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SISTEMA DE ENSINO
AFO E ORÇAMENTO 
PÚBLICO
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
Livro Eletrônico
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Manuel Piñon
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
Apresentação .................................................................................................................4
Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I ..........................................................................5
1. Medidas de Combate à Pandemia (Covid-19) – Efeitos na LRF ......................................5
1.1. Contextualização ......................................................................................................5
1.2. Estado de Calamidade Pública e o Decreto Legislativo n. 6/2020 ............................6
1.3. Orçamento de Guerra – LC n. 173/2020 ................................................................... 7
1.4. Lei Complementar – LC n. 173/2020 ........................................................................8
2. Introdução ao Estudo da LRF .................................................................................... 15
2.1. Aspectos Iniciais .................................................................................................... 15
2.2. Abrangência .......................................................................................................... 18
2.3. Pressupostos ....................................................................................................... 20
2.4. Princípios ..............................................................................................................22
3. Equilíbrio das Contas Públicas ..................................................................................25
4. Planejamento e o Processo Orçamentário ................................................................26
4.1. PPA e LDO ..............................................................................................................27
4.2. Anexo de Metas Fiscais da LDO ............................................................................ 28
4.3. Anexo de Riscos Fiscais da LDO ............................................................................. 31
4.4. Lei Orçamentária Anual – LOA ...............................................................................32
5. Resultado Nominal e Resultado Primário ..................................................................34
6. Execução Orçamentária e Cumprimento de Metas ...................................................37
7. Receita Pública ........................................................................................................ 40
7.1. Receita Corrente Líquida – RCL ...............................................................................42
7.2. Renúncia de Receita ...............................................................................................45
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Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
8. Despesa Pública – Parte I .........................................................................................47
8.1. Geração da Despesa ..............................................................................................47
8.2. Despesa Obrigatória de Caráter Continuado – DOCC ............................................. 50
8.3. A Regra de Ouro ....................................................................................................53
Resumo ........................................................................................................................57
Mapa Mental ................................................................................................................. 61
Questões Comentadas em Aula ....................................................................................62
Questões de Concurso ..................................................................................................64
Gabarito ...................................................................................................................... 84
Gabarito Comentado .................................................................................................... 85
Referências ................................................................................................................. 121
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Lei de Responsabilidade Fiscal – Parte I
AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
APRESENTAÇÃO
Olá, amigo(a) concurseiro(a)!
O nosso objetivo hoje é conhecer a primeira parte dos principais pontos da LRF – Lei de 
Responsabilidade Fiscal que poderão ser cobrados em nossa prova.
Quero hoje chamar a sua atenção para que tente se concentrar ao máximo nesta aula. Va-
mos conhecer vários detalhes da LRF e, para isso, seu foco deve estar voltado completamente 
para a nossa aula. Assim, minha sugestão é colocar o celular no modo “avião” e se desligar 
completamente das redes sociais e WhatsApp.
Como disse Norman Peale: “o pensamento positivo pode vir naturalmente para algumas 
pessoas, mas também pode ser aprendido e cultivado. Mude seus pensamentos e você mu-
dará o mundo”.
Então, pense positivo, acredite que você vai passar e comece melhorando hoje a sua con-
centração na hora de estudar!
Desejo que tenha um excelente aproveitamento nessa aula!
Vamos nessa!
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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – PARTE I
1. Medidas de CoMbate à PandeMia (Covid-19) – efeitos na LRf
Esse tópico da aula é muito relevante e deve ter o seu conteúdo levado em consideração ao 
longo dessa aula (LRF – Parte 1) e da próxima (LRF – Parte 2), visto que, conforme exposto 
em seguida, contempla alterações em alguns artigos da LRF e também informações que afe-
tam a aplicação (enquanto durar o estado de calamidade pública) de artigos da LRF que não 
foram alterados.
1.1. ContextuaLização
Em um momento delicado como o que o mundo vive atualmente no combate à Pandemia 
(Covid-19), o orçamento público passa a ser uma ferramenta de gestão governamental ainda 
mais importante.
Nesse sentido, algumas medidas legislativas foram adotadas no sentido de dotar o gasto 
público de maior flexibilidade e agilidade, tendo em vista a urgência das medidas inerentes a 
esse enfrentamento inédito.
Vamos traçar aqui um histórico dessas medidas, de modo a apresentar para cada uma 
delas o seu conteúdo e o seu efeito nos dispositivos da LRF. Também ao longo das aulas va-
mos correlacionar, quando for o caso, os assuntos estudados com mudanças decorrentes as 
medidas legislativas de combate à pandemia.
No dia 13/03/2020 por meio da MP – Medida Provisória 924/2020 o governo abriu cré-
ditos extraordinários, decorrente de anulação de despesas, para aplicação nas medidas de 
combate à pandemia.
Até aqui, nada demais!
Basicamente,com a legislação vigente até então, a utilização de Medidas Provisórias para 
abrir créditos extraordinários seria a principal forma de ajustar os gastos públicos às novas 
necessidades da população em decorrência da pandemia.
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1.2. estado de CaLaMidade PúbLiCa e o deCReto LegisLativo n. 6/2020
Ciente da grave situação que iria ser enfrentada, o Presidente da República decretou esta-
do de calamidade pública, que foi reconhecido pelo Congresso Nacional por meio do Decreto 
Legislativo n. 06/2020 em 20/03/2020.
Note que nesse momento ainda tinha entrado no mundo jurídico a LC 173/20 (adiante co-
mentada), sendo principal objetivo da decretação do estado de calamidade pública, por meio 
da mensagem enviada pelo Presidente da República, a dispensa do atingimento dos resulta-
dos fiscais previstos no artigo 2º da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias e da limitação de 
empenho disposta no artigo 9º da LRF.
No artigo 65 da LRF já existia previsão para suspensão de alguns de seus dispositivos em 
caso de calamidade pública. Confira, com grifos nossos:
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da 
União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdu-
rar a situação:
I – serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23, 31 e 70;
II – serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no 
art. 9º.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado 
na forma da Constituição.
Note, portanto, a situação de calamidade pública, quando oficialmente reconhecida pelo 
Congresso Nacional (União) ou pelas Assembleias Legislativas (Estados e Municípios), en-
quanto perdurar a situação, serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições es-
tabelecidas nos artigos 23 (apuração das despesas com pessoal), 31 (apuração da dívida 
pública consolidada) e 70 da LRF, sendo também dispensados o atingimento dos resultados 
fiscais e a limitação de empenho.
O objetivo dessa flexibilização é dar ao gestor maior discricionariedade sobre os gastos, 
viabilizando a liberação recursos em detrimento do atingimento das metas fiscais, autori-
zando o governo a gastar ainda mais do que arrecada e aumentar o endividamento público, 
enquanto vigente o estado de calamidade pública reconhecido pelo Congresso Nacional.
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Outro ponto que merece destaque é o relativo à renúncia de receitas. Visando que os en-
tes busquem efetivar o equilíbrio fiscal, a LRF (artigo 14) torna difícil a renúncia de receitas, 
exigindo que para isso o ente apresente um plano detalhado demonstrando as consequências 
orçamentárias e financeiras sobre a perda inicial de arrecadação, bem como as respectivas 
medidas para a compensar dessa perda de arrecadação também nos 2 anos seguintes.
Exemplo: por meio do Decreto n. 10.305/2020, a União concedeu isenção por 90 dias do IOF 
– Imposto Sobre Operações Financeiras, visando reduzir o custo dos empréstimos, sem pre-
cisar apresentar nenhum plano justificando essa medida.
Outro exemplo seria a isenção do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados para a aqui-
sição de Respiradores.
1.3. oRçaMento de gueRRa – LC n. 173/2020
A Emenda Constitucional – EC n. 106/2020 publicada em 07/05/2020 implantou em nos-
so país o chamado regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações da UNIÃO para 
enfrentamento de calamidade pública nacional decorrente de pandemia, trazendo para a nos-
sa matéria o chamado “Orçamento de Guerra”.
É importante destacar que a EC n. 106/2020 é uma Emenda Constitucional avulsa, ou seja, 
uma emenda constitucional que não modifica o texto da CF/1988 e que tem vigência tempo-
rária limitada ao encerramento do estado de calamidade decorrente da pandemia (Covid-19), 
reconhecida pelo Congresso Nacional por meio do DL – Decreto Legislativo n. 6/2020, com 
previsão, por enquanto, até 31/12/2020.
Nesse contexto, o “orçamento de guerra”, liberou a contratação por meio de processo sim-
plificado, sendo, entretanto, uma exceção para a regra geral de contratação no serviço públi-
co que é a sua realização via licitação e concurso público, desde que usados exclusivamente 
para o enfrentamento do vírus.
Atente ao fato de que a EC n. 106/2020 excepcionou, durante o regime extraordinário, 
a observância do § 1º do art. 169 da Constituição Federal na contratação de que trata o inci-
so IX do caput do artigo 37 da Constituição Federal, limitada a dispensa às situações de que 
trata o referido inciso, sem prejuízo da tutela dos órgãos de controle.
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Assim, a EC n. 106/2020 “liberou”, no âmbito do combate ao Corona, a contratação por 
tempo determinado de atender as exigências de que trata o artigo 37, IX da CF/1988 e tam-
bém de atender as exigências previstas no § 1º do artigo 169 da CF/1988 e de estar prevista 
na LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias (adiante comentados).
A EC n. 106/2020 dispensou a União ainda do cumprimento das limitações legais ao au-
mento de despesa e renúncia de receitas decorrentes da concessão de incentivos fiscais ou 
benefícios tributários.
Em outras palavras, desde que não implique em aumento permanente de despesas, 
as proposições legislativas e os atos do Poder Executivo que tenham o propósito exclusivo 
de enfrentar a pandemia e suas consequências sociais e econômicas ficam dispensados da 
observância das limitações legais relativas a aumento de despesas e renúncia de receitas.
Note que a EC n. 106/2020 dispensou, durante a integralidade do exercício financeiro em 
que vigore a calamidade pública nacional da pandemia (2020), a obrigatoriedade de atender à 
chamada regra de ouro das finanças públicas.
Em outros termos, o “orçamento de guerra” autoriza que o governo realize operações de 
crédito para gastar mais com despesas correntes como os salários dos profissionais de saú-
de e materiais de consumo como remédios e EPIs.
Nessa toada, visando dotar de transparência as operações de crédito e os gastos públicos 
relacionados ao enfrentamento da pandemia, o Ministério da Economia deve publicar, a cada 
30 (trinta) dias, relatório com os valores e o custo das operações de crédito realizadas no 
período de vigência do estado de calamidade pública nacional relativa à pandemia (Covid-19)
De acordo com o artigo 5º da EC n. 106/2020, as autorizações de despesas relacionadas 
ao enfrentamento da calamidade pública nacional decorrente da pandemia (Covid-19) e de 
seus efeitos sociais e econômicos deverão ser separadamente avaliadas na prestação de 
contas doPresidente da República e evidenciadas, até 30 (trinta) dias após o encerramento 
de cada bimestre, no Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO.
1.4. Lei CoMPLeMentaR – LC n. 173/2020
Chegamos agora à edição da LC – Lei Complementar n. 173, de 27/05/2020, que esta-
beleceu o Programa Federativo de Enfrentamento ao Corona SARS-CoV-2 (Covid-19), e que, 
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dentre outras medidas, alterou os artigos 21 e 65 da LRF e suspendeu a aplicação de exigên-
cias de outros artigos da LRF enquanto durarem os efeitos da Pandemia (estado de calamida-
de valendo, por enquanto, para exercício financeiro de 2020).
Alguns dispositivos da LC n. 173/2020 somente vigorarão durante o período de calamidade 
pública decorrente do combate à pandemia.
Enquanto a EC n. 106/2020 e Decreto Legislativo n. 6/2020 abarcam apenas a União, a LC n. 
173/2020 alargou a dispensa de exigências fiscais aos entes federativos, incluiu novos dis-
positivos na LRF e serviu também para socorrer os Estados, DF e Municípios em relação ao 
crescente e enorme déficit público.
Se, por um lado, as medidas até aqui narradas flexibilizaram os gastos públicos, com a 
LC n. 173/2020, temos de um lado o reforço do pacto federativo em que tivemos o auxílio 
financeiro da União para estados, Distrito Federal e municípios com intuito de ajudar os en-
tes federativos no combate à pandemia da Covid-19, suspendendo também o pagamento de 
dívidas dos mesmos para com a União, e de outro medidas que visam ao equilíbrio financeiro 
das contas públicas, especialmente, dos Estados, DF e Municípios,
DICA!
Falando em linguagem simples, de um lado a União enviou 
dinheiro para os entes descentralizados, mas de outro tentou 
dificultar que tais recursos não fossem devidamente aplica-
dos no combate à pandemia.
Vamos comentar as alterações (em sua maioria inclusões) no artigo 21 da LRF proporcio-
nada pela LC n. 173/2020, que acrescentou alguns dispositivos ao mesmo.
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Confira primeiro a sua literalidade com grifos nossos:
Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
I – o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o disposto no inciso XIII do caput do 
art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição Federal; e (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 
2020)
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo; (Incluído pela 
Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores 
ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 173, de 2020)
III – o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implemen-
tadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; 
(Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
IV – a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por Presidente e demais 
membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do Poder Legislativo, por Presidente de Tribunal 
do Poder Judiciário e pelo Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal 
contendo plano de alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição de 
ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público, quando: (Incluído pela 
Lei Complementar n. 173, de 2020)
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final 
do mandato do titular do Poder Executivo; ou (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a serem implementadas em 
períodos posteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo. (Incluído pela Lei Comple-
mentar n. 173, de 2020)
§ 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e IV: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 
2020)
I – devem ser aplicadas inclusive durante o período de recondução ou reeleição para o cargo de 
titular do Poder ou órgão autônomo; e (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo dos Poderes referidos no art. 20. 
(Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
§ 2º Para fins do disposto neste artigo, serão considerados atos de nomeação ou de provimento 
de cargo público aqueles referidos no § 1º do art. 169 da Constituição Federal ou aqueles que, de 
qualquer modo, acarretem a criação ou o aumento de despesa obrigatória. (Incluído pela Lei Com-
plementar n. 173, de 2020).
Fazendo a leitura desses artigos vemos que em linhas gerais a espinha dorsal desse arti-
go é reforçar o controle de despesa total com pessoal dos entes federativos, não apenas para 
período da pandemia.
Podemos ver ainda que é nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa 
com pessoal e que não atenda:
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37xiii
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37xiii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art169§1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp173.htm#art7
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• As exigências de acompanhamento, para a criação, expansão ou aperfeiçoamento de 
ação governamental que acarrete aumentoda despesa, conforme definidos no artigo 
16 da LRF:
 – estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em 
vigor e nos dois subsequentes, e
 – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentá-
ria e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e com a LDO;
• As exigências para a criação das despesas obrigatórias de caráter continuado con-
forme definidos no artigo 17 da LRF em que os atos que criarem as despesas ou as 
aumentarem deverão ser instruídos com:
• estimativas do impacto orçamentário-financeiro, no exercício que deva entrar em vigor 
e nos dois subsequentes;
• demonstração da origem dos recursos para seu custeio; comprovação de que a criação 
ou o aumento da despesa não afetará as metas de resultados fiscais previstas no ane-
xo de metas fiscais da LDO;
• compensação dos seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, pelo aumento per-
manente de receita ou pela redução permanente de despesa.
Aqui torna-se importante lembrar das exigências do § 1º do artigo 169 da CF/1988 que 
diz:
§ 1º a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, em-
pregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de 
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas:
I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de 
pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista.
Em outras palavras, podemos dizer que os aumentos de despesas com pessoal, só pode-
rão ser feitos se houver dotação na LOA suficiente para atender as despesas já existentes e 
ainda aos novos acréscimos e se houver autorização específica na LDO (exceto para as em-
presas públicas e as sociedades de economia mista).
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Por sua vez, o disposto no inciso XIII do artigo 37 da CF/1988 veda a vinculação ou equi-
paração de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do 
serviço público.
Além disso, também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com 
pessoal nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.
Com a entrada em vigor da LC n. 173/2020 e das alterações provocadas na LRF, ficam 
vedados os aumentos em despesas com pessoal em parcelas posteriores ao mandato.
Exemplo: suponha que uma lei aprovada em 2020 por uma Prefeitura tenha programado 
aumentos salariais escalonados em uma determinada carreira do serviço público da seguinte 
forma:
Ano 2020: 5%
Ano 2021: 10%
Ano 2022: 15%
Assim, com a nova redação do artigo 21 da LRF, aumentos só serão possíveis se todas 
as parcelas do escalonamento do aumento ocorrerem dentro do mesmo mandato, ou seja, 
o Chefe de Poder ou órgão não pode mais conceder aumentos escalonados se o último ano 
da concessão ultrapassar o seu mandato.
Também o artigo 65 da LRF também sofreu modificações, em sua maior parte inclusões, 
pela LC n. 173/2020. Assim, vamos apresentar a sua literalidade com grifos nossos e depois 
comentar os principais pontos.
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da 
União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdu-
rar a situação:
I – serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas nos arts. 23, 31 e 70;
II – serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no 
art. 9º.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defesa ou de sítio, decretado 
na forma da Constituição.
§ 1º Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, nos termos de 
decreto legislativo, em parte ou na integralidade do território nacional e enquanto perdurar a situ-
ação, além do previsto nos inciso I e II do caput: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
I – serão dispensados os limites, condições e demais restrições aplicáveis à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como sua verificação, para: (Incluído pela Lei Comple-
mentar n. 173, de 2020)
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a) contratação e aditamento de operações de crédito; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 
2020)
b) concessão de garantias; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
c) contratação entre entes da Federação; e (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
d) recebimento de transferências voluntárias; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – serão dispensados os limites e afastadas as vedações e sanções previstas e decorrentes dos 
arts. 35, 37 e 42, bem como será dispensado o cumprimento do disposto no parágrafo único do 
art. 8º desta Lei Complementar, desde que os recursos arrecadados sejam destinados ao combate 
à calamidade pública; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
III – serão afastadas as condições e as vedações previstas nos arts. 14, 16 e 17 desta Lei Comple-
mentar, desde que o incentivo ou benefício e a criação ou o aumento da despesa sejam destinados 
ao combate à calamidade pública. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo, observados os termos estabelecidos no decreto legislativo 
que reconhecer o estado de calamidade pública: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
I – aplicar-se-á exclusivamente: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
a) às unidades da Federação atingidas e localizadas no território em que for reconhecido o estado 
de calamidade pública pelo Congresso Nacional e enquanto perdurar o referido estado de calami-
dade;(Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
b) aos atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao atendimento de despesas relacio-
nadas ao cumprimento do decreto legislativo; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – não afasta as disposições relativas a transparência, controle e fiscalização. (Incluído pela Lei 
Complementar n. 173, de 2020)
§ 3º No caso de aditamento de operações de crédito garantidas pela União com amparo no dispos-
to no § 1º deste artigo, a garantia será mantida, não sendo necessária a alteração dos contratos de 
garantia e de contragarantia vigentes. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
Em primeiro lugar, note que com alteração do parágrafo único, o artigo 65 passa a tratar 
apenas de calamidade pública, ou seja não abarca estado de defesa e estado de sítio.
Em segundo lugar, atente que para todos os entes públicos em situação de calamidade 
pública ficam dispensados limites, restrições e condições para:
• contratação e aditamento de operações de crédito e concessão de garantias, dispen-
sando assim,os artigos 8, 37 e 42 da LRF e de Resoluções do Senado Federal que limi-
tam tais operações. Ressalte-se que no caso de aditamento de operações de crédito 
garantidas pela União com amparo nas exceções previstas no estado de calamidade 
pública, a garantia será mantida, não sendo necessária a alteração dos contratos de 
garantia e de contragarantia vigentes;
• contratação entre entes da federação, dispensando assim, a vedação prevista no artigo 
35 da LRF;
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• recebimento de transferências voluntárias, dispensando assim, diversas regras da LRF 
previstas no artigo 25 da LRF.
Também de acordo com a nova redação da LRF dada pela LC n. 173/2020, ficam afas-
tadas as condições e as vedações previstas no artigo 14 da LRF, relativos à concessão ou 
ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária, desde que o incentivo ou benefício 
sejam destinados ao combate à calamidade pública.
Também de acordo com a nova redação da LRF dada pela LC n. 173/2020, ficam afas-
tadas as condições e as vedações previstas no artigo 16 da LRF, desde que a criação ou o 
aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade pública.
Também de acordo com a nova redação da LRF dada pela LC n. 173/2020, ficam afas-
tadas as condições e as vedações previstas no artigo 17 da LRF, desde que a criação ou o 
aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade pública.
Ainda de acordo com a nova redação do artigo 65 da LRF, vemos que as exceções previs-
tas na LRF no estado de calamidade pública ficam limitadas ao tempo em que a calamidade 
perdurar e só podem ser aplicadas onde for reconhecido o estado de calamidade, valendo 
apenas para os atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao atendimento de des-
pesas específicas relativas ao decreto legislativo de calamidade pública.
Além das mudanças na LRF e da ajuda financeira aos Estados, DF e Municípios, merecem 
destaque as seguintes proibições trazidas pelo artigo 8º, da LC 173/20, até 31/12/2021 para 
todos os entes:
• Criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa;
• Alterar estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
• Admitir ou contratar pessoal, sob qualquer título, salvo se essa admissão ou contrata-
ção não implicar aumento de despesa e for para:
 – repor um cargo de chefia;
 – repor um cargo de direção;
 – repor um cargo de assessoramento;
 – repor vacância de cargo efetivo;
 – repor vacância de cargo vitalício;
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 – contratação temporária prevista no art. 37, XI, CF;
 – contratação temporária para serviço militar;
 – contratação de alunos de órgãos de formação de militares;
• Realizar concurso público, exceto para as reposições de vacância previstas anterior-
mente, ou seja, reposição de vacância de cargos efetivos ou vitalícios, de modo que não 
poderá haver, assim, para novos cargos, mas apenas para aqueles que vagarem por 
aposentadoria, morte, promoção etc.;
• Criar ou majorar auxílios e demais verbas para membros de Poder, do Ministério Pú-
blico ou da Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e militares, ou 
ainda de seus dependentes, exceto quando derivado de sentença judicial transitada em 
julgado ou de determinação legal anterior à calamidade.
2. intRodução ao estudo da LRf
2.1. asPeCtos iniCiais
Antes de mais nada, guarde que a LRF é a Lei Complementar de n. 101, que foi aprovada 
em 2000, sendo interessante entendermos o contexto histórico do seu surgimento.
Nas décadas de 1980 e 1990, vivíamos um cenário econômico de inflação elevada e des-
controle das contas públicas, gerada em parte pelo aumento dos gastos públicos especial-
mente após a CF/1988.
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Assim, para dar conta do crescente aumento de gastos públicos, o Estado usou de arti-
fícios para conseguir arcar com despesas maiores que as receitas arrecadadas, tais como o 
aumento do endividamento público, seja via emissão de títulos públicos, seja via contratação 
de empréstimos junto ao setor financeiro.
Também a inflação era um mecanismo de financiamento do déficit do Estado, via emissão 
de papel moeda e via corrosão de valores de obrigações que não eram corrigidas pela inflação 
gerada pelo postergamento dos pagamentos.
Com o advento do Plano e Real e a drástica redução da inflação, a real situação de des-
controle das contas públicas ficou mais evidente.
A nível internacional também existia todo um “clima” favorável ao surgimento de uma 
norma como a LRF aqui no Brasil, que se baseou especialmente na Nova Zelândia com o seu 
“Fiscal Responsabillity Act” de 1994.
Nesse contexto surge a LRF como “Código de Boas Condutas Fiscais” buscando estabe-
lecer um novo paradigma para as finanças públicas de nosso país. Baseia-se nos princípios 
da administração pública e tem como objetivos a diminuição da dívida pública, estabilização 
dos preços, o desenvolvimento sustentável, dentre outros, de modo que o orçamento público 
seja efetivamente mecanismo de limitação de gastos, organização estatal e representação 
dos anseios sociais.
De acordo com a Doutrina, o seu objetivo foi a instrumentalização dos princípios nortea-
dores da administração pública: legalidade, publicidade, moralidade, impessoalidade e efici-
ência, a partir de um eixo de quatro premissas básicas: planejamento, transparência, controle 
e responsabilização.
Ainda de acordo com a Doutrina, a LRF traz uma mudança de cultura no trato da coisa pú-
blica, mais especificamente do dinheiro púbico. Estabelece normas orientadoras das finanças 
públicas no País e rígidas punições aos administradores que não mantiverem o equilíbrio de 
suas contas.
A LRF regulamenta parte do artigo 163 e todo o contexto do artigo 169 da Constituição Fe-
deral de 1988 no capítulo relativo às finanças públicas, e aindaestabelece normas específicas 
de Contabilidade Pública, conforme previsão em seus artigos 50 e 51.
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Em outras palavras, a LRF regulamenta, especificamente, as regras previstas nos artigos 
163/169 da CF/1988, estabelecendo normas de finanças públicas voltadas para a responsa-
bilidade na gestão fiscal bem como disciplina outras providências.
Sugiro que, se possível, após o estudo dessa aula, você dê uma lida na LRF. A  leitura 
da “Lei seca”, da “letra da Lei” é muito cobrada, especialmente no caso da LRF, em provas 
de concurso. O link para ter acesso à LRF é: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/
Lcp101.htm.
Sem dúvida, essa é a melhor fonte de consulta. Ao final do material, apresentamos tam-
bém algumas referências que podem servir como outras fontes de consulta, em caso de dú-
vida ou necessidade de aprofundamento.
A ideia aqui é comentar os pontos mais importantes da LRF, especialmente os aspectos 
mais cobrados, reproduzindo trechos dessa norma nas resoluções de questões. Para acertar 
muitas questões, como veremos, basta saber a sua literalidade, sendo indicada a sua revisão 
nas vésperas da prova.
Bom, tenha logo em mente que a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF estabelece nor-
mas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações 
que previnam riscos e corrijam os desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, 
destacando-se o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilização, como pre-
missas básicas.
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Embora a LRF estabeleça normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na 
gestão fiscal, seu objetivo não é revogar nem preencher as lacunas da Lei n. 4.320/1964, ou 
seja, a Lei n. 4.320/1964 continua valendo para o ciclo orçamentário, sendo que a LRF aborda 
apenas alguns aspectos, como, por exemplo, quando acrescenta funções à LOA e, especial-
mente à LDO. Guarde, portanto, que a LRF não cumpre a função da vindoura Lei Complemen-
tar que disciplinará todo o § 9º do artigo 165 da CF/1988 e que revogará a Lei n. 4.320/1964.
2.2. abRangênCia
Em verdade, em termos de abrangência, a LRF estabelece normas de finanças públicas, 
a serem observados pelos três Poderes nas três esferas de Governo: federal, estadual, distri-
tal e municipal, voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
No que diz respeito à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão com-
preendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, 
o Poder Judiciário e o Ministério Público; bem como as respectivas Administrações diretas, 
fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Ainda, a Estados entende-se 
considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da 
União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e 
Tribunal de Contas do Município.
A LRF é uma lei federal com efeitos gerais ou nacionais, de modo que inexiste necessidade de 
outra lei para dar aplicabilidade a seus dispositivos, assim como também inexiste previsão de 
lei no âmbito de qualquer âmbito que venha sobrepor a LRF.
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Indireta - empresa estatal 
(empresa pública e sociedade de 
economia mista) dependente
Indireta - empresa estatal não 
dependente
Indireta - fundacional e autárquica
Administração direta, fundos
União, estados, DF e 
municípios
Abrangência da LRF
Repare que a empresa estatal não dependente (ou independente) não faz parte do campo 
de aplicação da LRF, já que é autossustentável, não sofrendo as restrições da LRF, para poder 
concorrer com a iniciativa privada em igualdade de condições.
Nesse contexto, destaque-se que:
• uma empresa controlada é uma sociedade cuja maioria do capital social com direito a 
voto pertence, direta ou indiretamente, a ente da Federação;
• uma empresa estatal dependente é uma empresa controlada que recebe do ente con-
trolador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio 
em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de 
participação acionária.
DICA!
Nem toda empresa estatal controlada é obrigada a cumprir a 
LRF, mas toda estatal que segue a LRF é uma estatal controla-
da.
Note que uma estatal pode ser controlada e não receber do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, 
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária, ou 
seja, nesse caso é uma estatal controlada independente.
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Questão 1 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, jul-
gue o item a seguir.
O conceito legal de empresa estatal dependente inclui todas as empresas estatais controla-
das.
Errado.
Na verdade, nem todas empresas controladas são dependentes, apenas as que recebam do 
ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de cus-
teio em geral ou de capital. Confira no trecho do artigo 2º da LRF com grifos nossos:
III – empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, exclu-
ídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;
2.3. PRessuPostos
É importante destacar ainda que responsabilidade na gestão fiscal, por sua vez, pressu-
põe:
• ação planejada e transparente;
• prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas 
públicas;
• garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de resultados entre recei-
tas e despesas, com limites e condições para a renúncia de receita e a geração de des-
pesas com pessoal, seguridade, dívida, operações de crédito, concessão de garantia e 
inscrição em restos a pagar.
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Planejamento 
governamental
Endividamento 
público
LRF
Equilíbrio fiscal:
arrecadar mais 
X 
gastar menos
Transparência: 
publicar relatórios 
resumidos audiências
públicas
No que diz respeito ao seu amparo constitucional, a Lei de Responsabilidade Fiscal visa 
regulamentar a Constituição Federal, no Título “Da Tributação e do Orçamento”, cujo Capítulo 
II estabelece as normas gerais de finanças públicas a serem observadas pelos três níveis de 
governo. Em particular, a LRF vem atender à prescrição do artigo 163 da CF de 1988, cuja re-
dação é a seguinte:
Lei complementar disporá sobre:
I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades con-
troladas pelo poder público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as 
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Além disso, a LRF atende ao artigo 169 da Carta Magna, que determina o estabelecimento 
de limites para as despesas com pessoal ativo e inativo da União a partir de Lei Complemen-
tar. Um outro dispositivo atendido pela LRF consiste na prescrição do artigo 165, § 9º, II, da 
Constituição. De acordo com esse dispositivo:
...cabe à lei complementar estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração 
direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de Fundos.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 19, também se entrelaça com o artigo 169 
da CF/1988. Confira com grifos nossos:
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LRF:
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, 
em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da 
receita corrente líquida, a seguir discriminados (...)
CF/1988:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Finalmente, a partir do seu artigo 68, a LRF vem atender à prescrição do artigo 250 da 
Constituição de 1988 assegurando:
Recursos para o pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em adi-
ção aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por bens, direitos e 
ativos de qualquer natureza, mediante lei, que disporá sobre a natureza e administração desse fundo.
2.4. PRinCíPios
São quatro as vigas mestras que sustem a LRF em seu audacioso projeto de moralizar a 
gestão pública brasileira:
• planejamento;
• transparência;
• controle; e
• responsabilização.
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O planejamento serve para determinar os objetivos a alcançar e as ações a serem realiza-
das, compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução.
Tenha em mente que o planejamento em questão diz respeito às metas, limites e con-
dições para renúncia e arrecadação de receitas e geração de despesas, refletidas nas peças 
orçamentárias, ou seja, no Plano Plurianual – PPA, na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 
e na Lei Orçamentária Anual – LOA.
Nessa pegada, podemos dizer que, em verdade, o Planejamento é a base do processo de 
gestão fiscal, já que é por meio dele que se programará a execução do orçamento, adequando 
as ações governamentais ao que fora planejado.
Já a Transparência exige que todos os atos de entidades públicas sejam praticados com 
publicidade e com ampla prestação de contas em diversos meios e para isso implica na divul-
gação irrestrita dos projetos e dos resultados da administração pública, e para isso cria novas 
peças e procedimentos, como o AMF – Anexo de Metas Fiscais, o ARF – Anexo de Riscos Fis-
cais, o RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o RGF – Relatório de Gestão 
Fiscal, com foco também no uso da internet para essa divulgação.
No âmbito da Transparência, a LRF prevê ainda a participação popular no orçamento pú-
blico, indo além da simples divulgação de dado, buscando dar condições e subsídios à popu-
lação, por meio de informações claras e objetivas, para que a sociedade acompanhe e fisca-
liza a atividade dos gestores públicos.
Por seu turno, o pilar do Controle diz respeito a um efetivo acompanhamento da arrecada-
ção e dos gastos públicos, de modo a possibilitar a efetiva correção nas condutas gerenciais 
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equivocadas dos administradores, gerenciando o risco por meio de ações fiscalizadoras e de 
imposição de prazos na gestão de políticas e de procedimentos, que podem ser de natureza 
legal, técnica ou de gestão.
Objetivos da LRF:
• planejamento;
• transparência;
• controle;
• responsabilização.
É importante destacar que a LRF, no âmbito do Controle, estabelece diversos mecanismos 
de correção de desvios, definindo prazos, formas de adequação e, por último, sanções insti-
tucionais, em caso de descumprimento.
Em verdade, a LRF nos traz um Sistema de Controle Institucional múltiplo que permite que 
todos os poderes estejam sujeitos igualmente ao cumprimento de regras e a serem fiscaliza-
dos nesse sentido.
Finalmente, no que diz respeito à Responsabilização, que é a obrigação de prestar contas 
e responder por suas ações, a LRF imputa sanções administrativas ao agente e ao Ente Fe-
derado, que violar a norma, tais como o impedimento de receber transferências voluntárias, 
a proibição de contratar operações de crédito e prestação de garantias.
Vale destacar que as sanções para condutas, como as que citamos, estão previstas na Lei 
n. 10.028/2000, na Lei de Improbidade, Lei n. 8.429/1992, entre outras.
Os principais princípios específicos da LRF, que devem ser utilizados na sua interpreta-
ção, são:
• planejamento ou ação planejada;
• transparência na gestão fiscal ou das contas públicas – ação transparente;
• equilíbrio das contas públicas (a seguir comentado);
• responsabilidade na gestão fiscal ou dos recursos públicos;
• cumprimento de metas de resultado;
• obediência a limites e condições para realização de operações de crédito, inclusive por 
antecipação de receitaorçamentária;
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AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
• obediência a limites para a dívida consolidada, inclusive para a dívida mobiliária;
• obediência a limites para despesas com pessoal;
• cumprimento de condições para geração de despesas de pessoal;
• cumprimento de condições para geração de despesas da seguridade social (saúde, 
previdência e assistência social);
• cumprimento de condições para geração de despesas obrigatórias de caráter continu-
ado;
• cumprimento de condições para renúncia de receita.
A ideia agora é apresentar os principais aspectos da LRF de modo a facilitar o seu enten-
dimento quando você for fazer a leitura da lei. Registre-se, contudo, que tanto ao longo da 
exposição teórica quanto na resolução das questões apresentaremos os trechos da LRF mais 
cobrados em provas de concursos públicos.
3. eQuiLíbRio das Contas PúbLiCas
Segundo o princípio do equilíbrio orçamentário, o orçamento sempre estará equilibrado, 
uma vez que se trata de uma demonstração contábil.
Diferentemente do equilíbrio orçamentário preconizado pelo princípio do equilíbrio, a Lei de 
Responsabilidade Fiscal traz uma nova noção de equilíbrio para as contas públicas: o equilí-
brio das chamadas “contas primárias”, traduzida no Resultado Primário equilibrado.
Significa, em outras palavras, que o equilíbrio a ser buscado é o equilíbrio autossusten-
tável, ou seja, aquele que prescinde de operações de crédito e, portanto, que não resulta em 
aumento da dívida pública.
Esta é a verdadeira tradução do slogan “gastar apenas o que se arrecada” ou, “pay as you 
go” como adotado no orçamento americano.
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Uma leitura equivocada e apressada da LRF poderia dar margem a você pensar que, a par-
tir da publicação da LRF, nenhum ente público poderia contratar operações de crédito, o que 
não é verdade.
A partir da análise do Capítulo VII da LRF, que trata da dívida e do endividamento público, 
sabemos que, nos termos da Resolução n. 40 e da Resolução n. 43, aprovadas pelo Senado 
Federal, foram definidos limites para a dívida pública de todos os entes nacionais.
4. PLanejaMento e o PRoCesso oRçaMentáRio
No quadro a seguir, podemos ver a base legal do processo orçamentário brasileiro com 
destaque para a LRF e para Lei n. 4.320/1964.
BASE LEGAL
Constituição Federal/Estadual
PPA define as políticas públicas consubstanciadas nos 
programas, com metas e indicadores, pelo período de 4 anos.
LDO estabelece as metas e prioridades da administração 
pública para cada ano e orienta a elaboração do orçamento.
LOA disciplina todos os programas e ações no exercício, pro-
vendo recursos para a execução das ações necessárias ao 
alcance das metas.
Lei Complementar de Finanças 
Públicas - Lei n. 4.320/1964
LRF
LOALDOPPA
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4.1. PPa e Ldo
Em relação ao PPA, embora o artigo 3º que tratava exclusivamente do PPA tenha sido ve-
tado, o que deve ser ressaltado pela atuação da LRF é a confirmação, em outros dispositivos, 
da condição do PPA como documento de mais alta hierarquia no sistema de planejamento de 
qualquer ente público, razão pela qual todos os demais planos e programas devem subordi-
nar-se às – DOM – Diretrizes, Objetivos e Metas – nele estabelecidos.
Amigo(a), neste ponto, chamo a sua atenção para o fato de que a LRF procura aperfeiçoar 
a sistemática traçada pela norma constitucional, atribuindo novas e importantes funções ao 
Orçamento e à LDO.
Nos termos da LRF, a LDO recebe novas e importantes funções, entre elas:
• dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;
• estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de arrecadação 
da receita inferior ao esperado, de modo a NÃO comprometer as metas de resultado 
primário e nominal previstas para o exercício;
• dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos programas financia-
dos pelo orçamento;
• disciplinar as transferências de recursos para entidades públicas e privadas.
Nesse contexto, é importante destacar que a LRF criou 3 anexos que deverão integrar a 
LDO: AMF – Anexo de Metas Fiscais, ARF – Anexo de Riscos Fiscais e o anexo dos objetivos 
das políticas monetária, creditícia e cambial, sendo esse último apenas para a União.
Os dois primeiros anexos são os mais cobrados em prova e serão abordados em tópicos 
específicos adiante. Já o anexo com os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, 
engloba parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e também as 
metas de inflação para o exercício subsequente, sendo elaborado apenas pela União.
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4.2. anexo de Metas fisCais da Ldo
A LRF veio fortalecer a LDO, especialmente a partir da exigência do Anexo de Metas Fis-
cais, onde serão estabelecidas metas anuais em valores correntes e constantes (expurgados 
os efeitos da inflação) para um período de três anos. De acordo com o artigo 4º, § 2º, da LRF, 
o anexo de metas fiscais deve conter:
I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justi-
fiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, 
e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacio-
nal;
III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a 
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV – avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo 
ao Trabalhador;
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão 
das despesas obrigatórias de caráter continuado.
Essas metas correspondem às previsões para receitas e despesas, resultado nominal e 
resultado primário, além do montante da dívida pública para o exercício a que se referir a LDO 
e os dois seguintes.
Questão 2 (CESPE/MPU/TÉCNICO/2018) Acerca da receita e da despesa públicas, bem 
como de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal, julgue o item que se segue.
A Lei de Responsabilidade Fiscal só tratade metas de resultados para as despesas públicas, 
uma vez que as receitas públicas estão fora do controle dos órgãos públicos.
Errado.
Na verdade, no anexo de metas fiscais devem ser estabelecidas metas anuais para receitas e 
despesas. Confira:
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Art. 4º, § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que 
serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despe-
sas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem 
e para os dois seguintes.
Nota-se que o legislador imputou ao administrador público um esforço maior para a con-
fecção do seu principal instrumento de planejamento. Além das metas a serem alcançadas, 
o  Anexo de Metas Fiscais deverá apresentar também uma avaliação do cumprimento das 
metas de exercícios anteriores.
Esses resultados pretéritos deverão influenciar na elaboração das novas metas a serem 
alcançadas, ainda segundo a Lei, “evidenciando a consistência delas com as premissas e os 
objetivos da política econômica nacional”. Entenda-se neste caso como objetivos atuais da 
política econômica nacional, o equilíbrio fiscal e o controle do endividamento em todos os 
níveis de Governo.
Interessa também ao Anexo de Metas Fiscais apresentar a evolução do patrimônio líquido 
dos entes públicos, com especial cuidado quanto à destinação dos recursos originários das 
privatizações e alienações de ativos em geral.
Amigo(a), chamo a sua atenção ao fato de que as receitas de alienações de bens não devem 
ser somadas ao cálculo da Receita Corrente Líquida, por tratar-se de receitas de capital, e, 
igualmente, não serão elas computadas no cálculo do Resultado Primário, por constituírem 
receitas de caráter eventual.
Questão 3 (CESPE/STJ/ANALISTA/2018) A respeito da Lei de Responsabilidade Fiscal e do 
novo regime fiscal, julgue o item subsequente.
Se um órgão público alienar edifício de sua propriedade, os recursos obtidos com a alienação, 
bem como a destinação desses recursos, devem ser demonstrados em anexo próprio da lei 
de diretrizes orçamentárias.
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Certo.
Sim, guarde que os recursos gerados na alienação e a sua destinação desses recursos devem 
constar no Anexo de Metas Fiscais que estará presente na LDO. Confira na LRF, com grifos 
nossos:
Art. 4º, § 2º O Anexo conterá, ainda:
III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a 
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
O AMF – Anexo de Metas Fiscais incluirá, ainda, a avaliação da situação dos fundos de 
caráter previdenciário, utilizados em geral na complementação de aposentadorias, ou sim-
plesmente usado no pagamento de pensões e serviços médicos utilizados pelos servidores e 
seus dependentes. No passado, recursos desses fundos eram utilizados com frequência para 
finalidades diversas daquelas previstas em seus estatutos.
Busca a LRF, desta forma, proteger os regimes próprios de previdência, assegurando a 
utilização dos seus recursos na finalidade específica e garantindo a sua viabilidade econômi-
co-financeira.
Guarde ainda que a LRF facultou os municípios com menos de 50 mil habitantes a elabo-
rar o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias a 
partir do quinto exercício seguinte ao da publicação daquela Lei Complementar, ou seja, esses 
municípios não foram definitivamente dispensados de nenhum dos dois anexos.
Por último, o  Anexo de Metas Fiscais deverá apresentar as estimativas dos efeitos de 
incentivos fiscais ou qualquer tipo de renúncia que importe na perda de receitas próprias da 
União, dos Estados ou dos Municípios.
Veja um exemplo hipotético de AMF:
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A apresentação da margem de expansão das despesas de caráter continuado, definidas 
nos artigos 16 e 17, torna transparente os objetivos de longo prazo do administrador público, 
além da herança que uma administração poderá deixar para a sucessora.
Certamente que a renúncia fiscal e as despesas de caráter continuado trarão impacto 
sobre a Receita Corrente Líquida e sobre o Resultado Primário, e o administrador deverá ob-
servar a coerência entre as ações planejadas e os resultados pretendidos.
4.3. anexo de RisCos fisCais da Ldo
O Anexo de Riscos Fiscais, outra inovação da LRF a constar da LDO, destaca aqueles fatos 
que poderão impactar nos resultados fiscais (contas públicas) estabelecidos para o exercício 
e informando as providências a serem tomadas, caso ocorram. 
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Exemplo: para exemplificar, cito as sentenças judiciais, que podem a qualquer momento gerar 
uma despesa inesperada, se não houver uma reserva para este tipo de contingência. O reco-
nhecimento de uma despesa potencial corresponderá a um novo elemento a ser avaliado nas 
metas propostas no Anexo de Metas Fiscais.
Os riscos fiscais englobam os riscos orçamentários e os riscos da dívida.
Os Riscos Fiscais Orçamentários estão relacionados à possibilidade de que as receitas 
e despesas projetadas na elaboração do projeto de lei orçamentária anual não venham a se 
confirmar durante o exercício financeiro, enquanto os Riscos Fiscais da Dívida estão direta-
mente relacionados às flutuações de variáveis macroeconômicas que impactem o endivida-
mento público, tais como taxa básica de juros, variação cambial e inflação.
Para a LDO da União, a LRF determina a definição dos objetivos macroeconômicos a se-
rem alcançados, deixando clara a metodologia a ser utilizada. Para tanto, em anexo específico 
(além dos demais anexos propostos), serão apresentados os parâmetros e as projeções refe-
rentes à arrecadação de tributos, aos gastos com investimentos, às transferências etc. Além 
disso, a União deverá apresentar na sua LDO a previsão de inflação para o exercício seguinte.
Guarde a ideia de que a LRF elegeu a LDO como instrumento mais importante para a obten-
ção do equilíbrio nas contas públicas, a partir de um conjunto de metas que, após aprovadas, 
passam a ser compromisso de governo.
4.4. Lei oRçaMentáRia anuaL – Loa
Da mesma forma que na LDO, várias alterações também foram introduzidas, pela LRF, na 
sistemática deelaboração do orçamento – Lei Orçamentária Anual – LOA. Dentre as princi-
pais, destacam-se:
• o demonstrativo da compatibilidade da programação do orçamento com as metas da 
LDO previstas no respectivo Anexo de Metas Fiscais;
• a previsão da reserva de contingência, em percentual da receita corrente líquida, destinada 
ao pagamento de restos a pagar e passivos contingentes, além de outros imprevistos fis-
cais;
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• a LOA deverá apresentar as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual 
e respectivas receitas, sendo o refinanciamento da dívida (e suas receitas) demonstra-
do de forma separada, tanto na LOA como nas leis de créditos adicionais.
De acordo com o artigo 5º da LRF, a LOA demonstrará que está compatível e adequada ao 
Anexo de Metas Fiscais, tendo ainda, por acompanhamento, o demonstrativo de efeitos sobre 
as receitas e as despesas decorrentes anistias, isenções, subsídios etc.
Neste caso, a LOA, sendo orientada pela LDO, deve manter os objetivos definidos nesta. 
É o que se observa, ainda, na reserva de contingência, que a LDO deverá prever para o atendi-
mento às despesas previstas no Anexo de Riscos Fiscais.
Questão 4 (CESPE/EBSERH/ANALISTA/2018) Em relação às disposições da Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, julgue o item subsecutivo.
O projeto de lei orçamentária deve demonstrar, em anexo próprio, o cumprimento das metas 
fiscais estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias.
Certo.
Guarde que o Projeto de Lei Orçamentária deve conter, em anexo próprio, demonstrativo do 
cumprimento dos objetivos e metas constantes no Anexo de Metas Fiscais da LDO. Confira:
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, 
com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os 
objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º; (Art. 4º A lei de diretrizes 
orçamentárias atenderá o disposto no § 2º e:§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamen-
tárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes 
e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida 
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
Ressalte-se ainda que a dívida pública tem um tratamento especial na LOA. Outro ponto rele-
vante na execução da LOA é que os pagamentos de sentenças judiciais (os famosos precatórios) 
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deverão identificar os respectivos beneficiados, de forma a evidenciar a ordem cronológica da 
sua ocorrência (visou inibir aquelas absurdas “furadas” de fila).
Em relação à LOA e aos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos, mere-
ce destaque aqui o fato de que, no caso de uma empresa estatal considerada dependente, 
a mesma participará do Orçamento Fiscal e do Orçamento da Seguridade Social, mas não 
participa do Orçamento de Investimentos, diferentemente das chamadas empresas estatais 
não dependentes (independentes) que somente integram o orçamento de investimentos.
5. ResuLtado noMinaL e ResuLtado PRiMáRio
Como vimos, o equilíbrio das contas públicas é a espinha dorsal da LRF. Nesse sentido, já 
sabemos que a LRF orienta acerca do equilíbrio entre receitas e despesas, a limitação de em-
penho e movimentação financeira, a não geração de despesas consideradas não autorizadas, 
irregulares e lesivas ao patrimônio público e os critérios para criação, expansão ou aperfeiço-
amento de ação governamental que acarrete aumento de despesa.
Nessa toada, os conceitos de resultados nominal e primário da LRF estão estabelecidos 
em seu artigo 9º.
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Resultado primário: é a diferença entre receitas e despesas primárias, delas excluídos os 
juros, receitas financeiras (aplicações), receita de privatizações, encargos e o principal da dí-
vida pública (pagos e recebidos) etc.
As receitas primárias correspondem ao total das receitas orçamentárias deduzidas as 
operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações financeiras e retorno de 
operações de crédito (juros e amortizações), o recebimento de recursos oriundos de emprés-
timos concedidos e as receitas de privatizações.
As despesas primárias correspondem ao total das despesas orçamentárias deduzidas as 
despesas com juros e amortização da dívida interna e externa, com a aquisição de títulos de 
capital integralizado e as despesas com concessão de empréstimos com retorno garantido.
Veja um exemplo com números aleatórios:
Resultado nominal: é a diferença entre todas as receitas arrecadadas e todas as despesas 
empenhadas, incluindo os juros e o principal da dívida e ainda acrescentando as receitas fi-
nanceiras.
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O Demonstrativo do Resultado Nominal apresenta a apuração do resultado nominal. Esse 
demonstrativo integra o RREO – Relatório Resumido da Execução Orçamentária e deverá ser 
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre.
DICA!
O objetivo da apuração do Resultado Nominal é medir a evo-
lução da Dívida Fiscal Líquida.
Bem, em relação ao cumprimento de metas de resultado primário ou nominal, a LRF orien-
ta a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência consti-
tucional do ente.
Visando sempre à responsabilização do titular do Poder ou órgão no que se refere à ges-
tão dos recursos e do patrimônio públicos, a regra matriz do cumprimento de metas de resul-
tado encontra-se nos artigos 14 e 17 da LRF.
O artigo 14 prevê que a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza 
tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do 
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois se-
guintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e ainda a demonstração, pelo 
proponente, de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e 
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