarde. O atendimento ao público ocorre no horário das 9 horas da 
manhã às 15 horas da tarde, por meio de agendamento, no qual o usuário pode ligar para o setor 
e agendar caso seja necessário, como nesse momento estamos em isolamento social pelo motivo 
do Covid-19 o atendente fará um filtro para saber se há necessidade do usuário se dirigir até o 
setor, também são feitos contato telefônico para os usuários que estão com o cadastro 
desatualizado. Os usuários que estiverem com o horário agendado, devem ir até a portaria do 
edifício e informar seu nome e horário, para o atendente que irá confirmar e assim orientá-lo para 
que se direcione até o terceiro andar, no setor Cadastro Único para assim ser atendido pelo 
entrevistador. 
 A instituição possui outras demandas dentro do setor, além dos atendimentos ao 
usuário, são feitas as digitações dos cadastros, conferência dos dados digitados, são lançados 
dados das informações cadastrais para a COMUSA (Serviços de água e Esgoto de Novo 
Hamburgo), que fará as verificações para que o usuário que estiver dentro dos critérios possa 
participar da Tarifa Social da Água, também são feitos atendimentos aos usuários que estiverem 
com descumprimento de condicionalidades de benefício, nesse momento não estão sendo feitos 
atendimentos em função do isolamento social. Também ocorrem as capacitações de estagiários, 
reuniões de equipe e organização do arquivo, onde se encontram armazenados os cadastros 
físicos dos usuários (cadernos de cadastramento). 
 
 
1.3 O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO 
 
 Com a Constituição Federal de 1988, tivemos uma nova concepção para a 
Assistência Social no Brasil, sendo incluída através da Seguridade Social sem contribuição e 
também regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Sabendo que a 
assistência social é um direito de todo cidadão e um dever do Estado, e tem um caráter de 
universalidade, a organização da assistência social no Brasil, está direcionada a todos os 
cidadãos através de benefícios, programas, serviços e projetos socioassistenciais. 
 O Cadastro Único tem como objetivo promover a utilização de dados para realizar o 
planejamento e a gestão de políticas públicas e programas sociais que são voltadas para a 
população de baixa renda realizadas pelo governo de cada localidade. O Serviço Social dentro da 
instituição exerce diversas funções, entre as demandas atendidas estão os atendimentos do 
Sistema de Condicionalidades (SICON) respeito dos descumprimentos das condicionalidades do 
PBF, oficinas duas vezes ao mês para novos beneficiários ou famílias em situação de 
descumprimento (no momento não acontecem pelo motivo do isolamento social Covid-19), 
ocorrem também as Visitas Domiciliares (VD), quando usuário não tem condições de vir até o 
26 
 
setor ou até mesmo por motivo de denúncias, quando necessárias são feitos encaminhamentos 
para redes, também ocorrem as participações de reuniões. 
 Além disso acontecem as participações de Reuniões de Rede e as reuniões 
Plenárias do Conselho Municipal de Assistência Social (COMAS), são realizadas também pelo 
Assistente Social as supervisões de estágio do Serviço Social a cada 15 dias ou até mesmo se 
necessária reunião individual. O profissional de Serviço Social identifica as necessidades das 
demandas da população e faz os devidos encaminhamentos para, através das redes 
socioassistenciais e intersetorial (CRAS/ CRES), com o objetivo de solucionar problemas 
relacionados a saúde e educação. 
 
 
1.3.1 Identificação do Supervisor de Campo 
 
Nome da Supervisora: Alessandra da Silva Haubert 
CPF: 013418970-10 RG: REGISTRO CRESS: 11021 
Cargo: Assistênte Social Função: Assistênte Social 
Carga horária semanal: 40horas 
Tempo de atuação: 6 anos e 6 meses 
E-mail: alessandrahaubert@yahoo.com.br Fone: ( 51 )996349630 
 
 
 
1.3.2 Origem do Serviço Social na Instituição 
 
Primeiramente, a Instituição não podia contar com o trabalho de um assistente social, 
apesar das demandas, os trabalhos eram exercidos por trabalhadores de outras áreas de 
atuação. Mesmo que o serviço social sempre estivesse presente dentro da instituição, entretanto 
uma vez que os serviços realizados pelo setor são diretamente ligados à política de assistência 
social, o primeiro profissional técnico iniciou somente no ano de 2011, antes desse período não 
existia assistentes sociais no setor. As atividades que estavam relacionadas ao serviço social 
(como encaminhamentos e atendimentos aos usuários) eram executadas por outros profissionais. 
No começo a técnica que iniciou a atuação foi por meio de contrato e trabalhava com a sua 
carga horária reduzida, sua atuação era apenas para a realização de visitas para fins de 
verificação de denúncias, essa demanda foi instituída pela instituição. No ano de 2012 houve a 
entrada de uma nova técnica, que foi a pessoa responsável por efetuar as mudanças na 
instituição, a partir desse momento que o serviço social inicia a conquista do seu espaço e 
começa a ter um plano de atuação. 
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Com esta mudança, o setor tendo uma técnica de serviço social, adquiriu uma sala para os 
atendimentos individualizados e também passou a ser organizado com os prontuários de 
atendimentos sociais, este sistema não existia anteriormente. Então, começaram a ser realizados 
os atendimentos sociais e os acolhimentos na instituição. A técnica além de realizar os 
atendimentos, também fazia os encaminhamentos dos usuários que residiam no território, para 
que esses mesmos fossem acompanhados pelo CRAS. O assistente social era responsável 
também por realizar as capacitações dos atendentes do setor, auxiliando com os mesmos 
orientando a respeito da política pública de assistência social e como ocorre o funcionamento. 
Em 2013, o setor teve a entrada de sua primeira estagiária de serviço social. Através do 
trabalho da técnica e a estagiária, foi feito um levantamento de averiguações cadastrais dos 
usuários que eram beneficiários do Programa Bolsa Família. Nessa época, conforme a técnica, 
foram executadas em média 400 visitas domiciliares, que ocasionaram um bloqueio de 30% dos 
benefícios do PBF, pois foram constatadas que os mesmos estavam sendo pagos para famílias 
que não estavam dentro dos critérios do programa. Também nesse período foi iniciado o projeto 
de divulgação do trabalho executado pelo Cadastro Único em Organizações Não Governamentais 
(ONGS), CRAS e no Centro Pop. Tinha como finalidade essa ação apresentar o setor e o seu 
objetivo para os trabalhadores desses locais. Ainda atualmente ocorrem muitas dessas demandas 
dentro do setor, porém com certas modificações. 
 
 
1.3.3 O Assistente Social 
 
O assistente social que atua no setor Cadastro Único é um profissional concursado, 
funcionário público vinculado à prefeitura municipal de Novo Hamburgo. Para que esse 
profissional entre no setor, terá que ser mediante concurso público. O Cadastro Único conta com 
uma técnica atualmente,a qual é a pessoas responsável por realizar diversas atividades no setor. 
Algumas das atribuições que cabem a técnica são as seguintes: 
 
 Prestar atendimento às famílias em situação de suspensão de Bolsa Família; 
 Capacitação de equipe; 
 Entrevistas; 
 Atendimentos; 
 Encaminhamentos; 
 Realização de relatórios sobre as famílias em atendimento social; 
 Realização de grupos e oficinas com os usuários; 
 Participação nas reuniões do Conselho Municipal de Assistência Social (COMAS); 
 Participação de reuniões de rede; 
 Realização de visitas domiciliares. 
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 1.3.4 O instrumental técnico-operativo 
 
 A aplicabilidade dos instrumentos e técnicas da ação profissional do assistente social 
dentro do setor Cadastro Único, são variadas conforme as necessidades das demandas, levando 
em consideração os diferentes contextos e realidades sociais apresentadas. Conforme Faleiros 
(2011, p.41): 
 
[...] O foco da intervenção social se constrói nesse processo de articulação do 
poder dos usuários e sujeitos da ação profissional no enfrentamento das questões 
relacionais complexas do dia, pois envolvem a construção de estratégias para 
dispor de recursos, poder, agilidade, acesso, organização, informação, 
comunicação. É nessas contradições que se vai construir sua identidade 
profissional e o objeto de sua intervenção profissional, nas condições históricas 
dadas, com os sujeitos da ação profissional. 
 
 É importante relatar que o processo de intervenção profissional, será construído a 
partir das finalidades estabelecidas no planejamento das ações realizadas pelo assistente social, 
a partir de um processo de reflexão teórica, ética e política e um método de investigação que irão 
definir os instrumentos e técnicas de intervenção. 
 A Visita Domiciliar é um dos instrumentos técnico- operativo utilizados pelo profissional, 
é a ida do assistente social até a residência do usuário, com um objetivo predeterminado, a fim de 
alcançar um objetivo traçado, que normalmente é para conhecer melhor a realidade daquela 
família. Conforme Amaro (2018, p. 12), “ A visita como técnica se organiza mediante o diálogo 
entre o visitador e o visitado. No geral organizado em torno de relatos do indivíduo ou grupo 
visitado. ” Desta maneira podemos entender o quanto a Visita Domiciliar se torna importante para 
que o profissional consiga buscar a realidade em que aquele usuário vive, sendo fundamental em 
muitos casos, possibilitando uma melhor compreensão e que sejam feitos possíveis 
encaminhamentos dos usuários para programas sociais ou acompanhamento familiar através do 
CRAS. 
 A técnica de Serviço Social, presta atendimentos às famílias dentro do setor de 
forma individual quando necessária. Em meio aos atendimentos o profissional utiliza a técnica de 
observação, onde a técnica vai ouvir os relatos com muita atenção, sem julgamentos ou 
discriminação. Conforme Ruaro (2013, p. 61): 
 
[...] a observação não pode ser precedida de forma empírica ou parcial. Deve ser 
objetiva e isenta de prejulgamentos ou opiniões já formadas. O que parece em 
primeiro plano simples torna-se complexo à medida que queremos dar um 
contexto científico à observação. Exige-se para tanto um bom conhecimento da 
técnica, bem como controle emocional e discernimento para não interferir nem se 
deixar levar por aparências (o que parece ser, mas nem sempre é). 
 
 Concluindo, a técnica deve ter clareza e segurança para aplicação do instrumento 
técnico da observação, sabendo que ouvir significa direcionar atenção para a pessoas que está 
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falando, tendo a mente aberta e interessada ao que está ouvindo, para que possa compreender o 
que está sendo dito. 
 Também poderá ser realizado pelo assistente social, relatório, dinâmicas de grupos 
e vivências, oficinas, encaminhamentos, reuniões e assembleias. Entretanto entendemos que o 
profissional trabalha com situações bem variadas, onde se faz necessário que o assistente social 
tenha um conhecimento teórico sobre as relações sociais fundamentais de uma determinada 
sociedade. Segundo Zanluca (2013, p. 163) “ A aplicabilidade dos instrumentos e técnicas da 
ação profissional na prática cotidiana do assistente social responde às necessidades deste 
profissional levando em consideração os diferentes contextos e realidade social”. A partir dessa 
reflexão será possível entender que o profissional deverá discutir a instrumentalidade, que poderá 
utilizar no determinado momento para aquela família ou indivíduo. 
 As demandas no qual o Serviço Social atende são diversas, portanto elas são 
emergidas pelo sistema capitalista, onde ocorre a divisão de classes que se fortalece e diferencia 
cada vez mais. Desta maneira o profissional tem inúmeras dimensões para atender as 
necessidades da população, para o acesso e defesa dos direitos sociais, civis e políticos, para a 
melhoria de vida da comunidade. 
 
 
 
2 CONCLUSÕES 
 
A história do Serviço Social no Brasil, teve seu início marcado pela forma assistencialista, 
alinhado a Igreja Católica, sendo subordinada às obrigações do Estado. A partir das décadas de 
70 e 80, começa a refletir sobre as práticas do Serviço Social sendo efetuado a ruptura do 
conservadorismo. Com a atuação Ético-Político, Teórico-Metodológico e Técnico-Operativo, tendo 
desta forma uma visão crítica na atuação do Assistente Social. Com a precarização do trabalho e 
a mercantilização do Ensino Superior no Brasil, tem sido colocado inúmeros desafios para uma 
formação de qualidade. 
Podemos perceber que devemos estar sempre buscando mais conhecimentos, pois, 
trabalhamos em prol da defesa dos direitos humanos e como trabalhamos em uma sociedade 
capitalista e um mundo globalizado onde as coisas mudam todos os dias se faz necessário 
estramos sempre atualizados as mudanças. O profissional de serviço social, deve objetivar as 
necessidades que são geradas em decorrência da desigualdade social, utilizando instrumentos e 
técnicas de intervenção, para que assim, consiga atender a demanda dentro da instituição no qual 
se encontra inserido. Segundo Iamamoto (2015, p.160): 
 
É na tensão entre re-produção da desigualdade e produção da rebeldia e da 
resistência que atuam os assistentes sociais, situados em um terreno movido por 
interesses sociais distintos e antagônicos, os quais não são possíveis de eliminar, 
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ou deles fugir, porque tecem a vida em sociedade. Os assistentes sociais 
trabalham com as múltiplas dimensões da questão social tal como se expressam 
na vida dos indivíduos sociais, a partir das políticas sociais e das formas de 
organização da sociedade civil na luta por direitos. 
 
 Entendemos que é necessário, pela via do conhecimento, que os assistentes sociais 
possam estar desenvolvendo estratégias capazes de fazer do imediato o seu instrumento de 
construção do projeto ético-político profissional, se comprometendo com a transformação da 
sociedade. Em qualquer área institucional, se torna importante o profissional ter uma prática 
consciente e refletida, não se deixando levar somente pelas situações apresentadas pelo 
cotidiano, que, muitas vezes, representa uma porta aberta para a alienação e que só será 
superada através de uma prática compromissada e também crítico-reflexiva. 
 
2.1 DO ESTUDO DA INSTITUIÇÃO 
 
O Cadastro Único para Programas Sociais é um instrumento que identifica e caracteriza 
economicamente as famílias brasileiras de baixa renda, através das informações identificadas os 
governos federais, estaduais e municipais podem obter diagnóstico socioeconômico das famílias 
que estão cadastradas, desta maneira, possibilitam a análise das suas principais necessidades. 
Através do cadastramento das famílias, o Cadastro Único permite que sejam identificados o grau 
de vulnerabilidade. Serão consideradas questões comoa renda, as condições de moradia, 
condições de trabalho, a saúde e a educação. 
A maior parte dos usuários que procuram o setor são beneficiários do Programa Bolsa 
Família, que é um programa social de grande importância para a transferência de renda, seu 
objetivo é beneficiar as famílias de baixa renda e que estejam em situação mais vulnerável. 
Também podemos falar da quantidade expressiva de pessoas que recebem o Benefício de 
Prestação Continuada BPC, ou até mesmo vem até o setor para fazer a inclusão do usuário para 
o encaminhamento do benefício. Entendemos que o Cadastro Único vai além de uma base de 
dados da população de baixa renda, podemos dizer que, acima disso, ele possibilita uma 
visualização da população mais vulnerável, dentro de cada território, fazendo um levantamento 
das principais necessidades daquela população, possibilitando a integração de ações de 
diferentes áreas, em todos os estados e municípios dentro do nosso país, para que possa ser 
efetuado uma maior inclusão. 
 Sabendo que a partir da Constituição Federal de 1988, a Assistência social foi requerida à 
condição de política pública, através deste entendimento, as diferentes ações da população 
deixam o espaço do voluntarismo e passam a agir segundo a estrutura política pública. Segundo 
Schreiner (2017, p.78) 
 
Por intermédio dos artigos 203 e 204 da Constituição foi regulamentada a Lei n° 
8.742, de 7 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). 
Esta lei estabelece princípios, diretrizes da política de Assistência Social, também 
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institui a organização e gestão da política, bem como, seus benefícios, serviços, 
programas e projetos e seus respectivos financiamentos. 
 
 
 Sabendo que a Assistência Social como política de proteção social disponibiliza uma 
nova situação política em nosso país. O que significa que a garantia é para todos que dela 
precisarem, sem a necessidade de ter contribuído para a proteção. A LOAS traz um novo método 
para a política de assistência social, sendo incluída no sistema de bem-estar social brasileiro 
inserido como campo de Seguridade Social, formando o tripé da Seguridade Social, priorizando a 
prevenção e também a redução de muitas situações de risco ou de vulnerabilidade sociais da 
população brasileira, alcançando uma tríplice aliança entre a saúde, previdência e assistência 
social atuando junto a efetivação dos direitos sociais. 
 Analisando a atuação do setor Cadastro Único, ligada diretamente a Política de 
Assistência Social, algo que considero muito importante são os contatos telefônicos, para que o 
usuário atualize seu cadastro evitando o descumprimento de condicionalidade do benefício. Outro 
ponto bem importante são as Buscas Ativas, sendo que estas são feitas pelo assistente social 
quando não há possibilidade de contato com o usuário via telefone. Também considero importante 
ressaltar sobre os atendimentos feitos com agendamentos, por conta do momento atual de 
pandemia pelo Covi-19, o usuário chega no horário combinado e é atendido por um entrevistador, 
todos com os devidos cuidados, com uso de máscara, álcool gel, desinfecção do ambiente usado, 
distanciamento e ainda o local é bem arejado, não ocorre aglomeração de pessoas dentro do 
setor de atendimento. 
 Neste período de observação, conhecendo o espaço da instituição é possível 
perceber o papel do instituinte que precisa estar em constante transformação, visando uma maior 
realização entre os membros. Segundo Baremblitt (2002, p. 24); 
 
 
Então, é importante saber que a vida social – entendida como o processo em 
permanente transformação que deve tender ao aperfeiçoamento e visar a maior 
felicidade, maior realização, maior saúde e maior criatividade de todos os 
membros – só é possível quando ela é regulada por instituições e quando nessas 
instituições e organizações a relação e a dialética existentes entre o instituinte e o 
instituído, entre o organizante e o organizado (processo de institucionalização) se 
mantêm permanentemente permeáveis, fluidas, elásticas. 
 
 Desta forma conseguimos entender, que nos dias atuais se faz necessário ter um 
olhar dentro da atualidade, tendo um perfil moderno e criativo. O instituinte é o personagem mais 
importante dentro da instituição, porque é através dele que serão feitas as mudanças, buscando 
executar as atividades, para que se tenha melhor aproveitamento e também consequentemente 
melhores resultados. Sabendo que a atuação do coordenador dentro do setor deverá ser de 
transformação, para que, dessa forma o líder da equipe possa alcançar seus objetivos com êxito, 
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o coordenador da equipe deverá ter sabedoria para enfrentar as dificuldades e problemas 
encontrados diariamente, tendo que possuir uma personalidade forte e dinâmica, fazendo com 
que as atividades que devem ser realizadas diariamente, sejam executadas com o máximo de 
qualidade. 
 No ambiente da instituição, percebe-se um aumento na contratação de estagiários 
de Serviço Social, o que gera um melhor entendimento das demandas dentro do setor Cadastro 
Único. Observa-se principalmente na hora da entrevista que o entrevistador tem uma melhor 
compreensão da situação de cada família, conseguindo passar todas as informações necessárias 
para o usuário. No momento a demanda tem sido muito grande, pois, estamos com o quadro 
reduzido de funcionários, dessa forma os profissionais acabam tendo que dar conta de toda a 
demanda, o que acaba sobrecarregando os mesmos, resultando alguns erros cometidos, o que 
pode acabar refletindo nos usuários, que podem ser afetados pela demora na avaliação ou até 
mesmo a suspensão do benefício. 
 Nesta primeira etapa de estágio, onde o objetivo é a observação da instituição, 
considero uma grande experiência adquirida, pois, foi possível entender melhor o funcionamento 
das políticas públicas, e sua grande importância dentro do nosso país. Também foi possível ter 
um melhor entendimento no que se refere aos Programas Sociais do Governo Federal. É possível 
entender, através dos usuários que procuram o setor Cadastro Único, as mais variadas 
expressões da questão social, a grande maioria está diretamente relacionada a falta de trabalho, o 
que nos mostra o quanto o trabalho está precário. 
 Nesse sentido, Montibeller (2015, p. 78) enfatiza: 
 
O mundo do trabalho se alterou de tal forma que não compactua com o número de 
pessoas que deveriam estar no mercado de trabalho, a população mundial 
aumentou, porém, o emprego diminuiu em todas as áreas. O trabalho polissêmico 
e multifacetado caracteriza a nova conformação da classe trabalhadora que se 
sujeita a qualquer coisa para poder sobreviver, seja o trabalho informal, sem 
contrato, quaisquer funções, inúmeras tarefas, horários alternados, entre outras 
situações e condições. 
 
 Nesse contexto, podemos refletir que a vulnerabilidade social aumentou 
substancialmente, nessa perspectiva identificamos o acirramento da questão social com o 
aumento da pobreza em diferentes situações e aumentando a exclusão social de muitas pessoas 
não apenas em situação de pobreza, mas também nas relações no mundo do trabalho. Todo esse 
cenário nos faz refletir que ainda vivemos em um período neoliberal, onde os princípios são a 
desregulamentação do trabalho, onde o trabalhador fica desprotegido, em relação aos direitos 
sociais e as condições de trabalho, pois, as empresas optam por reduzir os custos, na busca pelo 
lucro empresarial. 
 
 
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O trabalhador vendeu sua força de trabalho pelo equivalente dos meios de vida, 
consumidos na sua conservação, e forneceu o trabalho, esta atividade 
conservadora e criadora de valor, que se incorpora ao capital como atividade que 
lhe pertence. O produtor direto sai do processo como entrou, como mera força de 
trabalho, tendo que reiniciá-lo para manter viva sua capacidade

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