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KOCH, Ingedore Villaça. Escrita e interação. In: Ler e escrever: estratégias de produção textual

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RESUMO 
KOCH, Ingedore Villaça. Ler e escrever: estratégias de produção textual. In: escrita e 
interação. Orgs: Ingedore Villaça Koch, Vanda Maria Elias. 2. Ed. São Paulo: contexto, 
2012, p31-52. 
 
O capítulo 2, intitulado “Escrita e interação”, do livro Ler e escrever: estratégias de 
produção textual, de autoria de KOCH e ELIAS (2012), inicia-se com uma frase 
interrogativa: o que é a escrita? A partir desta pergunta é proposto um debate acerca do 
que seja a escrita. As autoras argumentam que responder a essa pergunta é uma tarefa 
difícil, visto que escrever envolve aspectos de natureza variada: linguística, cognitiva, 
pragmática, sócio-histórica e cultural. Mas afirmam que hoje, diferentemente de outros 
tempos, em que era bem comum a existência de comunidades Ágrafas, a escrita faz 
parte da nossa vida, pois somos constantemente solicitados a escrever e ler textos de 
vários gêneros, e isso prova que a escrita, que antes era restrita a poucos, hoje se 
popularizou. 
As autoras abordam três tópicos importantes em relação à escrita: a escrita com foco na 
língua, foco no escritor e foco na interação. Elas ressaltam que o texto deve seguir aos 
padrões e às regras impostas pelo código linguístico, para assim atingir seu resultado 
final: ser entendido pelo leitor, mas o leitor deve ter conhecimento do código para que 
tal resultado seja obtido. Ao falar da Escrita: foco no escritor, KOCH e ELIAS 
argumentam que a escrita é fruto do pensamento, dos sentimentos e das experiências de 
alguém que deseja que estes sejam captados pelo leitor da maneira como foram 
idealizados. O escritor se expressa, mas sem levar em conta as experiências, o repertório 
do leitor. A intenção é apenas transmitir suas ideias. No tópico seguinte, intitulado 
“Escrita: foco na interação”, diferentemente das concepções anteriores, o escritor, ao 
desenvolver seu texto, não pensa apenas nas regras da língua e em suas intenções, mas 
pensa também no seu leitor. Ao escrever, o autor preocupa-se com a interação, leva em 
conta que o leitor também faz parte desse processo interacional, dessa troca de 
conhecimentos, mas claro, sem deixar as regras de lado, contudo elas deixam de ser a 
parte mais importante, pois o texto é pensado e direcionado ao leitor, e não somente a 
um conjunto de regras. Com estes três tópicos, as autoras mostram as diferentes 
maneiras de produção textual, ou seja, a produção da escrita em diferentes focos: nas 
regras gramaticais, na intencionalidade do produtor do texto e na interação escritor-
leitor. 
Após falar da interação escritor-texto-leitor, KOCH e ELIAS fazem uma explanação 
sobre a escrita e ativação dos conhecimentos, mostrando que, ao escrever, o autor 
recorre a diversos conhecimentos que tem em sua memória, para assim desenvolver a 
escrita, são eles: conhecimento linguístico, conhecimento enciclopédico, conhecimento 
de textos e conhecimentos interacionais. Esses conhecimentos mudam conforme as 
experiências e convenções sociais. De acordo com as autoras, a atividade de escrever 
exige que o produtor do texto tenha conhecimento sobre as regras da gramática, sobre 
os empregos corretos das vírgulas e demais pontuações. Isso é fundamental, pois facilita 
a comunicação entre escritor e leitor. Para produzir um bom texto, com palavras escritas 
corretamente, o escritor recorre a seus conhecimentos linguísticos. O próximo 
conhecimento é o enciclopédico, que, conforme as autoras, mostra-se presente quando o 
escritor, ao produzir músicas, tirinhas etc., recorre a tais conhecimentos que tem na 
memória, sejam eles cultural, literário, histórico ou científico. KOCH e ELIAS apontam 
que muitos textos de humor utilizam-se desse conhecimento enciclopédico para tornar 
os textos engraçados, mas o leitor só entenderá se também for conhecedor do assunto. 
KOCH afirma que 
Em nossa atividade de escrita, recorremos constantemente a conhecimentos 
sobre coisas do mundo que se encontram armazenados em nossa memória, 
como se tivéssemos uma enciclopédia em nossa mente, constituída de forma 
personalizada, com base em conhecimentos de que ouvimos falar ou que 
lemos, ou adquirimos em vivências e experiências variadas. (p41) 
 
Esses conhecimentos armazenados em nossa memória são fundamentais para que se 
entenda certos textos, tirinhas, músicas etc., pois podemos recorrer a eles quando for 
preciso. 
Para elaborar um texto, o escritor ativa conhecimentos sobre o gênero, a estrutura e 
finalidade do texto. No tópico Conhecimento de textos, as autoras utilizam um exemplo 
que fala sobre a elaboração de um currículo, em que a personagem pergunta se o 
currículo pode conter informações sobre a autoestima, o que provoca o efeito de humor, 
pois o modelo atual de currículo diz quais informações devem ser colocadas nesse 
gênero textual. Se o leitor não tiver conhecimento sobre os gêneros textuais e sobre a 
elaboração de um currículo, consequentemente não entenderá o efeito humorístico. No 
último tópico deste capítulo, KOCH e ELIAS retomam o assunto “interação”, e deixam 
claro que o escritor, com base em seus conhecimentos interacionais, configura o texto 
de acordo com a intenção de ambos: do produtor, que deseja passar a informação, e do 
leitor, que busca um texto de fácil entendimento e que lhe dê o que procura. O autor, ao 
desenvolver certos textos, pensa no leitor e na quantidade de informações necessárias 
numa situação comunicativa. 
No texto abordado, as autoras mostram que o escritor, ao produzir um texto, recorre a 
conhecimentos que possui sobre diversos assuntos: o conhecimento linguístico, que 
exige que o escritor do texto tenha conhecimento sobre as regras gramaticais; o 
conhecimento enciclopédico, em que o autor, ao produzir músicas, tirinhas etc., utiliza 
conhecimentos que tem na memória: cultural, literário, histórico e científico; o 
conhecimento de textos: sobre o gênero, a estrutura e finalidade do texto e 
conhecimentos interacionais, em que o autor, ao desenvolver certos textos, pensa no 
leitor e na quantidade de informação necessária numa situação comunicativa. O leitor 
precisa possuir tais conhecimentos para que possa compreender o texto e o que o autor 
deseja repassar.

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