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E-book 1
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
Maria Luiza Ribeiro
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3
CLASSIFICAÇÃO�������������������������������������������������������4
Contas contábeis patrimoniais ou de resultado ���������������������4
Origem da classificação das contas contábeis ����������������������4
Classificação das contas patrimoniais e de resultado ����������7
Ordenação das contas contábeis: A construção da 
demonstração de resultados e do Balanço Patrimonial ������11
Construção do balanço patrimonial e demonstração de 
resultados ��������������������������������������������������������������������������������16
Classificação das contas contábeis em recebíveis de 
curto prazo e longo prazo e direitos provenientes de 
despesas antecipadas������������������������������������������������������������23
Realização de Lançamentos ��������������������������������������������������29
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������������� 32
SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 33
2
INTRODUÇÃO
Neste módulo, estudaremos as Contas Patrimoniais 
e de Resultado, conhecendo assim a classificação 
das principais contas contábeis� Em seguida, pas-
saremos à Ordenação das Contas Contábeis, iden-
tificando como os registros se ordenam de modo a 
construir o Balanço Patrimonial e a Demonstração 
de Resultados�
Nesse sentido, estudaremos a Construção do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração de Resultados, com 
isso, podemos verificar de que modo se elaboram tais 
demonstrações financeiras, que são tão importantes.
O próximo passo é estudar a classificação das con-
tas de recebíveis de curto e longo prazo, bem como 
os direitos provenientes das despesas antecipadas. 
Por fim, é a vez de analisar os lançamentos de con-
tratações de seguro e reconhecimento de despesas 
antecipadas�
Bons estudos!
3
CLASSIFICAÇÃO
Contas contábeis patrimoniais 
ou de resultado
Neste tópico, estudaremos a origem das contas 
contábeis e sua classificação. Dessa maneira, per-
ceberemos de que forma se separam as contas con-
forme o grupo ao qual pertencem, segmentando-se 
em patrimoniais, quando referentes ao Patrimônio 
da empresa, e de resultado, quando representam os 
valores apurados das atividades da empresa.
Origem da classificação das 
contas contábeis
A Contabilidade é uma ciência que pode ser aplicada 
a diferentes tipos de empresa, independentemente 
do seu tamanho, ramo de atividade ou se é privada 
ou pública. Por meio dos registros contábeis, as enti-
dades registram atividades, organizam informações, 
apuram resultados e atendem a exigências legais. 
Assim, os apontamentos feitos pela Contabilidade 
podem ser utilizados para auxiliar as escolhas feitas 
nos mais diversos níveis e assuntos organizacionais.
Existem diversos registros sobre o surgimento dessa 
ciência. Alguns estudiosos afirmam que já existiam 
registros contábeis no século 5 a�C�, apresentados 
4
nos papiros de Zenão encontrados no Egito Antigo. 
Contudo, é sabido também que, ao longo do tempo, a 
contabilidade esteve presente em vários outros fatos 
históricos. Por exemplo, dizem até que as riquezas 
do rei Salomão já eram contabilizadas de alguma 
forma. Enfim, têm-se encontrado muitos marcos para 
a ciência contábil.
A Contabilidade tal qual praticada na atualidade 
teve sua origem na obra do frade franciscano Luca 
Bartolomeo Pacioli, que em 1494 publicou Tractatus 
particularis de computis et scripturis (em português, 
Contabilidade por partidas dobradas)�
Podcast 1 
Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion (2019) afir-
mam que o conhecimento contábil, apesar de ter tido 
grande influência dos estudiosos italianos, foi muito 
influenciado por estudiosos norte-americanos.
Para tornar possível a sua expansão no século 19, 
os Estados Unidos da América utilizaram recursos 
oriundos da Europa para financiar o crescimento da 
indústria americana, com isso, os credores exigiram 
os registros das operações de empresas para as 
quais emprestaram recursos.
No Brasil, o Código Comercial, criado em 1850, exi-
giu das empresas o registro das suas atividades 
comerciais e, em 1880, criou-se também o Manual 
Mercantil, que orientava como as empresas deveriam 
5
https://famonline.instructure.com/files/1053178/download?download_frd=1
registrar suas operações na Contabilidade, processo 
denominado escrituração contábil.
A instalação de empresas multinacionais no Brasil 
também ajudou a difundir práticas contábeis. Diante 
da obrigação de atender não somente às leis brasilei-
ras, mas também à legislação de seu país de origem, 
as multinacionais passaram a aplicar os princípios 
contábeis, disseminando informações e capacitan-
do os profissionais contratados para atuar em seus 
departamentos contábeis e financeiros.
Com a promulgação da Lei n. 6.404/1976, as 
Demonstrações Contábeis passaram a ser exigi-
das legalmente no Brasil, a princípio, criando regras 
específicas para as empresas classificadas como 
Sociedade Anônima de capital aberto.
A Lei n. 6404/1976 regeu a ciência contábil por mui-
tos anos. Em 2002, a Lei n. 10.406 alterou algumas 
exigências da Lei 6.404, adequando a legislação bra-
sileira às regras internacionais, entre outras contri-
buições importantes.
A verdade é que as empresas, em suas operações 
cotidianas, realizam diversas operações e, por essa 
razão, a todo momento tomam decisões. Essas de-
cisões são chamadas de Atos e Fatos Contábeis�
Atos Contábeis são as atividades desenvolvidas pe-
las empresas e que podem alterar seus resultados, 
por exemplo contratar funcionários, assinar contratos 
e outros. A partir dos Atos Contábeis, surgem os 
Fatos Contábeis, os quais correspondem aos acon-
6
tecimentos decorrentes dos atos contábeis pratica-
dos, por exemplo, podemos citar compras, vendas, 
produção, pagamentos e recebimentos.
Os atos e fatos contábeis são também chama-
dos de Atos e Fatos Empresariais ou Atos e Fatos 
Administrativos, visto que se relacionam às empre-
sas e suas respectivas administrações.
O registro e controle dos atos e fatos contábeis são 
registrados em Livros específicos, conforme preco-
niza a legislação vigente, por meio do registro de 
Contas. Conta é o nome técnico dos itens que for-
mam o patrimônio da empresa e que compõem o 
Resultado do período.
Classificação das contas 
patrimoniais e de resultado
As decisões ou escolhas de um indivíduo podem nem 
sempre ser percebidas, principalmente quando en-
volve o cotidiano, mas podem envolver o pagamento 
de contas, recebimentos de valores, planejamento 
e outras atividades. E em uma empresa isso não é 
diferente.
Constantemente, a organização toma decisões, por 
exemplo: o que vender, comprar, produzir, qual o valor 
das compras, quantos funcionários serão contrata-
dos, quais máquinas e equipamentos são necessá-
rios para efetuar a produção, como o produto será 
7
entregue ao cliente, qual o custo de transporte dos 
produtos vendidos etc.
Assim, a empresa registra suas operações utilizando 
as Contas Contábeis, que podem ser divididas em:
 ● Contas Patrimoniais: correspondem aos elementos 
que formam o Patrimônio. Dividem-se em:
 � Contas Ativas: representam os bens e os direitos;
 � Contas Passivas: demonstram os elementos que 
correspondem ao Passivo e Patrimônio Líquido.
 ● Contas de Resultado: dividem-se em Contas de 
Receitas e Contas de Despesas; são utilizadas para 
apurar o Resultado da empresa (Lucro ou Prejuízo). 
A movimentação registrada nas Contas de Resultado 
provoca as variações no Resultado do Exercício.
Contas Patrimoniais
O Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obri-
gações que uma pessoa física ou jurídica possui, 
que podem ser avaliados monetariamente, ou seja, 
é possível atribuir um valor monetário a cada item. 
É composto por um conjunto de itens que apresenta 
características distintas, mas que a cabo representa 
toda a riqueza do proprietário, seja pessoa física ou 
jurídica.
O Patrimônioé composto por:
 ● Bens: são coisas úteis ao atendimento a neces-
sidades do ser humano, que podem ser avaliados 
economicamente e possuem relação de posse com 
8
o proprietário. Podem ser classificados em tangíveis 
ou intangíveis:
 � Bens tangíveis ou materiais: são bens com forma 
física, corpo ou matéria, e podem ser divididos em 
bens de uso, troca ou consumo:
a) Bens de uso: são utilizados pela empresa na 
execução de sua atividade. Por exemplo, máqui-
nas, equipamentos, computador, prateleiras etc.
b) Bens de troca: são os itens disponíveis para 
ser entregues a outrem (pessoa física ou jurídi-
ca), mediante a entrega do valor correspondente 
ou bem equivalente. Por exemplo, mercadorias 
para revenda, dinheiro etc.
c) Bens de consumo: são os que representam os 
itens utilizados durante o exercício da atividade 
empresarial. Por exemplo, embalagem, material 
de limpeza etc�
Os bens tangíveis podem ser subdivididos ainda em 
móveis ou imóveis:
I) Bens móveis: podem ser movidos do lugar. 
Por exemplo, móveis, veículos, mercadorias etc.
II) Bens imóveis: estão fixos no lugar, não podem 
ser deslocados de um lugar a outro. Por exemplo, 
terrenos, prédios etc�
 � Bens intangíveis: são os que não podem ser to-
cados, pois não têm massa corpórea e podem ser 
avaliados economicamente. Por exemplo, a marca 
da empresa, o logotipo, patentes etc�
9
 ● Direitos: representam os valores a receber de ter-
ceiros, isto é, que não fazem parte da empresa. Por 
exemplo, duplicatas a receber, notas promissórias 
a receber, boletos bancários a receber, aluguéis a 
receber etc�
 ● Obrigações: representam as dívidas da empresa. 
As obrigações são compromissos financeiros assu-
midos para/com terceiros, e que a empresa tem de 
pagar em data futura. São também denominados de 
exigível, por representarem a exigência de pagamen-
to, quando do vencimento. Por exemplo, duplicatas a 
pagar, notas promissórias a pagar, salários a pagar, 
aluguéis a pagar, empréstimos, financiamentos etc.
Contas de Resultado
As contas de resultado referem-se ao efeito obtido 
pela empresa com suas operações e podem ser clas-
sificadas em receitas, custos e despesas:
 ● Receitas: são provenientes das atividades realiza-
das pela empresa no exercício de sua atividade, ou 
seja, implicam fatos contábeis realizados. Os tipos 
de Receitas mais comuns são: Vendas de Bens e 
Mercadorias e a Prestação de Serviços. Para a con-
tabilização, as contas de receitas mais utilizadas 
são Receitas de Vendas, Receita de Prestação de 
Serviços, Aluguéis a Receber ou Aluguéis Ativos e 
Juros a Receber ou Juros Ativos.
 ● Custos: referem-se aos gastos envolvidos com ati-
vidades operacionais para a fabricação de produtos 
ou prestação de serviços. Para registro de custos, 
10
a Contabilidade apura os gastos envolvidos com 
os processos de produção, ou seja, desde insumos 
(matéria-prima), mão de obra e materiais complemen-
tares utilizados, em conformidade com o sistema de 
custeamento definido pela empresa.
 ● Despesas: caracteriza-se pelo consumo de bens 
e serviços utilizados para o desenvolvimento das 
atividades empresariais, com o objetivo de gerar 
Receitas. As despesas podem ser subdividas em 
Despesas Administrativas, Comerciais e Financeiras. 
Por exemplo, despesas com água e energia elétrica, 
salários, fretes e carretos, despesas bancárias, im-
postos, juros a pagar ou juros passivos.
Na apuração do resultado, o saldo da conta de 
Receita inicia a apuração do Resultado. A Receita 
representa a soma dos valores vendidos ou dos ser-
viços prestados. Com base nesse valor, são subtra-
ídos os custos e as despesas para realização das 
atividades da empresa durante o exercício social, 
apurando o resultado, que pode ser denominado de 
Lucro (se o valor final foi positivo) ou Prejuízo (se o 
valor final for negativo).
Ordenação das contas 
contábeis: A construção da 
demonstração de resultados e 
do Balanço Patrimonial
Para elaboração do Balanço Patrimonial e da 
Demonstração de Resultados, as contas contábeis 
11
devem ser organizadas, para isso, devem ser obser-
vados aspectos qualitativos e quantitativos.
O aspecto qualitativo corresponde à especificação de 
cada item que compõe a demonstração financeira. 
Ao discriminar as características dos itens perten-
centes ao Patrimônio, estamos dizendo o que cada 
um é ou representa�
No aspecto quantitativo, são detalhados os valo-
res monetários dos bens, direitos e obrigações. 
Considerando aspectos qualitativos e quantitativos, a 
avaliação do Patrimônio é realizada em conjunto, ou 
seja, discrimina-se cada item e seu valor correspon-
dente, com isso, é possível saber qual é o Patrimônio 
de uma empresa, como é formado e qual é o seu 
valor.
Os elementos patrimoniais podem ser representados 
utilizando o gráfico em T (Quadro 1):
Patrimônio
Bens
Direitos
Obrigações
Quadro 1: Formação do Patrimônio. Fonte: Elaboração própria.
Na representação gráfica em T, o lado esquerdo do 
gráfico indica os bens e direitos, já o lado direito apre-
senta as obrigações. No Quadro 2, temos a ilustração 
da formação do Patrimônio, utilizando os aspectos 
qualitativos:
12
Patrimônio
Bens :
Mercadorias
Máquinas
Terrenos
Direitos :
Dulicatas a receber
Aluguel a receber
Obrigações :
Duplicatas a pagar
Salários a pagar
Impostos a pagar
Quadro 2: Aspectos qualitativos na representação do patrimônio. 
Fonte: Elaboração própria.
Os aspectos qualitativos, permitem representar o 
Patrimônio e sua composição, ao considerar seus 
elementos de acordo com o grupo a que pertencem 
(Bens, Direitos ou Obrigações). Sendo assim, os as-
pectos qualitativos devem ser complementados pela 
quantificação dos elementos, o que implica apresen-
tar também o valor de cada item. Analise o Quadro 3:
Patrimônio
Bens :
Mercadorias ..............100.000
Máquinas....................250.000
Terrenos.....................300.000
Direitos :
Dulicatas a receber.....80.000
Aluguel a receber........10.000
Obrigações :
Duplicatas a pagar.....200.000
Salários a pagar.........123.000
Impostos a pagar.........16.000
Quadro 3: Aspectos qualitativos e quantitativos do patrimônio. Fonte: 
Elaboração própria.
13
Ao representar o patrimônio da empresa no gráfico 
em T, é possível conhecer os elementos que fazem 
parte do patrimônio da empresa, bem como seu res-
pectivo valor econômico. 
Seguindo os princípios contábeis, utiliza-se o lado 
esquerdo do gráfico para apontar os itens que a 
empresa possui (bens e direitos de recebimento); 
do lado direito, estão discriminadas as dívidas da 
empresa (obrigações a pagar). Com essa distribui-
ção, os itens patrimoniais passam a ser elementos 
positivos ou negativos� 
À esquerda, são discriminados os elementos posi-
tivos, à direita do gráfico, estão os elementos nega-
tivos (Quadro 4):
Patrimônio
Elementos Positivos
Bens :
Mercadorias ...............10.000
Máquinas.....................50.000
Terrenos.....................100.000
Direitos :
Dulicatas a receber.....40.000
Aluguel a receber..........8.000
Elementos Negativos
Obrigações :
Duplicatas a pagar......20.000
Salários a pagar..........13.000
Impostos a pagar..........6.000
Quadro 4: Representação dos elementos patrimoniais. Fonte: 
Elaboração própria.
Seguindo os preceitos da Contabilidade, os elemen-
tos positivos se chamam Ativos, ao passo que os 
negativos se chamam Passivos. Essa representação 
14
gráfica é utilizada no Brasil e em muitos outros pa-
íses, pois faz parte dos princípios contábeis legal-
mente aceitos. Dessa forma, o Patrimônio passa a 
ser apresentado por ativos e passivos (Quadro 5):
Patrimônio
Ativo Passivo
Bens :
Mercadorias ...............10.000
Máquinas.....................50.000
Terrenos.....................100.000
Direitos :
Dulicatas a receber.....40.000
Aluguel a receber..........8.000
Obrigações :
Duplicatas a pagar......20.000
Salários a pagar..........13.000
Impostos a pagar..........6.000
Quadro 5: Patrimônio. Fonte: Elaboração própria.
De acordo com o ConselhoFederal de Contabilidade, 
o Ativo é um recurso controlado pela entidade como 
resultado de eventos passados e do qual se espera 
que resultem futuros benefícios econômicos para a 
entidade�
Quanto ao Passivo, é uma obrigação presente da en-
tidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquida-
ção se espera que resulte em saída de recursos capa-
zes de gerar benefícios econômicos; já o Patrimônio 
Líquido é o valor residual dos ativos da entidade de-
pois de deduzidos todos os seus passivos.
15
Construção do balanço 
patrimonial e demonstração de 
resultados
De acordo com Iudícibus (2009), o relatório contábil 
é a exposição resumida e ordenada de dados colhi-
dos pela Contabilidade. Os dados econômicos são 
coletados, mensurados monetariamente, registrados 
e sumarizados em forma de relatórios, a fim de que 
possam contribuir para que a empresa possa tomar 
decisões.
Os relatórios contábeis são elaborados com o in-
tuito de apresentar os principais fatos ocorridos na 
empresa em determinado período. Sua elaboração 
pode ter apenas a finalidade gerencial, quando as 
informações são utilizadas apenas para a adminis-
tração dos negócios da empresa ou podem, ainda, 
ser elaborados considerando exigências legais.
Dessa forma, as informações contábeis podem ser 
elaboradas de forma obrigatória ou não. Relatórios 
obrigatórios são exigidos por lei; já os relatórios não 
obrigatórios não são exigidos por lei, mas podem 
auxiliar a empresa no processo de gestão e, por isso, 
também são realizados.
As informações contábeis não obrigatórias dão 
origem a uma série de registros de fatos ocorridos 
na realização das atividades da empresa, como o 
controle de estoque, de inadimplência, melhores 
clientes, prospecção de vendas, desempenho dos 
funcionários etc. Esses relatórios não seguem um 
16
padrão contábil, pois são desenvolvidos pela própria 
empresa com vistas a atender às suas necessida-
des de informação, isto é, para o embasamento dos 
processos de gestão interna.
Os relatórios contábeis obrigatórios seguem a legis-
lação vigente e, por essa razão, deve apresentar um 
formato específico, em conformidade com os crité-
rios estabelecidos pelas regulamentações externas 
(Leis e Resoluções). Nesse caso, eles possuem um 
formato padrão, assim, as informações são apre-
sentadas segundo as exigências, que seguem um 
padrão predeterminado e idêntico a todas as em-
presas, independentemente de tamanho, porte ou 
atividade principal.
As informações contábeis obrigatórias podem ser 
utilizadas por órgãos fiscalizadores, investidores 
externos, sindicatos etc. A Lei n. 6.404/1976 de-
nominou os Relatórios Contábeis Obrigatórios de 
Demonstrações Financeiras, com isso, estabeleceu 
que, ao final de cada exercício social, de acordo com 
a escrituração realizada, a empresa deve elaborar os 
seguintes relatórios:
 ● Balanço Patrimonial.
 ● Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
 ● Demonstração do Resultado do Exercício.
 ● Demonstração dos Fluxos de caixa (obrigatória a 
partir da Lei n. 11.638/2007).
 ● Demonstração de Valor Adicionado (obriga-
tória para S/A de capital aberto, a partir da Lei n. 
11.638/2007).
17
A obrigatoriedade de elaboração e divulgação das 
demonstrações financeiras deve ocorrer de acordo 
com a forma de constituição da empresa. Todas as 
demonstrações financeiras devem ser ao menos 
assinadas pelos administradores e por contabilistas 
legalmente habilitados�
As sociedades anônimas de capital aberto (S/A) 
têm de obrigatoriamente elaborar e publicar seus 
resultados ao menos uma vez a cada exercício so-
cial, ou seja, anualmente, pois um exercício social 
corresponde ao período de 12 meses.
Para esse tipo de empresa, é obrigatório que as de-
monstrações financeiras sejam acompanhadas por 
auditores externos independentes, os quais devem 
analisar as informações e emitir um parecer no qual 
atestam a veracidade da demonstração elaborada.
Em 2007, com a Lei n. 11.638, considerou-se que 
não somente as S/A, mas também as empresas que 
tenham apresentado no ano anterior Ativo total su-
perior a R$ 240 milhões ou Receita Bruta anual supe-
rior a R$ 300 milhões, ainda que não sejam socieda-
des anônimas, estão sujeitas a Lei das Sociedades 
Anônimas no que diz respeito à escrituração e ela-
boração das Demonstrações Financeiras.
Ainda segundo essa mesma Lei, as sociedades por 
cotas de responsabilidade limitadas (Ltda.) tam-
bém devem seguir parte dos dispositivos da Lei 
das Sociedades por Ações, tornando obrigatórias 
a elaboração e a apresentação de no mínimo três 
demonstrações financeiras principais:
18
I) Balanço Patrimonial.
II) Demonstração do Resultado do Exercício.
III) Demonstração dos lucros e prejuízos acumulados.
O Balanço Patrimonial é uma das mais importantes 
peças contábeis, considerada por muitos estudiosos 
a principal Demonstração Financeira de uma em-
presa. Em outras palavras, o “Balanço Patrimonial 
é a demonstração financeira (contábil) destinada 
a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa 
determinada data, a posição patrimonial e financeira 
da empresa” (RIBEIRO, 2010, p. 392).
A elaboração do Balanço Patrimonial utiliza os saldos 
apurados nas contas patrimoniais, sejam elas prove-
nientes do Ativo, passivo ou Patrimônio Líquido, na 
data de sua extração, isto é, na data em que as infor-
mações foram apuradas. Assim, o Balanço sempre 
representa os saldos das contas contábeis em de-
terminada data, sendo comum a afirmação de que o 
Balanço Patrimonial representa uma posição estática 
da situação da empresa em determinado momento.
De acordo com a legislação, devem-se apresentar o 
Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados 
ao menos uma vez a cada exercício social (período 
de 12 meses), porém, muitas empresas elaboram 
esse relatório em períodos mensais, trimestrais ou 
até semestrais, como um modo de expor seus resul-
tados parciais, garantindo maior transparência aos 
interessados sobre a situação da empresa.
19
A apresentação do Balanço Patrimonial (BP) deve ser 
realizada em duas colunas, seguindo o conceito de 
separação dos elementos positivos e negativos. A 
coluna da direita apresenta os Passivos e Patrimônio 
Líquido, a coluna da esquerda apresenta os Ativos.
O primeiro Balanço Patrimonial apresenta apenas 
saldos das contas, referente ao exercício social en-
cerrado, porém, a partir do primeiro exercício social, 
a empresa deve indicar os saldos dos dois últimos 
períodos, ou seja, o último e o penúltimo exercícios. 
O Quadro 6 representa a disposição dos itens no BP:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo
Patrimônio líquido
Quadro 6: Estrutura do Balanço Patrimonial. Fonte: Elaboração própria.
De acordo com Marion (2009), os ativos representam 
os bens e direitos da empresa, aos quais pode ser 
atribuído valor em moeda corrente, trazendo bene-
fícios presentes ou futuros. Os principais exemplos 
são os estoques, as contas a receber, as máquinas, 
os imóveis etc.
Os passivos representam obrigações ou dívidas da 
empresa com terceiros ou com investidores, que de 
alguma forma entregaram recursos à empresa, que 
são investidos para formar os ativos.
O Passivo está dividido em dois grandes grupos: 
exigível e não exigível:
20
O passivo exigível evidencia toda a obrigação 
(dívida) que a empresa tem com terceiros: 
contas a pagar, fornecedor de matéria-prima, 
impostos a pagar, financiamentos, emprésti-
mos etc. O passivo é uma obrigação exigível, 
isto é, quando a dívida vencer, será exigida sua 
liquidação. Por isso é mais adequado deno-
miná-lo de Passivo Exigível. A obrigação não 
exigível também pode ser vista como uma 
dívida, só que essa dívida não será reclamada. 
Enquanto a empresa estiver num processo de 
continuidade, funcionando, não precisa pagar 
essa obrigação. Assim, para fins didáticos, po-
demos afirmar que o não exigível representa a 
origem dos recursos, ou melhor, o dinheiro dos 
sócios, onde, normalmente, a empresa não 
precisa devolver (pagar), enquanto estiver numprocesso de continuidade (MARION, 2009).
A legislação contábil denomina a obrigação não 
exigível de Patrimônio Líquido. Visando a represen-
tar a disposição das contas contábeis no Balanço 
Patrimonial, observe o Quadro 7:
21
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo
(bens e direitos)
Passivo
(obrigações exigíveis)
Patrimônio líquido
(obrigações não exigíveis)
Quadro 7: Representação do Balanço Patrimonial. Fonte: Elaboração 
própria.
Da mesma forma que o Balanço Patrimonial, a ela-
boração da Demonstração de Resultados faz parte, 
desde 1976, das exigências previstas na legislação 
contábil. A Demonstração de Resultados do Exercício 
(DRE) é uma demonstração financeira obrigatória, 
utilizada para apurar e demonstrar os resultados que 
a empresa alcançou em determinado período.
De acordo com a legislação, a DRE deve ser realizada 
ao menos uma vez a cada exercício social, porém, 
tal qual o Balanço Patrimonial, a empresa pode fazer 
a demonstração a qualquer momento. Em geral, as 
empresas apresentam a DRE trimestral, semestral 
e anual, disponibilizando resultados alcançados na 
competência registrada.
Os principais itens da DRE são:
22
Receita Bruta de Vendas
(-) deduções, abatimentos e impostos
(=) Receita líquida das vendas
(-) Custo dos Produtos vendidos e/ou serviços 
prestados
(=) Resultado Operacional
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas financeiras
(-) Despesas administrativas e operacionais
(=) Resultado antes do imposto de renda e 
contribuição
(-) Provisão impostos e contribuições
(=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício.
Classificação das contas 
contábeis em recebíveis de 
curto prazo e longo prazo 
e direitos provenientes de 
despesas antecipadas
Para a correta classificação das contas contábeis 
patrimoniais e de resultado, é necessário o registro 
das atividades realizadas. Esse registro deve seguir 
o Plano de Contas, o qual consiste na descrição de-
talhada de um conjunto de contas que representam 
a distribuição categorizada das contas patrimoniais 
e de resultado, segundo as peculiaridades da empre-
23
sa. Contudo, deve-se atender às normas e diretrizes 
vigentes, observando os princípios fundamentais 
da Contabilidade e as instruções contidas na Lei 
n. 6.404/1976, bem como as normas ditadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade�
O uso de um plano de contas implica que a área 
Contábil apresente o Manual de Contas. Esse manual 
é um guia no qual se listam as principais informações 
sobre a composição de cada conta, seja patrimonial 
seja de resultado, servirá para que os envolvidos pos-
sam decidir sobre o caminho mais adequado para o 
registro dos fatos contábeis ocorridos.
Em conjunto com o Manual, a empresa pode apresen-
tar o Elenco das Contas, que consiste em apresentar 
uma relação das contas contábeis que podem ser 
utilizadas pela empresa para o registro de todos os 
atos e fatos administrativos ocorridos no exercício 
de duas atividades.
Nesse elenco, são apresentados o nome da conta, 
ou seja, sua titulação ou rubrica e o código da conta, 
que corresponde à numeração utilizada para repre-
sentar a conta, funcionando como um mecanismo 
de codificação dos registros.
Todas as contas devem apesentar uma numeração 
ou codificação correspondente ao código contábil 
utilizado. O Código contábil é um conjunto de algaris-
mos estipulado pelo responsável da Contabilidade da 
empresa e registrado no Elenco e Manual de Contas 
da empresa, sendo necessário destacar uma nume-
ração e um código para cada atividade da empresa.
24
Para a elaboração de qualquer plano, manual ou 
elenco de contas, é preciso observar as diretrizes 
estabelecidas pela Lei n. 6.404/1976, evitando que 
a empresa execute procedimentos fora dos padrões 
determinados pela legislação vigente.
Dessa forma, as contas patrimoniais, que represen-
tam os bens e direitos da empresa, são reunidas 
em um grupo denominado Ativo. Já as contas que 
representam as obrigações são reunidas no grupo 
denominado Passivo e Patrimônio Líquido.
Geralmente, para a codificação das contas patrimo-
niais, utilizam-se o número 1 para as contas de Ativo 
e o número 2 para as contas de Passivo e Patrimônio 
Líquido. Por sua vez, as contas de resultados rece-
bem o número 3 para as contas de despesas, e o 
número 4 para as contas de receitas (Quadro 8):
Plano de Contas Patrimoniais
1. Ativo 2. Passivo
1.1 Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante
1�1�1 Caixa
1.1.2 Bancos
1.1.3 Aplicações Financeiras
1.1.4 Duplicatas a Receber
1.1.5 Notas Promissórias a 
Receber
1.1.6 Estoque
1.1.6.1 Estoque de 
Mercadorias
1.1.6.1 Estoque de 
Matéria-Prima
2�1�1 Fornecedores
2.1.2 Duplicatas a Pagar
2.1.3 Títulos a Pagar
2.1.4 Notas Promissórias a 
Pagar
2.1.5 Salários a Pagar
2.1.6 FGTS a Pagar
2.1.7 INSS a Pagar
2.1.8 Outros impostos a pagar
25
Plano de Contas Patrimoniais
1.2 Ativo Não Circulante 2.2 Passivo Não Circulante
1.2.1 Duplicatas a Receber
1.2.1 Participações em outras 
empresas
1.2.2 Máquinas e 
Equipamentos
1.2.3 Móveis
1.2.4 Veículos
1.2.5 Patentes
1�2�6 Fundo de Comércio
2.2.1 Duplicatas a Pagar
2.2.2 Notas Promissórias a 
Pagar
2�2�3 Empréstimos
2�2�4 Financiamentos
2.3 Patrimônio Líquido
2�3�1 Capital
2.3.2 Lucros e Prejuízos
Quadro 8: Representação do Plano de Contas Patrimoniais. Fonte: 
Elaboração própria.
Esse plano de contas não estabelece uma regra, por 
isso, considere-o apenas um exemplo ilustrativo das 
contas patrimoniais mais utilizadas, distribuídas em 
categorias e seguindo um dos modelos de codifica-
ções que podem ser utilizados. No entanto, a em-
presa deve escolher códigos conforme o elenco e 
manual de contas desenvolvidos.
As contas de resultado apresentam plano de contas, 
sendo distribuídas em receitas e despesas. Observe 
o Quadro 9, que exemplifica esse tipo de plano:
Plano de Contas de Resultado
1. Despesas 4. Receitas
3�1 Água
3�2 Energia Elétrica
3.3 Aluguéis Passivos
3.4 Juros Passivos
3�5 Fretes
3.6 Taxas bancárias
4.1 Vendas de Mercadorias
4.2 Vendas de Produtos
4.3 Aluguéis Ativos
4.4 Jutos Ativos
4.5 Prestação de Serviços
4.6 Receita de Exportação
Quadro 9: Representação do Plano de Contas de Resultado. Fonte: 
Elaboração própria.
26
A classificação “contas contábeis” é realizada confor-
me a disposição de seus elementos, entre os grupos 
patrimoniais e de resultados. No ativo, as contas são 
dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez 
dos elementos que fazem parte do Ativo Circulante e 
Ativo não Circulante. O Ativo não circulante pode se 
decompor em realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível.
No passivo, as contas são classificadas em três di-
ferentes grupos, conforme o grau de exigibilidade, 
sendo dividido em Passivo circulante, Passivo não cir-
culante e Patrimônio Líquido (PL). Do PL, fazem parte 
os seguintes grupos: capital social, reserva de capital, 
ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e resultados acumulados.
Importante ressaltar que as contas do Balanço, den-
tro dos respectivos grupos a que pertencem, são 
ordenadas segundo o período que permanecem na 
empresa. São divididos em:
 ● Circulante: para operações com prazo de venci-
mento de até 12 meses�
 ● Não circulante: as operações com prazo de venci-
mento superior a doze meses�
As contas apresentadas no grupo do circulante são 
também chamadas de curto prazo; as operações 
descriminadas dentro do grupo do não circulante são 
consideradas de longo prazo, ou até mesmo de pra-
zo indeterminado. Assim, temos Ativos Circulantes 
27
e Ativos não Circulantes, mas também Passivos 
Circulantes e Passivos não circulantes.
FIQUE ATENTO
Ao seguir as exigências legais, as contas do Ativo 
precisam estar dispostas no lado esquerdo do 
Balanço Patrimonial, representando todos os bens 
e direitos, discriminados em ordem decrescente de 
grau de liquidez, sendo divididos em dois grupos 
Ativo Circulante e Ativo Não Circulante. O grau de 
liquidez representa o período necessário para os 
saldos apresentados em cada contapatrimonial 
serem convertidos em dinheiro.
No Ativo não circulante, encontram-se os saldos 
das contas patrimoniais que representam os bens 
e direitos da empresa transformados em espécie 
em um prazo superior a 12 meses. Tal qual o Ativo 
Circulante, o Não Circulante também tem suas contas 
classificadas em ordem decrescente de liquidez, ou 
seja, são relacionadas primeiramente as contas que 
se transformaram em dinheiro em um menor período.
O Passivo representa as obrigações da empresa 
para/com terceiros. Em outras palavras, os com-
promissos assumidos com as pessoas físicas ou ju-
rídicas que não fazem parte do quadro social da em-
presa, denominados “terceiros”. Sendo assim, esse 
comprometimento será liquidado em data futura.
28
De acordo com a legislação vigente, o Passivo é divi-
do em Passivo Circulante e Passivo Não Circulante. 
As contas que compõem estes grupos devem ser 
dispostas de acordo com o grau de exigibilidade, ou 
seja, cada conta será relacionada conforme a data de 
vencimento de cada dívida, iniciando a classificação 
pelos vencimentos mais próximos.
O Patrimônio Líquido (PL) não segue uma classifica-
ção específica quanto ao vencimento, pois os itens 
representados são recursos provenientes dos pro-
prietários (sócios ou acionistas) ou dos resultados 
da própria empresa, não necessariamente têm uma 
data específica para serem distribuídos.
Realização de Lançamentos
Para a Contabilidade, os lançamentos das opera-
ções devem seguir a lógica do método das partidas 
dobradas, representadas no gráfico em T. As con-
tas do Ativo são apresentadas do lado esquerdo do 
Balanço, sendo consideradas contas de natureza 
devedora; do lado direito, são listados o Passivo e o 
Patrimônio Líquido, sendo considerados contas de 
natureza credora�
O mesmo princípio é aplicado às contas de Resultado, 
com as despesas apresentadas do lado esquerdo; 
são consideradas ainda de natureza credora e as 
receitas localizadas do lado direito são chamadas 
de contas de natureza credora. A representação dos 
lançamentos encontra-se no Quadro 10, observe:
29
Contas Patrimoniais
Ativos Passivos e PL
Lado do débito Lado do Crédito
Contas de Resultado
Despesas Receitas
Lado do débito Lado do Crédito
Quadro 10: Representação dos Lançamentos. Fonte: Elaboração própria.
O método das partidas dobradas é o mecanismo 
utilizado para a Escrituração dos Livros Contábeis, 
através da realização dos chamados Lançamentos 
Contábeis. Os lançamentos correspondem ao meca-
nismo utilizado para efetuar a Escrituração, seguindo 
a lógica do processo de escrituração:
Contas
Efetua-se lançamento a:
Débito Crédito
De Para Para
Ativo Aumentar Diminuir
Passivo Diminuir Aumentar
Patrimônio Líquido Diminuir Aumentar
Quadro 11:  Lançamentos contábeis. Fonte: Elaboração própria.
30
Com vistas a realizar a escrituração, são realizados 
os lançamentos ‘a débito’ ou ‘a crédito’, em confor-
midade com a movimentação ocorrida, bem como 
seguindo a lógica do aumento e das diminuições.
Podcast 2 
31
https://famonline.instructure.com/files/1053179/download?download_frd=1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que a Contabilidade possa atender às exigên-
cias legais e às necessidades da empresa, é impres-
cindível que conheçamos os procedimentos que a 
empresa deve adotar para a correta contabilização 
financeira.
A classificação das contas patrimoniais, de resulta-
dos e a ordenação dos dados conforme o seu grau 
de liquidez ou conforme a sua exigibilidade possibi-
lita a empresa a melhor organização das informa-
ções contábeis, dispostas nas suas Demonstrações 
Financeiras�
32
SÍNTESE
CONTAS CONTÁBEIS PATRIMONIAIS
OU DE RESULTADO
 
 
 
 
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
Neste módulo, estudamos as Contas Patrimoniais e de Resultado� Dessa maneira, 
pudemos conhecer a classificação das principais contas contábeis� Na sequência, 
passamos à Ordenação das Contas Contábeis, identificando como os registros se ordenam 
com o intuito de construir o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados�
Foi preciso estudar ainda a Construção do Balanço Patrimonial e da Demonstração de 
Resultados, com isso, verificamos de que maneira são elaboradas as demonstrações 
financeiras�
O passo seguinte foi abordar a classificação das contas de recebíveis de curto e longo 
prazos, bem como os direitos provenientes das despesas antecipadas� Por fim, analisamos 
os lançamentos de contratações de seguro e reconhecimento de despesas antecipadas�
É preciso lembrar sempre que, para a Contabilidade atender às exigências legais e às 
necessidades da empresa, é imprescindível conhecer os procedimentos que a empresa 
deve adotar para a correta contabilização financeira�
A classificação das contas patrimoniais, de resultados e a ordenação dos dados conforme 
o seu grau de liquidez ou conforme a sua exigibilidade possibilita a empresa a melhor 
organização das informações contábeis, dispostas nas suas Demonstrações Financeiras�
$$$
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
FAVERO, H. L.; LONARDONI, M.; SOUZA, C.; 
TAKAKURA, M. Contabilidade: Teoria e Prática� 6� 
ed. São Paulo: Atlas, 2011 [Minha Biblioteca].
GELBECKE, E. R.; SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S.; 
MARTINS, E. Manual de Contabilidade Societária� 
3. ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca].
IUDÍCIBUS, S. et al. Contabilidade Introdutória� 12� 
ed. São Paulo: Atlas, 2019 [Minha Biblioteca].
IUDÍCIBUS. S.; MARION, J. C. Curso de contabili-
dade para não contadores: para as áreas de admi-
nistração, economia, direito e engenharia. 8. ed. 
São Paulo: Atlas, 2019 [Minha Biblioteca].
IUDÍCIBUS, S. Teoria da Contabilidade. 9. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009.
MARION, J. C. Contabilidade Básica. 12. ed. São 
Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca].
MARION, J. C. Contabilidade empresarial� 16� ed� 
São Paulo: Atlas, 2013 [Minha Biblioteca].
MARION, J. C. Análise das Demonstrações 
Contábeis: Contabilidade Empresarial. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica 
– Contabilidade Introdutória e Intermediária. 10. 
ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca].
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Básica Fácil� 27 ed� 
São Paulo: Saraiva, 2010.
E-book 2
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
Maria Luiza Ribeiro
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3
REALIZAÇÃO DE LANÇAMENTOS DE 
SIMPLES REMESSA E DE DESCONTO DE 
TÍTULOS DE CRÉDITO PARA COBRANÇA 
DE CLIENTES ������������������������������������������������������������4
Fatos Administrativos ���������������������������������������������������������������4
Escrituração e Lançamentos ���������������������������������������������������7
Lançamentos de simples remessa e títulos para desconto ��9
Desconto de Títulos ����������������������������������������������������������������14
Descrição de fatos contábeis envolvendo empréstimos 
e financiamentos de curto e longo prazo (debêntures, 
títulos de créditos etc�) �����������������������������������������������������������22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ������������������������������������31
SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 32
2
INTRODUÇÃO
Neste módulo, o objetivo de nosso estudo é com-
preender os fatos contábeis que envolvem ativos 
realizáveis de curto e longo prazo, ativo imobilizado, 
intangíveis, operações relacionadas à folha de pa-
gamento, empréstimos e financiamentos, despesas 
antecipadas e estoques�
Em seguida, estudaremos a classificação das contas 
que dizem respeito aos fatos contábeis relacionados 
aos ativos realizáveis de curto e longo prazos, ao 
ativo imobilizado, aos intangíveis, às operações re-
ferentes a folha de pagamento, empréstimos e finan-
ciamentos, às despesas antecipadas e aos estoques.
Com isso, poderemos aplicar a esquematização das 
contas contábeis, objetivando a sistematização de 
sua evidenciação�
O entendimento sobre fatos contábeis, o conheci-
mento sobre as técnicas para classificar as respec-
tivas contas envolvidas na movimentaçãode ativos 
e a sistematização das operações são alguns co-
nhecimentos importantíssimos para a Contabilidade 
Financeira. Por essa razão, este é o momento de 
estudá-los�
Vamos lá?
3
REALIZAÇÃO DE 
LANÇAMENTOS DE SIMPLES 
REMESSA E DE DESCONTO 
DE TÍTULOS DE CRÉDITO 
PARA COBRANÇA DE 
CLIENTES 
A emissão de títulos de crédito, seu registro para co-
brança simples ou a realização de operações de des-
contos são fatos importantes para a Contabilidade 
Financeira. A fim de conseguir a melhor compreensão 
do conteúdo, verificaremos de que forma ocorre a re-
alização desses lançamentos, começando pela iden-
tificação da importância dos fatos administrativos.
Fatos Administrativos
Para a concretização de suas operações, uma em-
presa realiza diversos atos. Os atos praticados na 
empresa representam tarefas executadas ou fatos do 
dia a dia da entidade. Alguns desses acontecimentos 
não geram imediata alteração na Contabilidade, as-
sim, não há movimentação nas contas patrimoniais 
ou de resultado. Para exemplificar, podemos men-
cionar a contratação de funcionários ou a aquisição 
de seguros.
No contexto organizacional, tais atos são atos admi-
nistrativos. Segundo Ribeiro (2010), os atos adminis-
trativos não são objetos de contabilização, porém, 
4
existem alguns casos em que são produzidos efeitos 
sobre o patrimônio da empresa, ou isso pode trazer 
modificações aos resultados do período.
Para compreender melhor esse processo, o Quadro 
1 contém alguns exemplos de Atos Administrativos. 
Acompanhe:
Aval de títulos
Ocorre quando uma empresa avaliza 
títulos para terceiros� Esse ato coloca 
em risco o Patrimônio da empresa, que 
se compromete a pagar a dívida caso o 
devedor não o faça�
Fianças em favor 
de terceiros
Ocorre quando nossa empresa se torna 
fiadora de um terceiro. Esse ato põe em 
risco o Patrimônio da empresa, que se 
obriga a efetuar o pagamento do aluguel 
caso o devedor não o faça�
Contratação de 
Seguros
Ocorre quando nossa empresa contrata, 
junto a uma companhia seguradora cober-
tura de riscos contra incêndio, roubo etc. 
Trata-se de ato relevante, uma vez que, 
ocorrendo o sinistro, nossa empresa será 
ressarcida do prejuízo.
Remessa de 
Duplicatas para 
Cobrança Simples
Ocorre quando nossa empresa encaminha 
ao banco lotes de duplicatas da nossa 
emissão para cobrança�
Quadro 1: Exemplos de Atos Administrativos. Fonte: Ribeiro (2010, p. 67).
Quando um ato é praticado ou ocorre um fato que 
possa provocar modificações futuras no patrimônio 
da empresa, é necessário seu registro. Fatos admi-
nistrativos são os acontecimentos que provocam 
5
alterações no patrimônio da empresa, podendo acar-
retar alterações no Patrimônio Líquido da entidade.
Esses fatos referem-se a acontecimentos ou esco-
lhas das entidades na realização de suas operações 
cotidianas. Para exemplificar tais fatos, acompanhe 
o exemplo a seguir.
Confecções Shoers Ltda. é uma empresa que atua 
no segmento de vestuário. Em suas operações, a 
empresa decidiu produzir apenas um tipo de produ-
to: camisas sociais masculinas. Para realizar suas 
atividades, a Shoers contratou 30 funcionários, 
comprou tecidos, linhas, botões e outros materiais 
necessários para a confecção do produto� Adquiriu 
equipamentos e alugou um pequeno galpão onde 
se realizarão as atividades.
Com esse exemplo, podemos verificar que vários 
fatos aconteceram e a empresa teve que tomar de-
cisões. Para a Contabilidade Financeira, devem ser 
registrados todos os acontecimentos envolvendo a 
movimentação de recursos, quer sejam humanos, 
materiais ou financeiros.
Assim, quando a Confecções Shoers resolve con-
tratar, alugar, comprar, produzir e vender, passa a 
adotar medidas para concretizar suas resoluções, 
dando origem a fatos administrativos, que podem 
trazer à empresa alterações patrimoniais futuras ou 
impactar seus resultados�
6
Conforme Ribeiro (2010) aponta, fatos administrati-
vos podem ser classificados em fatos permutativos, 
fatos modificativos e fatos mistos:
 ● Fatos permutativos: são fatos que provocam per-
mutações entre as contas patrimoniais, como Ativo 
e Passivo, sem que o valor do Patrimônio Líquido da 
empresa seja afetado.
 ● Fatos Modificativos: correspondem à movimenta-
ção entre contas patrimoniais que provocam altera-
ções no Patrimônio Líquido.
 ● Fatos Mistos: envolvem a permuta e a modificação, 
ou seja, ocorrem mudanças nas contas e provocam 
alterações no valor do Patrimônio Líquido.
Em geral, os fatos permutativos envolvem apenas 
contas patrimoniais. Por outro lado, os fatos modifi-
cativos e mistos podem envolver as contas patrimo-
niais e as contas de resultado, impactando simulta-
neamente o Balanço Patrimonial e a Demonstração 
de Resultados.
Escrituração e Lançamentos
A Escrituração consiste em registrar, em livros es-
pecíficos, os fatos administrativos ocorridos no pe-
ríodo. Esses registros são realizados por meio de 
Lançamentos. A Lei n. 6.404/1976, em seu artigo 177, 
trouxe às companhias a obrigatoriedade de utilizar 
métodos contábeis com vistas a registrar as muta-
ções patrimoniais ocorridas. Verifique:
7
Art. 177 A escrituração da companhia será 
mantida em registros permanentes, com obe-
diência aos preceitos da legislação comercial 
e desta Lei e aos princípios de contabilidade 
geralmente aceitos, devendo observar méto-
dos ou critérios contábeis uniformes no tempo 
e registrar as mutações patrimoniais segundo 
o regime de competência.
Segundo a legislação vigente, os fatos administra-
tivos são registrados por meio de lançamentos em 
livros específicos, por isso, é importante haver do-
cumentos que comprovem a legitimidade de cada 
operação registrada. Por exemplo, podemos mencio-
nar notas fiscais de compra ou venda de produtos.
Muller (2007, p. 49) ressalta que, “na atualidade, as 
operações de uma empresa são registradas por meio 
de sistemas contábeis informatizados. Os registros 
são efetuados em livros próprios denominados de 
Livro Razão e Livro Diário”. Ambos são obrigatórios, 
e o Diário deve ser obrigatoriamente registrado na 
Junta Comercial do Estado ou no Cartório de Títulos 
e Documentos, dependendo da atividade da empresa.
Os lançamentos efetuados devem ser realizados em 
ordem cronológica, sendo assim, seus elementos 
essenciais são:
 ● Local onde o fato ocorreu�
 ● Data da ocorrência.
 ● Conta a ser debitada�
8
 ● Conta a ser creditada�
 ● Histórico (relato da ocorrência).
 ● Valor�
O local onde o fato ocorreu refere-se ao país, estado, 
cidade, município etc. A data de ocorrência indica o 
momento em que o fato administrativo foi praticado� 
Por exemplo, em 02 de janeiro de 2020, venda de 
mercadorias realizada em Itu, São Paulo.
É importante ressaltar que local e data em que a 
operação foi realizada devem conferir com os da-
dos constantes na documentação comprobatória 
do fato� As contas a serem debitadas e creditadas 
referem-se a contas patrimoniais, pertencentes aos 
ativos, passivos ou patrimônio líquido da empresa, 
tal qual o Balanço Patrimonial ou as contas de re-
sultados, quer sejam receitas ou despesas, como a 
Demonstração de Resultados. As contas são mo-
vimentadas de acordos com os fatos registrados, 
quer sejam permutativos, modificativos ou mistos.
Lançamentos de simples 
remessa e títulos para desconto
As operações de vendas ou prestação de serviços 
realizadas por empresas em decorrência de suas 
atividades devem ser lançadas na Contabilidade, 
seguindo as normas de Escrituração vigentes.
Ao vender suas mercadorias e/ou prestar seus ser-
viços, a empresa deve emitir a nota fiscal de venda/
9
prestação de serviços� Nos casos em que não forem 
recebidas à vista, é necessário emitir também um 
documento que possibilite receber o valor corres-
pondente à operação em data futura, previamente 
estipulada�
Esse documento, chamado duplicata, segue os dados 
da nota fiscal correspondente, no que diz respeito aos 
dados essenciais da escrituração e ao fato gerador 
da operação, no caso, a venda e/oua prestação de 
serviços a prazo.
Temos, assim, que “[...] duplicatas são títulos de cré-
dito decorrentes de operações mercantis que ga-
rantem ao vendedor (comerciante ou prestador de 
serviços) o direito de recebimento de seus clientes, 
do valor das vendas ou dos serviços a eles presta-
dos” (RIBEIRO, 2010, p. 313).
FIQUE ATENTO
Uma duplicata é um título de crédito, que, após 
ser assinado pelo devedor (o comprador), garante 
ao credor (vendedor) o direito de receber o valor 
apresentado�
A emissão de títulos permite que as empresas efe-
tuem transações com os bancos, visando a realizar 
a cobrança de seus clientes/devedores, receber an-
tecipadamente os valores envolvidos nas operações 
ou até mesmo realizar empréstimos, utilizando os 
títulos registrados como garantia da operação.
10
A simples remessa de títulos aos bancos tem como 
objetivo gerar documentos representativos das du-
plicatas emitidas e que possam circular no sistema 
financeiro brasileiro, sendo passíveis de pagamento 
em quaisquer instituições bancárias. A cobrança 
simples de duplicatas é uma operação que pode ser 
realizada entre qualquer tipo de empresa e estabe-
lecimento bancário, mediante um contrato firmado 
entre os envolvidos�
Para a realização desse tipo de operação, a empresa 
pode emitir as duplicatas na forma física (impressas) 
ou escritural (utilizando sistema eletrônico), confor-
me demanda o contrato com a instituição financeira.
Salientamos que o contrato firmado entre a empresa 
e o banco deve ter de forma bastante clara:
 ● Como a empresa encaminha os títulos ao banco, 
isto é, se na forma de títulos físicos ou escriturais.
 ● A forma de reajuste dos títulos para casos de pa-
gamentos realizados no sistema bancário, após o 
vencimento (mora e/ou multas).
 ● O período em que o banco pode proceder o rece-
bimento dos títulos, após o vencimento.
 ● Descontos ou bonificações a serem concedidas 
aos devedores, por antecipação de pagamento, que 
pode ser em percentual ou valores a serem aplicados 
pelos Bancos, quando do recebimento.
 ● Como o banco entregar à empresa os valores re-
cebidos, por exemplo, o crédito em conta corrente.
11
 ● Taxas e tarifas cobradas pelo banco pela prestação 
do serviço�
Ao remeter ao banco títulos a receber de seus clien-
tes, a empresa transfere ao banco somente a posse 
das duplicatas, o proprietário dos títulos continua 
sendo a empresa. Assim, a formalização do contra-
to de simples remessa entre a empresa e o banco 
escolhido é fundamental para que as instruções da 
empresa para cobrança sejam cumpridas pela casa 
bancária, em conformidade com a negociação reali-
zada entre a empresa e o cliente.
Registra-se a simples remessa dos títulos aos ban-
cos em um documento denominada “borderô”. A 
operação de cobrança pode ser resumida em duas 
fases (RIBEIRO, 2010, p. 314):
 ● Fase A — Remessa dos títulos ao banco: registram-
-se as operações por meio das contas de compensa-
ção, bem como as despesas (tarifas ou comissões) 
cobradas pelo banco pelo serviço prestado�
 ● Fase B — Recebimento das importâncias referentes 
aos títulos: o banco comunica que os títulos foram 
quitados pelos respectivos devedores, com isso, 
é dado baixa da responsabilidade nas contas de 
compensação, efetuando-se a baixa dos direitos de 
recebimentos na conta dos bancos pelo recebimento 
dos valores�
Com a finalidade de ilustrar a operação de simples 
remessa, acompanhe o seguinte exemplo, que trata 
da empresa Fama Ltda.:
12
A empresa Fama Ltda. realizou uma operação de 
venda no valor de R$ 10 mil, com recebimento para 
30 dias após a data da venda, tendo emitido nota 
fiscal de venda e duplicata de venda mercantil. 
Fama é cliente do Banco Azul S/A, no qual man-
tém contrato para remessa de títulos para cobran-
ça simples, com tarifa de R$ 10 para cada tipo 
enviado�
A seguir, apresentam-se os lançamentos efetuados 
ao realizar a remessa e recebimento dos valores 
envolvidos nesta operação�
Quando ocorre a remessa de títulos:
1. Para lançamento do título
D Títulos em Cobrança
C Endossos para Cobrança
Referente à remessa de título número 1, ao Banco 
Azul, conforme borderô número 1, valor R$ 10 mil.
2. Para lançamento da tarifa paga ao banco pelo 
registro do título
D Despesas Bancárias com Simples Remessa
C Banco Conta Movimento
C Banco Azul
Referente às tarifas bancárias com registro de tí-
tulo número 1, borderô número 1, valor R$ 10
Quando ocorre o recebimento dos títulos
3. Para baixa nas contas internas
D Endossos para Cobrança
C Títulos em Cobrança
13
Referente à liquidação do título número 1, confor-
me aviso bancário de DD/MM/AA R$10 mil.
4. Para registro do recebimento dos valores
D Bancos conta Movimento
 Banco Azul
C Duplicatas a Receber
Refere-se ao recebimento do título número 1, R$ 
10 mil.
Nesse exemplo, a empresa Fama efetua os lança-
mentos no Livro Diário, com o registro da remessa 
de títulos ao banco para efetuar a cobrança simples 
e a entrada de recursos no caixa da empresa, após 
o recebimento ter sido efetuado no banco�
Desconto de Títulos
Quando uma empresa decide vender a prazo, a oferta 
de crédito a clientes pode aumentar as vendas e, con-
sequentemente, os lucros da empresa. Entretanto, é 
necessário que a empresa tenha recursos financeiros 
suficientes para manter suas operações.
De acordo com Megliorini e Valim (2009), as du-
plicatas a receber surgem das vendas de serviços, 
mercadorias e produtos realizadas a crédito. Nessa 
operação, a empresa vendedora financia o cliente 
pelo prazo estipulado para que ele efetue a quitação 
de suas compras�
14
Os títulos de crédito emitidos por uma empresa para 
garantir o recebimento de suas vendas ou prestação 
de serviços podem ser negociados com as institui-
ções financeiras, em uma operação denominada de 
Desconto� Para suprir a necessidade de capital de 
giro, é bastante comum as empresas anteciparem 
o recebimento de seus valores a receber, realizando 
operações de desconto de duplicatas.
Na operação de desconto de títulos, a empresa 
transfere para o banco o direito de recebimento dos 
valores dos títulos, recebendo antecipadamente os 
valores correspondentes. Os bancos pagam à em-
presa o valor dos títulos, descontando uma taxa de 
juros, conforme a negociação entre a empresa e a 
instituição financeira.
Os juros cobrados são calculados com base no regi-
me de capitalização composta e deduzido do valor a 
ser creditado à empresa, uma vez que está vendendo 
os títulos de crédito. A fim de apurar o valor dos juros 
compostos, considera-se a taxa negociada entre o 
banco, a empresa e o período entre o momento em 
que a operação está sendo realizada e o vencimento 
dos títulos�
Para efeitos de remessa de duplicatas, a operação 
assemelha-se à cobrança simples. Uma vez firma-
do o contrato para a realização da operação entre a 
empresa e o banco escolhido, os títulos são enca-
minhados em formato físico ou escritural, sempre 
capeados por borderô, relação dos títulos e contrato 
(se for o caso).
15
A empresa recebe do banco o valor nominal dos títu-
los, descontados a taxa de juros, comissões e taxas.
Realização do reconhecimento das despe-
sas financeiras e antecipadas provenien-
tes de operações de desconto de títulos 
de crédito para cobrança de clientes
A operação de desconto de títulos é uma modalidade 
de operação financeira realizada entre empresas e 
instituições financeiras. Consiste no adiantamento 
dos valores relativos aos direitos de recebimento da 
empresa, representado pelos títulos de créditos emi-
tidos pela empresa, em razão de vendas efetuadas 
ou prestação de serviços executadas�
Para essa modalidade de operação financeira, a 
empresa entrega à instituição financeira títulos de 
crédito com vencimento em data futura e recebe, 
no momento presente, o valor correspondente aos 
títulos, deduzidos das despesas financeiras prove-
nientes do desconto desses títulos�
Descontar títulos é, portanto, uma operação bastante 
comum que possibilita àempresa obter capital para 
manter suas atividades em funcionamento ou até 
mesmo realizar pagamentos e investimentos que 
julgar atrativos. Geralmente, as principais despesas 
com essa operação são: a taxa de desconto, impos-
to sobre operação financeira e despesas bancárias 
referente ao desconto�
A taxa de desconto corresponde ao percentual de-
duzido do valor principal dos títulos, considerando o 
16
vencimento dos títulos e a avaliação de risco efetu-
ada pelo banco. Também chamada de taxa de juros, 
essa porcentagem é aplicada sobre o fluxo de caixa 
futuro (títulos a vencer) para calcular o valor presente 
(atual) de cada título, aplicando-se o regime de juros 
compostos�
O valor a ser deduzido do montante principal (soma 
do valor nominal dos títulos) é calculado de acordo 
com a quantidade de dias que faltam para que os 
títulos sejam liquidados, ou seja, segundo o período 
entre a data da realização da operação e o vencimen-
to dos títulos�
O imposto sobre as operações financeiras (IOF) é 
cobrado sobre o valor da operação e o incide sobre 
todas as operações realizadas, independentemente 
de instituição, valor ou vencimento dos títulos.
O IOF é um tributo e, por essa razão, o percentual 
a ser cobrado não é definido pelo banco nem pela 
empresa, pois faz parte das Política Econômicas vi-
gentes no país. Assim, o banco não tem como deixar 
de cobrar o imposto, nem a empresa deixar de pagar, 
a não ser que se proceda conforme alguma decisão 
governamental.
As despesas bancárias referem-se às tarifas cobra-
das pelo banco, para a contratação de operação e 
registro dos títulos no sistema bancário. Esse valor é 
negociado entre a empresa e o banco, calculando-se 
no geral sobre cada título.
17
A taxa de desconto e o IOF incidem apenas para 
operações de desconto de títulos, portanto, são 
despesas financeiras provenientes do Desconto de 
Duplicatas. Já as despesas financeiras com tarifas de 
registro, manutenção ou baixa de títulos no sistema 
bancário são cobradas em operações de desconto 
e em operações de simples remessa de títulos para 
cobrança simples�
Podcast 1 
Para a realização das operações, o encaminhamento 
dos títulos ao banco deve ser contabilizado, uma vez 
que ocorre a transferência da posse dos direitos de 
recebimento da empresa ao banco, que será respon-
sável por emitir os avisos a clientes/devedores e re-
ceber os valores quando de pagamento pelo devedor.
O banco, por sua vez, ao registrar os títulos no sis-
tema bancário, cobra da empresa as despesas para 
registro e, se for o caso, a manutenção dos títulos. 
Quando o devedor efetua o pagamento, os valores 
recebidos pertencem ao banco, visto que a empresa 
já recebeu antecipadamente, quando fez a opera-
ção de desconto. Em caso de recebimento, o banco 
efetua a baixa do título do sistema, registrando a 
liquidação da operação�
Note que, ao realizar esse tipo de operação, a em-
presa transfere ao banco os direitos de recebimento 
dos títulos, mas a responsabilidade permanece até 
que o pagamento do título seja efetuado.
18
https://famonline.instructure.com/files/1053181/download?download_frd=1
Caso o título não seja pago, o valor correspondente 
será cobrado da empresa, acrescido de eventuais 
juros se houver atraso no pagamento. Nesse caso, o 
banco devolve à empresa os direitos de recebimento 
do crédito�
O recebível permanece registrado no sistema bancá-
rio, conforme as condições negociadas entre banco 
e empresa. Em geral, o período gira em torno de 60 
a 120 dias e, após, ocorre a baixa automática no 
sistema bancário por decurso de prazo. O título é 
devolvido ao proprietário, que adota as medidas que 
julgar necessárias para conseguir o recebimento de 
seus direitos� Note ainda que a baixa do sistema por 
falta de pagamento também resulta na cobrança de 
tarifas bancárias, que devem ser contabilizadas como 
despesas financeiras.
Para ilustrar o reconhecimento e a contabilização 
das despesas financeiras provenientes de operações 
de desconto de títulos, vamos verificar o exemplo 
apresentado por Ribeiro (2010):
Determinada empresa tem desconto no Banco 
Urupês, dez duplicatas no valor nominal total de 
R$ 1 mil. O banco cobrou R$ 150,00 de juros e R$ 
30,00 de taxas e comissões. Nesse caso, a em-
presa recebeu o valor atual dos títulos, R$ 820,00, 
referente ao valor nominal, deduzidos os juros e 
taxas e comissões.
19
1. Contabilização da remessa dos títulos 
e operação de desconto:
(1) Diversos
Duplicatas Descontadas
Banco Urupês
 Referente desconto de duplicatas, conforme 
borderô num 1, como segue:
Bancos conta movimento
Banco Urupês
 Valor líquido creditado...................R$ 820,00
Juros passivos a vencer 
 Juros cobrados, conforme vencimento dos tí-
tulos....................................................R$ 150,00
Despesas Bancárias
 Taxas e comissões..........................R$ 30,00
O lançamento número 1 é realizado para reconhe-
cer a operação, o valor líquido recebido foi debita-
do em bancos conta movimento, os juros cobrados 
são debitados na conta juros passivos a vencer e 
as despesas bancárias debitadas na respectiva 
conta, despesas bancárias.
A conta “duplicatas descontadas” representa a 
obrigação que a empresa assume em pagar os 
títulos caso o devedor não o faça� Dessa manei-
ra, a conta foi creditada e figura no passivo circu-
lante, juntamente com as demais obrigações da 
empresa�
20
Se na data do vencimento da operação o título 
for pago, o banco informa a empresa sobre a li-
quidação, com isso, são efetuados os seguintes 
lançamentos:
2. Quitação das duplicatas descontadas
(2) Duplicatas descontadas
Banco Urupês 
a Duplicatas a Receber
Liquidação das duplicatas descontadas R$ 
1.000,00
3. Juros Passivos
Juros Passivos a vencer R$ 150,00
Repare que, no lançamento 2, o recebimento do valor 
do título pelo banco é registrado extinguindo a obri-
gação de pagamento pela empresa, uma vez que o 
devedor efetuou o pagamento. No lançamento 3, as 
despesas com juros, cobradas antecipadamente pelo 
banco, são reconhecidas e contabilizadas.
No entanto, ressaltamos que nem sempre os títu-
los são pagos pelo cliente, e se foram descontados, 
21
transformam-se em uma obrigação (passivo circu-
lante) que a empresa deve cumprir�
Nesse caso, acompanhe o exemplo de Ribeiro (2010) 
apresentado a seguir:
Após o vencimento de uma duplicata no valor de 
R$ 100,00, o banco devolve o título à empresa, pois 
é reembolsado mediante débito na conta bancária 
da empresa. Nesse caso, o registro da operação 
será:
(1) Duplicatas descontadas
Banco Urupês 
a Bancos Conta Movimento
a Banco Urupês
Pagamento ao Banco referente à operação de 
desconto, visto que a duplicata não foi quitada no 
vencimento..............................................R$ 100,00
Descrição de fatos contábeis 
envolvendo empréstimos e 
financiamentos de curto e 
longo prazo (debêntures, títulos 
de créditos etc�)
Os Fatos Contábeis são acontecimentos do dia a 
dia das empresas e que, devido à possibilidade de 
provocar alterações no Patrimônio da companhia, 
precisam ser registradas. Para abordarmos este 
22
assunto, vamos primeiramente relembrar como os 
fatos contábeis são representados na Contabilidade�
Fatos contábeis
Em nosso dia a dia, muitos fatos acontecem. Alguns 
são considerados mais importantes, mas acredita-
mos que outros não merecem qualquer menção� 
E com as empresas isso não é diferente� Diversos 
fatos ocorrem em um dia de operação. Alguns fatos 
não geram alterações no patrimônio ou nas demons-
trações financeiras da empresa e, por isso, não são 
abordados pela Contabilidade Financeira. Há fatos, 
porém, que podem provocar importantes alterações 
na estrutura financeira da empresa, sendo assim, 
devem ser contabilizados.
As decisões cotidianas de uma organização, como 
registros das contas a receber, das contas a pagar, 
planejamento, cálculo de custos e despesas etc. são 
exemplos de fatos que podem representar operações 
contábeis importantes. Essasdecisões são chama-
das na Contabilidade de fatos contábeis� 
Os fatos contábeis são também chamados de “atos e 
fatos empresariais” ou “atos e fatos administrativos”, 
porque existem somente em decorrência da existên-
cia das empresas, e são registrados para organizar 
as atividades, atender às exigências legais e para 
auxiliar o processo decisório�
No ambiente empresarial, verificamos que em todas 
empresas ocorrem fatos que devem ser registrados 
na Contabilidade, sejam elas com fins lucrativos, 
23
sem fins lucrativos, com fins sociais, provenientes 
de capital público, privado ou misto.
Segundo Marion (2009), a Contabilidade é a ciência 
que estuda a formação e variação do Patrimônio, sen-
do um instrumento para auxiliar os gestores durante 
a tomada de decisões. Essa ciência ajuda a medir 
os resultados das empresas, avaliar o desempenho 
dos negócios e traçar as diretrizes para a tomada 
de decisões.
Os fatos contábeis devidamente registrados 
são demonstrados por meio de relatórios, os 
Demonstrações Financeiras. O Balanço Patrimonial 
é uma das principais demonstrações, pois apresen-
ta resumida e organizadamente os fatos contábeis 
ocorridos em determinado exercício social, que te-
nham culminado em diferentes Ativos e Passivos, 
decompostos na referida demonstração� Em outras 
palavras,
Balanço Patrimonial é a demonstração finan-
ceira (contábil) destinada a evidenciar, quanti-
tativa e qualitativamente, numa determinada 
data, a posição patrimonial e financeira da 
empresa (RIBEIRO, 2010, p. 392).
O Balanço Patrimonial constitui-se de duas colunas: 
na coluna da direita constam Passivo e Patrimônio 
Líquido; na coluna da esquerda consta o Ativo� Os 
ativos representam os investimentos que foram efe-
tuados na empresa, por isso, trazem sempre uma 
24
conotação positiva, pois são vistos como aquilo que 
a empresa possui�
Em conformidade com Marion (2009), os ativos são 
todos os bens e direitos que podem ser avaliados 
em moeda corrente, que representem benefícios 
presentes ou que possam trazer benefícios futuros. 
Por exemplo, podemos mencionar estoques, contas 
a receber, máquinas, imóveis etc.
Já os passivos apresentam as obrigações ou dívi-
das a pagar. Os valores apresentados nos passivos 
representam a origem do capital investido da firma. 
O passivo divide-se em: exigível e não exigível.
O passivo exigível refere-se às obrigações da em-
presa com terceiros, por exemplo, contas a pagar, 
fornecedores de matéria-prima, impostos a pagar, 
financiamentos, empréstimos etc. A obrigação é exi-
gível, porque exige pagamento, isto é, no momento 
em que a dívida vencer, será exigida sua liquidação.
A obrigação não exigível também é uma dívida, só 
que essa dívida não necessariamente exigirá paga-
mento� Enquanto a empresa estiver em funciona-
mento, não terá que cumprir com a obrigação em 
questão. Isso porque o não exigível representa a 
origem dos recursos, ou melhor, o dinheiro dos só-
cios, normalmente a empresa não precisa devolver 
(pagar), pois os sócios fazem parte do contrato ou 
da sociedade vigente.
De acordo com a Lei n. 6.404/1976, a obrigação não 
exigível é denominada Patrimônio Líquido. Em con-
25
sonância, a Lei n. 11.638/2007 manteve a nomen-
clatura� É importante lembrar que os fatos contábeis 
culminam em saldo das contas, que no Balanço são 
chamadas de contas patrimoniais� Estas são classi-
ficadas de acordo com a legislação vigente, segundo 
o período que permanecem na empresa�
As contas patrimoniais dividem-se em:
 ● Circulante: para operações com prazo de venci-
mento de até 12 meses�
 ● Não circulante: operações com prazo de vencimen-
to superior a 12 meses�
Assim, teremos Ativos Circulantes e Ativos não 
Circulantes, do mesmo modo que teremos Passivos 
Circulantes e Passivos não circulantes�
Seguindo as exigências legais, as contas do Ativo de-
vem ser apresentadas no lado esquerdo do Balanço 
Patrimonial, representando todos os bens e direi-
tos, discriminados em ordem decrescente de grau 
de liquidez, e dividindo-se em dois grupos: Ativo 
Circulante e Ativo Não Circulante�
No Ativo não circulante, estão representados os sal-
dos das contas patrimoniais referentes aos bens e 
direitos da empresa, os quais podem ser convertidos 
em dinheiro em período superior a 12 meses.
No Ativo Circulante, estão as contas que serão conver-
tidas em até 12 meses. Essa classificação dos Ativos 
em ordem de conversão em dinheiro é denominada 
Grau de Liquidez. Grau de Liquidez representa o perí-
26
odo necessário para que os saldos apresentados em 
cada conta patrimonial sejam convertidos em dinheiro.
O Passivo representa as obrigações da empresa com 
terceiros (pessoa física ou jurídica, que não fazem 
parte do quadro social da empresa), que devem ser 
liquidadas em data futura�
De acordo com legislação vigente, o Passivo é divi-
do em Passivo Circulante e Passivo Não Circulante� 
As contas que compõem esses grupos devem ser 
dispostas segundo o grau de exigibilidade. Grau de 
exigibilidade significa que as contas devem ser lista-
das seguindo o prazo de pagamento de cada obriga-
ção. Com isso, as contas que vencem mais próximo 
deverão ser as primeiras a figurar no Passivo.
O Patrimônio Líquido é a parte do Balanço Patrimonial 
que corresponde ao capital próprio� São recursos 
provenientes dos proprietários (sócios ou acionistas) 
ou dos resultados da própria empresa�
Empréstimos e financiamentos de curto 
e longo prazo
Para executar suas operações, as empresas necessi-
tam de capital. Em geral, os investimentos e o capital 
disponível no caixa da empresa estão representados 
nas contas do Ativo Circulante�
Há situações em que esse capital não é suficiente 
para a empresa continuar com suas operações ou 
realizar projetos e investimentos. Nesse caso, pode 
recorrer a empréstimos ou financiamentos, como 
27
uma forma de obter recursos financeiros para aten-
der às suas necessidades.
No mercado, existem diferentes operações que po-
dem ser realizadas pelas empresas, conforme a des-
tinação dos recursos e os prazos em que a operação 
pode ser liquidada. Nesse caso, se a empresa con-
trair uma linha de crédito em que o pagamento final 
da operação ocorrer em período de até 12 meses, 
diz-se que a operação é de curto prazo. Se, por outro 
lado, a operação for finalizada com o pagamento final 
após 12 meses, contados da data da contratação, 
classifica-se como de longo prazo.
Nos casos em que a empresa busca recursos livres 
(dinheiro) para atender às suas necessidades de 
capital, por exemplo, liquidar tributos, pagar forne-
cedores, funcionários etc., a empresa poderá obter 
um empréstimo� O empréstimo é uma modalidade 
de operação que pode ser de curto ou longo prazo, 
em que a empresa mediante contrato firmado re-
cebe os recursos de que necessita, dessa maneira, 
compromete-se a devolver o valor em data futura, tal 
qual acordado entre envolvidos�
As condições para que a empresa receba os recursos 
são registradas em contrato. Nesse sentido, é devedor 
aquele que recebe o dinheiro; credor aquele que cede 
(empresta) temporariamente o montante negociado.
O pagamento da operação pode ser negociado à vis-
ta, ou seja, em um único pagamento, a ser realizado 
pela empresa em data combinada; ou em quantias 
28
estipuladas (parcelas), também em datas e condi-
ções previamente estabelecidas.
Ao realizar esse tipo de operação, a empresa assu-
me um compromisso, com isso, eleva o passivo. 
Investir os recursos na empresa, estará aumentando 
os ativos�
No entanto, esse não é o único fato contábil que pode 
ocorrer na empresa. Há situações em que a empresa 
decide adquirir um bem, porém, não possui todo o 
valor para realizar a aquisição, ou não deseja retirar 
de seus ativos o valor necessário para a aquisição 
do bem escolhido. Sendo assim, opta-se por realizar 
uma operação de financiamento.
Financiamento é a modalidade de operação de crédito 
em que a empresa, mediante contrato, adquire um 
bem e se compromete a pagar o respectivovalor em 
data futura. Nesse caso, as condições contratuais 
também são estipuladas em contrato e devem re-
presentar as variações nas contas de ativo e passivo, 
conforme fato contabilizado. Da mesma forma que os 
empréstimos, os financiamentos também precisam 
ser contabilmente registrados, provocando alterações 
na composição dos ativos e dos passivos da entidade�
Apesar de haver diferenças entre empréstimos e fi-
nanciamentos, pode-se afirmar que a principal distin-
ção é a especificação da destinação dos recursos.
Em operações de empréstimos, os recursos financei-
ros tomados emprestados não têm uma destinação 
específica, dessa maneira, a empresa pode utilizá-
29
-los do modo como lhe convier. Já nas operações 
de financiamento, o recurso destina-se à aquisição 
de um bem (tangível ou intangível), especificado no 
contrato, e os recursos não podem ser utilizados pela 
empresa tomadora de crédito para outra finalidade.
Os principais fatos contábeis que culminam na reali-
zação de empréstimos são as operações de vendas 
a prazo, a utilização de limites de créditos rotativos 
em contas bancárias e as operações de desconto 
de títulos�
Os financiamentos podem decorrer de diferentes 
fatos contábeis, contudo, sempre ligados à aquisição 
de bens destinados à atividade empresarial.
A contabilização dos fatos que deram origem às 
operações deve ser efetuada quando ocorrer a con-
tratação da linha de crédito, seja empréstimo seja 
financiamento, de curto ou longo prazo.
Podcast 2 
30
https://famonline.instructure.com/files/1053182/download?download_frd=1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, foi possível estudar a realização 
de operações de simples remessa de títulos para 
cobrança simples ou operações de desconto, reco-
nhecendo a importância de tais operações para as 
atividades da organização.
O desconto de títulos é uma modalidade de crédito 
muito utilizada no contexto empresarial. Assim, para 
que seus efeitos possam ser corretamente avalia-
dos, é importante saber reconhecer e contabilizar 
as despesas financeiras antecipadas, provenientes 
dessa operação�
Além da antecipação de recebíveis e da cobrança 
simples, os empréstimos e financiamentos devem 
ser criteriosamente avaliados, considerando os fatos 
contábeis que envolvem a escolha por utilizar ope-
rações de crédito a curto ou longo prazo.
Conhecer e registrar corretamente os fatos que ocor-
rem em uma empresa é importante não somente para 
atender a legislação ou investidores, mas sobretudo 
para auxiliar no reconhecimento de informações im-
portantes e decisivas para o mundo dos negócios.
31
SÍNTESE
FATOS CONTÁBEIS DE CURTO 
E LONGO PRAZOS
 
 
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
Neste módulo, o objetivo de nosso estudo foi o de conhecer os fatos contábeis que 
envolvem ativos realizáveis de curto e longo prazo, ativo imobilizado, intangíveis, operações 
relacionadas à folha de pagamento, empréstimos e financiamentos, despesas antecipadas 
e estoques�
Foi possível compreender, dessa maneira, a realização de operações como a simples 
remessa de títulos para cobrança simples ou operações de desconto, reconhecendo a 
importância de tais operações para as atividades da organização�
Em seguida, estudamos a classificação das contas referentes a fatos contábeis 
relacionados aos ativos realizáveis de curto e longo prazos, ativo imobilizado, intangíveis, 
operações sobre a folha de pagamento, empréstimos e financiamentos, despesas 
antecipadas e estoques�
Nesse sentido, pudemos perceber que o desconto de títulos é uma modalidade de crédito 
muito utilizada no contexto empresarial� A fim de que seus efeitos possam ser corretamente 
avaliados, é importante saber reconhecer e contabilizar as despesas financeiras 
antecipadas, provenientes dessa operação�
Por fim, pudemos aplicar a esquematização das contas contábeis, visando à sistematização 
de sua evidenciação� O entendimento sobre os fatos contábeis, o conhecimento sobre as 
técnicas de classificação das respectivas contas envolvidas na movimentação de ativos e a 
sistematização das operações são alguns conhecimentos importantíssimos para a 
Contabilidade Financeira�
Portanto, conhecer e registrar corretamente os fatos que ocorrem em uma empresa é 
importante não somente para atender a legislação ou investidores, mas sobretudo para 
auxiliar no reconhecimento de informações importantes e decisivas para o mundo dos 
negócios�
$$$
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
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TAKAKURA, M. Contabilidade: Teoria e Prática� 6� 
ed. São Paulo: Atlas, 2011 [Minha Biblioteca].
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Contábeis: Contabilidade Empresarial. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2009.
MEGLIORINI, E.; VALIM, M. A. Administração 
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Pearson Prentice Hall, 2009.
MULLER, A. N. Contabilidade básica: fundamen-
tos essenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
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PADOVEZE, C. L. Manual de Contabilidade Básica 
– Contabilidade Introdutória e Intermediária. 10. 
ed. São Paulo: Atlas, 2018 [Minha Biblioteca].
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Comercial. 18 ed. 
São Paulo: Saraiva, 2010.
E-book 3
CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
Maria Luiza Ribeiro
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3
OPERAÇÕES DE PAGAMENTOS �������������������������4
Folha de pagamento mensal, provisões de encargos, 
13o salários e férias ������������������������������������������������������������������4
Construção de lançamentos contábeis da folha de 
pagamento mensal: respectivas provisões e encargos �������16
Lançamentos contábeis para folha de pagamento mensal 16
Esquematização das contas: folha de pagamento e 
evidenciação nas principais demonstrações financeiras ����27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ������������������������������������31
SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 32
2
INTRODUÇÃO
As atividades de uma empresa envolvem a aplicação 
de diferentes tipos de recursos, quer sejam materiais, 
humanos ou financeiros. Observe, porém, que des-
ses recursos as pessoas (Recursos Humanos) são 
o recurso mais relevante�
Devido à importância da interação entre empresa 
e trabalhadores, surgem os contratos de trabalho 
e as regulamentações para o setor, orientando-se 
assim as relações trabalhistas, possibilitando direi-
tos e deveres à empresa e aos funcionários� E to-
dos esses elementos devem ser reconhecidos pela 
contabilidade�
Com o intuito de estudar mais detidamente as ope-
rações que envolvem a Folha de Pagamento e outras 
provisões relacionadas ao assunto, neste módulo 
apresentaremos o reconhecimento e a esquemati-
zação das operações contábeis necessárias à sua 
contabilização, incluindo provisões e outros aspectos 
relevantes para os lançamentos de folha e a eviden-
ciação das demonstrações financeiras.
Vamos começar?
3
OPERAÇÕES DE 
PAGAMENTOS
Folha de pagamento mensal, 
provisões de encargos, 13o 
salários e férias
A Folha de Pagamento é um dos principais gastos da 
empresa e envolve sua relação com os trabalhadores� 
Por isso, sua correta realização é imprescindível não 
só para atender às exigências legais, mas também 
para compensar adequadamente os seus trabalha-
dores pelo trabalho realizado�
Ao longo da história, as relações trabalhistas

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