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Importancia Lúdico Para Ensino De Matemática_Artigo_2016

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0 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
CURSO DE PEDAGOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NOS 
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA ROSIMERE MOREIRA DE MORAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUÍS GOMES-RN 
2016 
1 
 
MARIA ROSIMERE MOREIRA DE MORAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NOS 
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
Artigo Científico apresentado ao Curso de 
Pedagogia, na modalidade à distância, do Centro 
de Educação da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte, como requisito parcial para 
obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, 
sob a orientação da professora Esp. Carmélia 
Regina Silva Xavier. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUÍS GOMES - RN 
2016 
2 
 
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NOS 
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
 
 
Por 
 
 
 
 
 
MARIA ROSIMERE MOREIRA DE MORAIS 
 
 
Artigo Científico apresentado ao Curso de 
Pedagogia, na modalidade à distância, do 
Centro de Educação da Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Licenciatura em Pedagogia. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
____________________________________________________ 
Esp. Carmélia Regina Silva Xavier (Orientadora) 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
_____________________________________________________ 
Ms. Cleucy Meira Tavares Lima 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
______________________________________________________ 
Ms. Klébia Ribeiro da Costa 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
 
 
 
3 
 
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NOS 
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
Maria Rosimere Moreira de Morais1 
 Carmélia Regina Silva Xavier2 
 
 
 
RESUMO 
 
O ensino da matemática sempre foi marcado pela dificuldade que as pessoas, em sua 
grande maioria, sentem em compreender e aplicar os seus conceitos de forma prática, real. 
Isso se agrava nos primeiros anos do Ensino Fundamental quando os alunos precisam se 
apropriar de conceitos, muitas vezes, a partir da abstração. Com base nessas ideias, o 
presente artigo tem como objetivo identificar a importância de jogos e brincadeiras nas 
aulas de matemática dos anos iniciais como recurso didático-pedagógico. 
Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa do tipo bibliográfica e interpretativista. Em 
termos teóricos, as discussões encontram-se ancoradas de estudiosos da área como 
Starepravo (2009), Smole, Diniz e Candido (2007), além de documentos como os PCN de 
Matemática (1997), dentre outros. Ao finalizar o estudo, concluiu-se que a utilização do 
lúdico no processo de ensino aprendizagem contribui de forma significativa no 
desenvolvimento cognitivo e até mesmo afetivo do aluno, instigando seu raciocínio lógico, 
muito importante em todas as etapas escolares. 
 
Palavras-chave: Anos iniciais do Ensino Fundamental. Lúdico. Aprendizagem. 
 
ABSTRACT 
 
 The mathematics teaching was always marked by the difficulty that people, in their big 
majority, feel in understanding and applying their concepts in a practicaland a realway. 
That becomes worse in the first years of the Elementary School when the students need to 
appropriate of concepts, many times, starting from the abstraction. Based onthese ideas, 
this article has as objective identifies the importance of games and playings in the 
mathematics classes of the beginning years as didactic-pedagogic resource. 
Methodologically, it is a bibliographical and interpretative research. In theoretical terms, 
the discussions are anchored in specialists of the area as Starepravo (2009), Smole, Diniz 
and Cândido (2007), besides documents as PCN of Mathematics (1997), among others. At 
the end of the study, it was concludedthat the use of the ludic in the teaching and learning 
process contributes in a significant way in the cognitive and even affective development of 
the student, stimulatingthe logical reasoning, a very important aspect in all of the school 
stages. 
 
 
 
1 Graduanda em Pedagogia pela UFRN – rosimoreiramorais@hotmail.com 
2 Orientadora Especialista em Educação de Jovens e Adultos pela UFRN – carmeliaxavier@yahoo.com.br 
4 
 
 
Key Words: Beginning yearsof the elementary school. Ludic. Learning. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo apresenta uma discussão sobre a importância de se trabalhar o 
conteúdo de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental, numa perspectiva 
lúdica. Isso porque a utilização de diferentes recursos metodológicos no ensino de 
Matemática é imprescindível, por auxiliar os alunos no processo de construção do 
conhecimento. Por essa razão, o trabalho se propôs a pesquisar como as ferramentas 
lúdicas podem contribuir para o desenvolvimento dos aspectos, cognitivos, emocionais, 
afetivos, o raciocínio lógico e o desenvolvimento intelectual e interacional. 
 O trabalho parte da seguinte problemática: como a introdução do lúdico no 
ensino da Matemática, especificamente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, pode 
contribuir com o processo de ensino e aprendizagem? Dessa maneira, tem-se a considerar 
relevante o uso do lúdico para a dimensão social no ambiente escolar, por se tratar de 
elementos que se constituem essenciais e facilitadores na construção da aprendizagem. 
 A pesquisa tem como objetivo descrever e analisar como o uso lúdico contribui na 
assimilação e compreensão dos conteúdos de Matemática dos anos iniciais do Ensino 
Fundamental. 
Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa do tipo bibliográfica, por investigar 
como se dá a importância de utilizar ferramentas lúdicas no ensino de Matemática nos anos 
iniciais do Ensino Fundamental, por meio da geração de dados em obras sobre o tema e 
documentos norteadores do ensino no país. As discussões tem como suporte autores como: 
Starepravo (2009), Aranão (2011), Smolle; Diniz; Cândido (2007), e os Parâmetros 
Curriculares Nacionais de Matemática (PCN, 1997), entre outros. 
A apresentação deste estudo transcorre em dois capítulos, sendo que o primeiro 
traz a história do lúdico no ensino de Matemática, dialogando a respeito do surgimento 
desta e a introdução da ludicidade na promoção de uma aprendizagem diferenciada e 
significativa. Na sequência, apresenta a discussão sobre a ludicidade e a Matemática, 
defendendo o uso de atividades lúdicas para a compreensão e assimilação dos conteúdos 
matemáticos. Para fechar esse capítulo, é apresentado o tópico referente aos Parâmetros 
5 
 
Curriculares Nacionais - PCN de Matemática, que explica como a ludicidade exposta 
através de jogos relaciona-se aos conteúdos para cada nível de ensino. 
No segundo capítulo, encontra-se uma discussão sobre a compreensão dos 
recursos lúdicos para a construção do saber referente ao conhecimento matemático, sendo 
dividido em três tópicos: o primeiro discorre sobre os jogos e sua contribuição para a 
aprendizagem, mencionando a importância dos elementos lúdicos para o saber, 
envolvendo, desta forma, o raciocínio lógico, a afetividade e o desenvolvimento cognitivo 
do aluno. Em seguida, aborda sobre a relação entre o jogo e sua função social, em que o 
processo de interação é fator essencial na contemplação da socialização. O último tópico 
refere-se aos tipos de jogos na prática da sala de aula, apresentados, a partir de Piaget 
(1975, p. 144, apud BERGER; MORO E LOROCCO 2010), como “os jogos de exercício, 
simbólico e de regras podem contribuir no processo de ensino aprendizagem e no 
desenvolvimento do raciocínio lógico dos alunos” (p.204). 
Busca-se, portanto, discutir um modelo de ensino de matemática,contemplando o 
uso de diferentes metodologias e, em especial, as ferramentas lúdicas, na promoção de uma 
aprendizagem enriquecedora que proporcione a formação de alunos com o pensar 
reflexivo. 
Este artigo ao ser concluído será mais uma possibilidade de refletir sobre os 
desafios de ensinar Matemática, uma vez que muitos alunos ainda a consideram uma 
disciplina muito complicada, por envolver cálculos de difícil compreensão. 
Neste sentido, o trabalho tem uma importante contribuição para as pessoas 
envolvidas no processo educacional, tendo em vista apresentar o uso de jogos e 
brincadeiras como materiais complementares aos conteúdos a serem trabalhados de acordo 
com o currículo da escola e a proposta pedagógica do docente. 
 
2 A HISTÓRIA DO LÚDICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA 
 
A Matemática surgiu na Antiguidade, por necessidades da vida cotidiana. Assim, 
os ancestrais utilizavam diferentes técnicas para fazer as contagens. De acordo com Toledo 
(2009), “todos os vestígios sobre a vida de nossos antepassados levam os pesquisadores a 
crer que foi a partir da experiência com muitos conjuntos em correspondência biunívoca 
que a humanidade concebeu a ideia de número” (p.18). 
6 
 
Assim, compreende-se que a Matemática sempre fez parte da vida da humanidade 
e era utilizada em diferentes práticas. Nesse sentido, de acordo com Aranão (2011), “os 
primeiros sistemas de escrita numérica surgiram para atender a necessidade de calcular, 
dividir e repartir a riqueza material das sociedades, ou seja, tudo que foi criado na 
Matemática sempre partiu de uma necessidade do momento histórico vivido”(p.29). 
 Essa ciência recebeu enormes contribuições dos árabes, egípcios e chineses, na 
elaboração de representações numéricas, assim como na criação de instrumentos para 
medir e calcular. Aranão (2011, p. 30) explica que: 
 
Foram os egípcios responsáveis pela criação de um calendário de 365 
dias; inventaram ainda o relógio de sol e a balança. Os Árabes fizeram 
duas grandes descobertas: a escrita de números no sistema decimal, com 
a noção de zero, e a trigonometria de senos. Os Chineses criaram o ábaco, 
um instrumento voltado à prática de calcular, (século XV). 
 
É perceptível o quanto estas contribuições foram importantes para a história da 
Matemática, pois todos esses conceitos e descobertas são utilizados até hoje no cotidiano 
da sala de aula, por se constituírem conteúdos importantes para a alfabetização matemática 
do aluno e por terem servido de base para outras descobertas posteriores. 
Aranão (2011) considera que “ao longo da história, o ser humano construiu seus 
conceitos matemáticos por meio da utilização de objetos concretos (pedras, sementes etc.) 
para contar seus pertences, limitar seu território e construir objetos”(p.35). 
Assim, depreende-se que os materiais concretos sempre fez parte do universo da 
Matemática. No ensino desta, alguns professores resistem à utilização de metodologias que 
estimulem o pensar reflexivo do aluno, tendo em vista que alguns educadores ainda fazem 
uso de modelos tradicionais de ensino. Segundo Arãao(2011), no modelo tradicional de 
ensino “o conhecimento é tratado como um conteúdo a ser transmitido pelo professor e 
assimilado de forma passiva pelo educando”(p. 8). 
Na perspectiva desse modelo, ao aluno não é permitido se expressar, sendo apenas 
um receptor de informações mecânicas, não compreendendo, muitas vezes, o assunto, pelo 
professor. Nessa proposta, a preocupação é apenas demonstrar, na hora da avaliação, o que 
foi absorvido, e tirar uma nota suficiente para passar de ano. 
Starepravo (2007) menciona que “a memorização da tabuada, por exemplo, figura 
entre as lembranças mais presentes, juntamente com as longas sequências numéricas 
registradas no caderno”(p.12). 
7 
 
Nesse sentido, o aluno não compreendia os conteúdos, apenas decorava, e quando 
era submetido a resolver uma operação matemática, sentia dificuldades, com relação, por 
exemplo, qual a estrutura da conta a ser utilizada, não tendo segurança de definir se era 
necessário fazer uma operação de adição ou subtração. 
A introdução do lúdico nas aulas de Matemática configura-se como uma 
possibilidade de diminuir as angústias dos alunos quanto à complexidade expressa através 
de assuntos cujas resoluções necessitam do raciocínio lógico. Assim, os jogos são tratados 
no ensino da Matemática como possibilidades de alterar o modelo de ensino tradicional. 
De acordo com Starepravo (2007): 
 
O uso de jogos e brincadeiras como estratégias de ensino na escola é uma 
idéia bastante difundida. Já no século XIX, Froebel defendia a 
importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil. Salientando 
seu papel na exteriorização do pensamento e na construção de 
conhecimento. Na chamada escola Ativa, os jogos e brincadeiras eram 
tidos como instrumentos essenciais de aprendizagem, recebendo papel de 
destaque na organização do trabalho escolar (p.19). 
 
 Vale ressaltar que as crianças, desde pequenas, preenchem grande parte de seus 
dias, brincando, jogando e desenvolvendo atividades lúdicas. Por isso, partindo desse 
princípio, no contexto da escola esta dimensão não pode se perder, precisando haver 
presença constante de propostas lúdicas na sala de aula, para que essas crianças sintam-se à 
vontade no ambiente escolar, relacionando esse ambiente com aquele que possuem em 
casa e recebendo a oportunidade de desenvolver seu raciocínio lógico. 
 
2.1 A LUDICIDADE E A MATEMÁTICA 
 
A ludicidade é claramente importante na proposta da educação matemática, e 
autores como Aranão (2011) explica em sua obra - A matemática através das brincadeiras e 
jogos. Que um dos motivos para classificar a matemática como uma das matérias mais 
difíceis, era exatamente a falta do material concreto, da ludicidade, pois fazia parecer que a 
matemática era algo bem distante de nosso cotidiano, necessária apenas para passar de ano 
na escola. 
Ainda hoje, o ensino de problemas, tabelas, números e fórmulas, traz para alguns 
alunos a concepção de uma matemática difícil e sem sentido. Nesses casos, somente o 
8 
 
professor poderá desmistificar essa ideia, através da sua proposta pedagógica, no momento 
de trabalhar com esse componente curricular. 
A intervenção do professor determina a simpatia, ou não, do aluno, pela 
Matemática. De acordo com BORBA (2006 apud PNAIC 2012): Desde muito tempo as 
brincadeiras e jogos passaram a integrar as práticas de vida em sociedade, Ao longo da 
história, o brincar foi se configurando na vida social e passou a fazer parte dos conteúdos 
que são aprendidos nas relações de interações com as pessoas e com a cultura(p.6). 
 A cultura lúdica foi vista durante anos, no contexto escolar, como atividade de 
recreação e descontração. O caderno do Pacto Nacional pala Alfabetização na Idade Certa 
- PNAIC (2012) vem fortalecer a ideia de que, se olharmos para a história, é possível 
compreender que os jogos e as brincadeiras, utilizados em favor da aprendizagem, 
favorecem o entendimento do aluno, sendo utilizados, para isso, materiais como o ábaco, o 
xadrez e outros jogos que têm como objetivo o desenvolvimento do pensamento e do 
raciocínio lógico. 
Desta maneira, o professor se destaca como figura importante, mediando o 
desenvolvimento do aluno através das atividades escolares que façam sentido para a fase 
em que se encontram as crianças. Como dito anteriormente, ele exerce um papel 
fundamental na relação que o discente desenvolverá com o ensino da Matemática. 
No ensino da Matemática nos anos iniciais do Fundamental I, percebe-se a 
pertinência de se trabalhar com o lúdico, uma vez que a criança recém-chegada da 
educação Infantil, independente da proposta pedagógica onde estava inserida, precisa, 
necessariamente, ser incluída num planejamento que tenha como ponto de partida o 
concreto, objetivando a construção do pensamento lógico matemático,caminhando para 
abstrair conceitos mais complexos que virão posteriormente. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais (1998) afirmam que: 
 
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, constituindo assim de 1º ao 5º 
ano, a criança desenvolve a capacidade de representação, indispensável 
para a aprendizagem da leitura, dos conceitos matemáticos básicos e para 
a compreensão da realidade que a cerca, conhecimentos que postulam 
para esse período de escolarização (p.110). 
 
Diante do exposto, percebe-se que as atividades lúdicas são estratégias de ensino 
que contribuem com a aprendizagem do aluno em seus aspectos cognitivo, afetivo, motor, 
sociais, emocionais, interacionais, desenvolvendo o raciocínio lógico, estimulando o 
9 
 
pensamento, além de acrescentar o entendimento de si e o respeito para com o outro, 
tornando um ambiente acolhedor e favorável à relação positiva professor/aluno e à 
aprendizagem desse aluno. 
Vale ressaltar a importância do trabalho do professor na aula de Matemática numa 
perspectiva lúdica, no entrelaçamento dos conteúdos para este nível de ensino. O lúdico 
abrange uma gama de elementos, tais como a aprendizagem, a interação, a motivação, 
constituindo o prazer e o desenvolvimento no contexto educacional. 
Partindo desse princípio, é possível citar Starepravo (2009), quando explica sobre 
a importância de ensinar Matemática, contemplando o uso de jogos na sala de aula, para 
que, assim, o professor tenha um olhar diferenciado para o ensinar, ou seja, que ele 
abandone certas práticas tradicionais de ensino onde o livro didático seja seu o único 
recurso. Para tanto, os jogos na aula de Matemática são tratado pela autora, como 
instrumentos facilitadores na compreensão dos conteúdos. 
Seguindo a mesma linha de pensamento, Aranão (2011) defende que o 
conhecimento matemático acontece por meio das interações, onde a exposição de 
diferentes materiais na sala de aula provocará estímulos e, consequentemente o 
desenvolvimento cognitivo do aluno. 
Já Smole; Diniz e Cândido (2007) defendem que a utilização de jogos demonstra 
uma postura diferenciada do educador. As autoras contribuem afirmando que: 
 
Em se tratando de aulas de Matemática, o uso de jogos implica uma 
mudança significativa nos processos de ensino e aprendizagem, que 
permite alterar o modelo tradicional de ensino, o qual, muitas vezes, tem 
no livro e em exercícios padronizados, seu principal recurso didático. 
(SMOLE; DINIZ e CANDIDO 2007, p. 11). 
 
Os PCN, de Matemática (1997) consideram que os jogos devem fazer parte da 
cultura escolar, por se constituírem em desafios para os alunos, promovendo o prazer e a 
socialização, quando estabelecidos de maneira a proporcionar a construção do saber, 
desenvolver habilidades relativas ao raciocínio lógico e à compreensão de atitudes, e o 
aprendizado. 
 As atividades lúdicas não devem ser utilizadas somente com a finalidade de 
diversão, mas principalmente, pensadas para intervir de forma educativa e significativa. 
Diferenciando brincadeira, brinquedo e jogo, é possível citar Friedman (1992 apud 
BRASIL, 2015), quando afirma que: 
10 
 
 
Brincadeira refere-se, basicamente, à ação de brincar, ao comportamento 
espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada; jogo é 
compreendido como uma brincadeira que envolve regras, brinquedo é 
utilizado para designar o sentido do objeto de brincar, atividade lúdica 
abrange de forma mais ampla os conceitos anteriores (p.23). 
 
Nesse sentido, os elementos lúdicos são convidativos para qualquer faixa etária. 
Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais 
como a atenção, a imitação, a memória e a imaginação (RCNEI 1998). Já nos anos iniciais 
do Ensino Fundamental, a utilização de jogos e brincadeiras favorecem uma aprendizagem 
coletiva, diversificada e significativa. Conforme afirma Oliveira (2011): 
 
Brincar é uma atividade aprendida na cultura que possibilita que as 
crianças se constituam como sujeitos em um ambiente em continua 
mudança, onde ocorre constante recriação de significados, condição para 
a construção por elas de uma cultura de pares, conjunto relativamente 
estável de rotinas artefatos, valores e interesses que as crianças produzem 
e partilham na interação com companheiros de idade (p.140). 
 
 Assim sendo, o lúdico está presente em todas as culturas, porém é na cultura 
infantil que sua presença se faz marcante e intensa para a construção e (re)elaboração do 
pensamento. A prática pedagógica, numa concepção lúdica, apresenta-se imersa de 
motivação e auxilia os alunos de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental a gostarem dos 
conteúdos matemáticos trabalhados em sala de aula. 
O aluno integrante dos anos iniciais do Ensino Fundamental, com faixa etária 
compreendida entre 6 (seis) e 10 (dez) anos de idade, conforme previsto na Lei de 
Diretrizes e Base - LDB 9934/96, é considerado um ser pensante e criativo e, por isso, 
necessariamente precisa estar em contato com as situações lúdicas, como jogos, 
brincadeiras, música, desenho, pintura, teatro etc., para estimulá-lo no processo de ensino 
aprendizagem. 
De acordo com Piaget (1987 apud BRASIL, 2012), “a atividade lúdica é um 
princípio fundamental para o desenvolvimento das atividades intelectuais da criança, 
sendo, por isso, indispensável à prática educativa”(p.6). Assim, nas aulas de Matemática, 
estes recursos tornam-se estimuladores e facilitadores para a construção do saber no 
contexto da Matemática, de modo a proporcionar o aprendizado de forma prazerosa. 
11 
 
Sendo assim, o lúdico na aula de Matemática está diretamente ligado ao uso de 
diferentes brincadeiras, e jogos podem ser jogados em dupla, sozinho e em pares. A 
brincadeira é a forma que as crianças utilizam para se expressarem, criarem e recriarem o 
mundo a sua volta. 
No ensino da educação matemática, muitos professores utilizam atividades 
prontas e acabadas, não possibilitando o pensar e o refletir do aluno. Nessa linha de 
raciocínio, diversos teóricos postulam que a introdução de brincadeiras, jogos, como 
também outros recursos, têm- se mostrado eficazes na construção do desenvolvimento 
intelectual, social e afetivo, tornando, assim, as aulas mais dinâmicas e atrativas. Smole; 
Diniz e Candido (2007) corroboram a ideia de que 
 
Quando propomos jogos nas aulas de matemática, não podemos deixar de 
compreender o sentido da dimensão lúdica que estes tem em nossa 
proposta.Todo jogo por natureza desafia, encanta, traz movimento, 
barulho, e uma certa alegria para o espaço no qual normalmente entram 
apenas o livro, o caderno e o lápis. Essa dimensão não pode ser perdida 
apenas porque os jogos envolvem conceitos de matemática. Ao contrário, 
ela é determinante para que os alunos sintam-se chamados a participar 
das atividades com interesse (p.12). 
 
No entanto, a ludicidade traz para o âmbito educacional, especificamente na aula 
de Matemática, compreendida por muitos alunos como complexa, uma proposta de ensino 
estimulante, porque traduz intrinsecamente alicerces relevantes para o desenvolvimento 
cognitivo e social. 
Na aula de Matemática, a ação pedagógica do professor é fundamental, e a 
possibilidade de utilizar os materiais manipuláveis como um recurso lúdico tornará essa 
ação muito mais instigante para os alunos. Nesse contexto, reafirma-se como os materiais 
concretos são importantes para a compreensão do saber matemático do aluno e a 
mobilização de uma aula mais dinâmica, prazerosa e significativa. 
Isso é possível afirmar porque a utilização do material concreto propicia ao aluno 
uma aproximação a sua realidade cotidiana, sendo esse um dos motivos que interfere 
positivamente num ensino pautado em materiais manipuláveis, uma vez que o aluno, para 
construir sua lógica matemática, precisa partir do real para o abstrato. 
 
2.2 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO DA 
MATEMÁTICA12 
 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN indicam, para o Ensino 
Fundamental, vários objetivos que norteiam o ensino, visando à obtenção de uma 
aprendizagem significativa para o aluno. Dentre esses objetivos estão os de questionar a 
realidade, formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando, para isso, o 
pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando 
procedimentos e verificando sua adequação. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são considerados importantes materiais 
que auxiliam na compreensão do objeto de estudo para o professor, referentes à sua 
atuação e prática em sala de aula. Os PCN (1997) explicam que: 
 
O ensino de matemática costuma provocar duas sensações contraditórias, 
tanto por parte de quem ensina como por parte de quem aprende: de um 
lado a constatação de que se trata de uma área de conhecimento 
importante; de outro, a insatisfação diante dos resultados negativos 
obtidos com muita frequência em relação à sua aprendizagem(p.15). 
 
Nesse sentido, os blocos de conteúdos apresentados pelos PCN são excelentes 
guias para facilitar o trabalho do professor e, concomitantemente, desenvolver o saber do 
aluno. Assim, considera-se que para o Ensino Fundamental I são proporcionados quatro 
blocos de conteúdos, a saber: números e operações; espaço e forma; grandezas e medidas; 
e tratamento da informação. 
Ao longo dos tempos, sempre foi fácil perceber que a preocupação maior dos 
docentes e da comunidade escolar como um todo, em relação ao ensino de Matemática, 
sempre foi em o aluno aprender as quatro operações, apenas. 
Lendo os PCN, é possível observar que esse comportamento não está correto e 
que os professores precisam trabalhar numa perspectiva, onde nos, quatro blocos de 
conteúdos, estejam inseridos não somente números e operações. 
Nesse sentido, os PCN (1997) explicam que, ao longo do Ensino Fundamental, os 
conhecimentos relativos ao bloco de conteúdos números e operações. 
 
Constituem-se através do processo dialético se edificando determinantes 
para resolver problemas, relacionados aos modos configurados com o 
tempo histórico. Assim conforme o aluno se depare com as situações 
problemas, envolvendo adição, subtração, multiplicação, divisão etc. 
compreenderá o conceito de número. (p. 39). 
 
13 
 
Vale salientar que apenas trabalhar as quatro operações não garantirá a 
compreensão do conceito de número. Nesse momento, é preciso lembrar a importância do 
papel do professor e da intervenção realizada por ele como requisitos essenciais para a 
construção do processo de aprendizagem, sem esquecer de envolver, também, a realidade 
local na qual o aluno vivencia a elaboração do planejamento. 
Quanto ao bloco de conteúdo, espaço e forma, os PCN (1997) vêm fortalecer a 
seguinte concepção: “A geometria é um campo fértil para se trabalhar com situações 
problemas e é um tema pelo qual as crianças se interessam naturalmente”(p.39). Assim 
contempla objetos atinentes à vida diária do aluno, destarte as crianças, antes mesmo de 
chegarem à escola, já dominarem boa parte deste conteúdo, por conhecerem algumas 
formas, como círculo, quadrado, retângulo e outros. 
É pertinente também a compreensão de que, por meio destes conhecimentos, o 
aluno poderá através de situações concretas e exploratórias na própria sala de aula, 
aprender a diferenciar formas com os objetos a sua volta, como quadro, carteiras, portas, 
janelas etc. Esse trabalho, por vezes, é tolhido pelo docente, por não trabalhar esse bloco 
de conteúdos, pelo fato de focar apenas as quatro operações, com já foi citado 
anteriormente. 
Com relação às grandezas e medidas, os PCN (1997) dialogam afirmando que: 
“tem uma relevância social, com evidente caráter prático e utilitário; assim, as grandezas e 
medidas estão presentes em quase todas as atividades realizadas”(p.39). 
 O trabalho com esse bloco, permite ao aluno compreender os conteúdos de 
Matemática, de forma prática em situações do cotidiano, como observar e/ou utilizar uma 
trena, um relógio, uma régua, um termômetro etc. 
Esse bloco é mais visto nas escolas no momento da culinária, onde medidas são 
utilizadas para realizar alguma receita. É claro que o professor precisa interagir com a 
turma, na hora dessa atividade, pois apenas colocar a receita em prática, sem interagir com 
os alunos, não contempla o trabalho com esse bloco de conteúdos. 
O bloco de conteúdo tratamento da informação, de acordo com os PCN, está 
relacionado às noções de estatísticas, probabilidade e de combinatórias. Assim, depreende-
se que uma aula bem planejada, e de acordo com os ciclos, irá favorecer o raciocínio e o 
entendimento do aluno. 
Por apresentar essa proposta, alguns docentes pensam ou pensaram, um dia, que 
tal bloco não seria possível ser trabalhado com crianças de 6 a 8 anos. É importante 
14 
 
salientar que o ensino planejado em cima do bloco tratamento da informação deve ser 
pensado desde a Educação Infantil. 
Diante do exposto, é possível perceber a relevância de trabalhar com atividades 
que contribuam com a formação do aluno, utilizando, para isso, os quatro blocos de 
conteúdos, relacionando conceitos e procedimentos matemáticos, no afã de proporcionar 
novos conhecimentos relativos aos conteúdos de Matemática, visando, assim, à construção 
de um alicerce para futuros saberes relativos aos conhecimentos matemáticos. 
 Nessa perspectiva, percebe-se o quanto a Matemática é essencial para a vida 
cotidiana e profissional das pessoas, envolvendo resolução de problemas, utilização do 
raciocínio lógico, além de ser ligada a diferentes áreas do conhecimento. 
 O professor sabe que diante do atual perfil dos estudantes, com relação à 
aquisição do saber, esses estão se apropriando cada vez mais rápido de informações, 
através das novas tecnologias. Por esse motivo, alguns educadores precisarão reformular 
suas metodologias, para se adequarem a essas novas tecnologias e, assim, estimularem, 
efetivamente, o desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos dos alunos. De acordo 
com os PCN (1997, p.19): 
 
A matemática é importante na construção da cidadania, na medida em 
que a sociedade se utiliza cada vez mais de conhecimentos científicos e 
recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A 
atividade matemática escolar não é olhar para as coisas prontas e 
definitivas mas a construção e a apropriação de um conhecimento pelo 
aluno, que servirá dele para compreender e transformar sua realidade. 
 
Nesse sentido, o processo de ensino aprendizagem deve ser mediado de maneira a 
proporcionar ao aluno uma formação crítica e participativa, de modo diversificado e não 
ancorado na reprodução de exemplos, visando, deste modo, a uma aprendizagem 
significativa, procurando adequar-se à vida do estudante em seus diferentes tempos e 
ambientes sociais. 
Atualmente é possível vivenciar e compartilhar um mundo tecnológico, com 
elementos facilitadores ao processo de aprendizagem, mas ao mesmo tempo complexo, 
caso o professor não se aproprie e não utilize, adequadamente, essas ferramentas 
tecnológicas. Geralmente, os profissionais que apresentam maior dificuldade nessa área 
são aqueles que já estão no mercado de trabalho há muito tempo e não foram formados 
15 
 
dentro dessa dinâmica tecnológica. Desta forma, dialogando com a ideia de Toledo (2009, 
p. 8), é possível refletir que: 
 
Com tantos meios de informação e diversão, entende-se que os alunos 
reajam ao ambiente escolar de modo bem diferente daquele esperado até 
poucos anos atrás. Assim é necessário ter em mente que aquilo que 
funcionou bem nas escolas até a década de 1970 já não surtiu bons efeitos 
nos anos de 1990 e está obsoleto no século XXI 
 
Neste ínterim, pode-se considerar que através da utilização dos recursos 
tecnológicos como, computador , internet, jogos e brincadeiras notrabalho com a 
Matemática, é fácil perceber a relevância dos resultados no processo de ensino e 
aprendizagem. 
Outro destaque feito pelos PCN é que o conhecimento da história dos conceitos 
matemáticos precisa fazer parte da formação dos professores, para que tenha subsídios para 
mostrar aos alunos a Matemática como ciência que não trata de verdades eternas, infalíveis 
e imutáveis, mas como uma ciência dinâmica, sempre aberta a novos conhecimentos e 
novas formas de executar o trabalho pedagógico. 
Deste modo, é importante a utilização de uma ação metodológica que estimule o 
pensamento e a criatividade do aluno. Esse, no entanto, é um agente construtor de 
conhecimento e precisa compartilhar de diferentes situações no âmbito da escola, mais 
precisamente na aula de Matemática. O professor, nessa perspectiva, configura-se em um 
orientador, mediador, colaborador e incentivador da aprendizagem, oferecendo-lhe meios e 
ferramentas de um conhecimento significativo. 
 
3 OS JOGOS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM 
 
Os jogos são excelentes ferramentas de ensino, auxiliando na alfabetização 
matemática das crianças, agindo como facilitador no desenvolvimento do raciocínio lógico 
dos alunos e fazendo parte da prática de educadores que se preocupam com a 
aprendizagem dos discentes, atuando dentro da proposta da educação matemática, tendo, 
assim, um papel relevante nesse processo, quando disponibiliza jogos que favorecem a 
compreensão dos conteúdos. 
Smole, Diniz e Candido (2007) afirmam “que a utilização de jogos na escola não 
é algo novo, e que é bastante conhecido o seu potencial para o ensino e a aprendizagem em 
16 
 
muitas áreas do conhecimento”(p.11). Nas aulas de Matemática, em que geralmente o 
professor utiliza o livro, lápis e caderno, o uso de jogos pode contribuir para um ensinar 
voltado para o desenvolvimento da criança. 
Assim, quando os alunos têm contato com os jogos planejados de forma 
pedagogicamente correta, desenvolvem com maior facilidade a questão de resolver 
problemas, investigar e descobrir a melhor jogada, refletir e analisar as regras, 
estabelecendo relações entre os elementos do jogo e os conceitos matemáticos. 
A Matemática está presente em nosso cotidiano, porém durante anos foi vista 
como uma ciência pronta e acabada. Assim, no contexto escolar desse componente 
curricular, o ensino deve ser pautado de elementos concretos e prazerosos, tendo como 
grandes aliados os jogos e as brincadeiras. A utilização de jogos na escola não é novidade, 
e essas ferramentas, aliadas ao ensino, implicam mudanças no processo de aprendizagem 
do aluno. Porém, o cuidado a ser tomado é que essa utilização de jogos precisa ser 
planejada pedagogicamente. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1997) de Matemática afirmam 
que: 
 
O recurso aos jogos além de ser um objeto sócio cultural em que a 
matemática está presente, o jogo é uma atividade natural no 
desenvolvimento dos processos psicológicos básicos, supõe “um fazer 
sem obrigação externa e imposta”, embora demande exigências normas e 
controle(p.35). 
 
Por esse viés, cabe ao professor perceber as potencialidades educativas para o 
desenvolvimento do aluno. Na escola, as crianças pequenas inseridas no ensino infantil 
socializam a cultura do brincar como recurso para desenvolver habilidades e conhecimento 
e, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, esta função não se apresenta de forma 
diferente, devendo se fazer presente, incorporado a produção de outras tarefas, onde, no 
ensino da Matemática, por exemplo, o recurso lúdico pode provocar o interesse por um 
determinado conteúdo. Sobre essa questão as Diretrizes Curriculares Nacionais da 
Educação Básica (2013), definem que 
 
Os alunos do ensino fundamental regular são crianças e adolescentes de 
faixas etárias cujo desenvolvimento está marcado por interesses próprios, 
relacionados aos aspectos físicos, emocional, social e cognitivo, em 
constante interação. Como sujeitos históricos que são as características de 
17 
 
desenvolvimento dos alunos estão muito relacionados com seus modos 
próprios de vida e suas múltiplas experiências culturais e sociais, de sorte 
que mais adequado seria falar de infâncias no plural(p.110). 
 
Dessa maneira, a contribuição de jogos e brincadeiras se faz essencial para a 
construção do saber matemático nos anos iniciais do Ensino Fundamental, entrelaçando-se 
a outros caminhos que não sejam necessariamente a cópia fiel dos conteúdos e a utilização 
apenas do livro didático, priorizando, dessa forma, a fase de infância dos discentes, como 
também a cultura na qual estão inseridos. 
Neste pressuposto, o lúdico com jogos e brincadeiras é ferramenta que permite 
aos alunos compreenderem a Matemática em suas atividades diárias e escolares. 
Segundo Vygotsky apud Rolim; Guerra; Tassigny, (2008), “para entender o 
desenvolvimento da criança, é necessário levar em conta as necessidades dela e os 
incentivos que são eficazes para colocá-las em ação”(p.178). Por isto, faz-se necessário 
entender as possibilidades de adequar os conteúdos à realidade do aluno, levando em conta 
o uso de seu raciocínio através de inúmeras possibilidades. 
Nessa mesma linha de pensamento, Starepravo (2009) afirma que: 
 
Se conseguirmos compreender o papel que os jogos exercem na 
aprendizagem de matemática, podemos usá-los como instrumentos 
importantes, tornando-os parte integrante de nossas aulas de Matemática. 
Mas devemos está atentos para que eles realmente constituam desafios. 
Para isso devemos propor jogos nos quais as crianças usem estratégias 
próprias e não simplesmente apliquem técnicas ensinadas 
anteriormente.(p. 20-21) 
 
O profissional da educação deverá oferecer jogos em que os alunos incluam 
diferentes possibilidades de manuseá-los. A partir de experiências compartilhadas com 
jogos, os educandos podem desenvolver uma linguagem, no sentido de estabelecer regras, 
anotar o número de pontos, aprender a somar e a dividir, como também dialogar com o 
outro no âmbito da escola. Sobre essa discussão, Starepravo (2009) complementa ainda 
que 
 
Os jogos exercem papel importante na construção de conceitos 
matemáticos por se constituírem em desafios aos alunos por colocar as 
crianças constantemente diante de situações problemas, os jogos 
favorecem as (re)elaborações pessoais a partir de seus conhecimentos 
prévios. Na solução dos problemas apresentados pelos jogos, os alunos 
levantam hipóteses, testam sua validade, modificam seus esquemas de 
conhecimento e avançam cognitivamente(p.19). 
18 
 
 
Desta forma, as atividades com jogos permitem ao aluno construir sua autonomia, 
fazer descobertas, raciocinar e criar possibilidades de resolver uma situação problema. 
Eles devem ser propostos pelo educador de forma planejada, adequando a que situação 
caberá o uso do jogo e organizando a classe para este momento, de maneira mais adequada 
possível para o desenvolvimento de habilidades e construção do conhecimento, 
considerando que a sala de aula é composta por uma quantidade significativa de crianças e 
que, normalmente, esse momento se constituirá de barulho e tensão para os alunos. 
O instrutor deverá estabelecer limites quanto ao tempo de jogar, tempo de 
aprender, explorando ao máximo sua contribuição para a aprendizagem significativa, e 
ainda conversar sobre o jogo, fazer os registros, destacando as problematizações que 
surgirão no transcorrer das brincadeiras. 
 
3.1 OS JOGOS E SUA FUNÇÃO SOCIAL 
 
Pode-se considerar que a dimensão social parte sempre do processo de interação, 
a qual envolve não somente as pessoas, mas também os objetos, almejando sempre um 
conhecimento a mais. O homem é um ser social desde o seu nascimento, visto que precisa 
está em constante interação com o outro. Neste aspecto, Smole; Diniz e Candido (2007) 
salientam que 
 
É por meio da troca de pontos de vista com outraspessoas que a criança 
progressivamente descentra-se. Isto é, ela passa a pensar por uma outra 
perspectiva e, gradualmente, a coordenar seu próprio modo de ver com 
outras opiniões. Isso não vale apenas na infância, mas em qualquer fase 
da vida. Podemos mesmo afirmar, que sem a interação social, a lógica de 
uma pessoa não se desenvolveria plenamente, porque é nas situações 
interpessoais que ela se sente obrigada a ser coerente. Sozinha poderá 
dizer e fazer o que quiser pelo prazer e pela contingência do momento; 
porém em grupo, diante de outras pessoas, sentirá a necessidade de 
pensar naquilo que dirá, que fará, para que possa ser compreendida(p.13). 
 
Assim, a socialização pode ser interpretada, envolvendo fatores como a 
compreensão coletiva, o diálogo e a troca de experiências, podendo haver divergências, 
mas que os fatores se entrelacem, oportunizando o desenvolver cognitivo, afetivo, motor e 
a interacional, para assim chegar a um ponto comum. 
19 
 
Para Vygotsky (apud ROLIM; GUERRA; TASSINGNY 2008), “o homem 
constitui-se enquanto ser social e necessita do outro para desenvolver-se”(p.176). Assim, 
no contexto escolar, essa interação envolve professor/aluno e os materiais que lhes são 
oferecidos, para o aprimoramento do desenvolvimento. 
Citando novamente Vigotsky (idem,2008), “aprendizagem e desenvolvimento 
estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida”(p.179). Desta forma, conclui-se que 
os conhecimentos prévios dos alunos fazem parte de uma aprendizagem histórica, e que 
por isso deve ser compreendida e compartilhada no chão da sala de aula. 
Nesta linha de raciocínio, para que o aluno desenvolva sua capacidade de pensar, 
criar e resolver questões pertinentes ao conteúdo matemático, no âmbito da sala de aula, o 
professor deve contribuir, oferecendo uma postura educativa que os envolva no coletivo. 
Neste ínterim, os jogos, possibilitam uma dimensão onde a troca de informações se 
constituirá em uma melhor aprendizagem. 
De acordo com KAMII (1991) E KRULIK (1993), citados por Smole; Diniz e 
Candido 2007): 
 
O jogo deve ser para dois ou mais jogadores, sendo portanto, uma 
atividade que os alunos realizam juntos; deverá ter um objetivo a ser 
alcançado, pelos participantes, ou seja ao final deverá ter um vencedor; 
possibilita aos alunos possuir papeis interdependentes, opostos e 
cooperativos, Isto é, os jogadores devem perceber a importância de cada 
um na realização dos objetivos do jogo, e concordar com as regras 
estabelecidas; no jogo deve haver a possibilidade de usar estratégias, 
estabelecer planos,executar jogadas e avaliar a eficácia desses elementos 
nos resultados obtidos,isto é, o jogo não deve ser mecânico e desprovido 
de significado para os jogadores(p13-14). 
 
Ou seja, os autores ressaltam uma infinidade de elementos proporcionados através 
do jogo, que ajudarão no desenvolvimento de cooperação e respeito entre os envolvidos, se 
organizados com objetivos bem definidos pedagogicamente. Wallon (1998, apud Berger, 
Moro e Loracco ,2010), diz que 
 
No desenvolvimento psíquico da criança os fatores de ordem biológica e 
social se enfrentam, implicam-se mutuamente e que o desenvolvimento 
segue a fusão entre o genótipo (aspectos biológicos)e o fenótipo ( 
aspectos sociais). Para ele é com as brincadeiras que as crianças 
desenvolvem sua criatividade e sua habilidade para mudar o futuro. Na 
escola elas devem ter oportunidades de brincar, tanto de forma individual 
como em grupo, para poderem viver uma experiência que enriqueça sua 
20 
 
sociabilidade e sua capacidade de se tornarem seres humanos 
criativos(p.214-215). 
 
Posto isso, são várias as maneiras que o educador colaborará com o saber do 
aluno, trazendo em suas metodologias novas estratégias facilitadoras e instigantes para a 
construção da aprendizagem. O PNAIC (BRASIL, 2012) ressalta que 
 
O Jogo utilizado como recurso didático, em particular para o ensino de 
matemática, é um importante canal de inserção da criança no mundo 
escolar, é uma articulação com a motivação a vida social, haja vista 
estimular a socialização porque podem ser trabalhados em pequenos e 
grandes grupos(p.25). 
 
Nesta perspectiva, o uso de jogos como recursos pedagógicos favorece a dinâmica 
das relações sociais na sala de aula, ajuda a fortalecer os laços de afetividade entre quem 
ensina e quem aprende, além de colaborar com alguma dificuldade que alunos venham a 
apresentar, com relação à concentração, atenção e engajamento. 
De acordo com Smole, Diniz, Candido (2007), “o trabalho com jogos é um dos 
recursos que favorece o desenvolvimento da linguagem, do raciocínio e interação com os 
colegas, além de permitir a criticidade e a confiança em si mesmo”(p.11). 
 Assim sendo, é possível afirmar que os jogos são estratégias de ensino que 
permitem aos alunos construírem sua personalidade, respeitando o espaço do outro, 
vivenciando atitudes de forma coletiva e concreta para abstraírem os conceitos 
matemáticos. 
 
3.2 OS TIPOS DE JOGOS NA PRÁTICA DA SALA DE AULA 
 
O uso de jogos na sala de aula está, aos poucos, sendo percebida por mais 
docentes como uma necessidade na prática pedagógica. Porém, sempre esteve presente nas 
escolas, com a finalidade de desenvolver a ludicidade e, com o passar do tempo, está se 
confirmando como ferramenta fundamental de ensino, especialmente para o ensino da 
Matemática, por auxiliar a estabelecer o desenvolvimento do aluno em diferentes aspectos, 
como cognitivos, afetivos, emocionais, raciocínio lógico, diversão etc. 
 Partindo do pressuposto de que atualmente o ensino é baseado numa perspectiva 
piagetiana, é possível afirmar que 
 
21 
 
 A criança aprende por meio de suas atividades espontâneas sobre o meio 
(natural e social),destacando a corrente interacionista como defensora da 
ideia de que o processo de construção do conhecimento se dá por 
intermédio da interação individuo e meio ambiente. Tal interação ocorre 
no momento em que o individuo age sobre o meio realizando 
descobertas, assimilando elementos que vão subsidiar outros 
conhecimentos. (PIAGET, 1984, in ARANÃO, 2011, p. 9). 
 
Nesse sentido, os ambientes relacionados à escola, especificamente a sala de aula, 
devem ser ricos em quantidades e variedades de jogos, para que os alunos possam, através 
da manipulação dos mesmos, descobrir conceitos inerentes às estruturas dos jogos. No 
ensino da Matemática, são muitas as contribuições de autores que defendem o uso de jogos 
na construção do conhecimento e no desenvolvimento cognitivo. 
Segundo o caderno do PNAIC - Jogo e alfabetização matemática (BRASIL, 
2014): “consideram-se a respeito dos jogos, possibilidades de desenvolver no aluno, a 
organização, análise, reflexão e argumentação, implicando em atitudes, como aprender a 
ganhar e a lidar com o perder, aprender a trabalhar em equipe e a respeitar as regras”(p.5). 
Essas ferramentas pedagógicas têm como objetivo ampliar gradativamente a maturidade 
do sujeito aprendente. 
Assim sendo, é fácil perceber a necessidade de incluir atividades com jogos 
relacionadas ao conhecimento matemático nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo 
em vista que esse público ainda se encontra na fase infantil e, dessa forma, precisa 
desfrutar de uma aprendizagem numa perspectiva lúdica. 
Nessa mesma perspectiva, Starepravo (2009) considera que no ensino e 
aprendizagem de Matemática os jogos são abordados como instrumentos que podem ajudar 
o aluno a aprender numa perspectiva prazerosa, desafiadora e instigante. Assim, 
compreende-se a respeito desta ferramenta uma oportunidade de estimular a aprendizagem 
do educando. 
Dialogando também com Smole, Diniz e Candido (2007) a respeito dos jogos na 
sala de aula, reconhece-se a sua importância para o desenvolvimento social e intelectual da 
criança, partindo sempre da atuação do professor, onde o mesmo possa explorar da melhor 
maneira, adequandoesses jogos aos conteúdos a serem trabalhados. 
Nesse sentido, para utilizar situações de ensino que envolvam os jogos, o 
professor, deve estudar qual o melhor jogo para disponibilizar ao educando, e se o mesmo 
condiz com o objetivo pedagógico previsto. A esse respeito, Smole, Diniz e Candido 
(2007), complementam: 
22 
 
 
Um jogo pode ser escolhido porque permitirá que os alunos comecem a 
pensar sobre um novo assunto, para compreender um determinado 
conceito, para que desenvolvam estratégias de resolução de problemas ou 
para que conquistem determinadas habilidades para desenvolver o 
processo de aprendizagem. Uma vez escolhido o jogo em função de um 
desses critérios, seu inicio não deve ser imediato: é importante que o 
professor tenha clareza se fez uma boa opção. Por isso antes de levar o 
jogo aos alunos, é necessário conhecê-lo jogando(p.16). 
 
Assim sendo, o profissional tem um papel imprescindível na escolha do jogo, 
traçando os objetivos que pretende alcançar e, como bem apresentou a citação acima, testá-
lo antes de aplicá-lo, deixando claro que a melhor forma para isso é jogar com outros 
profissionais (professores, coordenadores,...), antes da aplicação com os estudantes. 
Segundo Piaget(1975), a classificação dos jogos consiste em três tipos de 
estruturas: o exercício, o simbólico e a regra. O jogo de exercício é caracterizado por 
rituais de repetição e pelo simbolismo, fase em que a criança se encontra no período 
sensório motor que vai surgir desde o nascimento até 02 anos de idade, fase em que a 
criança começa a explorar o mundo a sua volta, permanecendo mesmo durante toda a 
infância e até a fase adulta, como por exemplo, correr, pular, jogar bola. 
Já o jogo simbólico é usado pela criança, na busca de satisfazer suas fantasias por 
meio de compensação, superação de conflitos e realização de desejos (jogo do faz de conta, 
representação fictícia). Este tipo de jogo aparece na fase pré-operatória da criança, que 
segundo Piaget (apud BERGER; MORO e LOROCCO, 2010), vai dos dois aos sete anos. 
 O jogo de regras é apresentado a partir das relações sociais. Assim, Piaget (2010) 
diferencia em dois tipos de regras: “as transmitidas e as espontâneas; em outras palavras, 
os jogos de regras que se tornam institucionais, no sentido de realidades sociais que se 
impõem por pressão de sucessivas gerações, e os jogos de natureza momentânea”(p.27). 
Dessa forma, os jogos de regras devem ser trabalhados a partir dos cinco anos de idade, 
mas geralmente despertam, de fato, o interesse do aluno, a partir dos sete aos doze anos, 
momento em que a criança se encontra no período das operações concretas. O mesmo 
autor ainda explica que, nesta fase a criança é capaz de intervir em certas situações, 
podendo formalizar conceitos utilizando o raciocínio lógico, não se prendendo ao mundo 
imediato. 
É pertinente considerar que a criança, quando começa a se interessar por jogos de 
regras, já possui o conceito de reversibilidade. Nesse sentido, para Piaget ( 2010) “a 
23 
 
criança compreende que toda operação pode ser invertida”(p.29), ou seja, que a distância 
de um ponto A até um ponto B é a mesma distância do ponto B até o ponto A. 
Sobre esse tipo de jogo, Oliveira (2011) afirma que: 
 
Com o seu desenvolvimento, a criança passa a apreciar jogos de regras, 
nos quais criam formas de alcançar um determinado objetivo obedecendo 
a limitações colocadas pelas normas acordados pelos jovens jogadores. 
Aprender a explicar as regras de uma brincadeira para outra criança pode 
ampliar a compreensão que a própria criança que explica tem do seu 
comportamento na afetividade(p.142).. 
 
Nesse entendimento, os jogos de regras possibilitam, além das normas já 
existentes, a criação de novas regras, contribuindo, nessa perspectiva, para o 
amadurecimento da criança, envolvendo a linguagem e o raciocínio lógico. 
Conforme venha ser o nível de desenvolvimento da criança, o professor poderá 
enriquecer sua aula oferecendo um jogo que faça sentido para o momento, enfatizando as 
regras estabelecidas, possibilitando ao discente construir outras regras, questionando sobre 
qual assunto aquele jogo está abordando, e ainda, criar situações de aprendizagem para um 
novo conteúdo. 
Neste viés, no contexto da educação dos anos iniciais do Ensino Fundamental, 
elege-se a contemplação de jogos de regras e as brincadeiras tradicionais. Sobre esse 
aspecto, Oliveira (2011) explica da seguinte forma: 
 
As brincadeiras tradicionais transmitidas de geração em geração são 
muito apreciadas pelas crianças e constituem importante herança cultural, 
muitas delas continuam presentes ainda hoje: esconde-esconde, cabra-
cega, jogos com pião, balanço, boneca, pula-sela, amarelinha, jogos com 
bola, corda, gincana, jogos de adivinhação, brincadeiras de outras 
tradições culturais etc(p.141). 
 
Estas brincadeiras fazem sentido para o desenvolvimento das crianças e também 
para resgatar a lembrança de brincadeiras substituídas pelos jogos eletrônicos. Por essa 
razão, é fácil perceber a presença dessas brincadeiras no Ensino Fundamental. São 
brincadeiras que contribuem para o desenvolvimento dos aspectos culturais e sociais do 
aluno, haja vista envolver a afetividade e a interação entre os participantes. 
É importante destacar a quantidade de oportunidades e situações que poderão ser 
trabalhadas durante um jogo. A este respeito, o caderno do PNAIC (BRASIL 2014, p. 
24 
 
10/36) vem colaborar com situações de jogos que envolvem o ensino de Matemática, como 
por exemplo: 
- O boliche, que se constitui um jogo de regras, pois durante a jogada são 
apresentados alguns acordos; também é um jogo de exercício. Assim, compreende os 
movimentos do corpo, sendo um jogo que contempla a aprendizagem de números e 
operações através de anotações e contagens das pontuações. Com esse jogo, trabalha-se o 
cálculo mental e a resolução de problemas. 
- “Cubra os dobros” - um jogo que contempla regras, envolvendo mais de um 
jogador, onde acontece a interação, o aprendizado da multiplicação por dois e o dobro. É 
um jogo que pode ser confeccionado pelo próprio professor, junto aos alunos, tendo como 
materiais um dado comum, um tabuleiro e doze fichas com cores diferentes. Durante o 
jogo serão distribuídas as fichas entre os jogadores, para que assim iniciem a partida, onde 
terão que jogar o dado fazendo a correspondência de qual é o numero equivalente ao 
dobro. 
Existe também, a possibilidade de utilizar os materiais alternativos que segundo 
Aranão (2011), “é todo material industrializado ou não, que pode ser de fácil 
acesso”(p.45). A este respeito, existe uma infinidade de materiais alternativos, como: 
tampinhas, palitos de picolé, copos descartáveis, garrafas pet, caixas de sapatos e muitos 
outros, compreendendo toda uma atividade lúdica favorável à construção de jogos e à 
compreensão de um determinado conteúdo na aula de Matemática. 
Assim, durante a aula, o professor poderá através das tampinhas de garrafa pet e 
das caixas de sapatos, confeccionar, juntamente com os alunos o jogo da velha, para 
trabalhar a questão da lateralidade, horizontalidade, números pares e ímpares, o raciocínio 
e a interação dos alunos. Com o material alternativo, copo descartável, o professor poderá 
distribuir copos enumerados entre os estudantes, para explicar os conteúdos referentes a 
números, adição, subtração, multiplicação e divisão e, dependendo do nível do aluno, o 
educador poderá explorar outros assuntos como: agrupamento, dezenas, centenas, frações 
etc. 
 Encontra-se no caderno do PNAIC (BRASIL, 2014) o jogo denominado “as duas 
mãos”, que se utiliza de materiais alternativos como: palitos de picolé, liguinhas elásticas e 
outros materiais confeccionados com cartolinas, lápis coloridos e cola, para assim 
confeccionar o dado e o tabuleiro com o desenho de duas mãos. Nesse jogo, também são 
25 
 
estabelecidasalgumas regras para o seu desenvolvimento, onde será trabalhada a 
ampliação do campo numérico através dos números decimais. 
O mesmo funciona da seguinte forma: lança-se o dado, cada participante na sua 
vez; dependendo do resultado obtido com o lançamento do dado, corresponderá ao número 
de palitos que será colocado no desenho dos dedos das mãos (um palito em cada dedo); 
quando completar dez palitos, recolhe-se e enlaça na liga elástica, formando um grupo com 
dez pontos; ganha o jogo quem fizer mais pontos após 10 rodadas. 
 Os materiais alternativos se tornam uma ferramenta bastante apreciada entre os 
educadores, na perspectiva de provocar no educando uma aprendizagem significativa e 
atrativa, através da ludicidade. Além disso, esse tipo de material contribui bastante na 
prática da sala de aula daquelas escolas com poucos recursos financeiros e, 
consequentemente, pouco material concreto para trabalhar com os alunos. 
Conclui-se, então que, através destes recursos metodológicos em sala de aula, a 
aprendizagem será diferenciada, porque o aluno será beneficiado em seus aspectos 
cognitivos, motores, afetivos, interativos e colaborativos. O professor, a partir de uma 
prática apoiada na ludicidade, estará contribuindo com uma postura dinâmica, instigando o 
pensar crítico do aluno, evitando oferecer atividades prontas e acabadas, propostas para 
serem realizadas de maneira mecânica, sem valorizar a criatividade e o pensamento do 
aluno no desenvolvimento de diversas estratégias. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Mediante a realização da pesquisa aqui relatada, pode-se perceber a importância 
de se trabalhar com algo concreto e desafiador para o aluno, como é o caso das ferramentas 
lúdicas para o ensino da Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Esse tipo de 
recurso didático se apresenta como estratégias facilitadoras na compreensão dos conteúdos, 
promovendo estímulos e diferenciando a postura profissional do educador. 
Nesse contexto de reflexões, compreende-se que a partir de vivências lúdicas e 
desafiadoras há um ganho, com relação à construção do saber no campo da Matemática. A 
escrita deste trabalho vem colaborar com a discussão sobre a utilização desses recursos, 
caracterizando e diferenciando a atuação de muitos profissionais da educação que 
assumem uma postura dinâmica em sala de aula ao envolver a ludicidade. 
26 
 
Durante o artigo, foram apresentadas discussões sobre a história do lúdico no 
ensino da Matemática, onde se mostrou que o surgimento desse artifício partiu da 
necessidade humana de utilizar-se de materiais concretos, e que atualmente é recomendado 
no contexto escolar. 
A partir dessa pesquisa bibliográfica, foi possível perceber como os jogos, as 
brincadeiras e a utilização de materiais manipuláveis podem contribuir para um resultado 
positivo na aprendizagem dos alunos e no desenvolvimento do raciocínio lógico da criança 
matriculada nos anos iniciais do Ensino Fundamental. É importante registrar também que, 
o trabalho com esses recursos trazem bons resultados, inclusive em relação ao 
desenvolvimento social e cognitivo do aluno. 
 Após todas as leituras realizadas para escrita desse artigo, foi possível perceber 
que é muito mais fácil o ensino e a aprendizagem dos conceitos matemáticos, quando o 
professor cria oportunidades para os alunos descobrirem quais as melhores estratégias para 
se chegar a um determinado conhecimento, desenvolvendo habilidades e instigando o 
raciocínio lógico das crianças. 
 Neste viés, a ludicidade e o uso de outros recursos metodológicos manipuláveis, 
viabilizam um aprendizado concreto, tendo, a partir destes meios lúdicos, possibilidades 
reais para abstrair o conhecimento matemático, uma vez que a pesquisa afirma que a 
criança precisa passar pelo real para alcançar o abstrato. 
Finalmente, este trabalho proporciona ao leitor, em especial aos profissionais da 
educação, um ensino mais dinâmico, por envolver materiais concretos, em que a ludicidade 
está presente através de jogos, brincadeiras e materiais manipuláveis e, por esse motivo, 
deve ser lido por todos os docentes atuantes nas salas de aula de primeiro ao quinto ano do 
Ensino Fundamental, visando a refletir e melhorar a sua práxis e de todos os educadores. 
 
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