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O PACIENTE CRÍTICO E A UTI Prof. Msc ANA PAULA FIGUEIREDO DE MONTALVÃO FRANÇA Mestrado em Gestäo e Serviços de Saúde Especialista em Unidade de Terapia Intensiva CONCEITO é aquele que se encontra em risco iminente de perder a vida ou função de órgão/sistema do corpo humano, bem como aquele em frágil condição clínica decorrente de trauma ou outras condições relacionadas a processos que requeiram cuidado imediato clínico, cirúrgico, ginecológico/obstétrico ou em saúde mental. Ministério da Saúde,2011 A UTI A Unidade de Terapia Intensiva é o setor hospitalar onde ficam internados os pacientes com alto índice de gravidade e que necessitam de vigilância intensiva e monitoração das funções vitais por 24 horas ao dia. a assistência ao paciente grave é realizada criteriosamente por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais especialistas na área. ESTRUTURA FÍSICA DE UMA UTI ❖ RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. ✓ A infraestrutura deve contribuir para manutenção da privacidade do paciente ,sem ,contudo, interferir na sua monitorização; ✓ As unidades de terapia intensiva adulto, pediátrica e neonatal, devem ocupar salas distintas e exclusivas ✓ Os ambientes de apoio podem ser compartilhados ,caso essas unidades sejam continuas; ✓ Deve ter 1 posto de enfermagem para cada conjunto de quartos /leitos e este deve estar localizado de forma a visualizar sob observação direta visual ou eletrônica. ✓ Deve existir um leito de isolamento para cada 10 leitos de UTI ✓ Os leitos devem ter espaço de 2 metros entre eles, com espaço o suficiente para manobrar macas ✓ Sala de preparo de material/equipamentos com 6,0metros ✓ Sala de entrevista com 6,0m ESTRUTURA FÍSICA DE UMA UTI ❖ RDC 50 de 21 de fevereiro de 2002 AMBIENTE DE APOIO ✓ UTI (UNIDADE DE ACESSO RESTRITO) ✓ SALA DE UTILIDADES ✓ QUARTO DE PLANTÃO ✓ ROUPARIA ✓ DEPOSITO DE EQUIPAMEENTOS E DE MATEERIAS ✓ BANHEIRO PARA QUARTO DE PLANTÃO ✓ SANITÁRIOS PARA VESTIÁRIO FEM E MASC ✓ SANITARIO PARA PACIENTES ✓ SALA DE ESPERA PARA ACOMPANHANTES E VISITANTES ✓ SALA ADMINISTRATIVA ✓ DEPÓSITO DE MATERIAL DE LIMPEZA ✓ COPA ✓ ÁREA DE ESTAR PARA EQUIPE DE SAÚDE ✓ OS BOXES DEVEM POSSUIR DISPOSITIVOS QUE PERMITAM A PRIVACIDADE DOS PACIENTES , QUANDO NESCESSÁRIO. ✓ NA UTI PEDIÁTRICA PODEM SER COLOCADOS POLTRONAS, DESDE QUE NÃO IMPLIQUE NO AUMENTO DE ÁREA PREVISTA PARA CADA LEITO RECURSOS HUMANOS ❖ RDC 7 DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010 Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. TÉCNICO DE ENFERMAGEM NO MÍNIMO 1/2LEITOS ENFERMEIRO ASSISTENCIAL 1/08 LEITOS NUTRICIONISTA, FARMACEUTICO,PSICÓLOGO, FONOAUDIÓLOGO, ODONTÓLOGO, ASSISTÊNTE SOCIAL, TERAPEUTA OCUPACIONAL,ESPECIALIDADES MÉDICAS DIVERSAS, SERVIÇOS DE ULTRASSONOGRAFIA, RAIO X,ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA E BAIXA ETC... FISIOTERAPEUTA. 1/10 LEITOS. MÉDICO INTENSIVISTA DIARISTA. 1/10LEITOS MÉDICOS PLANTONISTAS. 1/10 LEITOS AGENTE ADMINISTRATIVO . 1 POR UNIDADE Devem ser garantidos por meio próprio ou terceirizado, os serviços a baixo à beira leito EQUIPE DE LIMPEZA EXCLUSIVA. ❖ RESOLUÇÃO - RDC Nº 26, DE 11 DE MAIO DE 2012 Altera a Resolução RDC nº. 07, de 24 de fevereiro de 2010, que dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. ✓ Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno; ✓ Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno; ❖RDC 137 DE 8 DE FEVEREIRO DE 2017 Altera a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 7, de 24 de fevereiro de 2010. ✓A partir da redação dada pela RDC 137/2017 ao Artigo 13º da RDC 7/2010, a responsabilidade por definir a especialização dos responsáveis técnicos e coordenadores de equipes nas UTIs fica, claramente, atribuída aos conselhos de classes e associações profissionais, que são as instituições formalmente reconhecidas para este fim. PROCESSOS DE TRABALHO ➢ Todo paciente internado em UTI deve receber assistência integral e interdisciplinar. ➢ As assistências farmacêutica, psicológica, fonoaudiológica, social, odontológica, nutricional, de terapia nutricional enteral e parenteral e de terapia ocupacional devem estar integradas às demais atividades assistenciais prestadas ao paciente, sendo discutidas conjuntamente pela equipe multiprofissional ➢ A assistência prestada por estes profissionais deve ser registrada, assinada e datada no prontuário do paciente, de forma legível e contendo o número de registro no respectivo conselho de classe profissional. ❖ DEVEM SER ASSEGURADOS, POR TODOS OS PROFISSIONAIS QUE ATUAM NA UTI: ✓ preservação da identidade e da privacidade do paciente, assegurando um ambiente de respeito e dignidade ✓ fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde ✓ ações de humanização da atenção à saúde; ✓ incentivo à participação da família na atenção ao paciente, quando pertinente. ✓ O paciente consciente deve ser informado quanto aos procedimentos a que será submetido e sobre os cuidados requeridos para execução dos mesmos. ✓ O responsável legal pelo paciente deve ser informado sobre as condutas clínicas e procedimentos a que o mesmo será submetido. ❖ TRANSPORTE DE PACIENTES DE UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ✓ Todo paciente grave deve ser transportado com o acompanhamento contínuo, no mínimo, de um médico e de um enfermeiro, ambos com habilidade comprovada para o atendimento de urgência e emergência. ✓ Em caso de transporte intra-hospitalar para realização de algum procedimento diagnóstico ou terapêutico, os dados do prontuário devem estar disponíveis para consulta dos profissionais do setor de destino. ✓ Em caso de transferência inter-hospitalar por alta da UTI, o paciente deverá ser acompanhado de um relatório de transferência, o qual será entregue no local de destino do paciente; ❖ GERENCIAMENTO DE RISCOS ✓ DEVE SER REALIZADO GERENCIAMENTO DOS RICOS INERENTES ÀS ATIVIDADES REALIZADAS NA UNIDADE, BEM COMO OS PRODUTOS DEVEM SER SUBMETIDOS A CONTROLE E FISCALIZAÇÃO ✓ O ESTABELECIMENTO DEVE BUSCAR A REDUÇÃO DA OCORRÊNCIA DE EVENTOS ADVERSOS. ATRAVÉS DE DEFINIÇÃO DE INDICADORES ▪ MEDICAMENTOS (MAV)Medicamentos de alta vigilância ▪ Produtos de saúde e equipamentos ▪ Sangue e hemoderivados ▪ Procedimentos e processos. ✓ Realizar notificação na gerência de risco ou em outro setor do hospital. ❖ PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA ✓ Devem ser cumpridas as medidas de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) definidas pelo Programa de Controle de Infecção do hospital. ✓ As equipes da UTI e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH - são responsáveis pelas ações de prevenção e controle de IRAS. ❖ DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO ❑ CADA LEITO DDE UTI DEVE POSSUIR NO MÍNIMO ✓ CAMA HOSPITALAR ✓ AMBÚ. DISPOSITIVO MASCARA, VALVULA E BOLSA RESERVATÓRIA ✓ ESTETOSCÓPIO ✓ CONJUNTO PARA NEBULIZAÇÃO ✓ 4 BOMBAS DE INFUSÃO ✓ FITA MÉTRICA ✓ MONITOR MULTIPARÂMETROS CADA UTI DEVE DISPOR NO MÍNIMO DE : ✓ Negatoscópio; ✓ materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e fechado; ✓ aspirador a vácuo portátil ✓ equipamento para mensurar pressão de balonete de tubo/cânula endotraqueal ("cufômetro"); ✓ ventilômetro portátil; ✓ capnógrafo: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ✓ ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos, devendo dispor, cada equipamento de, no mínimo, 02 (dois) circuitos completos. ✓ equipamentopara ventilação pulmonar mecânica não invasiva: 01(um) para cada 10 (dez) leitos, quando o ventilador pulmonar mecânico microprocessador não possuir recursos para realizar a modalidade de ventilação não invasiva; ✓ materiais para drenagem torácica em sistema fechado; ✓ materiais para traqueostomia; ✓ foco cirúrgico portátil; ✓ materiais para acesso venoso profundo; ✓ materiais para monitorização de pressão venosa central; ✓ materiais e equipamento para monitorização de pressão arterial invasiva: 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; ✓ eletrocardiógrafo portátil: 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; ✓ kit ("carrinho") contendo medicamentos e materiais para atendimento às emergências: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos ou fração; ✓ equipamento desfibrilador e cardioversor, com bateria: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos; ✓ marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador: 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; ✓ equipamento para aferição de glicemia capilar, específico para uso hospitalar: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos; ✓ materiais para curativos; ✓ materiais para cateterismo vesical de demora em sistema fechado; ✓ dispositivo para elevar, transpor e pesar o paciente; ✓ poltrona com revestimento impermeável, destinadaà assistência aos pacientes: 01 (uma) para cada 05 leitos ou fração. ✓ maca para transporte, com grades laterais, suporte para soluções parenterais e suporte para cilindro de oxigênio: 1 (uma) para cada 10 (dez) leitos ou fração; ✓ equipamento(s) para monitorização contínua de múltiplos parâmetros (oximetria de pulso, pressão arterial não-invasiva; cardioscopia; freqüência respiratória) específico(s) para transporte, com bateria: 1 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; ✓ kit ("maleta") para acompanhar o transporte de pacientes graves, contendo medicamentos e materiais para atendimentoàs emergências: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; ✓ cilindro transportável de oxigênio; ✓ relógios e calendários posicionados de forma a permitir visualização em todos os leitos. ✓ refrigerador, com temperatura interna de 2 a 8°C, de uso exclusivo para guarda de medicamentos, com monitorização e registro de temperatura.