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APOSTILA 3 OSCIP e CEBAS (3) (4)

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APOSTILA 3
1- OSCIP – ORGANOZAÇÃO CIVIL DO INTERESSE PUBLICO
A Lei 9.790/1999, regulamentada pelo Decreto 3.100/1999, qualifica as OSCIP - Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, no universo do Terceiro Setor, em organizações que efetivamente têm finalidade pública, impondo condições para tal reconhecimento.
 A qualificação de OSCIP acolhe e reconhece legalmente as organizações da sociedade civil cuja atuação se dá no espaço público não estatal.
A qualificação somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos.
Considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.
TERMO DE PARCERIA
A Lei 9.790/1999 criou o Termo de Parceria - novo instrumento jurídico de fomento e gestão das relações de parceria entre as OSCIP e o Estado, com o objetivo de imprimir maior agilidade gerencial aos projetos e realizar o controle pelos resultados, com garantias de que os recursos estatais sejam utilizados de acordo com os fins públicos.
É vedada a celebração de Termo de Parceria com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP que tenham, em suas relações anteriores com a União, incorrido em pelo menos uma das seguintes condutas:
I – omissão no dever de prestar contas;
II – descumprimento injustificado do objeto de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria;
III – desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos;
IV – ocorrência de dano ao Erário; ou
V – prática de outros atos ilícitos na execução de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria.
Referidas normas constam do Decreto 7.568/2011, que alterou o Decreto 3.100/1999, ampliando as exigências para os termos de parceria entre as OSCIP e a União.
 
CONTABILIZAÇÃO
 
Aplicam-se às OSCIP as normas contábeis emanadas pelo CFC - Conselho Federal de Contabilidade, relativas ao terceiro setor.
 
Desta forma, para atender corretamente a legislação, especialmente relativa à comprovação de destinação das sobras de recursos para atendimento dos objetivos sociais, deve a OSCIP manter contabilidade devidamente atualizada e regularizada, contabilizando os termos de parceria em contas específicas para posterior comprovação dos dispêndios efetuados.
 
2- CEBAS – CERTIFICADO DE ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTENCIA SOCIAL
Certificado de Filantropia ‐ como obter
Principais divisões deste estudo:
1 – Conceito
2 – Finalidade
3 – Procedimento
4 – Documentos Necessários
1 – Conceito
O Certificado de Filantropia, ou Certificado de Fins Filantrópicos, é uma declaração que o Poder Público concede a uma entidade, reconhecendo que ela é entidade beneficente de assistência social.
É também conhecido como Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS).
O processo de certificação de entidades beneficentes, instituído pela Lei 12.101, de 27 de novembro de 2009, 
regulamentada pelo Decreto 7.237, de 20 de julho de 2010, determina que os certificados sejam concedidos às entidades conforme três áreas de atuação: assistência social, saúde ou educação. Os órgãos federais responsáveis por certificar as entidades são, respectivamente, os Ministérios do http://www.mds.gov.br/(MDS), da Saúde (MS) e da Educação (MEC).
A entidade que atue em mais de uma das áreas especificadas deverá requerer a certificação, assim como sua renovação, no Ministério responsável pela área de atuação preponderante da entidade.
Considera‐se área de atuação preponderante aquela definida como atividade econômica principal no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda.
Além da concessão e renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) acompanha e fiscaliza as entidades certificadas, implanta, gera e mantém atualizado o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social, em articulação com Conselhos e Órgãos gestores da assistência social, e propõe parâmetros e procedimentos para a vinculação dessas entidades ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Com a publicação dessa nova legislação, o Conselho Nacional de Assistência Social ‐ CNAS deixa de ser o órgão responsável pela concessão do certificado e passa a ter como competências:
• acompanhar e fiscalizar o processo de certificação das entidades e organizações de assistência social no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS);  
• apreciar relatório anual que conterá a relação de entidades e organizações de assistência sociais certificadas como beneficentes e encaminhá‐las para conhecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.
Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome deverão supervisionar as entidades beneficentes certificadas e zelar pelo cumprimento das condições que ensejaram a certificação, nos termos do art. 24 da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, e do Decreto 7.237, de 20 de julho de 2010, podendo, a qualquer tempo, determinar a apresentação de documentos, a realização de auditorias ou o cumprimento de diligências.
A autoridade competente para a certificação determinará o seu cancelamento, a qualquer tempo, caso constate o descumprimento dos requisitos necessários à sua obtenção.
2 – Finalidade
O CEBAS habilita a entidade a comprovar sua condição de filantrópica perante a sociedade civil e o governo, sendo necessário à instrução de pedidos de benefícios concedidos pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal. O CEBAS também permite à entidade receber subvenções e firmar convênios com esses Poderes.
Há, ainda, a questão tributária. A obtenção do CEBAS também constitui início de prova nos requerimentos de qualquer tipo de isenção tributária ou até da imunidade, prevista para estas entidades na Constituição Federal, no art. 150, VI, c.  
3 – Procedimento
Os CEBAS, como já foi dito, serão apreciados no âmbito dos Ministérios: da Saúde, quanto às entidades da área de saúde; da Educação, quanto às entidades educacionais; e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social.  
A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto da Lei 12.101, de 27 de novembro de 2009.
As entidades deverão obedecer ao princípio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades, exclusivamente, a seus associados ou à categoria profissional.
4 – Documentos Necessários
A certificação ou sua renovação será concedida à entidade beneficente que demonstre, no exercício fiscal anterior ao do requerimento, o cumprimento do disposto no Decreto 7.237, de 20 de julho de 2010, Capítulos I, II, III e IV do
Título I, isolada ou cumulativamente, conforme sua área de atuação, e que apresente os seguintes documentos:
• comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica ‐ CNPJ;  
• cópia da ata de eleição dos dirigentes e do instrumento comprobatório de representação legal, quando for o caso;  
• cópia do ato constitutivo registrado, que demonstre o cumprimento dos requisitos previstos no a Art. 3º
da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009; e  
• relatório de atividades desempenhadas no exercício fiscal anterior ao requerimento, destacando informações sobre o público atendido e os recursos envolvidos.
Poderá ser certificada a entidade legalmente constituída e em funcionamento regular há, pelo menos,doze meses, imediatamente anteriores à apresentação do requerimento.
Contudo, em caso de necessidade local atestada pelo gestor do respectivo sistema, o período mínimo de cumprimento dos requisitos poderá ser reduzido se a entidade for prestadora de serviços por meio de convênio ou instrumento congênere com o Sistema Único de Saúde ‐ SUS ou com o Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS.  
As ações previstas no Decreto 7.237, de 20 de julho de 2010, relativas à Saúde, Educação ou Assistência Social, poderão ser executadas por meio de parcerias entre entidades privadas, sem fins lucrativos, firmadas mediante ajustes ou instrumentos de colaboração que prevejam a co-responsabilidade das partes na prestação dos serviços
em conformidade com a Lei nº 12.101, 27 de novembro de 2009, e disponham sobre:
• a transferência de recursos se for o caso;  
• as ações a serem executadas;  
• as responsabilidades e obrigações das partes;  
• seus beneficiários; e  
• a forma e assiduidade da prestação de contas.
Os recursos utilizados nos ajustes ou instrumentos de colaboração previstos deverão ser individualizados e segregados nas demonstrações contábeis das entidades envolvidas, de acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade para entidades sem fins lucrativos.
Para fins de certificação, somente serão consideradas as parcerias firmadas com entidades privadas sem fins lucrativos, certificadas ou cadastradas junto ao Ministério de sua área de atuação, nos termos do Art. 40 da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, e de acordo com o procedimento estabelecido pelo referido Ministério.
 As parcerias não afastam as obrigações tributárias decorrentes das atividades desenvolvidas pelas entidades sem fins lucrativos, não certificados, nos termos da legislação vigente. A entidade certificada deverá atender às exigências, conforme sua área de atuação, durante todo o período de validade da certificação, sob pena de seu cancelamento a qualquer tempo.
Os requerimentos de concessão ou de renovação da certificação deverão ser protocolados junto aos Ministérios da Saúde, da Educação ou do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, conforme a área de atuação da entidade, acompanhados dos documentos necessários à sua instrução, nos termos do Decreto 7.237, de 20 de julho de 2010. Os requerimentos deverão ser analisados, de acordo com a ordem cronológica de seu protocolo, no prazo de até seis meses, salvo em caso de necessidade de diligência devidamente justificada.
A decisão sobre o requerimento de concessão ou de renovação da certificação deverá ser publicada no Diário Oficial da União e no site do Ministério responsável pela área de atuação da entidade. A certificação terá validade de três anos, contados a partir da publicação do deferimento da sua concessão, permitida sua renovação por iguais períodos.  Para os requerimentos de renovação protocolados com antecedência mínima de 6 (seis) meses do término final de sua validade, o efeito da decisão contará a partir:
• da validade da certificação anterior, se a decisão for favorável ou desfavorável, proferida até o prazo de seis meses; ou;  
• da data da publicação da decisão, se esta for desfavorável, proferida após o prazo de seis meses. Para os requerimentos de renovação protocolados fora desse prazo, o efeito da decisão contará a partir:
• do término da validade da certificação anterior, se o julgamento ocorrer antes do seu vencimento; ou  
• da data da publicação da decisão, se esta for proferida após o vencimento da certificação.
Neste segundo caso, a entidade não usufruirá os efeitos da certificação no período compreendido entre o término da sua validade e a data de publicação da decisão, independentemente do seu resultado.
Os requisitos específicos para certificação das entidades da saúde, da educação, e de assistência social podem ser encontradas no Decreto 7.237, de 20 de julho de 2010, Título I, capítulos II, III e IV.
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