Buscar

Apostila Projeto Arquitetônico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 178 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 178 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 178 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Série conStrução civil
projeto
arquitetônico
Série CONSTrUÇÃO CiViL
Projeto 
Arquitetônico
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente 
SENAI – Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor Geral
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
Série CONSTrUÇÃO CiViL
Projeto 
Arquitetônico
SENAI - DN 
Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial 
Departamento Nacional
Sede 
Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto 
Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 
Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
© 2013. SENAI – Departamento Regional da Bahia
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, 
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI da-
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os 
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
SENAI Departamento Nacional 
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI Departamento Regional da Bahia 
Núcleo de Educação a Distância - NEAD
FICHA CATALOGRÁFICA
S491p
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Projeto Arquitetônico / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. 
 
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. 
 
Departamento Regional da Bahia. Brasília: SENAI/DN, 2013. 
 174p. : il. (Série Logística). 
ISBN 
1. Projeto Arquitetônico 2. Construção Civil. I. Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional II. Serviço Nacional de 
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional da Bahia III. Título IV. 
Série 
CDU: 349.2 (81)
Lista de ilustrações
Figura 1 - O homem paleolítico e a descoberta do fogo ...................................................................................21
Figura 2 - Representação do homem do período paleolítico ..........................................................................21
Figura 3 - Moradia neolítica ..........................................................................................................................................22
Figura 4 - Surgimento da propriedade privada ....................................................................................................23
Figura 5 - Primeiras cidades .........................................................................................................................................24
Figura 6 - Babilon em dois períodos antes de cristo, a maior cidade do mundo ......................................25
Figura 7 - Partenon: templo grego dedicado à deusa Atena, situado na acrópole de Atenas ............26
Figura 8 - Colunas gregas em estilos dórico, jônico, coríntio ...........................................................................27
Figura 9 - Coliseu ..............................................................................................................................................................28
Figura 10 - Basilique Saint-Sernin – Toulouse, França .........................................................................................29
Figura 11 - Catedral de Notre Dame ..........................................................................................................................30
Figura 12 - Arquitetura colonial: casas térreas .......................................................................................................31
Figura 13 - Arquitetura colonial: sobrados..............................................................................................................31
Figura 14 - Casa de porão alto .....................................................................................................................................32
Figura 15 - Igreja de São Francisco, Salvador, BA ..................................................................................................33
Figura 16 - Palácio Rio Negro, Manaus, AM. exemplo da arquitetura neoclássica no brasil .................34
Figura 17 - Estrada de ferro da Grota Funda. Fotografia de Marc Ferrez C. (1880) ...................................35
Figura 18 - Av. Paulista em 1920 .................................................................................................................................36
Figura 19 - Processo de verticalização das cidades: Av Paulista em 2008 ...................................................36
Figura 20 - Arquitetura Moderna: representação da casa de vidro projetada por Lina Bo Bardi ........37
Figura 21 - Tate modern, Bankside em Londres, Inglaterra ..............................................................................38
Figura 22 - Evolução urbana ........................................................................................................................................39
Figura 23 - Exemplo de arquitetura sustentável: escritório de arquitetura tryptique ............................40
Figura 24 - Normas .........................................................................................................................................................43
Figura 25 - Plantas: representação gráfica ..............................................................................................................44
Figura 26 - Normas: ABNT .............................................................................................................................................45
Figura 27 - Estatuto da cidade .....................................................................................................................................46
Figura 28 - Plano diretor ................................................................................................................................................47
Figura 29 - PEU Campo Grande, RJ ............................................................................................................................48
Figura 30 - Edificação e a LOUOS ................................................................................................................................50
Figura 31 - Legislação .....................................................................................................................................................52
Figura 32 - Fluxograma quebra-cabeça ...................................................................................................................52
Figura 33 - Quebra-cabeça ...........................................................................................................................................58
Figura 34 - Fluxograma etapas ....................................................................................................................................60
Figura 35 - Croquis do Palácio do planalto – Oscar Niemeyer .........................................................................60
Figura 36 - Áreas de impacto da edificação ...........................................................................................................63
Figura 37 - Edificação no processo de desenvolvimento ..................................................................................64
Figura 38 - Análise do projeto .....................................................................................................................................66
Figura 39 - Engenheiro analisando o projeto executivo ....................................................................................67
Figura 40 - Configuração ...............................................................................................................................................69Figura 41 - Ergonomia ....................................................................................................................................................73
Figura 42 - Ergonomia ações .......................................................................................................................................74
Figura 43 - Mão na maçaneta ......................................................................................................................................75
Figura 44 - Mão no controle remoto .........................................................................................................................75
Figura 45 - Ergonomia figurativo................................................................................................................................76
Figura 46 - Ergonomia no trabalho............................................................................................................................77
Figura 47 - Arte de projetar em arquitetura ...........................................................................................................78
Figura 48 - Sensações calor e frio ...............................................................................................................................79
Figura 49 - Conforto térmico .......................................................................................................................................80
Figura 50 - Eficiência energética .................................................................................................................................81
Figura 51 - Aproveitamento dos recursos naturais ..............................................................................................82
Figura 52 - Radiação solar no edifício .......................................................................................................................84
Figura 53 - Arquitetura bioclimática .........................................................................................................................85
Figura 54 - Uso da vegetação como sombreamento ..........................................................................................86
Figura 55 - Propagação do som ..................................................................................................................................87
Figura 56 - Noções de conforto acústico .................................................................................................................88
Figura 57 - Som direto ....................................................................................................................................................88
Figura 58 - Material absorvente ..................................................................................................................................91
Figura 59 - Propagação do som em meios diferentes ........................................................................................92
Figura 60 - Iluminação natural x iluminação artificial .........................................................................................93
Figura 61 - Bem-estar proporcionado pela luz natural ......................................................................................94
Figura 62 - Aproveitamentos dos recursos nas edificações ..............................................................................95
Figura 63 - Fluxo luminoso estabilizado ..................................................................................................................96
Figura 64 - Fluxo luminoso estabilizado ..................................................................................................................96
Figura 65 - Eficiência luminosa ....................................................................................................................................97
Figura 66 - Tipos de lâmpadas: incandescente, fluorescente compacta e LED .........................................97
Figura 67 - Iluminância ...................................................................................................................................................98
Figura 68 - Diferença entre iluminância e luminância ........................................................................................99
Figura 69 - Projeto modelado no programa Sketchup .................................................................................... 104
Figura 70 - Imagem de abertura do programa Revit, projeto modelado pelo programa .................. 105
Figura 71 - Projeto desenvolvido utilizando o Revit e a tecnologia BIM ................................................... 106
Figura 72 - Emerson sonhando com a casa ......................................................................................................... 107
Figura 73 - Trabalhando ao computador .............................................................................................................. 109
Figura 74 - Layers .........................................................................................................................................................110
Figura 75 - Hachura diagramação de piso ........................................................................................................... 112
Figura 76 - Tela principal do AutoCAD .................................................................................................................. 113
Figura 77 - Comando fillet ........................................................................................................................................115
Figura 78 - Hachura ...................................................................................................................................................... 116
Figura 79 - Comando mirror ....................................................................................................................................116
Figura 80 - Comando offset......................................................................................................................................117
Figura 81 - Comando stretch ...................................................................................................................................118
Figura 82 - Comando spline .....................................................................................................................................118
Figura 83 - Polilinha ...................................................................................................................................................... 119
Figura 84 - Desenhando a planta baixa – térreo ................................................................................................ 120
Figura 85 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – desenhando as paredes......... 121
Figura 86 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – eliminando objetos ................. 122
Figura 87 - Desenhando a planta baixa- arranjo espacial interno – eliminando objetos ................... 123
Figura 88 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – unindo linhas ............................. 124
Figura 89 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – fazendo aberturas .................... 125
Figura 90 - Desenhando a planta baixa – arranjo espacial interno – fazendo aberturas 2 ................ 126
Figura 91 - Criando blocos (block definition) ....................................................................................................... 127
Figura 92 - Porta – vão de abertura ........................................................................................................................ 127
Figura 93 - Bloco porta (sequência 1-3) ................................................................................................................ 128
Figura 94 - Bloco de janelas .......................................................................................................................................128
Figura 95 - Pilares .......................................................................................................................................................... 129
Figura 96 - Hatch (hachura) ........................................................................................................................................ 129
Figura 97 - Esquadrias (sequência de figuras 1-3) ............................................................................................. 130
Figura 98 - Inserindo blocos (sequência de figuras 1-3) ................................................................................. 131
Figura 99 - Planta baixa ............................................................................................................................................... 132
Figura 100 - Layers janela ............................................................................................................................................ 132
Figura 101 - Soleira ....................................................................................................................................................... 133
Figura 102 - Peitoril ...................................................................................................................................................... 133
Figura 103 - Soleiras e peitoris ................................................................................................................................. 134
Figura 104 - Esquadrias-planta baixa ..................................................................................................................... 134
Figura 105 - Comando Mtext ................................................................................................................................... 135
Figura 106 - Especificações esquadrias ................................................................................................................. 135
Figura 107 - Especificações esquadrias ................................................................................................................. 136
Figura 108 - Layer equipamento hidráulico ........................................................................................................ 136
Figura 109 - Blocos hidráulicos – planta baixa ................................................................................................... 137
Figura 110 - Blocos hidráulicos – planta baixa ................................................................................................... 138
Figura 111 - Blocos hidráulicos – planta baixa ................................................................................................... 138
Figura 112 - Blocos hidráulicos – planta baixa ................................................................................................... 139
Figura 113 - Especificações esquadrias ................................................................................................................. 139
Figura 114 - Nomes ambientes e área ................................................................................................................... 140
Figura 115 - Área e perímetro ................................................................................................................................... 140
Figura 116 - Nome dos ambientes e área ............................................................................................................. 141
Figura 117 - Escada ....................................................................................................................................................... 142
Figura 118 - Escada ....................................................................................................................................................... 143
Figura 119 - Cotas ......................................................................................................................................................... 144
Figura 120 - Cotas ......................................................................................................................................................... 144
Figura 121 - Cotas ......................................................................................................................................................... 145
Figura 122 - Painel de ferramentas dimensionar ............................................................................................... 145
Figura 123 - Planta baixa cotada ............................................................................................................................. 146
Figura 124 - Linhas de corte ...................................................................................................................................... 147
Figura 125 - Planta baixa marcação das linhas de corte ................................................................................. 147
Figura 126 - Planta baixa marcação das linhas de corte ................................................................................. 148
Figura 127 - Perspectiva casa .................................................................................................................................... 149
Figura 128 - Beiral ......................................................................................................................................................... 149
Figura 129 - Construção planta de cobertura ..................................................................................................... 150
Figura 130 - Construção planta de cobertura ..................................................................................................... 150
Figura 131 - Perspectiva casa – cobertura ........................................................................................................... 151
Figura 132 - Planta de cobertura ............................................................................................................................. 151
Figura 133 - Cortes – planta baixa térreo ............................................................................................................. 152
Figura 134 - Reservatório ........................................................................................................................................... 153
Figura 135 - Planta baixa pavimento superior .................................................................................................... 154
Figura 136 - Planta de cobertura ............................................................................................................................. 155
Figura 137 - Cálculo inclinação ................................................................................................................................ 156
Figura 138 - Cálculo inclinação ................................................................................................................................ 156
Figura 139 - Perspectiva da casa com plano secante ....................................................................................... 157
Figura 140 - Perspectiva da casa com plano secante ....................................................................................... 157
Figura 141 - Planta da cobertura ............................................................................................................................. 158
Figura 142 - Corte cobertura ..................................................................................................................................... 158
Figura 143 - Estrutura telhado .................................................................................................................................. 159
Figura 144 - Estrutura telhado ..................................................................................................................................160
Figura 145 - Perspectiva frontal ............................................................................................................................... 160
Figura 146 - Corte AA................................................................................................................................................... 161
Figura 147 - Perspectiva da casa com plano secante ....................................................................................... 162
Figura 148 - Corte BB ................................................................................................................................................... 162
Figura 149 - Fachada frontal...................................................................................................................................... 163
Figura 150 - Fachada lateral ...................................................................................................................................... 164
Quadro 1 - PDDU de Salvador, BA ...............................................................................................................................48
Quadro 2 - Documentos relativos ao estudo preliminar .....................................................................................61
Quadro 3 - Documentos relativos ao estudo preliminar de viabilidade .......................................................64
Quadro 4 - Documentos relativos ao estudo preliminar do anteprojeto .....................................................65
Quadro 5 - Documentos relativos ao estudo preliminar do projeto legal ....................................................66
Quadro 6 - Documentos relativos ao estudo preliminar do projeto executivo ..........................................68
Quadro 7 - Nível de ruído admitido pela NBR 10152 ...........................................................................................90
Quadro 8 - Tipos e espessuras das linhas de um projeto ................................................................................. 111
Tabela 1 - Iluminância de interiores ............................................................................................................................98
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................................................................15
2 Histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades ...........................................................19
2.1 A pré-história ................................................................................................................................................20
2.2 A antiguidade ...............................................................................................................................................24
2.3 A antiguidade clássica ...............................................................................................................................25
2.4 A idade média ...............................................................................................................................................28
2.5 A idade moderna .........................................................................................................................................30
2.6 A arquitetura no brasil ...............................................................................................................................31
2.7 A arquitetura contemporânea – século xx .........................................................................................38
3 Normas e legislações aplicáveis ...............................................................................................................................43
3.1 Regulamentações ........................................................................................................................................44
3.1.1 Normas técnicas de representação para desenho técnico de edificações ..........44
3.1.2 Estatuto das cidades ................................................................................................................45
3.1.3 Plano diretor de desenvolvimento urbano (pddu) .......................................................47
3.1.4 Lei de ordenamento do uso e da ocupação do solo (louos) .....................................49
3.1.5 Código de obras ........................................................................................................................51
4 Etapas do projeto arquitetônico ..............................................................................................................................57
4.1 Elementos básicos de um projeto .........................................................................................................58
4.1.1 Peças gráficas .............................................................................................................................59
4.1.2 Peças escritas ..............................................................................................................................59
4.2 Etapas de um projeto de arquitetura ...................................................................................................59
4.2.1 Estudo preliminar......................................................................................................................60
4.2.2 Estudo de viabilidade do projeto com relação à legislação aplicável ...................61
4.2.3 Anteprojeto .................................................................................................................................64
4.2.4 Projeto legal ................................................................................................................................65
4.2.5 Projeto executivo ......................................................................................................................67
4.2.6 Projetos de as built ...................................................................................................................68
5 Noções de ergonomia e conforto ambiental ......................................................................................................73
5.1 Ergonomia......................................................................................................................................................73
5.1.1 A ergonomia no trabalho .......................................................................................................76
5.2 Conforto ambiental nas edificações .....................................................................................................79
5.2.1 Conforto térmico .......................................................................................................................79
5.2.2 Conforto acústico ......................................................................................................................87
5.2.3 Conforto luminoso ...................................................................................................................93
6 Desenvolvimento de projeto arquitetônico assistido por computador ................................................. 103
6.1 Aplicativos computacionais ................................................................................................................. 104
6.2 Construindo um projeto com o AutoCAD ....................................................................................... 107
6.2.1 Principais comandos e suas funções ............................................................................... 114
Referências
Minicurrículo da autora
Índice
1
introdução
Bem-vindo ao universo das edificações!
Estamos iniciando uma caminhada pelo processo de formação técnica industrial na área da 
Construção Civil. Esta é a primeira unidade curricular do módulo específico I do curso Técnico 
em Edificações, denominadade Projeto Arquitetônico. Este módulo tem como objetivo geral 
desenvolver competências para análise e criação arquitetônica realizando projetos individuais 
de programa de habitação no nível de estudo preliminar e anteprojeto, relacionando função e 
forma, levando em consideração princípios de construções sustentáveis, dentro dos limites de 
sua responsabilidade técnica.
No decorrer do módulo, estudaremos os fundamentos técnicos e científicos que nos pos-
sibilitarão compreender o histórico da arquitetura e sua relação com a evolução urbana das 
cidades. Além disso, estudaremos as normas e legislações aplicáveis, as etapas constituintes 
do projeto arquitetônico e noções de Ergonomia e conforto ambiental.
Os temas aqui abordados também ajudarão a desenvolver as capacidades a seguir.
CAPACiDADeS SOCiAiS, OrGANiZATiVAS e MeTODOLÓGiCAS
a) Planejar e organizar o próprio trabalho;
b) Atuar de forma ética;
c) Projetar e analisar resultados;
d) Aplicar princípios de qualidade, saúde, segurança do trabalho e ambientais;
e) Avaliar o trabalho realizado, na perspectiva de melhoria contínua;
f) Aplicar técnicas de comunicação oral e escrita.
PROJETO ARQUITETÔNICO16
CAPACiDADeS TéCNiCAS
a) Interpretar normas e legislações aplicáveis (técnicas, de patrimônio históri-
co-cultural e etc.);
b) Aplicar normas e legislações específicas (código de obras, concessionárias 
locais e etc.);
c) Interpretar projetos e cartas;
d) Levantar dados para estudos preliminares de impacto ambiental e execu-
ção de projetos;
e) Realizar levantamento cadastral;
f) Analisar as variáveis técnicas e sociais para a implantação do empreendimento;
g) Elaborar planilhas de dados coletados (custos, possibilidades de venda do 
empreendimento etc.);
h) Aplicar os dados coletados, de acordo com as necessidades dos clientes;
i) Analisar parâmetros de conforto ambiental;
j) Aplicar princípios de construção sustentável;
k) Elaborar projetos de arquitetura de edificações;
l) Representar graficamente projetos de arquitetura;
m) Redigir memoriais descritivos.
Vamos em frente. Bons estudos!
1 iNTrODUÇÃO 17
Anotações:
2
Histórico da Arquitetura e sua relação 
com a evolução das cidades
Vamos fazer um breve histórico para saber como surgiu a arquitetura e as cidades para ficar-
mos por dentro do histórico da sua evolução até os dias atuais, analisando aspectos sobre sua 
relação com a evolução humana e sua influência em nossas vidas até hoje.
A urbanização dos espaços ocorreu de forma gradativa, a partir das transformações ocorri-
das nos mais variados campos, como a economia, a sociedade, a política e a religião.
Vamos começar a pensar o seguinte: desde que “o mundo é mundo e o homem é homem,” 
independentemente da época, nós, na condição de seres humanos, para sobreviver, no mí-
nimo, precisamos de quê? Pense nas suas principais necessidades fisiológicas1 para manter o 
corpo com saúde: quais são?
A fome e a sede, correto? Não vamos entrar aqui nas demais necessidades fisiológicas, nas 
necessidades sociais, necessidade de segurança etc., nem nas suas possíveis associações para 
que o ser humano mantenha não apenas seu corpo são, mas também a sua mente sã. Vamos 
nos ater, agora, à necessidade de saciar a fome. Mas você deve estar se perguntando: o que isso 
tem a ver com o nosso assunto? Você entenderá agora.
CrONOLOGiA DA ArqUiTeTUrA
Vamos nos limitar a contar mais detalhadamente o período da Pré-História para entender 
como, provavelmente, segundo relatos e vestígios históricos, surgiram a arquitetura e as ci-
dades. Já nos demais períodos da história da humanidade, vamos citar, ligeiramente, os prin-
cipais fatos que marcaram algumas épocas, para não desviar do nosso assunto: Histórico da 
Arquitetura e a Evolução urbana das cidades.
PROJETO ARQUITETÔNICO20
2.1 A Pré-HiSTÓriA
A pré-história é o período em que se dá a primeira etapa da evolução humana, 
como vamos entender a seguir. Ela é dividida em dois períodos: Paleolítico e Ne-
olítico, cujo final é chamado Idade dos Metais. Vamos conhecer um pouco mais 
sobre a pré-história, enfatizando o nosso assunto.
a) Período Paleolítico (2,7 milhões de anos até 10000 a.C.2) - Também é cha-
mado de Período da Pedra Lascada devido ao fato de os homens paleolíti-
cos usarem osso, madeira e pedra para confeccionar suas armas e utensílios. 
Isso os diferenciou dos outros animais, pois, com essa atitude, mostraram-
-se capazes de, racionalmente, produzir suas próprias ferramentas. Desde os 
primórdios, o homem tem na alimentação sua principal fonte de energia, 
por isso, desde o início da sua história evolutiva, ele precisou literalmente 
correr atrás do seu alimento. Durante o período paleolítico, os alimentos 
ofertados pela natureza eram adquiridos através da colheita, por exemplo, 
de frutas. Porém, isso não era o suficiente, então, o homem precisou caçar 
e pescar animais terrestres e aquáticos para saciar sua fome. Obviamente, 
esses alimentos, aos poucos, iam ficando escassos e, por conta disso, esses 
homens, que viviam em bando, precisaram se deslocar para outros lugares, 
onde pudessem novamente encontrar alimentos. Devido a essa necessidade 
de deslocamento, ou seja, por essa característica de viver de um lado para o 
outro, sem residência fixa, foram chamados de Nômades.
E por falar em residência, nossos antepassados, assim como nós, também neces-
sitavam de um abrigo para se proteger das chuvas, dos ventos, de animais e de ou-
tros perigos que pudessem colocar a sua saúde em risco. Além disso, nesse período, 
as baixas temperaturas eram predominantes na Terra, e a necessidade do abrigo 
fez com que as cavernas fossem a melhor escolha, pois ainda não existia habitação.
Entretanto, embora as carvernas fossem mais aquecidas do que o meio exter-
no, ainda não eram o ideal, pois o clima era muito, muito frio. Certa feita, o homem 
paleolitico observou que, quando caía um raio em uma árvore, era produzido 
fogo. Então, ele percebeu que perto do fogo ele se sentia aquecido, e isso causa-
va certa sensação de conforto. Para não ficar dependente apenas dos fenômenos 
da natureza, ele necessitava descobrir outras alternativas e percebeu que, quando 
esfregava uma mão na outra, também se sentia aquecido, mesmo que por instan-
tes. Observou, também, que quando manuseava as pedras para fabricar suas ferra-
mentas e batia uma pedra na outra, saía uma luz muito parecida com a produzida 
pela queda do raio. Assim, depois de um bom tempo desenvolvendo essa lógica, 
ele percebeu que realmente poderia produzir fogo: ao experimentar friccionar ra-
pidamente dois gravetos de madeira um no outro, conseguiu esse feito!
1 NECESSIDADES 
FISIOLóGICAS:
São as necessidades 
vitais de sobrevivência: 
alimentação, descanso, 
proteção contra frio e calor 
e necessidades sexuais.
2 A.C.:
Abreviatura que significa 
antes de Cristo.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 21
Figura 1 - O homem paleolítico e a descoberta do fogo
Fonte: SENAI, 2013. 
Parece simples, mas isso significou um grande avanço, afinal, com o fogo, o 
homem do paleolítico conseguiu vencer o frio extremo, garantindo a sua sobre-
vivência, assim como pôde espantar os animais selvagens que poderiam atacá-lo, 
iluminar as cavernas e cozinhar os alimentos que coletava e caçava.
Figura 2 - Representação do homem do período Paleolítico
Fonte: SENAI, 2013.
Observando a Figura 2, é possível notar os três marcos principais desse perío-
do: homem paleolítico abrigando-se na caverna, alimentando-se da caça e utili-
zando o fogo para aquecer-se e para “cozinhar” seu alimento.
PROJETO ARQUITETÔNICO22
b) Período Neolítico (5000 a.C a 3000 a.C) - Conhecido também como Idade 
da Pedra Polida, vem logo depois do período paleolítico. É quando surgem 
as primeiras habitações – será o surgimento da Arquitetura? Durante o perí-
odo neolítico, o homem percebeu que poderia cultivar plantas e domesticar 
animais para lhes servirem de fonte “fixa” de alimentos. Assim, com o desen-
volvimentoda atividade agrícola e a domesticação dos animais, o homem 
viu que não precisava mais viver de um lado para outro atrás do alimento 
de cada dia. Isso foi fator primordial para o surgimento das cidades, que 
significou “concentração populacional, social e econômica que centraliza 
atividades comerciais, industriais, culturais, etc.” (AULETE, 2008, p. 217).
Com a fixação do homem em um espaço determinado, geralmente próximo a 
rios, onde as terras eram mais fertéis, caracterizou-se o sedentarismo. Percebeu-se, 
então, a importância de organizar o território em que se vive. Dessa forma, surgiram 
inovações tecnológicas que garantiram melhor domínio sobre a natureza e trouxe-
ram benefício para a existência do homem, de modo geral, e para o seu cotidiano.
Mas pode-se observar que, ao mesmo tempo em que o homem passou a domi-
nar as técnicas agrícolas, ele também passou a modificar aquele território, que até 
então era virgem de qualquer interferência humana, atribuindo-lhe características 
próprias da intervenção humana e alterando-lhe a paisagem. Em vez de cavernas, 
agora eles construíam sua própria moradia, com palha e madeira. Assim, surgi-
ram as primeiras habitações do ser humano: o espaço começou a ser edificado.
Figura 3 - Moradia neolítica
Fonte: SENAI, 2013.
 VOCÊ 
 SABIA?
As primeiras cidades surgiram possivelmente na Pales-
tina, na margem do rio Jordão; logo após, nas margens 
dos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia; e, no Egito, 
nos vales do rio Nilo.
Com a revolução agrícola, os homens puderam produzir alimentos a mais 
do que sua sobrevivência necessitava, e é provavel que o comércio tenha sur-
3 SUBSISTêNCIA
Suficiente à sobrevivência.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 23
gido por causa desse excesso de alimentos. Nesse momento, portanto, a econo-
mia deixou de ser de subsistência3 e comecou a funcionar a partir de trocas. Por 
exemplo: se um agricultor tinha tomates de sobra, ele poderia trocá-los com um 
pescador por peixes e, dessa forma, diversas outras trocas foram realizadas. Além 
disso, com a domesticação dos animais, a técnica da tecelagem também foi de-
senvolvida. Com isso, passou a ser possível fazer vestimentas de lã, tanto para a 
troca quanto para manter o corpo aquecido.
iDADe DOS MeTAiS – FiNAL DO PeríODO NeOLíTiCO
O período da Idade dos Metais corresponde ao final do Período Neolítico e tem 
duração mais curta em relação aos anteriores. Ficou mais conhecido como Idade 
dos Metais porque as ferramentas, que antes eram de pedra, foram aprimoradas e 
substituídas por ferramentas de metal, mais poderosas e eficientes. Esse fato trouxe 
ainda mais transformações para o período, como a melhoria nas técnicas agrícolas, 
na caça e na criação de animais, assim como na fabricação de armas mais resistentes.
Além do provável surgimento do comércio a partir dos excedentes agrícolas, 
outro tipo de excedente passou a causar os primeiros conflitos entre os habitan-
tes daquele território, afinal, o pedaço de terra passou a significar riqueza, então, 
cada um queria ser o “dono do pedaço”.
Essa disputa foi desencadeando os primeiros conflitos entre os indivíduos: 
os que venciam se tornavam os senhores de determinada terra. Com o fim do 
coletivismo primitivo, surgiu então a propriedade privada e, por consequência, 
a desigualdade social. Com tantas transformações resultando em diversos con-
flitos, houve a necessidade de um poder maior, que ditasse as ordens a serem 
obedecidas pelos indivíduos. Assim, surgiu o Estado, e as aldeias evoluíram para 
a formação das cidades.
Figura 4 - Surgimento da propriedade privada
Fonte: SENAI, 2013.
PROJETO ARQUITETÔNICO24
Com o surgimento da escrita, aproximadamente 4000 a.C., encerra-se a Pré-
-História e inicia a Antiguidade.
2.2 A ANTiGUiDADe
A Antiguidade engloba o período que vai de 4000 a.C. a 476 d.C. Como vimos, 
com a grande evolução ocorrida na Pré-História, naturalmente, a população foi 
crescendo, e a luta pelo poder ficou cada vez mais acirrada, agora não só entre 
os homens da mesma terra, mas também entre civilizações de outros territórios, 
afinal, o homem começou a se aventurar pela conquista de outras terras. Pro-
gressivas transformações eram necessárias para a melhoria da forma de viver, 
como a ligação entre as cidades, o saneamento básico, o abastecimento de água 
e a construção de novas moradias. A partir dessas necessidades, novas soluções 
foram surgindo, por exemplo, os novos materiais empregados nas construções, 
como o barro, que começou a ser utilizado nas edificações das primeiras cidades, 
localizadas no Oriente Médio e na Ásia Central, assim também como foram sendo 
desenvolvidas novas técnicas para a construção desses abrigos.
Figura 5 - Primeiras cidades
Fonte: SENAI, 2013.
Com essa disputa por novas terras e, por consequência, a ameaça de invasões, 
a primeira modalidade da arquitetura a ser desenvolvida foi a militar. Justamente 
nesse período, surgiram as primeiras cidades sendo protegidas por muralhas.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 25
Figura 6 - Babilon em dois períodos antes de Cristo, a maior cidade do mundo
Fonte: SENAI, 2013.
Começaram, portanto, a ser construídas as cidades. “A cidade é uma constru-
ção no espaço, mas uma construção em grande escala; uma coisa só percebida no 
decorrer de longos períodos de tempo” (LYNCH, 1980, p. 1).
O nascimento de uma cidade, assim como o seu desenvolvimento, depende 
de fatores econômicos, políticos, sociais e de localizalização geográfica, que po-
derá ser mais ou menos favorecida, e esses fatores precisam de tempo para serem 
definidos e solidificados. Por consequência, a cidade vai evoluindo progressiva-
mente, aumentando seu poder econômico e aumentando o número de habitan-
tes; o número de construções, por sua vez, também cresce.
2.3 A ANTiGUiDADe CLÁSSiCA
A história da arquitetura está intimamente ligada com a história da evo-
lução humana, como comprovamos nas páginas anteriores. Vimos que a arqui-
tetura surgiu como solução para condições de sobrevivência do ser humano ao 
longo dos tempos, naturalmente impostas pelo meio ambiente. Dessa forma, a 
arquitetura esteve presente, primeiramente, como abrigo para proteção contra 
os animais e fenômenos naturais, também para garantir o conforto ambiental, 
térmico e acústico para as diversas atividades exercidas pelo ser humano.
PROJETO ARQUITETÔNICO26
A arquitetura é expressa de diferentes formas, de acordo com a cultura de 
cada local, as crenças religiosas e políticas, e também pelas técnicas desenvol-
vidas para a construção, aliadas a outros diversos fatores que norteiam o estilo 
arquitetônico de determinado período e local.
ArqUiTeTUrA GreGA
Figura 7 - Partenon: templo grego dedicado à deusa Atena, situado na acrópole4 de Atenas
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
A civilização grega nos influenciou tanto que é apontada como fundadora da 
cultura ocidental. Sua maior influência foi nos padrões estéticos de arte e beleza 
devido a seu forte senso de proporção, equilíbrio, harmonia e ordem.
A arquitetura grega é fortemente representada pelos templos, geralmente 
construídos no terreno mais vísivel e alto da cidade. Os templos são caracteriza-
dos pela composição entre frontão5, colunas e estereobata6. São santuários que 
abrigam a estátua do deus homenageado. O Partenon, por exemplo, situado na 
acrópole de Atenas7, tem em seu interior a estátua da deusa Atena, a quem o 
templo foi dedicado.
As colunas definiam o estilo arquitetônico do templo. Como podemos obser-
var na figura 8, os três principais eram:
a) Estilo jônico: evidencia traços de beleza, elegância e leveza;
b) Estilo dórico: representa o rigor, a funcionalidade e a simplicidade das formas;
c) Estilo coríntio: é requintado e se caracteriza pela riqueza de detalhes e de 
ornamentos. Surgiu depois dos dois anteriores, no século V.
4 ACRóPOLE: 
Local mais alto das cidades, 
onde eram construídos 
templos e igrejas.
5 FRONTãO: 
Elementoarquitetônico 
triangular localizado no 
topo da fachada principal 
do edifício.
6 ESTEREOBATA: 
Base elevada, constituída 
geralmente por três 
degraus.
7 ATENAS: 
Cidade grega.
8 ADOBE: 
Segundo Aulete (2008, p. 
23), tijolo de argila, cozido 
ou seco ao sol.
9 CúPULA: 
Cobertura exterior de 
edifícios, de forma esférica 
ou convexa.
10 ABóBODA: 
Segundo Aulete (2008, p. 
5), teto abaulado de certos 
prédios (teatro, catedral 
etc.).
11 ETRUSCOS: 
Povos que viviam na 
região da Península Itálica, 
compreendendo hoje o que 
conhecemos como a região 
da Toscana.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 27
Em relação aos materiais construtivos, primeiramente, a arquitetura grega 
adotou como material o adobe8, usado para construir paredes, e a madeira, utili-
zada para as colunas. Porém, aos poucos, esses materiais foram sendo substituí-
dos por pedras, geralmente mármore branco, o que trouxe maior monumentali-
dade às construções gregas.
Figura 8 - Colunas gregas em estilos dórico, jônico, coríntio
Fonte: SENAI, 2013.
ArqUiTeTUrA rOMANA
A partir do século II a.C., a arte romana foi sendo desenvolvida, ainda quando 
Roma dominava o Mediterrâneo e visava alcançar outras terras na Europa e na 
Ásia. Na arquitetura Romana, vemos o uso do arco, das cúpulas9, das abóbodas10 
cilíndricas e de arestas, com ornamentos detalhados e rebuscasdos que retratam 
o grande valor dado à estética das construções e de suas fachadas.
Afirma-se, no entanto, que o estilo Romano é, na verdade, a soma dos estilos 
gregos e etruscos11. Porém, a arquitetura e arte romana foram utilizadas como 
forma de demonstrar todo o poder do Império Romano. Isso aconteceu em pra-
ticamente todas as cidades do império, que foram urbanizadas pomposamente 
e receberam construções como aquedutos12, teatros, termas13, templos, estátuas, 
arcos de triunfo, palácios e diversas outras edificações que trouxeram beleza e 
suntuosidade às cidades romanas.
O Coliseu, por exemplo, maior símbolo do Império Romano, é um suntuoso 
anfiteatro construído entre 70 e 90 d.C. no centro de Roma. Ao longo do tempo, 
assumiu diversas funções, de habitação a oficina. Porém, atualmente, está sendo 
preservado como uma das maiores atrações turísticas de Roma e foi eleito uma 
das sete maravilhas do mundo.
PROJETO ARQUITETÔNICO28
Figura 9 - Coliseu
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
 VOCÊ 
 SABIA?
O termo Arquitetura Clássica remete-se à Arquitetu-
ra Grega e a toda aquela que por ela foi influenciada, 
como a Arquitetura Romana.
2.4 A iDADe MéDiA
Data do final da Antiguidade: de 476 d.C a 1453d.C. Seu marco inicial é dado 
pela queda do Império Romano do Ocidente, e seu término, pela tomada de 
Constantinopla pelos turcos. Dividide-se em Alta Idade Média (séculos V a X) e 
Baixa Idade Média (séculos VIII e XIII): situa-se temporalmente entre a Antigui-
dade Clássica e a Renascença14. Um dado importante a ser lembrado é o enorme 
poder da Igreja Católica durante a Idade Média. A consequência disso é a maior 
manisfestação artística da arquitetura religiosa, que se refletiu em diversas cons-
truções de igrejas, mosteiros e templos. Dentro desse contexto, surgem dois esti-
los arquitetônicos: o estilo Românico e o estilo Gótico.
a) Estilo Românico: Surgiu na Itália e na Europa ocidental e teve força do 
século IX ao XII. Podemos facilmente reconhecê-lo por apresentar, em edi-
ficações religiosas, uma arquitetura rígida, pesada, e por utilizar paredes 
maciças, pilares espessos, poucas e pequenas aberturas como vestígios da 
insegurança causada pelas guerras e invasões.
12 AQUEDUTOS: 
Segundo Aulete (2008, p. 
78), canal artificial utilizado 
para a condução de água.
13 TERMAS: 
Estabelecimento destinado 
a banhos públicos.
14 RENASCENçA: 
Movimento artístico, 
científico e filosófico que, 
entre os séculos XIV e XVI, 
pregava o retorno aos ideais 
da Antiguidade greco-
romana, especialmente a 
valorização do ser humano 
e de suas capacidades.
15 ARCOS OGIVAIS: 
Segundo Aulete (2008, p. 
717), arco típico do gótico, 
em duas curvas que se 
cruzam em ângulo agudo.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 29
Figura 10 - Basilique Saint-Sernin – Toulouse, França
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
b) Estilo Gótico: Surgiu em sequência ao Estilo Românico, no século XII, pro-
longando-se até o século XVI, através da construção de grandes catedrais e 
também de edifícios públicos, como os palácios. A arquitetura começa a ad-
quirir estruturas mais leves, de maior altura, com a presença de ornamentos, 
vitrais e arcos ogivais15 – principal característica do estilo gótico. Apresenta 
fachadas ricamente esculpidas e minimamente detalhadas. Esse estilo pre-
dominou na França, Alemanha e Inglaterra.
PROJETO ARQUITETÔNICO30
Figura 11 - Catedral de Notre Dame
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
2.5 A iDADe MODerNA
A Idade Moderna contempla do século XV ao XVII: inicia-se em 1453 e se esten-
dende até 1789, ano da Revolução Francesa. Nesse período, marcado por impor-
tantes passagens históricas, instala-se uma nova ordem política e social: acaba o 
feudalismo16 e surge o capitalismo, sistema econômico e social que nos acompa-
nha até hoje. Assim, consolida-se a Revolução Comercial, que avança sobre diver-
sas terras, de americanas a africanas.
É um período de grandes mudanças e avanços, de progressos e desenvolvi-
mento, o que se reflete na mudança do pensamento da sociedade, que antes era 
regido pelo universo católico-feudal e passou a ser reforçado pelo pensamento 
racionalista burguês. Todas essas transformações históricas originaram o movi-
mento conhecido como Renascimento Cultural: “primeiro grande movimento 
cultural burguês dos tempos modernos, o Renascimento foi a eclosão de mani-
festações artísticas, filosóficas e científicas do novo mundo urbano e burguês” 
(VICENTINO, 1997, p. 185).
16 FEUDALISMO: 
Segundo Aulete (2008, 
p. 479), sistema político, 
econômico e social que 
vigorou na Europa durante 
a Idade Média e que se 
baseava na propriedade da 
terra, cedida pelo senhor 
feudal ao vassalo em 
regime de servidão.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 31
2.6 A ArqUiTeTUrA NO BrASiL
Arquitetura no período colonial (1530 a 1830). A partir de 1530, quando 
o Brasil é descoberto pelos europeus, houve o confrontamento entre a cultura 
índigena e a cultura europeia, afinal, os índios até então eram os donos da terra e 
tinham seu próprio modo de viver. Ao que tudo indica, viviam em harmonia, sem 
que ninguém lhes julgasse se estavam certos ou errados em seu modo de comer, 
rezar e morar. Porém, com a chegada dos portugueses, que vieram com o intuito 
de dominar e colonizar outras terras, em busca de riquezas, seu modo de viver foi 
imposto e, por consequência, a sua arquitetura, alterando a identidade local. As-
sim, começam a surgir as primeiras vilas no Brasil, em detrimento à arquitetura 
indígena aqui instalada, afinal, os colonizadores trouxeram consigo as correntes 
estílisticas arquitetônicas da Europa. Os europeus chegavam ao Brasil pelo litoral, 
por isso, as primeiras aglomerações, que podemos chamar de cidades, situavam-
se próximas ao litoral.
Figura 12 - Arquitetura colonial: casas térreas
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
Figura 13 - Arquitetura Colonial: sobrados
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
PROJETO ARQUITETÔNICO32
Nesse período colonial, as casas podiam ser divididas em sobrados (casa de 
dois pavimentos, símbolo de riqueza, em que o terréo era usado comercialmente, 
e o pavimento superior, como moradia) e casas térreas (tipicamente residenciais, 
mais simples que os sobrados). Diferenciavam-se também pelo chão de assoalho 
e pelo chão de terra batida, respectivamente.
As casas mais simples eram feitas de pau a pique, também conhecido como 
taipa17, e em sua cobertura se utilizavam telhas de barro. Eram construídas no 
alinhamento das vias públicas, sem recuos laterais: as casas eram estreitas, compri-
das e coladas umas nas outras, sempre aobedecer a topografia da região onde es-
tavam implantadas. As ruas também eram estreitas, afinal, não era pensada para a 
circulação de carros. Assim era determinado o traçado urbano no período colonial.
Já entre 1800 e 1850, surgiu uma nova tipologia de casas, as casas de porão 
alto. Eram edificações elevadas do solo a mais ou menos meio pé-direito. O objeti-
vo desse porão é o de proteger a casa da umidade, que trazia graves problemas às 
habitações, além de proteger a intimidade de seus habitantes no pavimento térreo.
Quanto às fachadas das edificações, eram determinadas pelas cartas régias18; 
já a organização interna era de livre vontade de seus donos.
Figura 14 - Casa de porão alto
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
17 TAIPA: 
Barro armado com madeira 
ou bambu.
18 CARTAS RÉGIAS: 
Carta da autoria de um rei, 
contendo determinações 
dirigidas às autoridades 
responsáveis por aplicáa-las.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 33
A partir de 1830, com a vinda de imigrantes de vários países europeus para o 
Brasil e a decadência do trabalho escravo, o trabalho começou a ser remunera-
do. Por consequência disso, as técnicas construtivas foram aprimoradas, o que 
levou à mudança no arranjo espacial interno das casas, melhorando questões de 
ventilação e iluminação dos cômodos. Outras mudanças também puderam ser 
verificadas na implantação, no uso e dimensão dos lotes: surgiram pequenos jar-
dins na frente das casas, modificando as fachadas das casas e interferindo positi-
vamente no cenário das cidades.
O BArrOCO NO BrASiL: FiM DO SéCULO XVi e MeADOS DO SéCULO XViii
Trazido pelos colonizadores portugueses, podemos dizer que o Barroco rejei-
ta alguns valores do Renascimento, como a simetria e a rigidez artística, e marca 
com beleza, livre de qualquer regra, através de jogos de luz e sombra a arquite-
tura religiosa no Brasil. O Barroco é desenvolvido exclusivamente nas Igrejas es-
palhadas pelo país. Seus ornamentos são ricos, esculpidos em pedra-sabão, barro 
cozido e cedro; as curvas no interior das Igrejas são exuberantes, assim como em 
suas fachadas e em seus frontões. Dessa forma, o Barroco expressa emocional-
mente a religiosidade católica e lhe confere caráter monumental.
A principal e mais rica vertente do Barroco, originária da França, chama-se Ro-
cocó e aparece em Minas Gerais. Trata-se do barroco em seu estilo ainda mais 
rebuscado, elaborado de modo a reproduzir formas como conchas e folhagens. 
Nessa época, a igreja foi responsável pelo maior apoio ao desenvolvimento da 
arte colonial, revelando artistas de destaque como o mineiro Aleijadinho.
Figura 15 - Igreja de São Francisco, Salvador, BA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
PROJETO ARQUITETÔNICO34
ArqUiTeTUrA NeOCLÁSSiCA: SéCULO XiX
A arquitetura neoclássica, em suas características estéticas, contrapõe-se ao 
Barroco, afinal, agora, a maior influência é a arquitetura clássica (arquitetura gre-
ga e romana, que vimos no ínicio deste capítulo). As características que prevale-
cem na arquitetura neoclássica são a busca pela harmonia, simetria, simplicidade, 
proporção entre as partes da edificação e o rigor formal dos poucos ornamentos, 
obedecendo sempre a uma composição geométrica. A arquitetura neoclássica 
também é marcada pela forte presença de colunas, cornijas19 e platibandas20.
Figura 16 - Palácio Rio Negro, Manaus, AM. Exemplo da Arquitetura Neoclássica no Brasil
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
ArqUiTeTUrA MODerNiSTA: O MOViMeNTO MODerNO (1930 A 1960)
A revolução industrial trouxe diversas mudanças nos mais variados campos da 
nossa vida e modificou a cultura em todos os âmbitos. O modo de produção passou 
de artesanal a industrial e impulsionou os estudos técnicos para que fossem desen-
volvidos métodos que tornassem o universo da industrialização ainda mais eficien-
te, qualificando a mão de obra e levando a avanços tecnológicos. Essas transfor-
mações impulsionaram também a imigração rural, do campo para a cidade. Então, 
para atender a essa nova demanda populacional e garantir moradia a esses novos 
habitantes, a cidade precisou também aumentar o seu número de edificações, e 
isso obviamente mudou a cara da paisagem urbana nas principais cidades do Brasil.
Levando-se em conta ainda as interferências na paisagem urbana, vamos cha-
mar atenção para as ferrovias, que, a partir da segunda metade do século XIX, pro-
porcionaram diversas mudanças ao longo de seu caminho. As estradas de ferro 
19 CORNIJA: 
Moldura sobreposta que 
arremata o alto de paredes, 
portas etc. (AULETE, 2008, 
p. 273).
20 PLATIBANDA: 
Segundo Aulete (2008, p. 
780), mureta de alvenaria 
construída no alto das 
paredes externas de uma 
edificação.
21 ECLETISMO: 
Segundo Aulete (2008, p. 
378), reunião de diferentes 
correntes de pensamento, 
arte etc.
22 EQUIPAMENTOS 
URBANOS: 
Segundo a NBR 9284, todos 
os bens públicos e privados, 
de utilidade pública, 
destinados à prestação 
de serviços necessários 
ao funcionamento da 
cidade, implantados 
mediante autorização do 
poder público, em espaços 
públicos e privados. São 
exemplos de equipamento 
urbano: ginásio de 
esportes, clubes, escolas, 
praças, parques, auditórios, 
estacionamentos.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 35
surgiram a partir do investimento do Governo Federal e através do investimento 
Inglês em nossas terras, afinal, a Inglaterra, nesse período, era abundante em fer-
ro. Isso facilitou a construção das nossas ferrovias, pensadas para o transporte 
da produção agrícola e de minério das zonas rurais para os crescentes centros 
urbanos. Além disso, o trem foi o principal meio de transporte até 1939, início da 
Segunda Guerra Mundial.
Figura 17 - Estrada de ferro da Grota Funda. Fotografia de Marc Ferrez C. (1880)
Fonte: SENAI, 2013.
A partir desse panorama de desenvolvimento técnico do processo construtivo 
das edificações nessa então recente sociedade industrial, a variedade de mate-
riais construtivos (da estrutura aos materiais de acabamento) trouxe mudanças 
à paisagem urbana das cidades. Com o desenrolar técnico, os projetistas dessa 
época deslumbraram-se e começaram a reproduzir os estilos arquitetônicos que 
mais chamaram a atenção em outras épocas nos países europeus. Esse fato expli-
ca o grande ecletismo21 que vemos em nossas cidades brasileiras até hoje.
Ao longo dos anos, para atender a demanda do crescimento populacional, hou-
ve a necessidade de um número maior de moradias e equipamentos urbanos22. As 
cidades, que antes se desenvolviam horizontalmente, entraram em processo de 
verticalização, ou seja, onde antes predominavam as residências térreas ou de até 
dois andares, passou a haver edifícios de vários andares. Dentro desse contexto, é 
válido chamar a atenção para o triste fato que vemos acontecer hoje em grandes 
cidades: casarões antigos, símbolos históricos que retratam tempos passados de 
grande valor arquitetônico estão sendo demolidos para dar lugar a prédios de múl-
tiplos andares, e isso acarreta perda da identidade da cidade. 
PROJETO ARQUITETÔNICO36
Figura 18 - Av. Paulista em 1920
Fonte: ULTRADOWNLOADS, 2013.
Figura 19 - Processo de verticalização das cidades: Av Paulista em 2008
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
A partir do crescimento das cidades, surgiram também os sistemas de abas-
tecimento de água, a rede elétrica e a rede de esgoto, proporcionando melhor 
qualidade de vida às pessoas. Isso determinou a evolução das habitações como 
conhecemos nos dias atuais.
23 PILOTIS: 
Elemento estrutural (pilar) 
utilizado principalmente na 
arquitetura moderna.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 37
Segundo o Estatuto da Cidade, em 50 anos, nos transformamos de um país rural 
em um país eminentemente urbano, onde 82% da população moram em cidades.
 SAIBA 
 MAIS
O Estatuto da Cidade é uma lei federal que estabelece normas 
de ordem pública e interesse social que regulam o uso da pro-
priedade urbana em prol do bem coletivo, da segurançae do 
bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Dentro desse contexto de evolução urbana, aparece a arquitetura moderna, 
que reflete o período de desenvolvimento e inovação tecnológica iniciado no fim 
do século XIX. Nesse período, houve mudanças também nas técnicas e materiais 
construtivos. Por exemplo, a utilização do aço e do concreto armado nas constru-
ções logicamente interferiu na expressão arquitetônica, que agora adotou a uti-
lização de formas geométricas e puras, em que a função ganha mais importância 
do que a forma ou qualquer ornamentação – o que se preza é o racionalismo.
Figura 20 - Arquitetura Moderna: representação da casa de vidro projetada por Lina Bo Bardi
Fonte: SENAI, 2013.
Os arranha-céus surgiram nessa época em função desses novos materiais cons-
trutivos. Algumas características da arquitetura moderna que podemos apontar são:
a) Uso de Pilotis23 para estruturar as edificações, supendendo-as e deixando o 
pavimento térreo livre, integrado ao entorno;
b) Panos de vidro nas fachadas;
c) Falta de ornamento;
PROJETO ARQUITETÔNICO38
d) Paredes internas e externas na cor branca;
e) Terraço-jardim: aproveitamento da última laje da edificação como um espa-
ço de convivência e lazer.
 SAIBA 
 MAIS
Grandes arquitetos destacaram-se nesta época, por exemplo: 
Lina Bo Bardi, Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha, Mies 
van der Rohe, Frank Lloyd Wright e o mentor da arquitetura 
modernista, Le Corbusier. Vale a pena pesquisar sobre eles!
Vocês notaram alguma semelhança com a arquitetura que vemos hoje em dia?
Sim? Pois é, a arquitetura moderna perdura até hoje, mesclada à arquitetura 
contemporânea!
2.7 A ArqUiTeTUrA CONTeMPOrÂNeA - SéCULO XX
Ao falarmos da arquitetura contemporânea, estamos falando da arquitetura 
desenvolvida nos dias atuais, fruto de novos parâmetros arquitetônicos, sociais, 
políticos e econômicos. Seguindo a linha do pós-modernismo, a arquitetura con-
temporânea rompe com algumas das características determinadas pela arqui-
tetura moderna (sem negar, obviamente, sua importância). O que caracteriza a 
arquitetura contemporânea é a utilização de formas assimétricas, o uso da tecno-
logia para promover a automação dos edifícios, a utilização de novos materiais 
(como o aço, o concreto e o vidro) para feitos estruturais e estéticos e os novos 
processos construtivos.
Figura 21 - Tate Modern, Bankside em Londres, Inglaterra
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 39
A cidade é, em sua essência, a composição da paisagem urbana, cuja superfí-
cie é ocupada pelos mais diversos elementos: edificações, árvores, resíduos, pe-
dras, água etc. A cidade é um organismo dinâmico, que tem em seu traçado o 
desenho necessário para atender ao fluxo das mais variadas “peças” que a com-
põem (pessoas, veículos, mercadorias), e cuja infraestrutura pretende estabelecer 
o pleno desenvolvimento desses componentes, que estão, a todo o momento, 
relacionando-se.
A evolução urbana é uma tendência natural das cidades, que estão a todo o 
momento sofrendo mudanças para atender a um número maior de pessoas e, 
consequentemente, a um maior número de veículos, habitações, equipamentos 
urbanos etc. Isso resulta também no aumento de problemas como violência, po-
breza, redução da qualidade ambiental, degradação dos recursos naturais, con-
flitos urbanos, enfim, questões de ordem social, ambiental, econômica e cultural.
Figura 22 - Evolução urbana
Fonte: SENAI, 2013.
Como podemos concluir, as cidades são sistemas complexos, onde variados 
componentes devem “funcionar” perfeitamente, reduzindo ao máximo o núme-
ro de conflitos urbanos e socioambientais. Isso significa que devem fazer parte 
do planejamento da cidade ações que contemplem o saudável desenvolvimento 
econômico, social e político, que tragam qualidade de vida aos seus habitantes e 
obedeçam as normas e regulamentações urbanas e ambientais.
 FIQUE 
 ALERTA
A qualidade de vida nas cidades é responsabilidade não só do 
governo, mas também dos seus habitantes, que têm direitos 
a serem respeitados e deveres a serem cumpridos. Pequenos 
atos, como a separação do lixo, jogar o lixo no lixo, evitar o 
despedício de água, entre outros, ajudam a preservar o meio 
ambiente para a geração presente e as futuras!
PROJETO ARQUITETÔNICO40
reSPONSABiLiDADeS
Seria inaceitável pensar em novas formas de construir e em novos materiais 
construtivos sem pensar nos recursos do planeta Terra que consumimos como 
matéria-prima. Sabe-se que no século XX o homem explorou demasiadamente os 
recursos naturais do planeta, devastando suas riquezas de maneira irresponsável, 
sem a preoucupação de deixar para as futuras gerações condições possíveis para 
se viver saudavelmente. Agora, tenta-se reduzir esses malefícios através de políti-
cas ambientais. A partir desse próposito, dentro do nosso universo da construção 
civil, começaram a surgir vertentes como a arquitetura sustentável, sobre a qual 
conheceremos um pouco mais no capítulo 5.
Figura 23 - Exemplo de arquitetura sustentável: escritório de arquitetura Tryptique
Fonte: FAMINTO, 2013.
 CASOS e reLATOS
Benjamim
Benjamim, técnico em edificações, sempre se interessou pelo universo 
da construção civil e, durante uma das disciplinas de seu curso, projeto 
Arquitetônico, sua professora Marta introduziu a matéria falando sobre 
a história da arquitetura e os estilos arquitetônicos, o que lhe despertou 
bastante curiosidade e interesse! Benjamim começou então a pesquisar 
esse assunto em livros especializados, na internet e onde pudesse encon-
trar informações. Alguns de seus colegas o criticavam:
2 histórico da arquitetura e sua relação com a evolução das cidades 41
– Para que eu vou querer saber sobre a história da arquitetura? Você está 
perdendo tempo, rapaz! 
Benjamim, já conhecedor do assunto e sabendo da importância do co-
nhecimento para sua carreira, respondeu:
– Você sabia que muito do que a gente aprende aqui no curso para se 
executar uma obra, sobre as técnicas construtivas, sobre os materiais 
construtivos e diversos outros assuntos relativos tiveram seu início há 
muitos e muitos anos? E que todo esse desenvolvimento que temos 
hoje é a evolução das técnicas desenvolvidas em construções passadas? 
Você sabe o valor do legado que as gerações passadas nos deixaram? Por 
exemplo, você sabe quem inventou o arco? Qual é a técnica utilizada para 
construí-lo? E sobre a arquitetura colonial, quais foram os materiais utili-
zados naquela época?
Benjamim não precisou falar mais nada, pois sua resposta foi tão boa que 
causou interesse de outros alunos em pesquisar mais sobre o assunto!
 reCAPiTULANDO
Neste capítulo, falamos sobre a História da arquitetura e sobre fatos que 
marcaram a história mundial e seu reflexo na arquitetura, em seus estilos 
arquitetônicos, forma, função, materiais construtivos e técnicas constru-
tivas e como as cidades chegaram à sua configuração atual diante da ex-
cedente demanda populacional. Pudemos observar também que fatores 
políticos, econômicos e sociais estão intimamente ligados ao desenvolvi-
mento urbano de uma cidade e de sua sociedade.
E nós, na condição de habitantes dessas cidades, como nos encontramos 
nesse contexo? Que qualidade de vida a cidade em que moramos nos ofe-
rece? Para assegurar o uso condizente à plena dignidade humana, para 
priorizar o interesse coletivo sobre o individual, assegurar condições sau-
davéis de moradia e outros tantos princípios, existem leis, códigos e nor-
mas dedicados a essa causa. É o que estudaremos no próximo capítulo!
3
Normas e legislações aplicáveis
Vamos analisar como acontece o processo construtivo dentro das normas e legislações?
Primeiro, têm-se a ideia do projeto, depois, vem a concepção propriamente dita, quando 
acontece a representação do projeto. Para que ele seja realmente construído, é necessário 
uma série de aprovações, que vão do âmbito municipal ao federal.
Figura 24 - Normas 
Fonte: SHUTTERSTOCK,2013.
Desde o início, já na representação gráfica do projeto, há normas que regem essa ativida-
de, as chamadas Normas Brasileiras, aprovadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT). Existem centenas de normas que contemplam o universo da construção civil, e para 
que o projeto possa ser aprovado para ser executado, devemos obedecer diversas outras di-
retrizes ditadas pelas regulamentações estabelecidas para esse propósito. Você deve estar se 
perguntando que regulamentações são essas. É o que veremos agora!
PROJETO ARQUITETÔNICO44
3.1 reGULAMeNTAÇÕeS
3.1.1 Normas técNicas de represeNtação para deseNho 
técNico de edificações
Essas normas abrangem o momento de representação do projeto arquitetôni-
co, incluindo-o dentro da linguagem padrão do Desenho Técnico de Edificações.
Pois bem, você pode estar se perguntando: Mas para que mesmo servem to-
das essas regulamentações? Vejamos isso na prática.
Supomos que você, técnico de edificações, esteja representando uma casa de 
dois pavimentos. Como você representará graficamente os seus elementos cons-
trutivos? Com base em quê? E como o próximo profissional que trabalhará tendo 
como base aquele desenho fará para adivinhar o que cada simbologia quer dizer? 
Para resolver esses problemas, existem as normas técnicas, que padronizam a re-
presentação gráfica dos elementos para que seja constituída uma linguagem de 
comum entendimento.
Figura 25 - Plantas: representação gráfica
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2013.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, fundada em 1940, é o órgão res-
ponsável pela normalização técnica do Brasil. Insere-se também na linguagem uni-
versal, já que a ABNT segue normas de importantes entidades internacionais, como 
International Organization for Standardization (ISO), International Eletrotechnical Co-
mission (IEC) e de entidades de normalização regional: Comissão Panamericana de 
Normas Técnicas (COPANT) e Associação Mercosul de Normalização (AMN).
3 normas e legislações aplicáveis 45
Figura 26 - Normas: ABNT
Fonte: SENAI, 2013.
Vamos lembrar que essas Normas ditam não só como se deve representar grafi-
camente um projeto, mas também como será apresentado esse projeto. Por exem-
plo: NBR 10068/1987 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões – tem objetivo de 
padronizar “as características dimensionais das folhas em branco e pré-impressas 
a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos”; NBR 10582 – Apresentação da 
folha para desenho técnico – tem objetivo de fixar “as condições exigíveis para a 
localização e disposição do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para 
legenda, e respectivos conteúdos, nas folhas de desenhos técnicos.”
 VOCÊ 
 SABIA?
Normalização e normatização têm significados diferen-
tes. Normalizar é regularizar, e normatizar é criar normas!
3.1.2 estatuto das cidades
“Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece 
normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade 
PROJETO ARQUITETÔNICO46
urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem 
como do equilíbrio ambiental.” (CARTILHA DO ESTATUTO DA CIDADE).
PAVIMENTAÇÃO
SAÚDE
HABITAÇÃO
SEGURANÇA
CULTURA
Figura 27 - Estatuto da cidade
Fonte: SENAI, 2013.
O Estatuto da Cidade é a Lei Federal 10.257/2001, que estabelece parâme-
tros e diretrizes de política e gestão urbana no Brasil. Seu principal objetivo é 
garantir o pleno desenvolvimento da cidade, prezando pela qualidade de vida 
dos seus habitantes.
A aplicação dessa lei é de responsabilidade do Município, que deve garantir 
que os habitantes da cidade, como um todo, tenham seus direitos respeitados 
quanto a condições dignas de moradia e possam usufruir de todos os bens que a 
estrutura urbana pode oferecer. Outro ponto bastante importante é que, a partir 
da implantação do Estatuto, foi possível regularizar extensas áreas ocupadas por 
favelas e invasões, transformando-as em áreas formais, com direitos e deveres 
como qualquer outra área da cidade.
Com o constante e desordenado crescimento das cidades, tornou-se impres-
cindível a formulação de um instrumento que regulamenta, ordena e controla 
o uso do solo das cidades, favorecendo a aplicação da política urbana, fato que 
explica o surgimento do Estatuto da Cidade.
Mas o que é a política urbana?
“A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público muni-
cipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei tem por objetivo ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus 
habitantes.” (CARTILHA DO ESTATUTO DA CIDADE, p. 45)
O Município formulará a Política Urbana, e essas diretrizes serão cumpridas atra-
vés do Plano Diretor. Dessa forma, o estatuto e o Plano Diretor visam a estabelecer 
diretrizes que tornem possível uma cidade democrática, justa, agradável, organiza-
3 normas e legislações aplicáveis 47
da, limpa, onde todos os seus habitantes sintam-se bem ao transitar por ela. Além 
disso, o Plano Diretor e o estatuo visam a fazer cumprir diretrizes para que haja se-
gurança, acesso a saúde, a moradia e a educação de qualidade, acesso a transporte 
público, a lazer e que a cidade possa desenvolver-se dentro da linha da sustentabi-
lidade em todos os âmbitos, seja econômico, social, ambiental, político, garantindo 
as devidas condições de qualidade de vida também para as próximas gerações.
Mas, afinal, o que é o Plano Diretor?
“A Constituição Federal determina que o instrumento básico da política de de-
senvolvimento e expansão urbana é o Plano Diretor.” (ESTATUTO DA CIDADE, p. 18)
3.1.3 plaNo diretor de deseNvolvimeNto urbaNo (pddu)
O Plano Diretor é uma lei municipal e deverá ser o principal instrumento 
da política urbana, atuando através de diretrizes que ordenam o desenvolvi-
mento urbano. 
A palavra-chave do Plano Diretor é planejamento. E planejamento significa 
elaborar um plano de ação para alcançar o que se quer obter. E em relação ao 
nosso Plano Diretor, que está aliado ao Estatuto da Cidade, esse ato de planejar é 
direcionado para qual objetivo?
Pois é, esse plano de ação tem como meta o desenvolvimento de ações inte-
gradas que garantam o principal objetivo ditado pelo Estatuto da Cidade, o bem-
-estar social. Durante a concepção do Plano Diretor, são feitas audiências públicas 
para que a população possa participar expondo as suas reivindicações.
SAÚDE
CULTURA
EDUCAÇÃO
HABITAÇÃO
TRANSPORTE
LAZER
Figura 28 - Plano Diretor
Fonte: SENAI, 2013.
PROJETO ARQUITETÔNICO48
Mas como é elaborado o Plano Diretor?
Esse planejamento geralmente é feito da seguinte forma: a área da cidade é 
dividida em zonas, ou seja, faz-se o zoneamento, onde serão implantadas ações 
de intervenção de acordo com o seu perfil.
Zona de Uso Especial (ZUE) – zonas destinadas a complexos urbanos voltados a funções administra-
tivas, educacionais, de transportes e de serviços de alta tecnologia.
Zona de Exploração Mineral (ZEM) – zona destinada ao desenvolvimento de atividades de extração 
mineral e beneficiamento de minérios.
Zonas Especiais (ZE) – zonas que requerem a definição de critérios e restrições específicos para o 
ordenamento e controle do uso e ocupação do solo em razão de sua configuração socioespacial e 
urbanística. Compreendem duas subcategorias: Zonas Especiais Interesse Social (ZEIS) e Zonas Sob 
Regime Urbanístico Especial (ZRE).
Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) – zonas destinadas à implementação de programas 
de regularização urbanística, fundiária e a produção, manutenção ou qualificação de Habitação de 
Interesse Social (HIS).
Zonas Industriais (ZIN) – zonas destinadas ao uso predominantemente industrial, sendo admitidos 
usos comerciais e de serviços compatíveis com a finalidade da zona.
Zonas Predominantemente Residenciais (ZPR) – zonas destinadas preferencialmente aos 
usos uniresidenciais e multiresidenciais, admitindo-se outros usos, desde que compatíveis com 
os usos predominantes, atendidos os critérios e restrições

Continue navegando