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ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Material adaptado do Caderno de Estudos de: ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Profª. Arlete Regina Floriani Copyright © UNIASSELVI 2013 Adaptado por: Prof. Flávio Brustoloni Pólo AUPEX – Joinville 2018 UNIDADE 1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Reconhecer as demonstrações contábeis; Apresentar as demonstrações contábeis de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1); Preparar as demonstrações contábeis; Analisar as demonstrações contábeis. AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS SEGUNDO A LEI Nº 6.404/76; LEI Nº 11.638/07; LEI Nº 11.941/09 E PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 (R1) TÓPICO 1 01 / 55 A Lei nº 6.404 foi criada em 15 de dezembro de 1976, em substituição ao Decreto-Lei nº 486, de 3 de março de 1969, que dispunha sobre a escrituração e sobre os livros mercantis. O art. 175, do capítulo XV da referida lei, dispõe sobre o exercício social e as demonstrações financeiras, enquanto o capítulo 176 complementa que, ao final de cada exercício social, serão elaboradas as seguintes demonstrações financeiras: 02 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 13 (I) balanço patrimonial; (II) demonstração do resultado do exercício; (III) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; (IV) demonstração das mutações do patrimônio líquido; (V) demonstração das origens e aplicações de recursos. O § 4º prevê que as demonstrações contábeis serão complementadas por notas explicativas que esclarecerão a situação patrimonial e os resultados do exercício. 03 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 13 Iudícibus et al. (2010) explicam que o conjunto de informações que deve ser divulgado por uma sociedade por ações, de forma a prestar contas aos usuários, abrange o “Relatório da Administração, as Demonstrações Contábeis e as Notas Explicativas, e ainda o Parecer dos Auditores Independentes, o Parecer do Conselho Fiscal e o relatório do Comitê de Auditoria (se existirem).. 04 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 13 Segundo o art. 178 da Lei nº 6.404/76, o balanço patrimonial tem por finalidade demonstrar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinado momento, o que representa uma posição estática. Neste mesmo artigo está previsto que as contas são classificadas segundo os elementos do patrimônio que registram e agrupadas de modo que permitam o conhecimento e a análise da situação financeira da sociedade. 05 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 14 Para atender a esse objetivo, os artigos 178 a 182 definem como devem ser dispostas as contas: para o ativo as contas devem ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez, isto é, em primeiro lugar são apresentadas as contas mais rapidamente conversíveis em disponibilidades. Para o passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade, ou seja, classificam-se em primeiro lugar as contas cuja exigibilidade ocorre antes. Esta classificação, se for elaborada de conformidade, ajudará o analista na preparação das demonstrações contábeis para análise. 06 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 14 07 / 55Tópico 1Unid 15 Você pode observar no quadro anterior que a estrutura do balanço patrimonial, segundo a Lei nº 6.404/76, é sintética, mas, para que o usuário das informações contábeis tenha maior conhecimento da situação da empresa e possa formar uma opinião a esse respeito, as informações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas, quadros analíticos etc. Com as modificações geradas pela Lei nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09, os §§ 1º e 2º do artigo 178 determinam a segregação do Ativo e do Passivo nos seguintes grupos: 08 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 15 09 / 55Tópico 1Unid 15 Complementa as demonstrações obrigatórias, a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, que, segundo Zdanowicz (1998, p. 23-25), “[...] é peça relevante na dinâmica patrimonial, pois informa a receita bruta da empresa, o custo para obtê-la e demais despesas operacionais, evidenciando os lucros: bruto e operacional”. 10 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 16 11 / 55Tópico 1Unid 17 Os demais relatórios que acompanham o balanço patrimonial e a DRE, de acordo com Iudícibus et al. (2010), são: a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL evidenciando a mutação do patrimônio líquido em termos globais, isto é, novas integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores etc. 12 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 17 A Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC –, antes da Lei nº 11.638/07, não era obrigatória no Brasil, exceto para alguns casos específicos, como, por exemplo, para as empresas de energia elétrica (IUDÍCIBUS et al., 2010). Em abril de 1999, o IBRACON, através da NPC 20, e também a CVM já recomendavam que este demonstrativo fosse apresentado como informação complementar. 13 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 17 O objetivo da DFC é prover informações relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, ocorridos em determinado período, visando auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na análise da capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa e suas necessidades para utilizar esses fluxos de caixa. 14 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 18 Notas explicativas, segundo Matarazzo (2010), são dados e informações que complementam as demonstrações financeiras; são compostas por um conjunto de elementos que auxiliam a fazer uma avaliação mais ampla da empresa, como, por exemplo: as taxas de juros, os vencimentos, as garantias atribuídas a empréstimos etc. 15 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 19 A outra demonstração contábil obrigatória, e que apresenta o desempenho da empresa, denomina-se demonstração de resultados do exercício – DRE –, que, segundo Assaf Neto (2012), visa fornecer os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, cujo valor é transferido para contas do patrimônio líquido. 16 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 116 Segundo Iudícibus et al. (2010, p. 480-481), o objetivo da DRE é fornecer informações sobre a formação do resultado (lucro ou prejuízo) do exercício. Visando atender tal objetivo, são apresentadas as despesas operacionais segregadas por subtotais, de acordo com a função de cada uma delas, conforme segue: • Despesas com vendas • Despesas financeiras deduzidas das receitas financeiras • Despesas gerais e administrativas • Outras receitas e despesas operacionais. 17 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 117 Deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto, é apresentado o lucro operacional, que é considerado um dado importante na análise das operações da empresa. Após o lucro operacional, apresentam-se as outras receitas e despesas, gerando então o “resultado antes dos tributos (imposto de renda e contribuição social sobre o lucro). Deduz-se a seguir o imposto de renda e a contribuição social a pagar e, por último, as participações de terceiros, chegando-se ao lucro (ou prejuízo) líquido do exercício, que é o valor final da DRE. 18 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 117 A estrutura presente no CPC 26 (anteriormente descrita) estabelece a evidenciação, de forma destacada, do resultado proveniente da avaliação de investimentos pelo método da equivalência patrimonial, do resultado financeiro, além de destacar o resultado proveniente das operações continuadas e descontinuadas da entidade. (IUDÍCIBUS et al., 2010). Conforme este pronunciamento, são abordados dois outros aspectos relativos à DRE, a saber: 19 / 55 2 DEMONSTRAÇÕESCONTÁBEIS Tópico 1Unid 118 1. A necessidade de divulgação, de forma separada, da natureza e montantes dos itens de receita e despesa quando estes são relevantes, conforme descrito no item 98, (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 481- 482); 2. A necessidade de subclassificação das despesas, como pode ser constatado no item 101 (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 481-482). 20 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 119 Iudícibus et al. (2010, p. 482) ressaltam que as formas de análise citadas no item 101 do CPC 26 são as seguintes: a) método da natureza da despesa b) método da função da despesa ou do “custo dos produtos e serviços vendidos” 21 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 119 22 / 55Tópico 1Unid 120 23 / 55Tópico 1Unid 120 Por fim, observa-se o que a norma estabelece sobre a subclassificação das despesas, ainda que caiba à administração escolher o método a ser utilizado, em função de fatores históricos, setoriais e da natureza da entidade. Porém, quando a entidade classifica as despesas por função, ela deve divulgar, adicionalmente, informações acerca da natureza de certas despesas, incluindo as despesas de depreciação, amortização e despesas com benefícios a empregados. 24 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 120 Agora você terá a oportunidade de conhecer mais uma demonstração contábil, a qual foi instituída pelo Pronunciamento Técnico CPC 26, que, seguindo as normas internacionais de contabilidade, instituiu a obrigatoriedade de elaboração da Demonstração do Resultado Abrangente do Exercício – DRA. Iudícibus et al. (2010) explicam que essa demonstração apresenta as receitas, despesas e outras mutações que afetam o patrimônio líquido, mas que não são reconhecidas (ou melhor, não foram reconhecidas ainda) na Demonstração do Resultado do Exercício, conforme determinam Pronunciamentos, Interpretações e Orientações que regulam a atividade contábil. Tais receitas e despesas identificadas como “outros resultados abrangentes”, de acordo com o CPC 26. 25 / 55 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 1Unid 120 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA ANÁLISE TÓPICO 2 26 / 55 Uma vez que estamos de posse das demonstrações contábeis desejadas, normalmente de três a quatro períodos, inicia-se a preparação das contas considerando-se os períodos selecionados. A este procedimento Marion (2010) denomina de reclassificação, que significa uma nova classificação, o reagrupamento de algumas contas, no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício. Esses ajustes são necessários para melhorar a eficiência da análise, podendo-se melhorar a situação econômico-financeira da empresa. 27 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 133 Uma vez que estamos de posse das demonstrações contábeis desejadas, normalmente de três a quatro períodos, inicia-se a preparação das contas considerando-se os períodos selecionados. A este procedimento Marion (2010) denomina de reclassificação, que significa uma nova classificação, o reagrupamento de algumas contas, no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do Exercício. Esses ajustes são necessários para melhorar a eficiência da análise, podendo-se melhorar a situação econômico-financeira da empresa. 27 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 133 Se quisermos apurar a verdadeira taxa de rentabilidade obtida pela atividade operacional, deveremos reclassificar tanto as despesas financeiras, como as receitas financeiras no grupo não operacionais. Para uma melhor compreensão, vamos apresentar alguns casos de reclassificação: a) duplicatas descontadas; b) despesas do exercício seguinte; c) não circulante (substitui o permanente); d) resultados de exercícios futuros; e) leasing; f) receitas financeiras e despesas financeiras. 28 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 134 I) DUPLICATAS DESCONTADAS A empresa RIO tem por política interna operar com duplicatas descontadas para suprir seu caixa, enquanto a empresa MAR opera com empréstimos bancários (com depósito de duplicatas como garantia). Dessa forma, as duas empresas terão no passivo circulante uma dívida com terceiros, embora, no caso de duplicatas descontadas, haja apenas a coobrigação. 29 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 134 Demonstraremos a seguir a situação das empresas RIO e MAR, que possuem o mesmo valor no ativo circulante e no passivo circulante. 30 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 135 Se observarmos a situação patrimonial das empresas RIO e MAR, teremos: 31 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 135 Analisando as duas empresas, nota-se que ambas tinham a mesma situação financeira e ambas tiveram uma entrada de igual valor, porém a diferença está no tipo de operação realizada, que gerou um lançamento contábil diferente, e, consequentemente, a situação da empresa MAR demonstra ter uma menor capacidade de pagamento em relação à empresa RIO. Se reclassificarmos o balanço da empresa RIO, teremos a seguinte situação: 32 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 135 Nota 1: agora as empresas possuem o mesmo endividamento (R$ 1.200), e a capacidade de pagamento de cada uma é R$ 1,83, a mesma para ambas, isto é, para cada R$ (real) que a empresa deve, existe em caixa R$ 1,83, o que lhes possibilita saldar seus compromissos e ainda restar R$ 0,83 em caixa. Nota 2: endividamento igual para as duas empresas. 33 / 55Tópico 2Unid 135 II) DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE A conta “despesas do exercício seguinte” é o único grupo de contas que não se converterá em dinheiro, portanto, não servirá para pagar as dívidas da empresa, conforme Marion (2010). Por se tratar de uma despesa antecipada que será consumida pela empresa, no próximo ano, é classificada no grupo do Ativo Circulante, porém não se transformará em dinheiro. Esta despesa reduzirá o lucro do próximo exercício e, como consequência, o patrimônio líquido. Por este motivo os analistas mais conservadores preferem, no momento da análise, deduzi-la do patrimônio líquido, excluindo-a do ativo circulante. 34 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 136 Se não fizermos a reclassificação da Despesa do Exercício Seguinte: - a relação AC/PC será de 1,33 (20.000/15.000); - a relação Capital Próprio/Capital de Terceiros será de 1,00 (15.000/15.000). 35 / 55Tópico 2Unid 136 Neste caso, os resultados apurados geraram a seguinte situação: - a relação AC/PC passa de 1,33 para 1,20 (18.000/15.000); - a relação CP/CT passa de 1,00 para 0,87 (13.000/15.000). 36 / 55Tópico 2Unid 137 III) NÃO CIRCULANTE (SUBSTITUI O PERMANENTE) Uma vez que o Balanço Patrimonial esteja nos moldes da Lei das Sociedades por Ações, praticamente nada teremos a reclassificar nos grupos Investimentos e Imobilizado, conforme Marion (2010). O subgrupo Diferido tem sofrido ajustes por parte de muitos professores e analistas, deduzindo-o do Patrimônio Líquido, sob a alegação de tratar-se de despesas que comporão resultados de exercícios futuros, e consequentemente, diminuindo o Patrimônio Líquido. 37 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 137 IV) RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS Com o advento da Medida Provisória nº 449/08 e da Lei nº 11.941/09, esse grupo desapareceu como grupamento de contas do balanço patrimonial. Os saldos existentes, se classificáveis corretamente segundo a legislação anterior, vão para o passivo não circulante, devidamente destacadas as receitas e despesas. O mesmo se aplica às entidades de atividade imobiliária, segundo já era determinado pelo Conselho Federal de Contabilidade. 38 / 55 2 PREPARAÇÃODAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 138 V) LEASING OU ARRENDAMENTO MERCANTIL Leasing ou Arrendamento Mercantil, de acordo com Ferreira (2009), é “[...] uma operação de financiamento, que facilita ao empresário o acesso a bens de uso necessários ao funcionamento da empresa, sem que tenha de comprá-los imediatamente”. O arrendamento mercantil (leasing) pago por uma empresa, mensalmente, não se caracterizava como Ativo antes da Lei nº 11.638/07, embora o bem estivesse dentro da empresa, mas a empresa só tinha a posse e não a propriedade. Ferreira (2009) explica que existem várias modalidades de leasing, porém cita as três mais usuais de arrendamento mercantil: 1 – leasing financeiro; 2 – leasing operacional; 3 – lease-back. 39 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 138 VI) RECEITAS FINANCEIRAS E DESPESAS FINANCEIRAS Segundo entende Marion (2010), no Demonstrativo de Resultado do Exercício, deverão ser reclassificadas as contas de despesas financeiras e receitas financeiras. De conformidade com a Lei das S/As (6.404/76), as despesas e receitas financeiras estão classificadas no grupo de contas operacionais, entretanto, para fins de análise (gerencial), elas devem ser transferidas para o grupo de receitas e despesas não operacionais. Este procedimento nos leva a obter o lucro operacional efetivamente apurado pela atividade principal da empresa, sem a inclusão de receitas financeiras (resultado nas aplicações financeiras) e despesas financeiras. 40 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Tópico 2Unid 139 Iudícibus (1998) afirma que o Ativo é composto de todos os bens e direitos de propriedade e controle da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. Assim, Iudícibus (1998, p. 41-48) exemplifica o que são bens e direitos: • Bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, instalações etc. • Direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, títulos de crédito etc. 41 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.1 CONTAS DO ATIVO Tópico 2Unid 142 Para ser Ativo é necessário que qualquer item preencha quatro requisitos simultaneamente: a) constituir bem ou direito para a empresa; b) ser de propriedade, posse ou controle de longo prazo da empresa; c) ser mensurável monetariamente; d) trazer benefícios presentes ou futuros. 42 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.1 CONTAS DO ATIVO Tópico 2Unid 143 Já o Passivo, simplificadamente, evidencia toda a obrigação (dívida) que a empresa tem com terceiros, por exemplo: contas a pagar, fornecedores de matéria-prima a prazo, impostos a pagar, financiamentos, empréstimos etc. O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momento em que a dívida vencer, será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso Iudícibus (1998) entende que é mais adequado chamá-lo Passivo Exigível. 43 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.2 CONTAS DO PASSIVO Tópico 2Unid 143 Exemplo: Receita antecipada R$ 200 (-) custo estimado R$ 150 (=) receita diferida líquida R$ 50 Se o custo da receita antecipada já foi efetivado e contabilizado, a verba será demonstrada da seguinte forma: Resultado de exercícios futuros Receita antecipada R$ 200 (-) custo respectivo R$ 150 (=) receita diferida líquida R$ 50 44 / 55Tópico 2Unid 144 Para Iudícibus (1998, p. 48-58), a demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). 45 / 55 2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.3 CONTAS DO DRE Tópico 2Unid 145 Reconhecer os efeitos inflacionários é fundamental antes de iniciar a análise horizontal e a análise vertical, para evitar resultados distorcidos em função da variação da moeda, explica Zdanowicz (1998). Para tanto, primeiro deve o analista definir qual é o indicador econômico que deseja utilizar. Sugerem-se alguns dos mais comuns: IGPM, INPC, IPCA, entre outros, cuja escolha fica a cargo do gestor. O processo de atualização é simples. Após definir o indicador, o próximo passo é a base de atualização. 45 / 55 3 RECONHECIMENTO DOS EFEITOS INFLACIONÁRIOS Tópico 2Unid 145 Exemplo: O administrador da empresa Raios de Parábolas S/A decidiu fazer um teste e atualizar as demonstrações contábeis de sua empresa com o uso do indicador IGPM para observar a diferença nos resultados depois de realizar os cálculos. Para tanto solicitou ao contador cópia dos balanços, já reclassificados. No primeiro momento, vai realizar os cálculos apenas dos grandes grupos, ou seja: Ativo, Ativo circulante, Ativo não circulante; Passivo, Passivo circulante, Passivo não circulante; Patrimônio Líquido. 46 / 55 3 RECONHECIMENTO DOS EFEITOS INFLACIONÁRIOS Tópico 2Unid 146 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL TÓPICO 3 47 / 55 Análise horizontal, segundo Reis (2009), é uma técnica de análise que compara cada item do demonstrativo, em cada ano, com o valor correspondente em determinado ano anterior, considerado como base. O objetivo da análise horizontal é mostrar a evolução de cada conta isoladamente, ou de cada grupo de contas. Para Iudícibus (2007), a principal finalidade da análise horizontal é apresentar o crescimento de itens dos balanços e das demonstrações de resultados a fim de caracterizar tendências. 48 / 55 2 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL Tópico 3Unid 151 O instrumento utilizado para avaliar o crescimento monetário dos elementos do balanço patrimonial ou do Demonstrativo do Resultado do Exercício é denominado índice. O cálculo é bastante simples: adota-se o índice 100 (cem) como representativo dos valores monetários do ano que serve de base, para confronto com os valores dos demais períodos. Aplica-se regra de três simples e direta, e calculam-se os índices correspondentes aos períodos que serão confrontados com o período-base. (ZDANOWICZ, 1998). 49 / 55 2 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL Tópico 3Unid 151 50 / 55Tópico 3Unid 152 51 / 55Tópico 3Unid 153 A análise vertical permite, inicialmente, que o analista avalie a estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, o que chamamos de lógica de balanço, isto é, se a proporcionalidade dos diferentes componentes patrimoniais e de resultados se mantém ao longo dos anos ou se existem desequilíbrios importantes, que merecem uma avaliação mais minuciosa. Segundo Iudícibus (2007), este tipo de análise tem por finalidade avaliar a estrutura dos itens do balanço e da demonstração do resultado do exercício e sua evolução no tempo. A comparação dos números é feita com o total do ativo e do passivo (balanço patrimonial) e com as vendas líquidas (demonstrações de resultados). 52 / 55 2 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL 2.1 ANÁLISE DA ESTRUTURA OU ANÁLISE VERTICAL Tópico 3Unid 153 Zdanowicz (1998, p. 58-59) afirma que “[...] a análise vertical é o processo que objetiva a medição percentual de cada componente patrimonial ou de resultado econômico em relação ao total de que se faz parte”. O coeficiente ou a percentagem é a medida que indica a proporção de cada componente em relação ao todo. Calcula-se a participação de cada componente do ativo ou passivo e patrimônio líquido em relação ao total do ativo ou total do passivo, nesta ordem. Idêntico raciocínio desenvolve-se para os elementos de resultado em relação à receita operacional líquida da empresa, que expressa os cem por cento. 53 / 55 2 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL 2.1 ANÁLISE DA ESTRUTURA OU ANÁLISE VERTICAL Tópico 3Unid 15454 / 55Tópico 3Unid 154 55 / 55Tópico 3Unid 154
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