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ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Material adaptado do Caderno de Estudos de: ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Profª. Arlete Regina Floriani Copyright © UNIASSELVI 2013 Adaptado por: Prof. Flávio Brustoloni Pólo AUPEX – Joinville 2018 UNIDADE 3 GESTÃO FINANCEIRA OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Entender capital de giro; Calcular os índices de atividade; Elaborar o fluxo de caixa; Calcular o fator de insolvência; Aplicar a alavancagem financeira e operacional. CAPITAL DE GIRO TÓPICO 1 01 / 95 Silva (2007) explica que a expressão capital de giro tem aparecido na literatura de administração financeira como sinônima do ativo circulante, compreendendo as disponibilidades, as duplicatas a receber e os estoques. A empresa precisa manter “caixa e equivalentes” para atender às suas transações operacionais, contra pequenos imprevistos e também para poder negociar operações com descontos com seus fornecedores. Quanto às aplicações financeiras de curto prazo, estas são decorrentes de sobras de recursos. 02 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.1 CAPITAL DE GIRO Tópico 1Unid 3114 A expressão capital em giro, segundo o site Wikipédia, significa os bens efetivamente em uso para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar). 03 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.2 CAPITAL EM GIRO Tópico 1Unid 3114 Capital de giro próprio foi conceituado por Silva (2007) como “[...] a parcela do ativo circulante financiada com recursos próprios, isto é, o que sobra do patrimônio líquido após o comprometimento dos recursos próprios com o ativo permanente mais o realizável a longo prazo”. 04 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.3 CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO Tópico 1Unid 3115 Para calcularmos o capital de giro próprio utilizaremos a fórmula a seguir, proposta por Silva (2007). 05 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.3 CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO Tópico 1Unid 3115 06 / 95Tópico 1Unid 3115 Exemplo: CGP = PL - ANC CGP = 23.100 - (24.000 + 100) CGP = - 1.000 Como podemos observar, o capital de giro próprio é negativo (-R$ 1.000,00). Análise: Os recursos próprios (o patrimônio líquido) não foram suficientes para cobrir as aplicações em ativos não circulantes. Como pode ser observado no balanço anterior, o valor do ativo imobilizado já é maior que o patrimônio líquido. 07 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.3 CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO Tópico 1Unid 3116 O conceito do capital circulante líquido está baseado na diferença entre os ativos e passivos circulantes, também conhecido por CCL, conforme Silva (2007). É possível dizer que o capital circulante líquido pode ser oriundo de operações realizadas pela empresa, como empréstimo tomado para pagamento a longo prazo, como também podemos dizer que uma venda à vista de um bem do ativo permanente é de origem de capital circulante líquido. 08 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.4 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Tópico 1Unid 3116 Exemplo: analisando o balanço da Cia. Misteriosa, encerrado em 31-12-XX, teremos: CCL = AC - PC CCL = 33.900 - 33.600 CCL = 300 09 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.4 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Tópico 1Unid 3116 O resultado apurado (R$ 300,00) indica em quanto os ativos de curto prazo superam os passivos de curto prazo. Ressalta Silva (2007) que, se todos os valores realizáveis e todas as obrigações de curto prazo tivessem o mesmo vencimento, o valor do CCL (R$ 300,00) seria uma espécie de folga financeira. Entretanto, não podemos esquecer que as dívidas podem vencer antes que os créditos se realizem e, neste caso, mesmo considerando a sobra de R$ 300,00 a empresa poderá ter dificuldade financeira. 10 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.4 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Tópico 1Unid 3117 Segundo Silva (2007, p. 294), é possível dizer que “[...] o capital de terceiros é formado pela soma do passivo circulante com o exigível a longo prazo”. 11 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.5 CAPITAL DE TERCEIROS Tópico 1Unid 3117 O capital próprio, segundo Reis (2009, p. 347), corresponde ao Patrimônio Líquido. Podemos demonstrar o capital próprio através da seguinte equação: 12 / 95 2 TERMINOLOGIA 2.6 CAPITAL PRÓPRIO Tópico 1Unid 3117 Segundo Olinquevitch e Santi Filho (1995, p. 26-38), a variável NLCDG (Necessidade Líquida de Capital de Giro) constitui-se na principal determinação da situação financeira das empresas. O seu valor revela o nível de recursos necessários para manter o giro dos negócios. As contas que compõem a Necessidade Líquida de Capital de Giro expressam operações de curto prazo e de efeitos rápidos. 13 / 95 3 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO Tópico 1Unid 3118 * Período a que se refere o volume das Vendas Brutas; exemplo: vendas anuais, período de 360 dias; vendas mensais, período de 30 dias etc. 14 / 95Tópico 1Unid 3118 Ainda conforme Marion, a Necessidade de Capital de Giro (NCG) é calculada a partir da seguinte equação: ACC - PCC, em que ACC = ativo circulante cíclico e PCC = passivo circulante cíclico. Neste caso: NCG = 640.000 - 260.000 NCG = 380.000 Importante: essa Necessidade de Capital de Giro de R$ 380.000,00 representa em montante o Ciclo Financeiro. Neste caso, o administrador financeiro deverá providenciar de alguma forma recursos para cobrir as contas vincendas, porque as vendas e o recebimento delas são lentos. 15 / 95 3 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO Tópico 1Unid 3119 Padoveze e Benedicto (2007) citaram um modelo de administração do capital de giro, desenvolvido por Fleuriet et al. (1978), que foi denominado “análise financeira dinâmica”, em que são separados os elementos do giro, e os classifica em dois tipos, em relação ao seu comportamento com o ciclo operacional: a) contas cíclicas – são as contas de natureza operacional; b) contas erráticas – as demais contas do ativo circulante. 16 / 95 3 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO Tópico 1Unid 3120 Padoveze e Benedicto (2007) mencionam que as contas cíclicas são aquelas que se relacionam diretamente com o ritmo operacional, refletindo, em seus saldos, o nível de operações fins da empresa, e as exemplifica muito próximas de Marion (2010) como: duplicatas a receber de clientes, estoques, despesas pagas antecipadamente, no ativo, e duplicatas a pagar de fornecedores, obrigações tributárias incidentes sobre faturamento, obrigações trabalhistas, no passivo. As contas erráticas são aquelas cujos saldos evoluem sem qualquer relação com o ritmo das operações, podendo ser zeradas quando a empresa estiver desempenhando normalmente suas atividades. 17 / 95 3 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO Tópico 1Unid 3120 Considerando as naturezas diferenciadas das contas do giro, há uma reclassificação do capital circulante: as contas cíclicas são classificadas como giro e, consequentemente, o total dos ativos cíclicos menos o total dos passivos cíclicos indica a NLCG – necessidade líquida de capital de giro. (PADOVEZE; BENEDICTO, 2007). 18 / 95 3 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO Tópico 1Unid 3120 19 / 95Tópico 1Unid 3120 Para financiar as Necessidades de Capital de Giro, a empresa pode contar normalmente com três tipos de financiamentos (MATARAZZO, 2010): 1 – Capital Circulante Próprio; 2 – Empréstimos e Financiamentos Bancários de Longo Prazo; 3 – Empréstimos Bancários de Curto Prazo e duplicatas descontadas. 20 / 95 3 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO Tópico 1Unid 3121 ÍNDICES DE ATIVIDADE TÓPICO 2 21 / 95 Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de renovação de estoque, MELHOR. No que se refere aos pagamentos, quanto mais lento for o pagamento das compras, desde que não seja por atrasos, MELHOR. (MARION, 2010). Estes quocientes estão relacionados ao ciclo operacional porque, através deles, medimos quantos dias os estoques levam para serem vendidos, e somamos ao prazo de recebimento das vendas. O ideal seria que a empresa atingisse uma posição em que a soma do PMRE com PMRV fosse igual ou inferior ao PMPC, em outras palavras, que o resultado fosse igual a UM. 22 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE Tópico 2126 Unid 3 23 / 95Tópico 2126 Unid 3 Exemplo: uma empresa quevende e recebe a mercadoria adquirida para, depois, liquidá-la junto a seu fornecedor, observando os seguintes resultados: PMRE = 30 dias; PMRV = 54 dias; PMPC = 90 dias. Poderíamos dizer que a empresa tem, em média, uma folga de seis dias. Aplicada a fórmula, teremos: PMRE + PMRV = 30 + 54 = 0,93 PMPC 90 Esta é uma posição favorável porque a empresa vende e recebe antes que vença a fatura da compra realizada. Nem sempre obter esta situação é favorável, no entanto a empresa sempre deve perseguir esta meta. 24 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE Tópico 2126 Unid 3 Segundo Silva (2007), o prazo médio de rotação dos estoques (Inventory Turnover) indica quantos dias, em média, os produtos permanecem armazenados na empresa antes de ocorrer sua venda. 25 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE 2.1 PMRE Tópico 2127 Unid 3 ESTm = Estoque médio CPV = Custo do Produto (ou mercadoria) Vendido DP = Dias do Período considerado (360 dias para um ano; 30 dias por mês) O prazo médio de recebimento das vendas (Days Sales Outstanding – DSO), de acordo com Silva (2007), indica em quantos dias, em média, a empresa recebe suas vendas. O volume de duplicatas a receber é decorrência de dois fatores básicos: a) o montante de vendas a prazo; b) prazo concedido aos clientes para pagamento. 26 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE 2.2 PMRV Tópico 2130 Unid 3 Para calcularmos o PMRV, utiliza-se a seguinte fórmula (SILVA, 2007, p. 280): 27 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE 2.2 PMRV Tópico 2130 Unid 3 DRm = Duplicatas a Receber (média do período) VL = Vendas Líquidas IMP = Impostos sobre vendas DP = Dias do Período (360 dias para um ano, 30 dias por mês) 28 / 95Tópico 2131 Unid 3 Conforme Silva (2007): a) as duplicatas a receber no final de 20X0 eram de $ 102.534; b) DRx2 = duplicatas a receber no final do ano; DRx3 duplicatas a receber no final do ano; (DRx2 + DRx3)/2 = média de duplicatas a receber. O prazo médio de pagamento das compras (Days’ Purchases in Accounts Payable) indica quantos dias, em média, a empresa demora em pagar seus fornecedores. (SILVA, 2007, p. 280-281). Segundo o autor, para apurar este resultado aplica-se a seguinte fórmula: 29 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE 2.3 PMPC Tópico 2131 Unid 3 FORNm = Fornecedores (média no período) C = Compras DP = Dias do Período considerado (360 dias para um ano, 30 dias por mês) Empresas Comerciais: Para as empresas comerciais, o cálculo das compras é desenvolvido a partir da fórmula de cálculo do custo da mercadoria vendida (CMV = EI + C - EF), que segue (SILVA, 2007, p. 281): 30 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE 2.3 PMPC Tópico 2132 Unid 3 CMV = Custo da Mercadoria Vendida EI = Estoque Inicial C = Compras EF = Estoque Final Empresas Comerciais: Neste nosso estudo, conforme Silva (2007, p. 282-283), utilizaremos a seguinte fórmula: 31 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE 2.3 PMPC Tópico 2132 Unid 3 C = Compras CPV = Custo do Produto Vendido EI = Estoque Inicial EF = Estoque Final O autor afirma que o PMPC é um índice do tipo “quanto maior, melhor”, mantidos constantes os demais fatores, porém desde que o seu volume de fornecedores não seja alto por atraso nos pagamentos. Existem limitações das fórmulas utilizadas nos cálculos do PMPC, que Silva (2007) apresenta da seguinte forma: • aspectos de sazonalidades; • épocas de encerramento das demonstrações contábeis; • eventuais fornecedores com créditos não registrados; • atrasos nos pagamentos aos fornecedores. 32 / 95 2 QUOCIENTES DE ATIVIDADE 2.3 PMPC Tópico 2133 Unid 3 33 / 95Tópico 2133 Unid 3 34 / 95Tópico 2133 Unid 3 Importante (SILVA, 2007): a) FORN no final de 20X0 era de $ 23.722; b) FORN no final de 20X0; FORN no final de 20X3; (FORNxo + FORNx1)/2 = média de fornecedores (23.722 + 30.776)/2 = 27.249. FLUXODE CAIXA TÓPICO 3 35 / 95 A expressão fluxo de caixa deve ter uma amplitude maior, envolvendo os pagamentos e os recebimentos de modo em geral, enquanto a análise do fluxo de caixa examina a origem e aplicação do dinheiro que transitou pela empresa. Corroboram Assaf Neto e Silva (2007) na conceituação do fluxo de caixa e explicam que é um instrumento que relaciona os ingressos e os desembolsos, isto é, as saídas de recursos monetários de determinada empresa em determinado intervalo de tempo. Afirmam que a partir da elaboração do fluxo de caixa é possível observar eventuais excedentes ou escassez de caixa e determinar medidas a serem tomadas para sanar os problemas. 36 / 95 1 INTRODUÇÃO Tópico 3139 Unid 3 A demonstração dos fluxos de caixa, conforme mencionado no item anterior, será obtida de duas formas: a) forma direta, a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa; b) forma indireta, com base no Lucro/Prejuízo do Exercício. 37 / 95 2 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Tópico 3144 Unid 3 O método direto caracteriza-se por apresentar os componentes dos fluxos por seus valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos pagamentos. Neste método, devem ser apresentados, no mínimo, os seguintes tipos de recebimentos e pagamentos relacionados às operações: I) recebimento de clientes; II) juros, lucros e dividendos recebidos; III) pagamentos a fornecedores e empregados; IV) juros pagos; V) imposto de renda pago; VI) outros recebimentos e pagamentos. 38 / 95 2 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Tópico 3144 Unid 3 39 / 95Tópico 3145 Unid 3 O método indireto caracteriza-se por apresentar o fluxo de caixa líquido oriundo da: a) movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como estoques, contas a receber e contas a pagar; b) movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos, a partir das disponibilidades geradas pelas atividades operacionais, ajustadas pelas movimentações dos itens que não geram caixa, tais como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente etc. 40 / 95 2 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Tópico 3145 Unid 3 A conciliação do resultado com o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais deve ser demonstrada tanto pelo método direto como pelo método indireto. Todos os ajustes de conciliação entre o resultado e o caixa gerado pelas atividades operacionais devem ser claramente identificados como itens de conciliação. (NPC 20 – Pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON nº 20, de 30/04/1999). As práticas internacionais dispõem que essa demonstração seja segregada em três tipos de fluxos de caixa: I) fluxo das atividades operacionais; II) das atividades de financiamento; III) e das atividades de investimentos. (MARION, 2010). 41 / 95 2 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Tópico 3146 Unid 3 As práticas internacionais dispõem que essa demonstração seja segregada em três tipos de fluxos de caixa: I) fluxo das atividades operacionais; II) das atividades de financiamento; III) e das atividades de investimentos. (MARION, 2010). Para melhor expor o tema, Marion (2010, p. 58) elaborou um modelo internacional, destacando os fluxos das operações dos financiamentos e dos Investimentos (Vide Quadro 41 na página 147). 42 / 95 2 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Tópico 3146 Unid 3 São os fluxos que normalmente se referem às atividades principais da entidade, segundo Ferrari (2012), que exemplifica: numa empresa comercial estes fluxos são as atividades ligadas à compra e revenda de mercadorias, incluindo os gastos com despesas comerciais e administrativas. Sua identificação se dá pelas entradas (recebimentos) e pelas saídas (pagamentos). 43 / 95 3 FLUXO DE ATIVIDADES OPERACIONAIS - FAO Tópico 3148 Unid 3 Fluxo de caixa operacional (operating cash flow) é o NOPAT mais a depreciação, explica Silva (2007), que inicialmente esclarece: NOPAT (net operating proft after taxes) é um conceito relativamente simples, que considera somente o lucro líquidooperacional após a dedução do imposto de renda. Ainda para efeito do NOPAT, as despesas financeiras são consideradas como decorrentes da estrutura de capitais não sendo tratadas como despesas operacionais. 44 / 95 4 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Tópico 3149 Unid 3 EBIT (Earnings Before Interest and Taxes), ou seja, Lucro Antes dos juros e Imposto de Renda (LAIR). NOPAT = EBIT x (1 – Alíquota de IR) 45 / 95 4 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Tópico 3149 Unid 3 46 / 95Tópico 3150 Unid 3 Para apurarmos o EBIT, deveremos somar o lucro antes do imposto de renda que é de R$ 17.049,24 (dezessete mil, quarenta e nove reais e vinte e quatro centavos), mais as despesas financeiras de R$ 2.295,00 (dois mil, duzentos e noventa e cinco reais), que neste caso totaliza R$ 19.344,24 (dezenove mil trezentos e quarenta e quatro reais e vinte e quatro centavos). Calculando o NOPAT: R$ 19.344,24 x (1 - 0,15) R$ 19.344,24 x 0,85 NOPAT: R$ 16.442,60 Para este exemplo considerou-se uma alíquota hipotética de 15%, apenas para fins didáticos, explica o autor (SILVA, 2007). 47 / 95 4 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Tópico 3150 Unid 3 FCO = NOPAT + Depreciação FCO = Fluxo de Caixa Operacional Utilizando-se os dados apurados, teremos: FCO = 16.442,60 + 1.693,20 FCO = 18.135,80 48 / 95 4 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Tópico 3151 Unid 3 Assaf Neto e Silva (2007, p. 52), ao abordarem o tema fluxo de caixa operacional, explicam que é também conhecido como fluxo de caixa das atividades operacionais. Ele representa basicamente os resultados financeiros no sentido estrito de caixa, isto é, produzidos pelos ativos identificados diretamente na atividade da empresa. Em outras palavras, é possível dizer que é uma medida dos recursos financeiros decorrentes das atividades estritamente operacionais cujos valores são disponíveis em termos de caixa. FCO = Lucro operacional - IR sobre Lucro Operacional ± despesas e receitas operacionais que não envolvem recursos 49 / 95 4 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL Tópico 3151 Unid 3 Silva (2007), ao se reportar a fluxo de caixa, analisa o conceito de fluxo de caixa operacional líquido também conhecido por net operating cash flow (OCF) e de fluxo livre de caixa ou free cash flow, e ressalta que esses conceitos diferem dos conceitos utilizados na demonstração do fluxo de caixa (DFC), uma vez que consideram ocorrências que, em termos de caixa, transcendem o exercício social. A base conceitual do fluxo de caixa é preservada, porém, para atender aos objetivos dos conceitos apresentados, são feitos alguns ajustes. 50 / 95 4 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL 4.1 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL LÍQUIDO Tópico 3151 Unid 3 Cavalcante e Associados, em seu boletim nº 226, explicam o que significa EBITDA em inglês e em português. Em inglês quer dizer earnings before interest, taxes, depreciation and amortization. Em português, EBITDA é o lucro antes de juros, imposto de renda, amortização e depreciação, o que quer dizer LAJIDA, ou seja, lucro antes dos juros, imposto de renda, depreciação e amortização. 51 / 95 4 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL 4.2 EBITDA Tópico 3152 Unid 3 FATOR DE INSOLVÊNCIA TÓPICO 4 52 / 95 Segundo Matarazzo (2010), a análise discriminante constitui-se numa técnica estatística que permite indicar se uma empresa pertence à população de solventes ou de insolventes. O mecanismo de análise discriminante pode ser resumido da seguinte forma: a) escolhem-se dois grupos, denominado de população, que podem ser: empresas insolventes e empresas solventes; b) coletam-se os dados das empresas de cada grupo, para saber se uma empresa se enquadra no grupo de solventes e insolventes. 53 / 95 2 ANÁLISE DISCRIMINANTE Tópico 4158 Unid 3 O fator de insolvência é um indicador geral resultante da ponderação de cinco variáveis que podem ser considerados índices parciais. Esses indicadores determinam se a empresa irá situar-se em faixa perigosa ou não, em termos de solvência. Como base de julgamento do fator de insolvência, Kanitz construiu uma escala de valores para indicação da maior ou menor possibilidade de falência ou concordata da empresa. A escala de valores estabelecida por Kanitz (1978) é a seguinte: 54 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.1 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE KANITZ Tópico 4158 Unid 3 55 / 95Tópico 4159 Unid 3 As cinco variáveis do fator de insolvência de Kanitz (1978) utilizadas na determinação do fator de insolvência com seus respectivos pesos são os seguintes: FI: X1 + X2 + X3 – X4 – X5 FI = Fator de Insolvência = total de pontos obtidos X1 = LUCRO LÍQUIDO/PATRIMÔNIO LÍQUIDO x 0,05 X2 = LIQUIDEZ TOTAL x 1,65 X3 = LIQUIDEZ SECA x 3,55 X4 = LIQUIDEZ CORRENTE x 1,06 X5 = EXIGÍVEL TOTAL/ PATRIMÔNIO LÍQUIDO x 0,33 56 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.1 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE KANITZ Tópico 4159 Unid 3 Interpretação: este índice é do tipo QUANTO MAIOR, MELHOR. A classificação adotada por Kanitz (1978) foi: FI entre 0 e 7 – intervalo de solvência (reduzidas possibilidades de falência); FI entre 0 e -3 – penumbra (situação indefinida); FI entre -3 e -7 – insolvência (propensão à falência). FONTE: Krauter, Sousa e Luporini (2010), Kanitz (1978) 57 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.1 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE KANITZ Tópico 4160 Unid 3 Altman (1979) apud Krauter, Sousa e Luporini (2010) desenvolveu dois modelos que apresentamos a seguir: Z1 = - 1,44 + 4,03 X2 + 2,25 X3 + 0,14 X4 + 0,42 X5 Z2 = - 1,84 - 0,51 X1 + 6,32 X3 + 0,71 X4 + 0,53 X5 onde Z1 ou Z2 = total de pontos obtidos. X1 = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE/ATIVO TOTAL X2 = (RESERVAS + LUCROS ACUMULADOS)/ATIVO TOTAL X3 = LUCROS ANTES DOS JUROS E IMPOSTOS/ATIVO TOTAL X4 = PATRIMÔNIO LÍQUIDO/EXIGÍVEL TOTAL X5 = VENDAS LÍQUIDAS/ATIVO TOTAL Observação: nesses modelos o ponto crítico é zero. 58 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.2 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE ALTMAN Tópico 4160 Unid 3 Elizabetsky (1976) apud Krauter, Sousa e Luporini (2010) desenvolveu um modelo matemático baseado na análise discriminante, com o objetivo de padronizar o processo de avaliação e concessão de crédito a clientes, tanto pessoas físicas, quanto pessoas jurídicas. O modelo desenvolvido foi: 59 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.3 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE ELIZABETSKY Tópico 4161 Unid 3 Z = 1,93 X32 – 0,20 X33 + 1,02 X35 + 1,33 X36 – 1,12 X37 onde Z = total dos pontos obtidos. X32 = LUCRO LÍQUIDO/VENDAS X33 = DISPONÍVEL/ATIVO PERMANENTE X35 = CONTAS A RECEBER/ATIVO TOTAL X36 = ESTOQUES/ATIVO TOTAL X37 = PASSIVO CIRCULANTE/ATIVO TOTAL Observação: nesse modelo, o ponto crítico é 0,5. 60 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.3 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE ELIZABETSKY Tópico 4161 Unid 3 Nesse modelo, o ponto crítico é 0,5. Z inferior a 0,5 - empresa insolvente; Z superior a 0,5 - empresa solvente. FONTE: Krauter, Sousa e Luporini (2010), Pereira (apud SILVA, 2007) Z = 23,792 X1 – 8,26 X2 – 8,868 X3 – 0,764 X4 – 0,535 X5 + 9,912 X6 onde Z = total dos pontos obtidos. X1 = PATRIMÔNIO LÍQUIDO/ATIVO TOTAL X2 = FINANCIAMENTO E EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS/ATIVO CIRCULANTE X3 = FORNECEDORES/ATIVO TOTAL X4 = ATIVO CIRCULANTE/PASSIVO CIRCULANTE X5 = LUCRO OPERACIONAL/LUCRO BRUTO X6 = DISPONÍVEL/ATIVO TOTAL Observação: nesse modelo, o ponto crítico é zero. 61 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE MATIAS Tópico 4162 Unid 3 Segundo Krauter, Sousa e Luporini (2010), Matias (1979) classificou da seguinte forma: Z inferior a 0 – empresa enfrentando problemas financeiros – insolvente; Z superior a 0 – empresa apresentando situação financeira favorável – solvente. O modelo 1 indicava a situação da empresa para o exercício seguinte ao período utilizado na análise. E o modelo 2 indicava a situação da empresa para os dois anos seguintes, ao período utilizado na análise. Os modelos desenvolvidos para a indústria foram: 62 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.5 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE PEREIRA Tópico 4162Unid 3 Z1 = 0,722 – 5,124E23 + 11,016L19 – 0,342L21 – 0,048L26 + 8,605R13 – 0,004R29 Z2 = 5,235 – 9,437E3 – 0,010E9 + 5,327E10 – 3,939E13 – 0,681L1 + 9,693R13 onde Z = total de pontos obtidos. E23 = DUPLICATAS DESCONTADAS/DUPLICATAS A RECEBER L19 = ESTOQUE FINAL/C.M.V. L21 = FORNECEDORES/VENDAS L26 = ESTOQUE MÉDIO/C.M.V. R13 = LUCRO OPERACIONAL + DESPESAS FINANCEIRAS/ATIVO TOTAL MÉDIO - INVESTIMENTO MÉDIO R29 = EXIGÍVEL TOTAL/(LUCRO LÍQUIDO + 0,1X IMOBILIZADO MÉDIO + SALDO DEVEDOR DA CORREÇÃO MONETÁRIA*) Observação: nesse modelo, o ponto de separação é zero. 63 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE MATIAS Tópico 4163 Unid 3 Para o comércio, segundo Krauter, Sousa e Luporini (2010) e Pereira (apud SILVA, 2007), os modelos são os seguintes: Z1 = 1,327 + 7,561E5 + 8,201E11 – 8,546L17 + 4,218R13 + 1,982R23 + 0,091R28 Z2 = 2,368 – 1,994E5 + 0,138E9 – 0,187E25 – 0,025L27 – 0,184R11 + 8,059R23 64 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE MATIAS Tópico 4163 Unid 3 onde = E5 = (reservas + lucros acumulados)/ativo total E9 = (variação do imobilizado)/(lucro líquido + 0,1 x imobilizado médio – saldo da correção monetária + variação do exigível a longo prazo) E11 = disponível/ativo total E25 = disponível/ativo permanente L17 = (ativo circulante – disponível – passivo circulante + financiamentos + duplicatas descontadas)/vendas L27 = (duplicatas a receber x 360)/vendas R11 = (ativo total médio – salários, tributos e correções médios)/patrimônio líquido médio R13 = (lucro operacional + despesas financeiras)/(ativo total médio – investimento médio) R23 = lucro operacional/lucro bruto R28 = (patrimônio líquido/capital de terceiros)/(margem bruta/ciclo financeiro) 65 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE MATIAS Tópico 4163 Unid 3 A classificação adotada em todas as equações é: Z inferior a 0 - empresa enfrentando problemas financeiros – insolvente; Z superior a 0 - empresa enfrentando situação financeira favorável – solvente. 66 / 95 3 FÓRMULAS PARA PREVISÃO DE FALÊNCIAS 3.4 FATOR DE INSOLVÊNCIA DE MATIAS Tópico 4164 Unid 3 ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL TÓPICO 5 67 / 95 Alavancagem financeira é a possibilidade de os acionistas da empresa obterem maiores lucros para suas ações, utilizando em volume maior o capital de terceiros, como, por exemplo, empréstimos. (PADOVEZE, 2007). A alavancagem financeira fundamenta-se nos juros que são custos fixos e que permitem a alavancagem. Como contrapartida negativa, explica o autor, existe o risco financeiro. 68 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5172 Unid 3 Iudícibus (2007, 109-110) apresenta um exemplo que compara duas empresas distintas. A empresa A somente se utiliza de capital próprio para financiar o seu ativo e consegue obter um retorno de 20% sobre este ativo. O retorno sobre o patrimônio líquido será de 20% também, pois todo o lado direito do balanço é formado pelo patrimônio líquido, que é igual ao ativo. A empresa B obtém o mesmo retorno de 20% sobre o ativo, mas, recorrendo a recursos de terceiros, consegue dobrar seu investimento em ativo. A partir do exposto, apresentam-se três situações distintas para que você possa compreender o que vem a ser alavancagem financeira (veja os quadros a seguir). 69 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5172 Unid 3 70 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5173 Unid 3 No quadro anterior observa-se que o retorno sobre o patrimônio líquido é idêntico, ou seja, 20%. O empréstimo não gerou benefício ou prejuízo adicional aos acionistas. 71 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5173 Unid 3 A empresa A obteve retorno de 20% sobre o patrimônio líquido; a empresa B, recorrendo ao endividamento, teve retorno de 30% (cálculo sobre o patrimônio líquido inicial). Neste caso, o rendimento dos acionistas aumentou de 20% para 30%, pelo uso do endividamento. FONTE: Iudícibus (2007, p. 110) 72 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5173 Unid 3 Neste caso, a obtenção do financiamento foi desvantajosa, porque tivemos um lucro final menor. A empresa A obteve um retorno de 20% e a empresa B obteve um retorno de apenas 10% sobre o patrimônio líquido. O fator fundamental nos três exemplos reside na comparação entre a taxa de retorno o ativo e o custo da dívida. (IUDÍCIBUS, 2007). Silva (2010) também apresenta sua contribuição sobre a alavancagem financeira e explica que consideraremos a variação percentual no lucro líquido sobre a variação percentual no LAJIR. O grau de alavancagem financeira (GAF) é obtido pela divisão da variação percentual do lucro líquido sobre a variação percentual do LAJIR. Para maior compreensão, o autor (2010) exemplifica baseado no quadro a seguir: 73 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5174 Unid 3 74 / 95Tópico 5174 Unid 3 Se analisarmos o quadro anterior, observamos três cenários. Num cenário mais provável, onde a empresa estima um faturamento de R$ 200.000,00, o lucro da empresa é de R$ 47.850,00. No cenário otimista a empresa espera atingir um faturamento de R$ 240.000,00 e um lucro de R$ 63.690,00. Neste caso é possível observar que o crescimento do lucro será de 33,1% realizando a seguinte operação: R$ 47.850,00 100% R$ 63.690,00 ? Então: 63.690,00 x 100 ÷ 47.850,00 = 133,10%. 75 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5175 Unid 3 Se partirmos do princípio que as vendas crescerão 20% e atingirão o valor de R$ 240.000,00 e o LAJIR atingir R$ 108.500,00, o crescimento será de 28,4%, conforme demonstraremos a seguir: R$ 84.500,00 100% R$ 108.500,00 ? Então: 108.500,00 x 100 ÷ 84.500,00 = 128,40%. 76 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5175 Unid 3 Considerando que o GAF é obtido pela divisão da variação percentual do lucro líquido sobre a variação percentual do LAJIR, conforme equação: GAF = Variação do lucro líquido ÷ variação do LAJIR, teremos o seguinte resultado (SILVA, 2010): GAF = 33,1% ÷ 28,40% = 1,17 Se, por outro lado, o resultado tivesse uma redução de 20% nas vendas, o lucro líquido cairia em 33,1%, mantendo o mesmo GAF. 77 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5175 Unid 3 O GAF pode ser obtido através da divisão do LAJIR pelo LAIR, conforme equação (SILVA, 2010): GAF = LAJIR ÷ LAIR Aplicando os valores, temos: GAF = R$ 84.500,00 ÷ R$ 72.500,00 = 1,77 NOTA: este grau de alavancagem financeira igual a 1,77 está associado a um volume de vendas de R$ 200.000,00 no período. 78 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA Tópico 5175 Unid 3 Prosseguindo, Iudícibus (2007) complementa o tema “alavancagem financeira” e explica que o significado é “Financial Leverage”, e está correlacionado aos exemplos apresentados. Quando a alavancagem ou o grau de alavancagem é maior do que 1, o endividamento tem um efeito de alavanca sobre o lucro que é levado para o acionista, puxando para cima a taxa de retorno dos acionistas. Exemplo: 79 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 2.1 O EFEITO ALAVANCAGEM Tópico 5176 Unid 3 80 / 95Tópico 5176 Unid 3 O empréstimo foi obtido imediatamente após o balanço de T0. O ativo, assim, ficaria igual a R$ 120,00 mais R$ 100,00, que a uma taxa de retorno suposta de 30%, se transformou em R$ 286,00 em T1 (220 x 1,30). O juro de R$ 20,00 está lançado na dívida de curto prazo e somente é contabilizado em T1. O financiamento está lançado no Passivo Exigível a Longo Prazo. O lucro do período foi de R$ 166,00 - R$ 120,00 = R$ 46. A taxa de retorno (sobre o patrimônio líquido inicial) é de R$ 46/R$ 120 = 38,33%. 81 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 2.1 O EFEITO ALAVANCAGEM Tópico 5176 Unid 3 O grau de alavancagem (GA) é calculado dividindo-se a taxa de retorno obtida, utilizando os empréstimos com aquela que teria sido obtida utilizando capital. GA = 0,3833/0,30 = 1,28. Esta é a fórmula ideal, porém, ressalta o autor, nemsempre possível de ser utilizada na prática. O resultado apurado (1,28) indica que os acionistas tiveram um retorno de 28% maior sobre o seu capital inicial investido,do que teriam obtido se tivessem, eles próprios, integralizado mais R$ 100,00. Explica o autor que este resultado a maior deve ser entendido em relação percentual a cada real investido. 82 / 95 2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA 2.1 O EFEITO ALAVANCAGEM Tópico 5177 Unid 3 Para Iudícibus (2007, p. 206), o grau de alavancagem operacional pode ser definido como sendo “a variação percentual nos lucros operacionais, relacionada com determinada variação percentual no volume de vendas”. Fórmula para calcular o grau de alavancagem operacional: 83 / 95 3 ALAVANCAGEM OPERACIONAL Tópico 5178 Unid 3 Q = Unidades de Produto P = Preço Médio de Venda por Unidade de Produto V = Custo Variável por Unidade de Produto F = Custo Fixo Total S = Vendas em Reais VC = Custos Totais Variáveis GAO = Grau de Alavancagem Operacional Exemplo: Custos fixos = R$ 1.800,00 Preço médio unitário de venda a um volume de 300 unidades = R$ 25,00 Custo unitário variável = R$ 12,00 GAO = 300(25,00 – 12,00) 300(25,00 - 12,00) - 1.800,00 GAO = 3.900 = 1,857 ou 185,7% 2.100 83 / 95 3 ALAVANCAGEM OPERACIONAL Tópico 5178 Unid 3 Se as vendas crescerem 20% e atingirem o valor de R$ 240.000,00 de receitas de vendas, o LAJIR crescerá de R$ 84.500,00 para R$ 108.500,00, o que representa uma variação positiva de 28,4%. Na sequência o autor (2010) demonstra o grau de alavancagem operacional – GAO. GAO = Variação do LAJIR ÷ Variação das vendas 84 / 95 3 ALAVANCAGEM OPERACIONAL Tópico 5178 Unid 3 O autor afirma que, dividindo a variação do LAJIR pela variação das vendas, obteremos um grau de alavancagem operacional de 1,42, conforme segue: GAO = 28,4% ÷ 20,0% = 1,42 Havendo redução de 20% nas vendas, o LAJIR cairá em 28,4%, mantendo o mesmo GAO. 85 / 95 3 ALAVANCAGEM OPERACIONAL Tópico 5178 Unid 3 Nota 1: partindo do nível de atividade do cenário mais provável, o GAO pode ser obtido também pela divisão da margem de contribuição (MC) pelo lucro antes dos juros e impostos (LAJIR), ou seja: GAO = Margem de contribuição ÷ LAJIR GAO = R$ 120.000,00 ÷ R$ 84.500,00 = 1,42. Nota 2: o LAJIR corresponde à margem de contribuição total, menos os custos fixos. 86 / 95 3 ALAVANCAGEM OPERACIONAL Tópico 5178 Unid 3 Há um desvio de 20% dos cenários otimista e pessimista em relação ao cenário mais provável de realização, que apresenta o faturamento estimado em R$ 200.000,00, e a empresa espera ter um lucro líquido de R$ 47.850. Se porventura o faturamento for superior em 20% e atingir o faturamento em R$ 240.000,00, o lucro será de R$ 63.690,00. Neste caso o crescimento do lucro será de 33,1%, ou seja, de R$ 47.850,00 para R$ 63.690,00, o que representa um resultado proporcionalmente superior ao crescimento do faturamento. 87 / 95 4 ALAVANCAGEM TOTAL Tópico 5179 Unid 3 Deste procedimento temos o grau de alavancagem total (GAT), que é calculado de acordo com a equação (SILVA, 2010): GAT = Variação do lucro líquido ÷ variação das vendas O resultado desta divisão será um grau de alavancagem total que neste caso é de 1,66, conforme é demonstrado a seguir pelo autor (2010). GAT = 33,1% ÷ 20,0% = 1,66 88 / 95 4 ALAVANCAGEM TOTAL Tópico 5179 Unid 3 O GAT também pode ser obtido pela divisão da margem de contribuição (MC) pelo lucro antes dos impostos (LAIR), ou seja (SILVA, 2010): GAT = MC ÷ LAIR Calculando-se teremos: GAT = R$ 120.000,00 ÷ R$ 72.500,00 = 1,66 89 / 95 4 ALAVANCAGEM TOTAL Tópico 5180 Unid 3 Para melhor compreensão, apresentaremos a seguir a equação, segundo Silva (2010): GAT = GAO X GAF O grau de alavancagem total é igual ao produto do GAO vezes GAF (SILVA, 2010). GAT = 1,42 x 1,17 = 1,66 90 / 95 4 ALAVANCAGEM TOTAL Tópico 5180 Unid 3 91 / 95Tópico 5181 Unid 3 O ROA é um indicador que deve refletir a comparação entre o lucro após a sua tributação e o total de ativos necessários para geração desse lucro. ROA = [LL + J (1 – T)] ÷ AT Partindo desta equação temos: ROA = [47.850,00 + 12.000,00 (1 – 034*)] ÷ 200.000,00 = 27,885%. (*) Nota: a alíquota de imposto sobre o lucro, para fins deste exercício, é de 34%. 92 / 95 4 ALAVANCAGEM TOTAL Tópico 5183 Unid 3 93 / 95Tópico 5184 Unid 3 Silva (2010) afirma que, se utilizarmos a alternativa “com dívida” e dividirmos o seu retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) pelo retorno sobre o ativo (ROA), obteremos o GAF: GAF = ROE ÷ ROA Logo: GAF = 47,85% ÷ 27,885 = 1,72 94 / 95 4 ALAVANCAGEM TOTAL Tópico 5184 Unid 3 A seguinte equação possibilita o cálculo do GAF: LL / PL GAF = LL + J(1 – T) / AT Aplicaremos a equação acima, para conferir o cálculo do GAF: GAF = (47.800,00 ÷ 100.000,00) ÷ {[(47.850,00 + 12.000,00 (1 – 0,34)] ÷ 200.000,00} = 1,72. O numerador da equação corresponde ao ROE, que é de 47,85%, enquanto o denominador expressa o ROA, que é de 27,885%. O “T” corresponde à alíquota de tributação sobre o lucro. 95 / 95 4 ALAVANCAGEM TOTAL Tópico 5184 Unid 3
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