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educação fisica e o esporte

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1 Nome dos acadêmicos 
2 Nome do Professor tutor externo 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (LEF0506) – Prática do Módulo II - 
03/dezembro/2020 
EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE: 
INCLUSÃO E ADAPTAÇÃO DE PESSOAS 
COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO ESPORTE. 
 
Micael Cristhyan Rafael Moraes Fernandes¹ 
Cleudiane Ribeiro dos Santos 
Jorlley da Silva Nogueira 
Hemile C. de Vasconcelos 
Bruna Vasconcelos² 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem como temática a educação física e o esporte voltado para 
pessoas com deficiência física. Têm como objetivo abordar a inclusão do esporte 
adaptado e seus benefícios para melhorar a qualidade de vida de pessoas com 
deficiência física. O esporte é um fenômeno sociocultural com formas de manifestação 
heterogêneas (STIGGER, 2005). A pesquisa foi realizada através de uma revisão de 
literatura e análise de conteúdo. Os artigos selecionados se encontram nas seguintes 
bases de dados: SciElo, Lilacs e Google Scholar. Atualmente, acredita-se que o esporte 
adaptado contribui significativamente para a inserção das pessoas com deficiência à 
sociedade, bem como trazem benefícios relacionados à melhor aceitação da 
deficiência, melhor interação com as pessoas ao seu redor, melhora da aptidão física, 
ganho de independência e autoconfiança para a realização das atividades diárias, 
melhora do autoconceito e autoestima, dentre outros benefícios. 
 
Palavras-chave: Educação Física; Esporte; Deficiência Física. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Atualmente a Educação Física tem se preocupado com a qualidade de vida da 
população em geral, e, de acordo com Noce, Simim e Mello (2009), entre os aspectos 
que propiciam a qualidade de vida está a prática de atividade física. Neste sentido, a 
Educação Física tem o relevante papel de promover e desenvolver nos indivíduos o 
hábito de praticar alguma atividade física. 
Para as pessoas com deficiência isto não deveria ser diferente, no entanto, muitas 
dessas pessoas não têm acesso à prática de atividades físicas. Essa preocupação cresce 
quando falamos de pessoas que possuem deficiência física, pois muitas vezes o acesso 
às atividades físicas por esta população é restrito, por serem necessários cuidados desde 
a adaptação de atividades até a utilização de recursos para locomoção (DIEHL, 2006). 
2 
 
 
 
As pessoas com deficiência são as que possuem impedimentos de longo prazo, 
sejam estes físicos, mentais ou sensoriais (BRASIL, 2007). A deficiência física, de 
acordo com Diehl (2006, p.92), é caracterizada por algum tipo de “comprometimento 
para a realização dos padrões motores esperados”. Ela pode ser congênita ou adquirida. 
De acordo com Duarte e Werner (1995), a deficiência é congênita quando se apresenta 
desde o nascimento do indivíduo, e é adquirida quando, no decorrer do 
desenvolvimento, a pessoa sofre alguma lesão de origem cerebral, medular, muscular ou 
osseoarticular. 
O presente trabalho tem como temática a educação física e o esporte voltado 
para pessoas com deficiência física. Têm como objetivo abordar a inclusão do esporte 
adaptado e seus benefícios para melhorar a qualidade de vida de pessoas com 
deficiência física. Diante o exposto, temos como problema: Como a educação física e o 
esporte adaptado lidam com a questão da pessoa com deficiência física? 
O esporte é um fenômeno sociocultural com formas de manifestação 
heterogêneas (STIGGER, 2005). O esporte adaptado se coloca como uma destas 
possibilidades, sendo um objeto complexo com raízes na reabilitação de soldados no 
momento pós II Guerra (ARAÚJO, 2011), atualmente é um fenômeno global que 
desperta a atenção devido a inúmeras características particulares: possibilidade de 
ascensão social, oportunidade de prática em condições de igualdade, melhorias da 
aptidão física, e condições de saúde entre outras. 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE 
 
A educação física e o esporte nos tempos de hoje é considerado mínimo e único, 
o esporte por ter característica desportiva e de alto nível fica meio que obsoleto nas 
aulas de educação física. Geralmente o aluno faz as aulas de educação física no período 
que estuda e pratica algum esporte no outro período, colocando assim este a concepção 
de que só faz quem quer e se ver capaz de se tornar um “futuro atleta” ou uma pessoa 
que faça parte dos jogos da escola e a represente. 
3 
 
 
 
Percebe-se que para as pessoas ditas “normais” já é um ato meio que difícil, pois 
o esporte se coloca a escolher os melhores, sendo assim a inclusão de pessoas com 
deficiência física não tem vez. 
No que se refere, especificamente, às pessoas com necessidades especiais e aos 
cursos de Educação Física, assunto ligado a este estudo, Cidade e Freitas (2002) 
afirmam que: 
No que concerne à área da Educação Física, a Educação Física Adaptada 
surgiu oficialmente nos cursos de graduação, por meio da Resolução número 
03/87, do Conselho Federal de Educação, que prevê a atuação do professor 
de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades 
especiais. A nosso ver, esta é uma das razões pelas quais muitos professores 
de Educação Física, hoje atuando nas escolas, não receberam em sua 
formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes à Educação Física Adaptada ou 
à inclusão (p. 27). 
 
Duarte (2003), diz que, somente a partir da última década, os cursos de 
Educação Física colocaram em seus programas curriculares, conteúdos relativos às 
pessoas com necessidades especiais e que o material didático que trata das formas de 
trabalho com essa população, escrito em nossa língua, é escasso. 
O esporte é na atualidade um dos principais fenômenos sociais e uma das 
maiores instituições do planeta. Ele tem refletido a forma como a sociedade vem se 
organizando, espelhando as diferenças entre Estados, povos e classes sociais, além de se 
tornar um dos principais elementos da indústria cultural contemporânea, matéria prima 
dos meios de comunicação de massa e uma das poucas formas, reconhecidamente, 
honestas de rápida ascensão social (RÚBIO 2002). 
Lima e Monson (2007) diz que para uma educação satisfatória e de sucesso 
dentro da Educação Física é importante referir que a prática desportiva constitui um 
fator principal na construção da cidadania, já que especificamente compõe um dos raros 
espaços de que o educando dispõe para vivenciar a ludicidade. Soma-se a este aspecto o 
valor do esporte em poder incentivar a procura por hábitos saudáveis desde cedo, 
prevenindo males e procurando combater o sedentarismo. Esporte e saúde, esporte e 
estilo de vida ativo, esporte e participação, esporte e inclusão social, esporte e 
cidadania, esporte e qualidade de vida: eis as questões que devem nortear a prática 
educativa através do esporte educacional. O poder de crítica do educador, certamente, 
será fundamental para fazer da escola o espaço político onde o destaque não seja apenas 
pela produção de riquezas, mas também como uma forma de permitir ao educando 
vivenciar a sua própria humanidade. 
4 
 
 
 
Para Stainback e Stainback (1999) a experiência de sentir-se incluído está 
vinculada a estruturação de um senso coeso de comunidade, aceitação das diferenças e 
resposta às necessidades individuais. 
2.2 ESPORTE ADAPTADO E INCLUSÃO 
 
No Brasil, o desenvolvimento do esporte para pessoas com deficiência física 
data de 1958 com a fundação do Clube dos Paraplégicos em São Paulo e do Clube do 
Otimismo no Rio de Janeiro. A educação física começa a se preocupar com atividade 
física para essas pessoas apenas, aproximadamente, no final dos anos de 1950, e o 
enfoque inicial para a prática dessas atividades foi o médico. Os programas eram 
denominados ginástica médica e tinham a finalidade de prevenir doenças, utilizando 
para tanto exercícios corretivos e de prevenção. A maioria dos historiadores e 
arqueólogos concorda que os chineses, em aproximadamente 2500a.C., foram os 
primeiros a criar esses tipos de programas (PEDRINELLI, 1994; ADAMS, 1985). 
Esporte adaptado é um termo utilizado apenas no Brasil e consiste em uma 
possibilidade de prática para pessoas com deficiência. Para tanto regras, fundamentos e 
estrutura são adaptados para permitir a participação destas pessoas (ARAÚJO, 2011). 
Em outros idiomas, o termo mais comum é Esporte para pessoas com Deficiência ou 
"Sport for Persons with a Disability" (MAUERBERG, 2005). Já o termo esporte 
Paraolímpico designa as modalidades adaptadas que fazem parte do programa dos Jogos 
Paraolímpicos. 
O termo paraolímpico começou a ser usado em 1964, durante os Jogos de 
Tóquio, com fusão das palavras paraplegia e olímpico. As modalidades que fazem parte 
dos jogos, seja de participação individual, seja coletiva, são desportos de larga tradição 
competitiva, e coincidem com as modalidades olímpicas com as adaptações necessárias 
para propiciar a prática pelos portadores de deficiência: atletismo, basquete em cadeira 
de rodas, judô para cegos, natação, vôlei sentado, tênis, tênis de mesa, futebol de sete, 
futebol de cegos, esgrima, ciclismo, halterofilismo, arco e flecha, hipismo e tiro 
olímpico. Bocha e goalball são de origem exclusivamente paraolímpica. A bocha foi 
criada exclusivamente para pessoas com paralisia cerebral e o goalball para deficientes 
visuais (COSTA E SOUSA, 2004). 
Os Jogos Paraolímpicos são o segundo acontecimento esportivo mundial em 
termos de duração e número de participantes, e podemos dizer que no momento 
5 
 
 
 
representam no nosso entendimento, o maior avanço na área da educação física 
adaptada. 
O esporte adaptado tem o significado de competição do atleta contra si, contra 
sua deficiência, contra a vida e contra os outros. Existe uma diferença na atitude em 
torno da competição entre portadores e não-portadores de deficiência. No primeiro caso, 
a competição associa-se à superação da deficiência e, para o segundo, associa-se com a 
motivação externa provocada pelo adversário ou requerimento da prova atlética. 
Nas provas de atletismo participam atletas com deficiência física e visual, nas 
categorias masculina e feminina. No judô as competições dividem-se em sete categorias 
de peso, tanto para homens como para mulheres portadores de deficiência visual. 
Em relação à natação, as competições são realizadas nas categorias masculina e 
feminina, por equipe ou individual, e incorporam-se os quatro estilos oficiais: peito, 
costas, livre e borboleta. As distâncias vão de 50 a 1.500 metros, com a participação de 
atletas com deficiência física e visual, divididos em dois grupos: os portadores de 
deficiência visual e os de deficiência física. 
O basquete é uma modalidade praticada somente em cadeiras de rodas, nas 
categorias masculina e feminina. Os atletas, para esta modalidade, são portadores de 
deficiência física motora. 
Na modalidade tênis de mesa, participam atletas com paralisia cerebral, 
amputados e cadeirantes, nas categorias masculina e feminina, por equipe, individual ou 
open. O tênis é destinado a cadeirantes, nas categorias masculina e feminina, individual 
ou em dupla. 
Para a disputa no halterofilismo, participam cadeirantes, amputados, paralisados 
cerebrais e les autres, na categoria masculina e feminina. O futebol na modalidade 
paraolímpica trata-se do futebol de sete. É um esporte destinado a paralisados cerebrais, 
na categoria masculina. 
Outra modalidade destinada a portadores de deficiência física motora é a 
esgrima. É um esporte realizado em cadeira de rodas, nas categorias masculina e 
feminina. O ciclismo é praticado por atletas paralisados cerebrais, deficientes visuais e 
amputados, nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe. 
Com exceção do futebol, todas elas são praticadas por atletas de ambos os sexos. 
A participação dos deficientes mentais como convidados, pela primeira vez em 
Paraolimpíadas, foi em Atlanta, em 1996. 
6 
 
 
 
Atualmente, com a participação crescente do deficiente em atividades esportivas, 
foram criadas entidades de deficiências afins. Hoje as associações que compõem o 
Comitê Paraolímpico Brasileiro são: Associação Brasileira de Desportos para Cegos 
(ABDC), Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA), Associação 
Brasileira de Desporto em Cadeiras de Rodas (Abradecar), Associação Nacional de 
Desporto para Excepcionais (Ande) e Associação Brasileira de Desportos para 
Deficientes Mentais (ABDEM), que programam, realizam e fomentam a iniciação e o 
desporto de alto rendimento para as respectivas áreas da deficiência. 
Essas entidades têm como objetivo incentivar o esporte para pessoas portadoras 
de deficiência e organizar o desporto em nível de competições regionais, nacionais e 
internacionais, organizando com o Comitê Paraolímpico Brasileiro a participação das 
equipes nas Paraolimpíadas. 
Ainda em relação aos avanços da área de adaptada, outro aspecto a ser 
evidenciado é o desenvolvimento tecnológico, na construção de próteses, cadeiras de 
rodas e materiais específicos para uso em jogos e atividades para esses fins. 
 
2.3 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PcD) 
 
O conceito está estampado no artigo 1º da referida Convenção sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência (2008): 
 
Pessoas com deficiência são aquelas que tem impedimentos de longo prazo 
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação 
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
 
A deficiência é um tema de direitos humanos e como tal obedece ao princípio de 
que todo ser humano tem o direito de desfrutar de todas as condições necessárias para o 
desenvolvimento de seus talentos e aspirações, sem ser submetido a qualquer tipo de 
discriminação. Os direitos da pessoa com deficiência podem ser acionados tanto com 
base no direito fundamental do ser humano como com base nas características próprias 
desse segmento populacional. O paradigma da deficiência, no entanto, reforça a 
proteção de direitos das pessoas que já são contempladas e a estende aos grupos ainda 
não protegidos. Na prática, a realização dos direitos das pessoas com deficiência exige 
ações em ambas as frentes, a do direito universal e a do direito de grupos específicos, 
tendo sempre como objetivo principal minimizar ou eliminar a lacuna existente entre as 
7 
 
 
 
condições das pessoas com deficiência e as das pessoas sem deficiência (CARTILHA 
DO CENSO 2010, 2012). 
As Pessoas com Deficiência (PcD) podem ser divididas entre três grandes 
grupos: física, sensorial (auditiva e visual) e intelectual. Segundo dados do censo do 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2010, os deficientes 
representam 45,6 milhões ou 23,9% da população brasileira, o que num contesto geral 
simboliza um número expressivo e que merece e requer atenção e espaço. 
As deficiências: física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla, congênitas ou 
não, definidas, segundo o Decreto 3.289/99, como toda perda ou anormalidade de uma 
estrutura ou função psicológica, fisiológica e/ou anatômica que gere incapacidade, total 
ou parcial, impedindo a pessoa de assegurar por si mesma o atendimento às suas 
necessidades de uma vida individual ou social normal, podendo ser permanente ou 
temporária. 
Deficiência Temporária: apresenta comprometimentos e/ou limitações que 
podem ser revertidos por meio de cirurgias ou tratamentos. 
Deficiência Permanente: ocorreu ou se estabilizou após período de tempo que 
impeça a sua regressão ou recuperação, apesar de tratamentos. (SP Trans – Bilhete 
Único Especial, 2020). 
 
2.3.1 Deficiência Física 
 
Podemos definir a deficiência física como "diferentes condições motoras que 
acometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral e da 
fala, em consequênciade lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas, ou más 
formações congênitas ou adquiridas" (MEC, 2004). 
Deficiência física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do 
corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a 
forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, 
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, 
paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as 
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de 
funções (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004). 
A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que 
compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. 
8 
 
 
 
 
As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, 
isoladamente ou em conjunto, podem produzir grande limitações 
físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos 
corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. (BRASIL, 2006, p. 
28). 
 
2.4 BENEFÍCIOS DO ESPORTE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
 
O esporte para pessoas com deficiência, da forma como é conhecido atualmente, 
não tem objetivos relacionados apenas a reabilitação: “Mais do que terapia, o esporte 
para esta população caminha para o alto rendimento e o nível técnico dos atletas 
impressiona cada vez mais o público e os estudiosos da área da atividade física e dos 
esportes” (GORGATTI; GORGATTI, 2008, p. 532). 
Estudos vêm demonstrando a importância da prática de atividades físicas por 
pessoas com deficiência física (NOCE; SIMIM; MELLO, 2009; ZUCHETTO; 
CASTRO, 2002), mas sem referência à história de vida. Vale destacar a relevância da 
continuidade da prática de atividades físicas por pessoas com deficiência física 
adquirida como forma de reabilitação e manutenção de um estilo de vida saudável. 
Ademais, a independência da pessoa que possui deficiência está ligada ao estilo de vida 
ativo, Yoshida et al., (2010) constataram melhora na independência de pessoas com 
mobilidade reduzida - característica de pessoas com deficiência física - com a prática de 
atividades físicas. 
No campo do esporte adaptado de alto rendimento, parece que os benefícios 
ainda têm sido mais frequentes do que possíveis efeitos negativos. Uma das principais 
evidências é o evento da Paraolimpíada. Atletas paraolímpicos se tornam exemplos a 
serem seguidos por seus pares portadores de deficiência que ainda se encontram em 
diferentes estágios de sedentarismo, de reabilitação, ou de iniciação no esporte 
adaptado. 
Uma das principais temáticas em torno do benefício deste processo do esporte 
adaptado de alto nível de participação, superação e legado é sobre as atitudes. 
Palla (1997) investigou as atitudes de indivíduos portadores de deficiência física 
e comparou com indivíduos não portadores de deficiência. Ela encontrou que ambos os 
grupos tem atitudes favoráveis em relação ao esporte. A participação no mesmo leva à 
percepções de que o esporte melhora o status social do indivíduo, é um mecanismo de 
alívio das tensões, é fonte de lazer, valoriza o indivíduo, desinibe e amplia a criatividade 
9 
 
 
 
e, também, melhora a estética física ou a aparência. Entretanto, ela notou que, entre os 
portadores de deficiência física, estas noções dependiam do tempo de prática no esporte 
e do grau de escolaridade. Isto sugere que o reconhecimento (cognitivo) destes 
benefícios, embora popularmente advogados, são ignorados por conta das preocupações 
decorrentes das sequelas da deficiência física (e.g., desempenho sexual, mobilidade, 
aparência, etc.). 
 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Este trabalho teve como objetivo abordar a inclusão do esporte adaptado e seus 
benefícios para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência física. A 
pesquisa foi realizada através de uma revisão de literatura e análise de conteúdo. Sobre 
o modelo de estudo, a pesquisa pode ser tipificada como uma pesquisa descritiva, 
qualitativa, sendo a análise de conteúdo seu procedimento e característica principal, 
pautada na revisão de literatura sobre Pessoa com Deficiência Física e o Esporte. A 
pesquisa assume a característica de uma pesquisa indireta, documental, através do 
método bibliográfico (MATTOS et al., 2004). 
Os artigos selecionados se encontram nas seguintes bases de dados: SciELO, 
Lilacs e Google Scholar. Os critérios para seleção dos artigos foi abordar sobre a 
temática educação física e o esporte e ter relevância com os objetivos do trabalho. 
Foram coletados dados de 10 artigos científicos publicados no período entre 2008 e 
2020, assim como principais autores que são considerados pioneiros sobre o tema. 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Além da dificuldade de acesso, que é definido por Manzini (2005, p. 31) como 
“o processo para atingir algo” - neste caso, a possibilidade de praticar atividades 
destinadas à deficiência física -, há problemas de acessibilidade que se referem à 
estrutura física. A eliminação de barreiras arquitetônicas é o ponto inicial para a 
inclusão de pessoas que possuem deficiência física no intuito de proporcionar sua 
autonomia e mobilidade (PALMA; MANTA, 2010). 
10 
 
 
 
Ainda, Diehl (2006) coloca que pessoas com deficiência física, principalmente 
os que utilizam cadeira de rodas, podem enfrentar dificuldades no início de atividades 
físicas, como, por exemplo, medo de cair da cadeira. Também existem os que se privam 
da prática de atividades logo que adquirem sua deficiência física, por receio de que sua 
participação não seja possível, criando um preconceito em relação a si mesmo e à sua 
condição. 
Na atualidade os indivíduos que praticam atividades físicas por diferentes 
razões, entre elas o incentivo financeiro, que se torna uma motivação à prática de 
esportes adaptados, e a tentativa de chegar à alguma seleção brasileira, todavia, os 
principais motivos para a prática estão ligados à saúde, ao lazer e ao gosto pela prática. 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Atualmente, acredita-se que o esporte adaptado contribui significativamente para 
a inserção das pessoas com deficiência à sociedade, bem como trazem benefícios 
relacionados à melhor aceitação da deficiência, melhor interação com as pessoas ao seu 
redor, melhora da aptidão física, ganho de independência e autoconfiança para a 
realização das atividades diárias, melhora do autoconceito e autoestima, dentre outros 
benefícios. 
Pudemos verificar que a inclusão dessas pessoas pôde tornar-se uma realidade 
através da prática de atividade física e desportiva pelo deficiente, participando de 
eventos nacionais e internacionais, chegando à realização das Paraolimpíadas. Não 
podemos deixar de enfatizar que essa integração apesar de concreta é apenas de uma 
minoria, considerando que, tanto para os ditos “normais” nas Olimpíadas como para os 
portadores de necessidades especiais nas Paraolimpíadas, a efetiva participação é de 
uma grande minoria. 
Constata-se, portanto, que apesar da evolução ao longo dos anos do esporte 
adaptado, há a necessidade de maior aderência, maior participação da população, bem 
como a ampliação de políticas públicas para o esporte e lazer da população com 
deficiência. 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Manole, 1985. ALENCAR, B. Paraolimpíada : o Brasil no pódio. Rio de Janeiro [s.n.], 
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Deficiência, 2008. Disponível em: 
http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Con
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DF: 2006. 
 
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http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/04/239-dos-brasileiros-declaram-ter-alguma-
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http://sptrans.com.br/deficiente/pdf/bilhete_unico/especial/deficiente/Cartilha_Usuarios.
pdf?vs=new. Acesso em: 20/set/2020. 
 
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Oliveira; Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR); 
Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD); 
Coordenação-Geral do Sistema de Informações sobre a Pessoa com Deficiência; 
Brasília: SDH-PR/SNPD, 2012. Disponível em: 
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12 
 
 
 
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia 
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CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Educação Física e Inclusão: Considerações para a 
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Adaptada -, p. 27-30, 2002. 
 
COSTA, Fernanda Pereira. A inserção da pessoa portadora de deficiência no mercado 
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adaptado: história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da 
integração/inclusão e perspectivas para o século xxi. Rev. Bras. Cienc. Esporte, 
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DIEHL, R. M. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência. 
São Paulo: Phorte, 2006. 
 
DUARTE, E.; LIMA, S. M. T. Atividade Física para Pessoas com Necessidades 
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