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MUSICAS CORINGAS PARA USAR NA REDAÇÃO DO ENEM

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MÚSICAS
Copyright 2020 Poxa Lulu
Categoria: Educação
Primeira Edição - 2020
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total ou
parcial sem a permissão escrita
dos editores.
Fala, poxinhas!
Tudo bem com vocês?
Dessa vez, minha proposta é totalmente 
artística! Vamos falar de música como 
repertório para o Enem?!
Pois é, neste e-book, eu decidi apresentar 
algumas músicas bem válidas de você 
conhecer e utilizar na sua redação, a depender 
da proposta!
Como estamos nos preparando para tudo, 
selecionei diversos eixos temáticos que são 
trabalhados pelo exame, para que você, 
poxaluno, tenha uma verdadeira bagagem 
sociocultural.
Antes de começar, é importante lembrar 
que os repertórios artísticos são um tipo de 
material diferente dos demais, pois não se 
trata de textos lógicos, nem científicos, e, sim, 
simbólicos.
Por isso, é importante olhar para as músicas 
a seguir com essa observação, de que 
elas abordam artisticamente, realidades, 
problemas, questionamentos, etc. É essencial, 
portanto, que você evidencie as suas 
interpretações com a obra.
Agora, sem mais delongas, vamos conferir as 
músicas para nossa redação Enem.
 
5
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1. CÁLICE
Chico Buarque e Milton Nascimento
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga?
Tragar a dor, engolir a labuta?
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice
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Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
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Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
 A música acima foi produzida dentro do 
contexto da Ditadura Militar no Brasil. Nesse 
período, toda obra, antes de ser publicada, era 
avaliada e podia ser censurada, caso expressasse 
valores contrários aos da Ditadura, ou qualquer 
tipo de pensamento crítico sobre a sociedade. 
Assim, a música tenta fazer uma simbologia, 
com uma letra simbólica. É um ótimo repertório 
para falar sobre esse período histórico, ou propor 
reflexões comparativas com o tema. 
9
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2. MINHA ALMA
O Rappa
A minha alma tá armada e apontada
Para cara do sossego!
Pois paz sem voz, paz sem voz
Não é paz, é medo!
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz? (bis)
A minha alma tá armada e apontada
Para a cara do sossego!
Pois paz sem, paz sem voz
Não é paz é medo
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
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Pra tentar ser feliz? (bis)
As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que tá nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe sentar na poltrona
No dia de domingo 
Procurando novas drogas de aluguel
Neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz?
 A música da banda O Rappa apresenta o 
tema “paz”, mas questiona “qual paz?” e reflete 
que paz não é o mesmo que não dizer, pois não 
poder se expressar se configura medo! A letra 
nos faz questionar, “quais coisas não são ditas 
para manter a paz?” É um repertório útil para 
diversos temas, que podem ser articulados ao 
problema da falta de voz.
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3. APESAR DE VOCÊ
Chico Buarque
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
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Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
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Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal
Lá lá lá lá laiá
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 Essa é outra obra feita dentro do contexto da 
Ditadura Militar. Novamente, a letra trabalha 
com uma linguagem subliminar que, apesar de 
não apresentar explicitamente, aponta críticas 
à violência desse modelo, bem como estimula 
uma esperança e um impulso de busca por 
mudança.
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4. ELA ENCANTA
Marina Peralta
Ela encanta
Bem desse jeito, jeito bem feito
Feito do jeito que ela bem quis
E balança
Vem no gingado, estilo bolada
Acalma, bagunça
Ela foi chegando devagar, veio já tirando todo o 
ar
Desmistificando tudo o que o povo insiste em 
falar
E a sua roupa ela escolheu, não pediu pra você 
nem pra eu
Porque ela entendeu que ela mesma manda 
nesse corpo que é seu
Logo de início quero falar do respeito
Essa mina do seu lado é mais que bunda e peito
Fugir desse assunto, meu mano, é uma vergonha
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Ou cê tá achando que nasceu de uma cegonha?
Fica bem aqui, que eu vou te falar
Frida já se foi, mas pediu pra representar
E só pra constar, na minha rima vou lembrar
Você é linda do seu jeito e até quando acaba de 
acordar!
O sol raiou, e toda essa guerra entre o povo não 
parou
Seu nome é Betânia, sua mãe é Dona Flor
E referencial de pai só tem o seu avô
Só que seu corre é todo dia, sua luta é mais que 
grito
Não dá asa pro fuxico nem procura homem rico
Um dia não votava, também não estudava
De casa ela saiu, pra rua foi armada
Armada de ousadia, o medo escondia
Homem privilegiado mais sistema, oprimia
Um salve vai pras mina que na luta botam fé
Lugar de mulher é onde ela quiser!
Lugar de mulher
No rap quebra a banca
No samba tira onda
Reggaera fica a pampa
No funk é que manda
Acalma
Bagunça
Se mostra
Bem como escolheu
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 A música da Marina fala de empoderamento 
feminino de duas perspectivas. Em partes, o 
foco é a mulher representada pelo pronome 
“Ela”. Em outros momentos, o discurso se refere 
aos homens, representadopelo “meu mano”. 
A música, assim, propõe variadas reflexões a 
respeito do lugar da mulher na sociedade e os 
preconceitos que precisam ser superados.
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5. BOA ESPERANÇA
Emicida
Por mais que você corra, irmão
Pra sua guerra vão nem se lixar
Esse é o xis da questão
Já viu eles chorar pela cor do orixá?
E os camburão o que são?
Negreiros a retraficar
Favela ainda é senzala, Jão!
Bomba relógio prestes a estourar
O tempero do mar foi lágrima de preto
Papo reto como esqueletos de outro dialeto
Só desafeto, vida de inseto, imundo
Indenização? Fama de vagabundo
Nação sem teto, Angola, Keto, Congo, Soweto
A cor de Eto’o, maioria nos gueto
Monstro sequestro, capta-tês, rapta
Violência se adapta, um dia ela volta pu cêis
Tipo campos de concentração, prantos em vão
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Quis vida digna, estigma, indignação
O trabalho liberta (ou não)
Com essa frase quase que os nazi, varre os judeu 
– extinção
Depressão no convés
Há quanto tempo nóiz se fode e tem que rir depois
Pique Jack-ass, mistério tipo lago Ness
Sério és, tema da faculdade em que não pode 
por os pés
Vocês sabem, eu sei
Que até Bin Laden é made in USA
Tempo doido onde a KKK, veste Obey (é quente 
memo)
Pode olhar num falei?
Aê, nessa equação, chata, polícia mata – Plow!
Médico salva? Não!
Por quê? Cor de ladrão
Desacato, invenção, maldosa intenção
Cabulosa inversão, jornal distorção
Meu sangue na mão dos radical cristão
Transcendental questão, não choca opinião
Silêncio e cara no chão, conhece?
Perseguição se esquece? Tanta agressão 
enlouquece
Vence o Datena com luto e audiência
Cura, baixa escolaridade com auto de resistência
Pois na era Cyber, cêis vai ler
Os livro que roubou nosso passado igual 
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alzheimer, e vai ver
Que eu faço igual burkina faso
Nóiz quer ser dono do circo
Cansamos da vida de palhaço
É tipo Moisés e os Hebreus, pés no breu
Onde o inimigo é quem decide quando ofendeu
(Cê é loco meu!)
 A música acima é do cantor Emicida, um 
famoso e reconhecido rapper brasileiro que, 
dentre diversos recortes, aborda questões 
relacionadas ao racismo no Brasil. Na letra 
analisada, o discurso se direciona aos opressores, 
e aponta diversas sequelas do período da 
escravidão que não foram reparadas e, hoje, 
permanecem com novas “caras”.
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6. ADMIRÁVEL CHIP 
NOVO 
Pitty
Pane no sistema
Alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vêm eles novamente
Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
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Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não, senhor, sim, senhor
Não, senhor, sim, senhor
Pane no sistema
Alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vêm eles novamente
Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não senhor, sim senhor
Não senhor, sim senhor
Mas lá vem eles novamente
Eu sei o que vão fazer
Reinstalar o sistema
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A famosa música da cantora Pitty tece uma 
crítica à estrutura social vigente, na qual uma 
série de regras são colocadas, de modo que 
muitas pessoas se comportam tão programadas 
por essa estrutura, que a pessoa que foge a isso 
parece estar “desconfigurada”.
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7. ATÉ QUANDO 
Gabriel Pensador
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque 
Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
Até quando você vai ficar usando rédea?
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando rédea?
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura
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Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!
A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!)
Até quando vai ser saco de pancada?
A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro 
saco
A programação existe pra manter você na frente
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Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, 
quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho diploma, 
não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande 
arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo 
me dá
Consigo um emprego, começa o emprego, me 
mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo 
pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu 
fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro 
pra dar!
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!
Muda, que quando a gente muda o mundo muda 
com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na 
gente!
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Na mudança de atitude não há mal que não se 
mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
A música do Gabriel Pensador também tece uma 
crítica à organização social vigente. Na letra, se 
vê evidência da desigualdade social, do descaso 
com as necessidades básicas, além da denúncia 
contra a violência. Nesse sentido, o discurso 
tenta impactar o ouvinte que se identifica com 
essas situações, a fim de que algo seja feito para 
mudar essa realidade. 
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8. COTA NÃO É 
ESMOLA 
Bia Ferreira
Existe muita coisa que não te disseram na escola
Cota não é esmola
Experimenta nascer preto na favela pra você ver
O que rola com preto e pobre não aparece na TV
Opressão, humilhação, preconceito
A gente sabe como termina, quando começa 
desse jeito
Desde pequena fazendo o corre pra ajudar os 
pais
Cuida de criança, limpa casa, outras coisas mais
Deu meio dia, toma banho vai pra escola a pé
Não tem dinheiro pro busão
Sua mãe usou mais cedo pra poder comprar o 
pão
E já que tá cansada quer carona no busão
Mas como é preta, pobre, o motorista grita: Não!
E essa é só a primeira porta que se fecha
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Não tem busão, já tá cansada, mas se apressa
Chega na escola, outro portão se fecha
Você demorou! Não vai entrar na aula de história
Espera, senta aí, já já dá uma hora
Espera mais um pouco e entra na segunda aula
E vê se não atrasa de novo, a diretora fala
Chega na sala, agora o sono vai batendo
E ela não vai dormir, devagarinho vai aprendendoque
Se a passagem é 3, 80 e você tem 3 na mão
Ela interrompe a professora e diz, ‘então não vai 
ter pão’
E os amigos que riem dela todo dia
Riem mais e a humilham mais
O que você faria?
Ela cansou da humilhação e não quer mais escola
E no natal ela chorou, porque não ganhou uma 
bola
O tempo foi passando e ela foi crescendo
Agora la na rua ela é a preta do sovaco fedorento
Que alisa o cabelo pra se sentir aceita
Mas não adianta nada, todo mundo a rejeita
Agora ela cresceu, quer muito estudar
Termina a escola, a apostila, ainda tem vestibular
E a boca seca, seca, nem um cuspe
Vai pagar a faculdade, porque preto e pobre não 
vai pra USP
Foi o que disse a professora que ensinava lá na 
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escola
Que todos são iguais e que cota é esmola
Cansada de esmolas e sem o dim da faculdade
Ela ainda acorda cedo e limpa três apê no centro 
da cidade
Experimenta nascer preto, pobre na comunidade
Cê vai ver como são diferentes as oportunidades
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu 
racismo!
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Que isso é vitimi, que isso é vitimi, que isso é 
vitimismo
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bote a culpa em mim pra encobrir o seu 
racismo!
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Que isso é vitimi, que isso é vitimi, que isso é 
vitimismo
São nações escravizadas
E culturas assassinadas
É a voz que ecoa do tambor
Chega junto, venha cá
Você também pode lutar, ei!
E aprender a respeitar
Porque o povo preto veio para revolucionar
Não deixe calar a nossa voz, não!
Não deixe calar a nossa voz, não!
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Não deixe calar a nossa voz, não!
Revolução
Não deixe calar a nossa voz, não!
Não deixe calar a nossa voz, não!
Não deixe calar a nossa voz, não!
Revolução
Nascem milhares dos nossos cada vez que um 
nosso cai
Nascem milhares dos nossos cada vez que um 
nosso cai, é
Nascem milhares dos nossos cada vez que um 
nosso cai
Nascem milhares dos nossos cada vez que um 
nosso cai
E é peito aberto, espadachim do gueto, nigga 
samurai!
É peito aberto, espadachim do gueto, nigga
É peito aberto, espadachim do gueto, nigga
É peito aberto, espadachim do gueto, nigga
Peito aberto, espadachim do gueto, nigga 
samurai!
É peito aberto, espadachim do gueto, nigga
Aberto, espadachim do gueto, nigga
É peito aberto, espadachim do gueto, nigga
É peito aberto, espadachim do gueto, nigga 
samurai!
Vamo pro canto onde o relógio para
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E no silêncio o coração dispara
Vamo reinar igual Zumbi, Dandara
Odara, Odara
Vamo pro canto onde o relógio para
No silêncio o coração dispara
Odara, Odara, ei!
Experimenta nascer preto, pobre na comunidade
Você vai ver como são diferentes as oportunidades
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu 
racismo
Existe muita coisa que não te disseram na escola
Cota não é esmola!
Cota não é esmola!
Cota não é esmola!
Eu disse: Cota não é esmola!
Cota não é esmola!
Cota não é esmola!
Cota não é esmola!
São nações escravizadas
E culturas assassinadas
É a voz que ecoa do tambor
Chega junto, venha cá
Você também pode lutar, é
E aprender a respeitar
Porque o povo preto veio revolucionar
Cota não é esmola!
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A música da Bia Ferreira aborda a temática das 
cotas raciais, uma medida de politica pública 
que visa diminuir as desigualdades de acesso aos 
espaços socialmente prestigiados. O discurso 
aponta para a realidade desigual vivida por 
diversos sujeitos e, através dos apontamentos, 
fundamenta seu argumento de que as cotas são 
direito e não esmola. 
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