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Cuidados Paliativos – Aspectos éticos Cláudia Arminda Corrêa Residência em Geriatria Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCM – SP) Titulada em Geriatria pela SBGG Médica Geriatra do HC- UFMTM/ EBSERH Medica Geriatra HUB – UNB EBSERH PALLIUM MANTO: utilizado para aquecer e proteger das intempéries Questão Semântica “Cuidado Paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes (adultos e crianças) e famílias que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Previne e alivia o sofrimento, através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais ”. Conceito (WHO, 2017) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=grTPh6CIIa7NFM&tbnid=pPxmTL0cKHhW1M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.layoutsparks.com/pictures/butterfly-2&ei=om9BUv6oDYvhigLO84GgCA&bvm=bv.52434380,d.cGE&psig=AFQjCNH36evIPMKE_yD1EtXiTV6o6pj0VA&ust=1380105478045946 Características de evolução conforme a doença Adaptado de Lynn J, Adamson DM. Living Well at the End of Life. Adapting Health Care to Serious Chronic Illness in Old Age. Rand Health, 2003. 1967: St Christopher Hospice Tradição de compaixão dos hospices medievais + Conhecimentos da medicina moderna Cicely Sauders http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=WnUaAu1YXBvwNM&tbnid=QUqCC-ZknP-42M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.spckpublishing.co.uk/shop/cicely-saunders/&ei=fQJBUo7yDIjO9QTP1YGgCg&psig=AFQjCNGSjQvuFP1ljLI-zgpvrnLtmq_n1g&ust=1380078442748374 Hipocrates “Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém” Bioética Prudencia Não maleficência Justiça beneficência autonomia Tom l. Beauchamp y James F. Childress Princípios Reafirmam a vida e consideram a morte um processo natural Não buscam acelerar ou retardar a morte Aliviam a dor e outros sintomas angustiantes Integram aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado Oferecem um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver ativamente tanto quanto possível até a morte Oferecem um sistema de apoio para ajudar a família durante a doença e luto Abordagem multiprofissional WHO, 2002 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=grTPh6CIIa7NFM&tbnid=pPxmTL0cKHhW1M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.layoutsparks.com/pictures/butterfly-2&ei=om9BUv6oDYvhigLO84GgCA&bvm=bv.52434380,d.cGE&psig=AFQjCNH36evIPMKE_yD1EtXiTV6o6pj0VA&ust=1380105478045946 Identificando o Paciente sobre o risco de morrer Cuidados Paliativos – perfil do paciente Doença crônica evolutiva ameaçadora da vida. Expectativa de vida supostamente reduzida a meses – menor que 12 meses- resposta negativa a questão suspresa “Question surprise” Doença que não responde ao tratamento Ou doença que não é compatível com o tratamento curativo. Doença fora de possibilidade de cura evoluindo para a morte Cuidados paliativos integrados ao cuidado curativo Fase 1: Morte pouco provável, - maior possibilidade de recuperação do que para o desfecho morte ou para irreversibilidade. Os CP serão prestados para aliviar o desconforto da doença. Fase 2: Morte prevista para dias, semanas ou meses – falta resposta ou resposta insuficiente aos recursos utilizados, com crescente tendência ao desfecho morte/irreversibilidade. Prioridade melhor qualidade de vida possível, cuidados modificadores da doença podem ser oferecidos, se julgados proporcionais. Cuidados paliativos integrados ao cuidado curativo Fase 3: Morte prevista para horas ou dias Identificação da irreversibilidade da doença e da morte iminente O cuidado paliativo passa a ser exclusivo . As medidas buscam qualidade de vida possível e o conforto do paciente e de seus familiares. Fase 4: Luto – os cuidados são oferecidos aos familiares do paciente que faleceu. Morte = Fracasso do conhecimento e da técnica médica “Não, não, a morte não é algo que nos espera no fim. É a companheira silenciosa que fala com voz branda, sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a verdade e nos convidando à sabedoria de viver”. Rubem Alves – O médico O CFM Resolução CFM Nº 2156 DE 28/10/2016Art. 10. Os critérios para alta das unidades de tratamento intensivo (UTI) são: a) Paciente que tenha seu quadro clínico controlado e estabilizado; b) Paciente para o qual tenha se esgotado todo o arsenal terapêutico curativo/restaurativo e que possa permanecer no ambiente hospitalar fora da UTI de maneira digna e, se possível, junto com sua família. O CFM Art. 6º A priorização de admissão na unidade de tratamento intensivo (UTI) deve respeitar os seguintes critérios 5º Prioridade 5: Pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de recuperação. Em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doadores de órgãos). No entanto, seu ingresso pode ser justificado em caráter excepcional, considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista. Obstinação e Futilidade Terapêutica * Obstinação e Futilidade Terapêutica (Suporte Artificial de Vida) Rachel Duarte Moritz e col. Terminalidade e cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva. Rev. brasileira terap. intensiva, vol. 20, nº 4, São Paulo, Oct./Dec. 2008. Portadores de doença crônica, evolutiva e progressiva, com prognóstico de vida supostamente encurtado a meses ou ano. Em doenças de progressão lenta considera-se o período de alta dependência para as atividades de vida diária, com possibilidade de um prognóstico superior a um ano de vida. Perfil Funcional ≤ 40% ou menos na escala de Karnofsky ou PPS (Palliative Performance Scale). Paciente elegível para Cuidados Paliativos Exclusivos Lunney JR, Lynn J, Foley DS, Lipson S, Guralnik JM. Patterns of functional decline at the end-of-life. JAMA 2003;289:2387-92. Comunicação “Receber boas informações (honestas, claras, compassivas) é um desejo universal dos pacientes em estado avançado da doença.” (PAES, 2009). Plano de cuidados individualizados O bom cuidado significa mais que suspender certas medidas de tratamento. Inclui desenvolvimento de planos de cuidados individualizados que contemplem os objetivos do doente e os limites impostos pela doença. A Lei Brasileira RESOLUÇÃO nº 1.805/2006 - Código de Ética Médica reconhece a ortotanásia como lícita (Publicada no D.O.U., 28 novembro 2006, Seção I, pg. 169) RESOLUÇÃO nº 1.995/2012 - Diretivas Antecipadas de Vontade (Testamento Vital) (Publicada no D.O.U., 31 agosto 2012, Seção I, pg. 269-70) Registro em cartório? Capacidade do outorgante? Prazo de validade? Criação de Registro Nacional de Testamento Vital? http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=ZQpNGacwJA2qLM&tbnid=nVtfB4L0JH9l1M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.abp.org.br/portal/archive/13871&ei=pIJBUpfPLIfu8ATag4DoBg&bvm=bv.52434380,d.cGE&psig=AFQjCNEOllIlPw7CGSSvbtTWScQAE-SHBQ&ust=1380111369488522 Cuidados Paliativos Sinais de terminalidade: Profundamente fadigado Essencialmente acamado Sonolência a maior parte do tempo Desorientado, lentificado, atenção limitada Desinteresse crescente por alimentos/fluidos Dificuldade de deglutir medicamentos (* DA) Maior propensão a crises de necessidades (dor súbita,sangramento, crise de dispnéia) R. Twycross, 1998 Síndrome da morte iminente – Processo ativo de morte Reconhecimento da morte iminente Mudança sensório Presença recente de confusão mental, fadiga intensa, recusa alimentar, não aceitação da dieta oral Flutuação dos sinais vitais Respiração ruidosa Simone A. Hendriks et al. Dying With Dementia: Symptoms, Treatment and Quality of Life in the Last Week of Life. Journal of Pain and Symptom Management 2013. Enfermidade incurável e terminal Diante da impossibilidade de evitar o resultado morte “ A renuncia a meios extraordinários ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à eutanásia; exprime, antes, a aceitação da condição humana da morte” (João Paulo II – Evangelho Vitae)
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