Buscar

Resumo do livro Bioética para Profissionais da Saúde

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

RESUMO DO LIVRO ‘BIOÉTICA PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE’ 
O livro Bioética para Profissionais da Saúde apresenta, com uma linguagem 
simplificada, as questões da bioética para os profissionais de saúde. A​o longo das 
páginas somos instigados a refletir sobre diversas situações que se originam no 
cotidiano dos sistemas de saúde e nas pesquisas em saúde, ampliando as fronteiras 
do pensamento sobre situações de dúvidas como as provocadas pelo aborto, por 
exemplo, em que as crenças religiosas dos profissionais de saúde costumam se 
sobrepor aos deveres de assistência em saúde. No entanto, vale destacar 
inicialmente que há certa redução da categoria dos profissionais de saúde aos 
médicos por parte dos autores. Mas a aposta da obra é que a reflexão bioética deve 
ser exercitada por todos os profissionais de saúde e não apenas por aqueles que 
venham a se definir como "bioeticistas". Nesse contexto, o livro é, portanto, uma 
ferramenta de suporte para o ensino da bioética a esse público tão diverso, 
tornando-se uma peça útil não apenas para os que ainda estão em formação, mas 
também para professores, preceptores em hospitais ou membros de comitês 
disciplinares. Neste presente resumo irá ser abordado, em um apanhado geral, os 
principais assuntos apresentados na obra. 
No primeiro capítulo, é tratado o histórico e alguns conceitos da bioética. Com 
relação ao histórico, os autores apontam que foi a partir de Hipócrates, considerado 
“Pai da Medicina”, que se reconhece a gênese da ética médica. A ética médica 
focaliza suas análises na atuação dos profissionais de saúde e baseia-se em valores 
e princípios. Ademais, a bioética não diz respeito apenas às relações e aos fatos 
referentes à prática médica ou ao cuidado da saúde: seu objeto é a saúde em uma 
concepção bem mais ampla, e inclui não apenas a preocupação com humanos, mas 
com todos os seres não humanos e o ambiente no qual vivem. Portanto, a bioética 
se preocupa em analisar os argumentos morais a favor e contra determinadas 
práticas humanas que afetam a qualidade de vida e o bem-estar dos humanos e dos 
outros seres vivos e a qualidade dos seus ambientes, e em tomar decisões 
baseadas nas análises anteriores. Considerando a construção histórica desse 
conceito, dois marcos foram fundamentais para a concretização do mesmo. O 
primeiro seria a reflexão do oncologista estadunidense Van Ressenlaer Potter, que 
em 1970 propôs o nome e a concebeu como a ‘ponte’ entre a ciência da natureza e 
as humanidades; o segundo, a fundação, pelo ginecologista e obstetra holandês 
radicado nos Estados Unidos André Hellegers, do Kennedy Institute of Ethics, 
vinculado à Georgetown University, na cidade de Washington nos Estados Unidos, 
no mesmo ano. Por conseguinte, a bioética originou reflexões no âmbito das 
preocupações com as repercussões das pesquisas envolvendo seres humanos. O 
desenvolvimento das ciências biomédicas apoiou-se em experiências científicas, 
muitas delas foram desenvolvendo usando humanos de cobaia e até o séc. XIX não 
havia normas que disciplinassem essas pesquisas, usando os próprios pacientes 
como sujeito de pesquisa. Felizmente, muitas mudanças aconteceram ao longos dos 
anos e atualmente existem novas definições do que é aceitável em nome do avanço 
científico, tendo como principal regra expor a pessoa que se interessa em participar 
de algum tipo de estudo quais são os benefícios, malefícios, em que consiste a 
pesquisa e quais são os objetivos, dando a ela a o direito de poder decidir entre 
participar ou não. Vale destacar também que, nos últimos anos, a pesquisa em 
animais irracionais também vem sendo questionada sob a visão quanto ao 
sofrimentos e não beneficiamento destes. 
No seguinte capítulo é abordado a bioética e suas teorias. A partir do caso do 
Dr. Arnold, que precisou escolher entre dois pacientes para realizar o procedimento 
cirúrgico mais seguro, expõe-se algumas correntes da bioética: o principalismo, o 
modelo utilitarista, ética do cuidar e bioética da proteção. Em relação ao 
principalismo, foi a primeira corrente da bioética a se estruturar e está sustentado ​em 
princípios morais fundamentais: a beneficência, a não maleficência, o respeito à 
autonomia e a justiça. O respeito à autonomia no cuidado da saúde ou na pesquisa 
significa que mostrar a pessoa todas as circunstâncias, seja na pesquisa ou no 
cuidado da saúde, de forma clara e transparente dando a ela o direito de escolher 
por vontade própria o que será melhor para si mesmo. O princípio da não 
maleficência é a obrigação de não afligir qualquer dano à saúde de alguém de forma 
intencional. que significa dano para o paciente moral, ou seja, aquele que sofre a 
ação. Já o princípio da beneficência implica ações positivas, evitando ações 
prejudiciais ao usuário. Por último, o princípio da justiça, ​aplicado como sendo a 
expressão da justiça distributiva, entende-se pela a distribuição justa, equitativa e 
apropriada na sociedade, de acordo com normas que estruturam os termos da 
cooperação social. 
Em seguida, segundo a corrente do modelo utilitarista o que faz uma ação ser 
correta ou errada são as suas consequências, sendo a mais importante haver o 
aumento ou diminuição da quantidade de bem-estar dos afetados pela ação, sendo 
considerada como a melhor ação aquela que gere o máximo de bem-estar. O ​modelo 
utilitarista baseia-se em três conceitos constituintes principais: ​consequencialismo 
(pensar nas consequências possíveis do ato); máximo de ​bem-estar (que a 
consequência seja ofereça o máximo de beneficência para o ​sujeito) e o 
agregacionismo (pressupõe o valor da ‘soma’ dos ‘bens’). Os autores ​destacam que 
essa proposta utilitarista apresenta grande dificuldade em ser ​implantada, visto que o 
bem-estar deve ser proporcionado de modo imparcial e ​isento de qualquer influência, 
porém, é sabido que na prática torna-se duvidoso que ​seja realmente possível se 
concretizar. 
Em relação a corrente do princípio da ética do cuidar, é proposto que se ​tenha 
a ideia de um cuidado emancipadora, compreendo as diferenças morais e 
respeitando a autonomia de quem cuida e de quem é cuidado e a existência 
humana. Além disso, a ética do cuidar pressupõe relações humanas no interior das 
equipes de saúde que respeitem as especificidades técnicas de cada profissional e 
reflitam abertamente sobre as questões morais. 
A última corrente é a bioética da proteção, proposta originalmente na América 
Latina por Fermin Roland Schramm e Miguel Kottow (2001), traz a marca de uma 
bioética que nasce em países periféricos, com uma população empobrecida, com 
poucos recursos. Questiona especialmente o principialismo quando aqueles que o 
aplicam carregam nas tintas no princípio do respeito à autonomia, propondo o 
entendimento de que ​o contexto socioeconômico no qual se situa a população, 
marcado por grandes desigualdades, precisa ser levado em conta nas decisões de 
saúde pública nas quais a proteção da população mais vulneráveldeve ser a 
obrigação moral que orienta as ações. 
No terceiro capítulo, Bioética e a Tomada de Decisão: entre a Clínica e a 
Saúde Pública, os autores apresentam uma abordagem prática dos problemas 
morais na clínica, após algumas considerações relativas ao método e ao argumento 
em bioética. A tomada de decisões é uma das principais preocupações dos 
envolvidos, pois inflige saber qual decisão é mais correta, mais benéfica para o 
paciente, considerando que não se trata apenas da aplicação técnica mais 
conveniente cientificamente falando, mas a promoção do bem estar ao paciente. 
Vale ressaltar que esse bem deve ser levado em consideração as concepções do 
paciente, mas não somente dele, é preciso que haja diálogo e respeito entre o 
profissional e o usuário. De acordo com esta abordagem, uma boa análise ética 
requer informar-se adequadamente sobre a situação clínica concreta; compreender 
o paciente em seu contexto social; identificar as partes interessadas as questões 
morais envolvidas; identificar pontos de vista, valores e interesses presentes; 
ponderar adequadamente riscos e benefícios; considerar as consequências 
financeiras das decisões; avaliar se a decisão tomada é confortável para si mesmo, 
podendo ser tornada pública. Em seguida, os autores discutem três aspectos das 
decisões na prática clínica: a tomada de decisão em nome de terceiros (nos casos 
de crianças, pacientes com distúrbios mentais e pacientes que estão inconscientes), 
as condições do paciente no momento do atendimento (particularmente nos ​serviços 
de urgência e emergência) e os conflitos entre os pontos de vista dos ​enfermos e 
dos profissionais de saúde, enfatizando-se o "diálogo franco e honesto ​com os 
envolvidos, no qual devem ser enfatizados os prós e os contras de cada​ ​decisão. 
No seguinte capítulo, é abordado ​a ​Bioética e o Início e o Fim da Vida: o 
Aborto e a Eutanásia, discutindo especialmente o Princípio da Sacralidade da Vida 
(PSV) e o Princípio de Respeito à Autonomia (PRA), dois princípios morais centrais 
nas discussões acerca destes temas. O PSV pressupõe, em termos absolutos, que 
a vida consiste em um bem tendo, assim, um estatuto sagrado, por isso não é 
mensurável que ela possa ser interrompida. Outra leitura possível acerca da 
sacralidade exposta na obra é de que a vida é sempre digna de ser vivida, ou seja, 
estar vivo é sempre um bem, independentemente das condições de existência. A 
sacralidade da vida é considerada uma das mais contundentes objeções ao aborto e 
à eutanásia, especialmente nas éticas cristãs e na tradição hipocrática. infringir ou 
que não se pode deixar de cumprir. Em contraposição, o PRA pressupõe que se 
considerem as livres escolhas dos sujeitos quando se tratar de questões morais. 
Reconhece, de fato, que a moralidade implica o estabelecimento de relações entre 
sujeitos autônomos, tornando importante que se delimite o conceito de autonomia. 
suas políticas. A argumentação pelo respeito à autonomia enfatiza o respeito à 
liberdade de escolha da pessoa, isto é, sua competência em decidir sobre aquilo ​que 
considera importante para viver sua vida, incluindo nessa vivência os processos ​de 
nascer e de morrer, de acordo com os seus valores e interesses. Desse modo, o 
PRA pressupõe que cada pessoa tem o direito de dispor de sua vida da maneira ​que 
melhor lhe satisfazer. 
Com base na leitura do capítulo, cabe considerar que nascer e morrer são 
pontos extremos na existência humana, reconhecendo, no âmbito da cultura, um 
grandioso esforço para atribuir-lhes sentido, seja por meio da religião, da filosofia, ​da 
ciência ou de outras manifestações do espírito. Essas tentativas incluem ações 
capazes de trazer significativos problemas éticos – como o aborto e a eutanásia –, 
os quais deverão ser apreciados pelo profissional da saúde, tal qual habitualmente 
precisará tomar (as melhores) decisões sobre a vida e a morte de outrem. 
Por fim, o capítulo cinco apresenta os Comitês e Comissões Hospitalares de 
Ética e de Bioética, com enfoque nas especificidades e regulamentação de três 
organizações institucionais dedicadas à ética: as Comissões de Ética Hospitalar, os 
Comitês de Ética em Pesquisa e as Comissões de Bioética Hospitalar. Comissão de 
Ética Hospitalar caracteriza-se pela participação restrita aos membros de uma 
corporação específica, ou seja, não é multidisciplinar. Essas comissões começaram 
a ser criadas há cerca de vinte anos, e hoje estão regulamentadas pela Resolução 
CFM n. 1.657, de 2002, que estabelece normas de organização, funcionamento, 
eleição e competências das comissões de ética médica dos estabelecimentos de 
saúde. Assim como a médica, existem também, com o mesmo propósito, as 
comissões de ética em enfermagem que têm uma regulamentação originária de seu 
conselho federal – a Resolução 172/1994. Tratando sobre os comitês de ética em 
pesquisa foram criados a partir da Declaração de Helsinque, da Associação Médica 
Mundial, em sua revisão de 1975, na qual determinava que os projetos de pesquisa 
envolvendo seres humanos sejam avaliados e aprovados por uma comissão 
independente, especialmente nomeada. Esses comitês foram criados para 
“defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade e 
para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos” (Brasil, 
1996). Diferentemente das comissões de ética hospitalar, as comissões de bioética 
são necessariamente multiprofissionais e multidisciplinares. As comissões 
“profissionais” têm como meta o cumprimento das normas corporativas, ao passo 
que as de bioética lidam com referenciais mais diferenciados. 
 À vista de tudo de tudo que foi visto na obra e sobre o apanhado geral aqui 
feito, conclui-se que é importante que os profissionais da área de saúde tenham 
presente que em suas profissões a ciência e tecnologia são fundamentais, mas se 
não houver um embasamento ético-moral adequado para o uso das mesmas 
poderão ocorrer sérios problemas para os pacientes, profissionais e a sociedade 
como um todo. Em termos operacionais, isto significa que todos devemos estar 
prontos a justificar moralmente nossas ações, mesmo que, a princípio, elas sejam 
técnica e cientificamente corretas.

Outros materiais