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Carolina Marques Bioeletrogênese * Transportes transmembranares interferem diretamente na atividade da célula e na homeostase dessa célula e do organismo. * Esse processo garante que a gente tenha fluxo de soluto através da membrana e muitas vezes esses solutos são portadores de cargas elétricas. * Essa passagem de íons pela membrana gera e mantém uma característica biofísica da membrana que é fundamental para sobrevivência dessa célula = potencial de membrana. POTENCIAL DE MEMBRANA * É a distribuição diferenciada de cargas elétricas na membrana. * A membrana possui ddp (diferença de potencial). * Existe na membrana dois polos = negativo (face voltada para o meio intracelular) e positivo (face voltada pro meio extracelular). * Cargas concentradas nas margens. * Os meios são eletroneutros = número de cátions e ânions proporcionais. FATORES QUE FAVORECEM O POTENCIAL DE MEMBRANA * Canais iônicos vazantes de potássio = efluxo de cargas positivas, deixam o meio extracelular mais positivo. * Canais vazantes de cloro = influxo de cargas negativas, deixam o meio extracelular mais negativo. * Bomba de sódio e potássio = geram ddp, saem mais cargas positivas do que entram (eletrogênica). * Proteínas plasmáticas de alto peso molecular carregadas negativamente = polaridade, chamadas de células excitáveis (neurônios e células musculares). É onde vai ocorrer o potencial de ação, ou seja, são capazes de sofrer variações rápidas de ddp. Obs.: células musculares = lisa, cardíaca – células no nó sinoatrial - (autoexcitável) e esquelética. POTENCIAL DE AÇÃO * Variação rápida de ddp na membrana plasmática. * Para ocorrer precisa de um estímulo que traz para a célula informações, sinais. ESTÍMULO * Para gerar potencial de ação precisa ser específico, ter critérios, ser regulado. * Classificação quanto à natureza = físico (mecânico, elétrico) ou químico (fármaco, hormônio, neurotransmissor). * Classificação quanto à intensidade = subliminar (não gera potencial de ação), liminar ou limiar (gera potencial de ação) ou supraliminar (gera potencial de ação – maior frequência). LIMIAR DE EXCITABILIDADE OU POTENCIAL LIMIAR * É o valor de potencial de membrana que deve ser atingido para que ocorra potencial de ação. * É o gatilho para desencadear o processo. * Lei do tudo ou nada = relaciona a intensidade com a chegada ao limiar. * A curva do potencial de ação não terá alteração na sua resposta, independente do estímulo ser limiar ou supraliminar, a amplitude da onda será a mesma que irá mudar será a frequência. FASES DO POTENCIAL DE AÇÃO E SUAS BASES IÔNICAS 1. REPOUSO: * Condições basais = ddp constante por volta de -70mv e face interna negativa, face externa positiva (polarizada). * Recebe muitos estímulos simultâneos que são somados e geram uma resultante. * Canais vazantes de cloro e potássio. 2. DESPOLARIZAÇÃO: * Resultante atinge o limiar de excitabilidade = estímulo elétrico. * Abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem (inversão da polaridade) . 3. REPOLARIZAÇÃO: * Canais de sódio inativam = fluxo de sódio interrompido. * Abertura dos canais de potássio = efluxo de potássio = repolarização. 4. HIPERPOLARIZAÇÃO: * Canais de potássio são lentos, demoram a abrir e fechar, ou seja, após a polarização ainda há efluxo de cargas positivas. * Os canais e a bomba (e os canais vazantes) reestabelecem a polaridade (repouso). Obs.: Os canais iônicos que participam das fases do potencial de ação são sempre dependentes de voltagem. CANAIS DE SÓDIO DEPENDENTE DE VOLTAGEM * Possuem duas portas = uma de ativação e uma de inativação, e estão respectivamente voltadas para os meios extracelular e intracelular. * Canal fechado = célula em repouso. * Canal aberto = despolarização. * Canal inativado = repolarização. Obs.: Canal inativado = só retoma ao estado fechado quando a ddp assume valores de repouso. * ESTÍMULO ABRE CANAL FECHADO, MAS NÃO ABRE CANAL DESATIVADO!!!! PERÍODO REFRATÁRIO * Estímulos continuam chegando na célula neuronal quando ela já está realizando potencial de ação. * É esse intervalo de tempo que a membrana já está fazendo potencial de ação. ABSOLUTO * Não importa a intensidade do estímulo, ela não vai realizar um novo potencial de ação. * Despolarização e repolarização (canais de sódio inativados). RELATIVO * Canais de sódio voltam a seus estados fechados (Hiperpolarização). * Pode haver novo potencial de ação. * Estímulo tem que ser supraliminar (valores mais negativos que a ddp de repouso). EXEMPLO CLÍNICO * Medicamento que dificulta o neurônio de realizar potencial de ação. * BENZODIAZEPÍNICO = age nos canais de cloro, que é um canal controlado por um neurotransmissor (GABA – inibitório). * GABA = abre os canais de cloro (é considerado inibitório por hiperpolarizar a face). * O benzodiazepínico potencializa a ação do GABA. * Uma droga com efeito contrário seria capaz de abrir os canais de sódio ou os canais de cálcio, despolarizando a membrana. EPILEPSIA/GABA * Paciente com epilepsia apresenta crises convulsivas. * Foco epilético = conjunto de neurônios que têm potenciais de ação de forma exagerada e sem controle. * Tratamento = evitar que o foco epilético dispare potenciais de ação. * GABA = neurotransmissor inibitório do sistema nervoso com muita ação no encéfalo, que age no receptor nos canais de cloro * Abertura dos canais de cloro = Hiperpolarização = célula mais distante do limiar de excitabilidade. * Fármaco = benzodiazepínicos = potencializam a ação do GABA. Obs.: canais de cloro = canais que dependem de ligantes (GABA). DIAZEPAN (BENZODIAZEPÍNICO) * Usado para crises tônico-clônicas, pois tem as 5 propriedades benzodiazepínicas intensamente: sedativo, hipnótico, miorrelaxante, anticonvulsivante e pré-anestésico. Obs.: Não é interessante usar um fármaco que potencializa a abertura dos canais de sódio, pois isso causaria despolarização da membrana, causando o potencial de ação que prejudica o paciente. O interessante é bloquear os canais de sódio com fármacos anticonvulsivantes. ANESTESIA LOCAL * Bloqueia os canais de sódio dependentes de voltagem. * Por mais que esteja havendo estímulo mecânico, não haverá potencial de ação. ESCLEROSE MÚLTIPLA * Doença autoimune onde o indivíduo produz anticorpos que reconhece a mielina como corpo estranho. * É degenerativa. * Há um comprometimento motor, pois muitos neurônios dessa via de controle motor (movimento, força, equilíbrio) são mielinizadas. * A bainha de mielina é fundamental para garantir a funcionalidade desses neurônios (maior condução do impulso nervoso). Fonte: Apostila de fisiologia completa M.E.G.
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