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PEÇA 01-AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE COM PEDIDO SUBSIDIÁRIO DE AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE GOIÂNIA-GO.
EURÍPEDES TOLENTINO, brasileiro, casado, garçom, inscrito sob R.G n° 1198186 e C.P.F n° 233.771.351-20, não possui endereço eletrônico, residente e domiciliado na Rua Paganini, s/n, quadra 6, lote 02, Jardim Europa, Goiânia-Goiás, CEP: 74.330.030, por intermédio de seus advogados devidamente constituídos, conforme procuração anexa, com escritório no NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS, localizado na Avenida Fued José Sebba, nº 1.185, Qd. 16-A, Lt. 01, Jardim Goiás, CEP 74.805-100, Goiânia-Goiás, onde recebe suas comunicações processuais, com fulcro no artigo 203, V, da Constituição Federal e nos artigos 52 e 53 da Lei nº 8.213/91, bem como do artigo 51 do Decreto nº 3.048/99 e no artigo 15 da Emenda Constitucional nº 103/2019, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE COM PEDIDO SUBSIDIÁRIO DE AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA
Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, autarquia federal, na pessoa de seu representante legal, com endereço na Avenida Goiás, nº 371, Setor Central, na cidade de Goiânia-GO, CEP 74.005-010 pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir:
· DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Salienta-se que o autor não possui condições financeiras para arcar com as custas processuais e os honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, portanto, requer os benefícios da justiça gratuita, com fundamento no art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal e artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil.
Para tanto, efetua-se a juntada da declaração de hipossuficiência do requerente. 
1. DOS FATOS:
O Requerente foi acometido por embolia pulmonar, patologia causada pela obstrução das artérias dos pulmões por coágulos, que progressivamente vem prejudicando a sua saúde de forma irreversível, causando-o sintomas tais como: falta de ar, cansaço, fadiga, tristeza e depressão.
A fim de comprovar a condição médica do segurado, menciona-se o relatório médico redigido pelo Dr. Ramiro Dourado (CRM 18634) no dia 16 de dezembro de 2020, vejamos: 
Paciente masculino, 58 anos, acompanhado dela pneumologia deste serviço, com diagnóstico de embolia pulmonar em dezembro de 2020, evoluindo com repercussão hemodinamica, com ecocardiograma apresentando achados de hipertensão pulmonar e teste de caminhada de 6 min com dessaturação até 71%. no momento oriento afastamento das atividades laborais com reavaliação do caso em 3 meses. CID: 126. (grifo nosso).
No dia 30 de novembro de 2020 o Requerente encontrava-se sob os cuidados do Dr. Pedro Henrique Rezende Junqueira para tratamento de hipogonadismo refratário sintomático. 
Com a repercussão da patologia, o segurado passou a desenvolver um quadro depressivo que gerou afastamento do trabalho. 
Assim, no dia 26 de outubro de 2020, o requerente esteve em consulta com o Dr. Luis Fernando M. Reis, no Hospital Espírita Eurípedes Barsanulfo, sendo-lhe conferido 30 (trinta) dias de licença de suas atividades laborativas para tratar transtorno de ansiedade (CID 10 - F41).
Desde o momento em que o segurado começou a apresentar sintomas físicos e psicológicos devido ao agravamento de sua enfermidade, diversos foram os episódios que o fizeram procurar por atendimento médico, conforme nota-se da análise dos relatórios e atestados apresentados, não sendo possível dar segmento ao seu trabalho de tantos anos como garçom.
1.1. DA QUALIDADE/CONDIÇÃO DE SEGURADO
O Requerente possui vínculo com a previdência social na qualidade de segurado-contribuinte como empregado desde o ano de 1984 com NIT 112.30867.25-7.
A qualidade de segurado é uma condição atribuída a todo cidadão filiado ao INSS que possua inscrição junto à Previdência Social e realize pagamentos mensais.
Observada a prova carreada aos autos, o requerente contribui com a previdência social desde o ano de 1984, conforme o Cadastro Nacional de Informações sociais (CNIS), onde está anexado as suas contribuições
1.2. DO REQUERIMENTO E DO INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO
O segurado, possuindo mais de 30 anos de contribuição, requereu no dia 13 de novembro de 2020 o seu auxílio-doença.
Não obstante, mesmo preenchendo todos os requisitos exigidos em lei para a concessão do benefício pretendido, o pleito foi indeferido administrativamente pela autarquia requerida, sob o argumento de "transcurso do prazo de 75 dias sem regularização da pendencia relativa ao acerto de dados cadastrais, vínculos, remunerações e contribuições".
Noutra banda, ao pesquisar informações do segurado no site: meu inss.com.br, constata-se a ausência que qualquer pendência.
Assim, todos os requisitos exigidos em lei foram cumpridos pelo requerente, não havendo nenhuma irregularidade que implique no indeferimento do pleito, portanto, o argumento que indeferiu o benefício, não merece prosperar, pois tais alegações não são condizentes com o caso em tela.
1.3. DA CARÊNCIA EXIGIDA
Conforme o artigo 24 da Lei 8.213/91 é indispensável o período de carência para que o segurado tenha acesso ao benefício, notemos:
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.
Para a concessão das prestações referentes à aposentadoria, necessário se faz o período de carência de 12 meses, conforme prescreve o artigo 25 da Lei 8.213 de 1991:
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26:
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; (grifo nosso).
 No mesmo sentido, assevera o artigo 29 do Decreto 3.048 de 1999:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria por incapacidade permanente.      (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 202
Nesse toar, após análise do extrato previdenciário, resta evidente que o segurado cumpre com o requisito referente ao período de carência, visto que, o mesmo, é contribuinte da previdência social desde o ano de 1984.
2. DO DIREITO
	Tendo em vista o artigo 201 da Constituição Federal de 1988, a previdência social atenderá a cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente, nos seguintes moldes:
201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:          
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada;  
Assim, requer a condenação do INSS no que tange à concessão do benefício por incapacidade permanente e, subsidiariamente, a concessão do auxílio por incapacidade temporária. Para tanto, será demonstrado a seguir as peculiaridades no que concerne à incapacidade do segurado devido ao acometimento de doença pulmonar.
2.1. DA APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE
A parte Autora postula a concessão de aposentadoria por incapacidade permanente, visto que, não apresenta condições de desempenhar sua atividade laborativa habitual desde que foi acometido por doença pulmonar.
Nos termos do artigo 42 da Lei n° 8.213:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecernesta condição.
        § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
        § 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
Insta salientar que o Requerente trabalhava como garçom e desde que ficou doente começou a apresentar muita falta de ar e fadiga, sintomas que não permitem o exercício de suas atividades de forma plena.
Nesse telar, prescreve o artigo 43 do Decreto 3.048 de 1999:
Art. 43.  A aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez cumprido o período de carência exigido, quando for o caso, será devida ao segurado que, em gozo ou não de auxílio por incapacidade temporária, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, que lhe será paga enquanto permanecer nessa condição.
A partir da análise dos dispositivos legais acima transcritos, se extrai os requisitos necessários para a concessão do benefício por aposentadoria, quais sejam:
a) Qualidade de segurado;
b) Carência ao benefício;
c) Incapacidade permanente, ou seja, que o segurado se apresente insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que habitualmente desempenhava.
Souza Santoro assevera acertadamente que:
É constituída de uma renda mensal, devida ao segurado e concedida àquele considerado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para outra atividade que lhe garanta a subsistência.
Essa incapacidade será, obrigatoriamente, verificada através de exame médico-pericial, não sendo considerada para efeitos de concessão aquela doença ou lesão anterior à filiação ao regime, salvo se a incapacidade sobrevier por progressão ou agravamento da doença ou da lesão preexistente.
(José Jayme de Souza Santoro, Manual de Direito Previdenciârio, Freitas Bastos Editora, 2° edição, pg. 68). (grifo nosso)
Ora douto magistrado, conforme relatado, fica demonstrado o enquadramento dos fatos à norma, com pleno atendimento aos requisitos legais pelo Segurado, autorizando a concessão do benefício de aposentadoria, mediante a realização do exame médico pericial, pois o mesmo não possui mais condições de exercer seu labor.
2.2. DO AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA
Caso a incapacidade do requerente seja considerada parcial e temporária, em perícia médica realizada por este juízo, que seja concedido o auxílio-doença, conforme dispõe o art. 59 da Lei 8.213/91, vejamos:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Nesse diapasão, a parte Autora preenche todos os requisitos necessários para a concessão do auxílio doença. Quanto à qualidade de segurado, cabe destacar que a cessação dos recolhimentos previdenciários se deu pela incapacidade física de exercer suas obrigações como empregado.
Sobre o requisito da qualidade de segurado, vejamos o que prescreve a jurisprudência pátria:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADA. NÃO-OCORRÊNCIA EM RAZÃO DE MOLÉSTIA INCAPACITANTE DE QUE ACOMETIDA A AUTORA. REQUISITOS NECESSÁRIOS À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO ATESTADOS PELO TRIBUNAL DE ORIGEM DE MODO A PERMITIR O PERCEBIMENTO DO BENEFÍCIO. SÚMULA 7/STJ. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA.
1. Para efeito de concessão de aposentadoria por invalidez, não há que se falar em perda da qualidade de segurado, tendo em vista que a interrupção no recolhimento das contribuições previdenciárias ter decorrido de circunstâncias alheias à vontade do beneficiário, qual seja, ter sido acometido de moléstia incapacitante.
2- Havendo o Tribunal local decidido pela presença de todos os requisitos necessários à concessão do benefício, com esteio nos elementos de prova contidos nos autos, modificar tal entendimento seria desafiar a Súmula 7/STJ.
3- Agravo regimento desprovido.
(AgRg no Ag 1070071 / PE AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 2008/0154111-9 Relator(a): Ministro OG FERNANDES (1139) Órgão Julgador T6 - SEXTA TURMA; Data do Julgamento: 20/11/2008)
Enfatiza-se que a jurisprudência perfaz seu entendimento no sentido de que caso o segurado deixe de contribuir com a previdência pelo fato de já estar acometido pela doença durante o período de graça, resta suprida tal exigência.
O Decreto 3.048 de 1999, em seu artigo 71, também dispõe sobre o auxílio por incapacidade temporária:
 Art. 71.  O auxílio por incapacidade temporária será devido ao segurado que, uma vez cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, conforme definido em avaliação médico-pericial.               (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020) (grifo nosso).
No caso em testilha, a carência foi devidamente cumprida pelo segurado, além disso, o mesmo não possui capacidade para o trabalho ou para as atividades habituais e, devido ao agravamento de sua enfermidade, está impedido de desempenhar suas atividades como garçom.
Tais fatos alegados estão suficientemente comprovados pelos relatórios e exames médicos apresentados e poderão ser ratificados através do laudo pericial.
2.3. DO PERÍODO DE GRAÇA
O período em que a qualidade de segurado é mantida após a última contribuição, chamado doutrinariamente como período de graça, está previsto no Decreto 3.048 de 1999 em seu artigo 13, vejamos:
Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
        I - sem limite de prazo, o segurado que estiver em gozo de benefício, exceto na hipótese de auxílio-acidente;       (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020).
       II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou das contribuições, observado o disposto nos § 7º e § 8º e no art. 19-E, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
        IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
        V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e
        VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
        § 1º  O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
        § 2º  O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.
        § 3º  Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social.
Após análise do extrato do CNIS do Requerente, verifica-se que a última contribuição se deu em novembro de 2020, com vínculo celetista pela empresa CLUBE DE ENGENHARIA DE GOIÁS.
 Além dos 12 meses do inciso segundo transcrito acima, há a incidência dos parágrafos primeiro e segundo do mesmo artigo, vez que, houve o pagamento de mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção e por estar o Demandante em situação de desemprego. Desta forma, o período de graça é de 24 meses.
Nesse diapasão, embora o parágrafo segundo mencione que a comprovação do desemprego se dá mediante registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, essa exigência já resta superada, de acordo com o Incidente de Uniformização de Interpretação de Lei Federal exposto pelo Superior Tribunal de Justiça em 2010. Vejamos:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA.PRORROGAÇÃO DO ‘PERÍODO DE GRAÇA’. DESEMPREGO. COMPROVAÇÃO. SÚMULA 27 DA TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. PRECEDENTE DO STJ. 
1. Em recente decisão (Petição nº 7.115-PR, Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, DJE: 06/04/2010), o Superior Tribunal de Justiça, firmou o entendimento de que a comprovação da condição de desemprego, para fins de prorrogação do ‘período de graça’ (Lei nº 8.213/91, art. 15, § 2º), dispensa o registro perante o Ministério do Trabalho e da Previdência Social quando for comprovada a situação de desemprego por outra prova constantes dos autos, não sendo suficiente para tanto a ausência de anotação laboral na CTPS, já que não afasta a possibilidade do exercício de atividade remunerada na informalidade. 
2. No entanto, não é razoável nesse momento processual concluir que a parte autora não ostentava qualidade de segurado ao tempo do início da incapacidade, em razão da não comprovação da condição de desemprego nos termos da recente orientação do STJ, especialmente considerando que, até então, no âmbito dos Juizados Especiais Federais a jurisprudência estava consolidada em sentido contrário, ou seja, admitindo a ausência de anotação de vínculo de trabalho em CTPS como prova suficiente da situação de desemprego, inclusive com respaldo em súmula da Turma Nacional de Uniformização. 
3. Nessas condições, impõe-se estender a validade do entendimento jurisprudencial até então consolidado nos Juizados Especiais Federais, no sentido de que é prova suficiente do desemprego a ausência de anotação de trabalho em CTPS. 
4. Ao valor da condenação imposta ao INSS nas causas previdenciárias, independentemente da data do ajuizamento da ação, aplica-se imediatamente, a partir da sua entrada em vigor, a Lei 11.960/2009, que deu nova redação ao art. 1º-F da Lei 9.494/97 e determinou a incidência dos índices oficiais de remuneração básica e juros das cadernetas de poupança, de uma só vez, para fins de atualização e compensação da mora. 5. Recurso inominado parcialmente provido. 
(RCI 2009.70.53.005600-2, Segunda Turma Recursal do PR, Relatora Leda de Oliveira Pinho, julgado em 16/06/2010)
Do compulso dos autos, verifica-se que a última contribuição do Requerente foi em novembro de 2020, desde então encontra-se o mesmo em situação de desemprego. Tal informação pode ser comprovada através da análise de sua CTPS.
Ademais, o Segurado só deixou de contribuir com a previdência por circunstância alheia à sua vontade, qual seja, a enfermidade pulmonar. Nesse sentido, conforme demonstrado anteriormente, a jurisprudência pátria entende que não perde a qualidade de segurado, o trabalhador que interrompeu o recolhimento de suas contribuições previdenciárias devido ao avanço de doença incapacitante.
 2.4. VALOR DA CAUSA
O valor do benefício previdenciário devido ao requerente deve ter como termo inicial para sua computação a data do requerimento administrativo, qual seja, dia 13 de dezembro de 2020, conforme preceitua o artigo 43, § 1º, alínea “b”, e artigo 60, § 1º, ambos da Lei n. 8.213/1991:  
 Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo.
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida:           
(...) 
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial e facultativo, a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias.
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.      
§ 1º Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do requerimento.
  
Sobre a atribuição do valor da causa, dispõe o artigo 292, §§ 1º e 2º do CPC: 
 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
(...)
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
  
Em vista disso, ante a data do requerimento administrativo à agência requerida no dia 13/12/2020, o autor deve receber 3 (três) parcelas vencidas, totalizado o valor de R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais) adotando como base de cálculo o valor de um salário-mínimo atual.
Com fulcro no artigo 292, § 2º do CPC, a este montante deve ser acrescido de 12 (doze) parcelas vincendas, no valor de R$ 15.600,00 (quinze mil e seiscentos reais), totalizando-se o importe de R$ 18,900,00 (dezoito mil e novecentos) a ser atribuído como valor da causa.
3. DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer à Vossa Excelência:
· Que seja recebida a presente inicial, com a concessão dos benefícios da justiça gratuita com base no artigo 5°, inciso LXXIV, da Constituição Federal e artigos 98 e 99 do Código de Processo Civil;
· A citação do Instituto Nacional de Seguridade Social, na pessoa de seu representante legal, para, em querendo, oferecer contestação no prazo legal, sob pena de revelia;
· A condenação do INSS no que tange à concessão do benefício por incapacidade permanente;
· Subsidiariamente, a concessão do auxílio por incapacidade temporária, bem como, o pagamento das parcelas vencidas desde a data do requerimento administrativo, qual seja, 13 de dezembro de 2020;
· Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em juízo, principalmente a prova pericial, assim, REQUER PERÍCIA COM MÉDICO ESPECIALIZADO EM EMBOLIA PULMONAR;
· A condenação da parte requerida ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência, em caso de recurso, a serem arbitrados segundo o prudente arbítrio de Vossa Excelência.
Na oportunidade, renuncia a parte Autora ao valor excedente ao da alçada dos Juizados Especiais Federais.
Dá-se à causa o valor de R$ 18,900,00 (dezoito mil e novecentos reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia, 13 de março de 2021.
DOS QUESITOS PARA A PERÍCIA
a) O autor é portador de doença ou lesão? Qual (s)? Indicar o CID relativo à doença.
b) O autor, em razão de seu quadro clínico, está incapacitado para o desempenho do trabalho?
c) Em caso afirmativo, informar se a incapacidade é definitiva ou é possível a recuperação ou reabilitação para o trabalho.
d) É possível informar a data do início da incapacidade? Em caso negativo, é possível informar a data mínima da incapacidade?
e) Existem exames acurados para indicar a existência e/ou apurar o grau de tal doença? Qual exame foi apresentado para a comprovação da doença? Justificar.

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