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Aula 02 Direito Administrativo (Estatuto dos funcionários de SP) p/ TJ-SP - Escrevente Professor: Marcos Van Acker Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 73 AULA 02: Proibições e Procedimentos Disciplinares SUMÁRIO PÁGINA 1. Introdução 1 2. Proibições aos servidores 2 3. Responsabilidade administrativa e o Estatuto 6 4. Penalidades 9 5. Procedimentos Administrativos Disciplinares 19 6. Considerações finais 29 7. Questões comentadas 30 8. Lista das questões apresentadas na aula 60 9. Gabarito 73 1. Introdução Olá, pessoal! Chegaremos hoje, depois desta aula, ao final de nossa jornada de estudo do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. Espero que a proximidade da prova esteja empolgando vocês; agora, meus amigos, é manter a tranqüilidade, baixar a ansiedade e estudar. Fico feliz que estejamos chegando ao final do curso, e tenho certeza que poderão encarar a prova tranquilamente, não só as questões relativas ao Estatuto, como as demais matérias, porque aqui no Estratégia Concursos os cursos são planejados cuidadosamente. Meus amigos, neste momento é importante é que vocês atenham-se ao material e aos exercícios que elaboramos aqui no Estratégia Concursos de forma a direcionar sua preparação, de forma objetiva e direta. Tenho a certeza de que a persistência será coroada de sucesso. 1.2 Aula de hoje Nesta aula vamos falar das Proibições impostas ao servidor pelo Estatuto, e também das Responsabilidades que recaem sobre o servidor. Vamos estudar as penalidades que o EFP prevê para o servidor infrator, e vamos conhecer os procedimentos administrativos para apuração de eventual falta, e consequente aplicação das penas. Ao final, teremos questões comentadas, muitas inclusive com comentários do Prof. CYONIL, 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 73 especialíssimos, portanto. É uma referência para a comunidade concurseira! Pessoal, tenho notado que as bancas parecem ter interesse nesses assuntos. Talvez porque a sociedade em geral também tenha o mesmo interesse. As penalidades devem ser estudadas com cuidado, e no tópico relativo ao processo teremos de ver as etapas do processo, e certas formalidades que fazem parte dele. Pode parecer um pouco árido, mas ao final faz sentido, se pensaremos que o Estatuto garante a ampla defesa ao servidor, e que a administração tem o dever de fazer com que o servidor obedeça às suas normas. Nas aulas anteriores, vimos que a posse e o exercício de cargo público implicam na assunção, em primeiro lugar, de uma série de deveres. Hoje veremos que o cargo impõe, além disso, diversas proibições cuja transgressão implica em penalidades. 2. Proibições aos servidores Vamos tratar das proibições, vedações de conduta previstas em lei, e como tal de observância obrigatória pelo servidor. É lícito para a administração, por meio de lei, estabelecer limites para o comportamento do servidor, uma vez que a função pública tem preponderância sobre os interesses pessoais do ocupante do cargo; assim, a lei pode perfeitamente vedar que o servidor mantenha contrato com o Governo, ou seja, outro vínculo além do funcional, uma vez que há possibilidade de surgir conflito de interesses, de o servidor ser tentado a patrocinar dentro da administração interesses particulares, a chamada advocacia administrativa, etc. Enfim, toda vedação tem fundamento na preservação do interesse público. Outro marco importante para a definição das proibições são os deveres funcionais consagrados pela doutrina; neste passo nos socorremos da lição do ilustre Professor Hely Lopes Meirelles: “Dever de lealdade – o dever de lealdade exige de todo servidor a maior dedicação ao serviço e o respeito às leis e às instituições constitucionais, identificando-o com os superiores interesses do Estado. Tal dever impede que o servidor atue contra os fins e os objetivos legítimos da Administração.(...) 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 73 Dever de obediência – o dever de obediência impõe ao servidor o acatamento às ordens legais e sua fiel execução. Tal dever resulta da subordinação hierárquica e assenta no princípio disciplinar de toda organização administrativa. (...) Por ordens legais entendem-se aquelas emanadas de autoridade competente, em forma adequada e com objetivos lícitos. Tanto o cumprimento de ordem manifestamente ilegal como o descumprimento de ordem legal acarretam para o servidor a responsabilidade disciplinar e criminal (CP, art. 22), conforme seja a lesão causada à Administração ou a terceiros.”1 2.1 Proibições do Estatuto O EFP estabelece uma série de proibições nos artigos 242 a 244, vejamos quais são de forma rápida. O servidor não pode tratar os objetos relativos ao serviço como objetos de sua propriedade, por isso o EFP proíbe ao servidor retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição, assim como empregar material do serviço público em serviço particular. De forma a ressaltar o dever de assiduidade, de lealdade para com o serviço público, observando-se sempre o interesse público em primeiro lugar, o Estatuto proíbe expressamente ao funcionário tratar de interesses particulares na repartição, assim como deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada, ou entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades estranhas ao serviço; da mesma forma, o EFP veda ao servidor, por ter finalidade estranha ao serviço, promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-se solidário com elas, e ainda exercer comércio entre os companheiros de serviço, e promover ou subscrever listas de donativos dentro da repartição. Grosso modo, essas são proibições relacionadas à conduta pessoal no servidor no ambiente da repartição, no modo de relacionar-se com as 1 Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro. SP, Malheiros, pp. 455-456 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 73 pessoas ou de observar os limites mais básicos de sua condição de servidor, como não apropriar-se de objetos da repartição, p. ex. Outra série de proibições, constante do art. 243, tem por alvo uma questão mais profunda, pretende vedar ao servidor o uso de sua condição para beneficiar a si próprio, situação em que há evidente conflito de interesses, criado pela possibilidade de o servidor preterir o interesse público, que, como vimos, deve estar em primeiro lugar, para favorecer a seu próprio interesse. Para evitar que o servidor sofra tal dilema moral, a Lei estabelece as vedações abaixo, todas destinadas a impedir o conflito de interesses: É proibido ao funcionário: - manter contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, ou como representante de outrem; - participar da gerência ou administração de empresas de qualquer tipo que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado, salvo participação em empresas das quais o Estado seja acionista; excetuam-se também os casos em que o servidor exercer função de direção ou gerênciade cooperativas e associações de classe, ou delas ser sócio; - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado, podendo, em qualquer caso, ser acionista, quotista ou comanditário; - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado. - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do Presidente da República; observar que para ser representante de estado 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 73 estrangeiro é necessário antes reafirmar seu dever de lealdade não apenas com a administração pública, mas com a Nação, daí o sentido da autorização prévia. - constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante qualquer repartição pública, exceto quando se tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo grau; evidente que aí o EFP quer vedar a interferência do servidor, aproveitando-se de sua condição, para beneficiar terceiros. - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades fiscalizadas, no País, ou no estrangeiro, mesmo quando estiver em missão referente à compra de material ou fiscalização de qualquer natureza; dispositivo de sentido bastante evidente, que proíbe o favorecimento pelo agente público de fornecedor ou ente submetido à fiscalização. - valer-se de sua qualidade de funcionário para desempenhar atividade estranha às funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito. Não bastando as restrições específicas, o Estatuto ainda prevê está, genérica, que de certa forma abarca as demais, e revela a preocupação primeira do legislador. 2.2. Vedação ao Nepotismo Apenas a título de curiosidade, havia uma vedação parcial no artigo 244 à nomeação de parentes, que proibia apenas o exercício de cargos efetivos sob as ordens imediatas de parentes, mas não o exercício de cargos de livre nomeação; no entanto o artigo fica inaplicável ante a Súmula Vinculante n° 13, do STF, inclusive prestigiada no âmbito do Executivo no Estado de São Paulo, que prevê a mesma vedação por meio de Decreto. Artigo 244 — É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar de função de confiança e livre escolha, não podendo exceder a 2 (dois) o número de auxiliares nessas condições. Súmula Vinculante n° 13 - STF "A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 73 nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal". 3. Responsabilidade Administrativa e o Estatuto A responsabilidade do servidor decorre da violação por ele de normas estatutárias, com o que se configura o ilícito administrativo, de imediato punível com a penalidade disciplinar cabível, evidentemente com observância do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa. Importante lembrar que a punição administrativa é independente de processo civil ou criminal que eventualmente envolva o servidor, relativo aos mesmos fatos. A administração é livre e soberana para apurar, julgar e punir, se for o caso, e a punição administrativa é autônoma, independe do processo penal; no caso de pena administrativa relativa a fato sobre o qual ficar provado em ação judicial que o acusado não foi o autor, ou que o fato não ocorreu, neste caso a penalidade deve ser revista pela administração. O Estatuto, aliás, prevê que o servidor deve ser reintegrado – lembrem-se desta forma de provimento – mediante simples comprovação do trânsito em julgado da sentença que negue o fato ou o exclua como autor. Mediante isso, não resta margem de discricionariedade à administração. Da mesma forma, constatada a responsabilidade administrativa, o servidor não se exime de eventual responsabilização civil ou penal. O Estatuto trata da responsabilidade dos servidores nos artigos 245 a 250. O ponto central para determinar a responsabilidade é materialmente quantificável, pois o EFP prevê que a responsabilidade decorre do prejuízo que o servidor causar ao Erário, devido a sua condição de servidor, por dolo ou culpa, ou seja, agindo por vontade própria, com intenção de obter os resultados do comportamento vedado, ou agindo com imperícia, imprudência ou negligência. De qualquer das formas, se o servidor vier a causar prejuízo ao Erário, será responsabilizado, com prévia apuração dos fatos, evidentemente. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 73 O Estatuto prevê casos especiais de responsabilidade, uma lista não exaustiva de hipóteses em que o servidor pode vir a causar prejuízo, e portanto ser responsabilizado, pelas seguintes ações ou omissões: I – sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou responsabilidade, II - não prestar contas, ou não as tomar. III - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu exame; IV — por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual. Veja que no caso do item III temos uma conduta potencialmente passiva; mesmo que o servidor não cause os danos e avarias aos bens sob sua guarda, será responsabilizado. No caso do item IV, não tendo havido má-fé, o servidor ficará sujeito à pena de repreensão e, na reincidência, à de suspensão. As Compras públicas são sempre uma questão complexa, um setor espinhoso na esfera pública. O EFP prevê que o funcionário que adquirir materiais em desacordo com disposições legais e regulamentares será responsabilizado pelo respectivo custo, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento ou remuneração. Além disso, o servidor pode ficar sujeito às penalidades disciplinares cabíveis. A reposição dos valores correspondentes ao prejuízo causado pelo servidor não extingue a responsabilidade; o servidor fica sujeito às penalidades previstas, conforme o caso. Parece-nos justo que o EFP disponha dessa maneira; afinal, a reposição do valor de alguma forma subtraído do Erário é antes de tudo um dever, não uma penalidade. Vejamos como o Estatuto prevê as formas de indenização ao Tesouro do Estado. 3.1 Dever de indenizar O funcionário pode ser obrigado a indenizar os cofres públicos pelo prejuízo causado por ele; o Estatuto prevê dois casos. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 73 No caso de desvio doloso de dinheiro público, o funcionário deve ser obrigado a repor de uma só vez valor correspondente ao prejuízo causado. Nos demais casos, a indenização pode ser descontada dos vencimentos do servidor, e cada parceladescontada não pode exceder a 10% dos vencimentos. Disposição benigna, que impede que a reposição devida, nos casos de comportamento culposo, onere excessivamente o servidor, comprometendo o orçamento familiar. 3.2 Responsabilidade pelo cumprimento das atribuições O Estatuto prevê a responsabilização dos servidores que solicitarem a pessoas estranhas ao serviço público o desempenho de suas próprias atribuições, ou as de seus subordinados. Seria caso de delegação indevida a pessoa sem relação com o serviço público. Notar que não importa aí que haja o atendimento do fim público, pelo particular indevidamente solicitado a desempenhar esta ou aquela função pelo servidor. Mesmo assim, o particular não pode exercer o dever público que incumbe ao servidor, pois este é que está investido do cargo público, pela posse, como já estudamos na aula passada. Trata-se de desídia com relação aos deveres do cargo, e ao seu exercício regular. É um exemplo de responsabilidade que não está necessariamente vinculada a um prejuízo material causado ao Erário. Com isso, meus amigos, vimos a responsabilidade do servidor na perspectiva do Estatuto. Lembrem-se que os casos especiais previstos na lei, que acabamos de ver, não pretendem ser uma enumeração exaustiva, são apenas possibilidades a que o legislador quis dar ênfase; ou seja, pode haver hipóteses de responsabilidade não descritas literalmente no Estatuto. Isso não impede a punição do servidor, caso este aja de forma contrária à moralidade, à legalidade, ao interesse público etc. Definida a responsabilidade, cabe à Administração a aplicação das penalidades correspondentes. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 73 4. Penalidades A faculdade de punir as infrações dos servidores deriva do chamado Poder Disciplinar da Administração. Por ele, o Estado assume o direito de subordinar o servidor às normas de funcionamento estabelecidas. Reproduzimos aqui a importante lição do Professor Hely Lopes Meirelles: “O poder disciplinar é correlato com o poder hierárquico, mas com ele não se confunde. No uso do poder hierárquico a Administração Pública distribui e escalona as funções executivas; no uso de poder disciplinar ela controla o desempenho dessas funções e a conduta interna de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas cometidas.”2 Não custa lembrar que o poder disciplinar não pode ser confundido com o poder de punir que o Estado se reserva, e exerce por meio da Justiça; a punição administrativa só pode ter como objeto às infrações relacionadas ao serviço. A punição criminal é mais ampla, decorre de lei penal, e aplica-se a qualquer situação social. Por terem naturezas diversas, as punições administrativas e criminais podem ser aplicadas cumulativamente, sem problemas. Na aplicação da pena, a autoridade competente guarda certa discricionariedade, pois não há no âmbito administrativo a precisão dos tipos penais descritos na lei criminal. Como vimos, as hipóteses de responsabilidade do Estatuto não são fechadas em si mesmas. Por isso o Processo Administrativo Disciplinar é importante, para caracterizar a eventual falta, e fornecer subsídios, pois a punição não pode ser arbitrária de forma alguma. Caso contrário, é nula. Vejamos agora as penalidades previstas no Estatuto. 4. 1 Penalidades do Estatuto O Artigo 251 enumera as penalidades, em ordem crescente de gravidade. Artigo 251 — São penas disciplinares: I - repreensão; II - suspensão; III - multa; 2 op. cit., p. 124 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 73 IV - demissão; V - demissão a bem do serviço público; e VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade Vejamos a seguir cada uma das espécies previstas. 4.1.1 Repreensão A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres. 4.1.2 Suspensão A pena de suspensão, que não poderá exceder a noventa dias, será aplicada em caso de falta grave ou reincidência. O servidor suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo. A suspensão pode ser convertida em multa, a critério da autoridade, correspondente a 50% dos vencimentos por dia; neste caso, o servidor cumpre a pena trabalhando. Ou seja, se o servidor é suspenso por 30 dias, e a autoridade entende por bem converter a suspensão em multa, e o servidor inicia o cumprimento da penalidade no dia 01/06, qual será o salário do servidor relativo ao mês de junho, sendo que usualmente recebe X? Será X/2, pois a conversão em multa impõe ao servidor o dever de continuar trabalhando, recebendo metade dos vencimentos. E qual será o salário do servidor, se a suspensão não for convertida em multa? Será zero, e o servidor não virá à repartição enquanto suspenso. O período de serviço na condição de suspensão não poderá ser contado para quaisquer fins de direito ou vantagens pecuniárias, exceto, hoje, para fins de aposentadoria, pois não cessa a contribuição previdenciária. Quando a suspensão for convertida em multa, o período será considerado para fins de direito ou vantagens pecuniárias, exceto licença-prêmio. Porém, a penalidade não deixa de ser-lhe aplicada, constando dos registros do servidor a pena de suspensão (§ 2° do artigo 254 do EFP). 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 73 Quando a pena de suspensão for publicada no Diário Oficial, inclusive se convertida em multa, e o servidor se encontrar em licença para tratamento de saúde, férias, licença-prêmio ou qualquer afastamento previsto por lei, deve-se aguardar o término do afastamento para aplicação da penalidade. 4.1.3 Multa A pena de multa será aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento. Vejam que há discricionariedade para a conversão de suspensão em multa, mas não para a aplicação da própria penalidade de multa. Apenas mediante expressa previsão legal a falta funcional é punida com multa. A multa é diferente da suspensão convertida em multa, como vimos, é pena pecuniária apenas. Também não se deve confundir com o dever de indenizar o erário. 4.1.4 Demissão A pena de demissão implica em desligamento do serviço público, vacância do cargo; será aplicada nos casos de: a. abandono de cargo; b. procedimento irregular de natureza grave; c. ineficiência no serviço; d. aplicação indevida de dinheiro público; d. ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 dias, interpoladamente, durante um ano. Será considerado abandono de cargo o não-comparecimento do servidor por mais de trinta dias consecutivos, injustificadamente. Sabemos já que há ausências ao serviço toleradas pelo Estatuto, que no art. 78 estabelece as hipóteses de efetivo exercício, como vimos na aula passada. Vimos ali as faltas abonadas, vamos relembrar, e ver também a possibilidade de justificar as faltas ao serviço. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 73 O Estatuto estabelece que o servidor poderá ter até seis faltas abonadas durante o ano, uma por mês, sem perda salarial. Por vezes o servidor considera tratar-se de um direito líquido e certo. Todavia, a falta abonada consiste em direito sujeito à análise da administração quanto a conveniênciae oportunidade. O servidor deve solicitar a autorização do abono da falta com antecedência ou, na impossibilidade, no dia imediato à ocorrência. Além disso, o servidor pode ter até 24 faltas justificadas durante o ano, incluindo na sua justificativa os motivos que o levaram a ausentar-se do serviço. A falta justificada implica na perda de vencimentos/salários dos dias correspondentes, e das demais vantagens. Se o servidor mostrar desídia para com a administração, e não solicitar o abono ou apresentar a justificativa das faltas, as faltas passam a ser consideradas injustificadas. Da mesma forma, se suas ausências superarem as toleradas pelo Estatuto, a título de abondas (6 por ano) ou justificadas (24 por ano). O servidor que tiver durante o ano mais de trinta faltas injustificadas consecutivas ou mais de 45 faltas injustificadas interpoladas demonstra tal desídia que o EFP considera que comete abandono de cargo, com o que pode vir a ser demitido do serviço público. A pena de demissão por ineficiência no serviço só poderá ser aplicada quando verificada a impossibilidade de readaptação. 4.1.5 Demissão a bem do serviço público A pena de demissão a bem do serviço público é mais grave que a pura e simples demissão, e será aplicada ao servidor que: a. For convencido de incontinência pública e escandalosa e de vício de jogos proibidos. Um dos incisos do art. 257 que talvez seja de aplicação controversa hoje. A incontinência pública seria a conduta pouco moderada, exagerada, sensual, em público. Meus caros amigos, pensemos no longínquo e quiçá ingênuo ano de 1968, quando o legislador lançava mãos à obra na criação do Estatuto, e no nosso tempo; o que uma criança com menos de 12 anos pode ver e ouvir na TV e na internet 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 73 hoje, em termos de conduta sensual e pouco moderada? Qual a sensibilidade do homem médio em relação a isso, hoje? Controverso, mas não foi formalmente revogado. b. Praticar ato definido como crime contra a administração e a fé públicas e a Fazenda estadual, ou previsto nas leis de segurança e defesa nacional. A menção à segurança e defesa nacionais deve-se à conjuntura da época de elaboração do Estatuto. De qualquer forma, uma vez entendido que segurança e defesa nacionais são de interesse público, totalmente aplicável hoje. Os crimes contra a administração praticados por funcionário são os previstos no Código Penal, nos artigos 312 a 327; os demais são descritos nos artigos 328 a 337-A. Os crimes contra a fazenda, nomenclatura que vem desde o Império, hoje são os tipificados na Lei 8137/90. c. Revelar segredos, de que tenha conhecimento em razão do cargo, de forma dolosa e com prejuízo para o Estado ou particulares. Notar que o prejuízo é central para definir a penalização. Também o dolo é necessário, o servidor que praticar o ato por mera negligência, por exemplo, já não pode ser punido por este dispositivo. d. Praticar insubordinação grave. Eis aqui um exemplo da extensão da discricionariedade da punição administrativa, conforme já vimos. A gravidade da insubordinação pode fazer variar a pena, desde a simples repreensão, até a demissão a bem do serviço público. E a gravidade não está definida na lei, é essencialmente definida pela autoridade responsável pela aplicação da pena; evidentemente esta deve ter critérios de proporcionalidade, de forma que deixar de cumprir ordens será menos grave do que a insubordinação afrontosa, e esta menos grave que a insubordinação lesiva, por exemplo. e. Praticar, em serviço, ofensas contra servidores ou particulares, salvo em legítima defesa. A urbanidade é um dever do servidor, e a pena destina-se a punir os que não cumprem tal dever. Ofensas têm sentido amplo, tanto morais quanto físicas. Naturalmente que não se pode alegar ofensa 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 73 quando o servidor cumpre o seu dever, por exemplo, ofensa moral no caso de servidor que cobra dívidas. f. Lesar o patrimônio ou os cofres públicos. A maior preocupação da administração no exercício do poder disciplinar é essa – o dinheiro público; depois, vem a preocupação com o respeito à hierarquia. O compromisso com a defesa do Tesouro do Estado está implícito para o servidor, vez que este é a garantia de efetividade da ação do Estado, da própria possibilidade de o Estado realizar o fim a que se destina. g. Receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas funções, ainda que por meio de intermediários. Veja que o inciso é genérico, a propina está equiparada ao mero presente, com que muitas vezes o usuário do serviço público deseja obsequiar o servidor que o atendeu bem, com respeito e urbanidade; hoje o uso administrativo é desconsiderar presentes de valor módico, não vá a Administração empreender processo disciplinar, com direito a contraditório, ampla defesa, motivada pelo recebimento de presente de R$ 50 ou 100! Aí sim teríamos ação irrazoável, desproporcional. h. Pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem ou tenham interesses no órgão público, ou estejam sujeitos à sua fiscalização. Um inciso destinado a vedar a concessão disfarçada de propinas e vantagens a servidor, por meio de “empréstimos” que na verdade são suborno, para que o servidor venha a contribuir com ação ou omissão na rapinagem do Erário. i. Exercer a advocacia administrativa. Como vimos, o Estatuto já definira antes que quem pratica crime como a administração é passível de demissão a bem do serviço público. A advocacia administrativa é um desses crimes, descrito no art. 321 do Código Penal da seguinte maneira: “Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.” 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 73 j. Apresentar com dolo declaração falsa de salário-família, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal. A lei prevê o benefício do salário-família, que será concedido ao servidor e ao inativo de baixa renda que tenham como dependente filho ou equiparado de qualquer condição menor de 14 (quatorze) anos ou filho inválido de qualquer idade. k. Praticar ato hediondo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo. O autor do crime hediondo não precisa ter praticado ato contra a administração para ser desligado do serviço público em razão dos crimes cometidos. l. Praticar ato definido como crime ao Sistema Financeiro ou de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. Ocultação e lavagem de dinheiro são punidas neste caso por supor- se que o dinheiro havido pelo servidor desta maneira veio de malversação do dinheiro público. Os crimes contra o Sistema Financeiro são definidos pela Lei Federal 7492/86. m. Praticar ato definido em lei como de improbidade. O vocábulo latino Probus significava honesto, virtuoso; é a origem das nossas palavras probo, e probidade. O ímprobo, portanto, é o desonesto, o desprovido de virtudes. A Lei Federal n. 8.429, de 2/6/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional, classifica os atos de improbidade administrativa em três espécies: I- os que importam enriquecimentoilícito; II - os que causam prejuízo ao erário; e III - os que atentam contra os princípios da administração pública. 4.1.6 Cassação de aposentadoria e disponibilidade Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade se for provado que o servidor inativo praticou falta grave, quando em atividade, suscetível a pena de demissão ou demissão a bem do serviço público. Além disso, a pena aplica-se ao servidor que, em atividade, violou outras vedações do Estatuto, a saber: aceitou ilegalmente cargo ou 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 73 função pública; aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização do Presidente da República; praticou a usura em qualquer de suas formas. Naturalmente, estas infrações, realizadas quando em exercício, ensejam também a demissão, como violações graves, embora não estejam entre as hipóteses taxativas. 4.2 Competência para aplicação das penalidades São competentes para aplicar as penalidades: I- o governador; II- os secretários de Estado, o procurador geral do Estado e os superintendentes das autarquias; III- os chefes de gabinete - até a penalidade de suspensão; IV- os coordenadores - até a suspensão máxima de sessenta dias; V- os diretores de departamento e divisão - até a de suspensão máxima de trinta dias. Veja que há uma gradação hierárquica, em que a competência para aplicar a pena vai ficando mais restrita a medida que o nível hierárquico vai diminuindo. Havendo mais de um infrator e diversidade de sanções, a competência será da autoridade responsável pela imposição da penalidade mais grave. Na aplicação das penas disciplinares serão considerados a natureza e a gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço público. O Estatuto, pelo que vimos, determina que das penalidades sejam aplicadas de forma proporcional à infração cometida; assim, procura dar limites à discrição da autoridade para aplicação das penas. De qualquer forma, a punição arbitária, imotivada e que for aplicada sem a observância do devido processo é nula. As penas aplicadas ao servidor ficam registradas nos seus assentamentos individuais. 4.3 Extinção da punibilidade 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 73 O Estatuto prevê que o tempo decorrido entre a infração e a ação da administração para puni-la pode levar à prescrição, pela qual se extingue a punibilidade. A partir do dia em que a falta foi cometida, ou, no caso da ausência continuada, a partir do retorno do servidor ao serviço, começa a correr o prazo de prescrição, que é graduado conforme a gravidade da falta e a penalidade aplicável. Penalidade Prazo prescricional Repreensão, suspensão ou multa 2 anos Demissão, demissão a bem do serviço público, cassação de aposentadoria 5 anos Demissão ou mais grave, quando a falta for também crime tipificado Prazo de prescrição da pena criminal, se maior que 5 anos Prevalece o prazo previsto na lei penal, nos casos em que o ilícito administrativo também for crime, e a prescrição na esfera criminal for superior a 5 anos. Apenas por curiosidade, esses prazos prescricionais são enumerados no Artigo 109 do Código Penal. Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 73 4.3.1 Interrupção da prescrição A instauração de sindicância ou de processo administrativo interrompe o fluxo do prazo prescricional. Ou seja, a administração pode iniciar um processo administrativo relativo a uma falta sujeita a multa depois de um ano e onze meses da infração, sem risco de ocorrer a prescrição no decorrer do processo. O prazo prescricional não corre se houver insubsistência de vínculo, com posterior restabelecimento; ou seja, se servidor faltoso pede exoneração antes de eventual punição, e reingressa, não correu a prescrição a favor dele durante esse período em que esteve fora do serviço público. O EFP prevê ainda que, por decisão motivada da autoridade competente para aplicar a pena, o processo administrativo pode ser sobrestado, ou seja, suspenso, aguardando decisão judicial relativa ao caso. Nessa hipótese, não corre também o prazo prescricional. Uma vez reconhecida pela Administração a existência de prescrição, a autoridade responsável pelo processo tem a obrigação de determinar as providências necessárias à apuração da responsabilidade pela sua ocorrência. Diversa da prescrição é a limitação posta pelo Estatuto aos efeitos das penalidades; a semelhança entre elas é que são limites temporais. A lei determina que decorridos 5 anos de exercício a partir do cumprimento da sanção, sem cometimento de nova infração, a infração que motivou a sanção não pode mais ser considerada em prejuízo do infrator. Isso significa “apagar a mácula”; de qualquer forma, não pode a disciplina administrativa pretender fazer pagar a infração com pena superior à determinada em lei. Além disso, o EFP dispõe que a demissão e a demissão a bem do serviço público acarretam a incompatibilidade para nova investidura em cargo, função ou emprego público, pelo prazo de 5 e 10 anos, respectivamente. Depois desse prazo, o servidor pode até retornar aos Quadros do serviço público. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 73 Os procedimentos administrativos disciplinares são o meio usado pela administração para apurar os fatos envolvendo a eventual infração, a responsabilidade por ela, e para aplicar a penalidade, se for o caso. Nunca é demais que enfatizar que dentro da administração pública deve sempre prevalecer o princípio do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, sem o que todo procedimento padece de incurável nulidade. O servidor sujeito a procedimento ou processo administrativo não precisa contar com os serviços de um advogado em sua defesa, embora isso lhe seja facultado. Em São Paulo, no âmbito do Poder Executivo, a responsabilidade pela condução dos procedimentos disciplinares recai, via de regra, sobre a Procuradoria Geral do Estado, na forma do Decreto 54.050/2009, que extinguiu as antigas Comissões Processantes Permanentes, antes existentes nos órgãos, secretarias etc., presididas por Procurador, cf. art. 271 do EFP. Há carreiras que contam com estruturas próprias de correição, como as Polícias Civil e Militar, e o Fisco estadual, com leis específicas; não obstante, o processo administrativo se dá em conformidade com o previsto no Estatuto. Nos outros Poderes, da mesma forma, o EFP baliza o processo administrativo disciplinar conduzido no Tribunal de Justiçapela sua Corregedoria, na Assembléia Legislativa pela sua Comissão Processante, e no Tribunal de Contas pela sua Corregedoria. 5.1 Espécies de procedimentos disciplinares O Estatuto prevê três tipos de procedimentos disciplinares, um preparatório, ou preliminar, e outros dois punitivos. O procedimento preliminar, chamado de apuração preliminar, destina-se a investigar a existência da falta e sua autoria. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 73 Caso a investigação conclua pela existência da falta, segue-se o procedimento punitivo, pelo qual se pode aplicar penalidade ao servidor culpado. Os procedimentos punitivos são a Sindicância e o Processo Administrativo Disciplinar. A distinção entre os procedimentos punitivos é que a Sindicância é instaurada quando a falta disciplinar pode determinar penas de repreensão, suspensão ou multa. Caso a falta possa sujeitar-se às penas de demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de aposentadoria e disponibilidade, será instaurado o Processo Administrativo Disciplinar. Os procedimentos disciplinares 5.2 Apuração Preliminar O procedimento preliminar destina-se a verificar a existência de eventual falta, ante indícios quaisquer. Neste caso, a autoridade que tiver conhecimento de irregularidade está obrigada a tomar providências para sua imediata apuração. É a chamada apuração preliminar. Ou seja, se há indícios de falta, a autoridade deve realizar investigação, para determinar se de fato houve infração, e se há responsabilidade de servidor. Artigo 265 — A autoridade realizará apuração preliminar, de indícios Apuração Preliminar Sindicância falta mais leve Processo Administrativo Disciplinar falta mais grave arquivo 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 73 natureza simplesmente investigativa, quando a infração não estiver suficientemente caracterizada ou definida autoria. § 1º — A apuração preliminar deverá ser concluída no prazo de 30 (trinta) dias. § 2º — Não concluída no prazo a apuração, a autoridade deverá imediatamente encaminhar ao Chefe de Gabinete relatório das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o término dos trabalhos. § 3º — Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar fundamentadamente pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância ou de processo administrativo. Antes do processo administrativo propriamente dito, há a apuração preliminar, realizada mediante a notícia recebida pela autoridade de possível irregularidade. Ela é realizada caso não esteja suficientemente caracterizada a infração, ou definida a autoria. A autoridade que presidir a apuração deverá buscar os elementos indispensáveis para tentar estabelecer a verdade dos fatos, tais como: autor do fato, se houver, e sua qualificação; quando o fato ocorreu (hora, dia, mês, ano, ou data aproximada); local do fato; quais as provas existentes (documentos, testemunhas, denúncias, atestados, etc.); as faltas cometidas; o montante do prejuízo, se houver. Há outros elementos, embora não sejam indispensáveis, que podem constar da apuração preliminar, e serão úteis no desenvolvimento do procedimento disciplinar, como a motivação para a prática do ilícito, por exemplo. As apurações preliminares podem ser presididas por um único servidor. O EFP fala em “autoridade” responsável, e vimos que o poder disciplinar da administração tem relação, embora não se confunda, com o poder hierárquico. Assim, a realização de apuração preliminar pode ser determinada por qualquer autoridade, até o diretor de serviço. Pode delegar a servidor sob suas ordens a realização das providências pertinentes. A apuração preliminar deverá ser concluída no prazo de trinta dias. Não concluída neste prazo, a autoridade encarregada da apuração deverá 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 73 encaminhar ao chefe de gabinete relatório das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o término dos trabalhos. Ao final dos trabalhos de apuração, o servidor que presidir a investigação deve opinar fundamentadamente acerca dos resultados do seu trabalho, para propor o arquivamento do expediente/processo, caso os indícios sejam infundados, OU a instauração de procedimento disciplinar punitivo, como vimos, Sindicância ou Processo Administrativo Disciplinar. 5.3 Concluída a apuração preliminar, com parecer concluindo pela existência de falta, e de falta sujeita a demissão, demissão a bem do serviço público ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a autoridade competente deve determinar a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD). São competentes para determinar a instauração de PAD as seguintes autoridades: o Governador; os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Estado e os Superintendentes de Autarquia; os Chefes de Gabinete os Coordenadores O PAD é geralmente conduzido por Comissão Processante. O Presidente da Comissão deverá promover em até 8 dias da determinação da autoridade competente a abertura do Processo. A instauração é feita por meio de Portaria, forma de ato administrativo, como vocês já estudaram em Direito Administrativo. Certas formalidades, previstas na lei estatutária, são obrigatórias, pois configuram o devido processo legal; sua inobservância pode acarretar até a nulidade do procedimento. Por exemplo, da Portaria de instauração do devem constar: o nome e identificação do acusado; a descrição sucinta dos fatos; a infração que lhe é atribuída, com a indicação das normas infringidas; a penalidade mais elevada em tese cabível. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 73 A seguir, a próxima providência deve ser despacho do Presidente da comissão, fixando da data de audiência de interrogatório do acusado, e determinando a sua citação. A citação é ato formal que dá ciência ao servidor das acusações que lhe são imputadas, para que se defenda. Dá-se formalmente através do mandado de citação, documento que deve conter cópia da Portaria inicial, e informar a data e local para a oitiva do acusado. O acusado deve estar acompanhado de advogado; caso não tenha será defendido por advogado dativo. Além disso, mesmo que não constitua advogado inicialmente, pode vir a constituí-lo durante o processo. A citação deve ser pessoal, diretamente ao acusado, ou por meio do superior hierárquico, nunca a menos de dois dias da data do interrogatório. Caso seja impossível localizar o servidor acusado, pode-se em último caso pode-se fazer a citação por edital, publicado no Diário Oficial. Nem sempre o procedimento disciplinar se inicia devido a uma denúncia formal. Caso haja denunciante, este deve ser chamado a depor sobre os fatos que denuncia, antes do interrogatório do acusado. O acusado ficará ciente da data e da hora do depoimento do denunciante através do mandado de citação. Seu advogado deve acompanhar o depoimento, mas não ele, que, de resto, pode ficar ciente do que declarou o denunciante antes do seu próprio interrogatório. O depoimento de denunciante não é nem prova nem testemunho, é apenas um acréscimo à denúncia inicial. Na data e hora designadas, o acusado deve comparecer para responder à inquirição da comissão processante. Caso não compareça,o presidente pode designar nova data, ou declarar a sua revelia, nomeando desde logo advogado dativo, de forma a que o acusado não deixe de exercer sua defesa. As declarações serão reduzidas a termo, isto é, formalmente transcritas, e assinadas pelo acusado, com o que podem ser juntadas ao processo, ou seja, passam a fazer parte do processo. São formalidades necessárias para o curso normal do processo. O acusado pode requerer que sejam ouvidas até 5 testemunhas, e terá prazo de 3 dias a partir da data do interrogatório para produzir e apresentar provas em sua defesa, caso requeira. Além disso, o acusado 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 73 pode assistir a todos os atos do processo, e tomar ciência do seu conteúdo. O presidente da comissão poderá solicitar o depoimento de outras 5 testemunhas também, no período de Instrução do Processo. 5.3.1 Instrução Inquiridos os acusados, inicia-se a instrução do processo, durante a qual virão aos autos as provas testemunhais, documentais, ou periciais que forem produzidas. Inicialmente o Presidente deve indicar as testemunhas arroladas pela Comissão, e pelo acusado, e tomar providências para a notificação delas, marcando data e hora da tomada de declarações. A oitiva das testemunhas deve seguir a ordem, primeiro as da comissão, depois as do acusado. Se a testemunha for servidor, e recusar-se a depor, pode ter seu salário suspenso até atender à solicitação da administração; aliás, isso pode ser feito a qualquer servidor que recusar-se a atender solicitação da comissão no andamento do processo. Sendo servidor, terá direito a indenização de transporte e diárias se tiver de depor em outra cidade. Além disso, o depoimento no processo disciplinar pode ser tomado por carta precatória, pela “autoridade do lugar”, como diz o EFP. Em suma, nos termos legais, essa autoridade não tem nem de ser do mesmo órgão do acusado. O depoimento das testemunhas será reduzido a termo e juntado aos autos, conforme já vimos. Além disso, o presidente pode solicitar, a qualquer tempo, que se façam diligências, motivadamente, ou requisitar o serviço de peritos. 5.3.2 Impedimentos A testemunha não pode deixar de depor, a não ser que seja ascendente, descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 73 do fato e de suas circunstâncias. Da mesma forma, os parentes do denunciante são proibidos de depor, observada a mesma exceção. Além disso, são proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. Estes são os impedimentos para testemunhas; além disso, o EFP prevê restrições para atuação de parentes e pessoas próximas ao acusado e ao denunciante no processo administrativo, como membro da comissão processante, e nem mesmo na apuração preliminar. Assim, não pode tomar parte no processo pessoa que for amigo íntimo ou inimigo, parente consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado, bem assim o subordinado deste. Há também modalidades de impedimento ao exercício do cargo, ou afastamento do acusado, que a autoridade responsável pode determinar, motivadamente, durante o processo, e em benefício deste. São as seguintes: I — afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a moralidade administrativa ou a apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma única vez por igual período; II — designação do servidor acusado para o exercício de atividades exclusivamente burocráticas até decisão final do procedimento; III — recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas; IV — proibição do porte de armas; V — comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para tomar ciência dos atos do procedimento. 5.3.4 Fatos novos; fim da instrução Se, no decorrer dos procedimentos de instrução, ou mesmo antes, forem constatados novos fatos imputáveis ao acusado, pode ser iniciado novo procedimento, ou aditada a portaria de instauração para dar conta dos fatos novos, reabrindo-se a possibilidade de defesa. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 73 No curso normal do Processo, verificando-se realizadas todas as providências para produção de provas na instrução, o Presidente encerra a instrução probatória. Segue-se prazo de 7 dias para apresentação de alegações finais pela defesa; caso não sejam apresentadas no prazo, o Presidente designará advogado dativo para fazê-lo. Apresentadas as alegações finais, a Comissão tem 10 dias para concluir seu relatório a respeito do caso, que deverá descrever, em relação a cada acusado, separadamente, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição ou punição, e indicando, nesse caso, a pena que entender cabível. Além disso, o relatório pode conter sugestão de quaisquer outras providências de interesse do serviço público. Uma vez juntado o relatório aos autos, o processo será encaminhado à autoridade que determinou sua instauração. Recebendo o processo relatado, a autoridade que houver determinado sua instauração deverá, no prazo de 20 dias, proferir o julgamento ou, se julgar necessário para formar sua convicção, determinar a realização de diligência adicional, sempre que necessária ao esclarecimento de fatos. Caso as penalidades eventualmente resultantes estejam além da competência da autoridade que determinou a instauração, esta deverá propô-las à autoridade competente, enviando-lhe o processo. As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do Estado, bem como averbadas no registro funcional do servidor. 5.3.5 Imputação de Crime Quando ocorrem simultaneamente crime e infração administrativa, a autoridade administrativa e a criminal devem colaborar umas com as outras, na forma dos Artigos transcritos abaixo. Artigo 302 — Quando ao funcionário se imputar crime, praticado na esfera administrativa, a autoridade que determinou a instauração do 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 73 processo administrativo providenciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial. Parágrafo único — Quando se tratar de crime praticado fora da esfera administrativa, a autoridade policial dará ciência dele à autoridade administrativa. Artigo 303 — As autoridades responsáveis pela condução do processo administrativo e do inquérito policial se auxiliarão para que os mesmos se concluam dentro dos prazos respectivos. Artigo 304 — Quando o ato atribuído ao funcionário for considerado criminoso, serão remetidas à autoridade competente cópias autenticadas das peças essenciais do processo. 5.4 Abandono de cargo Nos casos de abandono de cargo, sujeito à pena de demissão, é necessário instaurar processo administrativo disciplinar. Mas é desnecessária a apuração preliminar, pois está clara desde logo a autoria, mediante Certidãode freqüência do órgão de recursos humanos. Os demais procedimentos devem ser realizados. O processo será extinto caso o servidor pela exoneração até a data de seu interrogatório pela comissão. 5.5 Sindicância A sindicância, como vimos, é um procedimento disciplinar destinado a punir por falta menos grave, sujeita a repreensão, suspensão ou multa. É um processo mais sucinto; o EFP sujeita a Sindicância às mesmas regras do PAD, exceto que o acusado e a comissão podem arrolar até 3 testemunhas, o prazo dos trabalhos é de 60 dias, e, quanto às autoridades que podem instaurá-la, além das previstas para o PAD, incluem-se os Diretores de Departamento e Divisão. O Estatuto prevê ainda novas possibilidades de exame da matéria julgada em procedimento disciplinar, de forma a dar ensejo à ampla defesa, e em respeito ao devido processo. São o recurso e a revisão, previstas nos artigos 312 a 321. 5.6 Recurso 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 73 Caberá recurso contra decisão que aplicar penalidade; pode ser formulado dentro do prazo de trinta dias, contados desde a publicação da decisão. Do recurso deverá constar, além do nome e da qualificação do recorrente, a exposição das razões de inconformismo, e a autoridade que aplicou a pena terá prazo de dez dias para manter sua decisão ou reformá-la. Caso mantenha, a autoridade deve submeter o recurso, de ofício, ao superior hierárquico. O recurso será apreciado pela autoridade competente, ainda que incorretamente denominado ou endereçado. O recurso a decisão do Governador, que não possui superior hierárquico, é chamado de reconsideração. A reconsideração, que só pode ser solicitada uma vez, tem por objeto decisão tomada pelo governador do Estado, em única instância. Os recursos não têm efeito suspensivo; o que for provido dará lugar às retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo. 5.6.1 Revisão Se surgirem fatos ou circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de procedimento que possam justificar a redução ou a anulação da pena aplicada, admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão da punição disciplinar da qual não caiba mais recurso. A competência para efetuar a revisão será da autoridade que aplicou a penalidade, ou da que a tiver confirmado em grau de recurso. A pena imposta não será agravada pela revisão. O ônus da prova caberá ao requerente. A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a classificação da infração, absolver o punido, modificar a pena ou anular o processo, restabelecendo os direitos atingidos pela decisão reformada. Não tem efeito suspensivo, da mesma forma que o recurso. 5.7 Nulidade 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 73 Os atos nulos só prejudicarão a validade do processo e de eventual penalidade se tiverem influído na apuração da verdade ou diretamente na decisão do processo ou sindicância. 6. Considerações finais Meus caros amigos e amigas, chegamos com isso ao final da nossa última aula sobre o Estatuto. Espero que tenha sido proveitosa essa última aula, e que vocês relembrem as anteriores, de forma que as três aulas formem um todo. Transcrevi do Estatuto apenas os artigos que me pareceram importantes, e que quase se explicavam por si. Espero que essas três aulas tenham explicado a Lei em sua totalidade para vocês; de qualquer forma, se alguém quiser ler o texto legal na sua totalidade, embora eu tenha feito as aulas para dispensá-los disso, pode consultar o endereço: http://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/1968/compilacao- lei%20n.10.261,%20de%2028.10.1968.htm É um link atualizado; cuidado para não acessar um outro texto, via Google, que não esteja atualizado. Se você abrir a versão original do Estatuto (e existe na internet), vai ficar confuso. Cuidado! Fico a disposição de vocês para resolver quaisquer dúvidas através do e mail marcosvanacker@estrategiaconcursos.com.br . De resto, desejo a vocês muita tranqüilidade, muitos estudos nessa reta final, sem ansiedade, e, como nunca é demais, BOA SORTE! Deixo algumas questões para que vocês possam se divertir! Abraços, Marcos 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 73 QUESTÕES COMENTADAS 1. (Esaf/ANA/2009 – adaptada) São hipóteses de demissão a bem do serviço público do servidor regido pela Lei 10.261/68: I. agressão física a um colega de trabalho, no ambiente interno da repartição, salvo legítima defesa; II. enriquecimento ilícito no exercício da função; III. divulgar informação obtida em razão do cargo, mas que deveria permanecer em segredo; IV. praticar a usura. Estão corretas: a) todas as alternativas; b) as alternativas I, II e III; c) as alternativas I e II; d) as alternativas II e III; e) nenhuma das alternativas. _______________ Comentários: A usura é vedada no EFP, muito provavelmente pela ascendência que o credor pode adquirir sobre os devedores, interferindo até na hierarquia funcional, que, como vimos, é importante no serviço público. De qualquer forma, é penalizada no EFP com a cassação de aposentadoria e disponibilidade. As demais condutas são penalizáveis com a demissão a bem do serviço público. Gabarito: B 2. (Cespe-UNb/TRT-RJ/2008 – adaptada) As penalidades administrativas previstas no Estatuto incluem a: I. demissão; II. exoneração; III. repreensão; IV. expulsão. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 73 A quantidades de item certos é igual a: a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 _______________ Comentários: Vimos que exoneração é hipótese de vacância não decorrente de penalidade. Não existe previsão de expulsão tecnicamente no EFP. Portanto, temos 2 itens corretos. Gabarito: B 3. (2010/FCC – DEFENSORIA/SP – OFICIAL) A responsabilização do funcionário público na esfera administrativa (A) impede a instauração de processo para aplicação de penalidade civil ou penal. (B) não exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal cabível. (C) não exime o funcionário da responsabilidade penal, vedada, entretanto, a responsabilização civil. (D) impede a instauração de processo penal, cabível, apenas o arbitramento de indenização na esfera civil. (E) não exime o funcionário da responsabilidade civil, ficando o processo, no entanto, suspenso até o trânsito em julgado da decisão administrativa. Comentários: Vamos falar um pouco da responsabilização do servidor estadual de SP, a partir de entendimentos da doutrina, inicialmente, e citando na Lei 10.261, de 1968, o dispositivo necessário para gabaritarmos essa questão. Cargos públicos devem ser exercidos com normalidade, ou seja, dentro dos limites da Lei. O indevido exercício do cargo levará o seu ocupante, o servidor, a responder pelas infrações cometidas. Conhecidamente, a responsabilização do servidor pode ocorrer em três esferas: civil (prejuízo material), penal (crimes e contravenções) e administrativa, de acordo com o caso. Essas esferas, com as respectivas penalidades, ainda que independentes, poderão ser cumulativas, é dizer, um servidor que tenha sofrido uma sanção na esfera administrativa poderá também ser 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Ackerwww.estrategiaconcursos.com.br 32 de 73 apenado cível e penalmente, em razão de um mesmo fato. Destrinche-se essa última assertiva, tendo em conta, sobretudo, a apuração criminal. A absolvição penal negando a autoria do crime ou a afirmando a inexistência do fato interfere nas outras duas esferas (civil e administrativa). Quanto à esfera administrativa, basta ver o §2º do art. 250 da 10.261, que está em linha com a 8.112, nesse ponto. Por que a esfera criminal repercute nas demais? Isso se deve à apreciação das provas na esfera criminal, que é muito mais ampla, mais minudente. De fato, o Juiz criminalista é o mais cuidadoso possível na condução do processo de sua competência e na aplicação da pena de sua alçada, até tendo em conta que as penas “capitais” em nosso país, praticamente, vêm da esfera criminal (não há prisão por dívida/civil no Brasil, salvo aquele caso “bobo” que o examinador não coloca mais em prova: não pagamento de pensão alimentícia). De toda forma, se na esfera criminal houve a absolvição por insuficiência de provas, o resultado não interfere nas demais instâncias, nas quais se poderia muito bem aplicar punições ao servidor infrator. Um pequeno exemplo simplifica. Suponhamos que haja desaparecido um note book na Secretaria de Fazenda. Feita a denúncia criminal e instaurado o processo judicial, o Juiz responsável absolve o potencial infrator, pela falta de provas cabais que levem à conclusão de aquele servidor seria, efetivamente, o culpado. A situação, que não é tão rara, ocorre, no essencial, por conta de dois princípios: em dúvida, em benefício do réu; e, todos são inocentes até que se PROVE o contrário. Desse modo, havendo dúvida se o servidor seria, ou não, culpado, resta ao Juiz absolvê-lo. Pois bem. Instaurado um processo administrativo (de natureza disciplinar), a Administração estaria impedida de aplicar uma punição ao faltoso? NÃO. Por exemplo: adverti-lo, em razão de não ter guardado o equipamento em local adequado, no qual ficasse fora do alcance de pessoas mal intencionadas. Em suma: é possível punição administrativa no caso de absolvição criminal por insuficiência de provas, até em razão mesmo da 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 73 natureza das punições administrativas, bem mais “leves” que as criminais. Alguns autores gostam de chamar essa situação de “resíduo administrativo”: a infração potencial não poderia ser punida criminalmente, ante a insuficiência de provas para tanto, mas poderia ser punida administrativamente, desde que haja provas para tal fim. Desnecessária, portanto, a conclusão (ou sequer a instauração) de processo criminal para que uma eventual punição administrativa seja aplicada a um servidor faltoso. Há muita controvérsia doutrinária a respeito da condenação na esfera penal. A controvérsia está em saber se sentença condenatória, afinal, repercute, ou não, na esfera administrativa. No entendimento majoritário da doutrina, não há influência direta da esfera penal, nessa hipótese (condenação). Desse modo, caso o judiciário condene o servidor, a sentença deverá especificar, se for o caso, quais os efeitos na esfera administrativa. A responsabilização civil pressupõe que houve um prejuízo material causado a alguém e tem por fim a reparação do dano. No caso de falecimento do servidor que houver proporcionado o prejuízo, a obrigação de ressarcir se estende aos herdeiros (sucessores) até o limite do valor da herança recebida. Todavia, a questão trata da responsabilidade administrativa do servidor, ou seja, pelo indevido exercício de seu cargo. Nesse quadro, reitero: as esferas são independentes, sendo que um só fato pode levar à responsabilização nas três esferas. Assim, mesmo que o servidor seja responsabilizado, administrativamente, pode, ainda, responder civil e administrativamente, nos termos do art. 250 da 10.261. Olha só o que consta do dispositivo: Artigo 250 - A responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado, na forma dos arts. 247 e 248, o exame da pena disciplinar em que incorrer. Ficou fácil agora: LETRA B, pois mesmo que o servidor seja “condenado” administrativamente, pode responder, ainda, nas duas outras duas esferas. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 73 Gabarito: B. 4. (2004/VUNESP – TJ/SP – Escrevente) Nos termos da Lei n.o 10.261/68 e suas alterações, o funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, (A) só por dolo, devidamente apurado. (B) só por culpa, devidamente apurada. (C) independentemente de dolo ou culpa, mas com averiguação preliminar para indicar o causador do dano. (D) por dolo ou culpa, devidamente apurados. (E) por mera culpa levíssima, independentemente de prévia apuração. Comentários: A questão é relativamente simples, desde que vejamos o que diz o art. 245 da Lei 10.261: O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados. Logo, gabarito: letra D. Apenas um “aviso”: o servidor responde subjetivamente, ou seja, só se for culpado (em sentido amplo, envolvendo dolo e culpa) pelo prejuízo causado a alguém. Já a responsabilidade da Administração Pública PODERÁ SER OBJETIVA, nos termos do §6º do art. 37 da CF/1988. Gabarito: alternativa D. 5. (2010/FCC – TCE/SP – AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA) O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados, caracterizando, dentre outras hipóteses, a responsabilidade por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual. Neste caso, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de (A) repreensão e, na reincidência, a de demissão. (B) suspensão e, na reincidência, a de demissão. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 73 (C) repreensão e, na reincidência, a de suspensão. (D) demissão. (E) multa pecuniária cumulada com repreensão. Comentários: Para um primeiro esclarecimento, vejamos o que diz o art. 251 da norma: Artigo 251 - São penas disciplinares: I - repreensão; II - suspensão; III - multa; IV - demissão; V - demissão a bem do serviço público; e VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade Note que, no lugar da advertência, a 10.261 fala de “repreensão”, que é uma penalidade menos severa que as demais. Para chegar ao gabarito da questão, precisamos de uma interpretação sistemática. Primeiro, olha o que diz o parágrafo único do art. 248 da Lei 10.261: Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo único do art. 245, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão. Já o referido item IV do parágrafo único do art. 245 diz: Parágrafo único - Caracteriza-se especialmente a responsabilidade: IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual. Daí fica assim: o servidor do estado de São Paulo que proceder a erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual será devidamente responsabilizado, sujeitando-se à pena de repreensão, que é mais “light”. Se houver reincidência, sujeitar-se-á à suspensão. E tudo isso se não houver má-fé. Assim, procura lá nas assertivas, o gabarito... Achou? Isso mesmo, letra C! Gabarito: C.6. (2010/FCC – DEFENSORIA/SP – OFICIAL) De acordo com o rol elencado pela Lei Estadual no 10.261/68 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado), podem ser aplicadas como penalidades disciplinares aos funcionários públicos: (A) remoção e demissão. (B) aposentadoria compulsória e multa. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 73 (C) advertência e exoneração a bem do serviço público. (D) cassação de aposentadoria e suspensão. (E) repreensão e remoção. Comentários: A gente já viu quais são as penas aplicáveis aos servidores do Estado de SP. Só para repassar o art. 251 da 10.261. Vejamos, de novo, as penalidades aplicáveis: I - repreensão; II - suspensão; III - multa; IV - demissão; V - demissão a bem do serviço público; e VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade Gabarito, mole, letra D, claro. Mas vamos fazer alguns comentários aos outros itens: - na letra “A”: remoção não é punição, mas sim forma de ajuste de lotação, na 10.261. Caso queiram, façam breve leitura do art. 43 ao 46 da norma. - na letra “B”: aposentadoria compulsória, para servidores públicos estatutários, não é penalidade, mas consequência de se ter atingido a “idade-limite” para o desempenho do cargo público, qual seja, 70 anos de idade. Ah – a aposentadoria é “tão compulsória” que ela é dada independente de publicação do ato. Vejam no art. 224 da 10.261, para confirmar: Artigo 224 - A aposentadoria compulsória prevista no item II do art. 222 é automática. Parágrafo único - O funcionário se afastará no dia imediato àquele em que atingir a idade limite, independentemente da publicação do ato declaratório da aposentadoria. Ou seja, completou 70 anos, parceiro, já era! Acabou! É fim! Ainda bem, aliás... - letra “C”: não existe hipótese de exoneração a bem do serviço público. Seria DEMISSÃO a bem do serviço público. - letra “E”: vide comentários da letra A, quanto à remoção, que não é penalidade, como dissemos. Gabarito: D. 7. (2004/VUNESP – TJ/SP – Escrevente) O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n.o 10.261/68 e suas 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 73 alterações) estabelece que o funcionário que sofrer pena de suspensão, aplicada em caso de falta grave ou de reincidência, (A) perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do seu cargo. (B) perderá apenas as vantagens pessoais decorrentes do exercício do cargo. (C) perderá somente o número de dias referentes aos da sua suspensão, se eles excederem noventa dias. (D) perderá somente o número de dias referentes aos da sua suspensão. (E) não perderá nenhuma vantagem ou direito decorrente do exercício do cargo. Comentários: Esta questão não é de direito. É de lógica. Volta e meia alguém pergunta em sala de aula: professor, o servidor durante o período em que está suspenso, ele recebe alguma remuneração? Claro que não! Se recebesse, viraria férias! Olha só o que dia o art. 254: § 1º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo. Ficou mole... Letra A, claro! Dois detalhes: a) Alguns podem ter estranhado o comando do item, que diz que o funcionário que sofrer pena de suspensão, aplicada em caso de falta grave ou de reincidência... Mas, reincidência de quê, alguns devem ter se perguntado. Na realidade, seria reincidência de hipótese de REPREENSÃO, à semelhança do que diz a 8.112, quanto à advertência: se o servidor federal reincidir em hipóteses de advertência, será SUSPENSO, por até 90 dias, que, aliás, é também o período máximo de suspensão, na Lei 10.261; e, b) A autoridade que aplicar a pena de suspensão pode converter essa penalidade em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo o funcionário, nesse caso, obrigado a permanecer em serviço. Assim, o servidor trabalhará 90 dias, mas receberá só 45 dias, caso a AUTORIDADE resolva converter a suspensão em multa. Notem que destacamos que a AUTORIDADE É QUEM DECIDE: se quiser, converte a suspensão na base de 50% valor/dia de vencimento ou remuneração. Gabarito: A. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 73 8. (2010/VUNESP – TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA) Conforme o disposto na Lei n.o 10.261/68, o funcionário público que, comprovadamente, causou prejuízo em razão de erro de cálculo contra a Fazenda Estadual, mas não agiu de má-fé e não é reincidente, (A) ficará sujeito à pena de repreensão. (B) não deverá ser responsabilizado administrativamente. (C) estará sujeito à pena de exoneração do serviço público. (D) deverá ser demitido a bem do serviço público. (E) deverá ser suspenso das suas funções pelo prazo de 30 dias. Comentários: Fixação, pois resolvemos esta questão mais acima. Para fixar, mesmo, vejamos novamente, o art. 248: Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo único do art. 245, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão. Note que o comando do item fala que o servidor que comprovadamente, causou prejuízo, não agiu de má-fé, e, mais importante, NÃO É REINCIDENTE, pois, se fosse, seria suspenso. Como não é reincidente, fica sujeito à pena de repreensão. Logo, o gabarito é a letra A. Gabarito: A. 9. (2006/VUNESP – TJ/SP – Escrevente) Consoante o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, poderá ser aplicada a pena de: (A) demissão, nos casos de indisciplina. (B) multa e de repreensão, nos casos de procedimento irregular de natureza grave. (C) suspensão, por até 120 dias, no caso de aplicação indevida de dinheiro público. (D) suspensão, por até 180 dias, no caso de reincidência na ausência ao serviço, por mais de 60 dias durante um ano, sem causa justificável. (E) demissão nos casos de ineficiência no serviço. Comentários: Já vimos quais são as penalidades existentes no estatuto dos servidores de SP. Assim, nesta questão, vamos partir direto para os itens: - Letra a: ERRADO. Nos casos de indisciplina, a penalidade aplicável é a REPREENSÃO, nos termos do art. 253, 10.261. Não é demissão. 09763698774 Lei 10.261/68 p/ TJ-SP Teoria e exercícios comentados Prof Marcos Van Acker ʹ Aula 02 Prof. Marcos Van Acker www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 73 - Letra B: ERRADO. Procedimento irregular de natureza grave é hipótese de DEMISSÃO, não de multa/repreensão. Confiram no art. 256, inc. II, 10.261. - Letra C: ERRADO. Aplicação indevida de dinheiro público é hipótese de DEMISSÃO, não de suspensão. Confiram no art. 256, inc. IV, da Lei 10.261. - Letra D: ERRADO. O art. 256, inc. V, diz ser hipótese de demissão a ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente, durante 1 (um) ano. Não é suspensão, portanto. - Letra E: tá CERTA. A demissão, de acordo com o estatuto paulista, deve ser aplicada nos casos de ineficiência no serviço (art. 256, inc. III, da Lei 10.261). Gabarito: E. 10. (2004/VUNESP – TJ/SP – Escrevente) É proibido ao funcionário público estadual, nos termos da Lei n.o 10.261/68 e suas alterações, (A) deixar de comparecer ao serviço com causa justificada. (B) entreter-se, durante as horas de trabalho, com leituras inerentes ao serviço. (C) ingerir bebidas alcoólicas fora do período de trabalho. (D) requerer privilégio de invenção própria.
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