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Cristian Higashi João Carlos Gomes Sidney Kina Oswaldo Scopin de Andrade Ronaldo Hirata Planejamento estético em dentes anteriores A odontologia estética encontra-se em contínuo avanço e tem sido cada vez mais pra- ticada nos últimos anos em virtude dos procedimentos adesivos e do desenvolvimento de materiais restauradores que buscam a reprodução das características naturais das estruturas dentais. A estética para o ser humano é um conceito altamente subjetivo, pois se encontra relacionada a fatores sociais, culturais e psicológicos que se alteram em função do tempo, dos valores de vida e da idade do indivíduo. Devido a isto, a avaliação das expectativas do paciente e o entendimento das possíveis soluções terapêuticas são essenciais antes de iniciar qualquer planejamento. Atualmente o cirurgião-dentista possui diversas opções restauradoras para os dentes anteriores. Procedimentos diretos ou indiretos, com resinas compostas ou ce- râmicas, variáveis que muitas vezes dificultam o correto diagnóstico de qual técnica e qual material são mais adequados para cada situação clínica. O conceito da Odontologia Restauradora atual preconiza que, para qualquer tipo de procedimento, o profissional deve sempre optar pelo tratamento mais conser- vador, isto é, com maior preservação de estrutura dental sadia. O plano de tratamento deve ser realizado de modo que permita formular um bom prognóstico a médio e longo prazo, não apenas em termos de estética, como também considerando os aspectos biológicos e funcionais. Nenhum tipo de tratamento poderá ter êxito sem o estabelecimento de um corre- to diagnóstico e adequado planejamento. Esta etapa é, provavelmente, uma das mais 7 140 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a importantes e imprescindíveis para a obtenção de excelência (Baratieri, 2002). Este capítulo objetiva apresentar algumas estratégias clínicas que visam facilitar o planeja- mento e execução das restaurações estéticas em dentes anteriores, possibilitando trabalhar com uma maior previsibilidade de resultados e máxima preservação da estrutura dental. ABORDAGEM INICIAL O primeiro contato com o paciente que procura um tratamento odontológico estético tem por finalidade compreender as necessidades primordiais deste paciente, isto é, entender qual é o principal problema que o incomoda. Assim, o profissional deve ouvir atentamente as explicações do mesmo, buscando definir a personalidade do paciente, o nível de expectativa e o grau de exi- gência com relação ao tratamento a ser realizado (Fradeani, 2006). Uma seqüência de procedimentos pode ser feita para obter informações essenciais para a elaboração de um planejamento estético indi- vidualizado, a começar por um exame clínico detalhado, que deve ser complementado com a requisição de radiografias, fotografias e modelos de estudo. Radiografia e fotografia digital A requisição de um levantamento radiográfi- co periapical é uma documentação extremamente importante, pois dentre as suas várias funções, possibilita a verificação de possíveis lesões cariosas, acompanhamento de restaurações ou próteses den- tárias antigas, além de possibilitar a observação da situação endodôntica e periodontal do paciente. Em uma análise estética de dentes anteriores existem muitas informações a serem observadas, que dificilmente podem ser anotadas durante a primeira consulta clínica. A obtenção de fotografias em diferentes ângulos pode auxiliar o profissional a analisar com tranqüilidade detalhes estéticos na ausência do paciente (Gürel, 2003). Além do au- xílio na montagem do plano de tratamento inicial, as fotografias podem ser úteis para diversas outras situações. É uma forma muito interessante de trans- mitir para o paciente, informações sobre os pro- blemas clínicos encontrados, podendo ampliar as imagens para uma melhor visualização. Diante de um momento crítico de decisão, como previamente à cimentação de laminados cerâmicos, estas foto- grafias podem auxiliar na decisão de escolhas quan- to à cor e forma das peças protéticas. Observando as imagens o paciente consegue opinar com maior clareza sobre quais alterações serão necessárias. Pode ser um excelente meio de comunicação com o laboratório de prótese (Magne, Belser, 2003), em que permite ao ceramista ter a visualização da face, do sorriso e do contorno de lábios do paciente, favorecendo a confecção de restaurações perso- nalizadas e algumas fotografias específicas podem ser importantes nas correções cerâmicas a serem feitas. Atualmente, com a evolução das câmeras digitais, esta etapa está bastante facilitada, pois permite a visualização e veiculação quase imediata das imagens registradas, no entanto é necessário objetividade e padronização do número e ângulos das fotografias, a fim de realizar somente o registro das imagens que realmente serão aproveitadas, pois ao contrário, esta etapa pode se um passo descon- fortável e irritante para o paciente. Algumas fotografias podem ser padronizadas para a análise estética inicial dos dentes anterio- res. Desta forma, oito fotos deverão ser realizadas (Figuras 7.1 a 7.8). As imagens registradas, juntamente com os modelos de estudo conferem uma condição mais favorável para uma análise estética minuciosa a ser conduzida sem a presença do paciente. 141 CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES ■ Figura 7.1 Lábio em repouso e a boca entreaberta, para avaliar a ex- posição dos incisivos superiores. ■ Figura 7.2 Lábio em repouso e boca entreaberta (foto de perfil), para a visualização do posicionamento dos dentes e do volume dos lábios. ■ Figura 7.3 Sorriso frontal, de pré-molar a pré-molar, utilizada para observar a altura e largura do sorriso; inter-relação das bor- das incisais dos dentes superiores com o lábio inferior. ■ Figura 7.4 Dentes em MIH (máxima intercuspidação habitual), de canino a canino com o auxílio de um afastador de lábios, para avaliar o posicionamento e simetria entre os dentes anteriores. 142 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a ■ Figuras 7.5 a 7.7 Com o auxílio de um afastador de lábios e um fundo escuro, permitem avaliar as formas e os contornos dentais e verificar as proporções entre os dentes anteriores. 7.5 7.6 7.7 ■ Figura 7.8 Fotografia em “close-up” dos incisivos superiores para reg- istro de pequenos detalhes, como a textura, definição dos mamelos, cristas marginais e áreas de translucidez, presen- tes principalmente nos dentes de pacientes jovens. 143 CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES Modelos de estudo e enceramento diagnóstico A obtenção de modelos de estudo da arcada superior e inferior permitem uma visualização tridimensional dos dentes e tecidos adjacentes, impossível de se obter clinicamente. Através dos modelos pode-se observar detalhes gengivais, posi- cionamento, inclinações, formas dentais e relações dos dentes em conjunto e com os seus antagonis- tas (Conceição, 2005). Quando múltiplas alterações estiverem indi- cadas, um enceramento diagnóstico deve ser rea- lizado sobre os modelos de estudo para facilitar a visualização da forma, posição e proporção das futuras restaurações, que devem ser realizadas de acordo com o melhor arranjo funcional e estético possível. Este enceramento é muito interessante para os pacientes com dificuldade de imaginar todas as possíveis modificações que podem ser realizadas em seu sorriso após o tratamento res- taurador. Além de facilitar a comunicação entre profissional e paciente, o enceramento diagnósti- co pode ser muito útil durante os procedimentos diretos e indiretos. Sua aplicabilidade clínica será melhor comentada posteriormente. Ensaios diagnósticos intra-orais ou mock-up A previsão do resultado final de um tratamen- to é essencial quando do planejamento de uma reabilitação estética substancial (Magne, 1999). Um planejamento restauradorem modelos de estudo e um ensaio restaurador intra-oral permite ao profissional trabalhar com maior previsibilidade de resultados e conseqüentemente com uma menor margem de erros em casos mais difíceis, quando múltiplas alterações deverão ser realizadas. Even- tualmente, pode não ser necessário para problemas isolados envolvendo apenas um ou dois dentes. Inicialmente é extremamente importante re- definir a morfologia dental desejada através do enceramento diagnóstico. Quando há a necessidade de alteração da forma, comprimento ou posição do dente no arco, o ensaio pode ter grande valia para a visualização prévia do resultado final desejado (Figuras 7.9 a 7.14). Dependendo da situação clí- nica encontrada e dos conhecimentos e habilidades do profissional, esta simulação pode ser realizada diretamente sobre os dentes, inserindo resinas compostas em áreas específicas para obtenção do melhor resultado estético e funcional possível. ■ Figuras 7.9 e 7.10 Enceramento diagnóstico para redefinição da morfologia dos dentes a serem restaurados. 7.9 7.10 144 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a ■ Figuras 7.11 a 7.14 Enceramento diagnóstico para redefinição da morfologia dos dentes a serem restaurados. 7.11 7.12 7.13 7.14 É importante salientar que estes ensaios intra- orais ou “restaurações de diagnósticos” devem ser realizados sem o condicionamento dos tecidos dentais, para depois de cumprida a sua finalidade poder ser facilmente removido. Uma outra forma de se realizar este ensaio é a utilização de uma resina composta para res- taurações provisórias, genericamente denominada bis-acryl, que se polimeriza quimicamente ao ser automisturada em pistolas com pontas semelhan- tes às utilizadas nos sistemas de silicone de adição. Algumas marcas comerciais com o Structur 2 SC (Voco), Ultra-Trim (Bosworth) e Systemp C&B (Ivoclar Vivadent) podem ser encontradas no mer- cado odontológico, disponíveis em diversas cores. Primeiramente faz-se uma moldagem do encera- mento diagnóstico com silicone por condensação de uso laboratorial, posteriormente, a matriz obti- da desta moldagem (Figura 7.15) é preenchida com uma resina bis-acryl (Figura 7.16), levada aos dentes não preparados, e mantida em posição até a completa polimerização. Ao final do tempo de polimerização, remove-se a matriz e pode-se ava- liar o ensaio diagnóstico em posição (Figuras 7.17 e 7.18). Neste caso, se algum desgaste dental for necessário, será realizado somente após a aprova- ção da forma, tamanho e comprimento dental por parte do profissional e do paciente. É muito válido principalmente para os casos em que apenas um aumento do volume dental é necessário, muito freqüente em pacientes adultos ou idosos com incisivos desgastados ou envelhecidos. 145 CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES ■ Figura 7.15 Matriz obtida pela moldagem do enceramento diagnóstico, utilizada para a confecção do ensaio intra-oral. ■ Figura 7.16 A matriz de silicone é preenchida com uma resina bis-acryl, que deve ser levada aos dentes e mantida em posição por um tempo de aproximadamente 5 minutos. ■ Figura 7.17 Situação inicial. ■ Figura 7.18 Situação logo após a confecção do ensaio diagnóstico, pre- viamente aos procedimentos de acabamento e polimento. Observe que este ensaio permite uma correta visualização do resultado final esperado, sem a necessidade de des- gastes dentais prévios. Após a conclusão do ensaio restaurador é ne- cessário que o paciente e o profissional avaliem o resultado obtido e havendo a necessidade, ajustes e modificações intra-orais poderão ser realizados de acordo com as características e anseios de cada paciente. 146 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a INDICAÇÕES CLÍNICAS PARA RESTAURAÇÃO EM DENTES ANTERIORES A reprodução das características dos dentes naturais sempre foi um dos grandes objetivos das técnicas e materiais restauradores. Após a preconização do condicionamento do esmalte dental com ácido fosfórico por Buonoco- re, em 1955, e o advento das resinas compostas com Bowen, em 1963, soluções restauradoras extremamente conservadoras e reversíveis torna- ram-se possíveis. A busca constante da estética natural, jun- tamente com a evolução continuada de técnicas adesivas avançadas e formulações poliméricas e cerâmicas garantiu ao clínico e ao paciente a oportunidade para alcançar resultados funcionais e estéticos em longo prazo (Christensen, 1991; Meijering, 1997; Rucker, 1990; Welbury, 1991). Várias são as alternativas de abordagem clí- nica dos problemas relacionados com a forma, posição e alinhamento, simetria e proporção, textura superficial e cor dos dentes anteriores (Heymann, 1987). As indicações atuais dos procedimentos ade- sivos são relativas, não existe mais a possibilidade que ocorria com as técnicas e materiais mais anti- gos de indicações e contra-indicações autoritárias e seguras. Hoje quem define a indicação é o pró- prio profissional, em vista de cada situação clínica (que é extremamente particular) e com base em conhecimentos científicos (Hirata, 1999). Dentro desta abordagem, o limite entre as indicações para facetas diretas e indiretas será tênue, variando de acordo com o caso clínico em questão. Tratamento restaurador direto O recontorno cosmético com resinas compos- tas é a técnica mais simples de restauração direta, não requer qualquer espécie de preparo, exige simplesmente o condicionamento ácido total do dente. A resistência e retenção são providas pela adesão ao esmalte. Representa a alternativa de escolha em casos em que não existem alterações de cor profundas, ou dentes cujo posicionamento não exige correção por meio de desgastes. Essa técnica representa a base do recontorno cosmético por aposição de resinas compostas, cujo objetivo principal é o reposicionamento do dente no arco, podendo também esta técnica ser empregada para o fechamento de diastemas e restaurações de dentes conóides. Desde que respeitadas as suas limitações, principalmente com relação à seleção do caso e a sensibilidade da técnica, os recon- tornos cosméticos são restaurações que podem proporcionar ou devolver a harmonia do sorriso de forma excepcional. As resinas compostas oferecem resultados de tratamentos adequados para pacientes jovens. Em adultos são apropriadas quando o volume, a extensão ou o número de restaurações é limitado (Magne, Belser, 2003). Aqueles casos em que já existe um comprome- timento razoável da cor, com escurecimento médio ou elevado, a alternativa restauradora invariavel- mente exigirá um preparo do remanescente dental, visando uma espessura e campo de trabalho para a execução de uma faceta. Outros casos que exi- girão preparo são dentes com extrema vestibulari- zação, onde para o correto alinhamento no arco, exige-se um desgaste da superfície vestibular. Para os dentes escurecidos, o clareamento dental prévio sempre deve ser proposto como tra- tamento inicial. Em situações isoladas, com a presença de pro- blemas localizados, referentes a apenas um dente conóide ou fraturado ou escurecido, com muita estrutura dental remanescente, talvez a técnica direta seja mais recomendada pela versatilidade e possibilidade de reprodução mais fiel dos dentes vizinhos. As restaurações diretas possuem a grande vantagem de ser unicamente dependente do profis- sional, um procedimento centralizado; o resultado será, portanto, diretamente proporcional à técnica e ao conhecimento daquele que estiver executan- do, sendo também uma faca de dois gumes. Outra vantagem do processo direto é o custo do procedimento, que é relativamente mais baixo do que aqueles que envolvem parte laboratorial. O número de sessões para execução (sessão única) também mostra ser uma vantagem importante, apesar de esta ser relativamente longa. A resistência e a estabilidade de cor das resi- nas compostas, apesarde inferiores em relação às cerâmicas, são satisfatórias e dependerão do caso em que as restaurações foram indicadas e como foram executadas e ajustadas. O tempo estimado de vida infelizmente não pode ser calculado devi- do ao caráter multifatorial envolvido. 147 CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES Tratamento restaurador indireto Quando vários dentes anteriores apresentam perda significativa da estrutura coronal, as res- taurações cerâmicas são indicadas (Magne, Belser, 2003). Casos clínicos em que problemas generaliza- dos são observados, bem como grande número de restaurações extensas, com manchamentos, alterações de forma observados em vários dentes, estes são sérios candidatos ao facetamento indi- reto. Descolorações por tetraciclina, resistentes ao clareamento, podem também ser efetivamente tratadas com laminados cerâmicos, podendo apresentar elevada satisfação com relação à cor após 2,5 anos de acompanhamento clínico (Chen, 2005). Na necessidade de reposição de guia anterior, provavelmente as facetas indiretas sejam mais in- dicadas, pela maior resistência mecânica oferecida. Lembre-se que um correto ajuste dos movimentos excursivos influencia diretamente a longevidade e preservação da área incisal. Pacientes com expectativas altas, com senti- dos apurados para estética, que apresentam face- tas de resinas compostas insatisfatórias realizadas anteriormente, solicitando resultados com outros materiais mais estáveis, com menos manchamen- tos e melhor estética são casos para facetamento indireto. A grande vantagem da natureza da técnica indireta é a fabricação das peças de forma extra- oral, otimizando os resultados estéticos e os pro- cedimentos de acabamento e polimento. Os laminados cerâmicos apresentam diversas vantagens, pois reúnem algumas das qualidades dos compósitos, como a capacidade de ser cola- do ao substrato dental; e das cerâmicas, como a estabilidade de cor, alta resistência e durabilidade, expansão térmica e rigidez semelhante ao esmalte dental. Estudos in vivo demonstram um elevado po- tencial para o estabelecimento de uma excelente adaptação marginal, manutenção da integridade periodontal e alto grau de satisfação pelos pacien- tes (Peumans et al., 2000). UTILIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO INICIAL PARA O TRATAMENTO RESTAURADOR O planejamento inicial é fundamental na bus- ca pelos melhores resultados estéticos e funcionais dos procedimentos restauradores. A utilização de algumas técnicas aliadas a este planejamento per- mite a execução do trabalho com maior previsi- bilidade de resultados e com máxima preservação da estrutura dental. Uso do enceramento diagnóstico e matriz palatina para confecção de restaurações diretas Um bom tipo de matriz para dentes anteriores fraturados, restaurações classe IV extensas, redu- ção e/ou fechamento de diastemas e recontornos cosméticos pode ser obtido a partir de um ensaio restaurador diagnóstico (Figura 7.19), por meio de uma moldagem com a parte densa de um silico- ne por adição ou condensação. Essa matriz é na verdade um “guia de silicone”, que pode ser feita diretamente na boca ou a partir de um modelo de gesso (Baratieri et al., 2002). Para ambos os casos devem-se primeiramente realizar um ensaio diagnóstico, como citado anteriormente. Após a reconstrução dos dentes a serem restaurados, na boca ou no modelo de gesso (enceramento diagnós- tico), uma moldagem, sem moldeira, com a parte densa de um silicone por adição ou condensação deverá ser feita, envolvendo todo o dente (Figura 7.20). Pode-se também utilizar silicones polimeri- zados por condensação, de uso laboratorial, como o Zetalabor (Zhermack), Silon IP (Dentsply) ou Perfil Lab (Vigodent), sendo estes muito rígidos e excelentes para este fim. Após a presa do material de moldagem, o molde deverá ser retirado e, com auxílio de uma lâmina de bisturi nº 12 ou 15 (fea- ther), recortado no sentido mesio-distal, removendo apenas a porção vestibular, de modo que o rebordo incisal permaneça na matriz de silicone (Behle, 2000) (Figura 7.21). Após o recorte do molde, este deve ser levado em posição para verificar e testar o assentamento correto (Figura 7.25). 148 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a ■ Figura 7.19 Planejamento inicial com enceramento diagnóstico sobre os modelos de estudo do paciente. ■ Figura 7.20 Moldagem do enceramento diagnóstico com um silicone de uso laboratorial Zetalabor (Zhermack). Observe o completo envolvimento de todo o dente. ■ Figura 7.21 Recorte da matriz no sentido mesio-distal, preservando so- mente a região palatina e incisal. ■ Figura 7.22 Posicionamento da matriz palatina no modelo de gesso encerado. ■ Figuras 7.23 e 7.24 Caso inicial antes e após a remoção das restaurações antigas, respectivamente. Foi utilizada uma técnica de isolamento abso- luto modificado. 7.23 7.24 149 CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES Uma das grandes vantagens de se trabalhar com este tipo de matriz é a segurança do correto posicionamento dos bordos incisais e proximais, onde a partir da região palatina outras camadas de resinas são inseridas pela técnica incremental policromática (Figuras 7.26 a 7.28). ■ Figura 7.25 Verificação intra-oral do correto assentamento da matriz palatina. ■ Figuras 7.26 a 7.28 Restauração pela técnica incremental policromática com inserção das resinas a partir da região palatina. Note que a utilização matriz permite a visualização prévia do cor- reto posicionamento e comprimento da restauração final planejada. 7.26 7.27 7.28 150 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a 7.29 7.30 7.31 7.32 ■ Figuras 7.29 a 7.32 Resultado final obtido. Uso do enceramento diagnóstico em preparos dentais para laminados cerâmicos Para o desgaste da superfície do esmalte é essencial restabelecer o volume original do dente. Para isto, o uso de um enceramento diagnóstico e uma correspondente matriz de silicone é imperati- vo a esta consideração (Magne, 1999). Para os procedimentos indiretos, a forma e a espessura do preparo dental são variáveis possíveis para o sucesso das restaurações cerâ- micas e diferentes geometrias de preparos podem ser encontradas na literatura. Dentre as várias técnicas de preparo descritas, independente do autor e tipo de tratamento proposto, um dos objetivos principais é a máxima preservação das estruturas dentais sadias, desta forma, pode-se utilizar uma matriz para nortear a espessura de desgaste. Esta matriz é obtida pela moldagem do enceramento diagnóstico e deve ser recortada no sentido horizontal, de forma a utilizar somente a face vestibular da mesma. Posiciona-se a matriz nos dentes antes de iniciar o procedimento de preparo para verificar sua estabilidade e correto assentamento, porém quando o posicionamento dos dentes não permitir que isto ocorra, alguns desgastes prévios serão necessários (Figuras 7.33 a 7.35). Durante o preparo dental esta mesma matriz deve ser novamente posicionada para avaliar os locais específicos a serem desgastados, permitindo assim preparos mais conservadores. O espaço necessário na região incisal pode ser controlado com uma matriz palatal (Figura 7.36) e após a finalização de todo preparo é necessário o posicionamento da matriz para verificar se há uma espessura adequada para a confecção da res- tauração (Figura 7.37). Portanto, a quantidade de desgaste da estrutura dental é calculada tendo em vista o resultado final da restauração cerâmica e não em relação ao que está presente no paciente, como era realizado na técnica convencional da silhueta. Resulta-se assim em preparos minima- mente invasivos e com máxima preservação da estrutura dental sadia (Figura 7.38). 151 CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES ■ Figuras 7.33 a 7.35 * Desgastes dentais necessários para o correto assentamento da matriz (setas).7.33 7.34 7.35 ■ Figura 7.36* Espaço de aproximadamente 2 mm necessários para a região incisal dos laminados cerâmicos. ■ Figura 7.37 * Verificação da espessura necessária para a confecção da restauração. * (Mesmo paciente das Figuras 7.9 a 7.18). ■ Figura 7.38 * Preparos dentais finalizados. 152 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a ■ Figuras 7.40 e 7.41 * Visão final dos provisórios para laminados cerâmicos, após a remoção dos excessos e glazeamento. Uso do enceramento diagnóstico para confecção de provisórios diretos Uma restauração provisória adequada é ne- cessária para proteção dental contra as injúrias térmicas e infiltrações bacterianas. Para os casos de laminados cerâmicos, o objetivo dos provisó- rios, além dos já citados acima, é prover a função e estética planejada no início do tratamento, pos- sibilitando uma comunicação direta com o pa- ciente e o laboratório a fim de melhorar pequenos detalhes que podem influenciar no resultado final da restauração. Os provisórios diretos podem ser confeccio- nados da mesma forma que os ensaios restaura- dores de diagnóstico (Figuras 7.15 a 7.18), isto é, utilizando as resinas denominadas bis-acryl, com a mesma matriz obtida do enceramento diagnós- tico. Ela é levada aos preparos e mantida em posição até a completa polimerização da resina. Ao final do tempo de polimerização, remove-se a matriz (Figura 7.39) e se realiza os acabamentos e polimentos necessários nas restaurações provisó- rias, que estão unidas entre si e serão cimentadas provisoriamente com cimentos translúcidos como o Temp Bond Clear (SDS Kerr) ou Provitemp (Biodinâmica), proporcionando assim uma maior previsibilidade dos resultados finais relacionados à forma dos laminados cerâmicos a serem con- feccionados. Um glazeamento final (polimento através da aplicação de uma resina líquida) des- tes provisórios pode ser feito com uma resina fotopolimerizável própria para este procedimento, como o Biscover (Bisco) utilizado para aumentar o brilho, a estabilidade de cor e o polimento destas restaurações (Figuras 7.40 a 7.42). É importante salientar que este produto não se polimeriza com- pletamente com ativação por algumas luzes de aparelhos LED, sendo necessário a fotoativação com luz halógena. ■ Figura 7.39 * Após aproximadamente 5 minutos, tempo necessário para a polimerização da resina bis-acryl, remove-se a matriz e se realiza os acabamentos e correções necessárias. 7.40 7.41 * (Mesmo paciente das Figuras 7.9 a 7.18). 153 CAPÍTULO 7 • PLANEJAMENTO ESTÉTICO EM DENTES ANTERIORES Após a cimentação dos provisórios, é normal o paciente queixar-se do excessivo volume dental. Para isto, ele deve ser informado que o objetivo da avaliação estética dos provisórios requer uma análise clínica de vários dias e conseqüentemente deve-se “provar” as restaurações provisórias por 1 a 2 semanas, para em uma outra consulta discutir alterações possíveis a serem feitas. Se alterações forem posteriormente realizadas, uma melhor forma de transferir estas alterações para o laboratório é por meio de uma moldagem final dos provisórios com alginato ou silicone por condensação. Este é o melhor meio de transferir a correta posição incisal, forma e posicionamento dos dentes para o laboratório e deve ser enviado juntamente com as fotografias intra e extra-orais do paciente. ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES Um correto conhecimento das técnicas e materiais restauradores é essencial para o plane- jamento e execução de restaurações estéticas em dentes anteriores. O protocolo de tratamento descrito neste capítulo possibilita uma melhor interação entre o profissional, o paciente e o laboratório, através das fotografias e dos modelos de estudo encera- dos. Demonstrou que a utilização do enceramento diagnóstico com o auxílio das matrizes de silicone facilita a confecção de restaurações diretas, auxilia no planejamento de laminados cerâmicos e permi- te a realização de preparos dentais tendo em vista o resultado final estético desejado. ■ Figura 7.42 * Caso finalizado. * (Mesmo paciente das Figuras 7.9 a 7.18). 154 O D O N T O L O G I A E S T É T I C A – P l a n e j a m e n t o e t é c n i c a Referências 1. Baratieri LN et al. Caderno de Dentística: restau- rações adhesivas diretas com resinas compostas em dentes ateriores. São Paulo, Livraria Editora Santos, 2002. 2. Behle C. Placement of direct composite veneers utili- zing a silicone buildup guide and intraoral mock-up. Pract Periodontics Aesthet Dent v. 12, n. 3, p. 259- 66, apr. 2000. 3. Bowen RL. Properties of silica-reinforced polymer for dental restorations. J Am Dent Assoc Chicago v. 66, n. 1, p. 57-64, jan. 1963. 4. Buonocore MG. 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Welbury RR. A clinical study of a microfilled com- posite resin for labial veneers. Int J Paediatr Dent v. 1, n. 1, p. 9-15, 1991. Artigo Inédito 72 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estético Breno Carnevalli Franco de Carvalho* * Especialista em Prótese. Especialista em Periodontia. Mestre Profissional em Lasers em Odontologia IPEN-FOUSP. Professor do Curso de Especialização em Implantodontia da Efoa/Ceufe, Alfenas - MG. Professor do Curso de Especialização em Prótese da ABO – Regional de Pouso Alegre - MG. Professor do Curso de Especialização em Prótese da ABO – Regional de Alfenas - MG. Resumo A fotografia digital no pré-operató- rio, através da duplicação da imagem do lado direito e do lado esquerdo, oferece um correto diagnóstico dos problemas estéticos. A utilização da Proporção Áurea e da Porcentagem Áurea possibilitam a obtenção da excelência estética no tratamento PalavRas-Chave: Estética dentária. Planejamento. Sorriso. dentário. A duplicação da imagem do enceramento de diagnóstico permi- te definir corretamente a proposta de tratamento, bem como os bene- fícios oferecidos. E a duplicaçãoda imagem do tratamento realizado pode confirmar o diagnóstico e man- ter-se dentro do plano de tratamen- to proposto. Breno Carnevalli Franco de Carvalho 73R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 IntRodução As propriedades dos materiais restauradores estéticos atuais, tanto das porcelanas quanto das resinas, têm permitido a restauração de to- das as características dos dentes: matiz, opaci- dade, translucidez, opalescência, fluorescência, textura e brilho. E a qualidade destes materiais proporciona uma relativa longevidade dos re- sultados obtidos. A Odontologia atual, com os recursos dispo- níveis, adquiriu a responsabilidade de tornar-se estética. A Odontologia Estética é um modo de exer- cer a Odontologia. É uma filosofia de trabalho, em que todos os procedimentos, restauradores ou cirúrgicos, são sempre executados assegu- rando-se funcionalidade e excelência estética. As alterações de posição dos dentes podem ser corrigidas pelo tratamento ortodôntico. Entretanto, discrepâncias entre o tamanho dos dentes e o tamanho do hemi-arco podem ne- cessitar de uma complementação em algumas situações. Dentes com alterações severas na forma (den- tes conóides e microdentes), ainda que não mui- to freqüentes, impedem seu correto alinhamen- to criando espaços entre os dentes adjacentes. Naquelas situações em que são necessárias mais de uma restauração por dente, em todos os dentes anteriores, o tratamento deveria corrigir as altera- ções nas formas e no alinhamento dos dentes. Os grandes defeitos estéticos são de fácil diag- nóstico, os pequenos não. E somente a correção de ambos permitirá o melhor resultado possível. Para tanto, o correto diagnóstico de todos os defeitos permitirá um planejamento preciso que resultará num tratamento com excelência estética. A reconstrução de um sorriso deve observar e obedecer aos princípios estéticos de composi- ção, unidade, simetria, proporção, razão repeti- da, equilíbrio e linhas5. Para melhor compreensão pelo paciente do tratamento proposto, 3 métodos permitem a visualização dos problemas estéticos2: 1) Aplicação de cera macia ou de resina dire- tamente sobre os dentes; 2) Enceramento de diagnóstico em modelos de estudo; 3) Imagem e simulação computadorizada. A análise dentária, visando o restabelecimen- to da estética, é realizada de 2 maneiras: pelo tamanho real dos dentes e pela sua aparência, dada a distribuição em curvatura no arco dentá- rio. Este último critério - a métrica da aparência ou dimensões dentários relativas - é feito apli- cando-se a Proporção Áurea, também conhecida por Regra Áurea. A razão entre o lado maior e lado menor de um retângulo sendo 1,618 (Proporção Áurea), para Pi- tágoras, torna a figura particularmente bela. A Proporção Áurea pode ser encontrada na natureza (na espiral do náutilus, na distribuição das folhas no caule de algumas plantas, no cor- po humano, na seqüência de Fibonacci, etc), é também aplicada na Engenharia, na pintura e na Arquitetura. Na análise facial, várias medidas podem ser observadas guardando a Proporção Áurea2. Para a métrica da aparência, dentro da Propor- ção Áurea, numa vista frontal, a medida de apa- rência da largura do incisivo lateral recebe o valor 1, do incisivo central 1,6 e do canino 0,6 (Fig. 1). A figura 2 apresenta alteração na Proporção Áurea resultando em um estreitamento do arco com aumento do espaço negativo bilateral. Dado o valor 1 para o incisivo lateral esquerdo, o incisi- vo central apresenta o valor 2, ao invés de 1,6, e o canino apresenta o valor 0,8, ao invés de 0,6. A figura 3 mostra a distribuição dos valores da Proporção Áurea nos dentes anteriores. Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estético 74 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 O conceito de Porcentagem Áurea6, além de não depender da largura aparente dos dentes, permite que a assimetria seja claramente iden- tificada e quantificada. Dentro deste conceito, a largura aparente de canino a canino é tomada como 100%. A partir desta medida: - o incisivo central direito terá 25% do valor, - o incisivo lateral direito terá 15% do valor, - o canino direito terá 10% do valor, - o incisivo central esquerdo terá 25% do valor, - o incisivo lateral esquerdo terá 15% do valor, - o canino esquerdo terá 10% do valor. Por apresentarem-se com a face vestibular paralela ao plano frontal, numa vista frontal, os incisivos centrais ocuparão a metade da distân- cia entre os caninos (Fig. 5). Numa vista em 45o, a Proporção Áurea não deve ser aplicada, permanecendo as dimensões reais para os incisivos laterais (largura de 77% do comprimento) e caninos (largura de 80% do comprimento)3. Relato da tÉCnICa O planejamento para uma reabilitação esté- tica deve seguir as seguintes etapas: estabelecimento das dimensões dos incisivos centrais Numa vista frontal, os incisivos centrais se- Figura 1 - Proporção Áurea na métrica da aparên- cia dos dentes anteriores. Figura 2 - Proporção Áurea alterada. Figura 3 - Proporção Áurea aplicada corretamente. Figura 4 - Porcentagem Áurea. Figura 5 - Incisivos centrais ocupando 50% da largura aparente de canino a canino, numa vista frontal. 0,6 1 1,6 2 1 0,8 0,6 1 1,6 1,6 1 0,6 10% 15% 25% 25% 15% 10% 100% 50% 100% Breno Carnevalli Franco de Carvalho 75R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 rão o ponto da partida do planejamento, pois mostram suas dimensões reais e não as dimen- sões aparentes. Como os incisivos centrais estão lado a lado, deve existir simetria entre ambos. De um modo geral, quanto mais distante da linha mediana se encontre o dente, menos perceptível será a diferença entre ele e o mesmo dente do arco oposto. Sendo assim, os incisivos centrais, que estão lado a lado, não aceitam diferenças entre si, na forma, ou no tamanho, ou na cor. Diferen- ças entre os caninos (seja na forma ou na posi- ção dos dentes no arco) são menos perceptíveis que diferenças entre os laterais (Fig. 6). As alterações ocasionadas pelo tempo são mais evidentes na diminuição do compri- mento dos incisivos centrais. Para que a sua forma possa ser restabelecida, deve-se calcu- lar o seu comprimento original, baseado em sua largura. A largura do incisivo central corresponde, em média, a 80% do seu comprimento (Fig. 7); podendo variar de 75% a 85%3. Portanto, a largura do incisivo central é igual ao seu comprimento multiplicado por Figura 6 - As diferenças na posição entre os caninos são menos perceptíveis que as diferenças entre os incisivos laterais. Figura 7 - Proporção altura x largura do incisivo central. 80%100% 0,8, e o seu comprimento é igual à sua largura dividida por 0,8. Comprimento do IC x 80% = largura Largura do IC ÷ 80% = comprimento A largura do incisivo também pode ser ob tida dividindo-se a distância interpupilar (ou a largura do sorriso) por 6,6. Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estético 76 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 Figura 8a - Fotografia digital dos dentes. Figura 8B - Lado direito duplicado. Figura 8C - Lado esquerdo duplicado. Sempre que se fizer necessário um aumen- to do tamanho dos incisivos centrais, um teste fonético deverá ser realizado para confirma- ção: durante a pronúncia dos sons com “s”, o lábio inferior aproxima-se das bordas incisais dos incisivos centrais, porém sem tocá-las. Du- rante a pronúncia do “f”, o lábio inferior toca as bordas incisais dos incisivos centrais com uma explosão do ar para fora da boca. Quanto maior o espaço existente entre o lábio inferior e as bordas incisais dos incisivos centrais, du- rante a pronúncia de sons com “s”, maior será o aumento permitido. Solicita-se ao paciente que conte em voz alta de sessenta a setenta, quando é feita a observação.Caso não haja es- paço, não deverá ser feito nenhum aumento, pois os sons estarão alterados (por exemplo: sessenta será pronunciado como “fefenta”). Uma vez estabelecidas as dimensões dos incisivos centrais, a largura de cada um deve corresponder a 25% da distância entre as por- ções distais visíveis dos caninos. Na verdade, essa distância deve ser tomada inicialmente para verificar se os incisivos centrais poderão ocupar 50% desta distância (Porcentagem Áu- rea). diagnóstico das pequenas alterações estéticas O princípio fundamental da estética é o da harmonia. Alterações significativas são de fácil percepção: um dente escuro quando todos são claros, ou um dente claro quando todos são es- curos, quebram a harmonia do conjunto. A fotografia digital tornou-se excelente fer- ramenta para o desempenho da Odontologia4. No diagnóstico de pequenas alterações, mais difícil, a fotografia digital mostra-se como excelente ferramenta de trabalho. Deve- se fazer uma fotografia digital dos dentes an- teriores e duplicar cada metade da imagem repetindo-se os lados: uma nova imagem será criada com duas metades direitas e outra com duas metades esquerdas (Fig. 8). Nas figuras 8B e 8C é possível evidenciar a diferença na inclinação axial entre os dentes do lado direito e os do lado esquerdo. As figuras 9A, B, C, e as figuras 10A, B, C mos- tram diferenças bem mais sutis. aplicação da porcentagem áurea A Porcentagem Áurea deve então ser pla- nejada para os dentes anteriores, observando- se o valor de 10% para o canino, 15% para o incisivo lateral e 25% para o incisivo central, bilateralmente. No caso de fechamento de diastema entre os incisivos centrais, suas larguras serão au- mentadas. Conseqüentemente seus compri- mentos também deverão sê-lo (Fig. 11A, B). Muitas vezes o fechamento de um diastema Breno Carnevalli Franco de Carvalho 77R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 entre os incisivos centrais, ao mudar as medidas de suas larguras, exigirá a mudança das medi- das de seus comprimentos, o que pode exigir mudança em todo segmento anterior superior: incisivos laterais e caninos (Fig. 12A, B). Confirmação do diagnóstico Quando necessária a modificação de todo segmento anterior superior, deve-se, antes do tratamento, fazer o enceramento de diagnós- tico e submeter o enceramento ao mesmo tra- tamento de duplicação da imagem. As figuras 13A, B, C são fotografias digitais do enceramento de diagnóstico do paciente apresentado nas figuras 8A, B, C, submetidas ao mesmo tratamento. Quanto menor a diferença entre as imagens duplicadas (direita e esquerda) e a imagem ori- ginal, melhor será o resultado estético. tratamento O tratamento será realizado após a confir- mação do planejamento. E a confirmação do planejamento será feita após a avaliação dos resultados das imagens duplicadas do próprio enceramento. As figuras 14A, B, C e 15A, B, C são do en- ceramento e do tratamento, respectivamente, do caso apresentado nas figuras 9A, B, C. As figuras 16A, B, C, 17A, B, C são do encera- mento e do tratamento, respectivamente, do caso apresentado nas figuras 10A, B, C. Figura 9a - Fotografia digital dos dentes. Figura 9B - Lado direito duplicado. Figura 9C - Lado esquerdo duplicado. Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estético 78 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 dIsCussão O sorriso perfeito depende de vários fato- res, que vão desde a forma e a função dos lá- bios, até a forma, a cor e a posição dos dentes. A correta distribuição dos dentes em arco é um fator importante na estética do sorriso. Discrepâncias entre o tamanho dos dentes e o tamanho dos ossos alveolares alteram a estética. Desordens de crescimento, certos hábitos, mastigação unilateral, dentre outros, também podem influenciar na posição dos dentes e comprometer a beleza do sorriso. A Proporção Áurea traz a percepção da be- leza de forma inconsciente e direta. A Porcen- tagem Áurea permite que os dentes anterio- res sejam tratados no conjunto, facilitando a aplicação clínica da Proporção Áurea. Um tratamento ideal deveria aplicar a Pro- porção Áurea a todas as situações. Entretan- to, as alterações na forma e na posição dos dentes, nem sempre permitem tal realização. O tratamento dentário, dentro da filoso- fia da Odontologia Estética, deve diminuir ao máximo a distância entre as condições bucais atuais e o sorriso ideal (Proporção Áurea). Por- tanto, quanto menor esta distância, melhor o resultado estético. Para tanto, o enceramento de diagnóstico Figura 10a - Fotografia digital dos dentes. Figura 10B - Lado direito duplicado. Figura 10C - Lado esquerdo duplicado. Breno Carnevalli Franco de Carvalho 79R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 Figura 11a - Diastema presente entre os incisivos centrais, que também apresentam restaurações insatisfatórias em resina. Figura 11B - O fechamento do diastema, aumentando a largura dos incisivos centrais, necessitou também de aumento em seus comprimentos para ma- nutenção da proporção entre altura e largura em 10 x 8. Figura 12a - Pré-operatório. Figura 12B - Reconstrução de todo segmento anterior superior com resina composta direta. Figura 13a - Lado direito do enceramento dupli- cado. Figura 13B - Enceramento. Figura 13C - Lado esquerdo do enceramento du- plicado. Figura 14a - Lado direito do enceramento dupli- cado. Figura 14B - Enceramento. Figura 14C - Lado esquerdo do enceramento du- plicado. Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estético 80 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 Figura 15a - Tratamento realizado com restaurações diretas em resina nos dentes 12, 11, 21 e 22. Figura 15C - Lado esquerdo duplicado.Figura 15B - Lado direito duplicado. Figura 16a - Lado direito do enceramento dupli- cado. Figura 16B - Enceramento. Figura 16C - Lado esquerdo do enceramento du- plicado. Breno Carnevalli Franco de Carvalho 81R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 deve ser rotina para todos os pacientes. Pa- cientes que necessitem de múltiplas restau- rações, que apresentem diastemas – entre 2 ou mais dentes – e que apresentem alteração na forma e na posição dos dentes se benefi- ciarão ainda mais com os resultados do ence- ramento de diagnóstico e da duplicação das imagens direita e esquerda. A duplicação da imagem no pré-operatório, como demonstrado, facilita o diagnóstico. A duplicação da imagem do enceramento permite avaliar quais serão os benefícios que o tratamento proposto trará, no que se refere ao encurtamento da distância entre a situa- ção real e o sorriso ideal. E, por fim, a duplicação da imagem do tra- tamento realizado permitirá a comparação entre ele e o planejamento idealizado. ConClusÕes A fotografia digital, pela rapidez do resul- tado e flexibilidade no tratamento da ima- gem, é uma valiosa ferramenta para o exercí- cio da Odontologia Estética. A duplicação da imagem pré-operatória, do enceramento e do tratamento possibilita um diagnóstico correto, um planejamento comple- to e um tratamento com excelência estética. Figura 17B - Lado direito duplicado.Figura 17a - Tratamento: coroa total de porcelana no dente 11 e restaura- ções diretas em resina nos dentes 13, 12, 21, 22 e 23. Figura 17C - Lado esquerdo duplicado. Utilização de imagem digital para diagnóstico e planejamento estético 82 R Dental Press Estét - v. 3, n. 1, p. 72-82, jan./fev./mar. 2006 REFERÊNCIAS 1. GOLDSTEIN, R. E. Change your smile. 3rd ed. Carol Stream: Quintessence, 1997. 2. GOLDSTEIN, R. E. esthetics in dentistry. 2nd. ed. Hamilton: BC Decker; 1998 3. MAGNE, P.; BELSER, U. Restaurações adesivas de porcelana na dentição anterior: uma abordagem biomimétrica. São Paulo: Quintessence, 2003. 4. OLIVEIRA, J. P. Fotografiae vídeo digital: a nova fronteira da Odontologia. R dental Press estét, Maringá, v. 2, n. 1, p. 117- 132, jan./mar. 2005. Disponível em: <http://www.dentalpress. com.br/portal/revistas/sumarios/sumarios/abstracts_estet. php?PG=117&ANO=2005>. Acesso em: Acesso em: 24 abr. 2005. 5. RUFENACHT, C. R. Fundamentos da estética. São Paulo: Ed. Santos, 1998. 6. SNOW, S. R. Esthetic smile analysis of maxillary anterior tooth width: the golden percentage. J esthet dent, ontário, v. 11, no. 4, p. 177-184, 1999. Breno Carnevalli Franco de Carvalho Rua Pres. Artur Bernardes, 880 - Centro Alfenas - MG - CEP 37130-000 e-mail: bcfc@pitnet.com.br Endereço para correspondência KEY WORDS: Dental esthetic. Planning. Smile. Digital image in esthetic diagnostic and planning The digital photograph, by means of the duplication of the right and the left side image, makes it easy to make a correct diagnosis of the aesthetical problems at the preoperative phase. The application of the Golden Proportion and Golden Percentage to dental treatment results in aesthetic excellence. The duplicated image of the waxing diagnosis enables the professional to define the treatment proposition as well as its benefit. The treatment duplicated image allows to confirm the diagnosis and keep the professional within the planning proposed. Abstract 1 QDT 2012 T o obtain consistent esthetic outcomes, the de- sign of dental restorations should be defined as soon as possible. The importance of gathering diagnostic data from questionnaires and checklists1–7 cannot be overlooked; however, much of this informa- tion may be lost if it is not transferred adequately to the design of the restorations. The diagnostic data must guide the subsequent treatment phases,8 integrating all of the patient’s needs, desires, and functional and biologic issues into an esthetic treatment design.9,10 The Digital Smile Design (DSD) is a multi-use con- ceptual tool that can strengthen diagnostic vision, improve communication, and enhance predictabil- ity throughout treatment. The DSD allows for careful analysis of the patient’s facial and dental characteris- tics along with any critical factors that may have been overlooked during clinical, photographic, or diagnos- tic cast–based evaluation procedures. The drawing of reference lines and shapes over extra- and intraoral digital photographs in a predetermined sequence can widen diagnostic visualization and help the restor- ative team evaluate the limitations and risk factors of a given case, including asymmetries, disharmonies, and violations of esthetic principles.1 DSD sketches can be performed in presentation software such as Keynote (iWork, Apple, Cupertino, California, USA) or Microsoft PowerPoint (Microsoft Office, Microsoft, Redmond, Washington, USA). This improved visualization makes it easier to select the ideal restorative technique. The DSD protocol is characterized by effective com- munication between the interdisciplinary dental team, including the dental technician. Team members can identify and highlight discrepancies in soft or hard tis- sue morphology and discuss the best available solu- tions using the amplified images. Every team member can add information directly on the slides in writing or using voice-over, thus simplifying the process even more. All team members can access this information whenever necessary to review, alter, or add elements during the diagnostic and treatment phases. Digital Smile Design: A Tool for Treatment Planning and Communication in Esthetic Dentistry Christian Coachman, DDS, CDT1 Marcelo Calamita, DDS, MSD, PhD2 [Au: Please provide professional affiliations for both authors.] Correspondence to: Dr Christian Coachman, Oral Esthetic Rehabilitation, Well Clinic, Rua Bento de Andrade, 116, Sao Paulo, SP, Brazil, 04503-000. Email: ccoachman@hotmail.com; www.wellclinic.com.br COACHMAN/CALAMITA QDT 2012 2 The adoption of the DSD protocol can make di- agnosis more effective and treatment planning more consistent. The efforts required to implement DSD are rewarded by more logical and straightforward treat- ment sequencing, leading to savings in time, materi- als, and cost during treatment. DIGITAL SMILE DESIGN The DSD protocol offers advantages in the following areas: • Esthetic diagnosis • Communication • Feedback • Patient management • Education Esthetic Diagnosis When the dentist first evaluates a new patient with esthetic concerns, many critical factors may be over- looked. A digital photography and digital analysis protocol enables the dentist to visualize and analyze issues that he or she may not notice clinically. Drawing of reference lines and shapes over extra- and intraoral digital photographs can easily be performed using presentation software. Communication Traditionally, smile design has been instituted by the dental technician. The technician performs the restor- ative wax-up, creates the tooth shapes and dental ar- rangements, and follows the instructions and guide- lines provided by the dentist in writing or by phone. In many cases, however, insufficient information is given to the dental technician to utilize his or her skills to maximum potential. As a result, the final restoration is less likely to fully satisfy the patient’s desires. When the treatment coordinator or whichever mem- ber of the restorative team has developed a personal relationship with the patient takes responsibility for the smile design, the results are likely to be far superior. This individual has the ability to better communicate the patient’s personal preferences and/or morpho- psychologic features to the technician, elevating the excellence of the restoration from acceptable to ex- ceptional.7,8,11 Successful restorative treatment involves control- ling the four dimensions of treatment: esthetics, func- tion, structure, and biology. In relation to esthetics, there are four main issues that must be controlled to improve predictability and meet patient expectations: the horizontal reference plane, facial midline, smile design (tooth shape and arrangement), and color. The question is how to precisely transfer this information from the face to the mouth, to the cast, and to the final restoration. The primary goal of the DSD protocol is to facilitate this process. With this valuable information in hand, the dental technician can more efficiently fabricate a three-di- mensional wax-up, focusing on developing anatomical features within the parameters provided, including the planes of reference, facial and dental midlines, rec- ommended incisal edge position, lip dynamics, basic tooth arrangement, and incisal plane. This information is transferred from the wax-up to the try-in phase through a mock-up or provisional res- toration.4,6,12 The design of the definitive esthetic res- torations should be developed and tried-in as soon as possible to guide the treatment sequence. Efficient treatment planning helps the entire dental team iden- tify any challenges and reduce total treatment time.8 Feedback The DSD allows for precise evaluation of the results obtained in every treatment phase. The sequence of treatment is organized on the slides with photographs, videos, notes, graphics, and drawings. At any time, team members can access the slide presentation to track and analyze the treatment provided. With the digital ruler, drawings, and reference lines, easy com- parisons can be made between pre- and posttreat- ment photographs. These comparisons help deter- mine whether the treatment has successfully followed the original plan or if other adjunctive procedures are necessary to improve the final outcome. The dental technician also gains feedback related to tooth shape, arrangement, and color to facilitate any necessary re- Digital Smile Design:A Tool for Treatment Planning and Communication in Esthetic Dentistry QDT 2012 3 finements. This constant double-checking ensures the excellence of the final result and provides a great learn- ing tool for the entire interdisciplinary team. The DSD tool also serves as a useful library of treatment pro- cedures. Clinicians can revisit treatments performed years ago and learn from past results. Patient Management The DSD can be used as a marketing tool to motivate the patient, an educational tool to help explain issues related to treatment, and an evaluative tool by com- paring before and after photographs. Further, the li- brary of slides from past treatments can be used to demonstrate treatment possibilities during patient consultation. The treatment planning presentation will be much more effective because the DSD allows patients to visualize the multiple factors responsible for their orofacial issues. The problems presented in each case can be superimposed in list form directly over the patient’s own photographs. The clinician can express the severity of the case, introduce treatment strategies, discuss the prognosis, and make case man- agement recommendations. In addition, DSD aids in patient acceptance by helping them visualize and un- derstand both past and future treatments. Education This personal library of clinical cases can also be shared with patients and colleagues, and the most appropri- ate cases can be transformed into a slideshow for den- tal presentations and lectures. DSD can increase the visual impact of a lecture by incorporating the slides from clinical cases. The audience can better under- stand the concepts discussed, and the presenter can minimize the use of a laser pointer. DSD Workflow The authors carry out the DSD protocol using Key- note software (iWork); however, similar software such as Microsoft PowerPoint can be used with minor ad- justments to the technique. Keynote allows for simple manipulation of the digital images and the addition of lines, shapes, and measurements over the clinical and laboratory images. Three basic photographic views are necessary: full face with a wide smile and the teeth apart, full face at rest, and retracted view of the full maxillary arch with teeth apart. A short video is also recommended in which the patient is prompted by the clinician to ex- plain his or her treatment concerns and expectations. Simultaneously, the video should capture all possible dental and smile positions, including 45-degree and profile views. The photographs and videos are down- loaded and inserted into the slide presentation. The DSD workflow then proceeds as follows: 1. The cross: Two lines must be placed on the center of the slide, forming a cross (Fig 1). The facial pho- tograph with the teeth apart should be positioned behind these lines. 2. Digital facebow: Relating the full-face smile image to the horizontal reference line is the most impor- tant step in the smile design process. The inter- pupillary line should be the first reference line to establish the horizontal plane, but it should not be the only one. The face as a whole must be analyzed before determining the best horizontal reference to achieve harmony. After determining the horizontal reference line, the facial midline is outlined accord- ing to facial features such as the glabella, nose, and chin (Fig 2). Fig 1 Slide presentation software (Keynote, iWork, Apple) with crossing lines placed on the middle of the slide. COACHMAN/CALAMITA QDT 2012 4 3. Smile analysis: Dragging the horizontal line over the mouth will allow for initial evaluation of the rela- tionship of the facial lines with the smile. Grouping the lines and the facial photographs will allow the clinician to zoom in on the image without loosing the reference between the lines and photograph. Midline and occlusal plane shifting and canting can be easily detected (Fig 3). 4. Smile simulation: Simulations can be performed to fix the incisal edge position, canting, shifting, tooth proportions, and soft tissue outline (Fig 4). 5. Transferring the cross to the intraoral images: To analyze the intraoral photographs in accordance with the facial references, the cross must be trans- ferred to the retracted view using three transferring lines drawn over the smile view as follows (Fig 5): a) Line 1: from the tip of one canine to the tip of the contralateral canine. b) Line 2: from the middle of the incisal edge of one central incisor to the middle of the incisal edge of the contralateral central incisor. c) Line 3: over the dental midline, from the tip of the midline interdental papillae to the incisal embrasure. It is necessary to calibrate four features on the photograph: size, canting, incisal edge position, and midline position. Line 1 will guide the two first aspects (size and canting), line 2 will guide the inci- sal edge position, and line 3 will guide the midline position (Fig 6). Fig 2 The facial photograph with a wide smile and the teeth apart is moved behind the cross to determine the ideal horizontal plane and vertical midline (ie, the digital facebow). Fig 4 Basic dental simulation performed by cropping the images of the teeth and placing them over the smile photograph, correcting the gingival levels, length, and the canting of the anterior teeth. Fig 3 Transferring the cross to the smile: grouping the lines with the facial photograph and zooming in to analyze the relationship between the facial lines, lips, teeth, and gingiva. Fig 5 Drawing the three reference lines that will allow for transferring of the cross to the intraoral photograph. Digital Smile Design: A Tool for Treatment Planning and Communication in Esthetic Dentistry QDT 2012 5 6. Measuring tooth proportion: Measuring the width/ length proportion of the central incisors is the first step toward understanding how to best redesign the smile. A rectangle is then placed over the edges of both central incisors (Fig 7). The proportions of the patient’s central incisors can be compared to the ide- al proportions described in the literature (Fig 8). 2–8 7. Tooth outline: From this step on, all drawings may be performed depending on what needs to be vi- sualized or communicated for each specific case. For example, tooth outlines can be drawn over the photograph, or premade tooth outlines can be copied and pasted. The selection of tooth shape will depend on factors such as the morphopsycho- logic interview and the patient’s desires, facial fea- tures, and esthetic expectations (Figs 9 and 10).11,13 Fig 6 Intraoral photograph adjusted to the three reference lines. Fig 8 A rectangle with ideal length/width proportion (80%) is placed over the central incisor to compare the actual pretreatment proportion with the ideal one. Fig 7 Intraoral photograph with the cross used to measure the actual length/width proportion of the right central inci- sor. Fig 9 Drawing the tooth outline, as guided by the cross and by the rectangle proportion. Fig 10 Final teeth outline showing the relationship be- tween the preoperative situation and the ideal design. COACHMAN/CALAMITA QDT 2012 6 8. White and pink esthetic evaluation: After all refer- ence lines and drawings have been provided, the clinician should have a clear understanding of the esthetic issues involved in the patient’s maxillary arch, including the tooth proportions, interdental relationship, relationship between the teeth and smile line, discrepancy between facial and dental midlines, midline and occlusal plane canting, soft tissue disharmony, relationship between the soft tissues and teeth, papillae heights, gingival margin levels, incisal edge design, and tooth axis (Fig 11). 9. Digital ruler calibration: The digital ruler can be calibrated over the intraoralphotograph by mea- suring the length of one of the central incisors on the cast (Fig 12) and transferring this measurement to the computer (Fig 13). Once the digital ruler is calibrated, the clinician can make any measure- ments needed over the anterior area of the image (Fig 14). 10. Transferring the cross to the cast: First, the hori- zontal line over the intraoral photograph should be moved above the gingival margin of the six anterior teeth. The distance between the horizon- tal line and the gingival margin of each tooth is measured using the digital ruler, and these mea- surements are written down on the slide (Fig 15). The measurements are then transferred to the cast with the aid of a caliper. Pencil marks are made on Fig 11 Other drawings and lines can be added as needed to help visualize the esthetic issues and improve the ef- ficiency of communication. Fig 13 Calibrating the digital ruler on the slide by shrink- ing/stretching until it matches the measurement done on the cast. The digital ruler is a photograph of a ruler (JPEG file) that is dragged on top of the slide and can be posi- tioned as necessary. Fig 12 Measuring the length of the left central incisor (10.6 mm) on the cast. This measurement will be transferred to the computer for calibration of the digital ruler. Fig 14 Measurements can be taken of the difference be- tween the preoperative location of the cervical areas of the canines compared to the ideal location. In this case, one maxillary canine needed crown lengthening and the other required root coverage. Digital Smile Design: A Tool for Treatment Planning and Communication in Esthetic Dentistry QDT 2012 7 the cast at the same distances above the gingi- val margins as shown on the digital images. Those dots are then connected, creating a horizontal line above the teeth. The next step is to transfer the vertical midline. Because the vertical line must be perpendicular to the horizontal line, only one point is necessary to determine its location. The distance between the dental midline and the fa- cial midline at the incisal edge is measured on the computer, and the distance is then transferred to the cast with the caliper (Fig 16). Subsequently, the line can be drawn perpendicular to the hori- zontal line passing over this reference point. After drawing the cross on the cast (Fig 17), it is possible to transfer any necessary information, such as gin- gival margins, root coverage, crown lengthening, incisal edge reduction, and tooth width. At this stage, all information the technician will need to develop a precise wax-up is available on both the slides and cast (Fig 18). The guided diagnostic wax-up will be an important reference for any surgical, orthodontic, and restorative procedures. Several guides can be produced over this wax-up to control the procedures, such as surgi- cal stents, orthodontic guides, implant guides, crown lengthening guides, and tooth preparation guides. The next important step to evaluate the precision of Fig 15 The horizontal line is placed randomly above the gingival margin of the anterior teeth. This distance is then measured and transferred to the stone cast using the digital ruler. Fig 17 All the measurements are transferred to the cast, and the cross is drawn. Fig 16 Measuring the discrepancy between the facial mid- line and dental midline. Fig 18 The diagnostic wax-up is fabricated using the cross and morphopsychologic design as guides. The new incisal length is measured on the computer and transferred to the wax-up with a caliper. COACHMAN/CALAMITA QDT 2012 8 the DSD protocol and the wax-up is to perform a clini- cal try-in (Fig 19). The clinical try-in can be carried out using a direct mock-up or a provisional restoration de- pending on the complexity of the case. After patient approval, the restorative procedures can be adjusted as necessary. Tooth preparation should be minimally invasive, allowing just enough clearance to create proper space for ceramic restorations (Fig 20). Fabri- cation of the final restorations should be a controlled process with minimal final adjustments (Fig 21). If all of these steps are carried out properly and carefully, the final result will likely exceed the patient’s expectations (Figs 22 and 23). Fig 19 Try-in provisional made with bis-acrylic resin is obtained from a silicone index fabricated on top of the diagnostic wax-up. Fig 21 Final ceramic veneers (IPS e.max, Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) fabricated according to the silicone indexes. Fig 23 Final outcome after 6 months. Fig 20 Final minimally invasive tooth preparation guided by the silicone indexes. Fig 22 Ceramic veneers after bonding. Digital Smile Design: A Tool for Treatment Planning and Communication in Esthetic Dentistry QDT 2012 9 CONCLUSIONS The Digital Smile Design is a multi-use tool that can assist the restorative team throughout treatment, im- proving the dental team’s understanding of the es- thetic issues and increasing patient acceptance of the final result. The placement of references lines and other shapes over extra- and intraoral digital photo- graphs widens the dental team’s diagnostic vision and helps to evaluate the limitations, risk factors, and es- thetic principles of a given case. These critical data will lead to improved results in all phases of treatment. ACKNOWLEDGMENT The authors would like to thank Dr Marcos Pitta, Oral Surgeon; Dr Milton Missaka, Orthodontist, and Adriano Shayder, CDT, members of the interdisciplinary team, for their remarkable contributions to the results obtained and for all dental laboratory support. REFERENCES 1. Coachman C, Van Dooren E, Gürel G, Landsberg CJ, Calamita MA, Bichacho N. Smile design: From digital treatment planning to clinical reality. In: Cohen M (ed). Interdisciplinary Treatment Planning. Vol 2: Comprehensive Case Studies. Chicago: Quin- tessence, 2012:119–174. 2. Goldstein RE. Esthetics in Dentistry. Vol 1: Principles, Communi- cation, Treatment Methods, ed 2. Ontario: BC Decker, 1998. 3. Chiche GJ, Pinault A. Esthetics of Anterior Fixed Prosthodon- tics. Chicago: Quintessence, 1996. 4. Magne P, Belser U. Bonded Porcelain Restorations in the Ante- rior Dentition: A Biomimetic Approach. Chicago: Quintessence, 2002. 5. Fradeani M. Esthetic Rehabilitation in Fixed Prosthodontics. Vol 1: Esthetic Analysis: A Systematic Approach to Prosthetic Treat- ment. Chicago: Quintessence, 2004. 6. Gürel G. The Science and Art of Porcelain Laminate Veneers. Chicago: Quintessence, 2003. 7. Rufenacht CR. Fundamentals of Esthetics. Chicago: Quintes- sence, 1990. 8. Dawson PE. Functional Occlusion: From TMJ to Smile Design. St Louis: Mosby, 2007. 9. Spear FM. The maxillary central incisor edge: A key to esthetic and functional treatment planning. Compend Contin Educ Dent 1999;20:512–516. 10. Kois JC. Diagnostically driven interdisciplinary treatment plan- ning. Seattle Study Club J 2002;6:28–34. 11. Paolucci B. Visagismo e Odontologia. In: Hallawell P. Visagis- mo Integrado: Identidade, Estilo, Beleza. São Paulo: Senac, 2009:243–250. 12. Gürel G, Bichacho N. Permanent diagnostic provisional resto- rations for predictable results when redesigning smiles. Pract Proced Aesthet Dent 2006;18:281–286. 13. Paolucci B. Visagismo: A Arte de Personalizar o Desenho do Sorriso. São Paulo: VM Cultural, 2011. 36 v.1, n.2, 2012 55 Digital smile design: uma ferramenta para planejamento e comunicação em odontologia estética CoaChman, Christian Calamita, marcelo SChayder, adriano Por que é importante? O objetivo de todo tratamento estético dental deve ser o de criar um design que se integre com as necessidades funcionais, estéticas e emocio- nais do paciente. Técnicas e materiais modernos podem ser inú- teis se o resultado final não atingir as expectati- vas estéticasdo paciente. Por esse motivo, a equipe interdisciplinar deve munir-se de todas as ferramentas possíveis para melhorar a visualização dos problemas es- téticos, criar possíveis soluções, apresentar es- sas soluções de forma eficaz para o paciente e guiar com precisão os procedimentos clínicos e laboratoriais para atingir resultados previsíveis. A utilização de ferramentas digitais para aprimo- rar e facilitar o trabalho em equipe e a comunica- ção com o paciente passa a ser fundamental. A chave do sucesso é a comunicação visual! Como sabemos, “uma imagem vale por mil palavras”. O protocolo DSD proposto irá melhorar: • o diagnóstico estético; • a comunicação interdisciplinar; • a análise estética crítica durante e/ou pós-tra- tamento e a reavaliação; e • a relação dentista-paciente, o gerenciamento de expectativas, educação, motivação, ferra- menta de marketing, fechamento de trata- mento. Do que se trata? Colocação de linhas e desenhos digitais sobre fotos de face e intraorais do paciente, seguindo uma sequência específica para melhor avaliar a relação estética entre dentes, gengiva, sorriso Cirurgião-dentista, técnico em Prótese dentária Cirurgião-dentista pela USP mestre e doutor em Prótese dentária pela USP especialista em Prótese dentária pelo CFo Presidente da academia Brasileira de odontologia estética (aBoe) Cirurgião-dentista e face, permitindo ao dentista e ao paciente um melhor entendimento dos problemas e a criação de possíveis soluções. O que é necessário? A técnica é simples e não exige equipamentos ou softwares especiais. Fotografias digitais bá- sicas, específicas para o DSD, podem ser feitas com equipamentos simples. Até mesmo um iPhone, da Apple, pode ser utilizado para isso. Um vídeo rápido da face do paciente também é importante para melhorar e complementar a análise fotográfica e potencializar o resultado do protocolo DSD. As fotos serão trabalhadas no computador usando-se um software simples de apresenta- ção de slides. Tanto o PowerPoint 2012 quanto o Keynote ‘09 podem ser usados. DICAS DE PRÓTESE LABORATORIAL Software de apresentação de slide (Keynote, iWork, apple) com a “cruz” no centro do slide (A). Foto facial em sua posição de harmonia em relação à cruz (B). transferindo a cruz para o sorriso (C). Simulação dental básica (D). as três linhas de transferência para calibragem da foto intraoral (E). Foto intraoral calibrada (F). A C FE B D Como fazer? Três fotos são necessárias: foto de face com sor- riso amplo e dentes entreabertos; foto de face em repouso; e foto intraoral do arco superior. Sequência DSD em 10 etapas 1. Cruz: 2 linhas são colocadas no centro do slide formando uma cruz (Fig. A). A foto facial é colo- cada atrás das linhas. 2. Arco Facial Digital: a foto facial é movimentada atrás das linhas até que uma posição estética- mente harmônica seja atingida (Fig. B). 3. Análise do Sorriso: a cruz é transferida para a região do sorriso, permitindo uma análise com- parativa entre dentes e face (Fig. C). 4. Simulação Dental: simulações podem ser fei- tas para melhorar o entendimento da posição/ proporção ideal dos incisivos (Fig. D). 5. Transferência da Cruz para a Imagem Intra- oral: 3 linhas são utilizadas para transferir as li- nhas faciais para a foto intraoral e calibrá-la. Isso permitirá uma análise dentogengival efetiva em relação à face (Fig. E-F). 6. Proporcao Dental: medir a relação largura- -altura dental no slide é muito simples e permite 38 v.1, n.2, 2012 57 Foto intraoral em relação à cruz facial e com a análise de proporção dental (G). Colocação de um retângulo com proporção ideal (80%) (H). desenho dental efetuado, guiado pela cruz facial e pelo retângulo de proporção ideal (I). desenho dental mostrando a relação pré-operatória com o design ideal (J). outros desenhos podem ser efetuados para melhorar o entendimento estético e a comuncição (K). medindo o comprimento do incisivo central no modelo. essa medida será transferida para o computador para a calibragem da régua digital (L). Calibragem da régua digital (M). Utilização da régua digital para medir as discrepâncias entre o estado atual e o ideal (N). transferência da cruz do computador para o modelo utilizando a régua digital e um paquímetro (O-Q). Confecção do enceramento de diagnóstico guiado pela cruz, desenhada no modelo, e pelas demais medidas provenientes do dSd (R). J L ON K M H IG Q RP uma análise da proporção atual e uma compara- ção com a proporção ideal (Fig. G-H). 7. Desenho Dental: o contorno dental pode ser inserido, podendo ser copiado de uma biblioteca de formas dentais para agilizar o processo (Fig. I-J). A partir desse momento, todos os desenhos de- verão ser feitos de acordo com aquilo que que- remos visualizar e/ou comunicar, não havendo uma regra, mas sim uma análise individualizada de cada caso. 8. Avaliação Estética Dentogengival: com a cruz facial, os desenhos sobrepostos e a foto intra- oral, a visualização de problemas estéticos fica simplificada (Fig. K). 9. Régua Digital: a régua digital pode ser calibra- da sobre a foto, de forma a permitir a medição das relações importantes evidenciadas pelos desenhos (Fig. L-N). 10. Transferência da Cruz para o Modelo: utili- zando a régua digital e um paquímetro, podemos transferir a cruz facial para o modelo, guiando o enceramento de diagnóstico de forma a evitar problemas de desvio da linha média e inclinação do plano oclusal (Fig. O-R). 40 40 v.1, n.2, 2012 mock-up (S). Preparos minimamente invasivos (T). restaurações cerâmicas (iPS e.max, ivoclar Vivadent) fabricadas de acordo com o projeto de design do Sorriso (U). restaurações logo após a cimentação (V). resultado final após 6 meses (X). V XT U S O enceramento de diagnóstico estético guiado será uma importante referência para todos os procedimentos cirúrgicos, ortodônticos e res- tauradores. Vários guias podem ser produzidos sobre esse enceramento para controlar esses passos. O próximo passo para avaliar a precisão do DSD e do enceramento de diagnóstico é criar um tes- te intraoral através de um “mock-up” feito com Bis-Acril e uma muralha de silicone (Fig. S). Após avaliação estética final e aprovação do pa- ciente, o tratamento pode seguir de forma con- trolada e previsível (Fig. T-X). Considerações finais O DSD é uma ferramenta multiúso que pode au- xiliar o time restaurador mediante o tratamento, melhorando o entendimento dos problemas es- téticos e aumentando a aceitação do tratamento pelo paciente. A colocação de linhas de referên- cia e desenhos sobre as fotos facial e intraoral amplia a visão diagnóstica e ajuda a avaliar as li- mitações, fatores de risco e princípios estéticos. Esses dados críticos irão guiar o tratamento em todas as suas fases, garantindo melhores resul- tados. Referências 1. Coachman C, Van Dooren E, Gürel G, Landsberg CJ, Calamita MA, Bichacho N. Smile design: from digital treatment planning to clinical reality. In: Cohen M (Ed.). Interdisciplinary Treatment Planning. Vol 2: Comprehensive Case Studies. Chicago: Quintessence; 2012. p. 119-74. 2. Goldstein RE. Esthetics in dentistry. Vol 1: Principles, Communication, Treatment Methods, ed 2. Ontario: BC Decker; 1998. 3. Chiche GJ, Pinault A. Esthetics of Anterior Fixed Prosthodon- tics. Chicago: Quintessence; 1996. 4. Magne P, Belser U. Bonded Porcelain Restorations in the Anterior Dentition: a biomimetic approach. Chicago: Quintessence; 2002. 5. Fradeani M. Esthetic Rehabilitation in Fixed Prosthodontics. Vol 1: Esthetic Analysis: A Systematic Approach to Prosthetic Treat- ment. Chicago: Quintessence, 2004. 6. Gürel G. The Science and Art of Porcelain Laminate Veneers. Chicago: Quintessence, 2003. 7. Rufenacht CR. Fundamentals of Esthetics. Chicago: Quintes- sence, 1990. 8. Dawson PE. Functional Occlusion: From TMJ to Smile Design.
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