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AÇÃO DE ALIMENTOS

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DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE PALMAS/TOCANTINS.
Lisbela Fortaleza do Amaral, brasileira, solteira, balconista, portador da cédula de identidade R.G. nº xxxxx e inscrito no CPF/MF nº xxxxx, residente e domiciliados na Rua xxxxx, número xxxxx, bairro xxxxx, CEP xxxxx, Cidade de Palmas, Estado de Tocantins, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve procuração em anexo (Doc.), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro na Lei 5.478, de 25 de julho de 1968, propor a presente
AÇÃO DE ALIMENTOS
Em face de Pedro Fazio, brasileiro, eletricista, solteiro, portador da cédula de identidade R.G. nº xxxxx e inscrito no CPF/MF nº xxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxx, número xxxxx, bairro xxxxx, CEP xxxxx, Cidade de Palmas, Estado do Tocantins, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
DA GRATUIDADE DA JUTIÇA
Requer a autora, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro no disposto da Lei 1.060/50 e na forma do art. 98 e seguinte do Código de Processo Civil (CPC) e do inciso LXXIV do artigo 5º da Constituição Federal (CF), em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração em anexo (Doc.).
DOS FATOS
A autora viveu em união estável com o requerido por dois anos. Ocorre que desta união construíram em conjunto um patrimônio totalizando R$ 500.000,00. Na constância da dissolução da união, cada qual ficou com R$ 250.000,00. Ocorre que a autora vem passando por situação financeira difícil, e resolveu pedir alimentos para o requerido, alegando que ele saiu lucrando mais que ela na dissolução, pois quem empregou mais dinheiro foi ela na construção do patrimônio.
A autora trabalha como balconista, percebendo um salário mínimo mensal, e vem enfrentando dificuldades financeiras.
Por outro lado, a situação financeira do requerido é boa, conforme relatos de inúmeras testemunhas que no momento oportuno serão arroladas, além disso, é de conhecimento notório no bairro de residência do requerido que este exerce a função de eletricista recebendo aproximadamente a quantia de três salários mínimos tendo condições de colaborar para o sustento da autora.
DO DIREITO
A Lei 5.478 dispõe sobre a prestação de alimentos, regulando esta.
O Código Civil dispõe que:
“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”
A autora encontra amparo legal no artigo 1.695 do Código Civil que diz:
“Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque no necessário ao seu sustento.”
As jurisprudências de nossos Egrégios Tribunais dizem que:
PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. SEPARAÇÃO JUDICIAL. PENSÃO ALIMENTÍCIA. BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE. ART. 1.694 DO CC/2002. TERMO FINAL. ALIMENTOS COMPENSATÓRIOS (PRESTAÇÃO COMPENSATÓRIA). POSSIBILIDADE. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DOS CÔNJUGES. JULGAMENTO EXTRA PETITA NÃO CONFIGURADO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO DEMONSTRADA. 1. A violação do art. 535 do CPC não se configura na hipótese em que o Tribunal de origem, ainda que sucintamente, pronuncia-se sobre a questão controvertida nos autos, não incorrendo em omissão, contradição ou obscuridade. Ademais, a ausência de manifestação acerca de matéria não abordada em nenhum momento do iter processual, salvo em embargos de declaração, não configura ofensa ao art. 535 do CPC. 2. Na ação de alimentos, a sentença não se subordina ao princípio da adstrição, podendo o magistrado arbitrá-los com base nos elementos fáticos que integram o binômio necessidade/capacidade, sem que a decisão incorra em violação dos arts. 128 e 460 do CPC. Precedentes do STJ. 3. Ademais, no caso concreto, uma vez constatada a continência entre a ação de separação judicial e a de oferta de alimentos, ambas ajuizadas pelo cônjuge varão, os processos foram reunidos para julgamento conjunto dos pedidos. A sentença não se restringiu, portanto, ao exame exclusivo da pretensão deduzida na ação de oferta da prestação alimentar. 4. Em tais circunstâncias, a suposta contrariedade ao princípio da congruência não se revelou configurada, pois a condenação ao pagamento de alimentos e da prestação compensatória baseou-se nos pedidos também formulados na ação de separação judicial, nos limites delineados pelas partes no curso do processo judicial, conforme se infere da sentença. 5. Os chamados alimentos compensatórios, ou prestação compensatória, não têm por finalidade suprir as necessidades de subsistência do credor, tal como ocorre com a pensão alimentícia regulada pelo art. 1.694 do CC/2002, senão corrigir ou atenuar grave desequilíbrio econômico-financeiro ou abrupta alteração do padrão de vida do cônjuge desprovido de bens e de meação. 6. Os alimentos devidos entre ex-cônjuges devem, em regra, ser fixados com termo certo, assegurando-se ao alimentando tempo hábil para sua inserção, recolocação ou progressão no mercado de trabalho, que lhe possibilite manter, pelas próprias forças, o status social similar ao período do relacionamento. 7. O Tribunal estadual, com fundamento em ampla cognição fático-probatória, assentou que a recorrida, nada obstante ser pessoa jovem e com instrução de nível superior, não possui plenas condições de imediata inserção no mercado de trabalho, além de o rompimento do vínculo conjugal ter-lhe ocasionado nítido desequilíbrio econômico-financeiro. 8. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido para fixar o termo final da obrigação alimentar.
(STJ - REsp: 1290313 AL 2011/0236970-2, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Julgamento: 12/11/2013, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/11/2014).
DO PEDIDO
Por derradeiro, restando infrutíferas todas as tentativas para uma saída suasória, não restou à requerente alternativa se não a propositura da presente ação de alimento, para que o requerido seja compelido a contribuir com o necessário para que a autora sobreviva com, um mínimo de dignidade, e para tanto requer:
a) a citação do requerido, acima descrito, para que compareça em audiência a ser designada por Vossa Excelência, sob pena de confissão quanto à matéria de fato, podendo contestar dentro do prazo legal sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia;
b) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita por ser pobre na acepção jurídica da palavra, não podendo arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento e de sua família;
c) O arbitramento de alimentos provisórios, na proporção de 15% do salário do requerido;
d) A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito;
e) a procedência da presente ação, condenando-se o requerido na prestação de alimentos definitivos, na proporção de 15% de seu salário, sendo estes depositados em conta bancária da autora;
f) Seja condenado o requerido ao pagamento das custas processual e honorário advocatícios.
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, além dos documentos que ora junta, depoimento pessoal do requerido, sob pena de confesso e também da oitiva de testemunhas arroladas oportunamente, bem como as que se fizerem necessários.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 6.000,00(seis mil reais), para todos os efeitos legais.
Termos em que,
Pede deferimento
Palmas 03, de março, 2021.
Advogado (a) Marcos Eduardo Furtado Da Silva
OAB XXXXXXXX

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