Buscar

TCC CAMILA OFICIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL 
CAMILA GONÇALVES DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
FEMINICÍDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campina Grande 
2020 
 
 
 
 
CAMILA GONÇALVES DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
FEMINICÍDIO 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço 
Social da UNOPAR – Universidade Norte do 
Paraná, para a disciplina de Trabalho de 
Conclusão de Curso II 
 
Orientadora Acadêmica: Nelma dos Santos 
Assunção Galli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINA GRANDE 
2020 
CAMILA GONÇALVES DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
FEMINICÍDIO 
 
 
 
 
 
Aprovada em ___ de ____________ de 2020. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_______________________________________________________________Pro
f.ª Simone Ferreira Nascimento Ramos 
Presidente - Orientador 
 
 
_______________________________________________________________ 
Prof.(a) 
Membro Externo 
 
 
_______________________________________________________________ 
Prof. (a) 
 Membro Externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Agradeço a Deus todo poderoso, 
a quem devo a vida, sem ele nada 
sou”! 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICÁTORIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico ao meu esposo Fagner, pelo companheirismo, 
compreensão e força para comigo durante toda essa trajetória. 
Ao meu pai João e minha mãe Inaldete, meus exemplos de 
honestidade, amor e humanidade. 
Aos meus filhos Raiff, Enzo e Helena, pelas ausências, eles são a 
razão pela qual busco a mudança de vida. 
Aos amigos que sempre me apoiariam, por todo carinho e força 
ofertados. 
As amigas Claudenice e Izabel por compartilhar comigo vivencias e 
aprendizado. 
Aos professores e tutores que me guiaram e ensinaram nesta longa 
e dificil caminhada. 
Enfim, a todos aqueles que passaram pela minha jornada e 
sonharam comigo meu muito obrigada!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTOS. Camila Gonçalves dos. O Assistente Social Frente A Violência 
Doméstica E Feminicídio. Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social. 
UNOPAR – Universidade Norte do Paraná. Campina Grande, 2020. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A presente pesquisa foi desenvolvida a partir do tema “O Assistente 
Social Frente A Violência Doméstica E Feminicídio”. Logo, a metodologia foi a revisão 
bibliográfica, onde buscou-se subsídios teóricos para a problemática: Descrever os 
principais motivos para a violência doméstica e o femicídio; Trazer visibilidade para 
conhecer melhor a dimensão e o contexto da violência mais extrema contra as 
mulheres; Explicitar os dados da violência doméstica e do feminicídio através de 
pesquisas já realizadas e da literatura vigente. Nesse contexto, o objetivo geral foi 
analisar as intervenções profissionais dos Assistentes sociais junto às mulheres em 
situação de violência doméstica e o feminicídio. Entre os resultados discutidos, 
apresentou-se que as intervenções, embora tenham caráter individual, possuem um 
norteamento coletivo, conforme as dimensões teórico-metodológicas, técnico-
operativas e ético-políticas nos encaminhamentos de enfrentamento à violência 
visando que a vítima tenha seus direitos garantidos. Percebeu-se também, a 
importância das equipes multi e interdisciplinares no atendimento das mulheres em 
situação de violência doméstica e familiar, além da articulação dos diferentes 
setores que compõem as chamadas redes de apoio à mulher, disponibilizados para 
o enfrentamento da violência. 
 
Palavras-chave: Violência doméstica. Assistente Social. Feminicídio 
 
 
 
 
 
 
 
SANTOS. Camila Gonçalves dos. The Social Worker Facing Domestic Violence 
And Feminicide. Graduation Work in Social Work. UNOPAR - North University of 
Paraná. Campina Grande, 2020. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This research was developed based on the theme “The Social 
Worker Facing Domestic Violence And Feminicide”. Therefore, the methodology 
was a bibliographic review, which sought theoretical support for the problem: 
Describe the main reasons for domestic violence and femicide; Bring visibility to 
better understand the dimension and context of the most extreme violence 
against women; Explain the data on domestic violence and feminicide through 
research already carried out and the current literature. In this context, the general 
objective was to analyze the social workers' professional interventions with 
women in situations of domestic violence and feminicide. Among the results 
discussed, it was shown that the interventions, although individual, have a 
collective orientation, according to the theoretical-methodological, technical-
operative and ethical-political dimensions in referrals to confront violence 
aiming at ensuring that the victim has her rights guaranteed . It was also noticed 
the importance of multi and interdisciplinary teams in the care of women in 
situations of domestic and family violence, in addition to the articulation of the 
different sectors that make up the so-called support networks for women, 
available to face violence. 
 
Keywords: Domestic violence. Social Assistent. Femicide 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. 9 
2. 11 
2.1A violência doméstica no Brasil 12 
3. 15 
3.1 Tipificação da violência segundo a Lei Maria da Penha 18 
3.2 Atuação do Profissional Assistente Social frente a temática da violência doméstica e o 
fenômeno do feminicídio 20 
4. 24 
5. CONSIDERAÇOES FINAIS 26 
5. 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
No Brasil, o cenário que mais preocupa é o do feminicídio cometido 
por parceiro íntimo, em contexto de violência doméstica e familiar, e que geralmente 
é precedido por outras formas de violência e, portanto, poderia ser evitado. 
Trata-se de um problema global, que se apresenta com poucas 
variações em diferentes sociedades e culturas e se caracteriza como crime de 
gênero ao carregar traços como ódio, que exige a destruição da vítima, e também 
pode ser combinado com as práticas da violência sexual, tortura e/ou mutilação da 
vítima antes ou depois do assassinato. 
 
Violência, em seu significado mais frequente, quer dizer uso da força física, 
psicológica ou intelectual para obrigar outra pessoa a fazer algo que não 
está com vontade; é constranger, é tolher a liberdade, é incomodar, é 
impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo e sua vontade, sob pena 
de viver gravemente ameaçada ou até mesmo ser espancada, lesionada 
ou morta. É um meio de coagir, de submeter outrem ao seu domínio, é uma 
violação dos direitos essenciais do ser humano. Assim, a violência pode 
ser compreendia como uma forma de restringir a liberdade de uma pessoa 
ou de um grupo de pessoas, reprimindo e ofendendo física ou moralmente 
(TELES, 2003, p. 15). 
 
 
Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por 
“razões da condição de sexo feminino”, ou seja, desprezando, menosprezando, 
desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do 
sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino. 
Diversos casos de feminicídio enchem as telas dos jornais diários e das 
redes sociais, estão em toda parte como uma epidemia que não tem fim, um dos 
casos envolvendo violência doméstica ganharam repercussão mundial e deu 
origem a lei mais importante de combate a violência doméstica e ao feminicídio, foi 
o caso da farmacêutica Maria da Penha Fernandes, que ficou paraplégica após 
sofrer duas tentativas de homicídio cometidas pelo marido, que, além de impune, 
estava prestes a conseguir a prescrição do crime, levando para o debate público 
questões que antes eram tratadas apenas em âmbito particular. 
 
 
 
 
 
 
A violência contra amulher não é um fato recente, desde os primórdios da 
humanidade as mulheres vêm sendo vítimas de agressões, muitas vezes 
10 
 
chegando a óbito. Por outro lado, o que é novo, é a responsabilidade de 
vencer tal violência, como condição para a construção da humanidade, 
visto que o Feminicídio define-se como a expressão máxima da violência 
contra a mulher. (FONSECA et all, 2018, P.50) 
 
 
 Isso demonstra claramente um marco divisório, pois é a partir do 
reconhecimento da violência contra a mulher como uma questão de caráter público 
e universal que o Estado toma para si esse fenômeno tão antigo e aceito pela 
sociedade e cria medidas que visam coibir e punir esse tipo de violência. 
Ao enfocar a emergência da questão social, percebemos que o objeto de 
nossa profissão, a classe trabalhadora não se resignou, mas, ao contrário, protestou 
por melhores condições de vida e trabalho. Esse percurso foi traçado para 
conseguirmos compreender a importância da profissão denominada como Serviço 
Social e qual era sua função social, seus atuais desafios para a concretização dos 
objetivos dessa profissão comprometida com a emancipação da classe 
trabalhadora, através da total garantia de direitos e a atuação dos assistentes 
sociais com a problemática da violência contra a mulher e o feminicídio. 
A Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, representa um 
marco na proteção aos direitos das mulheres, pois tem como premissa 
coibir e prevenir todas as formas de violência doméstica e familiar. Do 
mesmo modo, em março de 2015, no Brasil, o feminicídio foi tipificado 
como conduta criminosa, através da Lei n. 13.104/2015. (FONSECA et all, 
2018, p. 50) 
 
 
O objetivo geral desse trabalho foi analisar as intervenções 
profissionais dos Assistentes sociais junto às mulheres em situação de violência 
doméstica e o feminicidio a luz da literatura, e os objetivos específicos; Descrever 
os principais motivos para a violência doméstica e o femicídio; Trazer 
visibilidade para conhecer melhor a dimensão e o contexto da violência mais 
extrema contra as mulheres; Explicitar os dados da violência doméstica e do 
feminicídio através de pesquisas já realizadas e da literatura vigente. 
 Partindo desse pressuposto muitas questões nos inquietaram e 
uma delas é diante de uma Lei tão bem elaborada e abrangente como a Maria da 
Penha, porque os números da violência doméstica e o feminicídio só crescem? 
Quais os entraves na aplicação e efetivação da lei para que estes crimes sejam 
evitados? Essas e outras questões farão parte do debate desse trabalho. 
Rigorosamente, a relação violenta se constitui em verdadeira 
prisão. Neste sentido, o próprio gênero acaba por se revelar uma camisa de força: 
o homem deve agredir, porque macho deve dominar a qualquer custo; e mulher 
11 
 
deve suportar agressões de toda ordem, porque seu "destino" assim determina. 
(SAFFIOTI, 1999). 
Assim sendo, entender as causas da violência de gênero, que são 
ao mesmo tempo tão escandalosas e tão escamoteadas em nossa sociedade, uma 
questão de alta complexidade e relevância social e profissional, visto que há uma 
persistência de situações de violência contra a mulher ao longo do tempo. 
Dessa forma, acreditamos que estudos, como é o caso dessa 
pesquisa, podem contribuir para qualificar a intervenção do assistente social e 
melhorar a formulação de políticas públicas dirigidas a esse segmento significativo 
da população brasileira. As pesquisas nesse sentido podem contribuir para 
qualificar a intervenção do assistente social e melhorar a formulação de políticas 
públicas dirigidas a esse segmento significativo da população brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA 
 2.1A violência doméstica no Brasil 
 
Entende-se por violência o rompimento de qualquer integridade da 
pessoa vitimada, seja integridade física, moral, psíquica e sexual (SAFFIOTI, 2001, 
p.17). 
uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança, 
realizada pela Datafolha mostrou que 22% das brasileiras sofrem 
12 
 
agressões verbais no ano de 2016, resultando 12 milhões de mulheres. 
Um dado que chama a atenção é o silêncio das vítimas, 52% das mulheres 
ficaram caladas diante da violência sofrida, 11% procuraram a delegacia 
da mulher e 13% preferiram o apoio de familiares. Vale ressaltar que 63% 
das agressões ocorreram dentro de casa, onde seria um lugar de refúgio 
e paz, acaba sendo lugar de dor e desespero. Os 39% restante receberam 
agressões na rua, conforme pesquisa realizada pela Datafolha no ano de 
2016 (SEBASTIAO, 2018, P 14) 
 
A violência contra a mulher ampliou-se no Brasil a partir da década 
de 1970 com a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação 
contra a Mulher sendo adotada pela Assembleia Geral. Nesse período, muitos 
movimentos sociais existentes se ampliaram nessa temática, na busca por diminuir 
os números dessa violência que havia tomando grandes avançando na 
compreensão das políticas públicas para que o assunto seja inserido nas pautas de 
discussão acerca da segurança no país. 
Anteriormente nos anos de 1930 a questão social se aprofunda no 
Brasil, onde se intensificaram diversas transformações culturais, políticas e sociais. 
Trata-se do respeito ao conjunto das expressões das desigualdades sociais 
geradas pelo sistema capitalista e suas resistências aos enfrentamentos de 
determinadas expressões. 
 
Em face disso, pode-se perceber que a profissão de Assistente Social no 
Brasil sempre foi rodeada por traços burgueses que não permitiam a 
visualização do cidadão portadores de direitos, mas sim como receptores 
de favores e benefícios. O assistente social presencia muitas formas de 
desigualdades sociais, particularmente contra as mulheres, e cabe a ele 
tornar público as situações para que sejam enfrentadas visando diminuir 
ou exterminar o problema, sendo de fundamental importância sua 
presença nas delegacias da mulher e participação nas tomadas de 
decisões em torno das políticas públicas e projetos lançados pelo governo. 
(SEBASTIÃO, 2018, P.14) 
 
 
 
 
 
São diversas as questões que envolvem essa violência, inclui-se as 
questões de gênero, a sociedade sempre foi marcada pela hegemonidade 
masculina, o pai e marido como provedor e a mulher como a dona de casa e mãe 
submissa que sempre deveu obediência ao macho desde os primórdios. 
De acordo Bandeira (1997) em meados do século XX, a categoria 
gênero surge com o objetivo de evidenciar a opressão feminina e o caráter de 
construção histórica e social sobre a desigualdade entre homens e mulheres. O 
conceito de gênero está relacionado às relações culturais e sociais que estruturam 
13 
 
a sociedade, respondendo às características de pertencimento dos seres humanos 
a um ou outro sexo. 
 A categoria gênero movimenta toda a gama de estruturas, 
identidades sociais e subjetividades individuais (ALMEIDA, 2011). O gênero surgiu 
para descontruir o conceito de que ser mulher é uma condição dada pela natureza. 
De acordo com Suarez (2000) a diferença entre a natureza e a cultura não pode ser 
considerada universal, pois ainda que em forma cultural, a masculinidade é revelada 
pelo essencialismo presente na dicotomia com um todo. 
Diante deste fenômeno, presente no espaço social, encontra-se a violência 
contra a mulher. O primeiro documento internacional de direitos humanos 
que aborda esta violência foi aprovado em 1993, na Assembléia Geral das 
Nações Unidas. Esse documento define violência contra a mulher como 
qualquer ato de violência baseado no gênero que resulta, ou tenha 
probabilidade de resultar, dano ou sofrimento físico, sexual e psicológico, 
incluindo ameaça, coação ou privação arbitrária de liberdade, na vida 
pública ou privada (SANTI, 2010, p. 418). 
 
 
A violência de gênero surge de relações desestruturadas entre 
homens e mulheres, que adquiriu variadas formas ao longoda história, fixando 
papeis, status, lugares e poderes desiguais na família, no trabalho, na política, etc. 
Gênero é uma categoria que tem sido normalmente usada para descrever as 
relações homem e mulher, onde são naturalizadas as atribuições sociais, 
convertendo diferenças em fontes de desigualdade e dominação, que podemos 
denominar de “patriarcal”. O poder patriarcal se mantém, assim, na desigualdade 
entre os gêneros masculino e feminino, que além de se manifestar em diversas 
esferas sociais, incide sobre o corpo e a sexualidade da mulher. 
Historicamente quando as mulheres ultrapassam os papeis sociais 
que as são determinados, o poder patriarcal é, direta ou indiretamente, contestado 
ou ameaçado. Como resposta é comum surgirem situações de violência física e/ou 
psicológica. 
A violência tem como principal característica pelo uso da força 
psicológica ou intelectual para obrigar uma pessoa a praticar algo que não deseja, 
constrangendo, incomodando e impedindo a outra pessoa de manifestar sua própria 
vontade. São muitos motivos que podem desenvolver a agressão entre as pessoas, 
como a pobreza, desigualdade, desemprego, discriminação. Importante ressaltar 
que a violência não está somente associada à classe de menor poder aquisitivo, 
mas também está presente em todas as camadas sociais, não importando idade, 
raça, religião, sexo. (TELES E MELO,2003) 
14 
 
Na maioria dos casos os atos de violência acontecem de forma 
oculta e silenciosa, onde o agressor domina emocionalmente a vítima, fazendo com 
que esteja sempre em estado de atenção com medo do que virá a acontecer caso 
suas vontades não sejam atendidas. O agressor passa a violar os direitos 
primordiais do ser humano. 
 
Não é identidade entre homens e mulheres que queremos reclamar, mas 
uma diversidade historicamente variável mais complexa do que aquela que 
é permitida pela oposição macho/fêmea, uma diversidade que é também 
diferentemente expressada para diferentes propósitos em diferentes 
contextos. Na verdade, a dualidade criada por essa oposição traça uma 
linha de diferença, investe-a com explanações biológicas, e então trata 
cada lado da oposição como fenômeno unitário (...). Em contraste, nossa 
meta é ver não somente diferenças entre os sexos, mas também o modo 
como essas trabalham para represar as diferenças dentro dos grupos de 
gênero. A identidade construída em cada lado da oposição binária esconde 
o múltiplo jogo de diferenças e mantém sua irrelevância e invisibilidade 
(SCOTT, p. 46, 1986, apud LOURO, p. 116, 1995). 
 
A violência de gênero está relacionada às agressões realizadas de 
um sexo sobre o sexo oposto, normalmente ocorrem no seio familiar e que 
raramente são denunciadas por vergonha ou preconceito. Pode-se atribuir à 
violência de gênero também as agressões físicas e psíquicas. Esse conceito coloca 
claramente o ser mulher e o ser homem como conceito singular, a partir do que é 
estabelecido como feminino e masculino, assim como os papeis os papeis 
destinados a cada um na sociedade. 
Já o conceito de divisão sexual do trabalho, que expressa 
diretamente uma divisão social do trabalho entre os gêneros masculino e feminino, 
decorrente do modo capitalista de produção, em que as mulheres ocupam posições 
secundárias e de nível inferior. Onde a diferença entre o trabalho feminino e 
masculino é gritante mesmo quando ocupam as mesmas profissões. 
Esse conceito surgiu na França no início dos anos 1970, 
impulsionado pelo movimento feminista que reivindicava o reconhecimento das 
atividades do lar como trabalho, pois este, não tinha visibilidade, mesmo sendo 
executado por muitas mulheres em todo o país. 
 
Foi com a tomada de consciência de uma “opressão” específica que teve 
início o movimento das mulheres: torna-se então coletivamente “evidente” 
que uma enorme massa de trabalho é efetuada gratuitamente pelas 
mulheres, que esse trabalho é invisível, que é realizado não para elas 
mesmas, mas para outros, e sempre em nome da natureza, do amor e do 
dever materno (HIRATA; KERGOAT, 2007. p. 597). 
 
15 
 
O sistema capitalista se desenvolveu com bases no patriarcalismo, 
beneficiando a diferenciação entre os sexos no mundo do trabalho, ou seja, essa 
histórica desigualdade imposta ao gênero feminino penetrou a estrutura produtiva e 
favoreceu a naturalização de atividades subalternas destinadas a responsabilidade 
feminina. 
 
Notou-se um crescimento da participação das mulheres no mercado de 
trabalho, tanto nas áreas formais quanto nas informais da vida econômica, 
assim como no setor de serviços. Contudo, essa participação se traduz 
principalmente em empregos precários e vulneráveis, como tem sido o 
caso na Ásia, Europa e América Latina. (HIRATA, 2001. P.143) 
 
Ou seja, no atual modelo de societário, a desigualdade social e a 
precarização do trabalho continuam muito presentes, grande parte dos lares 
brasileiros tem a mulher como provedora tornando o subemprego uma alternativa 
para sustentar a família, sair do desemprego e tentar propiciar melhores condições 
de vida para os filhos. 
 
Pode-se dizer que as desigualdades de salários, de condições de trabalho 
e de saúde não diminuíram, e que a divisão do trabalho doméstico não se 
modificou substancialmente, a despeito de um maior envolvimento nas 
responsabilidades profissionais por parte das mulheres. (HIRATA, 2001. 
p.144) 
 
se faz necessário o crescimento de estudos e pesquisas que 
possam possibilitar o mapeamento da violência doméstica no Brasil. Esta é um 
fenômeno complexo, suas causas são múltiplas e de difícil definição. 
 
3. A LEI MARIA DA PENHA 
 
A cada ano, milhares de mulheres são mortas pela violência no 
mundo. Esse fenômeno se traduz em abusos físicos, sexuais, patrimoniais, 
psicológicos e morais. A violência doméstica era entendida como um tipo de abuso 
na qual marido e mulher deveriam resolver sozinhos, conforme o conhecido ditado: 
“em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. No entanto, com a Lei Maria 
da Penha, o Estado toma para si a responsabilidade de proteger as mulheres 
desses abusos, deixando então de ser uma questão meramente de âmbito privado. 
Esta Lei, portanto, constitui-se em um grande avanço na luta das mulheres pela 
erradicação, prevenção e punição da violência. 
 
16 
 
Em virtude da preocupação com esse tipo de realidade que é vivenciada por 
mulheres em todo o mundo, instrumentos internacionais foram criados. 
São eles: a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher (CEDAW), adotada pela Assembleia Geral 
das Nações Unidas, em 18 de dezembro de 1979, que entrou em vigor em 
3 de setembro de 1981; o Plano de Ação da IV Conferência Mundial sobre 
a Mulher (1995); a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e 
Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, 
1994); o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de Todas 
as Formas de Discriminação contra a Mulher, além de outros instrumentos 
de Direitos Humanos. (VELOSO, 2013, P. 24) 
 
 
A Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/06 – representa um marco na 
proteção aos direitos das mulheres, pois, de maneira geral teve como premissa 
essencial coibir e prevenir todas as formas de violência doméstica e familiar, nos 
termos do artigo 226 da Constituição Federal de 1988, da Convenção sobre a 
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres e da 
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a 
Mulher, ratificado pelo Brasil. 
As mortes de mulheres por questões de gênero, chamadas de 
feminicídio, encontram-se presentes em todos os níveis da sociedade e, conforme 
anteriormente apresentado, são decorrentes de uma cultura de dominação e 
desigualdade nas relações de poder existente entre homens e mulheres, 
produzindo a inferiorização da condição feminina, resultando na forma mais extrema 
da violência contra as mulheres,que é o óbito (OLIVEIRA, 2015). 
O crime de feminicídio íntimo está previsto na legislação desde a 
entrada em vigor da Lei nº 13.104/2015, que alterou o art. 121 do Código Penal 
(Decreto-Lei nº 2.848/1940), para prever o feminicídio como circunstância 
qualificadora do crime de homicídio. Assim, o assassinato de uma mulher cometido 
por razões da condição de sexo feminino, isto é, quando o crime envolve: 
“violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de 
mulher”. (BRASIL, 1988) 
Quando falamos e nos preocupamos com a violência, a primeira 
imagem, a face mais imediata e sensível, é a que se exprime pela agressão. 
Contudo, a violência é um produto histórico, e não é uma é múltipla (MYNAIO, 2003, 
p.25). 
Os parâmetros que definem a violência doméstica contra a mulher, 
por sua vez, estão estabelecidos pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340) desde 
2006: qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
17 
 
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, no 
âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de 
afeto, independentemente de orientação sexual. A Lei de Feminicídio foi criada a 
partir de uma recomendação da CPMI que investigou a violência contra as 
mulheres nos Estados brasileiros, de março de 2012 a julho de 2013. 
Em virtude dessa realidade, em março de 2015, no Brasil, o 
feminicídio foi tipificado como conduta criminosa através da Lei nº 13.104/2015, na 
qual o Estado reconhece quão grave e danoso é, para a sociedade, o homicídio de 
mulheres, no sentido de promover a justiça de gênero com o propósito de diminuir 
as práticas discriminatórias ainda presentes no Direito e no Poder Judiciário. 
Entretanto, o debate referente ao feminicídio ainda suscita controvérsias e tensões, 
pela compreensão de que a simples judicialização, ou seja, a tipificação da conduta 
violenta como crime não seria o caminho mais eficaz para a mitigação ou o 
banimento deste fenômeno da realidade social (GOMES, 2015). 
É importante lembrar que, ao incluir no Código Penal o feminicídio 
como circunstância qualificadora do crime de homicídio, o feminicídio foi 
adicionado ao rol dos crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990), tal qual o 
estupro, genocídio e latrocínio, entre outros. A pena prevista para o homicídio 
qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos. 
 
 
Em análise à Lei 11.340/06, observamos que a mesma detém 
consideráveis repercussões no âmbito jurídico, criando trâmite inovador de 
garantia, decorrentes dos acréscimos efetivados no campo do Direito 
Penal, do Processo Penal, da Execução Penal, do Direito Civil, do 
Processo Civil, do Direito Administrativo, do Direito Trabalhista e do 
Previdenciário, tudo isso para maximizar a ordem jurídica no que se refere 
à integração sistêmica de benefícios assistenciais e de proteção, 
buscando, sempre a devida concreção dos direitos e garantias 
fundamentais, na máxima constitucional do princípio da inafastabilidade 
(CAMPOS, 2012, p. 145). 
 
 
O principal ganho com a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/2015) é 
justamente tirar o problema da invisibilidade. Além da punição mais grave para os 
que cometerem o crime contra a vida, a tipificação é vista por especialistas como 
uma oportunidade para dimensionar a violência contra as mulheres no País, quando 
ela chega ao desfecho extremo do assassinato, permitindo, assim, o aprimoramento 
das políticas públicas para coibi-la e preveni-la. 
http://www.compromissoeatitude.org.br/mapa-da-cpmi/
http://www.compromissoeatitude.org.br/mapa-da-cpmi/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13104.htm
18 
 
O dia 25 de novembro de 1981 foi instituído como o Dia Internacional da 
Não – Violência contra mulher. Desde então, o movimento organizado de 
mulheres realiza campanhas neste dia, buscando combater a violência que 
infringe a mulher sob as mais diversas formas. Um dos mais importantes 
projetos em vigor á a Lei Maria da Penha. Este projeto, fruto do movimento 
organizado de mulheres, teve respaldo total no Governo Lula, que envio 
ao Congresso em 2004 (DIREITOS DAS MULHERES, 2012, p.40) 
 
Um levantamento realizado no Distrito Federal em 2013 (Pesquisa 
Impacto dos Laudos Periciais no Julgamento de Homicídios de Mulheres em 
Contexto de Violência Doméstica ou Familiar no Distrito Federal (Anis/Senasp, 
2013) revelou que nos Tribunais do Júri, onde são julgados os crimes contra a vida, 
os operadores de Justiça ainda aplicam pouco a Lei Maria da Penha nos casos de 
homicídio de mulheres: a menção expressa à Lei nº 11.340/2006 apareceu em 
apenas 33% das peças do processo de homicídio de mulheres, entre os anos de 
2006 e 2011. (Brasil, 2012) 
Esse resultado sugere que o contexto da violência sistêmica contra 
as mulheres, que está nas raízes de grande parte dos assassinatos, ainda é pouco 
reconhecido pelos operadores do Direito, o que acaba por interferir na aplicação da 
Justiça, pois a Lei Maria da Penha introduziu no Código Penal a violência contra a 
mulher como circunstância agravante de pena. 
 
3.1 Tipificação da violência segundo a Lei Maria da Penha 
 
 
A Lei Maria da Penha estabelece cinco tipos de violência doméstica 
contra a mulher relacionadas no Art. 7º da Lei 11.340/2006: 
Violência física – ação do agressor contra a integridade ou saúde 
corporal da vítima como: empurrar, sacudir, esbofetear, chutar, queimar, etc. 
Violência psicológica – ação do agressor contra a mulher que causa 
danos de ordem emocional. Exemplos: insulto, chantagem, ridicularização, humilhação, 
constrangimento, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição, limitação 
do direito de ir e vir. Esse tipo de violência normalmente acompanha a violência física, 
até mesmo como forma de coibir a vítima a não denunciar a agressão sofrida. Pode ser 
confundida como excesso de cuidado por parte do agressor e não ser assim identificada 
como violência pela vítima. 
Violência sexual - ação do agressor que constranja a mulher a 
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, diante de 
ameaças, coações ou do uso direto da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, 
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2013/03/ANIS_-_LAUDOS_PERICIAIS.pdf
19 
 
de qualquer modo, a sua sexualidade. Está incluído neste tipo de violência o 
impedimento da mulher usar método contraceptivo e a obrigação da mulher abortar 
mediante força ou ameaça. 
É um tipo de violência que gera medo, culpa e vergonha, o que dificulta 
muitas mulheres de denunciá-la. Na maior parte das vezes essa agressão só é 
denunciada quando praticada por um estranho, fator que contribui para o 
escamoteamento da violência gerida no interior da família. 
Violência patrimonial - qualquer ação que possa causar dano aos 
bens da mulher como documentos pessoais e instrumentos de trabalho. Esse tipo de 
violência é utilizada, muitas vezes, para que a mulher passe a não ter controle dos 
próprios bens, ficando cada vez mais dependente do parceiro. Alguns companheiros 
podem se apossar dos bens materiais de suas companheiras, além de atrapalhar seu 
trabalho ou impedi-las de trabalhar. Esse tipo de conduta evidencia a possessividade e 
o controle que o homem pretende exercer sobre a mulher. 
Violência moral – conduta por parte do agressor que possa caluniar 
ou difamar a mulher. As mulheres são comumente vítimas da violência moral dentro do 
ambientede trabalho, em muitos casos isso ocorre em virtude do assédio sexual a que 
são submetidas. Sua capacidade profissional e atuação são postas em xeque, podem 
ser também desmerecidas publicamente, gerando maus resultados na avaliação do 
desempenho do trabalho, assim como a perda da vontade de trabalhar. 
 
3.2 Atuação do Profissional Assistente Social frente a temática da violência 
doméstica e o fenômeno do feminicídio 
 
No início do século XIX, nos primórdios da industrialização com a massa 
de trabalhadores rurais excluídos do campo surgem as primeiras impressões da 
“Questão Social, a indústria não absorveu esses trabalhadores transformando em 
uma grande massa de miseráveis. Segundo Castel (2000), essa população, que se 
encontrava a margem da sociedade industrial, era denominada como uma ameaça 
à ordem social vigente, pois poderiam se revoltar e “contaminar” todo o corpo social. 
 
São essas populações flutuantes, miseráveis, não socializadas, cortadas 
de seus vínculos rurais e que ameaçam a ordem social, seja pela violência 
revolucionaria, seja como uma gangrena. Aliás, essa é uma palavra 
utilizada no vocabulário da época, uma espécie de contaminação da 
miséria, da desgraça que infectaria progressivamente todo o corpo social. 
(CASTEL, p.239. 2000). 
20 
 
 
A história mostra que o Serviço Social, enquanto profissão, 
caminhou paralelo às conquistas do movimento feminista e integrou na sua agenda 
a discussão relativa à problemática da violência contra a mulher. Enquanto o 
movimento feminista lutava pelos direitos da mulher, publicizando e dando 
visibilidade para a questão da violência contra ela, o Serviço Social, como profissão, 
tentava avançar na superação de um patamar conservador, conforme Netto (1991), 
deixando para trás suas raízes vinculadas à doutrina social da Igreja para assumir 
uma postura mais crítica frente à sociedade e por esta questão passou a interagir 
diretamente na temática da violência contra a mulher tardiamente. 
Assim, a condição de trabalhador assalariado, regulada por um contrato 
de trabalho impregna o trabalho profissional de dilemas da alienação e de 
determinações sociais que afetam a coletividade dos trabalhadores, ainda 
que se expressem de modo particular no âmbito desse trabalho qualificado 
e complexo (IAMAMOTO, 2008 p. 215). 
 
 
A profissão vai se afirmar em nosso país como integrante do setor 
público, consolidando-se como parte do aparato estatal e de empresas privadas, 
sendo o assistente social um assalariado a serviço delas, e por este motivo, não 
sendo possível pensar a profissão no processo de reprodução das relações sociais 
separado das instituições que o empregam (IAMAMOTO E CARVALHO, 2004). 
 
O Serviço Social é uma profissão historicamente determinada, tem sua 
gênese intrinsecamente ligada às relações sociais construídas com o 
surgimento do sistema capitalista, essas relações sociais desde a 
industrialização - marco do sistema capitalista - se constituem de forma 
antagônica e contraditória. A proposta para o Serviço Social em seu 
surgimento é determinada pelas classes dominantes e influência da Igreja 
Católica. Tem como proposição a intervenção e atuação ante a “questão 
social”, implementando uma ação doutrinária e corretiva que buscava um 
consenso entre as classes dominantes e trabalhadoras, objetivando a 
construção de uma legitimação política para as classes dominantes, e uma 
legitimação ideológica para a Igreja Católica. (Czapski, 2016, p.314) 
 
 
O Código de Ética da profissão também tem sido um marco 
orientador para a intervenção dos assistentes sociais, na medida em que explicita 
a dimensão ético-política que os profissionais devem assumir perante os usuários, 
através de seus onze princípios fundamentais. Igualmente o projeto ético-político da 
profissão tem orientado as bases teórico-metodológicas, na medida em que 
pretende despertar o profissional de Serviço Social para o seu compromisso com a 
população excluída, na perspectiva de tornar-se um intelectual orgânico que atua 
na viabilização e no fortalecimento do saber e do poder popular no cotidiano. 
21 
 
De acordo com o Código de Ética o assistente social tem o 
compromisso de respeitar o usuário diante dos seus valores conforme rege as leis 
determinada pela Ética do profissional. O Assistente Social tem como compromisso 
auxiliar na defesa dos direitos dos usuários, vivenciando novos conceitos, tomando 
novas iniciativas e desvinculando do passado, e adotando nova estratégia 
metodológica da atualidade como forma de assistência à sociedade. 
Em relação à temática da violência contra a mulher, o projeto ético-
político convida os profissionais de Serviço Social a desempenhar seu papel, 
orientando, discutindo estratégias e encaminhando as mulheres para onde possam 
receber atendimento eficiente e ter os seus direitos garantidos. Chama-os, ainda, 
para lutar por políticas que venham ao encontro das necessidades básicas dessas 
mulheres, instigando-as a participarem de movimentos que visem ao fim da 
violência e à conquista dos seus direitos. Para tanto, é essencial que sejam 
aprofundados os conhecimentos teóricos sobre o objeto de intervenção da prática, 
para uma atuação competente e compromissada com este projeto ético-político. 
 
O Serviço Social é uma profissão interventiva, socialmente construída, 
inserida na divisão sociotécnica do trabalho. O assistente social tem a 
tarefa de responder com competência às demandas sociais apresentadas 
no seu cotidiano profissional, pois a natureza interventiva da profissão 
exige dos profissionais a utilização de instrumentos e técnicas articulados 
com as dimensões teórica, ética e política. O cotidiano é o espaço que 
oferece as oportunidades, os desafios e os limites para a ação profissional. 
Conhecer os contornos, as potencialidades, as demandas e as respostas 
possíveis é condição primeira para um exercício profissional competente e 
comprometido com os usuários. (LISBOA, 2005, P. 205) 
 
Nessa conjuntura, Iamamoto (1999) lembra que o momento 
presente desafia os assistentes sociais a se qualificarem para acompanhar, 
atualizar e explicar as mudanças da realidade social. 
 
O grande desafio na atualidade é, pois, transitar da bagagem teórica 
acumulada ao enraizamento da profissão na realidade, atribuindo, ao 
mesmo tempo, uma maior atenção às estratégias e técnicas do trabalho 
profissional, em função das particularidades dos temas que são objetos de 
estudo e ação do assistente social. (IAMAMOTO, 1999, P.52 
 
Atualmente a intervenção profissional do Serviço Social se exerce 
dentro de um contexto institucional, com particularidades e interesses que exigem 
uma correlação de forças e mediações para que seja possível a sua realização. A 
questão social não pode ser tomada como objeto profissional do Serviço Social 
22 
 
brasileiro a partir de uma única concepção, pois entram em jogo novas 
configurações das relações sociais. 
 
Na atual conjuntura, os enfrentamentos de interesses, grupos e projetos, 
estão sendo vistos num processo complexo de relações de classe, gênero, 
raça, etnia, cultura, religiões, parentescos, trazendo à discussão as 
mediações da subjetividade e que não se resumem tout court na noção de 
questão social (FALEIROS, 1999, p.40). 
 
 
É necessário trazer para a discussão e colocar na pauta da ação 
profissional dos assistentes sociais essas outras dimensões da realidade, sobretudo 
a relação de gênero, que repercute diretamente na questão do poder e da violência. 
Trabalhar com os novos dilemas familiares, incluindo a questão da violência, da 
dependência química e das doenças crônicas, de um lado, e a agudização da 
pobreza, a ampliação e o fortalecimento da filantropia com os parcos recursos e 
deficiências das políticas sociais, de outro, tem-se apresentado como desafio para 
os profissionais de Serviço Social. 
 
O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundaçãoenquanto 
especialização do trabalho. Os Assistentes sociais, por meio da prestação 
de serviço sócio-assistenciais – indissociáveis de uma dimensão educativa 
(ou político-ideológico) – realizada nas instituições públicas e organizações 
privadas, interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às 
variadas expressões da questão social, tais como experimentadas pelos 
indivíduos sociais no trabalho, família, na luta pela moradia e pela terra, na 
saúde, na assistência social pública, entre outras dimensões.” 
(IAMAMOTO, 2008, p.163). 
 
 
São muitos os desafios que o profissional de Serviço Social enfrenta 
no combate à violência doméstica. Os serviços disponíveis onde se inserem estes 
profissionais, tanto nas áreas da saúde, da segurança pública e da assistência 
social não conseguem atender às mulheres de forma integral e articulada. 
[...] a problemática da violência contra a mulher, especialmente, nas 
últimas décadas, ganhou espaço nas discussões acadêmicas e, mais 
gerais, adentrou o campo da intervenção do Serviço Social, mediante o 
planejamento, a formulação e a execução de políticas públicas de 
prevenção e combate à violência contra mulher nos diversos espaços sócio 
ocupacionais em que se insere (INÁCIO, 2010,p.4). 
 
O Serviço Social atua no combate à violência doméstica inserido 
nas instituições que prestam atendimento à mulher vítima de violência, após a 
reconceituação da profissão e a defesa de um projeto ético-político em favor da 
construção de uma sociedade mais justa, a profissão tem sido reconhecida, 
23 
 
valorizada e requisitada, configurando um espaço na divisão sócio técnica do 
trabalho, merecendo a confiança das outras profissões e entidades diversas, 
conquistando espaço e demarcando a identidade da assistência social. 
Para entender a atuação desta categoria na violência doméstica, é 
preciso apreender que a profissão atua embasada em três dimensões: a dimensão 
ético política, a dimensão teórico metodológica e a dimensão técnico operativa. A 
dimensão ético-política tem orientado a profissão a exercer um papel no sentido de 
orientar as mulheres discutindo com estas seus direitos, e se posicionando a favor 
da luta por políticas que venham a suprir as necessidades reais das vítimas desse 
mal. 
 
Deve-se ressaltar a importância da proposição e implementação de ações 
afirmativas para mulheres submetidas à violência de gênero. São medidas 
que, se executadas por profissionais com qualificação para o tema, em 
uma perspectiva feminista (isto é, que questione radicalmente a matriz 
hegemônica de gênero), representam importantes estratégias de acolhida, 
reflexão, orientação e fortalecimento da cidadania das mulheres, dão 
visibilidade ao fenômeno, provocam debates sobre suas dimensões e 
implicações e significam o reconhecimento por parte do poder público da 
existência das desigualdades que, por intermédio dessas ações, busca-se 
reparar. (ALMEIDA 2005, p.7) 
 
 
O assistente social precisa criar estratégias capazes de driblar as 
correlações de forças desfavoráveis e superar as dificuldades encontradas no cotidiano 
profissional, visto que é o técnico chamado para implementar e viabilizar direitos 
sociais. É sem dúvida um grande desafio, uma vez que o mesmo se vê tolhido, já que 
necessita de recursos, condições e meios de trabalho que vão se tornando cada vez 
mais escassos nessa conjuntura, tornando a concretização de políticas públicas uma 
ação muito difícil. 
Nesse sentido, o projeto profissional do assistente social faz total 
diferença na luta pelos direitos sociais das mulheres e seus familiares que são vítimas 
da violência doméstica. É necessário agir de forma a difundir uma cultura democrática, 
que preferencie a participação ativa dos sujeitos sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
Para se alcançar os objetivos propostos neste trabalho, utiliza-se 
como metodologia a revisão bibliográfica, a fim de trazer os principais conceitos e 
posicionamentos acerca da temática em questão. Lakatos e Marconi (2012 
p.43,44), “trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de 
livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita, sua finalidade é colocar o 
pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado 
assunto”. 
A metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem, o 
conjunto de técnicas que possibilitam a apreensão da realidade e também o 
potencial criativo do pesquisador (MINAYO, 2003 p.22). 
 Nessa pesquisa bibliográfica utilizou-se livros, periódicos e artigos 
científicos, com os seguintes descritores de forma isolada e associada: Violência 
doméstica e Feminicídio. O método de análise utilizado foi o qualitativo, o qual 
proporcionou a formulação das discussões sobre os principais resultados e 
conclusões do estudo estabelecimento dos critérios para a seleção da amostra; 
representação das características da pesquisa original; análise dos dados; 
interpretação dos resultados; apresentação da revisão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. CONSIDERAÇOES FINAIS 
 
 
A violência doméstica não é exclusividade de nenhuma classe 
social, intelectual ou etnia. Atinge todos os países e culturas, de formas variadas. 
Essas agressões ocorrem dentro da residência da família, dificultando que sejam 
detectadas e solucionadas; pois apesar dos laços familiares envolverem relações 
de violência, contêm relações de carinho, amor e dependência. 
Esta tem caráter interpessoal, é abuso do poder disciplinador e 
coercitivo, podendo se prolongar por vários meses e até anos; é um processo de 
completa objetivação da vítima, reduzindo-a à condição de objeto de tratamento 
abusivo, uma forma de violação dos direitos essenciais. 
O profissional de Serviço Social tem que está qualificado para atuar 
nas diversas áreas ligadas à condução das políticas sociais públicas, seu principal 
objetivo é responder às demandas dos usuários dos serviços prestados dentro das 
instituições, afim de garantir atendimento humanizado e efetivação dos direitos. 
 A ação e intervenção profissional dos Assistentes Sociais em 
demandas familiares, inclusive na questão da violência, se apresenta desafiadora, 
entretanto, vêm avançando com muita competência, o qual possibilita resgatar a 
dignidade humana. Violência doméstica contra a mulher, violência intrafamiliar e 
feminicídio, tem sido definida como uma relação de poder e conflito permanente, 
principalmente no âmbito familiar, o que demanda atendimento, encaminhamentos, 
orientação, informação e capacitação por parte de profissionais. 
 No entanto, mesmo havendo avanços políticos e sociais ainda são 
insuficientes para minimizar o elevado índice de violência doméstica e feminicídio, 
presentes no Brasil e no mundo, que nos traz os questionamentos e reflexões 
constantes sobre a eficiência das políticas públicas e ações desenvolvidas nesse 
26 
 
segmento, diversas práticas e ações vem sendo desenvolvidas ao longo da história, 
no entanto ainda se mostram ineficazes diante desse fenômeno negativo. 
O trabalho do assistente social é de extrema importância dentro 
dessa perspectiva, porém vislumbramos profissionais cada vez mais desmotivados 
devidos aos baixos salários e desvalorização profissional, falta de incentivo para a 
educação permanente em serviço, é notório também, o acumulo de trabalho que é 
jogado para estes profissionais, realizando atribuições que não são suas, a 
precariedade dos vínculos de trabalho é outro fator importante que tem tornado o 
trabalho do assistente social mecanizado, o indivíduo é contratado para exercer 
funções que não são de sua competência e aceitam devido as questões de emprego 
e renda que estão cada vez mais complicadas no pais, e nos municípios de pequeno 
porte isso tende a piorar e muito, sendo um ponto extremamente negativo no 
combate a essa problemáticae as diversas outras existentes que demandam ação 
dessa classe trabalhadora. 
Porém, ainda existem profissionais capacitados e capazes e 
comprometidos que desenvolvem o trabalho com afinco, esses muito nos orgulham 
e representam a profissão. Mas é preciso que as nossas lutas sejam efetivadas e 
que sejamos valorizados com condições de trabalho, bons salários, onde possamos 
trabalhar em prol do direito da população tão carente e principalmente sermos 
portadores de boas notícias para essas mulheres tão sofridas que são as vítimas 
de violência doméstica e as famílias das vítimas de feminicídio, esse mal que se 
tornou uma verdadeira epidemia no Brasil e no mundo. 
Devemos explicitar também a importância das equipes multi e 
interdisciplinares no atendimento das mulheres em situação de violência doméstica 
e feminicídio, além da articulação dos diferentes setores que compõem as 
chamadas redes de apoio à mulher, disponibilizados para o enfrentamento da 
violência como um caminho a ser seguido, porém muito aquém das necessidades 
existentes e cada vez mais pungentes. 
O assistente social trabalha nas instituições que prestam 
atendimento às vítimas de agressão. É preciso lembrar que, após o Movimento de 
Reconceituação, a profissão mudou seu foco de investigação e debate, orientando 
suas ações na busca de uma sociedade igualitária. 
O profissional que atua com essa temática também necessita estar 
capacitado para lidar com a violência e com a complexidade desse fenômeno. É 
preciso ainda que haja um conhecimento da rede socioassistencial para que 
27 
 
possam ser feitos encaminhamentos que efetivamente contribuam para a mulher 
romper com a situação de violência em segurança, pois há de se considerar que no 
atendimento chegam casos de pouca e alta gravidade e, muitas vezes, a vida da 
mulher depende desse atendimento. 
Um dos maiores desafios para os assistentes sociais no combate a 
violência é construir uma efetiva rede de atendimento interdisciplinar, considerando 
essa como a articulação das ações entre as instituições e seus profissionais, que 
possam efetivamente amparar as vítimas da violência. E, claro, as dificuldades não 
ficam apenas no âmbito da assistência. Os serviços disponíveis, tanto na saúde, 
como na assistência e a segurança pública, atendem com déficit as mulheres 
vítimas de violência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
 
ALMEIDA, Suely Souza. A violência de gênero como uma violação dos direitos 
humanos: a situação brasileira. UFM: II Jornada Internacional de Políticas Públicas. 
São Luís – MA, 23 a 26 de agosto 2005 
 
ALMEIDA,Tânia Mara Campos de; PEREIRA, Bruna Cristina Jaquetto. Violência 
doméstica e familiar contra mulheres pretas e pardas no Brasil: reflexões pela ótica 
dos estudos feministas latino-americanos. Crítica e Sociedade: revista de cultura 
política. v.2, n.2, Dossiê: Cultura e Política, dez.2012. 
 
Direitos das mulheres. Brasília: Gráfica do Senado Federal, 2012. 
 
BANDEIRA, Lourdes M.; SIQUEIRA, Deis. A perspectiva feminista no pensamento 
moderno contemporâneo. Revista Sociedade e Estado. Brasília, v. VII/2, n. 3, p.263- 
264 1997. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. 
 
BRASIL. Lei nº 3.104, de 2015. Brasília,2015. 
 
BRASIL. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Disponível em: < 
http://www.spm.gov.br/assuntos/ouvidoria-da-mulher/pacto 
nacional/trenfrentamento-da-violencia-contra-a-mulher.pdf> Acesso em: 15 
Jan.2020. 
 
BRASIL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. 
Teen. Violência Contra a Mulher, 2012. 
 
BRASIL. Lei nº 11.340/2006. Lei Maria da Penha: a luta fazendo a lei. Brasília, 2007. 
 
 BRASIL. Lei do Feminicídio, Lei 13.104/15. Disponível em: Acesso em: 08 ago. 
2019. 
 
BRASIL. Código de Ética do Assistente Social. Lei 8662/93 de regulamentação da 
Profissão. 3ª ed. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 1997. 
 
CAMPOS, Amini Haddad; CORRÊA, Lindinalva Rodrigues. Direitos Humanos das 
Mulheres. Curitiba: Juruá, 2012. 
 
http://www.spm.gov.br/assuntos/ouvidoria-da-mulher/pacto
29 
 
CZAPSKI. Alessandra Ruita Santos. O Assistente Social No Atendimento À 
Violência Doméstica Contra A Mulher. Disponível 
em:www.unioeste.br/travessias.Acesso em 10/08/2020 
 
FALEIROS, V. Estratégias em Serviço Social. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. 
FONSECA. Maria Fernanda Soares et al. O feminicídio como uma manifestação 
das relaçôes de poder entre os gêneros. JURIS, Rio Grande, v. 28, n. 1, p. 49-65, 
2018 
 
HIRATA, Helena; KERGOAT, Daniele. Novas configurações da divisão sexual do 
trabalho. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p. 595-609, set./dez. 2007 
 
HIRATA, Helena. Globalização e divisão sexual do trabalho. Cadernos Pagu. n. 
17/18, p 139-156. 2001/02. 
 
LISBOA. Tereza Kleba. PINHEIRO. Eliane Aparecida.A intervenção do Serviço 
social junto a questão da violência contra a mulher. Katalysis. Vol 8, n°2 
Florianopolis- SC 2005 
 
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, história e educação: construção e desconstrução. 
Educação & realidade, v. 20, n. 2, 1995. 
 
IAMAMOTO, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital 
financeiro, trabalho e questão social. 2 ed. – São Paulo: Cortez, 2008. 
 
IAMAMOTO, Marilda V.; CARVALHO, Raul. Relações Sociais e Serviço Social no 
Brasil. Esboço de uma interpretação histórico/metodológica. 10ed. São Paulo: 
Cortez/CELATS, 2004. 
 
IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação 
profissional. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999. 
 
INÁCIO, Mirian de Oliveira. A relação entre “Projeto Feminista Emancipatório” e 
Projeto Ético-Político do Serviço Social: repercussões no enfrentamento à violência 
contra as mulheres no Brasil. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO 
GÊNERO, 9.,Florianópolis, 2010. 
 
LAKATOS, Maria Eva. MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho 
científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, 
publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
LOPES. Luciana. A Intervenção Do Profissional Assistente Social Em Mulheres 
Vítimas De Violência Doméstica Na Contemporaneidade: Uma Reflexão Teórica. 
Trabalho de Conclusão de Curso-TCC.Universidade Federal do Paraná. Matinhos-
PR. 2018 
 
30 
 
MINAYO, Maria Cecília de Souza; SOUZA, Ednilsa Ramos. Violência sob o olhar 
da saúde. A infrapolítica da contemporaneidade brasileira. Ed. Fiocruz. Rio de 
Janeiro, 2003. 
 
OLIVEIRA, Ana Carolina Gondim de A.; COSTA, Mônica Josy Sousa; 
SOUSA,Eduardo Sérgio Soares. Feminicídio e violência de gênero: aspectos 
sóciojurídicos. Revista Tema [online]. 2015, vol. 16, n. 24/25, p. 21-43. 
 
SAFFIOTI. Heleieth I.B. Contribuições feministas para o estudo da violência de 
gênero. Cadernos Pagu, n.16, p. 115-136. 2001. 
 
SAFFIOTI, Heleieth I. B. A violência disseminada. Já se mete a colher em briga de 
marido e mulher. 1999. 
 
SANTI, Liliane Nascimento de; NAKANO, Ana Maria Spanó; LETTIERE, Angelina. 
Percepção de mulheres em situação de violência sobre o suporte e apoio recebido 
em seu contexto social. Texto & Contexto Enfermagem, v. 19, n. 3, p. 417-424, 
2010. 
 
SEBASTIÃO, Elizabeth Elizeuda de Sena. Violência contra a mulher: a Lei do 
feminicídio e seus rebatimentos como forma concreta de proteção a mulher. 
Universidade federal do Rio grande do Norte-UFRN. NATAL-RN. - 2018. 
 
SUAREZ, Mireya. Gênero: uma palavra para desconstruir ideias e um conceito 
empírico e analítico. In: Silva, K. (org). Gênero no mundo do trabalho: I Encontro de 
Intercâmbio de Experiências do Fundo de Gênero no Brasil. Brasília: Agência 
Canadense, 2000. 
 
TELES, Maria Amélia de Almeida; MELO, Mônica de. O que é violência contra a 
mulher. São Paulo: Brasiliense, 2003. 
 
VELOSO, Bruna B. A violência contra a mulher no município deRio das Ostras e a 
atuação da casa da mulher: analisando percalços, limites e potencialidades. 
Universidade Federal Fluminense, Pólo Universitário de Rio das Ostras, Faculdade 
Federal de Rio das Ostras, Departamento Interdisciplinar de Rio das Ostras, Curso 
de Graduação em Serviço Social. (Monografia), 2013. 
	2.1A violência doméstica no Brasil

Continue navegando