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Aula 34 - Estado de Necessidade e Legítima Defesa

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Estado de Necessidade e Legítima Defesa
DIREITO PENAL
www.grancursosonline.com.br
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online
ESTADO DE NECESSIDADE E LEGÍTIMA DEFESA
TEORIAS DO ESTADO DE NECESSIDADE 
a) Teoria diferenciadora 
Para a teoria diferenciadora, existe o estado de necessidade justificante, que 
exclui a ilicitude, e o estado de necessidade exculpante, que exclui a culpabilidade.
• Se o direito protegido for de maior valor que o direito sacrificado, há um 
estado de necessidade justificante. 
• Se o direito protegido for de igual valor, há um estado de necessidade 
exculpante. 
• Se o bem ameaçado ou protegido for de menor valor, há um estado de 
necessidade exculpante. 
b) Teoria unitária 
Para a teoria unitária, só existe um estado de necessidade, que é o estado de 
necessidade justificante. A palavra justificante remete às causas de justificação 
(excludentes de ilicitude). 
• Se o direito protegido ou ameaçado for de maior valor do que o sacrificado, 
há um estado de necessidade justificante. 
• Se o direito protegido for de igual valor ao do sacrificado, há um estado de 
necessidade justificante. 
• Se o bem protegido ou ameaçado for de menor valor, há uma causa de 
diminuição de pena. 
O Código Penal Brasileiro adotou a teoria unitária. Já o Código Penal Militar 
adotou a teoria diferenciadora. 
Teoria unitária Teoria diferenciadora
Direito protegido x sacrificado Direito protegido x sacrificado
Maior valor – estado de necessidade justificante. Maior valor – estado de necessidade justificante.
Igual valor – estado de necessidade justificante. Igual valor – estado de necessidade exculpante. 
Menor valor – causa de diminuição de pena. Menor valor – estado de necessidade exculpante
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DIREITO PENAL
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Direto do concurso
1. (FGV/ANALISTA PORTUÁRIO – ADVOGADO/CODEBA/2016) Diego e Jú-
lio César, que exercem a mesma função, estão trabalhando dentro de um 
armazém localizado no Porto de Salvador, quando se inicia um incêndio no 
local em razão de problemas na fiação elétrica. Existe apenas uma pequena 
porta que permite a saída dos trabalhadores do armazém, mas em razão 
da rapidez com que o fogo se espalha, apenas dá tempo para que um dos 
trabalhadores saia sem se queimar. Quando Diego, que estava mais pró-
ximo da porta, vai sair, Júlio César, desesperado por ver que se queimaria 
se esperasse a saída do companheiro, dá um soco na cabeça do colega de 
trabalho e passa à sua frente, deixando o armazém. Diego sofre uma queda, 
tem parte do corpo queimada, mas também consegue sair vivo do local. Em 
razão do ocorrido, Diego ficou com debilidade permanente de membro.
Considerando apenas os fatos narrados na situação hipotética, é correto afir-
mar que a conduta de Júlio César 
a. Configura crime de lesão corporal grave, sendo o fato típico, ilícito e culpável.
b. Está amparada pelo instituto da legítima defesa, causa de exclusão da ilicitude.
c. Configura crime de lesão corporal gravíssima, sendo o fato típico, ilícito e 
culpável.
d. Está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclu-
são da ilicitude.
e. Está amparada pelo instituto do estado de necessidade, causa de exclu-
são da culpabilidade. 
Comentário
Debilidade permanente é causa de lesão grave, mas a questão deixa claro 
que era o único modo de Júlio Cesar não ser queimado. Ele estava diante 
de um perigo que não provocou por sua vontade e, diante de queimar a si e 
ao companheiro, ele preferiu queimar o companheiro. Portanto, há um caso 
clássico de estado de necessidade, causa de exclusão da ilicitude.
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2. (COPESE–UFPI/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/PREFEITURA DE TERESIN–
PI/2015) Quanto ao estado de necessidade, é CORRETO afirmar: 
a. Há estado de necessidade, quando a pessoa atua diante de um perigo a 
que deu causa propositalmente. 
b. Em situação que não extrapole os limites legais do exercício de sua pro-
fissão, pode o bombeiro militar deixar de socorrer uma pessoa em perigo 
alegando estado de necessidade. 
c. Pode-se reconhecer o estado de necessidade se havia outro modo de evi-
tar o perigo.
d. Caracteriza-se o estado de necessidade mesmo diante de situação de pe-
rigo que não seja atual ou iminente.
e. Um dos pressupostos do estado de necessidade é a demonstração da ine-
vitabilidade do comportamento, ou seja, a demonstração de que não havia 
outra forma de atuar diante da situação de perigo. 
Comentário
a. Aquele que deu causa voluntariamente não pode alegar o estado de ne-
cessidade. 
b. Aquele que tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar o es-
tado de necessidade. 
c. Se havia outro modo de evitar o perigo, não se reconhece o estado de 
necessidade.
d. O perigo deverá ser atual ou iminente.
LEGÍTIMA DEFESA 
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Requisitos 
a) Agressão injusta (humana) 
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Para que haja legítima defesa, é preciso haver uma agressão injusta por uma 
pessoa. Agressão é lesão a bem jurídico (integridade física, vida). 
A agressão injusta pode ser dolosa ou culposa. É possível legítima defesa 
contra fatos culposos, pois as agressões culposas também são injustas. 
Obs..:� a palavra injusta significa que a conduta tem que ser fato típico + ilícito. 
Isso é o injusto penal. Ou seja, se existe uma excludente de culpabilidade, 
é possível a legítima defesa. 
E o ataque de animais? 
A agressão deve ser humana, não pode ser de animais. Se alguém sofre um 
ataque de animais, é estado de necessidade. No entanto, se esse animal foi indu-
zido pelo homem, o animal é um meio tão somente. Portanto, será legítima defesa, 
pois há uma agressão humana.
Obs..:� existem excludentes especiais na Lei dos Crimes Ambientais para o abate 
animal. 
E a agressão de inimputáveis?
É possível a legítima defesa contra atos de inimputáveis, pois a agressão 
deles é injusta – fato típico e ilícito, só não é culpável. 
b) Agressão atual ou iminente 
A agressão deverá ser atual ou iminente. Não há que se falar em legítima 
defesa futura, antecipada. 
A legítima defesa antecipada ocorre quando uma pessoa sabe que será agre-
dida no dia seguinte, por exemplo, e repele essa agressão hoje. 
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Ex..: uma facção toma a cadeia e começa a fazer reivindicações ao diretor, 
que não atende e é morto pela facção. O comandante da rebelião também mata 
um agente penitenciário e afirma que, se não atenderem seu pedido, no dia 
seguinte matará outro agente. Um dos agentes, com medo de ser morto, mata o 
membro da facção.
Esse agente não está em legítima defesa, pois a agressão contra ele não é 
atual ou iminente. Mas é possível que caiba para ele a excludente de culpabili-
dade inexigibilidade de conduta diversa. 
c) Defesa de direito próprio ou de terceiro
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Na legítima defesa de terceiros, é necessária a autorização do ofendido? 
Depende. Se o caso tratar de direito indisponível, não é necessária a autoriza-
ção. Porém, se se tratar de direitos disponíveis, é necessária a autorização. A auto-
rização para a legítima defesa também vale para a agressão injusta. Se essa agres-
são injusta for autorizada em direitos disponíveis, há o consentimento do ofendido.
d) Repulsa com os meios necessáriosA repulsa deverá ser feita com os meios necessários (meios disponíveis). 
Dentre os meios disponíveis, será utilizado aquele que é tão somente necessário 
para repelir. Ou seja, dentre os disponíveis, não se pode utilizar um meio que vai 
além do necessário. 
e) Uso moderado
Primeiro se escolhe qual o melhor instrumento a ser utilizado. Se alguém esco-
lhe um meio necessário de forma desproporcional, responde pelo excesso doloso 
ou culposo.
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f) Elemento subjetivo do tipo permissivo 
As excludentes de ilicitude também são chamadas de tipo permissivo. Matar 
alguém é uma norma proibitiva. Matar alguém em legítima defesa é uma norma 
permissiva. Elemento subjetivo é o dolo de praticar a conduta em legítima defesa. 
Ex..: um homem vê o seu desafeto na rua, e o mata. Porém, na hora que ele 
matou o desafeto, o desafeto estava matando outra pessoa, e o homem não 
sabia. Objetivamente, ele estava em legítima defesa, pois defendeu o direito de 
outrem. No entanto, nesse caso, não existe o elemento subjetivo – o dolo de 
estar praticando a legítima defesa querendo estar em legítima defesa. Portanto, 
ele não estará em legítima defesa.
GABARITO
1. d
2. e
�����������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Wallace França.

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