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(01) IDP e LTributaria - Unidade I (parte 1_2)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
FACULDADE DE DIREITO 
DEPARTAMENTO DE DIREITO ECONÔMICO E DO TRABALHO 
DIR04416 – INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Cereser Pezzella 
Assistente docente: Ms. Rafael Ferreira Costa1 
 
UNIDADE I – INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 
1. Aspectos introdutórios ao Direito; 
1.1. Considerações sobre o conceito de Direito 
1.2. Resumo 
1.3. Obras Consultadas 
2. Estado: Noções Gerais 
2.1. Introdução 
2.2. Conceito de Estado; 
2.3. Elementos do Estado; 
2.3.1. Soberania; 
2.3.2. Território; 
2.3.3. Povo 
2.4. Obras Consultadas 
3. Introdução à organização político-administrativa do Estado 
brasileiro; 
3.1. Federação brasileira; 
3.2. Divisão de poderes: legislativo, executivo e judiciário 
 
 
1 Direitos autorais de Rafael Ferreira Costa. Os conteúdos aqui dispostos têm finalidade exclusivamente 
didática, sendo proibido disponibilizar, por quaisquer meios digitais ou físicos, os conteúdos didáticos sem 
autorização por escrito do autor, sob pena das sanções legais aplicáveis. 
 
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INTRODUÇÃO 
Caro aluno, bem-vindo ao texto-base da disciplina “INSTITUIÇÕES DE DIREITO 
PÚBLICO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA”. O presente texto visa trazer os conteúdos 
essenciais do Direito aos alunos da graduação de todos os demais cursos de humanas além 
do Direito e que buscam apreender seus conteúdos essenciais sem necessariamente 
aprofundar teorias e práticas específicas da área jurídica. 
O presente texto se diferencia dos demais manuais introdutórios por visar 
sobretudo às noções introdutórias da teoria do direito, bem como, das instituições, da 
hermenêutica e da argumentação jurídicas aliadas a um pensamento crítico, opostas à 
simples memorização, a qual, muitas vezes, carece de aplicação prática. Ao estudante de 
Direito, embora não seja o destinatário ideal, este texto pode ser útil como síntese, sem 
cair em simplificações exageradas e, às vezes, errôneas. 
A metodologia da exposição é descritiva e crítica. Além do texto buscar apresentar 
um modelo argumentativo que parte da conclusão para os fundamentos dessa conclusão 
(primeiro apresenta o conceito básico conclusivo e depois desenvolve os fundamentos do 
conceito), o qual se mostrou mais produtivo em sala de aula, significa que, em primeiro 
lugar, procura estabelecer os fundamentos básicos da disciplina de forma didática. Em 
segundo, permite ao aluno desenvolver maiores questionamentos sobre o aprendizado 
feito, instigar investigação própria, especialmente para a discussão em aula. Em terceiro, 
confronta a realidade com as respostas e as soluções possíveis que o Direito pode fornecer 
em nível teórico e institucional diante dos casos e dos desafios práticos seja em sala de aula 
seja no cotidiano de cada aluno ou leitor. 
Quanto a parte da Legislação Tributária, de fato, a Disciplina de Direito Tributário, 
a qual abrange a legislação tributária, é lecionada no quinto e último ano do Curso de 
Direito (dois semestres), consolidando um longo aprendizado de um conjunto de 
instituições de Direito lecionadas ao longo da graduação em Direito. No Brasil, o Direito 
Tributário é tanto um ramo recente do direito (originado em 1965, pela Emenda 
Constitucional 18/65, que alterou a Constituição Federal de 1946, seguida pelo Código 
Tributário Nacional de 1966) quanto uma disciplina avançada que depende de conceitos e 
de conteúdos mais fundamentais, desde as instituições do chamado direito público (sob os 
ramos de direito constitucional administrativo, econômico e penal) até aquelas do direito 
privado, como direito civil e empresarial. Assim, procuramos uma síntese para uma 
compreensão sistemática das instituições de direito e do sistema tributário nacional, com 
ênfase no que consideramos mais importante a quem procura conteúdo introdutório. O 
texto também possui uma marcação própria de “CONTEÚDOS AVANÇADOS” que servem para 
apresentar conceitos mais aprofundados com exemplos de aplicações. 
A perspectiva adotada é a jurídica, aquela do operador do Direito. Há nisso 
vantagens e desvantagens. A vantagem é o uso de uma lógica jurídica (interna à disciplina 
do Direito e ao método jurídico) que possibilita explicar e descrever para não-juristas os 
conceitos na perspectiva de um jurista. A desvantagem é de haver certos conceitos que 
podem, à primeira vista, parecer obscuros, imprecisos ou abstratos demais, requerendo 
maiores esclarecimentos e aprofundamentos junto ao Professor da disciplina. Por isso, 
procuramos ao máximo ilustrar com exemplos e casos práticos. Em suma, este texto-base 
não é nem pretende ser um livro completo de síntese dos conteúdos jurídicos porque o 
Direito é vastíssimo e depende da abordagem teórica conforme a perspectiva e a 
metodologia utilizadas. Como método, consideramos indispensável a discussão em sala de 
aula dos conteúdos e conceitos desenvolvidos frente aos desafios contemporâneos. 
 
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Portanto, desejamos a todos os alunos uma excelente jornada nesse aprendizado 
fantástico que é o Direito. Que seja sempre mantida a visão crítica e questionamento dos 
conteúdos apresentados e, com isso, possibilite uma visão mais prática acerca do Direito, 
o qual está presente na vida de todos de uma forma ou de outra. 
 
Porto Alegre, 15 de agosto de 2020. 
Rafael Ferreira Costa 
 
 
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1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS AO DIREITO 
 
A resposta à pergunta “o que é o Direito?” ainda requer exata definição na própria 
Ciência do Direito, porquanto o Direito é definido de acordo com os valores e a localização 
geográfica de determinada sociedade em certo período histórico, dentre uma série de 
questões ainda hoje estudadas por um conjunto de ciências humanas, como a sociologia, 
filosofia, economia, ciência política, dentre outras. É fato que toda sociedade possui um 
Direito na forma escrita, não-escrita ou resultante de combinação de ambas as formas. O 
mais notável nisso tudo é que não há até hoje um conceito de Direito aceito universalmente 
e intertemporalmente. Contudo, isso não impede que suas categorias possam ser operadas 
racionalmente seja no mundo teórico seja no mundo prático. 
Isso é conhecido e resumido desde a antiguidade pelo jurista romano Ulpiano 
no Corpus Iuris Civilis por meio do brocardo: ubi homo ibi societas, ubi societas, ibi jus 
(“onde há o homem há sociedade, onde há sociedade há Direito”). 
Entretanto, trataremos de utilizar um conceito provisório de Direito a seguir 
proposto, porque ele contém os principais elementos caracterizadores do Direito 
reconhecidos e se adequa às finalidades desta disciplina introdutória: 
 
O Direito é compreendido por (i) um sistema de dispositivos e 
normas jurídicas que regulam relações individuais, coletivas e 
institucionais, provido de eficácia social; (ii) que visa à 
harmonização social, à concretização da justiça e dos valores 
vigentes em determinada sociedade; (iii) cujos conflitos, 
geralmente, são submetidos ao Poder Judiciário estatal competente; 
(iv) que profere decisões intersubjetivamente controláveis, por 
meio de método jurídico de interpretação e de argumentação 
(justificação) para a solução de casos. 
 
Assim, em seguida, passaremos analisar os elementos desse conceito proposto. 
 
1.1. Considerações acerca do conceito de Direito proposto: 
 
(i) um sistema de dispositivos e normas jurídicas que regulam relações individuais, 
coletivas e institucionais, provido de eficácia social; 
1. As normas jurídicas são gerais, abstratas e muitas vezes coercitivas. A 
caraterística da generalidade 
abstração 
da coercibilidade 
, muitas vezes, também preveem uma sanção para o caso de seu descumprimento; 
2. Como regra, uma lei anterior regula os fatos posteriores da realidade. Quando 
ocorre um fato da realidade que já foi previsto numa lei, então, há uma incidência de uma 
norma jurídica sobre o fato que ela anteriormente previra. 
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3. Em geral, toda norma jurídica contém uma obrigação, permissão ou proibição 
sob pena de uma sanção (sanção aplicável em caso de descumprimento). A sanção (ou 
punição) ao descumprimento de uma norma traz o elemento de coercibilidade (qualidade 
do que é coercível, reprimível, punível) do Direito. Em regra, significa que para cada 
norma jurídica descumprida, há uma punição aplicável prevista no sistema. O elemento 
da punição é a qualidade da coercibilidade da norma, da forma “Se for descumprida a 
norma X, então deverá haver a sanção Y”. Por outro lado, não há sanção em caso de 
cumprimento da norma, da forma: “Se for cumprida a norma X, nada acontece”. 
4. Essa incidência de uma norma jurídica ocorre através de uma interpretação do 
fato da realidade pelo operador do direito, que então trata de juridicizar o fato da realidade 
(transformar um fato da realidade num fato jurídico por meio da interpretação jurídica do 
fato, quando utiliza categorias e institutos jurídicos para interpretar o fato e as normas 
jurídicas incidentes sobre esse fato). Isto é, utiliza os termos jurídicos para classificar um 
fato da realidade e para interpretar as normas aplicáveis a esse fato. 
5. “provido de eficácia social”: as normas jurídicas geram efeitos na realidade 
social: diretos (p.ex. o cumprimento de uma sentença judicial) ou indiretos (p.ex. altos 
tributos para a atuação empresarial em certo setor da economia, desestimulando as 
operações; ou benefício/estímulo a certo setor econômico por meio de subsídios fiscais tais 
como isenções) que, se não cumpridos, sofrem sanções (multas, penas, punições, perda 
dos benefícios/estímulos tributários, etc.). 
6. A norma jurídica possui característica própria e difere de outros 
“comandos/ordens”. Por exemplo: a ordem de um médico a um paciente “pare de fumar 
agora” (ou dito de outro modo “você está proibido de fumar a partir de agora”) tem 
natureza completamente diferente da ordem de um juiz a um réu “pare de poluir um rio” 
ou “proibido poluir um rio” em certo processo judicial. Enquanto a primeira pode ser 
compreendida como recomendação médica, a segunda é uma norma jurídica porque 
também prevê sanções aplicáveis pelo ordenamento jurídico em caso de descumprimento 
da ordem do juiz, com base na lei e no ordenamento jurídico. 
7. Embora o Direito seja um sistema (coeso e único), ele é subdividido em vários 
segmentos especializados diferentes tais como: constitucional, econômico, tributário, 
cível, penal, trabalhista, administrativo, empresarial, bancário, do mercado de capitais, 
processual cível, processual penal, dentre outros. Equivale à imagem de uma única árvore 
com seus vários galhos ou ramos de árvore. 
8. Em resumo, trata-se do estudo da teoria das normas e do sistema normativo 
numa sociedade e os efeitos sociais decorrentes disso. 
 
(ii) que visa à harmonização social, à concretização da justiça e dos valores vigentes 
em determinada sociedade; 
1. Toda sociedade possui conflitos, das mais variadas espécies, intensidades, 
amplitudes, níveis, número de pessoas e de diferentes bens jurídicos atingidos. O Direito 
proporciona um dos meios para a harmonização social. 
2. A definição e aplicação da justiça depende de cada sociedade conforme os valores 
vigentes em cada época (a exemplo da máxima aristotélica quanto à justiça distributiva: 
“justiça é tratamento igual entre os iguais, e desigual entre os desiguais, na proporção de 
sua desigualdade”). 
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3. Respeita a dignidade do ser humano (intrínseca ao ser humano); 
4. Em resumo, visa a determinadas finalidades sociais e de Estado conforme os 
valores vigentes em cada sociedade de acordo com o lugar, tempo, história e 
características próprias. 
 
(iii) cujos conflitos são, geralmente, submetidos ao Poder Judiciário estatal 
competente; 
 1. Qualquer um deveria ser capaz de conhecer, compreender e interpretar as leis; 
 2. Temas muito específicos das leis, quanto à sua interpretação, geralmente são 
atribuições de intérpretes do direito: professores de direito, advogados, juízes e 
operadores do Direito e geral; 
 3. Todo Estado possui um Poder Judiciário, ao qual incumbe solucionar os casos de 
conflitos de interpretação e de aplicação das leis; geralmente, o Poder Judiciário possui 
instâncias de decisão (por exemplo, 1º grau: juízes locais; 2º grau: desembargadores dos 
tribunais estaduais; 3º grau: Ministros dos Tribunais Superiores). 
4. A Jurisprudência é a sabedoria e o conhecimento dos Juízes e dos Tribunais, 
inclusive dos Tribunais Superiores, formada ao longo do tempo pelo conjunto de decisões 
contendo determinado entendimento aplicado a casos similares (casos trazidos ao 
Judiciário, chamados de casos concretos, por meio de provocação pelo interessado); 
5. No Brasil, os Tribunais Superiores do Poder Judiciário são Supremo Tribunal 
Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ); 
6. O STF e o STJ são os Tribunais Superiores centrais do sistema jurídico brasileiro, 
resguardadas as competências jurídicas de tribunais superiores de outros ramos do direito, 
p.ex. Tribunal Superior do Trabalho (TST); Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Superior 
Tribunal Militar (STM). Em caso de conflitos de normas graves a decisão final é do STF. 
7. O termo competência (jurídica), tem um significado próprio no Direito: é a 
autorização legal que uma pessoa estatal possui de agir sobre determinada matéria 
jurídica. Ou seja, configura-se como uma autorização jurídica (Obrigação ou Permissão) 
para um comportamento de um determinado sujeito do Estado sobre um fato jurídico, 
p.ex. elaborar e promulgar uma lei (competência legislativa); proferir uma sentença 
(competência judicial). A competência deve estar fundamentada em normas jurídicas, que 
especificam quem é o sujeito competente, qual a espécie e a extensão dessa competência, 
dentre outras especificidades. 
Por exemplo: a competência cível difere da competência criminal (penal). Por 
consequência disso, em regra, num caso de cobrança de dívida, não pode um juiz cível 
ordenar a prisão de um devedor, pois ele não tem competência para isso, exceto para o 
caso de devedor de pensão de alimentos (exceção prevista no ordenamento jurídico 
brasileiro, no Código de Processo Civil). Ou, num crime, o juiz cível não tem competência 
para condenar alguém à prisão, mas somente o juiz criminal. Assim, o juiz criminal é a 
autoridade pública que possui autorização jurídica para julgar um crime, para condenar 
ou absolver um acusado. Com isso, tem o poder de determinar a pena aplicável conforme 
a pena prevista na lei para cada crime, respeitado o contraditório e ampla defesa, mas não 
pode tratar de matérias de direito civil. Em outras palavras, juiz criminal é a autoridade 
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competente para julgar um crime (matéria criminal) e juiz cível, a autoridade competente 
para julgar matérias cíveis. 
8. A Jurisprudência, ao exercitar a função principal do Poder Judiciário (julgar 
casos concretos a fim de solucionar conflitos e de garantir a eficácia social da Constituição 
Federal), auxilia e orienta na interpretação para a decisão final pelos Tribunais 
relativamente a um caso judicial levado ao Judiciário, quanto ao modo de aplicar 
determinada Lei diante de um caso concreto; 
9. Há instâncias administrativas que analisam e julgam questões das normas das 
entidades da administração direta (p.ex. órgãos do Poder Executivo) e da administração 
indireta (p.ex. órgãos relacionados às políticas de governo), bem como, de órgãos 
regulatóriose fiscalizatórios. 
10. Em resumo, enquanto o Direito continua a ser aplicado na sociedade 
independentemente do Poder Judiciário (quando a sociedade busca seguir as leis), o Poder 
Judiciário é chamado, por meio de um processo judicial, a resolver conflitos sociais e 
jurídicos a fim de garantir, em última instância, a aplicação da Constituição Federal e das 
leis vigentes e consequente proteção do direito das partes envolvidas. Juízes, Tribunais e 
Tribunais Superiores proferem decisões judiciais sobre casos concretos conforme a sua 
competência. O conjunto de decisões sobre casos concretos similares consolidam-se com 
o tempo e são conhecidos como Jurisprudência. Isso orienta a interpretação do Direito a 
fim de resolver casos concretos trazidos ao Judiciário. Dito de outro modo, trata do estudo 
de casos práticos e da forma como as decisões jurídicas são feitas e justificadas 
(argumentadas) juridicamente. 
 
(iv) intersubjetivamente controlável, por meio de método jurídico de interpretação e 
de justificação para a solução de casos. 
1. Cabe à Ciência do Direito (desenvolvida por juristas e pelos Professores) 
esclarecer as características dos dispositivos e das normas jurídicas, dirimir dúvidas, assim 
como, esclarecer a Lei, desenvolver o método jurídico de interpretação e de argumentação 
do Direito, interpretar o Direito como um todo, orientar à correta aplicação do Direito e 
justificar as razões pelas quais determinado entendimento é melhor fundamentado; 
2. A Ciência do Direito produz a chamada Doutrina jurídica. 
3. O Direito deve ser justificado de forma racional e argumentativa; 
4. “intersubjetivamente controlável”: O método jurídico também implica na 
possibilidade de controle das decisões, de forma intersubjetiva. Ou seja, as decisões dos 
Juízes e dos Tribunais devem ser acessíveis racionalmente a fim de se saber quais os 
fundamentos para determinada decisão judicial, assim como, de se poder 
verificar/controlar tal decisão. 
5. O Método jurídico visa garantir os pressupostos científicos para o Direito, tais 
como: Racionalidade, Coerência, Metodologia Lógica e de verificação de correção; 
Objetividade (independência e invariância), ser organizada de forma sistemática, ser 
previsível e controlável/verificável. 
6. Em síntese, o método jurídico visa garantir que seja aplicado igualmente a 
mesma lei e o mesmo raciocínio lógico-jurídico para casos que sejam idênticos em suas 
características fáticas e jurídicas. 
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7. Outro elemento de complexidade é a linguagem, que apresenta uma das 
dificuldades instrumentais à interpretação no Direito, pois as palavras e conceitos 
jurídicos contêm: indeterminação, vagueza e polissemia. Essa é uma das razões principais 
pela necessidade de clareza lógica e argumentação racional no Direito. 
8. Há ainda os planos dos FATOS e o plano do DIREITO. A descrição dos fatos deve 
ser a mais fiel possível à realidade, cuja prova dos fatos muitas vezes também se torna 
necessária, a fim de que o Direito seja corretamente aplicado ao caso concreto. 
 
1.2. Resumo 
 
 Em resumo, temos os seguintes aspectos do Direito em determinado Estado. 
 
– LEI [item (i) e (ii) do conceito de Direito]: Responde à pergunta “O que é conforme 
ao Direito?” (Algo é permitido, proibido ou obrigatório? Qual a consequência do 
descumprimento?) 
– JURISPRUDÊNCIA [item (ii) e (iii) do conceito de Direito]: Responde à pergunta 
“Como aplicar corretamente o direito ao caso concreto?” (diante do conflito entre as partes 
para a correta aplicação da lei, a Jurisprudência é o conjunto de decisões sobre um caso 
concreto). 
– CIÊNCIA DO DIREITO [item (ii) e (iv) do conceito de Direito]: Responde à pergunta 
do porquê, da justificação e da fundamentação do Direito. 
 
1.3. Obras Consultadas2 
 
 
 
2 ABBOUD, Georges; CARNIO, Henrique Garbellini; OLIVEIRA, Rafael Tomaz de. Introdução ao direito: 
teoria, filosofia e sociologia do direito. 4. ed. ver., atual. e ampl. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019; 
BARZOTTO, Luis Fernando. O Positivismo Jurídico Contemporâneo: uma introdução a Kelsen, Ross e Hart. 
2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2007; BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica. 2. 
ed. São Paulo: EdiPRO, 2003; CAMARGO, Ricardo Antonio Lucas. Economia política para o curso de direito. 
Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, Ed., 2012; COELHO, Luiz Fernando. Aulas de introdução ao direito. 
Barueri, SP: Manole, 2004; DIMOULIS, Dimitri. Manual de introdução ao estudo do direito: definição e 
conceitos básicos, norma jurídica. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011; DINIZ, 
Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 20. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009; 
FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. 10. ed. 
rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018; MONTORO, André Franco. Introdução à Ciência do Direito. 30. 
ed. rev. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013; NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 36. 
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014; SOUZA, Washington Peluso Albino de. Primeiras linhas de direito 
econômico. 6. ed. 2. tir. São Paulo: Ltr, 2005. 
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2. ESTADO: NOÇÕES GERAIS 
 
 
2.1. Introdução 
 Desde os primórdios do Direito em comunidades primitivas, toda sociedade possui 
as normas de eficácia social, ainda que não sejam escritas ou instrumentalizadas em 
documentos formais próprios (escritas ou não-escritas). Havia uma concepção de direito 
e de justiça baseada na “ordem natural das coisas” (conhecida por jusnaturalismo), além 
das normas morais e religiosas, conforme a sociedade de determinado contexto espacial, 
histórico e temporal. Aos poucos, essa concepção veio a atravessar mudanças a partir do 
iluminismo e da elaboração da Teoria de Estado, em meados do século XVIII na Europa. 
As origens teóricas da Teoria do Estado ganharam maior relevância a partir do 
liberalismo político e econômico surgido na doutrina de Thomas Hobbes, John Locke e 
Jean-Jacques Rousseau, além da doutrina da separação de poderes de Montesquieu. 
Nesse sentido, o Estado é entendido como uma sociedade política criada pela 
vontade de preservação do interesse comum com a finalidade de desenvolvimento do 
homem, com intuito de regulamentar e preservar o interesse público. 
O Estado originou-se da vontade de preservação desse interesse ou bem comum, 
pois a sociedade natural não detinha os mecanismos coercitivos necessários à promoção 
da paz e do bem-estar de seus membros. Assim, a forma atualmente mais aceita de 
preservação do bem comum foi a delegação de poder a um único centro político 
representado por uma entidade, o Estado. 
Como sociedade política, o Estado é composto por três elementos. O primeiro deles 
é o povo, já que democraticamente o poder emana do povo. Em última análise, é o povo 
quem confere ao Estado o seu poder de normatizar e deter o domínio da força para aplicar 
sanções segundo a sua regulamentação. 
O segundo elemento constitutivo é o território que é identificado pelo espaço 
territorial aonde a sociedade política exercitará o seu poder (soberania), terceiro elemento 
constitutivo. 
Por fim, a título introdutório, é importante lembrar da diferença de significado 
pela grafia entre “Estado” (sinônimo de país, nação, conjunto dos entes políticos, bem 
como de Estado soberano interna e externamente, p.ex. o Brasil como Estado) e “estado” 
(sinônimo de membro de um Estado, estado-membro, como p.ex. o estado do Rio Grande 
do Sul como estado-membro do Brasil; Minas Gerais como estado-membrodo Brasil, etc.). 
 
2.2. Conceito de Estado 
 Para fins desta disciplina, utilizamos dois conceitos de Estado que são equivalentes 
entre si, quais sejam: 
Conceito (1): Estado é o conjunto soberano de instituições políticas, 
administrativas e jurídicas (“soberania”), exercido dentro de um 
determinado território (“território”), e imposto para aqueles 
indivíduos que ali habitam (“povo”). 
 
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Conceito (2): Estado é uma ordenação política que tem por fim 
específico e essencial a regulamentação global das relações sociais 
entre os membros de uma dada população sobre um dado território, 
sob um poder soberano institucionalizado. 
 
Nesses conceitos, estão presentes três elementos principais: soberania, território 
e povo, que serão vistos a seguir. 
 
2.3. Elementos do Estado 
 A partir do conceito de Estado acima proposto, trataremos de analisar os elementos 
que, tradicionalmente, compõem a concepção de Estado. 
 
2.3.1. Soberania 
A soberania é o exercício do poder do Estado, internamente e externamente. O 
Estado, dessa forma, deverá ter ampla liberdade para controlar seus recursos, decidir os 
seis rumos políticos, econômicos e sociais internamente e não depender de nenhum outro 
Estado ou órgão internacional. Essa autodeterminação do Estado chama-se soberania. 
A soberania tem como características 
• Unidade/indivisibilidade: a soberania é una e indivisível; 
 
• Inalienabilidade/intransferível: a soberania é intransferível, não 
pode ser passada a nenhum outro ente. 
 
• Imprescritibilidade: A duração da soberania não tem tempo de 
validade, é imprescritível. Ou seja, o decurso do tempo não 
afetará a soberania. 
 
• Comandante: Traduz que as decisões políticas dotadas de 
soberania detêm poder de comando, direção e orientação às 
entidades hierarquicamente inferiores. 
 
• Independente/incondicionada: O seu exercício não exige 
requisitos ou condições. Isto é, independe de demais 
circunstâncias. 
A soberania também se divide em: soberania interna e soberania externa. 
A soberania interna é tanto o poder político nos limites de um Estado quanto o 
poder emanado da Constituição de um Estado, o qual é expresso tanto em decisões políticas 
e administrativas quando em decisões judiciais de caráter absoluto. Ou seja, é o exercício 
de poder político internamente sobre os estados-membros e todas as demais pessoas sob a 
sua competência. A soberania deve ser exercida em conformidade ao Direito. 
A soberania externa reflete a liberdade de atuar no âmbito internacional 
independentemente da aprovação ou não de outras nações. 
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Atualmente, a soberania é questão controversa na doutrina, quanto a ser exercida 
de forma indivisível, intransferível e independente. Os casos que vão de encontro a isso 
são as intervenções da ONU a fim de proteger os direitos humanos ou outra justificativa 
internacional relevante; e a própria União Europeia, como entidade supranacional, impõe 
normas comuns a todos os Estados, em que cara Estado-membro cede uma parte de sua 
soberania para a entidade supraestatal da UE. A discussão quanto a tais controvérsias 
extrapola o tema desta disciplina, voltada à compreensão introdutória do Direito e suas 
instituições jurídicas e de Estado. 
 
2.3.1. Território 
O território é o espaço geográfico onde reside determinada população. É limite de 
atuação dos poderes do Estado. Vale dizer que não poderá haver dois Estados exercendo 
seu poder num único território. 
A doutrina costuma dividir historicamente quatro espécies de território: 
1) Território-patrimônio: Concepção de origem medieval e feudal, o 
Estado seria proprietário de todo o território. Tal concepção foi 
abandonada com o advento da instituição da propriedade privada. 
2) Território-objeto: teoria em que o Estado exerceria o domínio 
eminente sobre o território (direito real de caráter público), que 
poderia se combinar com o domínio útil exercido pelo cidadão. 
Também foi descartada, porque não se pode ter dois direitos de 
propriedade sobre a mesma coisa. 
3) Território-espaço: o poder do Estado sobre o território é 
decorrência de seu poder sobre as pessoas que nele vivem. Essa 
teoria tem dificuldade para explicar o poder exercido sobre áreas 
desabitadas do Estado. 
4) Território-competência: território é o limite do espaço em que o 
Estado exerce as suas competências jurídicas. Onde não exerce, não 
é território. 
 
Além do subsolo, o território marítimo é delimitado por aspectos de segurança, 
política e economia. O Brasil segue as regras internacionais quanto ao território marítimo, 
o qual é dividido em: 
- águas interiores (rios, lagos, etc.); 
- mar territorial (até 12 milhas náuticas) 
- zona contígua (até 24 milhas náuticas); 
- zona econômica exclusiva (até 200 milhas náuticas); 
O território aéreo determina que as aeronaves de passageiros podem circular 
livremente. As aeronaves de espionagem, embora proibidas de circular sem permissão, 
dependem da regulação soberana de cada país. Em geral, o abatimento imediato não é 
recomendável, tendo-se em conta que se trata de questão estratégica do Estado, relativa à 
segurança nacional. 
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Ou seja, em síntese, o território brasileiro, compreende o seguinte: 
(a) Solo; 
(b) Subsolo; 
(c) Espaço aéreo; 
(d) Embaixadas; 
(e) Navios e aviões militares em qualquer parte que se encontrem; 
(f) Navios e aviões comerciais ou civis em sobrevoo ou navegação em território não 
pertencente a outro Estado; 
(g) Mar territorial. 
 
 
2.3.3. Povo 
O “povo” é formado pelo conjunto de indivíduos com valores, etnias, 
nacionalidades e ideais culturais semelhantes ou não que se submetem ao ordenamento 
jurídico do Estado através de um vínculo de cidadania (não necessariamente ativa). 
Cabe diferenciar os seguintes conceitos: 
– População: população é a soma de indivíduos submetidos a um poder central, 
enquanto “povo”, além de configurar a soma de indivíduos, também abrange as 
semelhanças e as diferenças entre as populações formadas por diferentes 
identidades, etnias, valores, etc. 
– Nação: implica o caráter da vontade de viver coletivamente por todas as pessoas 
em determinado território, por um “contrato social”. Tais pessoas podem ter em 
maior ou menor grau os mesmos valores, hábitos e costumes, porém compartilham 
uma identidade comum (p.ex. “brasileiro”). 
– Cidadania: vínculo jurídico do indivíduo com o Estado que confere uma série de 
direitos e obrigações. Em geral, é obtida por meio do jus sanguinium (direito por 
descendência genética), do jus solis (direito por descendência de lugar) e da forma 
mista entre os dois. 
 
2.4. Obras Consultadas 3 
 
3 BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 18. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2011; BONAVIDES, Paulo. 
Teoria Geral do Estado. 10. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2015; MIRAGEM, Bruno. Direito Bancário. 
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013; PRADO, Luiz Regis. Tratadode direito penal: parte geral – 
volume I. 2. ed. rev., atual. e reform. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017; BRUMMER, Chris. 
Soft Law and the Global Financial System: Rule Making in the 21st Century. New York: CUB, 2015; 
GONÇALVES, Carla de Lourdes. Extraterritorialidade. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. CAMPILONGO, Celso 
Fernandes; GONZAGA, Alvaro de Azevedo; FREIRE, André Luiz (coords.). Tomo: Direito Tributário. 
CARVALHO, Paulo de Barros, VIEIRA, Maria Leonor Leite, LINS, Robson Maia (coord. de tomo). São Paulo: 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível 
em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/285/edicao-1/extraterritorialidade. Acesso 21 mar 2020. 
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3. INTRODUÇÃO À ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO 
BRASILEIRO 
 
O Estado Democrático de Direito brasileiro é regido pela Constituição Federal de 
1988, que possui o grau máximo de hierarquia das normas jurídicas do Brasil. Em síntese, 
a Constituição Federal é o instrumento político-jurídico resultante do “Contrato Social” 
celebrado por toda a sociedade brasileira, em que a sociedade se compromete a cumpri-lo. 
 
Determina a Constituição Federal no seu primeiro artigo: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Na primeira parte do art. 1º, da CF,4 consta o “princípio federativo” como critério 
jurídico ordenador da organização político-administrativa do Estado. Embora o poder 
político seja único em essência (princípio da soberania), o princípio federativo determina 
a descentralização no exercício do poder político. 
A partir do Estado Nacional, ordem jurídica central e soberana, surge a 
descentralização do exercício do poder político. Assim, o Estado Nacional é composto pelas 
seguintes ordens jurídicas parciais: federal, estadual e municipal. A cada ordem jurídica 
parcial, corresponde o respectivo ente político: União (ordem jurídica federal), estado-
membro (ordem jurídica estadual), município (ordem jurídica municipal). 
 
3.1. Federação brasileira 
 O Estado brasileiro é organizado politicamente na forma de uma federação. 
Significa que há uma descentralização no exercício do poder político, subdividido em 
diferentes ordens políticas e jurídicas, emanando os seus conteúdos jurídicos respectivos. 
 O oposto a uma federação é um Estado unitário. Este possui como característica 
principal a centralização política e a concentração de poder por uma única pessoa ou 
órgão. A administração do Estado é geralmente feita por meio de divisões administrativas 
do território, as quais obedecem a um único poder político central. 
 Por sua vez, o Estado federado é compreendido como a reunião de entidades 
políticas autônomas vinculadas de forma indissolúvel por uma Constituição. Nesse 
sentido, a federação possui as seguintes características básicas: 
 
STRECK, Lenio Luiz; MORAIS, Jose Luis Bolzan de. Ciência política e teoria do estado. (livro eletrônico). 8. ed. 
rev. e atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2014. 
4 “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal”. Também consta a determinação da Forma de Estado: República, em oposição à Monarquia. 
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 a) descentralização no exercício do poder político 
 b) composta por entidades autônomas 
 A autonomia dos entes públicos possui as seguintes características 
 b.1) auto-organização 
 b.2) autogoverno 
 b.3.) autoadministração 
 c) vínculo de forma indissolúvel 
d) separação de poderes com a garantia da participação dos estados-membros 
(poderes regionais) junto ao Poder Legislativo. 
 
Este ponto será visto no tópico seguinte. 
 
3.2. Divisão de poderes: legislativo, executivo e judiciário 
 
 A separação de poderes está expressa no art. 2º da Constituição Federal: 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
 
O Poder Legislativo, tem como função principal a elaboração e promulgação de leis 
de forma abstrata: cria direitos e deveres em geral. Estrutura a ordem jurídica em tese, 
não no caso concreto. A garantia da participação dos estados-membros5 junto ao Poder 
Legislativo é exercida por meio do Senado Federal, que representa os estados e o Distrito 
Federal, junto ao Congresso Nacional. 
 O Poder Executivo, tem como função principal a administração e execução das leis, 
a fim de realizar o bem comum dos cidadãos. 
 O Poder Judiciário, tem como função principal julgar um caso concreto, resolvendo 
um conflito que lhe é trazido por meio de um processo judicial. Além disso, toda federação 
deve conter um Tribunal Constitucional, órgão de cúpula do Poder Judiciário, responsável 
por interpretar e proteger a Constituição do Estado Federal a fim de garantir os direitos e 
deveres estabelecidos na Constituição da federação. No Brasil, o órgão de cúpula do 
Judiciário é o Supremo Tribunal Federal (STF). 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
 
5 Também chamados de estados federados, diferente da federação, que é o Estado brasileiro. 
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IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
 
3.3. Obras Consultadas 6 
 
 
6 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005; 
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de direito constitucional. 13. Ed. rev. ampl. e atual. Salvador; Juspodivm, 
2019; MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. 13. ed. rev. 
e atual. São Paulo: Saraiva Educação, 2018; MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 8. ed. rev. 
ampl. e atual. Salvador: Juspodivm, 2020; PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário completo. 11. ed. 
São Paulo: Saraiva Educação, 2020; TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 20. 
ed.rev., e atual. até EC 95/16 e de acordo com NCPC. Rio de Janeiro: Renovar, 2018. 
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