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Avalia__o UNIPAC Processo Penal I - 1 avalia__o - 2020 - 2 semestre(1)

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F a c u l d a d e P r e s i d e n t e An t ô n i o C a r l o s d 
e Ub e r a b a
Disciplina: PROCESSO PENAL I
Professor(
a):
LUIS FERNANDO ALVES SILVA
Curso: DIREITO Períod
o:
6º
Data: 17/09/2020 1ª avaliação
Aluno(a)
:
SÉRGIO FELIPE DA SILVA SANTOS
RESOLUÇÃO DA 1ª 
AVALIAÇÃO
(I) Regulamento:
(a) A avaliação deve ser realizada individualmente
(b) É permitida a consulta.
(c) A prova deverá ser respondida EM ARQUIVO DE WORD ( .doc) e
enviada pelo portal, em resposta ao exercício proposto, sendo
que o aluno deve enviar as respostas de forma organizada e
pela ordem das questões.
(d)Critérios de avaliação: e.1) capacidade de solucionar
juridicamente o problema proposto; - e.2) capacidade de
interpretar e expor o raciocínio com lógica e poder de
argumentação;
(e) A avaliação tem o valor de 30 pontos.
(II) Caso concreto e questões
No dia 02 de março de 2020, uma criança recém-nascida é vista
boiando em um córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais
vida. Helena a mãe da criança, foi localizada e negou que
houvesse jogado a vítima no córrego. Sua filha teria sido
segundo ela, seqüestrada por um desconhecido. Durante a fase
de inquérito, testemunhas afirmaram que a mãe apresentava
quadro de profunda depressão no momento e logo após o parto.
Além disso, foi realizado exame médico legal, o qual constatou
que Helena, quando do fato, estava sob influência de estado
puerperal. A míngua de provas que confirmassem a autoria, mas
desconfiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no
fato, a autoridade policial representou pela decretação de
interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado pela
mãe, medida que foi decretada pelo juiz competente. A prova
constatou que efetivamente praticara o fato, pois, em conversa
telefônica com uma conhecida, de nome Lia, afirmara ter atirado
a criança ao córrego, por desespero, mas que estava
arrependida. O delegado intimou Lia para ser ouvida, tendo ela
confirmado, em sede policial, que Helena de fato havia atirado a
criança, logo após o parto, no córrego. Em razão das aludidas
provas, a mãe da criança foi então denunciada no dia 13 de
março de 2020 pela prática do crime descrito no art.123
( Infanticídio) do Código Penal perante a 1º Vara do Tribunal do
Júri. Na audiência de instrução, debates e julgamento, realizada
no dia 13 de setembro de 2020, Lia é novamente inquirida,
ocasião em que confirmou ter a denunciada, em conversa
telefônica, admitido ter jogado o corpo da criança no córrego.
Finda a instrução, o Ministério Público manifestou-se pela
pronúncia, nos termos da denúncia, e a defesa, pela
impronúncia, com base no interrogatório da acusada, que negara
todos os fatos. O magistrado, na mesma audiência, prolatou
sentença de pronúncia pela prática do crime descrito no art. 123
do Código Penal, motivando sua decisão essencialmente na
medida cautelar de
interceptação telefônica autorizada na fase policial e no
depoimento da testemunha Lia, intimando as partes no referido
ato.
PERGUNTA-SE:
1) Explique o que são elementos de investigação
(informação) e elementos de prova. (05pts).
RESPOSTA: 
Para compreensão do assunto aqui postulado, faz-se necessário o
entendimento acerca do que vem a ser Inquérito Policial. Este por
sua vez, está elencado no nosso Código de Processo Penal:
[...] Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das
infrações penais e da sua autoria.               (Redação
dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995)
Parágrafo único.  A competência definida neste
artigo não excluirá a de autoridades administrativas,
a quem por lei seja cometida a mesma função.
No que tange ao seu conceito, trata-se, portanto, de um
procedimento administrativo e inquisitivo que tem como foco fornecer
elementos de informação para o Autor da Ação Penal.
Nesse sentido, importante frisar a presença de duas vertentes que
compõem o Inquérito Policial. São elas: elementos de informação e
elementos de provas.
Em se tratando do elemento da informação, esta é acolhida na
fase pré-processual, isto é, “fase investigativa”, em sequência são
adquiridos sem a avaliação da ampla defesa, simplesmente por ser o
inquérito policial, meio inquisitivo.
Sob a égide do nosso ordenamento jurídico, o código de Processo
Penal resguarda a respeito do tema em questão:
[...] Art. 155. O juiz formará sua convicção pela
livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar
sua decisão exclusivamente nos elementos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9043.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9043.htm#art1
informativos colhidos na investigação, ressalvadas
as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Como é possível observar, o artigo 155 trata justamente sobre os
refiridos temas. Assim, fica claro que os elementos de informação
são insuficientes a fundamentar possível condenação.
Ademais, tais elementos são cabíveis à decretação de medidas
cautelares e formação da opinião a respeito do delito (opinio delicti).
Em se tratando de elementos de provas, será produzida na fase
judicial, fase esta onde está presente o sistema acusatório, no qual
deverão ser observados os princípios constitucionais do contraditório
e ampla defesa, e, é exatamente por isso que este elemento possui
valor probatório.
Ademais, é possivel afirmar que há uma diferença entre essas duas
vertentes, informação e prova, no qual está intimamente ligado no
momento em que elas são apuradas, bem como na diferença do
valor probatório que ambas possuem.
Em resumo, enquanto os elementos de informação não são
insuficientes para ser base de uma fundamentação para o Juiz
competente, os elementos probatórios possuem esta base,
estando o mesmo evidente no artigo 155, como fora citado.
2) Explique os elementos migratórios (provas não repetíveis,
provas cautelares e provas antecipadas) descritos na parte
final do art. 155 do CPP. (05pts)
RESPOSTA:
O Código de Processo Penal nos reguarda em seu artigo 155 sobre A
PROVA, no qual o mesmo possui três vertentes cabíveis à análise.
Sendo assim, para melhor entendimento, eis o que diz o caput do
artigo citado:
 [...] Art. 155.  O juiz formará sua convicção pela
livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos
na investigação, ressalvadas as provas cautelares,
não repetíveis e antecipadas.
Como pôde ser observado, os Elementos Migratórios, são
elementos extraídos do Inquérito Policial e que podem servir de base
para possível sentença penal condenatória.
Desta forma, o mesmo apresenta-se esmiuçado em três vertentes:
provas não repetíveis, provas cautelares e produção
antecipada de provas.
As Provas não repetíveis, são aquelas de iminente perecimento,
sendo colhidas durante o inquérito policial por inviabilidade lógica da
sua realização na fase processual. Como exemplo simples e claro
para melhor compreensão, temos a constatação da embriaguez para
os efeitos do artigo 306, CTB.
As Provas Cautelares, são aquelas pautadas pela necessidade e
urgência, como a interceptação telefônica.
Por fim, temos a ultima vertente intitulada como Produção
Antecipada de Provas, no qual se refere à prova instaurada
perante o juiz, ainda sob o trâmite do inquérito policial, fixando assim
uma prevenção. Ademais, é de competência exclusiva de o
magistrado intimar as futuras partes do processo, bem como garantir
o respeito ao principio do contraditório e ampla defesa. Como
exemplo, temos oitiva de uma testemunha em leito de morte.
3)No caso hipotético descrito, o juiz agiu adequadamente ao
prolatar a sentença condenatóriapelo crime de Infanticídio
motivando sua decisão essencialmente na medida cautelar de
interceptação telefônica autorizada na fase policial e no
depoimento da testemunha Lia? Fundamente a luz da teoria
dos frutos da árvore envenenada. (10 pts)
RESPOSTA:
Pois bem, como fora bem relatado no caso anexado à inicial desta
avaliação, o Ministério Público ajuizou ação penal em face de Helena,
ora Ré, alegando que a mesma cometeu crime de infanticidio (art.
123 CP). Mas, essa denuncia deverá será ser anulada pelos
fudamentos que se passará a seguir:
No caso aqui discutido, mostra-se que a autoridade policial
apresentou como prova a interceptação telefônica, sendo então
deferida pelo Magistrado. Contudo, a interceptação telefônica não foi
meio de prova lícita. Nesse sentido, trata-se então de Prova
Ilícita.
O crime no qual o denunciante alega que a Ré cometeu, está
elencado no artigo 123 do Código Penal brasileiro no qual trata do
infanticidio, com detenção de 2 a 6 anos. Nesse sentido, eis o que
está reguardado no artigo 2º, III, da lei nº 9.296/96:
[...] Art. 2° Não será admitida a interceptação de
comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer
das seguintes hipóteses:
III- o fato investigado constituir infração penal
punida, no máximo, com pena de detenção.
Nesse sentido, o crime de infanticidio, previsto no artigo 123 do
Código Penal, também é apenado com detenção, tornando assim a
interceptação telefônica prova ilícita.
Insta consignar que, o fato da autoridade policial “está desconfiado
de que a mãe estaria envolvida” não é motivo cabível para o mesmo
pedir interceptação telefônica. Nesse sentido, diante de tais fatos e
fundamentos apresentados, mostra-se e prova-se que a interceptação
telefônica não deveria ter sido admitida, uma vez que, a mesma
não apresenta indícios plausíveis que configure a autoria da Ré em
questão. Ademais, os direitos de Helena estão elencados na lei nº
9.296/96, art. 2º, I, que diz:
[...] Art. 2° Não será admitida a interceptação de
comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer
das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou
participação em infração penal;
Sobre os meios de obtenção de prova ilícita, este está assegurado no
artigo 157 do Código em estudo:
[...] Art. 157 – são inadimissíveis, devendo ser
desentranhado do processo, as provas ilícitas,
assim entendidas as obtidas em violação a
normas constitucionais ou legais.
Ademais, é de suma importância observar o que a carta magna diz:
[...] Art. 5º, LVI – são inadimissíveis, no processo,
as provas obtidas por meios ilícitos.
Como o próprio caso narrado nos mostra, não houve essa
observância, pelo contrário, houve uma total inobservância do Juiz em
defirir o desentranhamento de tal prova do processo. Nesse sentido,
resta claro que a prova não possui base jurídica para tal feito,
tornando assim todo o processo sujeito a ANULAÇÃO.
Importante frisar ainda que, devido ao não esgotamento de todos os
meios de investigação, e ainda solicitar uma inteceptação telefônica,
a autoridade policial está assim violando o disposto no art. 2º, II, da
Lei nº 9.296/96, que diz:
 [...] Art. 2° Não será admitida a interceptação de
comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer
das seguintes hipóteses:
II - a prova puder ser feita por outros meios
disponíveis;
Ademais, em se tratando da testemunha apresentada, a autoridade
policial tomou conhecimento da mesma através da interceptação
telefônica ilícita. Diante desta, o testemunho de Lia não é cabível,
pois, trata-se de prova ilícita por derivação, perfeitamente
coerente com o que diz a teoria dos frutos da árvore envenada.
Tal teoria determina a inadmissibilidade da prova ilícita por
derivação. A afirmação dessa teoria se dá razão de que a partir de
uma prova ilícita, as demais irão se contaminar com esta,
equiparando-se com os frutos de uma árvore, apodrecendo a árvore,
não há a possibilidade de seus frutos permanecerem íntegros.
Nesse sentido, diante do que fora apresentado nesta questão, com
embasamento em leis e fundamentos jurídicos, não há respaldo legal
que prove que o juiz agiu adequadamente ao prolatar a sentença
condenatória pelo crime de Infanticídio, sendo, portanto, o pocesso
sujeito a ANULAÇÃO.
 
(II) Dissertação
Redija um texto dissertativo acerca da competência do
Ministério Público para promover atividades investigatórias
para fins de preparação e eventual instauração de ação penal.
Em seu texto, responda de forma fundamentada,
necessariamente, aos seguintes questionamentos. (10pts)
 A competência em apreço está expressamente prevista pela
Constituição Federal de 1988 entre as funções institucionais do
Ministério Público?
 Qual o posicionamento atualmente predominante acerca dessa
matéria, na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal?
 Como o Supremo Tribunal Federal aplica a doutrina dos
poderes implícitos a essa matéria?
 Quais são os requisitos adotados pelo STF para uma
investigação criminal presidida pelo MP ser válida?
RESPOSTA:
Assim como o ato de Dom Pedro I bradar às margens do riacho do
Ipiranga a independência, foi vista como um marco de vitória e
conquista para a sociedade brasileira naquela época, a instauração do
Ministério Público no Brasil não foi diferente. O Ministério Público é
fruto do desenvolvimento do estado brasileiro e da democracia. A sua
história é marcada por dois grandes processos que culminaram na
formalização do mesmo como instituição e na ampliação de sua área
de atuação.
Ademais, somente em no império de 1832, se iniciou a
sistematização das ações do Ministério Público regidos pelo Código de
Processo Penal do Império daquela época. Por conseguinte, veio
passando por modificações significativas até o processo de
codificação brasileiro, no qual fora responsável pelo crescimento
institucional do Ministério Público, visto que os códigos cíveis e
criminais, bem como os do âmbito processual, atribuíram muitas
funções ao Parquet.
Nesse sentido, diante de tais fatos aqui narrados, a dissertação aqui
proposta não se deixará de se atentar em mostrar sobre o que vem a
ser o Ministério Público, bem como as suas competências e
entendimento dos Tribunais brasileiro diante das referidas
indagações.
 
O Ministério Público da União, a luz do artigo 127 da nossa
Constituição Federal, é uma instituição permanente, essencial à
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.
Trata-se de uma instituição permanente porque é essencial a uma
das funções soberanas do Estado, seja ela jurisdicional, sejam elas
incumbidas pelas incumbências constitucionais que possui. 
Sendo um órgão autônomo, independente e essencial à função
jurisdicional do Estado, a Constituição Federal de 1988 prevê
algumas das suas funções institucionais, sendo imprescindível a
citação de tal prerrogativa para melhor compreensão:
[...] Art. 129. São funções institucionais do
Ministério Público:
        I -  promover, privativamente, a ação penal
pública, na forma da lei;
        II -  zelar pelo efetivo respeito dos poderes
públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo
as medidas necessárias a sua garantia;
        III -  promover o inquérito civil e a ação civil
pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses
difusos e coletivos;
        IV -  promover a ação de inconstitucionalidade
ou representação para fins de intervenção da União e
dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
        V -  defender judicialmente os direitos e
interesses das populaçõesindígenas;
        VI -  expedir notificações nos procedimentos
administrativos de sua competência, requisitando
informações e documentos para instruí-los, na forma
da lei complementar respectiva;
        VII -  exercer o controle externo da atividade
policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior;
        VIII -  requisitar diligências investigatórias e a
instauração de inquérito policial, indicados os
fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais;
        IX -  exercer outras funções que lhe forem
conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial
e a consultoria jurídica de entidades públicas.
    § 1º A legitimação do Ministério Público para as
ações civis previstas neste artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto
nesta Constituição e na lei.
    § 2º As funções de Ministério Público só podem ser
exercidas por integrantes da carreira, que deverão
residir na comarca da respectiva lotação.
    § 3º O ingresso na carreira far-se-á mediante
concurso público de provas e títulos, assegurada
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
sua realização, e observada, nas nomeações, a
ordem de classificação.
    § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que
couber, o disposto no art. 93, II e VI.
Ademais, a Lei complementar nº: 75/1993, também fala sobre as
funções do Ministério Público:
Art. 5º São funções institucionais do Ministério
Público da União:
         I - a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático, dos interesses sociais e dos interesses
individuais indisponíveis, considerados, dentre
outros, os seguintes fundamentos e princípios:
        a) a soberania e a representatividade popular;
        b) os direitos políticos;
        c) os objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil;
        d) a indissolubilidade da União;
        e) a independência e a harmonia dos Poderes
da União;
        f) a autonomia dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;
        g) as vedações impostas à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios;
        h) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade
e a publicidade, relativas à administração pública
direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos
Poderes da União;
        II - zelar pela observância dos princípios
constitucionais relativos:
        a) ao sistema tributário, às limitações do poder
de tributar, à repartição do poder impositivo e das
receitas tributárias e aos direitos do contribuinte;
        b) às finanças públicas;
        c) à atividade econômica, à política urbana,
agrícola, fundiária e de reforma agrária e ao sistema
financeiro nacional;
        d) à seguridade social, à educação, à cultura e
ao desporto, à ciência e à tecnologia, à comunicação
social e ao meio ambiente;
        e) à segurança pública;
         III - a defesa dos seguintes bens e interesses:
        a) o patrimônio nacional;
        b) o patrimônio público e social;
        c) o patrimônio cultural brasileiro;
        d) o meio ambiente;
        e) os direitos e interesses coletivos,
especialmente das comunidades indígenas, da
família, da criança, do adolescente e do idoso;
        IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes
Públicos da União, dos serviços de relevância pública
e dos meios de comunicação social aos princípios,
garantias, condições, direitos, deveres e vedações
previstos na Constituição Federal e na lei, relativos à
comunicação social;
        V - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes
Públicos da União e dos serviços de relevância
pública quanto:
        a) aos direitos assegurados na Constituição
Federal relativos às ações e aos serviços de saúde e
à educação;
        b) aos princípios da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade e da publicidade;
        VI - exercer outras funções previstas na
Constituição Federal e na lei.
        § 1º Os órgãos do Ministério Público da União
devem zelar pela observância dos princípios e
competências da Instituição, bem como pelo livre
exercício de suas funções.
        § 2º Somente a lei poderá especificar as funções
atribuídas pela Constituição Federal e por esta Lei
Complementar ao Ministério Público da União,
observados os princípios e normas nelas
estabelecidos.
Como fora mostrado nos artigos acima mencionados, é possivel
perceber preciso e claro na lei as funções do Ministério Público,
dentre as quais não se inclui a competência para promover
atividades investigatórias para fins de preparação e
eventual instauração de ação penal.
Ainda nesse sentido, diante da inexistência de tal previsão
constitucional e legal, o Supremo Tribunal Federal se posicionou
em relação ao referido tema, no qual, segundo eles, diante da
força dos princípios instituidores do Ministério Público, quais sejam:
a unidade, indivisibilidade e a independência funcional o “Parquet”
é competente para promover atividades investigatórias para fins
de preparação e eventual instauração de ação penal. 
Ademais, vejamos o entendimento do Supremo Tribunal em
relação ao que se propõe:
REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO REPRESENTATIVO DA
CONTROVÉRSIA. CONSTITUCIONAL. SEPARAÇÃO
DOS PODERES. PENAL E PROCESSUAL PENAL.
PODERES DE INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO. 2. Questão de ordem arguida pelo réu, ora
recorrente. Adiamento do julgamento para colheita
de parecer do Procurador-Geral da República.
Substituição do parecer por sustentação oral, com a
concordância do Ministério Público. Indeferimento.
Maioria. 3. Questão de ordem levantada pelo
Procurador-Geral da República. Possibilidade de o
Ministério Público de estado-membro promover
sustentação oral no Supremo. O Procurador-Geral da
República não dispõe de poder de ingerência na
esfera orgânica do Parquet estadual, pois lhe
incumbe, unicamente, por expressa definição
constitucional (art. 128, § 1º), a Chefia do Ministério
Público da União. O Ministério Público de estado-
membro não está vinculado, nem subordinado, no
plano processual, administrativo e/ou institucional, à
Chefia do Ministério Público da União, o que lhe
confere ampla possibilidade de postular,
autonomamente, perante o Supremo Tribunal
Federal, em recursos e processos nos quais o próprio
Ministério Público estadual seja um dos sujeitos da
relação processual. Questão de ordem resolvida no
sentido de assegurar ao Ministério Público estadual a
prerrogativa de sustentar suas razões da tribuna.
Maioria. 4. Questão constitucional com repercussão
geral. Poderes de investigação do Ministério
Público. Os artigos 5º, incisos LIV e LV, 129, incisos
III e VIII, e 144, inciso IV, § 4º, da Constituição
Federal, não tornam a investigação criminal
exclusividade da polícia, nem afastam os
poderes de investigação do Ministério Público.
Fixada, em repercussão geral, tese assim sumulada:
“O Ministério Público dispõe de competência para
promover, por autoridade própria, e por prazo
razoável, investigações de natureza penal, desde
que respeitados os direitos e garantias que
assistem a qualquer indiciado ou a qualquer
pessoa sob investigação do Estado, observadas,
sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva
constitucional de jurisdição e, também, as
prerrogativas profissionais de que se acham
investidos, em nosso País, os Advogados (Lei
8.906/94, artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III,
XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade –
sempre presente no Estado democrático de Direito –
do permanente controle jurisdicional dos atos,
necessariamente documentados (Súmula Vinculante14), praticados pelos membros dessa instituição”.
Maioria. 5. Caso concreto. Crime de responsabilidade
de prefeito. Deixar de cumprir ordem judicial (art. 1º,
inciso XIV, do Decreto-Lei nº 201/67). Procedimento
instaurado pelo Ministério Público a partir de
documentos oriundos de autos de processo judicial e
de precatório, para colher informações do próprio
suspeito, eventualmente hábeis a justificar e
legitimar o fato imputado. Ausência de vício. Negado
provimento ao recurso extraordinário. Maioria.
(RE 593727, Relator(a): CEZAR PELUSO, Relator(a) p/
Acórdão: GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado
em 14/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-175 DIVULG 04-
09-2015 PUBLIC 08-09-2015).
Como pôde ser observado, o STF não deixou de se atentar em
mencionar o seu posicionamento acerca dos requisitos adotados
para uma investigação criminal presidida pelo MP ser válida. 
No que tange a indagação feita sobre a forma que o Supremo
Tribunal Federal aplica a doutrina dos poderes implícitos a
essa matéria, o mesmo tem como base a letra do que diz a
doutrina, no qual diz que, quando a constituição atribui funções a
seus órgãos, são igualmente atribuídos os meios necessários para
que seja possível cumprir essa missão constitucionalmente
imposta. Assim, se a CF/1988 confere ao MP as funções de
promover a ação penal pública, ela também atribui ao “Parquet”
todos os meios necessários para o exercício da denúncia, entre
eles a possibilidade de reunir provas que fundamentem a
acusação, viabilizando o exercício da titularidade da proposição da
ação penal pública.
Para concluir, entende-se que, no que tange às bases legais, o
Ministério Público não tem competências para tais feitos. Contudo,
com base na teoria do poderes implícitos, segundo o STF o
Ministério Público tem competência do Ministério Público para
promover atividades investigatórias para fins de preparação e
eventual instauração de ação penal.
	(I) Regulamento:
	(II) Caso concreto e questões
	RESPOSTA:
	Pois bem, como fora bem relatado no caso anexado à inicial desta avaliação, o Ministério Público ajuizou ação penal em face de Helena, ora Ré, alegando que a mesma cometeu crime de infanticidio (art. 123 CP). Mas, essa denuncia deverá será ser anulada pelos fudamentos que se passará a seguir:
	No caso aqui discutido, mostra-se que a autoridade policial apresentou como prova a interceptação telefônica, sendo então deferida pelo Magistrado. Contudo, a interceptação telefônica não foi meio de prova lícita. Nesse sentido, trata-se então de Prova Ilícita.
	O crime no qual o denunciante alega que a Ré cometeu, está elencado no artigo 123 do Código Penal brasileiro no qual trata do infanticidio, com detenção de 2 a 6 anos. Nesse sentido, eis o que está reguardado no artigo 2º, III, da lei nº 9.296/96:
	[...] Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
	III- o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
	Nesse sentido, o crime de infanticidio, previsto no artigo 123 do Código Penal, também é apenado com detenção, tornando assim a interceptação telefônica prova ilícita.
	Insta consignar que, o fato da autoridade policial “está desconfiado de que a mãe estaria envolvida” não é motivo cabível para o mesmo pedir interceptação telefônica. Nesse sentido, diante de tais fatos e fundamentos apresentados, mostra-se e prova-se que a interceptação telefônica não deveria ter sido admitida, uma vez que, a mesma não apresenta indícios plausíveis que configure a autoria da Ré em questão. Ademais, os direitos de Helena estão elencados na lei nº 9.296/96, art. 2º, I, que diz:
	Sobre os meios de obtenção de prova ilícita, este está assegurado no artigo 157 do Código em estudo:
	[...] Art. 157 – são inadimissíveis, devendo ser desentranhado do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
	Ademais, é de suma importância observar o que a carta magna diz:
	[...] Art. 5º, LVI – são inadimissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
	Como o próprio caso narrado nos mostra, não houve essa observância, pelo contrário, houve uma total inobservância do Juiz em defirir o desentranhamento de tal prova do processo. Nesse sentido, resta claro que a prova não possui base jurídica para tal feito, tornando assim todo o processo sujeito a ANULAÇÃO.
	Importante frisar ainda que, devido ao não esgotamento de todos os meios de investigação, e ainda solicitar uma inteceptação telefônica, a autoridade policial está assim violando o disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.296/96, que diz:
	[...] Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
	II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
	Ademais, em se tratando da testemunha apresentada, a autoridade policial tomou conhecimento da mesma através da interceptação telefônica ilícita. Diante desta, o testemunho de Lia não é cabível, pois, trata-se de prova ilícita por derivação, perfeitamente coerente com o que diz a teoria dos frutos da árvore envenada.
	Tal teoria determina a inadmissibilidade da prova ilícita por derivação. A afirmação dessa teoria se dá razão de que a partir de uma prova ilícita, as demais irão se contaminar com esta, equiparando-se com os frutos de uma árvore, apodrecendo a árvore, não há a possibilidade de seus frutos permanecerem íntegros.
	
	Nesse sentido, diante do que fora apresentado nesta questão, com embasamento em leis e fundamentos jurídicos, não há respaldo legal que prove que o juiz agiu adequadamente ao prolatar a sentença condenatória pelo crime de Infanticídio, sendo, portanto, o pocesso sujeito a ANULAÇÃO.
	
	(II) Dissertação

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