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Percepção e representação de riscos pelos trabalhadores

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Educação em Segurança no Trabalho
Percepção e representação de riscos pelos
trabalhadores
Conceitos sobre Percepção de Riscos
A discussão sobre o assunto “Percepção de Riscos” iniciou em meados dos
anos 60, quando a população demonstrou ser contra a instalação de usinas
nucleares. Do ponto de vista dos cientistas da época, era uma forma de geração de
energia limpa; já para opinião pública, era algo que podia trazer riscos. Os primeiros
estudos oficiais sobre o tema de Percepção de Riscos ocorreram no final da década
de 60 (1969), e foram coordenados por Chauncey Starr. O estudo recebeu o nome
de “Benefício social versus Riscos tecnológicos”.
O estudo tinha como objetivo investigar os riscos detalhadamente, chegando à
conclusão de que a população tendia a aceitar melhor os riscos quando
compreendia quais os benefícios estavam associados a eles.
Outro estudo elaborado na década de 80, intitulado “Percepção de risco”, é um
dos artigos que possui representativa quantidade de citações. O estudo afirma que,
enquanto estudiosos analisam riscos com o auxílio de técnicas complexas, grande
parte das pessoas acaba analisando os riscos apenas por intuição, e a esse
julgamento é dado o nome de “Percepção de Risco”.
Essa percepção consiste na habilidade das pessoas de identificarem os
perigos existentes e reconhecerem os riscos, dando-lhes algum significado. Isso
pode ser no ambiente de trabalho, em casa, no trânsito etc. A habilidade de perceber
riscos é influenciada diretamente pelo estado de saúde da pessoa, pela sua
condição de concentração e atenção, assim como também questões emocionais.
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Mapear a percepção dos riscos, do ponto de vista dos trabalhadores, possibilita
a avaliação de como estes se importam com as questões ligadas à saúde e à
segurança do trabalho. Em alguns casos, o trabalhador descumpre alguma
recomendação de segurança simplesmente por não conhecer quais os riscos a está
exposto.
Perceber riscos tem relação com a interpretação que uma pessoa faz de
alguma situação que considera conter risco, sendo ou não essa situação uma
ameaça real.
Ainda hoje, não é possível afirmar com detalhes como os riscos são percebidos
pelas pessoas, assim como quais as influências dessas percepções. Os riscos são
considerados geralmente um cruzamento entre probabilidade e severidade, sendo,
de um modo geral, impossível medi-los fisicamente. Como não há uma unidade,
qualquer forma de tentar tornar o risco precisamente mensurável, já iniciando do que
se conclui ser um risco, será inatingível.
Dentro do contexto de que o risco não pode ser totalmente calculado, também
não é possível mensurar questões sentimentais, experiências anteriores, questões
socioculturais, fatos pessoais antecessores, como histórico de origem social, modelo
de vida e questões culturais. Todas essas informações podem influenciar a forma
como cada um avalia um risco, na maneira como cada um o percebe.
A importância de comunicar os riscos
Uma das formas mais importantes para que seja desenvolvida a percepção de
riscos dos trabalhadores é a chamada Comunicação de Riscos. Essa é uma etapa
dentro do processo de gerenciamento de riscos, que colabora com a criação e
recepção de informações relevantes para que os envolvidos em um determinado
processo de trabalho entendam as medidas tomadas pelos gestores para o controle
dos riscos no ambiente laboral. Isso contribui para o desenvolvimento da percepção
que os envolvidos terão em relação aos perigos e riscos presentes no local de
trabalho e decorrentes da atividade que executam.
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Algumas organizações adotam como forma de comunicação de risco a
utilização de auditorias comportamentais, que consistem em avaliar se os
trabalhadores executam suas atividades com prudência e dentro das
recomendações e dos procedimentos de segurança e saúde no trabalho – SST.
Esse tipo de auditoria, que varia muito de empresa para empresa, possibilita a
obtenção de um índice de comportamento seguro e reforça os pontos em que os
trabalhadores precisam ser alertados sobre quais as situações foram consideradas
comportamentos não seguros, ou seja, desvios comportamentais.
Esse programa visa à sensibilização e à aprendizagem dos trabalhadores.
Assim, é possível que haja modificações na cultura de segurança desses
trabalhadores, ao se abordar questões motivacionais, ligadas à percepção de riscos,
e até o compartilhamento de experiências entre auditado e o auditor que realiza essa
inspeção.
Com as auditorias comportamentais, torna-se possível criar uma sistemática de
observação rotineira, mostrando aos trabalhadores quais melhorias devem ser
implementadas. Ao utilizar essa técnica, deve-se não mais observar somente as
questões ligadas ao ambiente físico, como as máquinas, os equipamentos e as
instalações, mas, principalmente, passa a ser tratado e observado o comportamento
dos trabalhadores.
Quando um desvio é identificado, dentro do funcionamento da técnica de
auditoria comportamental, é necessário interromper a ocorrência deste desvio,
visando, na sequência, conscientizar o trabalhador em relação aos riscos presentes
na atividade por ele exercida e quais as consequências podem ser causadas a ele e
a todos que estão envolvidos na atividade.
A realização da prática periodicamente possibilita o acompanhamento da
evolução das ocorrências que foram registradas. Dessa forma, é possível identificar
algumas tendências, para se ter uma dimensão em relação à eficácia das medidas
preventivas que foram sendo aplicadas ao longo do tempo.
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O estudo dessas tendências tem grande relevância para observar o
desempenho inferior aos parâmetros tidos como ideias para cada empresa, tornando
possível reconhecer sinais prévios de algum evento indesejado de SST.
A seguir estão apresentados alguns pontos importantes a serem seguidos em
uma auditoria comportamental:
Programar as auditorias
Conhecer as atividades realizadas nos setor de trabalho a ser auditado
e quais os desvios mais comuns
Dialogar com os trabalhadores envolvidos em relação a procedimentos
de SST, consequências dos desvios comportamentais e métodos
seguros de trabalho
Buscar harmonicamente com os trabalhadores conclusões sobre como
eliminar irregularidades
Observar outros fatores no local de trabalho que influenciam
negativamente as questões de SST
Ser cordial e compreender o modo de vista dos trabalhadores,
compreendendo, assim, o que realmente está ao alcance deles ou
depende da tomada de ações de seus superiores hierárquicos
Registrar as observações
Sugerir melhorias
Acompanhar a aplicação das melhorias adotadas
Na adaptação da curva de Bradley, a seguir, é possível observar em que
momento atitudes como a preocupação mútua, o orgulho em relação à organização
e ao trabalho em equipe são situações que contribuem na redução das ocorrências
negativas em SST e na conscientização da cultura de segurança do trabalho.
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Figura 1 – Curva de Bradley adaptada
 
Fonte: KRUGER, Israel (2014).
Na figura é apresentado um Gráfico adaptado da Curva de Bradley, onde é
possível constatar que o número de perdas dentro de uma empresa vai
sistematicamente reduzindo na sequência: Instintos Naturais, Supervisão, Si mesmo
e Equipe.
Sendo a auditoria comportamental uma técnica que busca identificar desvios,
eles necessitam de uma categorização, para que o auditor saiba quais os principais
pontos devem ser observados durante a auditoria. Dessa maneira, é viável
determinar quais ações são necessárias para neutralizar o desvio e,
consequentemente a isso, minimizar os riscos.
Essas categorizações agrupam os desvios que são observados com mais
frequência. As categorias representam um processo de percepção do desvio,
abrangendo situações como o comportamento dos trabalhadores ao serem
abordados, o respeito a procedimentosoperacionais e as questões ligadas à ordem,
à limpeza e à organização.
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A seguir, clique ou toque para acessar um modelo de formulário de auditoria
comportamental, no qual estão as categorias a serem avaliadas. Cada categoria foi
dividida em subcategorias, para detalhar o desvio que foi observado inicialmente.
Assim, as medidas preventivas podem ser executas visando à eliminação total do
desvio, evitando a repetição do ocorrido.
(objetos/Modelo-formulario-auditoria-comportamental.pdf)
Baseado nesse modelo de auditoria comportamental tem-se as categorias
citadas e exemplificadas a seguir:
A. Reação das pessoas
Trata-se da reação do funcionário quando avista o auditor, de modo que age no
sentido de ocultar o desvio ou corrigir em tempo hábil para que o auditor não
perceba. As subcategorias são:
A.1. Ajustando o EPI
A.2. Mudança de posição
A.3. Parando o serviço
A.4. Adequando o serviço
B. Posição das pessoas
Trata-se do posicionamento ou da adoção de uma posição que coloque o
funcionário em risco desnecessário. As subcategorias são:
https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/educacao_em_seguranca_no_trabalho/html/05_percepcao/objetos/Modelo-formulario-auditoria-comportamental.pdf
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B.1. Risco de queda
B.2. Esforço inadequado
B.3. Bater contra/Ser atingido por
B.4. Postura inadequada
B.5. Ficar preso
B.6. Risco de queimadura
B.7. Inalar/ingerir contaminante
B.8. Risco de choque elétrico
C. Equipamentos de proteção individual – EPI
Trata-se do desvio pelo não uso, ou uso incorreto, do EPI. As subcategorias
são:
C.1. Ouvidos
C.2. Mãos e braços
C.3. Olhos e rosto
C.4. Cabeça
C.5. Pés e pernas
C.6. Sistema respiratório
C.7. Tronco
D. Ferramentas, equipamentos e EPC (Equipamento de
Proteção Coletivo)
Trata-se do desvio detectado pelo não uso ou uso incorreto de ferramentas
e/ou equipamentos. As subcategorias são:
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D.1. Em condições inseguras
D.2. Usados incorretamente
D.3. Impróprios para o serviço
D.4. Ausência de ferramenta/equipamento/EPC
E. Procedimentos
Trata-se do desvio detectado pelo não cumprimento, não conhecimento ou
ausência de um procedimento para execução da atividade. As subcategorias são:
E.1. Inexistência de procedimento
E.2. Inadequados
E.3. Adequados e não seguidos (atitude das pessoas)
F. Ordem, limpeza e arrumação
Trata-se do desvio detectado em razão da desorganização do ambiente do
trabalho ou da falta de higiene. As subcategorias são:
F.1. Local desorganizado
F.2. Local úmido, molhado ou com vazamento
F.3. Local sujo
G. Meio ambiente
Trata-se do desvio detectado em razão da falta de cuidados com o meio
ambiente. As subcategorias são:
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G.1. Incorreta separação de resíduos
G.2. Desperdício de recursos
G.3. Falta de coletores/identificação
Utilizando a técnica de auditoria comportamental, é possível então visualizar e
representar graficamente quais os pontos merecem maior atenção e aplicação de
medidas que visem prevenir reincidências de desvios, estimulando, assim, cada vez
mais a percepção de riscos por parte dos trabalhadores.
Os riscos ambientais
Os riscos ambientais estão presentes no ambiente de trabalho, alguns são
mais perceptíveis e outros menos. Quando o risco é evidente e afeta diretamente as
atividades dos trabalhadores, estes tendem a ter mais cuidado e valorizar as ações
de segurança e saúde no trabalho. Porém, há determinados riscos presentes no
ambiente de trabalho que não são simples de serem diagnosticados e podem acabar
passando de forma despercebida.
Podemos considerar o risco ocupacional provocado por vibração e ruído como
exemplo de riscos de fácil identificação, pois a trepidação do corpo ao manipular um
martelete, por exemplo, e o som que o mesmo provoca são perceptíveis aos nossos
sentidos, sendo de fácil percepção pelo trabalhador e demais pessoas que estejam
próximas ao local onde a atividade é executada. Por outro lado, a exposição aos
riscos ergonômicos nem sempre é perceptível, como, por exemplo, uma profissional
da área administrativa que não percebe que trabalha com postura inadequada, já
que envolve uma análise mais minuciosa do posto de trabalho. Mas esta postura
pode acarretar danos à sua saúde em longo prazo e lesões que precisam de
tratamento médico, ou seja, esta profissional está exposta há riscos ocupacionais
também.
Como podemos perceber, alguns riscos não são percebidos que evidenciem os
danos que podem causar, tanto para o risco de acidentes quanto para o risco de
doenças ocupacionais. Em determinadas situações podemos nos deparar com
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profissionais mais sensíveis para o cuidado com as suas vidas e de seus colegas do
que outros, pois estes fatores também têm influência da personalidade de cada
indivíduo.
Outro fator interessante que pode ser observado é o fato de que os
profissionais se acostumam com o trabalho e não conseguem mais perceber os
riscos a que estão expostos. Essa é uma situação bastante comum entre os
trabalhadores.
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O Mapa de Riscos na percepção e representação
de riscos pelos trabalhadores
É preciso instigar para que todos conheçam os riscos ambientais e saibam
diagnosticá-los no ambiente de trabalho, através de informações e capacitações
adequadas.
Primeiramente, é necessário informar e explicar sobre os riscos ambientais de
acordo com a função de cada trabalhador e com o contexto da empresa. Essas
informações podem ser passadas através de treinamentos, diálogos de segurança,
sinalização, e outras práticas possíveis de serem aplicadas.
Uma das práticas mais conhecidas entre os trabalhadores sobre o
reconhecimento dos riscos ambientais é o mapa de riscos, elaborado pela comissão
interna de prevenção de acidentes – Cipa e fica disponível nos setores da empresa.
O que é Mapa de Risco?
O Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de situações em
um local de trabalho, que podem causar perdas relativas às questões ligadas à
saúde dos trabalhadores do local. Essas situações podem ser originadas nos mais
variados elementos de um processo produtivo, tais como materiais, equipamentos,
instalações, suprimentos, e também na forma de organização do trabalho, como
arranjo físico, ritmo produtivo, método, trabalho em turnos, posturas exigidas,
capacitação, entre outros.
A metodologia do mapa de riscos tem sua origem na Itália, entre as décadas de
60 e 70, surgindo a partir de movimentos sindicais. Naquela época, foi desenvolvido
um modelo particular de atuação em investigação e controle das condições de
trabalho, também chamado como “Modelo Operário Italiano”. Esse modelo
objetivava maior participação dos trabalhadores nos assuntos ligados ao
planejamento e a controle de SST, e que isso não fosse uma exclusividade dos
técnicos da área, utilizando a sabedoria e a experiência também dos operários nas
tomadas de decisões.
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A metodologia dos mapas de riscos teve relevante papel na Reforma Sanitária
Italiana, na qual foram criadas condições para a implantação de um sistema
participativo na neutralização de riscos. O método tornou-se conhecido
mundialmente, e chegou ao Brasil em meados dos anos 80.
A elaboração do Mapa de Riscos se tornou obrigatória no Brasil, sendo, assim,
uma das responsabilidades da CIPA elaborá-lo. Para isso, é necessário que os
trabalhadores dos setores sejam ouvidos, podendo o Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT auxiliar nesse
processo.
Devem ser representados graficamente em um croqui do local de trabalho os
riscos existentes e os que estão relacionados naquele setor. Após isso, os mapas
devem ser disponibilizados visivelmente em todos os setores da empresa, para que
todos os trabalhadores tenham conhecimento dos riscos aos quais estão expostos.
É importanteressaltar que, a cada nova gestão da CIPA, um novo mapa deve ser
elaborado, até mesmo para que sejam visualizados os avanços alcançados na
última gestão.
Sinalização de segurança no auxílio à percepção
de riscos
Outra forma de alertar e conscientizar os trabalhadores sobre a existência de
riscos é a sinalização. A sinalização no ambiente de trabalho tem como principal
objetivo chamar a atenção dos trabalhadores sobre os riscos existentes naquele
local, lembrando também das orientações passadas em capacitações. Para os
visitantes e demais transeuntes, é importante que as sinalizações estejam de forma
adequada, pois previnem possíveis situações de risco a que possam estar expostos.
O uso da sinalização deve ser realizado com cuidado para não tornar o
ambiente poluído e acabar favorecendo a ocorrência de um acidente, pois os
ambientes muito sinalizados ficam poluídos visualmente, o que pode causar
distração nos trabalhadores.
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26.1.2 As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de
segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de
líquidos e gases e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas
técnicas oficiais.
A sinalização de segurança, dentro das normas regulamentadoras – NRs, pode
ser observada na NR-26 – Sinalização de Segurança. A norma, entretanto, passou
por algumas revisões nos últimos anos, deixando-a mais “aberta”, citando, inclusive,
como parâmetros a serem seguidos as normas técnicas, conforme se observa no
item a seguir, retirado da NR-26:
Dessa forma, aquilo que era definido pela NR-26 deve agora ser consultado
nas normas técnicas da ABNT (NBRs) vigentes. Nesse capítulo, serão abordadas
especificamente duas delas com grande relevância na questão de Sinalização de
Segurança: a NBR 7195 – Cores para Segurança e a NBR 6493 – Cores de
Tubulações Industriais.
NBR 7195 – Cores para Segurança
A NBR 7195 define quais as cores a serem utilizadas visando à prevenção de
acidentes, servindo como auxílio na identificação e na advertência em relação a
riscos no ambiente de trabalho. Cabe ressaltar que a NBR em questão não abrange
em seu escopo os resíduos provenientes dos serviços de saúde.
As cores que são aplicadas na NBR 7195 são:
Vermelho
A cor vermelha é utilizada para identificar equipamentos ligados ao combate a
incêndio, desde o local em que estão dispostos, até os acessórios ligados a estes
equipamentos, como válvulas, registros etc.
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Figura 2 – Equipamentos de combate a incêndio
 
Fonte: <http://www.skop.com.br/2019/03/19/principais-medidas-de-protecao-ativa-
contra-incendio-em-edificacoes/>. Acesso em: 4 maio 2020.
Ainda segundo a NRB 7195, o vermelho não deve ser utilizado como uma
indicação de perigo para evitar, assim, engano na interpretação. O vermelho também
é utilizado em sinalização de parada obrigatória, proibição e em botões de paradas
de emergência em máquinas, por exemplo.
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Figura 3 – Botão de parada de emergência
 
Fonte: <https://www.viewtech.ind.br/botao-de-emergencia-com-trava-1nf-placa-de-
identificacao-sibratec>. Acesso em: 4 maio 2020.
Encontra-se também a cor vermelha nos conjuntos de soldagem oxiacetilênica.
A mangueira utilizada no cilindro de acetileno deve ser na cor vermelha e a
mangueira do oxigênio, por sua vez, deve ser na cor verde.
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Figura 4 – Conjunto de Solda Oxiacetileno
 
Fonte: <https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1264720669-conjunto-de-solda-
oxiacetileno-ppu-solda-white-martins-_JM>. Acesso em: 4 maio 2020.
Laranja
A cor laranja é utilizada na indicação de perigo, podendo ser utilizada em uma
pintura por completo ou então em apenas uma faixa. Essa cor deve ser empregada
em equipamentos para salvamentos aquáticos, tais como boias e coletes salva-
vidas.
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Figura 5 – Boia e Colete Salva-Vidas
 
Fonte: <https://br.freepik.com/fotos-premium/bandeira-vermelha-boia-de-vida-com-
colete-salva-vidas-simbolo-de-aviso-risco-de-jogo-de-agua_2719898.htm>. Acesso
em: 4 maio 2020.
A utilização da cor laranja também é recomendada em partes móveis de
máquinas e equipamentos, tais como engrenagens, polias etc.
Amarelo
A cor amarela é utilizada como um sinal de advertência, e é recomendada a
sua utilização em corrimãos, rodapés de escadas, faixas em torno de equipamento
de combate a incêndio, diferença de níveis, cavaletes, cancelas ou demais
equipamentos de bloqueio, faixa onde circulam empilhadeiras e pessoas, entre
outros exemplos.
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Figura 6 – Escada sinalizada em amarelo nos degraus
 
Fonte: <https://www.solucoesindustriais.com.br/empresa/servicos-e-utilidades-
publicas/wat-plast/produtos/seguranca-e-protecao/faixa-de-sinalizacao-visual-para-
degraus-de-escada>. Acesso em: 4 maio 2020.
Verde
A utilização da cor verde dentro da sinalização deve ser aplicada para
identificar algo como “seguro”. Abaixo estão algumas situações onde a cor verde
pode ser aplicada.
Caixas e equipamentos de primeiros socorros, chuveiros de emergência lava
olhos, localização de macas, caixas contendo EPIs, sinalização de rota de fuga.
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Figura 7 – Chuveiro lava olhos
Disponível em: <https://www.arican.com.br/chuveiro-e-lava-olhos-de-emergencia-
modelo-cl-001-kit-abs.html>. Acesso em 04 mi. 2020.
Figura 8 – Placa de indicação de rota de fuga
Azul
O azul deve ser utilizado para representar algo como obrigatório, como uma
placa de obrigatoriedade de utilização de EPIs, por exemplo.
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Figura 9 – Placa indicando o uso obrigatório de EPI
 
Fonte: <https://acriart.com.br/loja/placas/placas-de-sinalizacao/aviso/placa-de-aviso-
obrigatorio-o-uso-de-e-p-i>. Acesso em: 4 maio 2020.
Violeta
A cor violeta é utilizada na indicação de perigos relacionados a radiações
penetrantes ou partículas nucleares. Alguns exemplos de aplicação da cor são em
portas ou aberturas que levam a locais onde são manipulados materiais radioativos,
recipientes de materiais radioativos, locais onde foram enterrados materiais
radioativos.
Branco
O branco deve ser utilizado para demarcar áreas de circulação onde
exclusivamente circulam apenas pessoas, além de também servir para demarcar
áreas no entorno de equipamentos de primeiros socorros.
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Figura 10 – Área de circulação exclusiva de pessoas com faixas no piso na cor
branca
 
Fonte: <https://docplayer.com.br/59383327-Nr-12-seguranca-no-trabalho-em-
maquinas-e-equipamentos.html>. Acesso em: 4 maio 2020.
NBR 6493 – Cores de tubulações industriais
O principal objetivo da NBR 6493 é a identificação rápida e objetiva de
substâncias que oferecem riscos, diminuindo, assim, a possibilidade de ocorrência
de acidentes em plantas industriais.
A padronização da NBR 6493 é feita de acordo com o sistema de cores de
Munsell, que foi elaborado por um professor norte americano (Albert H. Munsell) em
meados do século 20.
Figura 11 – Tubulações industriais pintadas de acordo com o Sistema de Cores
Munsell
 
Fonte: <https://www.secamaq.com.br/blog/entenda-a-nbr-6493/>. Acesso em: 4 maio
2020.
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As cores exigidas pela NBR 6493 e suas definições estão listadas a seguir:
alaranjado-segurança (ácido): utilizado em produtos químicos em seu
estado não gasoso
amarelo-segurança: utilizado em gases não liquefeitos, como o GLP
azul-segurança: utilizado em tubulações de ar comprimido
branco (vapor): utilizado em tubulações que contenham vapor. É
importante ressaltar que esse tipo de tubulação pode atingir
temperaturas consideravelmente altas, necessitando de revestimento
térmico.
cinza-claro (vácuo): empregada em tubulações de vácuo, e assim
como as tubulações anteriores se faz necessário o isolamento térmico.cinza-escuro: utilizada para eletrodutos
cor-de-alumínio: utilizado em tubulações contendo gases liquefeitos,
inflamáveis e combustíveis com baixa viscosidade, tais como óleo
diesel, gasolina, querosene, lubrificantes e solventes
marrom-canalização: utilizada para identificar minérios e petróleo
bruto
preto: utilizado para identificar produtos com características inflamáveis
e combustíveis que possuam alta viscosidade, como óleo combustível,
asfalto, piche
verde-emblema: utilizada em tubulações de água para uso industrial,
excluindo a água de combate a incêndio (vermelho)
vermelho-segurança: cor utilizada para tubulações de água destinada
exclusivamente para combate a incêndio
lilás: utilizada em tubulações contendo lixívia, álcalis e soda cáustica
Há mais fatores que podem ser observados na sinalização de tubulações
industriais. Junto à faixa de identificação, poderá conter o sentido em que o fluído se
desloca e as características físicas da substância, relevantes ao contexto de
segurança da operação.
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O cumprimento desta NBR torna-se algo maior do que apenas cumprimento de
requisitos técnicos, mas uma contribuição na percepção de riscos por parte dos
trabalhadores, diminuindo assim as chances de acidentes de trabalho.
Sinais sonoros
Além das sinalizações visuais, existem também outras sinalizações para
comunicar situações de perigo, como é o caso dos sinais sonoros.
O sinal sonoro é uma das alternativas para pessoas com deficiência visual e
também para atingir grandes grupos. Este tipo de sinalização é bastante usado
principalmente nas indústrias de grande porte. Em uma fábrica que utiliza amônia na
sua produção, por exemplo, sempre que há um vazamento, é emitido um
determinado sinal sonoro, sendo que quem trabalha nesse local é capacitado para
identificar o ruído para situações de emergência e sabe que é necessário sair
daquele ambiente.
Figura 12 – Fábrica sendo evadida
 
Fonte: <http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2017/04/jbs-volta-funcionar-
apos-vazamento-de-amonia-e-10-pessoas-passam-mal.html>. Acesso em: 10 maio
2017.
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Como prática de segurança, as pessoas com deficiência sempre devem ser
conduzidas por um colega que irá auxiliar na sua saída segura de determinado local
nas situações de emergência.
A comunicação verbal também pode ser usada como sinalização, mas deve ser
realizada de forma adequada para não causar pânico nos ocupantes de determinado
local. A comunicação verbal deve ser realizada por um profissional com
conhecimentos sobre a situação de emergência que está ocorrendo e que seja
capacitado para isso. Dentre os profissionais mais apropriados para tal comunicação
podemos citar: o brigadista de incêndio ou emergência, o técnico em segurança do
trabalho ou outro profissional do SESMT, um cipeiro, porteiro ou segurança
patrimonial.
A comunicação verbal pode ocorrer através de megafone, rádio de
comunicação, ou pessoalmente, por um profissional qualificado informando de forma
adequada aos colegas sobre um evento adverso que esteja ocorrendo na empresa.
É importante lembrar que esta comunicação deve ter como objetivo informar as
pessoas para que permaneçam em seus locais de trabalho, ou realizem a evasão,
ou façam alguma outra ação de forma segura, sem causar situações de pânico.
Esse tipo de comunicação facilita o entendimento das pessoas com deficiência
visual, que devem estar acompanhadas de um colega para realizar as ações
necessárias. No caso de um profissional com deficiência auditiva, estes devem ser
orientados através da língua brasileira de sinais ou outro tipo de comunicação visual
que utilizam habitualmente.
A sinalização é um item de extrema relevância para a segurança e a saúde dos
trabalhadores e demais pessoas que frequentam a empresa. Ela deve ser aplicada
de forma adequada para que assim se consiga atingir o objetivo proposto, que é
avisar as pessoas de alguma situação de perigo, orientar sobre o uso de
equipamento ou alguma proibição.
Um exemplo prático sobre a importância da sinalização foi o trágico incêndio na
Boate Kiss em 2013 na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Muitas vítimas
que sobreviveram relatam que não sabiam onde era a saída daquele local, o que
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dificultou a evasão. Portanto, lanço o seguinte desafio: observe em seu local de
trabalho ou espaço público (shopping, cinema, supermercado, escola) as
sinalizações para as saídas de emergência e verifique se estão adequadas e
posicionadas corretamente.
Ao longo desse tópico foram abordados os aspectos ligados à percepção e à
representação de riscos pelos trabalhadores. Sabe-se agora que quantificar
precisamente os diversos riscos é algo de grande complexidade e que passa por
fatores pessoais e interpretativos de cada um. Portanto, além da capacitação e do
estímulo pessoal de cada trabalhador, existem diversas técnicas e dispositivos que
podem auxiliar esse processo.

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