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O início da Reforma Psiquiátrica no Brasil ocorreu junto ao movimento sanitário, nos anos 70, que buscava mudança nos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde. A Reforma Psiquiátrica é um processo político e social, no qual houve um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais. Crítica do modelo hospitalocêntrico (1978- 1991) • Surge o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) É realizado denúncias da violência nos manicômios e construir uma crítica ao “saber psiquiátrico” e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais. É inspirado na experiência italiana de desinstitucionalização e sua crítica ao manicômio. • II Congresso Nacional do MTSM (1987) – “Por uma sociedade sem manicômios” • I Conferência Nacional de Saúde Mental (1987) É criado o 1º CAPS no Brasil (1987) e são implantados NAPS que funcionam 24h em Santos- SP (1989). • Constituição de 1988 – criação do SUS • Entrada no Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (1989) É proposto a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. • Lei nº 8.080/1990 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, incluindo o SUS. • Assinatura do BR na Declaração de Caracas (1990) Este documento marca as reformas na atenção à Saúde Mental nas Américas Início da implantação da rede extra- hospitalar (1992-2000) Em 1992 começa a ter movimentos sociais que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. • II Conferência Nacional de Saúde Mental (1992) – “A reestruturação da Saúde Mental no Brasil” Passa a entrar em vigor as primeiras normas federais regulamentando a implantação de serviços de atenção diária. No entanto a maioria dos recursos do Ministério da Saúde para a saúde mental ainda são destinados para os hospitais psiquiátricos. A Reforma Psiquiátrica depois da Lei Nacional (2001-2005) • Lei Federal nº 10.216/2001 É sancionada a Lei criada pelo Paulo Delgado, no entanto é realizada algumas alterações no projeto original. A Lei nº 10.216 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios. • III Conferência Nacional de Saúde Mental (2001) – “Liberdade é o maior Cuidado” A política de saúde mental do governo passa a ser alinhada com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica. São criadas linhas de financiamento pelo Ministério da Saúde para os serviços substitutivos e novos mecanismos para fiscalização, gestão e redução dos leitos psiquiátricos. Há uma expansão na rede de atenção diária à saúde mental. Neste período há também a criação do Programa “De volta para casa” que visa a desinstitucionalização das pessoas longamente internadas nos hospitais psiquiátricos. Este período caracteriza-se por ações dos governos federal, estadual, municipal e dos movimentos sociais, para efetivar a construção da transição de um modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico, para um modelo de atenção comunitário. É nesse momento que a Reforma Psiquiátrica se consolida como política oficial do governo Federal. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf>
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