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INTRODUÇÃO ● Toda e qualquer atividade humana expõe a esforços físicos e riscos de acidentes = passa-se mais tempo no ambiente de trabalho que em qualquer outro = levar em consideração os efeitos que a atividade profissional causa à saúde humana. ● Trabalhador é exposto a produtos químicos, radiações, doenças e solicitações físicas repetitivas em níveis acima do aceitável, que provocam deteriorações no corpo em curto, médio e longo prazos; muitas vezes incapacitando o indivíduo para exercer sua profissão. ● Biossegurança: é uma ciência interdisciplinar cujo objetivo é proteger tanto o trabalhador como o objeto de trabalho dos riscos inerentes à atividade do profissional. Entenda como objetos de trabalho o paciente, o material de pesquisa, o alimento processado, os animais e as plantas tratados, e o meio ambiente. ● Biossegurança e bioética possuem relação = objetiva a proteção de indivíduos (Lei n. 11.105/2005). ● É um estudo que visa à prevenção de riscos ou, se não for possível, à contenção dos agentes perigosos. Para isso, busca-se o estudo dos mecanismos de ação desses agentes e, então, estabelecem-se procedimentos seguros de ação. ● A maioria dos acidentes de trabalho é decorrente de imperícia, negligência e, até mesmo, imprudência dos operadores, portanto, a regra de ouro na prevenção de acidentes é atenção e bom senso. ● Boas práticas: procedimentos seguros de trabalho. Esses procedimentos são estabelecidos com antecedência, baseando-se em normas técnicas, na legislação vigente, no histórico da atividade ou, simplesmente, na prática e no bom senso. ● Boas práticas: antecedência – função principal de qualquer procedimento de segurança é evitar o acidente. As atividades profissionais na área da saúde possuem riscos inerentes ao ramo, já que frequentemente o profissional está exposto a microrganismos patogênicos, substâncias perigosas ou animais agressivos. ● Executar o trabalho seguindo rigorosamente os procedimentos estabelecidos pelas boas práticas, além de tornar a atividade segura, torna-a repetitiva, reduzindo a variação nos resultados. PERIGOS Diferença entre perigo e risco: ● Perigo é qualquer agente que cause dano à saúde ou à integridade física das pessoas. ● Risco é um conceito que combina a probabilidade de ocorrência com a severidade da ocorrência. ● Exemplo: ao se atravessar a rua, existe o perigo do atropelamento. Se for uma rua com pouco movimento (probabilidade baixa), na qual os carros passam em baixa velocidade (severidade de atropelamento baixa), o risco de se atravessar a rua é baixo. ● Se for uma rodovia muito movimentada, com carros em alta velocidade, o risco da travessia é alto. ● A Norma Regulamentadora n. 9 do Ministério do Trabalho indica como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. ● Já a Portaria n. 25/1994, do Ministério do Trabalho (BRASIL, 1994), ao regulamentar a elaboração do mapa de riscos, considera a existência de cinco categorias de riscos: agentes físicos, agentes químicos, agentes biológicos, agentes ergonômicos e agentes de acidentes. ● Perigos físicos são: qualquer sólido estranho à atividade exercida em níveis e dimensões inaceitáveis; objetos e ferramentas perfurocortantes; ruídos intensos, radiações ionizantes, temperaturas excessivas, pressão ambiente anormal; insetos e animais. ● Essa classe de perigos tem como característica principal provocar a ruptura da pele e de tecidos. A pele é a principal barreira de proteção do corpo humano, sendo impermeável tanto a fluidos quanto a microrganismos. ● Com a ruptura da pele = contaminações por esses perigos = grave. ● Prevenção: barreiras físicas que impedem a ação do agente: telas nas janelas impedem a entrada de insetos, superfícies espelhadas impedem a propagação da radiação, luvas grossas impedem que as mãos se queimem. ● Perigo químico: a substância deve penetrar no organismo. São incluídos nessa análise os riscos de explosão e incêndios provocados pela má manipulação dos produtos químicos ● Se os perigos químicos são originados de manipulação errada de produtos químicos, então, para se prevenir dessa classe de perigos, é muito importante que o trabalhador conheça as características dos produtos manipulados ● A Lei n. 6.514/77, no art. 197, estabelece que os materiais e as substâncias empregados, manipulados ou transportados nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente, segundo a padronização internacional (BRASIL, 1977). ● Binsfeld (2004) sugere que os perigos químicos sejam avaliados de acordo com as características físico-químicas, reatividade, toxicidade, condições de manipulação, possibilidade de exposição e vias de penetração no organismo. ● Perigos biológicos: são aqueles que causam infecções, caracterizadas pela invasão e pela multiplicação de organismos indesejáveis no objeto de trabalho ou no próprio trabalhador. ● Para que a infecção seja identificada como tal, vários fatores precisam ser avaliados: o tipo de agente infeccioso, a quantidade inoculada desse agente, a resistência natural do ambiente a esse agente e o estado de saúde do sujeito contaminado. ● Somente a presença do organismo indesejável não é suficiente para caracterizar uma infecção. O problema maior é a multiplicação desse organismo. ● Prevenção dos perigos biológicos está concentrada em se evitarem a multiplicação dos microrganismos e a inoculação. ● O Manual de Segurança em Laboratório, da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), sugere que sejam levados em consideração os seguintes parâmetros na avaliação dos perigos biológicos: patogenicidade do agente, dose infecciosa, via de exposição, concentração do agente, informação disponível, tipo de atividade executada e disponibilidade de profilaxia. Os microrganismos também são classificados de acordo com o potencial de risco que apresentam: Classe 1: são os microrganismos que não apresentam nenhum risco de causar doenças. Contudo, isso não significa que eles não possuam riscos, pois, no caso de alimentos, por exemplo, eles podem ser deteriorantes. Classe 2: são agentes patogênicos que não causam doenças graves em humanos ou animais. Essas doenças possuem um tratamento eficaz, e o risco de a infecção se alastrar é pequeno. Classe 3: são os microrganismos que causam doenças graves que podem levar à morte tanto homens como animais, mas cuja propagação é limitada. Existem tratamentos e medidas de prevenção. Classe 4: são os agentes patogênicos que causam doenças graves, com risco de morte para humanos ou animais, e que são transmitidos facilmente, principalmente por via aérea. ● Perigos ergonômicos: uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema (ABERGO, 2010). ● A análise ergonômica não pode ser restrita apenas a um aspecto = tem que ser multidisciplinar e deve incluir as características pessoais de cada trabalhador. ● A NR-17 (1978), MT, trata da ergonomia no ambiente de trabalho e estabelece parâmetros que permitam adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. ● Parâmetros de controle: levantamento, transporte e descarga de materiais pesados, mobiliários, equipamentos e organização do trabalho. LER/DORT ● A expressão LER = Lesões por Esforços Repetitivos = surgiu oficialmente no Brasil em 1997, com a publicaçãoda Portaria n. 4.062, que reconheceu a tenossinovite como uma doença relacionada ao trabalho. ● A tenossinovite é uma inflamação dos tendões e das membranas que recobrem os tendões, provocando dor, falta de força e inchaço no local. Essa doença foi chamada, mitas vezes, de tenossinovite do digitador (BRASIL, 2001). ● OMS: classifica os distúrbios de saúde relacionados à atividade laboral em: Doença profissional. Doença relacionada ao trabalho. ● As doenças profissionais são aquelas inerentes à atividade profissional, pois não há como o trabalhador atuar sem estar exposto ao agente causador da doença. ● Ex.: cantor de rock: não é possível cantar em uma apresentação sem estar exposto a um som extremamente alto, o que ocasiona perdas auditivas. ● Relação direta entre causa e efeito. Já as doenças relacionadas ao trabalho: não é possível identificar um agente específico entre os que estão relacionados à atividade profissional. ● Ex.: professor que usa a voz como instrumento de trabalho. A utilização da voz está condicionada ao comportamento da classe, à matéria dada, à hidratação da garganta, à umidade relativa do ar, ao seu período de descanso; enfim, a uma gama enorme de fatores. ● A expressão LER passou a ser usada indiscriminadamente, abrangendo os distúrbios ou as doenças do sistema músculo-esquelético-ligamentar, relacionadas ou não ao trabalho. ● A expressão se tornou imprecisa e os diagnósticos muitas vezes deixaram de ser tendinite ou bursite e passaram a ser LER (BARBOSA, 2002). ● Em 1998, por meio da Ordem de Serviço INSS/DSS n. 606, foi adotada a terminologia Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (Dort). ● Equiparando-a à LER para respeitar a literatura já existente na época. A partir daí, as expressões LER e Dort aparecem juntas, na forma LER/Dort. ● As doenças enquadradas nesse grupo compreendem uma heterogeneidade de distúrbios funcionais e/ou orgânicos, que manifestam em seu portador sintomas comuns, muitas vezes inespecíficos, como: fadiga muscular; dor; parestesia; sensação de peso; mal-estar; processos inflamatórios em tendões, ligamentos e bursas sinoviais; contraturas musculares, entre outros. ● O desenvolvimento da LER/Dort está relacionado a diversas causas. Então, é muito importante analisar cada caso e determinar quais os fatores de risco envolvidos de forma direta ou indireta na ocorrência. ● Esses fatores de riscos são determinados por meio de anamnese feita pelo médico do trabalho, procurando identificar as interações entre os possíveis fatores de riscos e se essa interação é capaz de ultrapassar a capacidade de regeneração do tecido muscular, mesmo se o funcionamento dele esteja parcialmente mantido. ● Nessa caracterização, é importante observar alguns elementos, como: a região anatômica e a biomecânica associada a ela; a intensidade do esforço; a organização temporal do trabalho (a duração do ciclo de trabalho e a distribuição das pausas); a adequação do posto de trabalho; o conforto ambiental; a carga estática; a invariabilidade da tarefa; as exigências de atenção, provocando aumento de tensão muscular ou reação mais generalizada de estresse; os fatores psicossociais ligados ao trabalho, como percepções relativas à carreira, à carga e ao ritmo de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho. ● As LER/Dort são doenças de notificação obrigatória. Quando o médico do trabalho suspeitar de uma LER/Dort, deve emitir uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para o INSS, mesmo que a doença não provoque a incapacitação do trabalhador ou gere o seu afastamento. ● A CAT é um documento utilizado pelo INSS para a obtenção de dados relativos aos acidentes do trabalho e às doenças ocupacionais: ● O objetivo dessa captação é fornecer informações para o enquadramento das empresas segundo os graus de risco no ambiente do trabalho, para o cálculo da contribuição da empresa ao INSS, destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência dos acidentes e subsidiar políticas de prevenção e fiscalização das empresas ● A ginástica laboral começou na indústria com o objetivo de dar repouso ativo aos operários por alguns períodos durante sua jornada de trabalho. ● Esse repouso impactou substancialmente a qualidade do trabalho desenvolvido e o desenvolvimento de competências por parte dos trabalhadores. ● Melhorou os índices de afastamento por acidentes de trabalho. ● Melhora na linha de produção A ginástica laboral visa à promoção da saúde e melhora das condições de trabalho, além da preparação biopsicossocial dos participantes: Contribui direta ou indiretamente para a redução de lesões por esforços repetitivos, consequentemente proporcionando aumento da produtividade com qualidade. ● Três tipos de ginásticas utilizadas pelas empresas: ginástica compensatória: praticada antes do expediente, tem como objetivo proporcionar aquecimento para o trabalhador; ginástica de pausa: praticada no meio do expediente, tem como meta aliviar as tensões e fortalecer os músculos do trabalhador; ginástica de relaxamento ou compensatória: praticada após o expediente, tem como alvo proporcionar relaxamento muscular e mental aos trabalhadores. ● É de grande importância que a maioria das empresas adote o programa para melhoria da qualidade de vida (ginástica laboral) dos funcionários por um profissional: melhor produtividade; melhor relacionamento recíproco nas atividades diárias Rotulagem, simbologia de risco e infecção hospitalar ● Conforme discutimos, quando um laboratório adquire um produto químico no Brasil, o recipiente desse produto deve possuir um rótulo contendo informações de acordo com o especificado na norma NBR 14725; ● Rotulagem em fracionamento: o laboratório faz aquisição de frascos de grande porte e em muita quantidade = inviável o uso na rotina e nas bancadas de trabalho. ● O trabalhador precisará fracionar o material e acondicioná-lo em um novo frasco. Da mesma forma, quando é necessário fazer uma mistura, uma solução ou qualquer outro tipo de preparação, também pode ser preciso o acondicionamento dos produtos em frascos específicos para uso posterior. ● Perigo: trabalhador com dificuldades em identificar os diversos conteúdos. ● Cada laboratório possui, especificado nas suas rotinas de trabalho, algum procedimento de rotulagem de fracionamentos, porém algumas informações são fundamentais. ● Todos esses frascos devem conter um rótulo com as seguintes informações: nome do produto, responsável pelo produto, datas do preparo e validade. ● Riscos de acidentes: reutilizar o frasco de um produto rotulado para guardar qualquer outro diferente, ou mesmo colocar outra etiqueta sobre a original. ● Caso seja encontrado um frasco sem rótulo de identificação, não se deve tentar adivinhar o que há em seu interior; se não houver possibilidade de identificação, o produto deve ser descartado. Diamante de Hommel: Outra simbologia bastante aplicada = diferentemente das placas de identificação, ele não informa qual é a substância, mas indica todos os graus de risco. ● Essa simbologia foi proposta pela NFPA (Associação Nacional dos EUA) para proteção contra incêndios – por meio da norma NFPA 704 – e é adotada internacionalmente. ● Os números necessários para o preenchimento do Diamante de Hommel variam de 1 a 4 conforme os riscos apresentados pela substância química perigosa, podendo também constar no diagrama os riscos específicos dessa substância: Riscos à saúde: 4 – Substância letal (cianureto de potássio). 3 – Substância severamente perigosa (gás cloro). 2 – Substância moderadamente perigosa (amônia). 1 – Substância levemente perigosa (aguarrás). 0 – Substância não perigosa ou de risco mínimo (óleo de cozinha). OXY – oxidante forte. ACID – ácido forte. ALK – alcalino (base) forte. COR – corrosivo.W – não misture com água. Inflamabilidade: 4 – Gases inflamáveis, líquidos muito voláteis (ponto de fulgor abaixo de 23 ºC, gás propano). 3 – Substâncias que entram em ignição à temperatura ambiente (ponto de fulgor abaixo de 38 ºC, gasolina). 2 – Substâncias que entram em ignição quando aquecidas moderadamente (ponto de fulgor abaixo de 93 ºC, diesel). 1 – Substâncias que precisam ser aquecidas para entrar em ignição (ponto de fulgor acima de 93 ºC, óleo de milho). 0 – Substâncias que não queimam (água) Reatividade: 4 – Pode explodir. 3 – Pode explodir com choque mecânico ou calor. 2 – Reação química violenta. 1 – Instável se aquecido (fósforo branco ou vermelho). 0 – Estável (nitrogênio líquido). Exemplo: ● Infecções hospitalares são as infecções adquiridas durante a internação do paciente em um hospital ou depois, se essas infecções tiverem relação com algum procedimento executado na internação. ● Segundo Lacerda et al. (1992), historicamente, a prática no controle de infecções está focada em ações exógenas, isto é, considerando-se causas externas, o que resultou na criação de inúmeras técnicas de assepsia, desinfecção e esterilização. ● Além disso, as causas exógenas não são as únicas que podem provocar infecções hospitalares. Então, a questão das doenças infecciosas não é a simples falta de higiene. ● O perigo biológico não é a presença de microrganismos, mas dessa população de microrganismos se desenvolver acima de um nível aceitável. ● Cerca de 70% das infecções hospitalares têm causas endógenas (TURRINI, 2000) e, dentro do ambiente hospitalar, o controle das infecções de origem exógena é quase sempre possível com a utilização de boas práticas no ambiente de trabalho. ● Infecções em cirurgias: a pele é a principal barreira que o organismo tem para se proteger contra a invasão de microrganismos. Então, as cirurgias podem ser classificadas de acordo com o potencial de contaminação da incisão (Portaria n. 2.616/98): ● Cirurgias limpas: são realizadas em tecidos que puderam ser descontaminados previamente e que não tenham nenhum processo infeccioso ou inflamatório local prévio. Não são incluídas as cirurgias com penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. ● Cirurgias potencialmente contaminadas: são realizadas em tecidos com flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação. Também são incluídas as cirurgias com penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. ● Cirurgias contaminadas: são realizadas em tecido com flora microbiana abundante e cuja descontaminação seja difícil ou quando existe a presença de inflamação aguda na incisão. ● Cirurgias infectadas: são as cirurgias realizadas em tecidos com processo infeccioso (supuração local) ou tecidos necróticos. ● Essa classificação, feita pelo Ministério da Saúde, mostra claramente que, muitas vezes, o profissional da área da saúde precisa conviver com a possibilidade de não conseguir eliminar a flora microbiana existente no paciente. Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH): ● A Portaria n. 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998, da Anvisa, estabeleceu o Programa de Controle de Infecções Hospitalares, com o objetivo de reduzir a incidência e a gravidade das infecções hospitalares. ● Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): os hospitais foram obrigados a estabelecer uma comissão técnica, formada por profissionais de nível superior, da área da saúde, com o objetivo de assessorar a alta administração do hospital a estabelecer ações de controle de infecção hospitalar. ● O número de membros executores é aumentado se o hospital atender a pacientes em UTIs, pacientes queimados, submetidos a transplantes de órgãos, de oncologia ou com Aids. ● CCIH tem como função elaborar e implementar um programa para controlar as infecções hospitalares, contendo: um sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares. Esse sistema é a observação sistemática da ocorrência da infecção hospitalar, a distribuição entre pacientes e das condições que afetam sua ocorrência; normas internas e rotinas para a prevenção e o controle das infecções hospitalares; ações para treinamento de funcionários para a prevenção de infecções hospitalares; a garantia do uso racional de produtos antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares; a realização da investigação epidemiológica de casos e implantação de medidas de controle. Boas práticas, equipamentos de proteção e níveis de segurança laboratorial Boas práticas são procedimentos seguros de trabalho, tanto para o trabalhador quanto para o objeto de trabalho. Todas as atividades relacionadas à saúde possuem riscos inerentes, pois expõem tanto o profissional quanto o objeto de trabalho a microrganismos patogênicos, substâncias perigosas ou animais agressivos. A expressão “boas práticas” vem, geralmente, associada a uma identificação do ramo de trabalho: boas práticas de fabricação, boas práticas de laboratório, boas práticas de preparação, entre outros. ● Essas práticas são sempre preventivas e incluem todos os aspectos da cadeia operacional e, apesar de alguns procedimentos serem específicos de cada tipo de operação, alguns fatores são universais e sempre devem ser observados, como: higiene pessoal; uso de roupas adequadas; limpeza de equipamentos e utensílios; controle de pragas, como baratas, ratos, entre outros; controle da qualidade da água. ● Boas práticas de laboratório: regras de segurança que devem ser rigorosamente seguidas, a fim de se evitarem prejuízos materiais e, principalmente, riscos à integridade física sua e dos outros à sua volta ● Isso porque há diversos elementos de risco tais como: máquinas, manuseio de material de vidro, uso da eletricidade, incêndio, explosão e exposição a substâncias químicas nocivas ao organismo humano. ● O profissional em ação deve, portanto, adotar sempre uma atitude atenciosa, cuidadosa e metódica em tudo o que faz. Deve, particularmente, concentrar-se no seu trabalho e não permitir qualquer distração enquanto trabalha. Da mesma forma, não deve distrair os demais desnecessariamente. ● Um acidente em um laboratório químico quase nunca fica restrito apenas a uma pessoa. O trabalhador deve estar ciente de que é responsável pela segurança tanto sua quanto da dos seus colegas. Seguem algumas recomendações básicas de boas práticas de laboratório: 1. Use um avental com mangas compridas, na altura dos joelhos e fechado; calças compridas e calçados fechados de modo a proteger, pelo menos, até o peito do pé e nunca trabalhe sozinho. 2. Não use relógios, pulseiras, anéis ou quaisquer ornamentos durante o trabalho no laboratório. Cabelos compridos devem ser presos na forma de coque ou recobertos por touca. Nunca use lentes de contato em laboratórios. 3. Não use avental, luvas ou qualquer outro EPI fora do lugar de trabalho. 4. Não teste produtos utilizando o tato, o olfato ou o paladar. 5. Todos os produtos devem ser muito bem identificados. 6. Cuidados com processos de aquecimento: certifique-se, ao acender uma chama, de que não existem solventes próximos e destampados, especialmente aqueles mais voláteis (éter etílico, éter de petróleo, hexano, dissulfeto de carbono, benzeno, acetona, álcool etílico, acetato de etila). Mesmo uma chapa ou manta de aquecimento pode ocasionar incêndios quando em contato com esses solventes. Carbono ● Boas práticas no atendimento à saúde: Riscos biológicos = trabalhador, na área da saúde, está sempre exposto a uma carga contaminante enorme, o que acaba acarretando um desgaste psicológico. Esse desgaste psicológico pode ser agravado, dependendo de crenças pessoais e nível de informação do profissional. Recomendações básicas de boas práticas de atendimento na saúde: 1. Recomendações quanto àhigiene e ao asseio pessoal. 2. Recomendações quanto ao uso de toucas, luvas e outros EPIs: esses EPIs, juntamente com o avental, devem ser vestidos imediatamente antes de se entrar na área de trabalho e retirados imediatamente após a saída. Não se deve circular com EPIs fora das áreas de trabalho. 3. Recomendações quanto à manipulação de perfurocortantes: agulhas, cacos de vidro, escalpes, conexões, lâminas e diversos dispositivos de uso odontológico como brocas e limas fazem parte desse grupo. Todo objeto perfurocortante deve ser descartado em um recipiente rígido e corretamente identificado. O profissional deve estar sempre atento à capacidade máxima desse recipiente. Nunca reencape agulhas, não devem ser removidas ou entortadas. Caso o procedimento exija manipulação mais prolongada de agulhas, ele deve ser feito com o máximo de atenção, evitando distrações. Cacos de vidro devem ser recolhidos com o auxílio de vassouras. Nunca utilize panos ou as mãos, mesmo que protegidas por luvas. Os cacos de vidro cortam a borracha facilmente. Manual de Boas Práticas e Procedimento Operacional Padrão: O Manual de Boas Práticas é um documento que descreve, em linhas gerais, o trabalho executado no estabelecimento e as diretrizes para a forma correta de fazê-lo. Nele, podemse ter informações gerais sobre como é feita a limpeza, o controle de pragas, da água utilizada, os procedimentos de higiene e controle de saúde dos funcionários, o treinamento de funcionários, o que fazer com o lixo e como garantir a produção de alimentos seguros e saudáveis. O Procedimento Operacional Padronizado, também chamado de POP, é um documento que descreve passo a passo como executar as tarefas no estabelecimento. O POP destaca as etapas da tarefa, os responsáveis por fazê-la, os materiais necessários e a frequência com que deve ser feita. Obrigação de seguir e necessidade de atualização. Equipamentos de proteção: as Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à medicina e à segurança no trabalho no Brasil e são de observância obrigatória por todas as empresas. NR-6 = regulamenta os equipamentos de proteção individual (EPI). É considerado equipamento de proteção individual todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador e destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, 1978). A empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empregados EPIs adequados ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Empregador deve orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, a guarda e a conservação e, principalmente, exigir seu uso. ● Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC): dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Exemplos: o enclausuramento acústico de fontes de ruído, a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e equipamentos, a sinalização de segurança, a cabine de segurança biológica, as capelas químicas, a cabine para manipulação de radioisótopos, os extintores de incêndio, entre outros. ● Níveis de biossegurança laboratorial: A avaliação do perigo biológico é composta pela identificação do agente biológico e pelo dano que esse agente pode causar Para uma avaliação correta, diversos fatores têm que ser analisados, como a via de transmissão disponível, o treinamento dos profissionais que vão ter contato com esse agente, o tipo de trabalho a ser executado, as espécies animais afetadas pelo agente infeccioso, o nível de conhecimento sobre esse agente, a existência de alguma profilaxia, a infraestrutura no local de trabalho; enfim, fatores que não dizem respeito apenas ao agente infeccioso. Classes de risco biológico: dois fatores: o primeiro é que a classificação se refere à fase mais perigosa da vida do organismo contaminante e o segundo é que essa contaminação é avaliada em indivíduos adultos e sadios. Classe de risco 1: são os agentes biológicos que não provocam doenças em pessoas ou animais sadios. Estão nesse grupo os probióticos, o fermento biológico e os microrganismos empregados na produção de iogurtes e queijos. Classe de risco 2: são os microrganismos das doenças não letais mais comuns, para as quais já existe tratamento, vacina ou que não são transmitidas por via aérea. Exemplos: Ascaris lumbricoides, Clostridium tetani, Aspergillus flavus e HPV. Classe de risco 3: estão nesse grupo os agentes transmitidos por via respiratória e que causam doenças possivelmente letais, mas que possuem tratamento. Esses patógenos representam um risco grande se forem disseminados no meio ambiente e podem ser transmitidos de indivíduo para indivíduo por via aérea. Exemplos: Histoplasma capsulatum e Brucella ssp. Classe de risco 4: são os agentes biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou agentes biológicos exóticos e pouco conhecidos. Não existe nenhuma medida profilática ou terapêutica eficaz contra esses agentes biológicos. Exemplos da classe de risco 4: arena vírus, vírus ebola, entre outros Classe de risco especial: são os agentes biológicos não existentes no país e que, embora não obrigatoriamente patógenos de importância para o homem, podem gerar graves perdas econômicas e/ou na produção de alimentos. Um agente de classe de risco especial deverá ser manipulado seguindo os mesmos critérios da classe de risco 4 enquanto ainda não circular em território nacional. Após o primeiro caso diagnosticado no país, deverá ser classificado dentro das demais categorias. Níveis de biossegurança: os quatro níveis de biossegurança (NB) consistem em combinações de práticas e técnicas de laboratório, equipamento de segurança e instalações do laboratório. Nível de biossegurança 1 (NB-1): os laboratórios classificados como NB-1 são projetados para trabalhos com agentes biológicos de classe de risco 1. São locais apropriados para o treinamento educacional ou para o treinamento de técnicos e professores de técnicas laboratoriais. Nível de biossegurança 2 (NB-2): é aplicável aos laboratórios clínicos, de diagnóstico e outros laboratórios em que o trabalho é realizado com maior espectro de agentes nativos de risco moderado, presentes na comunidade e que estejam associados a uma patologia humana de gravidade variável. Os laboratórios NB-2 são projetados para trabalhar com agentes biológicos de classe de risco 2. Nível de biossegurança 3 (NB-3): são os laboratórios preparados para trabalhos com agentes biológicos de classe de risco 3. É aplicável para laboratórios clínicos, de diagnósticos, de pesquisa ou de produções. Possui requisitos intensificados em relação aos níveis 1 e 2. Nível de biossegurança 4 (NB-4): os laboratórios com nível de biossegurança 4 são projetados para manipular agentes biológicos com classe de risco 4 Quanto mais grave a potencialidade da doença adquirida, maior será o risco. Por exemplo, o Sthaphilococcus aureus raramente provoca uma doença grave ou fatal em um indivíduo contaminado em um laboratório e está relegado ao NB-2. Por outro lado, vírus como o ebola, que provocam doenças com alta taxa de mortalidade e para as quais não existem vacinas ou tratamentos, são trabalhados em um NB-4.
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