Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (LEF0506) – Prática do Módulo II - 03/dezembro/2020 EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE: INCLUSÃO E ADAPTAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NO ESPORTE. Micael Cristhyan Rafael Moraes Fernandes¹ Cleudiane Ribeiro dos Santos Jorlley da Silva Nogueira Hemile C. de Vasconcelos Bruna Vasconcelos² RESUMO O presente trabalho tem como temática a educação física e o esporte voltado para pessoas com deficiência física. Têm como objetivo abordar a inclusão do esporte adaptado e seus benefícios para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência física. O esporte é um fenômeno sociocultural com formas de manifestação heterogêneas (STIGGER, 2005). A pesquisa foi realizada através de uma revisão de literatura e análise de conteúdo. Os artigos selecionados se encontram nas seguintes bases de dados: SciElo, Lilacs e Google Scholar. Atualmente, acredita-se que o esporte adaptado contribui significativamente para a inserção das pessoas com deficiência à sociedade, bem como trazem benefícios relacionados à melhor aceitação da deficiência, melhor interação com as pessoas ao seu redor, melhora da aptidão física, ganho de independência e autoconfiança para a realização das atividades diárias, melhora do autoconceito e autoestima, dentre outros benefícios. Palavras-chave: Educação Física; Esporte; Deficiência Física. 1. INTRODUÇÃO Atualmente a Educação Física tem se preocupado com a qualidade de vida da população em geral, e, de acordo com Noce, Simim e Mello (2009), entre os aspectos que propiciam a qualidade de vida está a prática de atividade física. Neste sentido, a Educação Física tem o relevante papel de promover e desenvolver nos indivíduos o hábito de praticar alguma atividade física. Para as pessoas com deficiência isto não deveria ser diferente, no entanto, muitas dessas pessoas não têm acesso à prática de atividades físicas. Essa preocupação cresce quando falamos de pessoas que possuem deficiência física, pois muitas vezes o acesso às atividades físicas por esta população é restrito, por serem necessários cuidados desde a adaptação de atividades até a utilização de recursos para locomoção (DIEHL, 2006). 2 As pessoas com deficiência são as que possuem impedimentos de longo prazo, sejam estes físicos, mentais ou sensoriais (BRASIL, 2007). A deficiência física, de acordo com Diehl (2006, p.92), é caracterizada por algum tipo de “comprometimento para a realização dos padrões motores esperados”. Ela pode ser congênita ou adquirida. De acordo com Duarte e Werner (1995), a deficiência é congênita quando se apresenta desde o nascimento do indivíduo, e é adquirida quando, no decorrer do desenvolvimento, a pessoa sofre alguma lesão de origem cerebral, medular, muscular ou osseoarticular. O presente trabalho tem como temática a educação física e o esporte voltado para pessoas com deficiência física. Têm como objetivo abordar a inclusão do esporte adaptado e seus benefícios para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência física. Diante o exposto, temos como problema: Como a educação física e o esporte adaptado lidam com a questão da pessoa com deficiência física? O esporte é um fenômeno sociocultural com formas de manifestação heterogêneas (STIGGER, 2005). O esporte adaptado se coloca como uma destas possibilidades, sendo um objeto complexo com raízes na reabilitação de soldados no momento pós II Guerra (ARAÚJO, 2011), atualmente é um fenômeno global que desperta a atenção devido a inúmeras características particulares: possibilidade de ascensão social, oportunidade de prática em condições de igualdade, melhorias da aptidão física, e condições de saúde entre outras. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA E O ESPORTE A educação física e o esporte nos tempos de hoje é considerado mínimo e único, o esporte por ter característica desportiva e de alto nível fica meio que obsoleto nas aulas de educação física. Geralmente o aluno faz as aulas de educação física no período que estuda e pratica algum esporte no outro período, colocando assim este a concepção de que só faz quem quer e se ver capaz de se tornar um “futuro atleta” ou uma pessoa que faça parte dos jogos da escola e a represente. 3 Percebe-se que para as pessoas ditas “normais” já é um ato meio que difícil, pois o esporte se coloca a escolher os melhores, sendo assim a inclusão de pessoas com deficiência física não tem vez. No que se refere, especificamente, às pessoas com necessidades especiais e aos cursos de Educação Física, assunto ligado a este estudo, Cidade e Freitas (2002) afirmam que: No que concerne à área da Educação Física, a Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação, por meio da Resolução número 03/87, do Conselho Federal de Educação, que prevê a atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais. A nosso ver, esta é uma das razões pelas quais muitos professores de Educação Física, hoje atuando nas escolas, não receberam em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes à Educação Física Adaptada ou à inclusão (p. 27). Duarte (2003), diz que, somente a partir da última década, os cursos de Educação Física colocaram em seus programas curriculares, conteúdos relativos às pessoas com necessidades especiais e que o material didático que trata das formas de trabalho com essa população, escrito em nossa língua, é escasso. O esporte é na atualidade um dos principais fenômenos sociais e uma das maiores instituições do planeta. Ele tem refletido a forma como a sociedade vem se organizando, espelhando as diferenças entre Estados, povos e classes sociais, além de se tornar um dos principais elementos da indústria cultural contemporânea, matéria prima dos meios de comunicação de massa e uma das poucas formas, reconhecidamente, honestas de rápida ascensão social (RÚBIO 2002). Lima e Monson (2007) diz que para uma educação satisfatória e de sucesso dentro da Educação Física é importante referir que a prática desportiva constitui um fator principal na construção da cidadania, já que especificamente compõe um dos raros espaços de que o educando dispõe para vivenciar a ludicidade. Soma-se a este aspecto o valor do esporte em poder incentivar a procura por hábitos saudáveis desde cedo, prevenindo males e procurando combater o sedentarismo. Esporte e saúde, esporte e estilo de vida ativo, esporte e participação, esporte e inclusão social, esporte e cidadania, esporte e qualidade de vida: eis as questões que devem nortear a prática educativa através do esporte educacional. O poder de crítica do educador, certamente, será fundamental para fazer da escola o espaço político onde o destaque não seja apenas pela produção de riquezas, mas também como uma forma de permitir ao educando vivenciar a sua própria humanidade. 4 Para Stainback e Stainback (1999) a experiência de sentir-se incluído está vinculada a estruturação de um senso coeso de comunidade, aceitação das diferenças e resposta às necessidades individuais. 2.2 ESPORTE ADAPTADO E INCLUSÃO No Brasil, o desenvolvimento do esporte para pessoas com deficiência física data de 1958 com a fundação do Clube dos Paraplégicos em São Paulo e do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro. A educação física começa a se preocupar com atividade física para essas pessoas apenas, aproximadamente, no final dos anos de 1950, e o enfoque inicial para a prática dessas atividades foi o médico. Os programas eram denominados ginástica médica e tinham a finalidade de prevenir doenças, utilizando para tanto exercícios corretivos e de prevenção. A maioria dos historiadores e arqueólogos concorda que os chineses, em aproximadamente 2500a.C., foram os primeiros a criar esses tipos de programas (PEDRINELLI, 1994; ADAMS, 1985). Esporte adaptado é um termo utilizado apenas no Brasil e consiste em uma possibilidade de prática para pessoas com deficiência. Para tanto regras, fundamentos e estrutura são adaptados para permitir a participação destas pessoas (ARAÚJO, 2011). Em outros idiomas, o termo mais comum é Esporte para pessoas com Deficiência ou "Sport for Persons with a Disability" (MAUERBERG, 2005). Já o termo esporte Paraolímpico designa as modalidades adaptadas que fazem parte do programa dos Jogos Paraolímpicos. O termo paraolímpico começou a ser usado em 1964, durante os Jogos de Tóquio, com fusão das palavras paraplegia e olímpico. As modalidades que fazem parte dos jogos, seja de participação individual, seja coletiva, são desportos de larga tradição competitiva, e coincidem com as modalidades olímpicas com as adaptações necessárias para propiciar a prática pelos portadores de deficiência: atletismo, basquete em cadeira de rodas, judô para cegos, natação, vôlei sentado, tênis, tênis de mesa, futebol de sete, futebol de cegos, esgrima, ciclismo, halterofilismo, arco e flecha, hipismo e tiro olímpico. Bocha e goalball são de origem exclusivamente paraolímpica. A bocha foi criada exclusivamente para pessoas com paralisia cerebral e o goalball para deficientes visuais (COSTA E SOUSA, 2004). Os Jogos Paraolímpicos são o segundo acontecimento esportivo mundial em termos de duração e número de participantes, e podemos dizer que no momento 5 representam no nosso entendimento, o maior avanço na área da educação física adaptada. O esporte adaptado tem o significado de competição do atleta contra si, contra sua deficiência, contra a vida e contra os outros. Existe uma diferença na atitude em torno da competição entre portadores e não-portadores de deficiência. No primeiro caso, a competição associa-se à superação da deficiência e, para o segundo, associa-se com a motivação externa provocada pelo adversário ou requerimento da prova atlética. Nas provas de atletismo participam atletas com deficiência física e visual, nas categorias masculina e feminina. No judô as competições dividem-se em sete categorias de peso, tanto para homens como para mulheres portadores de deficiência visual. Em relação à natação, as competições são realizadas nas categorias masculina e feminina, por equipe ou individual, e incorporam-se os quatro estilos oficiais: peito, costas, livre e borboleta. As distâncias vão de 50 a 1.500 metros, com a participação de atletas com deficiência física e visual, divididos em dois grupos: os portadores de deficiência visual e os de deficiência física. O basquete é uma modalidade praticada somente em cadeiras de rodas, nas categorias masculina e feminina. Os atletas, para esta modalidade, são portadores de deficiência física motora. Na modalidade tênis de mesa, participam atletas com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes, nas categorias masculina e feminina, por equipe, individual ou open. O tênis é destinado a cadeirantes, nas categorias masculina e feminina, individual ou em dupla. Para a disputa no halterofilismo, participam cadeirantes, amputados, paralisados cerebrais e les autres, na categoria masculina e feminina. O futebol na modalidade paraolímpica trata-se do futebol de sete. É um esporte destinado a paralisados cerebrais, na categoria masculina. Outra modalidade destinada a portadores de deficiência física motora é a esgrima. É um esporte realizado em cadeira de rodas, nas categorias masculina e feminina. O ciclismo é praticado por atletas paralisados cerebrais, deficientes visuais e amputados, nas categorias masculina e feminina, individual ou por equipe. Com exceção do futebol, todas elas são praticadas por atletas de ambos os sexos. A participação dos deficientes mentais como convidados, pela primeira vez em Paraolimpíadas, foi em Atlanta, em 1996. 6 Atualmente, com a participação crescente do deficiente em atividades esportivas, foram criadas entidades de deficiências afins. Hoje as associações que compõem o Comitê Paraolímpico Brasileiro são: Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC), Associação Brasileira de Desporto para Amputados (ABDA), Associação Brasileira de Desporto em Cadeiras de Rodas (Abradecar), Associação Nacional de Desporto para Excepcionais (Ande) e Associação Brasileira de Desportos para Deficientes Mentais (ABDEM), que programam, realizam e fomentam a iniciação e o desporto de alto rendimento para as respectivas áreas da deficiência. Essas entidades têm como objetivo incentivar o esporte para pessoas portadoras de deficiência e organizar o desporto em nível de competições regionais, nacionais e internacionais, organizando com o Comitê Paraolímpico Brasileiro a participação das equipes nas Paraolimpíadas. Ainda em relação aos avanços da área de adaptada, outro aspecto a ser evidenciado é o desenvolvimento tecnológico, na construção de próteses, cadeiras de rodas e materiais específicos para uso em jogos e atividades para esses fins. 2.3 PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PcD) O conceito está estampado no artigo 1º da referida Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2008): Pessoas com deficiência são aquelas que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. A deficiência é um tema de direitos humanos e como tal obedece ao princípio de que todo ser humano tem o direito de desfrutar de todas as condições necessárias para o desenvolvimento de seus talentos e aspirações, sem ser submetido a qualquer tipo de discriminação. Os direitos da pessoa com deficiência podem ser acionados tanto com base no direito fundamental do ser humano como com base nas características próprias desse segmento populacional. O paradigma da deficiência, no entanto, reforça a proteção de direitos das pessoas que já são contempladas e a estende aos grupos ainda não protegidos. Na prática, a realização dos direitos das pessoas com deficiência exige ações em ambas as frentes, a do direito universal e a do direito de grupos específicos, tendo sempre como objetivo principal minimizar ou eliminar a lacuna existente entre as 7 condições das pessoas com deficiência e as das pessoas sem deficiência (CARTILHA DO CENSO 2010, 2012). As Pessoas com Deficiência (PcD) podem ser divididas entre três grandes grupos: física, sensorial (auditiva e visual) e intelectual. Segundo dados do censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2010, os deficientes representam 45,6 milhões ou 23,9% da população brasileira, o que num contesto geral simboliza um número expressivo e que merece e requer atenção e espaço. As deficiências: física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla, congênitas ou não, definidas, segundo o Decreto 3.289/99, como toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica e/ou anatômica que gere incapacidade, total ou parcial, impedindo a pessoa de assegurar por si mesma o atendimento às suas necessidades de uma vida individual ou social normal, podendo ser permanente ou temporária. Deficiência Temporária: apresenta comprometimentos e/ou limitações que podem ser revertidos por meio de cirurgias ou tratamentos. Deficiência Permanente: ocorreu ou se estabilizou após período de tempo que impeça a sua regressão ou recuperação, apesar de tratamentos. (SP Trans – Bilhete Único Especial, 2020). 2.3.1 Deficiência Física Podemos definir a deficiência física como "diferentes condições motoras que acometem as pessoas comprometendo a mobilidade, a coordenação motora geral e da fala, em consequênciade lesões neurológicas, neuromusculares, ortopédicas, ou más formações congênitas ou adquiridas" (MEC, 2004). Deficiência física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004). A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. 8 As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir grande limitações físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. (BRASIL, 2006, p. 28). 2.4 BENEFÍCIOS DO ESPORTE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA O esporte para pessoas com deficiência, da forma como é conhecido atualmente, não tem objetivos relacionados apenas a reabilitação: “Mais do que terapia, o esporte para esta população caminha para o alto rendimento e o nível técnico dos atletas impressiona cada vez mais o público e os estudiosos da área da atividade física e dos esportes” (GORGATTI; GORGATTI, 2008, p. 532). Estudos vêm demonstrando a importância da prática de atividades físicas por pessoas com deficiência física (NOCE; SIMIM; MELLO, 2009; ZUCHETTO; CASTRO, 2002), mas sem referência à história de vida. Vale destacar a relevância da continuidade da prática de atividades físicas por pessoas com deficiência física adquirida como forma de reabilitação e manutenção de um estilo de vida saudável. Ademais, a independência da pessoa que possui deficiência está ligada ao estilo de vida ativo, Yoshida et al., (2010) constataram melhora na independência de pessoas com mobilidade reduzida - característica de pessoas com deficiência física - com a prática de atividades físicas. No campo do esporte adaptado de alto rendimento, parece que os benefícios ainda têm sido mais frequentes do que possíveis efeitos negativos. Uma das principais evidências é o evento da Paraolimpíada. Atletas paraolímpicos se tornam exemplos a serem seguidos por seus pares portadores de deficiência que ainda se encontram em diferentes estágios de sedentarismo, de reabilitação, ou de iniciação no esporte adaptado. Uma das principais temáticas em torno do benefício deste processo do esporte adaptado de alto nível de participação, superação e legado é sobre as atitudes. Palla (1997) investigou as atitudes de indivíduos portadores de deficiência física e comparou com indivíduos não portadores de deficiência. Ela encontrou que ambos os grupos tem atitudes favoráveis em relação ao esporte. A participação no mesmo leva à percepções de que o esporte melhora o status social do indivíduo, é um mecanismo de alívio das tensões, é fonte de lazer, valoriza o indivíduo, desinibe e amplia a criatividade 9 e, também, melhora a estética física ou a aparência. Entretanto, ela notou que, entre os portadores de deficiência física, estas noções dependiam do tempo de prática no esporte e do grau de escolaridade. Isto sugere que o reconhecimento (cognitivo) destes benefícios, embora popularmente advogados, são ignorados por conta das preocupações decorrentes das sequelas da deficiência física (e.g., desempenho sexual, mobilidade, aparência, etc.). 3. MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho teve como objetivo abordar a inclusão do esporte adaptado e seus benefícios para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência física. A pesquisa foi realizada através de uma revisão de literatura e análise de conteúdo. Sobre o modelo de estudo, a pesquisa pode ser tipificada como uma pesquisa descritiva, qualitativa, sendo a análise de conteúdo seu procedimento e característica principal, pautada na revisão de literatura sobre Pessoa com Deficiência Física e o Esporte. A pesquisa assume a característica de uma pesquisa indireta, documental, através do método bibliográfico (MATTOS et al., 2004). Os artigos selecionados se encontram nas seguintes bases de dados: SciELO, Lilacs e Google Scholar. Os critérios para seleção dos artigos foi abordar sobre a temática educação física e o esporte e ter relevância com os objetivos do trabalho. Foram coletados dados de 10 artigos científicos publicados no período entre 2008 e 2020, assim como principais autores que são considerados pioneiros sobre o tema. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Além da dificuldade de acesso, que é definido por Manzini (2005, p. 31) como “o processo para atingir algo” - neste caso, a possibilidade de praticar atividades destinadas à deficiência física -, há problemas de acessibilidade que se referem à estrutura física. A eliminação de barreiras arquitetônicas é o ponto inicial para a inclusão de pessoas que possuem deficiência física no intuito de proporcionar sua autonomia e mobilidade (PALMA; MANTA, 2010). 10 Ainda, Diehl (2006) coloca que pessoas com deficiência física, principalmente os que utilizam cadeira de rodas, podem enfrentar dificuldades no início de atividades físicas, como, por exemplo, medo de cair da cadeira. Também existem os que se privam da prática de atividades logo que adquirem sua deficiência física, por receio de que sua participação não seja possível, criando um preconceito em relação a si mesmo e à sua condição. Na atualidade os indivíduos que praticam atividades físicas por diferentes razões, entre elas o incentivo financeiro, que se torna uma motivação à prática de esportes adaptados, e a tentativa de chegar à alguma seleção brasileira, todavia, os principais motivos para a prática estão ligados à saúde, ao lazer e ao gosto pela prática. 5. CONCLUSÃO Atualmente, acredita-se que o esporte adaptado contribui significativamente para a inserção das pessoas com deficiência à sociedade, bem como trazem benefícios relacionados à melhor aceitação da deficiência, melhor interação com as pessoas ao seu redor, melhora da aptidão física, ganho de independência e autoconfiança para a realização das atividades diárias, melhora do autoconceito e autoestima, dentre outros benefícios. Pudemos verificar que a inclusão dessas pessoas pôde tornar-se uma realidade através da prática de atividade física e desportiva pelo deficiente, participando de eventos nacionais e internacionais, chegando à realização das Paraolimpíadas. Não podemos deixar de enfatizar que essa integração apesar de concreta é apenas de uma minoria, considerando que, tanto para os ditos “normais” nas Olimpíadas como para os portadores de necessidades especiais nas Paraolimpíadas, a efetiva participação é de uma grande minoria. Constata-se, portanto, que apesar da evolução ao longo dos anos do esporte adaptado, há a necessidade de maior aderência, maior participação da população, bem como a ampliação de políticas públicas para o esporte e lazer da população com deficiência. 11 REFERÊNCIAS ADAMS, R. C. et al. Jogos, esportes e exercícios para o deficiente físico. São Paulo: Manole, 1985. ALENCAR, B. Paraolimpíada : o Brasil no pódio. Rio de Janeiro [s.n.], 1997. A Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada / Coordenação de Ana Paula Crosara Resende e Flavia Maria de Paiva Vital, Brasília : Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008. Disponível em: http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Con vencao_Comentada.pdf.Acesso: 15/nov/2020/ ARAÚJO, P. F. Desporto adaptado no Brasil. São Paulo: Phorte; 2011. v. 1. BRASIL. Ministério da Educação,Secretaria de Educação Especial. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais- DEFICIÊNCIA FÍSICA. Brasília – DF: 2006. BRASIL. Ministério da Educação Especial. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF, 2007. BRASILEIROS QUE DECLARAM TER ALGUMA DEFICIÊNCIA. Análises com base nos dados do Censo Demográfico 2010. Disponível em: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/04/239-dos-brasileiros-declaram-ter-alguma- deficiencia-diz-ibge.html. Acesso: 30/out/2020. BILHETE ÚNICO ESPECIAL. Pessoas com Deficiência: orientação aos usuários do transporte público. Disponível em: http://sptrans.com.br/deficiente/pdf/bilhete_unico/especial/deficiente/Cartilha_Usuarios. pdf?vs=new. Acesso em: 20/set/2020. CARTILHA DO CENSO 2010 – Pessoas com Deficiência. Luiza Maria Borges Oliveira; Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR); Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD); Coordenação-Geral do Sistema de Informações sobre a Pessoa com Deficiência; Brasília: SDH-PR/SNPD, 2012. Disponível em: http://www.unievangelica.edu.br/novo/img/nucleo/cartilha-censo-2010-pessoas-com- deficienciareduzido.pdf. Acesso: 20/nov/2020. 12 CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. São Paulo: Ed. Pearson, 2006. CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Educação Física e Inclusão: Considerações para a Prática Pedagógica na Escola. Integração, v. 14 – Edição Especial - Educação Física Adaptada -, p. 27-30, 2002. COSTA, Fernanda Pereira. A inserção da pessoa portadora de deficiência no mercado de trabalho. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 17, n. 3323, 6 ago. 2012. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/22270. Acesso em: 25 nov. 2020. COSTA, Alberto Martins da; SOUSA, Sônia Bertoni. Educação física e esporte adaptado: história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da integração/inclusão e perspectivas para o século xxi. Rev. Bras. Cienc. Esporte, Campinas, v. 25, n. 3, p. 27-42, maio 2004. DIEHL, R. M. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiência. São Paulo: Phorte, 2006. DUARTE, E.; LIMA, S. M. T. Atividade Física para Pessoas com Necessidades Especiais: Experiências e Intervenções Pedagógicas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A., 2003. DUARTE, E.; WERNER, T. Conhecendo um pouco mais sobre as deficiências. In: AUTOR. Curso de atividade física e desportiva para pessoas portadoras de deficiência: educação à distância. Rio de Janeiro: ABT; UGF, 1995, v. 3. p. ?. GORGATTI, M. G.; GORGATTI, T. O esporte para pessoas com deficiência. In: GORGATTI, M. G; COSTA, R. F. (Orgs.) Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. Barueri: 2ed. Manole, 2008 LIMA, Débora Alonso de; MONSON, Ricardo Marques. A relação entre Educação Física e Esporte: alguns mitos e verdades. Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 114 - Noviembre de 2007. Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd114/educacao-fisica-e-esporte-alguns-mitos-e- verdades.htm. Acesso: 15/out/ 2020. MATTOS, MAURO GOMES DE; ROSSETO JÚNIOR, JOSÉ; BLECHER, SHELLY. Teoria e prática da metodologia da pesquisa em educação física: construindo seu trabalho acadêmico: monografia, artigo científico e projeto de ação. São Paulo: Phorte, 2004. 13 MAUERBERG, de Castro E. Esporte para deficientes: do alto rendimento ao esporte de participação. In: Mauerberg-deCastro E. Atividade física adaptada. Ribeirão Preto: TecMedd; 2005. p. 437-83. MÜLLER, Antônio José (Org.). et al. Metodologia científica. Indaial: Uniasselvi, 2013. NOCE, F.; SIMIM, M. A. M.; MELLO, M. T. de. A percepção de qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiência física pode ser influenciada pela prática de atividade física?. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 15, n. 3, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbme/v15n3/a02v15n3.pdf. Acesso: 20 nov. 2020. PALLA, A. C. Atitudes em relação ao esporte: estudo comparativo entre atletas portadores de deficiências físicas e atletas não portadores de deficiências. Rio Claro. 46p. Monografia, Universidade Estadual Paulista, 1997. PALMA, L. E.; MANTA, S. W. Alunos com deficiência física: a compreensão dos professores de Educação Física sobre a acessibilidade nos espaços de prática para as aulas. Revista Educação, Santa Maria, v. 35, n. 2, p. 303-314, 2010. PEROVANO, Dalton Gean. Manual de metodologia da pesquisa científica. Curitiba: Ed. Intersaberes, 2016. PEDRINELLI, V. J. Educação física adaptada: conceituação e terminologia. In: PEDRINELLI,V.J. Educação física e desporto para pessoas portadoras de deficiência. Brasília: MEC/Sedes, 1994. p. 7-10. RUBIO, Kátia. Do olímpo ao pós - olimpismo: elementos para uma reflexão sobre o esporte atual. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.16, nº.2, 2002. STAINBACK W, STAINBACK S. Colaboração, rede de apoio e construção de comunidade. In: Stainback W, Stainback S. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas; 1999. STIGGER, M. P. Educação física, esporte e diversidade. Campinas: Autores Associados; 2005. YOSHIDA, D. et al. The relationship between physical fitness and ambulatory activity in very elderly women with normal functioning and functional limitations. Journal of Physiological Anthropology, London, v. 29, no. 6, p. 211-218, 2010. ZUCHETTO, A. T.; CASTRO, R. L. V. G. As contribuições das atividades físicas para a qualidade de vida dos deficientes físicos. Revista Kinesis, Santa Maria, v. 26, p. 52- 166, maio 2002.
Compartilhar