Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
E-book 1 CONTABILIDADE FINANCEIRA Maria Luiza Ribeiro Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 CLASSIFICAÇÃO�������������������������������������������������������4 Contas contábeis patrimoniais ou de resultado ���������������������4 Origem da classificação das contas contábeis ����������������������4 Classificação das contas patrimoniais e de resultado ����������7 Ordenação das contas contábeis: A construção da demonstração de resultados e do Balanço Patrimonial ������11 Construção do balanço patrimonial e demonstração de resultados ��������������������������������������������������������������������������������16 Classificação das contas contábeis em recebíveis de curto prazo e longo prazo e direitos provenientes de despesas antecipadas������������������������������������������������������������23 Realização de Lançamentos ��������������������������������������������������29 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������������� 32 SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 33 2 INTRODUÇÃO Neste módulo, estudaremos as Contas Patrimoniais e de Resultado, conhecendo assim a classificação das principais contas contábeis� Em seguida, pas- saremos à Ordenação das Contas Contábeis, iden- tificando como os registros se ordenam de modo a construir o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados� Nesse sentido, estudaremos a Construção do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados, com isso, podemos verificar de que modo se elaboram tais demonstrações financeiras, que são tão importantes. O próximo passo é estudar a classificação das con- tas de recebíveis de curto e longo prazo, bem como os direitos provenientes das despesas antecipadas. Por fim, é a vez de analisar os lançamentos de con- tratações de seguro e reconhecimento de despesas antecipadas� Bons estudos! 3 CLASSIFICAÇÃO Contas contábeis patrimoniais ou de resultado Neste tópico, estudaremos a origem das contas contábeis e sua classificação. Dessa maneira, per- ceberemos de que forma se separam as contas con- forme o grupo ao qual pertencem, segmentando-se em patrimoniais, quando referentes ao Patrimônio da empresa, e de resultado, quando representam os valores apurados das atividades da empresa. Origem da classificação das contas contábeis A Contabilidade é uma ciência que pode ser aplicada a diferentes tipos de empresa, independentemente do seu tamanho, ramo de atividade ou se é privada ou pública. Por meio dos registros contábeis, as enti- dades registram atividades, organizam informações, apuram resultados e atendem a exigências legais. Assim, os apontamentos feitos pela Contabilidade podem ser utilizados para auxiliar as escolhas feitas nos mais diversos níveis e assuntos organizacionais. Existem diversos registros sobre o surgimento dessa ciência. Alguns estudiosos afirmam que já existiam registros contábeis no século 5 a�C�, apresentados 4 nos papiros de Zenão encontrados no Egito Antigo. Contudo, é sabido também que, ao longo do tempo, a contabilidade esteve presente em vários outros fatos históricos. Por exemplo, dizem até que as riquezas do rei Salomão já eram contabilizadas de alguma forma. Enfim, têm-se encontrado muitos marcos para a ciência contábil. A Contabilidade tal qual praticada na atualidade teve sua origem na obra do frade franciscano Luca Bartolomeo Pacioli, que em 1494 publicou Tractatus particularis de computis et scripturis (em português, Contabilidade por partidas dobradas)� Podcast 1 Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion (2019) afir- mam que o conhecimento contábil, apesar de ter tido grande influência dos estudiosos italianos, foi muito influenciado por estudiosos norte-americanos. Para tornar possível a sua expansão no século 19, os Estados Unidos da América utilizaram recursos oriundos da Europa para financiar o crescimento da indústria americana, com isso, os credores exigiram os registros das operações de empresas para as quais emprestaram recursos. No Brasil, o Código Comercial, criado em 1850, exi- giu das empresas o registro das suas atividades comerciais e, em 1880, criou-se também o Manual Mercantil, que orientava como as empresas deveriam 5 https://famonline.instructure.com/files/1053178/download?download_frd=1 registrar suas operações na Contabilidade, processo denominado escrituração contábil. A instalação de empresas multinacionais no Brasil também ajudou a difundir práticas contábeis. Diante da obrigação de atender não somente às leis brasilei- ras, mas também à legislação de seu país de origem, as multinacionais passaram a aplicar os princípios contábeis, disseminando informações e capacitan- do os profissionais contratados para atuar em seus departamentos contábeis e financeiros. Com a promulgação da Lei n. 6.404/1976, as Demonstrações Contábeis passaram a ser exigi- das legalmente no Brasil, a princípio, criando regras específicas para as empresas classificadas como Sociedade Anônima de capital aberto. A Lei n. 6404/1976 regeu a ciência contábil por mui- tos anos. Em 2002, a Lei n. 10.406 alterou algumas exigências da Lei 6.404, adequando a legislação bra- sileira às regras internacionais, entre outras contri- buições importantes. A verdade é que as empresas, em suas operações cotidianas, realizam diversas operações e, por essa razão, a todo momento tomam decisões. Essas de- cisões são chamadas de Atos e Fatos Contábeis� Atos Contábeis são as atividades desenvolvidas pe- las empresas e que podem alterar seus resultados, por exemplo contratar funcionários, assinar contratos e outros. A partir dos Atos Contábeis, surgem os Fatos Contábeis, os quais correspondem aos acon- 6 tecimentos decorrentes dos atos contábeis pratica- dos, por exemplo, podemos citar compras, vendas, produção, pagamentos e recebimentos. Os atos e fatos contábeis são também chama- dos de Atos e Fatos Empresariais ou Atos e Fatos Administrativos, visto que se relacionam às empre- sas e suas respectivas administrações. O registro e controle dos atos e fatos contábeis são registrados em Livros específicos, conforme preco- niza a legislação vigente, por meio do registro de Contas. Conta é o nome técnico dos itens que for- mam o patrimônio da empresa e que compõem o Resultado do período. Classificação das contas patrimoniais e de resultado As decisões ou escolhas de um indivíduo podem nem sempre ser percebidas, principalmente quando en- volve o cotidiano, mas podem envolver o pagamento de contas, recebimentos de valores, planejamento e outras atividades. E em uma empresa isso não é diferente. Constantemente, a organização toma decisões, por exemplo: o que vender, comprar, produzir, qual o valor das compras, quantos funcionários serão contrata- dos, quais máquinas e equipamentos são necessá- rios para efetuar a produção, como o produto será 7 entregue ao cliente, qual o custo de transporte dos produtos vendidos etc. Assim, a empresa registra suas operações utilizando as Contas Contábeis, que podem ser divididas em: ● Contas Patrimoniais: correspondem aos elementos que formam o Patrimônio. Dividem-se em: � Contas Ativas: representam os bens e os direitos; � Contas Passivas: demonstram os elementos que correspondem ao Passivo e Patrimônio Líquido. ● Contas de Resultado: dividem-se em Contas de Receitas e Contas de Despesas; são utilizadas para apurar o Resultado da empresa (Lucro ou Prejuízo). A movimentação registrada nas Contas de Resultado provoca as variações no Resultado do Exercício. Contas Patrimoniais O Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obri- gações que uma pessoa física ou jurídica possui, que podem ser avaliados monetariamente, ou seja, é possível atribuir um valor monetário a cada item. É composto por um conjunto de itens que apresenta características distintas, mas que a cabo representa toda a riqueza do proprietário, seja pessoa física ou jurídica. O Patrimônioé composto por: ● Bens: são coisas úteis ao atendimento a neces- sidades do ser humano, que podem ser avaliados economicamente e possuem relação de posse com 8 o proprietário. Podem ser classificados em tangíveis ou intangíveis: � Bens tangíveis ou materiais: são bens com forma física, corpo ou matéria, e podem ser divididos em bens de uso, troca ou consumo: a) Bens de uso: são utilizados pela empresa na execução de sua atividade. Por exemplo, máqui- nas, equipamentos, computador, prateleiras etc. b) Bens de troca: são os itens disponíveis para ser entregues a outrem (pessoa física ou jurídi- ca), mediante a entrega do valor correspondente ou bem equivalente. Por exemplo, mercadorias para revenda, dinheiro etc. c) Bens de consumo: são os que representam os itens utilizados durante o exercício da atividade empresarial. Por exemplo, embalagem, material de limpeza etc� Os bens tangíveis podem ser subdivididos ainda em móveis ou imóveis: I) Bens móveis: podem ser movidos do lugar. Por exemplo, móveis, veículos, mercadorias etc. II) Bens imóveis: estão fixos no lugar, não podem ser deslocados de um lugar a outro. Por exemplo, terrenos, prédios etc� � Bens intangíveis: são os que não podem ser to- cados, pois não têm massa corpórea e podem ser avaliados economicamente. Por exemplo, a marca da empresa, o logotipo, patentes etc� 9 ● Direitos: representam os valores a receber de ter- ceiros, isto é, que não fazem parte da empresa. Por exemplo, duplicatas a receber, notas promissórias a receber, boletos bancários a receber, aluguéis a receber etc� ● Obrigações: representam as dívidas da empresa. As obrigações são compromissos financeiros assu- midos para/com terceiros, e que a empresa tem de pagar em data futura. São também denominados de exigível, por representarem a exigência de pagamen- to, quando do vencimento. Por exemplo, duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, salários a pagar, aluguéis a pagar, empréstimos, financiamentos etc. Contas de Resultado As contas de resultado referem-se ao efeito obtido pela empresa com suas operações e podem ser clas- sificadas em receitas, custos e despesas: ● Receitas: são provenientes das atividades realiza- das pela empresa no exercício de sua atividade, ou seja, implicam fatos contábeis realizados. Os tipos de Receitas mais comuns são: Vendas de Bens e Mercadorias e a Prestação de Serviços. Para a con- tabilização, as contas de receitas mais utilizadas são Receitas de Vendas, Receita de Prestação de Serviços, Aluguéis a Receber ou Aluguéis Ativos e Juros a Receber ou Juros Ativos. ● Custos: referem-se aos gastos envolvidos com ati- vidades operacionais para a fabricação de produtos ou prestação de serviços. Para registro de custos, 10 a Contabilidade apura os gastos envolvidos com os processos de produção, ou seja, desde insumos (matéria-prima), mão de obra e materiais complemen- tares utilizados, em conformidade com o sistema de custeamento definido pela empresa. ● Despesas: caracteriza-se pelo consumo de bens e serviços utilizados para o desenvolvimento das atividades empresariais, com o objetivo de gerar Receitas. As despesas podem ser subdividas em Despesas Administrativas, Comerciais e Financeiras. Por exemplo, despesas com água e energia elétrica, salários, fretes e carretos, despesas bancárias, im- postos, juros a pagar ou juros passivos. Na apuração do resultado, o saldo da conta de Receita inicia a apuração do Resultado. A Receita representa a soma dos valores vendidos ou dos ser- viços prestados. Com base nesse valor, são subtra- ídos os custos e as despesas para realização das atividades da empresa durante o exercício social, apurando o resultado, que pode ser denominado de Lucro (se o valor final foi positivo) ou Prejuízo (se o valor final for negativo). Ordenação das contas contábeis: A construção da demonstração de resultados e do Balanço Patrimonial Para elaboração do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados, as contas contábeis 11 devem ser organizadas, para isso, devem ser obser- vados aspectos qualitativos e quantitativos. O aspecto qualitativo corresponde à especificação de cada item que compõe a demonstração financeira. Ao discriminar as características dos itens perten- centes ao Patrimônio, estamos dizendo o que cada um é ou representa� No aspecto quantitativo, são detalhados os valo- res monetários dos bens, direitos e obrigações. Considerando aspectos qualitativos e quantitativos, a avaliação do Patrimônio é realizada em conjunto, ou seja, discrimina-se cada item e seu valor correspon- dente, com isso, é possível saber qual é o Patrimônio de uma empresa, como é formado e qual é o seu valor. Os elementos patrimoniais podem ser representados utilizando o gráfico em T (Quadro 1): Patrimônio Bens Direitos Obrigações Quadro 1: Formação do Patrimônio. Fonte: Elaboração própria. Na representação gráfica em T, o lado esquerdo do gráfico indica os bens e direitos, já o lado direito apre- senta as obrigações. No Quadro 2, temos a ilustração da formação do Patrimônio, utilizando os aspectos qualitativos: 12 Patrimônio Bens : Mercadorias Máquinas Terrenos Direitos : Dulicatas a receber Aluguel a receber Obrigações : Duplicatas a pagar Salários a pagar Impostos a pagar Quadro 2: Aspectos qualitativos na representação do patrimônio. Fonte: Elaboração própria. Os aspectos qualitativos, permitem representar o Patrimônio e sua composição, ao considerar seus elementos de acordo com o grupo a que pertencem (Bens, Direitos ou Obrigações). Sendo assim, os as- pectos qualitativos devem ser complementados pela quantificação dos elementos, o que implica apresen- tar também o valor de cada item. Analise o Quadro 3: Patrimônio Bens : Mercadorias ..............100.000 Máquinas....................250.000 Terrenos.....................300.000 Direitos : Dulicatas a receber.....80.000 Aluguel a receber........10.000 Obrigações : Duplicatas a pagar.....200.000 Salários a pagar.........123.000 Impostos a pagar.........16.000 Quadro 3: Aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio. Fonte: Elaboração própria. 13 Ao representar o patrimônio da empresa no gráfico em T, é possível conhecer os elementos que fazem parte do patrimônio da empresa, bem como seu res- pectivo valor econômico. Seguindo os princípios contábeis, utiliza-se o lado esquerdo do gráfico para apontar os itens que a empresa possui (bens e direitos de recebimento); do lado direito, estão discriminadas as dívidas da empresa (obrigações a pagar). Com essa distribui- ção, os itens patrimoniais passam a ser elementos positivos ou negativos� À esquerda, são discriminados os elementos posi- tivos, à direita do gráfico, estão os elementos nega- tivos (Quadro 4): Patrimônio Elementos Positivos Bens : Mercadorias ...............10.000 Máquinas.....................50.000 Terrenos.....................100.000 Direitos : Dulicatas a receber.....40.000 Aluguel a receber..........8.000 Elementos Negativos Obrigações : Duplicatas a pagar......20.000 Salários a pagar..........13.000 Impostos a pagar..........6.000 Quadro 4: Representação dos elementos patrimoniais. Fonte: Elaboração própria. Seguindo os preceitos da Contabilidade, os elemen- tos positivos se chamam Ativos, ao passo que os negativos se chamam Passivos. Essa representação 14 gráfica é utilizada no Brasil e em muitos outros pa- íses, pois faz parte dos princípios contábeis legal- mente aceitos. Dessa forma, o Patrimônio passa a ser apresentado por ativos e passivos (Quadro 5): Patrimônio Ativo Passivo Bens : Mercadorias ...............10.000 Máquinas.....................50.000 Terrenos.....................100.000 Direitos : Dulicatas a receber.....40.000 Aluguel a receber..........8.000 Obrigações : Duplicatas a pagar......20.000 Salários a pagar..........13.000 Impostos a pagar..........6.000 Quadro 5: Patrimônio. Fonte: Elaboração própria. De acordo com o ConselhoFederal de Contabilidade, o Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade� Quanto ao Passivo, é uma obrigação presente da en- tidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquida- ção se espera que resulte em saída de recursos capa- zes de gerar benefícios econômicos; já o Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade de- pois de deduzidos todos os seus passivos. 15 Construção do balanço patrimonial e demonstração de resultados De acordo com Iudícibus (2009), o relatório contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhi- dos pela Contabilidade. Os dados econômicos são coletados, mensurados monetariamente, registrados e sumarizados em forma de relatórios, a fim de que possam contribuir para que a empresa possa tomar decisões. Os relatórios contábeis são elaborados com o in- tuito de apresentar os principais fatos ocorridos na empresa em determinado período. Sua elaboração pode ter apenas a finalidade gerencial, quando as informações são utilizadas apenas para a adminis- tração dos negócios da empresa ou podem, ainda, ser elaborados considerando exigências legais. Dessa forma, as informações contábeis podem ser elaboradas de forma obrigatória ou não. Relatórios obrigatórios são exigidos por lei; já os relatórios não obrigatórios não são exigidos por lei, mas podem auxiliar a empresa no processo de gestão e, por isso, também são realizados. As informações contábeis não obrigatórias dão origem a uma série de registros de fatos ocorridos na realização das atividades da empresa, como o controle de estoque, de inadimplência, melhores clientes, prospecção de vendas, desempenho dos funcionários etc. Esses relatórios não seguem um 16 padrão contábil, pois são desenvolvidos pela própria empresa com vistas a atender às suas necessida- des de informação, isto é, para o embasamento dos processos de gestão interna. Os relatórios contábeis obrigatórios seguem a legis- lação vigente e, por essa razão, deve apresentar um formato específico, em conformidade com os crité- rios estabelecidos pelas regulamentações externas (Leis e Resoluções). Nesse caso, eles possuem um formato padrão, assim, as informações são apre- sentadas segundo as exigências, que seguem um padrão predeterminado e idêntico a todas as em- presas, independentemente de tamanho, porte ou atividade principal. As informações contábeis obrigatórias podem ser utilizadas por órgãos fiscalizadores, investidores externos, sindicatos etc. A Lei n. 6.404/1976 de- nominou os Relatórios Contábeis Obrigatórios de Demonstrações Financeiras, com isso, estabeleceu que, ao final de cada exercício social, de acordo com a escrituração realizada, a empresa deve elaborar os seguintes relatórios: ● Balanço Patrimonial. ● Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. ● Demonstração do Resultado do Exercício. ● Demonstração dos Fluxos de caixa (obrigatória a partir da Lei n. 11.638/2007). ● Demonstração de Valor Adicionado (obriga- tória para S/A de capital aberto, a partir da Lei n. 11.638/2007). 17 A obrigatoriedade de elaboração e divulgação das demonstrações financeiras deve ocorrer de acordo com a forma de constituição da empresa. Todas as demonstrações financeiras devem ser ao menos assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados� As sociedades anônimas de capital aberto (S/A) têm de obrigatoriamente elaborar e publicar seus resultados ao menos uma vez a cada exercício so- cial, ou seja, anualmente, pois um exercício social corresponde ao período de 12 meses. Para esse tipo de empresa, é obrigatório que as de- monstrações financeiras sejam acompanhadas por auditores externos independentes, os quais devem analisar as informações e emitir um parecer no qual atestam a veracidade da demonstração elaborada. Em 2007, com a Lei n. 11.638, considerou-se que não somente as S/A, mas também as empresas que tenham apresentado no ano anterior Ativo total su- perior a R$ 240 milhões ou Receita Bruta anual supe- rior a R$ 300 milhões, ainda que não sejam socieda- des anônimas, estão sujeitas a Lei das Sociedades Anônimas no que diz respeito à escrituração e ela- boração das Demonstrações Financeiras. Ainda segundo essa mesma Lei, as sociedades por cotas de responsabilidade limitadas (Ltda.) tam- bém devem seguir parte dos dispositivos da Lei das Sociedades por Ações, tornando obrigatórias a elaboração e a apresentação de no mínimo três demonstrações financeiras principais: 18 I) Balanço Patrimonial. II) Demonstração do Resultado do Exercício. III) Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados. O Balanço Patrimonial é uma das mais importantes peças contábeis, considerada por muitos estudiosos a principal Demonstração Financeira de uma em- presa. Em outras palavras, o “Balanço Patrimonial é a demonstração financeira (contábil) destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da empresa” (RIBEIRO, 2010, p. 392). A elaboração do Balanço Patrimonial utiliza os saldos apurados nas contas patrimoniais, sejam elas prove- nientes do Ativo, passivo ou Patrimônio Líquido, na data de sua extração, isto é, na data em que as infor- mações foram apuradas. Assim, o Balanço sempre representa os saldos das contas contábeis em de- terminada data, sendo comum a afirmação de que o Balanço Patrimonial representa uma posição estática da situação da empresa em determinado momento. De acordo com a legislação, devem-se apresentar o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados ao menos uma vez a cada exercício social (período de 12 meses), porém, muitas empresas elaboram esse relatório em períodos mensais, trimestrais ou até semestrais, como um modo de expor seus resul- tados parciais, garantindo maior transparência aos interessados sobre a situação da empresa. 19 A apresentação do Balanço Patrimonial (BP) deve ser realizada em duas colunas, seguindo o conceito de separação dos elementos positivos e negativos. A coluna da direita apresenta os Passivos e Patrimônio Líquido, a coluna da esquerda apresenta os Ativos. O primeiro Balanço Patrimonial apresenta apenas saldos das contas, referente ao exercício social en- cerrado, porém, a partir do primeiro exercício social, a empresa deve indicar os saldos dos dois últimos períodos, ou seja, o último e o penúltimo exercícios. O Quadro 6 representa a disposição dos itens no BP: BALANÇO PATRIMONIAL Ativo Passivo Patrimônio líquido Quadro 6: Estrutura do Balanço Patrimonial. Fonte: Elaboração própria. De acordo com Marion (2009), os ativos representam os bens e direitos da empresa, aos quais pode ser atribuído valor em moeda corrente, trazendo bene- fícios presentes ou futuros. Os principais exemplos são os estoques, as contas a receber, as máquinas, os imóveis etc. Os passivos representam obrigações ou dívidas da empresa com terceiros ou com investidores, que de alguma forma entregaram recursos à empresa, que são investidos para formar os ativos. O Passivo está dividido em dois grandes grupos: exigível e não exigível: 20 O passivo exigível evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros: contas a pagar, fornecedor de matéria-prima, impostos a pagar, financiamentos, emprésti- mos etc. O passivo é uma obrigação exigível, isto é, quando a dívida vencer, será exigida sua liquidação. Por isso é mais adequado deno- miná-lo de Passivo Exigível. A obrigação não exigível também pode ser vista como uma dívida, só que essa dívida não será reclamada. Enquanto a empresa estiver num processo de continuidade, funcionando, não precisa pagar essa obrigação. Assim, para fins didáticos, po- demos afirmar que o não exigível representa a origem dos recursos, ou melhor, o dinheiro dos sócios, onde, normalmente, a empresa não precisa devolver (pagar), enquanto estiver numprocesso de continuidade (MARION, 2009). A legislação contábil denomina a obrigação não exigível de Patrimônio Líquido. Visando a represen- tar a disposição das contas contábeis no Balanço Patrimonial, observe o Quadro 7: 21 BALANÇO PATRIMONIAL Ativo (bens e direitos) Passivo (obrigações exigíveis) Patrimônio líquido (obrigações não exigíveis) Quadro 7: Representação do Balanço Patrimonial. Fonte: Elaboração própria. Da mesma forma que o Balanço Patrimonial, a ela- boração da Demonstração de Resultados faz parte, desde 1976, das exigências previstas na legislação contábil. A Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) é uma demonstração financeira obrigatória, utilizada para apurar e demonstrar os resultados que a empresa alcançou em determinado período. De acordo com a legislação, a DRE deve ser realizada ao menos uma vez a cada exercício social, porém, tal qual o Balanço Patrimonial, a empresa pode fazer a demonstração a qualquer momento. Em geral, as empresas apresentam a DRE trimestral, semestral e anual, disponibilizando resultados alcançados na competência registrada. Os principais itens da DRE são: 22 Receita Bruta de Vendas (-) deduções, abatimentos e impostos (=) Receita líquida das vendas (-) Custo dos Produtos vendidos e/ou serviços prestados (=) Resultado Operacional (-) Despesas com vendas (-) Despesas financeiras (-) Despesas administrativas e operacionais (=) Resultado antes do imposto de renda e contribuição (-) Provisão impostos e contribuições (=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício. Classificação das contas contábeis em recebíveis de curto prazo e longo prazo e direitos provenientes de despesas antecipadas Para a correta classificação das contas contábeis patrimoniais e de resultado, é necessário o registro das atividades realizadas. Esse registro deve seguir o Plano de Contas, o qual consiste na descrição de- talhada de um conjunto de contas que representam a distribuição categorizada das contas patrimoniais e de resultado, segundo as peculiaridades da empre- 23 sa. Contudo, deve-se atender às normas e diretrizes vigentes, observando os princípios fundamentais da Contabilidade e as instruções contidas na Lei n. 6.404/1976, bem como as normas ditadas pelo Conselho Federal de Contabilidade� O uso de um plano de contas implica que a área Contábil apresente o Manual de Contas. Esse manual é um guia no qual se listam as principais informações sobre a composição de cada conta, seja patrimonial seja de resultado, servirá para que os envolvidos pos- sam decidir sobre o caminho mais adequado para o registro dos fatos contábeis ocorridos. Em conjunto com o Manual, a empresa pode apresen- tar o Elenco das Contas, que consiste em apresentar uma relação das contas contábeis que podem ser utilizadas pela empresa para o registro de todos os atos e fatos administrativos ocorridos no exercício de duas atividades. Nesse elenco, são apresentados o nome da conta, ou seja, sua titulação ou rubrica e o código da conta, que corresponde à numeração utilizada para repre- sentar a conta, funcionando como um mecanismo de codificação dos registros. Todas as contas devem apesentar uma numeração ou codificação correspondente ao código contábil utilizado. O Código contábil é um conjunto de algaris- mos estipulado pelo responsável da Contabilidade da empresa e registrado no Elenco e Manual de Contas da empresa, sendo necessário destacar uma nume- ração e um código para cada atividade da empresa. 24 Para a elaboração de qualquer plano, manual ou elenco de contas, é preciso observar as diretrizes estabelecidas pela Lei n. 6.404/1976, evitando que a empresa execute procedimentos fora dos padrões determinados pela legislação vigente. Dessa forma, as contas patrimoniais, que represen- tam os bens e direitos da empresa, são reunidas em um grupo denominado Ativo. Já as contas que representam as obrigações são reunidas no grupo denominado Passivo e Patrimônio Líquido. Geralmente, para a codificação das contas patrimo- niais, utilizam-se o número 1 para as contas de Ativo e o número 2 para as contas de Passivo e Patrimônio Líquido. Por sua vez, as contas de resultados rece- bem o número 3 para as contas de despesas, e o número 4 para as contas de receitas (Quadro 8): Plano de Contas Patrimoniais 1. Ativo 2. Passivo 1.1 Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante 1�1�1 Caixa 1.1.2 Bancos 1.1.3 Aplicações Financeiras 1.1.4 Duplicatas a Receber 1.1.5 Notas Promissórias a Receber 1.1.6 Estoque 1.1.6.1 Estoque de Mercadorias 1.1.6.1 Estoque de Matéria-Prima 2�1�1 Fornecedores 2.1.2 Duplicatas a Pagar 2.1.3 Títulos a Pagar 2.1.4 Notas Promissórias a Pagar 2.1.5 Salários a Pagar 2.1.6 FGTS a Pagar 2.1.7 INSS a Pagar 2.1.8 Outros impostos a pagar 25 Plano de Contas Patrimoniais 1.2 Ativo Não Circulante 2.2 Passivo Não Circulante 1.2.1 Duplicatas a Receber 1.2.1 Participações em outras empresas 1.2.2 Máquinas e Equipamentos 1.2.3 Móveis 1.2.4 Veículos 1.2.5 Patentes 1�2�6 Fundo de Comércio 2.2.1 Duplicatas a Pagar 2.2.2 Notas Promissórias a Pagar 2�2�3 Empréstimos 2�2�4 Financiamentos 2.3 Patrimônio Líquido 2�3�1 Capital 2.3.2 Lucros e Prejuízos Quadro 8: Representação do Plano de Contas Patrimoniais. Fonte: Elaboração própria. Esse plano de contas não estabelece uma regra, por isso, considere-o apenas um exemplo ilustrativo das contas patrimoniais mais utilizadas, distribuídas em categorias e seguindo um dos modelos de codifica- ções que podem ser utilizados. No entanto, a em- presa deve escolher códigos conforme o elenco e manual de contas desenvolvidos. As contas de resultado apresentam plano de contas, sendo distribuídas em receitas e despesas. Observe o Quadro 9, que exemplifica esse tipo de plano: Plano de Contas de Resultado 1. Despesas 4. Receitas 3�1 Água 3�2 Energia Elétrica 3.3 Aluguéis Passivos 3.4 Juros Passivos 3�5 Fretes 3.6 Taxas bancárias 4.1 Vendas de Mercadorias 4.2 Vendas de Produtos 4.3 Aluguéis Ativos 4.4 Jutos Ativos 4.5 Prestação de Serviços 4.6 Receita de Exportação Quadro 9: Representação do Plano de Contas de Resultado. Fonte: Elaboração própria. 26 A classificação “contas contábeis” é realizada confor- me a disposição de seus elementos, entre os grupos patrimoniais e de resultados. No ativo, as contas são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos que fazem parte do Ativo Circulante e Ativo não Circulante. O Ativo não circulante pode se decompor em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. No passivo, as contas são classificadas em três di- ferentes grupos, conforme o grau de exigibilidade, sendo dividido em Passivo circulante, Passivo não cir- culante e Patrimônio Líquido (PL). Do PL, fazem parte os seguintes grupos: capital social, reserva de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e resultados acumulados. Importante ressaltar que as contas do Balanço, den- tro dos respectivos grupos a que pertencem, são ordenadas segundo o período que permanecem na empresa. São divididos em: ● Circulante: para operações com prazo de venci- mento de até 12 meses� ● Não circulante: as operações com prazo de venci- mento superior a doze meses� As contas apresentadas no grupo do circulante são também chamadas de curto prazo; as operações descriminadas dentro do grupo do não circulante são consideradas de longo prazo, ou até mesmo de pra- zo indeterminado. Assim, temos Ativos Circulantes 27 e Ativos não Circulantes, mas também Passivos Circulantes e Passivos não circulantes. FIQUE ATENTO Ao seguir as exigências legais, as contas do Ativo precisam estar dispostas no lado esquerdo do Balanço Patrimonial, representando todos os bens e direitos, discriminados em ordem decrescente de grau de liquidez, sendo divididos em dois grupos Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. O grau de liquidez representa o período necessário para os saldos apresentados em cada contapatrimonial serem convertidos em dinheiro. No Ativo não circulante, encontram-se os saldos das contas patrimoniais que representam os bens e direitos da empresa transformados em espécie em um prazo superior a 12 meses. Tal qual o Ativo Circulante, o Não Circulante também tem suas contas classificadas em ordem decrescente de liquidez, ou seja, são relacionadas primeiramente as contas que se transformaram em dinheiro em um menor período. O Passivo representa as obrigações da empresa para/com terceiros. Em outras palavras, os com- promissos assumidos com as pessoas físicas ou ju- rídicas que não fazem parte do quadro social da em- presa, denominados “terceiros”. Sendo assim, esse comprometimento será liquidado em data futura. 28 De acordo com a legislação vigente, o Passivo é divi- do em Passivo Circulante e Passivo Não Circulante. As contas que compõem estes grupos devem ser dispostas de acordo com o grau de exigibilidade, ou seja, cada conta será relacionada conforme a data de vencimento de cada dívida, iniciando a classificação pelos vencimentos mais próximos. O Patrimônio Líquido (PL) não segue uma classifica- ção específica quanto ao vencimento, pois os itens representados são recursos provenientes dos pro- prietários (sócios ou acionistas) ou dos resultados da própria empresa, não necessariamente têm uma data específica para serem distribuídos. Realização de Lançamentos Para a Contabilidade, os lançamentos das opera- ções devem seguir a lógica do método das partidas dobradas, representadas no gráfico em T. As con- tas do Ativo são apresentadas do lado esquerdo do Balanço, sendo consideradas contas de natureza devedora; do lado direito, são listados o Passivo e o Patrimônio Líquido, sendo considerados contas de natureza credora� O mesmo princípio é aplicado às contas de Resultado, com as despesas apresentadas do lado esquerdo; são consideradas ainda de natureza credora e as receitas localizadas do lado direito são chamadas de contas de natureza credora. A representação dos lançamentos encontra-se no Quadro 10, observe: 29 Contas Patrimoniais Ativos Passivos e PL Lado do débito Lado do Crédito Contas de Resultado Despesas Receitas Lado do débito Lado do Crédito Quadro 10: Representação dos Lançamentos. Fonte: Elaboração própria. O método das partidas dobradas é o mecanismo utilizado para a Escrituração dos Livros Contábeis, através da realização dos chamados Lançamentos Contábeis. Os lançamentos correspondem ao meca- nismo utilizado para efetuar a Escrituração, seguindo a lógica do processo de escrituração: Contas Efetua-se lançamento a: Débito Crédito De Para Para Ativo Aumentar Diminuir Passivo Diminuir Aumentar Patrimônio Líquido Diminuir Aumentar Quadro 11: Lançamentos contábeis. Fonte: Elaboração própria. 30 Com vistas a realizar a escrituração, são realizados os lançamentos ‘a débito’ ou ‘a crédito’, em confor- midade com a movimentação ocorrida, bem como seguindo a lógica do aumento e das diminuições. Podcast 2 31 https://famonline.instructure.com/files/1053179/download?download_frd=1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para que a Contabilidade possa atender às exigên- cias legais e às necessidades da empresa, é impres- cindível que conheçamos os procedimentos que a empresa deve adotar para a correta contabilização financeira. A classificação das contas patrimoniais, de resulta- dos e a ordenação dos dados conforme o seu grau de liquidez ou conforme a sua exigibilidade possibi- lita a empresa a melhor organização das informa- ções contábeis, dispostas nas suas Demonstrações Financeiras� 32 SÍNTESE CONTAS CONTÁBEIS PATRIMONIAIS OU DE RESULTADO CONTABILIDADE FINANCEIRA Neste módulo, estudamos as Contas Patrimoniais e de Resultado� Dessa maneira, pudemos conhecer a classificação das principais contas contábeis� Na sequência, passamos à Ordenação das Contas Contábeis, identificando como os registros se ordenam com o intuito de construir o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados� Foi preciso estudar ainda a Construção do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados, com isso, verificamos de que maneira são elaboradas as demonstrações financeiras� O passo seguinte foi abordar a classificação das contas de recebíveis de curto e longo prazos, bem como os direitos provenientes das despesas antecipadas� Por fim, analisamos os lançamentos de contratações de seguro e reconhecimento de despesas antecipadas� É preciso lembrar sempre que, para a Contabilidade atender às exigências legais e às necessidades da empresa, é imprescindível conhecer os procedimentos que a empresa deve adotar para a correta contabilização financeira� A classificação das contas patrimoniais, de resultados e a ordenação dos dados conforme o seu grau de liquidez ou conforme a sua exigibilidade possibilita a empresa a melhor organização das informações contábeis, dispostas nas suas Demonstrações Financeiras� $$$ Referências Bibliográficas & Consultadas FAVERO, H. L.; LONARDONI, M.; SOUZA, C.; TAKAKURA, M. Contabilidade: Teoria e Prática� 6� ed. São Paulo: Atlas, 2011 [Minha Biblioteca]. GELBECKE, E. R.; SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E. Manual de Contabilidade Societária� 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca]. IUDÍCIBUS, S. et al. Contabilidade Introdutória� 12� ed. São Paulo: Atlas, 2019 [Minha Biblioteca]. IUDÍCIBUS. S.; MARION, J. C. Curso de contabili- dade para não contadores: para as áreas de admi- nistração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019 [Minha Biblioteca]. IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARION, J. C. Contabilidade Básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca]. MARION, J. C. Contabilidade empresarial� 16� ed� São Paulo: Atlas, 2013 [Minha Biblioteca]. MARION, J. C. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica – Contabilidade Introdutória e Intermediária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca]. RIBEIRO, O. M. Contabilidade Básica Fácil� 27 ed� São Paulo: Saraiva, 2010. E-book 2 CONTABILIDADE FINANCEIRA Maria Luiza Ribeiro Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 REALIZAÇÃO DE LANÇAMENTOS DE SIMPLES REMESSA E DE DESCONTO DE TÍTULOS DE CRÉDITO PARA COBRANÇA DE CLIENTES ������������������������������������������������������������4 Fatos Administrativos ���������������������������������������������������������������4 Escrituração e Lançamentos ���������������������������������������������������7 Lançamentos de simples remessa e títulos para desconto ��9 Desconto de Títulos ����������������������������������������������������������������14 Descrição de fatos contábeis envolvendo empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo (debêntures, títulos de créditos etc�) �����������������������������������������������������������22 CONSIDERAÇÕES FINAIS ������������������������������������31 SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 32 2 INTRODUÇÃO Neste módulo, o objetivo de nosso estudo é com- preender os fatos contábeis que envolvem ativos realizáveis de curto e longo prazo, ativo imobilizado, intangíveis, operações relacionadas à folha de pa- gamento, empréstimos e financiamentos, despesas antecipadas e estoques� Em seguida, estudaremos a classificação das contas que dizem respeito aos fatos contábeis relacionados aos ativos realizáveis de curto e longo prazos, ao ativo imobilizado, aos intangíveis, às operações re- ferentes a folha de pagamento, empréstimos e finan- ciamentos, às despesas antecipadas e aos estoques. Com isso, poderemos aplicar a esquematização das contas contábeis, objetivando a sistematização de sua evidenciação� O entendimento sobre fatos contábeis, o conheci- mento sobre as técnicas para classificar as respec- tivas contas envolvidas na movimentaçãode ativos e a sistematização das operações são alguns co- nhecimentos importantíssimos para a Contabilidade Financeira. Por essa razão, este é o momento de estudá-los� Vamos lá? 3 REALIZAÇÃO DE LANÇAMENTOS DE SIMPLES REMESSA E DE DESCONTO DE TÍTULOS DE CRÉDITO PARA COBRANÇA DE CLIENTES A emissão de títulos de crédito, seu registro para co- brança simples ou a realização de operações de des- contos são fatos importantes para a Contabilidade Financeira. A fim de conseguir a melhor compreensão do conteúdo, verificaremos de que forma ocorre a re- alização desses lançamentos, começando pela iden- tificação da importância dos fatos administrativos. Fatos Administrativos Para a concretização de suas operações, uma em- presa realiza diversos atos. Os atos praticados na empresa representam tarefas executadas ou fatos do dia a dia da entidade. Alguns desses acontecimentos não geram imediata alteração na Contabilidade, as- sim, não há movimentação nas contas patrimoniais ou de resultado. Para exemplificar, podemos men- cionar a contratação de funcionários ou a aquisição de seguros. No contexto organizacional, tais atos são atos admi- nistrativos. Segundo Ribeiro (2010), os atos adminis- trativos não são objetos de contabilização, porém, 4 existem alguns casos em que são produzidos efeitos sobre o patrimônio da empresa, ou isso pode trazer modificações aos resultados do período. Para compreender melhor esse processo, o Quadro 1 contém alguns exemplos de Atos Administrativos. Acompanhe: Aval de títulos Ocorre quando uma empresa avaliza títulos para terceiros� Esse ato coloca em risco o Patrimônio da empresa, que se compromete a pagar a dívida caso o devedor não o faça� Fianças em favor de terceiros Ocorre quando nossa empresa se torna fiadora de um terceiro. Esse ato põe em risco o Patrimônio da empresa, que se obriga a efetuar o pagamento do aluguel caso o devedor não o faça� Contratação de Seguros Ocorre quando nossa empresa contrata, junto a uma companhia seguradora cober- tura de riscos contra incêndio, roubo etc. Trata-se de ato relevante, uma vez que, ocorrendo o sinistro, nossa empresa será ressarcida do prejuízo. Remessa de Duplicatas para Cobrança Simples Ocorre quando nossa empresa encaminha ao banco lotes de duplicatas da nossa emissão para cobrança� Quadro 1: Exemplos de Atos Administrativos. Fonte: Ribeiro (2010, p. 67). Quando um ato é praticado ou ocorre um fato que possa provocar modificações futuras no patrimônio da empresa, é necessário seu registro. Fatos admi- nistrativos são os acontecimentos que provocam 5 alterações no patrimônio da empresa, podendo acar- retar alterações no Patrimônio Líquido da entidade. Esses fatos referem-se a acontecimentos ou esco- lhas das entidades na realização de suas operações cotidianas. Para exemplificar tais fatos, acompanhe o exemplo a seguir. Confecções Shoers Ltda. é uma empresa que atua no segmento de vestuário. Em suas operações, a empresa decidiu produzir apenas um tipo de produ- to: camisas sociais masculinas. Para realizar suas atividades, a Shoers contratou 30 funcionários, comprou tecidos, linhas, botões e outros materiais necessários para a confecção do produto� Adquiriu equipamentos e alugou um pequeno galpão onde se realizarão as atividades. Com esse exemplo, podemos verificar que vários fatos aconteceram e a empresa teve que tomar de- cisões. Para a Contabilidade Financeira, devem ser registrados todos os acontecimentos envolvendo a movimentação de recursos, quer sejam humanos, materiais ou financeiros. Assim, quando a Confecções Shoers resolve con- tratar, alugar, comprar, produzir e vender, passa a adotar medidas para concretizar suas resoluções, dando origem a fatos administrativos, que podem trazer à empresa alterações patrimoniais futuras ou impactar seus resultados� 6 Conforme Ribeiro (2010) aponta, fatos administrati- vos podem ser classificados em fatos permutativos, fatos modificativos e fatos mistos: ● Fatos permutativos: são fatos que provocam per- mutações entre as contas patrimoniais, como Ativo e Passivo, sem que o valor do Patrimônio Líquido da empresa seja afetado. ● Fatos Modificativos: correspondem à movimenta- ção entre contas patrimoniais que provocam altera- ções no Patrimônio Líquido. ● Fatos Mistos: envolvem a permuta e a modificação, ou seja, ocorrem mudanças nas contas e provocam alterações no valor do Patrimônio Líquido. Em geral, os fatos permutativos envolvem apenas contas patrimoniais. Por outro lado, os fatos modifi- cativos e mistos podem envolver as contas patrimo- niais e as contas de resultado, impactando simulta- neamente o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados. Escrituração e Lançamentos A Escrituração consiste em registrar, em livros es- pecíficos, os fatos administrativos ocorridos no pe- ríodo. Esses registros são realizados por meio de Lançamentos. A Lei n. 6.404/1976, em seu artigo 177, trouxe às companhias a obrigatoriedade de utilizar métodos contábeis com vistas a registrar as muta- ções patrimoniais ocorridas. Verifique: 7 Art. 177 A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obe- diência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar méto- dos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. Segundo a legislação vigente, os fatos administra- tivos são registrados por meio de lançamentos em livros específicos, por isso, é importante haver do- cumentos que comprovem a legitimidade de cada operação registrada. Por exemplo, podemos mencio- nar notas fiscais de compra ou venda de produtos. Muller (2007, p. 49) ressalta que, “na atualidade, as operações de uma empresa são registradas por meio de sistemas contábeis informatizados. Os registros são efetuados em livros próprios denominados de Livro Razão e Livro Diário”. Ambos são obrigatórios, e o Diário deve ser obrigatoriamente registrado na Junta Comercial do Estado ou no Cartório de Títulos e Documentos, dependendo da atividade da empresa. Os lançamentos efetuados devem ser realizados em ordem cronológica, sendo assim, seus elementos essenciais são: ● Local onde o fato ocorreu� ● Data da ocorrência. ● Conta a ser debitada� 8 ● Conta a ser creditada� ● Histórico (relato da ocorrência). ● Valor� O local onde o fato ocorreu refere-se ao país, estado, cidade, município etc. A data de ocorrência indica o momento em que o fato administrativo foi praticado� Por exemplo, em 02 de janeiro de 2020, venda de mercadorias realizada em Itu, São Paulo. É importante ressaltar que local e data em que a operação foi realizada devem conferir com os da- dos constantes na documentação comprobatória do fato� As contas a serem debitadas e creditadas referem-se a contas patrimoniais, pertencentes aos ativos, passivos ou patrimônio líquido da empresa, tal qual o Balanço Patrimonial ou as contas de re- sultados, quer sejam receitas ou despesas, como a Demonstração de Resultados. As contas são mo- vimentadas de acordos com os fatos registrados, quer sejam permutativos, modificativos ou mistos. Lançamentos de simples remessa e títulos para desconto As operações de vendas ou prestação de serviços realizadas por empresas em decorrência de suas atividades devem ser lançadas na Contabilidade, seguindo as normas de Escrituração vigentes. Ao vender suas mercadorias e/ou prestar seus ser- viços, a empresa deve emitir a nota fiscal de venda/ 9 prestação de serviços� Nos casos em que não forem recebidas à vista, é necessário emitir também um documento que possibilite receber o valor corres- pondente à operação em data futura, previamente estipulada� Esse documento, chamado duplicata, segue os dados da nota fiscal correspondente, no que diz respeito aos dados essenciais da escrituração e ao fato gerador da operação, no caso, a venda e/oua prestação de serviços a prazo. Temos, assim, que “[...] duplicatas são títulos de cré- dito decorrentes de operações mercantis que ga- rantem ao vendedor (comerciante ou prestador de serviços) o direito de recebimento de seus clientes, do valor das vendas ou dos serviços a eles presta- dos” (RIBEIRO, 2010, p. 313). FIQUE ATENTO Uma duplicata é um título de crédito, que, após ser assinado pelo devedor (o comprador), garante ao credor (vendedor) o direito de receber o valor apresentado� A emissão de títulos permite que as empresas efe- tuem transações com os bancos, visando a realizar a cobrança de seus clientes/devedores, receber an- tecipadamente os valores envolvidos nas operações ou até mesmo realizar empréstimos, utilizando os títulos registrados como garantia da operação. 10 A simples remessa de títulos aos bancos tem como objetivo gerar documentos representativos das du- plicatas emitidas e que possam circular no sistema financeiro brasileiro, sendo passíveis de pagamento em quaisquer instituições bancárias. A cobrança simples de duplicatas é uma operação que pode ser realizada entre qualquer tipo de empresa e estabe- lecimento bancário, mediante um contrato firmado entre os envolvidos� Para a realização desse tipo de operação, a empresa pode emitir as duplicatas na forma física (impressas) ou escritural (utilizando sistema eletrônico), confor- me demanda o contrato com a instituição financeira. Salientamos que o contrato firmado entre a empresa e o banco deve ter de forma bastante clara: ● Como a empresa encaminha os títulos ao banco, isto é, se na forma de títulos físicos ou escriturais. ● A forma de reajuste dos títulos para casos de pa- gamentos realizados no sistema bancário, após o vencimento (mora e/ou multas). ● O período em que o banco pode proceder o rece- bimento dos títulos, após o vencimento. ● Descontos ou bonificações a serem concedidas aos devedores, por antecipação de pagamento, que pode ser em percentual ou valores a serem aplicados pelos Bancos, quando do recebimento. ● Como o banco entregar à empresa os valores re- cebidos, por exemplo, o crédito em conta corrente. 11 ● Taxas e tarifas cobradas pelo banco pela prestação do serviço� Ao remeter ao banco títulos a receber de seus clien- tes, a empresa transfere ao banco somente a posse das duplicatas, o proprietário dos títulos continua sendo a empresa. Assim, a formalização do contra- to de simples remessa entre a empresa e o banco escolhido é fundamental para que as instruções da empresa para cobrança sejam cumpridas pela casa bancária, em conformidade com a negociação reali- zada entre a empresa e o cliente. Registra-se a simples remessa dos títulos aos ban- cos em um documento denominada “borderô”. A operação de cobrança pode ser resumida em duas fases (RIBEIRO, 2010, p. 314): ● Fase A — Remessa dos títulos ao banco: registram- -se as operações por meio das contas de compensa- ção, bem como as despesas (tarifas ou comissões) cobradas pelo banco pelo serviço prestado� ● Fase B — Recebimento das importâncias referentes aos títulos: o banco comunica que os títulos foram quitados pelos respectivos devedores, com isso, é dado baixa da responsabilidade nas contas de compensação, efetuando-se a baixa dos direitos de recebimentos na conta dos bancos pelo recebimento dos valores� Com a finalidade de ilustrar a operação de simples remessa, acompanhe o seguinte exemplo, que trata da empresa Fama Ltda.: 12 A empresa Fama Ltda. realizou uma operação de venda no valor de R$ 10 mil, com recebimento para 30 dias após a data da venda, tendo emitido nota fiscal de venda e duplicata de venda mercantil. Fama é cliente do Banco Azul S/A, no qual man- tém contrato para remessa de títulos para cobran- ça simples, com tarifa de R$ 10 para cada tipo enviado� A seguir, apresentam-se os lançamentos efetuados ao realizar a remessa e recebimento dos valores envolvidos nesta operação� Quando ocorre a remessa de títulos: 1. Para lançamento do título D Títulos em Cobrança C Endossos para Cobrança Referente à remessa de título número 1, ao Banco Azul, conforme borderô número 1, valor R$ 10 mil. 2. Para lançamento da tarifa paga ao banco pelo registro do título D Despesas Bancárias com Simples Remessa C Banco Conta Movimento C Banco Azul Referente às tarifas bancárias com registro de tí- tulo número 1, borderô número 1, valor R$ 10 Quando ocorre o recebimento dos títulos 3. Para baixa nas contas internas D Endossos para Cobrança C Títulos em Cobrança 13 Referente à liquidação do título número 1, confor- me aviso bancário de DD/MM/AA R$10 mil. 4. Para registro do recebimento dos valores D Bancos conta Movimento Banco Azul C Duplicatas a Receber Refere-se ao recebimento do título número 1, R$ 10 mil. Nesse exemplo, a empresa Fama efetua os lança- mentos no Livro Diário, com o registro da remessa de títulos ao banco para efetuar a cobrança simples e a entrada de recursos no caixa da empresa, após o recebimento ter sido efetuado no banco� Desconto de Títulos Quando uma empresa decide vender a prazo, a oferta de crédito a clientes pode aumentar as vendas e, con- sequentemente, os lucros da empresa. Entretanto, é necessário que a empresa tenha recursos financeiros suficientes para manter suas operações. De acordo com Megliorini e Valim (2009), as du- plicatas a receber surgem das vendas de serviços, mercadorias e produtos realizadas a crédito. Nessa operação, a empresa vendedora financia o cliente pelo prazo estipulado para que ele efetue a quitação de suas compras� 14 Os títulos de crédito emitidos por uma empresa para garantir o recebimento de suas vendas ou prestação de serviços podem ser negociados com as institui- ções financeiras, em uma operação denominada de Desconto� Para suprir a necessidade de capital de giro, é bastante comum as empresas anteciparem o recebimento de seus valores a receber, realizando operações de desconto de duplicatas. Na operação de desconto de títulos, a empresa transfere para o banco o direito de recebimento dos valores dos títulos, recebendo antecipadamente os valores correspondentes. Os bancos pagam à em- presa o valor dos títulos, descontando uma taxa de juros, conforme a negociação entre a empresa e a instituição financeira. Os juros cobrados são calculados com base no regi- me de capitalização composta e deduzido do valor a ser creditado à empresa, uma vez que está vendendo os títulos de crédito. A fim de apurar o valor dos juros compostos, considera-se a taxa negociada entre o banco, a empresa e o período entre o momento em que a operação está sendo realizada e o vencimento dos títulos� Para efeitos de remessa de duplicatas, a operação assemelha-se à cobrança simples. Uma vez firma- do o contrato para a realização da operação entre a empresa e o banco escolhido, os títulos são enca- minhados em formato físico ou escritural, sempre capeados por borderô, relação dos títulos e contrato (se for o caso). 15 A empresa recebe do banco o valor nominal dos títu- los, descontados a taxa de juros, comissões e taxas. Realização do reconhecimento das despe- sas financeiras e antecipadas provenien- tes de operações de desconto de títulos de crédito para cobrança de clientes A operação de desconto de títulos é uma modalidade de operação financeira realizada entre empresas e instituições financeiras. Consiste no adiantamento dos valores relativos aos direitos de recebimento da empresa, representado pelos títulos de créditos emi- tidos pela empresa, em razão de vendas efetuadas ou prestação de serviços executadas� Para essa modalidade de operação financeira, a empresa entrega à instituição financeira títulos de crédito com vencimento em data futura e recebe, no momento presente, o valor correspondente aos títulos, deduzidos das despesas financeiras prove- nientes do desconto desses títulos� Descontar títulos é, portanto, uma operação bastante comum que possibilita àempresa obter capital para manter suas atividades em funcionamento ou até mesmo realizar pagamentos e investimentos que julgar atrativos. Geralmente, as principais despesas com essa operação são: a taxa de desconto, impos- to sobre operação financeira e despesas bancárias referente ao desconto� A taxa de desconto corresponde ao percentual de- duzido do valor principal dos títulos, considerando o 16 vencimento dos títulos e a avaliação de risco efetu- ada pelo banco. Também chamada de taxa de juros, essa porcentagem é aplicada sobre o fluxo de caixa futuro (títulos a vencer) para calcular o valor presente (atual) de cada título, aplicando-se o regime de juros compostos� O valor a ser deduzido do montante principal (soma do valor nominal dos títulos) é calculado de acordo com a quantidade de dias que faltam para que os títulos sejam liquidados, ou seja, segundo o período entre a data da realização da operação e o vencimen- to dos títulos� O imposto sobre as operações financeiras (IOF) é cobrado sobre o valor da operação e o incide sobre todas as operações realizadas, independentemente de instituição, valor ou vencimento dos títulos. O IOF é um tributo e, por essa razão, o percentual a ser cobrado não é definido pelo banco nem pela empresa, pois faz parte das Política Econômicas vi- gentes no país. Assim, o banco não tem como deixar de cobrar o imposto, nem a empresa deixar de pagar, a não ser que se proceda conforme alguma decisão governamental. As despesas bancárias referem-se às tarifas cobra- das pelo banco, para a contratação de operação e registro dos títulos no sistema bancário. Esse valor é negociado entre a empresa e o banco, calculando-se no geral sobre cada título. 17 A taxa de desconto e o IOF incidem apenas para operações de desconto de títulos, portanto, são despesas financeiras provenientes do Desconto de Duplicatas. Já as despesas financeiras com tarifas de registro, manutenção ou baixa de títulos no sistema bancário são cobradas em operações de desconto e em operações de simples remessa de títulos para cobrança simples� Podcast 1 Para a realização das operações, o encaminhamento dos títulos ao banco deve ser contabilizado, uma vez que ocorre a transferência da posse dos direitos de recebimento da empresa ao banco, que será respon- sável por emitir os avisos a clientes/devedores e re- ceber os valores quando de pagamento pelo devedor. O banco, por sua vez, ao registrar os títulos no sis- tema bancário, cobra da empresa as despesas para registro e, se for o caso, a manutenção dos títulos. Quando o devedor efetua o pagamento, os valores recebidos pertencem ao banco, visto que a empresa já recebeu antecipadamente, quando fez a opera- ção de desconto. Em caso de recebimento, o banco efetua a baixa do título do sistema, registrando a liquidação da operação� Note que, ao realizar esse tipo de operação, a em- presa transfere ao banco os direitos de recebimento dos títulos, mas a responsabilidade permanece até que o pagamento do título seja efetuado. 18 https://famonline.instructure.com/files/1053181/download?download_frd=1 Caso o título não seja pago, o valor correspondente será cobrado da empresa, acrescido de eventuais juros se houver atraso no pagamento. Nesse caso, o banco devolve à empresa os direitos de recebimento do crédito� O recebível permanece registrado no sistema bancá- rio, conforme as condições negociadas entre banco e empresa. Em geral, o período gira em torno de 60 a 120 dias e, após, ocorre a baixa automática no sistema bancário por decurso de prazo. O título é devolvido ao proprietário, que adota as medidas que julgar necessárias para conseguir o recebimento de seus direitos� Note ainda que a baixa do sistema por falta de pagamento também resulta na cobrança de tarifas bancárias, que devem ser contabilizadas como despesas financeiras. Para ilustrar o reconhecimento e a contabilização das despesas financeiras provenientes de operações de desconto de títulos, vamos verificar o exemplo apresentado por Ribeiro (2010): Determinada empresa tem desconto no Banco Urupês, dez duplicatas no valor nominal total de R$ 1 mil. O banco cobrou R$ 150,00 de juros e R$ 30,00 de taxas e comissões. Nesse caso, a em- presa recebeu o valor atual dos títulos, R$ 820,00, referente ao valor nominal, deduzidos os juros e taxas e comissões. 19 1. Contabilização da remessa dos títulos e operação de desconto: (1) Diversos Duplicatas Descontadas Banco Urupês Referente desconto de duplicatas, conforme borderô num 1, como segue: Bancos conta movimento Banco Urupês Valor líquido creditado...................R$ 820,00 Juros passivos a vencer Juros cobrados, conforme vencimento dos tí- tulos....................................................R$ 150,00 Despesas Bancárias Taxas e comissões..........................R$ 30,00 O lançamento número 1 é realizado para reconhe- cer a operação, o valor líquido recebido foi debita- do em bancos conta movimento, os juros cobrados são debitados na conta juros passivos a vencer e as despesas bancárias debitadas na respectiva conta, despesas bancárias. A conta “duplicatas descontadas” representa a obrigação que a empresa assume em pagar os títulos caso o devedor não o faça� Dessa manei- ra, a conta foi creditada e figura no passivo circu- lante, juntamente com as demais obrigações da empresa� 20 Se na data do vencimento da operação o título for pago, o banco informa a empresa sobre a li- quidação, com isso, são efetuados os seguintes lançamentos: 2. Quitação das duplicatas descontadas (2) Duplicatas descontadas Banco Urupês a Duplicatas a Receber Liquidação das duplicatas descontadas R$ 1.000,00 3. Juros Passivos Juros Passivos a vencer R$ 150,00 Repare que, no lançamento 2, o recebimento do valor do título pelo banco é registrado extinguindo a obri- gação de pagamento pela empresa, uma vez que o devedor efetuou o pagamento. No lançamento 3, as despesas com juros, cobradas antecipadamente pelo banco, são reconhecidas e contabilizadas. No entanto, ressaltamos que nem sempre os títu- los são pagos pelo cliente, e se foram descontados, 21 transformam-se em uma obrigação (passivo circu- lante) que a empresa deve cumprir� Nesse caso, acompanhe o exemplo de Ribeiro (2010) apresentado a seguir: Após o vencimento de uma duplicata no valor de R$ 100,00, o banco devolve o título à empresa, pois é reembolsado mediante débito na conta bancária da empresa. Nesse caso, o registro da operação será: (1) Duplicatas descontadas Banco Urupês a Bancos Conta Movimento a Banco Urupês Pagamento ao Banco referente à operação de desconto, visto que a duplicata não foi quitada no vencimento..............................................R$ 100,00 Descrição de fatos contábeis envolvendo empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo (debêntures, títulos de créditos etc�) Os Fatos Contábeis são acontecimentos do dia a dia das empresas e que, devido à possibilidade de provocar alterações no Patrimônio da companhia, precisam ser registradas. Para abordarmos este 22 assunto, vamos primeiramente relembrar como os fatos contábeis são representados na Contabilidade� Fatos contábeis Em nosso dia a dia, muitos fatos acontecem. Alguns são considerados mais importantes, mas acredita- mos que outros não merecem qualquer menção� E com as empresas isso não é diferente� Diversos fatos ocorrem em um dia de operação. Alguns fatos não geram alterações no patrimônio ou nas demons- trações financeiras da empresa e, por isso, não são abordados pela Contabilidade Financeira. Há fatos, porém, que podem provocar importantes alterações na estrutura financeira da empresa, sendo assim, devem ser contabilizados. As decisões cotidianas de uma organização, como registros das contas a receber, das contas a pagar, planejamento, cálculo de custos e despesas etc. são exemplos de fatos que podem representar operações contábeis importantes. Essasdecisões são chama- das na Contabilidade de fatos contábeis� Os fatos contábeis são também chamados de “atos e fatos empresariais” ou “atos e fatos administrativos”, porque existem somente em decorrência da existên- cia das empresas, e são registrados para organizar as atividades, atender às exigências legais e para auxiliar o processo decisório� No ambiente empresarial, verificamos que em todas empresas ocorrem fatos que devem ser registrados na Contabilidade, sejam elas com fins lucrativos, 23 sem fins lucrativos, com fins sociais, provenientes de capital público, privado ou misto. Segundo Marion (2009), a Contabilidade é a ciência que estuda a formação e variação do Patrimônio, sen- do um instrumento para auxiliar os gestores durante a tomada de decisões. Essa ciência ajuda a medir os resultados das empresas, avaliar o desempenho dos negócios e traçar as diretrizes para a tomada de decisões. Os fatos contábeis devidamente registrados são demonstrados por meio de relatórios, os Demonstrações Financeiras. O Balanço Patrimonial é uma das principais demonstrações, pois apresen- ta resumida e organizadamente os fatos contábeis ocorridos em determinado exercício social, que te- nham culminado em diferentes Ativos e Passivos, decompostos na referida demonstração� Em outras palavras, Balanço Patrimonial é a demonstração finan- ceira (contábil) destinada a evidenciar, quanti- tativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da empresa (RIBEIRO, 2010, p. 392). O Balanço Patrimonial constitui-se de duas colunas: na coluna da direita constam Passivo e Patrimônio Líquido; na coluna da esquerda consta o Ativo� Os ativos representam os investimentos que foram efe- tuados na empresa, por isso, trazem sempre uma 24 conotação positiva, pois são vistos como aquilo que a empresa possui� Em conformidade com Marion (2009), os ativos são todos os bens e direitos que podem ser avaliados em moeda corrente, que representem benefícios presentes ou que possam trazer benefícios futuros. Por exemplo, podemos mencionar estoques, contas a receber, máquinas, imóveis etc. Já os passivos apresentam as obrigações ou dívi- das a pagar. Os valores apresentados nos passivos representam a origem do capital investido da firma. O passivo divide-se em: exigível e não exigível. O passivo exigível refere-se às obrigações da em- presa com terceiros, por exemplo, contas a pagar, fornecedores de matéria-prima, impostos a pagar, financiamentos, empréstimos etc. A obrigação é exi- gível, porque exige pagamento, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida sua liquidação. A obrigação não exigível também é uma dívida, só que essa dívida não necessariamente exigirá paga- mento� Enquanto a empresa estiver em funciona- mento, não terá que cumprir com a obrigação em questão. Isso porque o não exigível representa a origem dos recursos, ou melhor, o dinheiro dos só- cios, normalmente a empresa não precisa devolver (pagar), pois os sócios fazem parte do contrato ou da sociedade vigente. De acordo com a Lei n. 6.404/1976, a obrigação não exigível é denominada Patrimônio Líquido. Em con- 25 sonância, a Lei n. 11.638/2007 manteve a nomen- clatura� É importante lembrar que os fatos contábeis culminam em saldo das contas, que no Balanço são chamadas de contas patrimoniais� Estas são classi- ficadas de acordo com a legislação vigente, segundo o período que permanecem na empresa� As contas patrimoniais dividem-se em: ● Circulante: para operações com prazo de venci- mento de até 12 meses� ● Não circulante: operações com prazo de vencimen- to superior a 12 meses� Assim, teremos Ativos Circulantes e Ativos não Circulantes, do mesmo modo que teremos Passivos Circulantes e Passivos não circulantes� Seguindo as exigências legais, as contas do Ativo de- vem ser apresentadas no lado esquerdo do Balanço Patrimonial, representando todos os bens e direi- tos, discriminados em ordem decrescente de grau de liquidez, e dividindo-se em dois grupos: Ativo Circulante e Ativo Não Circulante� No Ativo não circulante, estão representados os sal- dos das contas patrimoniais referentes aos bens e direitos da empresa, os quais podem ser convertidos em dinheiro em período superior a 12 meses. No Ativo Circulante, estão as contas que serão conver- tidas em até 12 meses. Essa classificação dos Ativos em ordem de conversão em dinheiro é denominada Grau de Liquidez. Grau de Liquidez representa o perí- 26 odo necessário para que os saldos apresentados em cada conta patrimonial sejam convertidos em dinheiro. O Passivo representa as obrigações da empresa com terceiros (pessoa física ou jurídica, que não fazem parte do quadro social da empresa), que devem ser liquidadas em data futura� De acordo com legislação vigente, o Passivo é divi- do em Passivo Circulante e Passivo Não Circulante� As contas que compõem esses grupos devem ser dispostas segundo o grau de exigibilidade. Grau de exigibilidade significa que as contas devem ser lista- das seguindo o prazo de pagamento de cada obriga- ção. Com isso, as contas que vencem mais próximo deverão ser as primeiras a figurar no Passivo. O Patrimônio Líquido é a parte do Balanço Patrimonial que corresponde ao capital próprio� São recursos provenientes dos proprietários (sócios ou acionistas) ou dos resultados da própria empresa� Empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo Para executar suas operações, as empresas necessi- tam de capital. Em geral, os investimentos e o capital disponível no caixa da empresa estão representados nas contas do Ativo Circulante� Há situações em que esse capital não é suficiente para a empresa continuar com suas operações ou realizar projetos e investimentos. Nesse caso, pode recorrer a empréstimos ou financiamentos, como 27 uma forma de obter recursos financeiros para aten- der às suas necessidades. No mercado, existem diferentes operações que po- dem ser realizadas pelas empresas, conforme a des- tinação dos recursos e os prazos em que a operação pode ser liquidada. Nesse caso, se a empresa con- trair uma linha de crédito em que o pagamento final da operação ocorrer em período de até 12 meses, diz-se que a operação é de curto prazo. Se, por outro lado, a operação for finalizada com o pagamento final após 12 meses, contados da data da contratação, classifica-se como de longo prazo. Nos casos em que a empresa busca recursos livres (dinheiro) para atender às suas necessidades de capital, por exemplo, liquidar tributos, pagar forne- cedores, funcionários etc., a empresa poderá obter um empréstimo� O empréstimo é uma modalidade de operação que pode ser de curto ou longo prazo, em que a empresa mediante contrato firmado re- cebe os recursos de que necessita, dessa maneira, compromete-se a devolver o valor em data futura, tal qual acordado entre envolvidos� As condições para que a empresa receba os recursos são registradas em contrato. Nesse sentido, é devedor aquele que recebe o dinheiro; credor aquele que cede (empresta) temporariamente o montante negociado. O pagamento da operação pode ser negociado à vis- ta, ou seja, em um único pagamento, a ser realizado pela empresa em data combinada; ou em quantias 28 estipuladas (parcelas), também em datas e condi- ções previamente estabelecidas. Ao realizar esse tipo de operação, a empresa assu- me um compromisso, com isso, eleva o passivo. Investir os recursos na empresa, estará aumentando os ativos� No entanto, esse não é o único fato contábil que pode ocorrer na empresa. Há situações em que a empresa decide adquirir um bem, porém, não possui todo o valor para realizar a aquisição, ou não deseja retirar de seus ativos o valor necessário para a aquisição do bem escolhido. Sendo assim, opta-se por realizar uma operação de financiamento. Financiamento é a modalidade de operação de crédito em que a empresa, mediante contrato, adquire um bem e se compromete a pagar o respectivovalor em data futura. Nesse caso, as condições contratuais também são estipuladas em contrato e devem re- presentar as variações nas contas de ativo e passivo, conforme fato contabilizado. Da mesma forma que os empréstimos, os financiamentos também precisam ser contabilmente registrados, provocando alterações na composição dos ativos e dos passivos da entidade� Apesar de haver diferenças entre empréstimos e fi- nanciamentos, pode-se afirmar que a principal distin- ção é a especificação da destinação dos recursos. Em operações de empréstimos, os recursos financei- ros tomados emprestados não têm uma destinação específica, dessa maneira, a empresa pode utilizá- 29 -los do modo como lhe convier. Já nas operações de financiamento, o recurso destina-se à aquisição de um bem (tangível ou intangível), especificado no contrato, e os recursos não podem ser utilizados pela empresa tomadora de crédito para outra finalidade. Os principais fatos contábeis que culminam na reali- zação de empréstimos são as operações de vendas a prazo, a utilização de limites de créditos rotativos em contas bancárias e as operações de desconto de títulos� Os financiamentos podem decorrer de diferentes fatos contábeis, contudo, sempre ligados à aquisição de bens destinados à atividade empresarial. A contabilização dos fatos que deram origem às operações deve ser efetuada quando ocorrer a con- tratação da linha de crédito, seja empréstimo seja financiamento, de curto ou longo prazo. Podcast 2 30 https://famonline.instructure.com/files/1053182/download?download_frd=1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, foi possível estudar a realização de operações de simples remessa de títulos para cobrança simples ou operações de desconto, reco- nhecendo a importância de tais operações para as atividades da organização. O desconto de títulos é uma modalidade de crédito muito utilizada no contexto empresarial. Assim, para que seus efeitos possam ser corretamente avalia- dos, é importante saber reconhecer e contabilizar as despesas financeiras antecipadas, provenientes dessa operação� Além da antecipação de recebíveis e da cobrança simples, os empréstimos e financiamentos devem ser criteriosamente avaliados, considerando os fatos contábeis que envolvem a escolha por utilizar ope- rações de crédito a curto ou longo prazo. Conhecer e registrar corretamente os fatos que ocor- rem em uma empresa é importante não somente para atender a legislação ou investidores, mas sobretudo para auxiliar no reconhecimento de informações im- portantes e decisivas para o mundo dos negócios. 31 SÍNTESE FATOS CONTÁBEIS DE CURTO E LONGO PRAZOS CONTABILIDADE FINANCEIRA Neste módulo, o objetivo de nosso estudo foi o de conhecer os fatos contábeis que envolvem ativos realizáveis de curto e longo prazo, ativo imobilizado, intangíveis, operações relacionadas à folha de pagamento, empréstimos e financiamentos, despesas antecipadas e estoques� Foi possível compreender, dessa maneira, a realização de operações como a simples remessa de títulos para cobrança simples ou operações de desconto, reconhecendo a importância de tais operações para as atividades da organização� Em seguida, estudamos a classificação das contas referentes a fatos contábeis relacionados aos ativos realizáveis de curto e longo prazos, ativo imobilizado, intangíveis, operações sobre a folha de pagamento, empréstimos e financiamentos, despesas antecipadas e estoques� Nesse sentido, pudemos perceber que o desconto de títulos é uma modalidade de crédito muito utilizada no contexto empresarial� A fim de que seus efeitos possam ser corretamente avaliados, é importante saber reconhecer e contabilizar as despesas financeiras antecipadas, provenientes dessa operação� Por fim, pudemos aplicar a esquematização das contas contábeis, visando à sistematização de sua evidenciação� O entendimento sobre os fatos contábeis, o conhecimento sobre as técnicas de classificação das respectivas contas envolvidas na movimentação de ativos e a sistematização das operações são alguns conhecimentos importantíssimos para a Contabilidade Financeira� Portanto, conhecer e registrar corretamente os fatos que ocorrem em uma empresa é importante não somente para atender a legislação ou investidores, mas sobretudo para auxiliar no reconhecimento de informações importantes e decisivas para o mundo dos negócios� $$$ Referências Bibliográficas & Consultadas FAVERO, H. L.; LONARDONI, M.; SOUZA, C.; TAKAKURA, M. Contabilidade: Teoria e Prática� 6� ed. São Paulo: Atlas, 2011 [Minha Biblioteca]. GELBECKE, E. R.; SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E. Manual de Contabilidade Societária� 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca]. IUDÍCIBUS, S. et al. Contabilidade Introdutória� 12� ed. São Paulo: Atlas, 2019 [Minha Biblioteca]. IUDÍCIBUS. S.; MARION, J. C. Curso de contabili- dade para não contadores: para as áreas de admi- nistração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019 [Minha Biblioteca]. IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade� 9� ed� São Paulo: Atlas, 2009. MARION, J. C. Contabilidade Básica� 12� ed� São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca]. MARION, J. C. Contabilidade empresarial� 16� ed� São Paulo: Atlas, 2013 [Minha Biblioteca]. MARION, J. C. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MEGLIORINI, E.; VALIM, M. A. Administração financeira: uma abordagem brasileira� São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. MULLER, A. N. Contabilidade básica: fundamen- tos essenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica – Contabilidade Introdutória e Intermediária. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca]. RIBEIRO, O. M. Contabilidade Comercial. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. E-book 3 CONTABILIDADE FINANCEIRA Maria Luiza Ribeiro Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 OPERAÇÕES DE PAGAMENTOS �������������������������4 Folha de pagamento mensal, provisões de encargos, 13o salários e férias ������������������������������������������������������������������4 Construção de lançamentos contábeis da folha de pagamento mensal: respectivas provisões e encargos �������16 Lançamentos contábeis para folha de pagamento mensal 16 Esquematização das contas: folha de pagamento e evidenciação nas principais demonstrações financeiras ����27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ������������������������������������31 SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 32 2 INTRODUÇÃO As atividades de uma empresa envolvem a aplicação de diferentes tipos de recursos, quer sejam materiais, humanos ou financeiros. Observe, porém, que des- ses recursos as pessoas (Recursos Humanos) são o recurso mais relevante� Devido à importância da interação entre empresa e trabalhadores, surgem os contratos de trabalho e as regulamentações para o setor, orientando-se assim as relações trabalhistas, possibilitando direi- tos e deveres à empresa e aos funcionários� E to- dos esses elementos devem ser reconhecidos pela contabilidade� Com o intuito de estudar mais detidamente as ope- rações que envolvem a Folha de Pagamento e outras provisões relacionadas ao assunto, neste módulo apresentaremos o reconhecimento e a esquemati- zação das operações contábeis necessárias à sua contabilização, incluindo provisões e outros aspectos relevantes para os lançamentos de folha e a eviden- ciação das demonstrações financeiras. Vamos começar? 3 OPERAÇÕES DE PAGAMENTOS Folha de pagamento mensal, provisões de encargos, 13o salários e férias A Folha de Pagamento é um dos principais gastos da empresa e envolve sua relação com os trabalhadores� Por isso, sua correta realização é imprescindível não só para atender às exigências legais, mas também para compensar adequadamente os seus trabalha- dores pelo trabalho realizado� Ao longo da história, as relações trabalhistas
Compartilhar