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3/17/2021 Versão para impressão 1/25 Educação em Segurança no Trabalho Percepção e representação de riscos pelos trabalhadores Conceitos sobre Percepção de Riscos A discussão sobre o assunto “Percepção de Riscos” iniciou em meados dos anos 60, quando a população demonstrou ser contra a instalação de usinas nucleares. Do ponto de vista dos cientistas da época, era uma forma de geração de energia limpa; já para opinião pública, era algo que podia trazer riscos. Os primeiros estudos oficiais sobre o tema de Percepção de Riscos ocorreram no final da década de 60 (1969), e foram coordenados por Chauncey Starr. O estudo recebeu o nome de “Benefício social versus Riscos tecnológicos”. O estudo tinha como objetivo investigar os riscos detalhadamente, chegando à conclusão de que a população tendia a aceitar melhor os riscos quando compreendia quais os benefícios estavam associados a eles. Outro estudo elaborado na década de 80, intitulado “Percepção de risco”, é um dos artigos que possui representativa quantidade de citações. O estudo afirma que, enquanto estudiosos analisam riscos com o auxílio de técnicas complexas, grande parte das pessoas acaba analisando os riscos apenas por intuição, e a esse julgamento é dado o nome de “Percepção de Risco”. Essa percepção consiste na habilidade das pessoas de identificarem os perigos existentes e reconhecerem os riscos, dando-lhes algum significado. Isso pode ser no ambiente de trabalho, em casa, no trânsito etc. A habilidade de perceber riscos é influenciada diretamente pelo estado de saúde da pessoa, pela sua condição de concentração e atenção, assim como também questões emocionais. 3/17/2021 Versão para impressão 2/25 Mapear a percepção dos riscos, do ponto de vista dos trabalhadores, possibilita a avaliação de como estes se importam com as questões ligadas à saúde e à segurança do trabalho. Em alguns casos, o trabalhador descumpre alguma recomendação de segurança simplesmente por não conhecer quais os riscos a está exposto. Perceber riscos tem relação com a interpretação que uma pessoa faz de alguma situação que considera conter risco, sendo ou não essa situação uma ameaça real. Ainda hoje, não é possível afirmar com detalhes como os riscos são percebidos pelas pessoas, assim como quais as influências dessas percepções. Os riscos são considerados geralmente um cruzamento entre probabilidade e severidade, sendo, de um modo geral, impossível medi-los fisicamente. Como não há uma unidade, qualquer forma de tentar tornar o risco precisamente mensurável, já iniciando do que se conclui ser um risco, será inatingível. Dentro do contexto de que o risco não pode ser totalmente calculado, também não é possível mensurar questões sentimentais, experiências anteriores, questões socioculturais, fatos pessoais antecessores, como histórico de origem social, modelo de vida e questões culturais. Todas essas informações podem influenciar a forma como cada um avalia um risco, na maneira como cada um o percebe. A importância de comunicar os riscos Uma das formas mais importantes para que seja desenvolvida a percepção de riscos dos trabalhadores é a chamada Comunicação de Riscos. Essa é uma etapa dentro do processo de gerenciamento de riscos, que colabora com a criação e recepção de informações relevantes para que os envolvidos em um determinado processo de trabalho entendam as medidas tomadas pelos gestores para o controle dos riscos no ambiente laboral. Isso contribui para o desenvolvimento da percepção que os envolvidos terão em relação aos perigos e riscos presentes no local de trabalho e decorrentes da atividade que executam. 3/17/2021 Versão para impressão 3/25 Algumas organizações adotam como forma de comunicação de risco a utilização de auditorias comportamentais, que consistem em avaliar se os trabalhadores executam suas atividades com prudência e dentro das recomendações e dos procedimentos de segurança e saúde no trabalho – SST. Esse tipo de auditoria, que varia muito de empresa para empresa, possibilita a obtenção de um índice de comportamento seguro e reforça os pontos em que os trabalhadores precisam ser alertados sobre quais as situações foram consideradas comportamentos não seguros, ou seja, desvios comportamentais. Esse programa visa à sensibilização e à aprendizagem dos trabalhadores. Assim, é possível que haja modificações na cultura de segurança desses trabalhadores, ao se abordar questões motivacionais, ligadas à percepção de riscos, e até o compartilhamento de experiências entre auditado e o auditor que realiza essa inspeção. Com as auditorias comportamentais, torna-se possível criar uma sistemática de observação rotineira, mostrando aos trabalhadores quais melhorias devem ser implementadas. Ao utilizar essa técnica, deve-se não mais observar somente as questões ligadas ao ambiente físico, como as máquinas, os equipamentos e as instalações, mas, principalmente, passa a ser tratado e observado o comportamento dos trabalhadores. Quando um desvio é identificado, dentro do funcionamento da técnica de auditoria comportamental, é necessário interromper a ocorrência deste desvio, visando, na sequência, conscientizar o trabalhador em relação aos riscos presentes na atividade por ele exercida e quais as consequências podem ser causadas a ele e a todos que estão envolvidos na atividade. A realização da prática periodicamente possibilita o acompanhamento da evolução das ocorrências que foram registradas. Dessa forma, é possível identificar algumas tendências, para se ter uma dimensão em relação à eficácia das medidas preventivas que foram sendo aplicadas ao longo do tempo. 3/17/2021 Versão para impressão 4/25 O estudo dessas tendências tem grande relevância para observar o desempenho inferior aos parâmetros tidos como ideias para cada empresa, tornando possível reconhecer sinais prévios de algum evento indesejado de SST. A seguir estão apresentados alguns pontos importantes a serem seguidos em uma auditoria comportamental: Programar as auditorias Conhecer as atividades realizadas nos setor de trabalho a ser auditado e quais os desvios mais comuns Dialogar com os trabalhadores envolvidos em relação a procedimentos de SST, consequências dos desvios comportamentais e métodos seguros de trabalho Buscar harmonicamente com os trabalhadores conclusões sobre como eliminar irregularidades Observar outros fatores no local de trabalho que influenciam negativamente as questões de SST Ser cordial e compreender o modo de vista dos trabalhadores, compreendendo, assim, o que realmente está ao alcance deles ou depende da tomada de ações de seus superiores hierárquicos Registrar as observações Sugerir melhorias Acompanhar a aplicação das melhorias adotadas Na adaptação da curva de Bradley, a seguir, é possível observar em que momento atitudes como a preocupação mútua, o orgulho em relação à organização e ao trabalho em equipe são situações que contribuem na redução das ocorrências negativas em SST e na conscientização da cultura de segurança do trabalho. 3/17/2021 Versão para impressão 5/25 Figura 1 – Curva de Bradley adaptada Fonte: KRUGER, Israel (2014). Na figura é apresentado um Gráfico adaptado da Curva de Bradley, onde é possível constatar que o número de perdas dentro de uma empresa vai sistematicamente reduzindo na sequência: Instintos Naturais, Supervisão, Si mesmo e Equipe. Sendo a auditoria comportamental uma técnica que busca identificar desvios, eles necessitam de uma categorização, para que o auditor saiba quais os principais pontos devem ser observados durante a auditoria. Dessa maneira, é viável determinar quais ações são necessárias para neutralizar o desvio e, consequentemente a isso, minimizar os riscos. Essas categorizações agrupam os desvios que são observados com mais frequência. As categorias representam um processo de percepção do desvio, abrangendo situações como o comportamento dos trabalhadores ao serem abordados, o respeito a procedimentosoperacionais e as questões ligadas à ordem, à limpeza e à organização. 3/17/2021 Versão para impressão 6/25 A seguir, clique ou toque para acessar um modelo de formulário de auditoria comportamental, no qual estão as categorias a serem avaliadas. Cada categoria foi dividida em subcategorias, para detalhar o desvio que foi observado inicialmente. Assim, as medidas preventivas podem ser executas visando à eliminação total do desvio, evitando a repetição do ocorrido. (objetos/Modelo-formulario-auditoria-comportamental.pdf) Baseado nesse modelo de auditoria comportamental tem-se as categorias citadas e exemplificadas a seguir: A. Reação das pessoas Trata-se da reação do funcionário quando avista o auditor, de modo que age no sentido de ocultar o desvio ou corrigir em tempo hábil para que o auditor não perceba. As subcategorias são: A.1. Ajustando o EPI A.2. Mudança de posição A.3. Parando o serviço A.4. Adequando o serviço B. Posição das pessoas Trata-se do posicionamento ou da adoção de uma posição que coloque o funcionário em risco desnecessário. As subcategorias são: https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/educacao_em_seguranca_no_trabalho/html/05_percepcao/objetos/Modelo-formulario-auditoria-comportamental.pdf 3/17/2021 Versão para impressão 7/25 B.1. Risco de queda B.2. Esforço inadequado B.3. Bater contra/Ser atingido por B.4. Postura inadequada B.5. Ficar preso B.6. Risco de queimadura B.7. Inalar/ingerir contaminante B.8. Risco de choque elétrico C. Equipamentos de proteção individual – EPI Trata-se do desvio pelo não uso, ou uso incorreto, do EPI. As subcategorias são: C.1. Ouvidos C.2. Mãos e braços C.3. Olhos e rosto C.4. Cabeça C.5. Pés e pernas C.6. Sistema respiratório C.7. Tronco D. Ferramentas, equipamentos e EPC (Equipamento de Proteção Coletivo) Trata-se do desvio detectado pelo não uso ou uso incorreto de ferramentas e/ou equipamentos. As subcategorias são: 3/17/2021 Versão para impressão 8/25 D.1. Em condições inseguras D.2. Usados incorretamente D.3. Impróprios para o serviço D.4. Ausência de ferramenta/equipamento/EPC E. Procedimentos Trata-se do desvio detectado pelo não cumprimento, não conhecimento ou ausência de um procedimento para execução da atividade. As subcategorias são: E.1. Inexistência de procedimento E.2. Inadequados E.3. Adequados e não seguidos (atitude das pessoas) F. Ordem, limpeza e arrumação Trata-se do desvio detectado em razão da desorganização do ambiente do trabalho ou da falta de higiene. As subcategorias são: F.1. Local desorganizado F.2. Local úmido, molhado ou com vazamento F.3. Local sujo G. Meio ambiente Trata-se do desvio detectado em razão da falta de cuidados com o meio ambiente. As subcategorias são: 3/17/2021 Versão para impressão 9/25 G.1. Incorreta separação de resíduos G.2. Desperdício de recursos G.3. Falta de coletores/identificação Utilizando a técnica de auditoria comportamental, é possível então visualizar e representar graficamente quais os pontos merecem maior atenção e aplicação de medidas que visem prevenir reincidências de desvios, estimulando, assim, cada vez mais a percepção de riscos por parte dos trabalhadores. Os riscos ambientais Os riscos ambientais estão presentes no ambiente de trabalho, alguns são mais perceptíveis e outros menos. Quando o risco é evidente e afeta diretamente as atividades dos trabalhadores, estes tendem a ter mais cuidado e valorizar as ações de segurança e saúde no trabalho. Porém, há determinados riscos presentes no ambiente de trabalho que não são simples de serem diagnosticados e podem acabar passando de forma despercebida. Podemos considerar o risco ocupacional provocado por vibração e ruído como exemplo de riscos de fácil identificação, pois a trepidação do corpo ao manipular um martelete, por exemplo, e o som que o mesmo provoca são perceptíveis aos nossos sentidos, sendo de fácil percepção pelo trabalhador e demais pessoas que estejam próximas ao local onde a atividade é executada. Por outro lado, a exposição aos riscos ergonômicos nem sempre é perceptível, como, por exemplo, uma profissional da área administrativa que não percebe que trabalha com postura inadequada, já que envolve uma análise mais minuciosa do posto de trabalho. Mas esta postura pode acarretar danos à sua saúde em longo prazo e lesões que precisam de tratamento médico, ou seja, esta profissional está exposta há riscos ocupacionais também. Como podemos perceber, alguns riscos não são percebidos que evidenciem os danos que podem causar, tanto para o risco de acidentes quanto para o risco de doenças ocupacionais. Em determinadas situações podemos nos deparar com 3/17/2021 Versão para impressão 10/25 profissionais mais sensíveis para o cuidado com as suas vidas e de seus colegas do que outros, pois estes fatores também têm influência da personalidade de cada indivíduo. Outro fator interessante que pode ser observado é o fato de que os profissionais se acostumam com o trabalho e não conseguem mais perceber os riscos a que estão expostos. Essa é uma situação bastante comum entre os trabalhadores. 3/17/2021 Versão para impressão 11/25 O Mapa de Riscos na percepção e representação de riscos pelos trabalhadores É preciso instigar para que todos conheçam os riscos ambientais e saibam diagnosticá-los no ambiente de trabalho, através de informações e capacitações adequadas. Primeiramente, é necessário informar e explicar sobre os riscos ambientais de acordo com a função de cada trabalhador e com o contexto da empresa. Essas informações podem ser passadas através de treinamentos, diálogos de segurança, sinalização, e outras práticas possíveis de serem aplicadas. Uma das práticas mais conhecidas entre os trabalhadores sobre o reconhecimento dos riscos ambientais é o mapa de riscos, elaborado pela comissão interna de prevenção de acidentes – Cipa e fica disponível nos setores da empresa. O que é Mapa de Risco? O Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de situações em um local de trabalho, que podem causar perdas relativas às questões ligadas à saúde dos trabalhadores do local. Essas situações podem ser originadas nos mais variados elementos de um processo produtivo, tais como materiais, equipamentos, instalações, suprimentos, e também na forma de organização do trabalho, como arranjo físico, ritmo produtivo, método, trabalho em turnos, posturas exigidas, capacitação, entre outros. A metodologia do mapa de riscos tem sua origem na Itália, entre as décadas de 60 e 70, surgindo a partir de movimentos sindicais. Naquela época, foi desenvolvido um modelo particular de atuação em investigação e controle das condições de trabalho, também chamado como “Modelo Operário Italiano”. Esse modelo objetivava maior participação dos trabalhadores nos assuntos ligados ao planejamento e a controle de SST, e que isso não fosse uma exclusividade dos técnicos da área, utilizando a sabedoria e a experiência também dos operários nas tomadas de decisões. 3/17/2021 Versão para impressão 12/25 A metodologia dos mapas de riscos teve relevante papel na Reforma Sanitária Italiana, na qual foram criadas condições para a implantação de um sistema participativo na neutralização de riscos. O método tornou-se conhecido mundialmente, e chegou ao Brasil em meados dos anos 80. A elaboração do Mapa de Riscos se tornou obrigatória no Brasil, sendo, assim, uma das responsabilidades da CIPA elaborá-lo. Para isso, é necessário que os trabalhadores dos setores sejam ouvidos, podendo o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT auxiliar nesse processo. Devem ser representados graficamente em um croqui do local de trabalho os riscos existentes e os que estão relacionados naquele setor. Após isso, os mapas devem ser disponibilizados visivelmente em todos os setores da empresa, para que todos os trabalhadores tenham conhecimento dos riscos aos quais estão expostos. É importanteressaltar que, a cada nova gestão da CIPA, um novo mapa deve ser elaborado, até mesmo para que sejam visualizados os avanços alcançados na última gestão. Sinalização de segurança no auxílio à percepção de riscos Outra forma de alertar e conscientizar os trabalhadores sobre a existência de riscos é a sinalização. A sinalização no ambiente de trabalho tem como principal objetivo chamar a atenção dos trabalhadores sobre os riscos existentes naquele local, lembrando também das orientações passadas em capacitações. Para os visitantes e demais transeuntes, é importante que as sinalizações estejam de forma adequada, pois previnem possíveis situações de risco a que possam estar expostos. O uso da sinalização deve ser realizado com cuidado para não tornar o ambiente poluído e acabar favorecendo a ocorrência de um acidente, pois os ambientes muito sinalizados ficam poluídos visualmente, o que pode causar distração nos trabalhadores. 3/17/2021 Versão para impressão 13/25 26.1.2 As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. A sinalização de segurança, dentro das normas regulamentadoras – NRs, pode ser observada na NR-26 – Sinalização de Segurança. A norma, entretanto, passou por algumas revisões nos últimos anos, deixando-a mais “aberta”, citando, inclusive, como parâmetros a serem seguidos as normas técnicas, conforme se observa no item a seguir, retirado da NR-26: Dessa forma, aquilo que era definido pela NR-26 deve agora ser consultado nas normas técnicas da ABNT (NBRs) vigentes. Nesse capítulo, serão abordadas especificamente duas delas com grande relevância na questão de Sinalização de Segurança: a NBR 7195 – Cores para Segurança e a NBR 6493 – Cores de Tubulações Industriais. NBR 7195 – Cores para Segurança A NBR 7195 define quais as cores a serem utilizadas visando à prevenção de acidentes, servindo como auxílio na identificação e na advertência em relação a riscos no ambiente de trabalho. Cabe ressaltar que a NBR em questão não abrange em seu escopo os resíduos provenientes dos serviços de saúde. As cores que são aplicadas na NBR 7195 são: Vermelho A cor vermelha é utilizada para identificar equipamentos ligados ao combate a incêndio, desde o local em que estão dispostos, até os acessórios ligados a estes equipamentos, como válvulas, registros etc. 3/17/2021 Versão para impressão 14/25 Figura 2 – Equipamentos de combate a incêndio Fonte: <http://www.skop.com.br/2019/03/19/principais-medidas-de-protecao-ativa- contra-incendio-em-edificacoes/>. Acesso em: 4 maio 2020. Ainda segundo a NRB 7195, o vermelho não deve ser utilizado como uma indicação de perigo para evitar, assim, engano na interpretação. O vermelho também é utilizado em sinalização de parada obrigatória, proibição e em botões de paradas de emergência em máquinas, por exemplo. 3/17/2021 Versão para impressão 15/25 Figura 3 – Botão de parada de emergência Fonte: <https://www.viewtech.ind.br/botao-de-emergencia-com-trava-1nf-placa-de- identificacao-sibratec>. Acesso em: 4 maio 2020. Encontra-se também a cor vermelha nos conjuntos de soldagem oxiacetilênica. A mangueira utilizada no cilindro de acetileno deve ser na cor vermelha e a mangueira do oxigênio, por sua vez, deve ser na cor verde. 3/17/2021 Versão para impressão 16/25 Figura 4 – Conjunto de Solda Oxiacetileno Fonte: <https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1264720669-conjunto-de-solda- oxiacetileno-ppu-solda-white-martins-_JM>. Acesso em: 4 maio 2020. Laranja A cor laranja é utilizada na indicação de perigo, podendo ser utilizada em uma pintura por completo ou então em apenas uma faixa. Essa cor deve ser empregada em equipamentos para salvamentos aquáticos, tais como boias e coletes salva- vidas. 3/17/2021 Versão para impressão 17/25 Figura 5 – Boia e Colete Salva-Vidas Fonte: <https://br.freepik.com/fotos-premium/bandeira-vermelha-boia-de-vida-com- colete-salva-vidas-simbolo-de-aviso-risco-de-jogo-de-agua_2719898.htm>. Acesso em: 4 maio 2020. A utilização da cor laranja também é recomendada em partes móveis de máquinas e equipamentos, tais como engrenagens, polias etc. Amarelo A cor amarela é utilizada como um sinal de advertência, e é recomendada a sua utilização em corrimãos, rodapés de escadas, faixas em torno de equipamento de combate a incêndio, diferença de níveis, cavaletes, cancelas ou demais equipamentos de bloqueio, faixa onde circulam empilhadeiras e pessoas, entre outros exemplos. 3/17/2021 Versão para impressão 18/25 Figura 6 – Escada sinalizada em amarelo nos degraus Fonte: <https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/servicos-e-utilidades- publicas/wat-plast/produtos/seguranca-e-protecao/faixa-de-sinalizacao-visual-para- degraus-de-escada>. Acesso em: 4 maio 2020. Verde A utilização da cor verde dentro da sinalização deve ser aplicada para identificar algo como “seguro”. Abaixo estão algumas situações onde a cor verde pode ser aplicada. Caixas e equipamentos de primeiros socorros, chuveiros de emergência lava olhos, localização de macas, caixas contendo EPIs, sinalização de rota de fuga. 3/17/2021 Versão para impressão 19/25 Figura 7 – Chuveiro lava olhos Disponível em: <https://www.arican.com.br/chuveiro-e-lava-olhos-de-emergencia- modelo-cl-001-kit-abs.html>. Acesso em 04 mi. 2020. Figura 8 – Placa de indicação de rota de fuga Azul O azul deve ser utilizado para representar algo como obrigatório, como uma placa de obrigatoriedade de utilização de EPIs, por exemplo. 3/17/2021 Versão para impressão 20/25 Figura 9 – Placa indicando o uso obrigatório de EPI Fonte: <https://acriart.com.br/loja/placas/placas-de-sinalizacao/aviso/placa-de-aviso- obrigatorio-o-uso-de-e-p-i>. Acesso em: 4 maio 2020. Violeta A cor violeta é utilizada na indicação de perigos relacionados a radiações penetrantes ou partículas nucleares. Alguns exemplos de aplicação da cor são em portas ou aberturas que levam a locais onde são manipulados materiais radioativos, recipientes de materiais radioativos, locais onde foram enterrados materiais radioativos. Branco O branco deve ser utilizado para demarcar áreas de circulação onde exclusivamente circulam apenas pessoas, além de também servir para demarcar áreas no entorno de equipamentos de primeiros socorros. 3/17/2021 Versão para impressão 21/25 Figura 10 – Área de circulação exclusiva de pessoas com faixas no piso na cor branca Fonte: <https://docplayer.com.br/59383327-Nr-12-seguranca-no-trabalho-em- maquinas-e-equipamentos.html>. Acesso em: 4 maio 2020. NBR 6493 – Cores de tubulações industriais O principal objetivo da NBR 6493 é a identificação rápida e objetiva de substâncias que oferecem riscos, diminuindo, assim, a possibilidade de ocorrência de acidentes em plantas industriais. A padronização da NBR 6493 é feita de acordo com o sistema de cores de Munsell, que foi elaborado por um professor norte americano (Albert H. Munsell) em meados do século 20. Figura 11 – Tubulações industriais pintadas de acordo com o Sistema de Cores Munsell Fonte: <https://www.secamaq.com.br/blog/entenda-a-nbr-6493/>. Acesso em: 4 maio 2020. 3/17/2021 Versão para impressão 22/25 As cores exigidas pela NBR 6493 e suas definições estão listadas a seguir: alaranjado-segurança (ácido): utilizado em produtos químicos em seu estado não gasoso amarelo-segurança: utilizado em gases não liquefeitos, como o GLP azul-segurança: utilizado em tubulações de ar comprimido branco (vapor): utilizado em tubulações que contenham vapor. É importante ressaltar que esse tipo de tubulação pode atingir temperaturas consideravelmente altas, necessitando de revestimento térmico. cinza-claro (vácuo): empregada em tubulações de vácuo, e assim como as tubulações anteriores se faz necessário o isolamento térmico.cinza-escuro: utilizada para eletrodutos cor-de-alumínio: utilizado em tubulações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis com baixa viscosidade, tais como óleo diesel, gasolina, querosene, lubrificantes e solventes marrom-canalização: utilizada para identificar minérios e petróleo bruto preto: utilizado para identificar produtos com características inflamáveis e combustíveis que possuam alta viscosidade, como óleo combustível, asfalto, piche verde-emblema: utilizada em tubulações de água para uso industrial, excluindo a água de combate a incêndio (vermelho) vermelho-segurança: cor utilizada para tubulações de água destinada exclusivamente para combate a incêndio lilás: utilizada em tubulações contendo lixívia, álcalis e soda cáustica Há mais fatores que podem ser observados na sinalização de tubulações industriais. Junto à faixa de identificação, poderá conter o sentido em que o fluído se desloca e as características físicas da substância, relevantes ao contexto de segurança da operação. 3/17/2021 Versão para impressão 23/25 O cumprimento desta NBR torna-se algo maior do que apenas cumprimento de requisitos técnicos, mas uma contribuição na percepção de riscos por parte dos trabalhadores, diminuindo assim as chances de acidentes de trabalho. Sinais sonoros Além das sinalizações visuais, existem também outras sinalizações para comunicar situações de perigo, como é o caso dos sinais sonoros. O sinal sonoro é uma das alternativas para pessoas com deficiência visual e também para atingir grandes grupos. Este tipo de sinalização é bastante usado principalmente nas indústrias de grande porte. Em uma fábrica que utiliza amônia na sua produção, por exemplo, sempre que há um vazamento, é emitido um determinado sinal sonoro, sendo que quem trabalha nesse local é capacitado para identificar o ruído para situações de emergência e sabe que é necessário sair daquele ambiente. Figura 12 – Fábrica sendo evadida Fonte: <http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2017/04/jbs-volta-funcionar- apos-vazamento-de-amonia-e-10-pessoas-passam-mal.html>. Acesso em: 10 maio 2017. 3/17/2021 Versão para impressão 24/25 Como prática de segurança, as pessoas com deficiência sempre devem ser conduzidas por um colega que irá auxiliar na sua saída segura de determinado local nas situações de emergência. A comunicação verbal também pode ser usada como sinalização, mas deve ser realizada de forma adequada para não causar pânico nos ocupantes de determinado local. A comunicação verbal deve ser realizada por um profissional com conhecimentos sobre a situação de emergência que está ocorrendo e que seja capacitado para isso. Dentre os profissionais mais apropriados para tal comunicação podemos citar: o brigadista de incêndio ou emergência, o técnico em segurança do trabalho ou outro profissional do SESMT, um cipeiro, porteiro ou segurança patrimonial. A comunicação verbal pode ocorrer através de megafone, rádio de comunicação, ou pessoalmente, por um profissional qualificado informando de forma adequada aos colegas sobre um evento adverso que esteja ocorrendo na empresa. É importante lembrar que esta comunicação deve ter como objetivo informar as pessoas para que permaneçam em seus locais de trabalho, ou realizem a evasão, ou façam alguma outra ação de forma segura, sem causar situações de pânico. Esse tipo de comunicação facilita o entendimento das pessoas com deficiência visual, que devem estar acompanhadas de um colega para realizar as ações necessárias. No caso de um profissional com deficiência auditiva, estes devem ser orientados através da língua brasileira de sinais ou outro tipo de comunicação visual que utilizam habitualmente. A sinalização é um item de extrema relevância para a segurança e a saúde dos trabalhadores e demais pessoas que frequentam a empresa. Ela deve ser aplicada de forma adequada para que assim se consiga atingir o objetivo proposto, que é avisar as pessoas de alguma situação de perigo, orientar sobre o uso de equipamento ou alguma proibição. Um exemplo prático sobre a importância da sinalização foi o trágico incêndio na Boate Kiss em 2013 na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Muitas vítimas que sobreviveram relatam que não sabiam onde era a saída daquele local, o que 3/17/2021 Versão para impressão 25/25 dificultou a evasão. Portanto, lanço o seguinte desafio: observe em seu local de trabalho ou espaço público (shopping, cinema, supermercado, escola) as sinalizações para as saídas de emergência e verifique se estão adequadas e posicionadas corretamente. Ao longo desse tópico foram abordados os aspectos ligados à percepção e à representação de riscos pelos trabalhadores. Sabe-se agora que quantificar precisamente os diversos riscos é algo de grande complexidade e que passa por fatores pessoais e interpretativos de cada um. Portanto, além da capacitação e do estímulo pessoal de cada trabalhador, existem diversas técnicas e dispositivos que podem auxiliar esse processo.
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