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Direito Tributário Aula 13

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Aula 13
Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima
(Auditor Fiscal) - Pós-Edital
Autor:
Fábio Dutra
Aula 13
25 de Abril de 2020
02338999363 - FELIPE DOUGLAS
 
 
 
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AULA 13: SIMPLES NACIONAL (LEI COMPLEMENTAR 
123/2006) 
Sumário 
OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA ...................................................................................................................... 2 
1 – SIMPLES NACIONAL ................................................................................................................................. 3 
1.1 – Definição de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) .............................................. 5 
1.2 – Enquadramento diferenciado por Estado, Distrito Federal ou Município ........................................ 10 
1.3 – Vedações à opção pelo Simples Nacional ........................................................................................ 12 
1.4 – Opção pelo regime do Simples Nacional ......................................................................................... 15 
1.5 – Exclusão do regime do Simples Nacional ........................................................................................ 16 
1.6 – Tributação no Simples Nacional ...................................................................................................... 18 
1.7 – A não cumulatividade do ICMS e IPI e o Simples Nacional............................................................... 23 
1.8 – Tratamento Diferenciado em Aquisições Públicas........................................................................... 25 
1.9 – O “Investidor-Anjo” ........................................................................................................................ 28 
1.10 – Microempreendedor Individual - MEI ........................................................................................... 29 
1.11 – Obrigações acessórias ................................................................................................................... 31 
1.12 – Responsabilidade tributária dos sócios ......................................................................................... 32 
1.13 – Do Processo Judicial...................................................................................................................... 35 
1.14 – Da Omissão de Receita ................................................................................................................. 36 
1.15 – Gestão do Simples Nacional .......................................................................................................... 36 
1.16 – Fiscalização do Simples Nacional .................................................................................................. 37 
1.17 – Estímulo à Inovação e Inova Simples da Empresa Simples de Inovação ......................................... 38 
1.18 – Parcelamento dos Débitos Tributários no Âmbito do Simples Nacional ........................................ 42 
1.19 – Restituição e Compensação .......................................................................................................... 44 
2 - QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS ...................................................................................... 51 
Simples Nacional ..................................................................................................................................... 51 
3 – LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES............................................................................................. 65 
Simples Nacional ..................................................................................................................................... 65 
4 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES ..................................................................................... 74 
5 – RESUMO DOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES ..................................................................................... 75 
 
 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA 
Olá, amigas e amigos concurseiros! Tudo bem? 
Vamos iniciar mais uma aula de Direito Tributário aqui no Estratégia Concursos! 
A aula de hoje trata de um assunto específico, que é o Simples Nacional, regido pela Lei Complementar 
123/2006, que já sofreu diversas atualizações. É aquele regime de tributação das micro e pequenas 
empresas! Estão prontos para começar? 
Antes, porém, vamos a nossa frase de hoje: 
"Tenha em mente que o seu desejo em atingir o sucesso é mais importante que qualquer coisa" 
Abraham Lincoln, Político 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – SIMPLES NACIONAL 
Em decorrência do princípio da isonomia, cuja essência consiste em tratar desigualmente os desiguais, não 
seria justo que as pequenas empresas, ao iniciar suas atividades, se submetessem à mesma carga tributária 
das grandes empresas. 
O mesmo raciocínio se aplica em relação ao cumprimento das obrigações acessórias, já que não se compara 
a estrutura administrativa de uma multinacional com o boteco do Seu João, correto? 
Desse modo, existe previsão constitucional (desde a sua promulgação em 1988) para que se institua 
tratamento diferenciado às microempresas (ME) e às empresas de pequeno porte (EPP), em seu art. 179 (no 
capítulo que cuida dos princípios gerais da atividade econômica): 
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às 
microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento 
jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações 
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução 
destas por meio de lei. 
De acordo com o STF (ADI 1.643/UF), “não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos 
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade 
contributiva distinta (...)”. Percebe-se, portanto, que o tratamento diferenciado para as ME e EPPs já foi 
chancelado pelo STF. 
Vamos sintetizar isso para fins de concurso público? Guarde assim: 
• Todos os entes federativos dispensarão tratamento diferenciado; 
• A lei definirá o conceito de ME e EPP; 
• Tratamento jurídico diferenciado: simplificação, eliminação ou redução. 
 
Palavras-chave: simplificação, eliminação ou redução. 
 
 
O problema é que cada ente federativo criou um sistema próprio, concedendo tratamento diferenciado às 
MEs e EPPs, de forma que não havia qualquer uniformidade nas normas. Ou seja, a simplificação acabou se 
tornando uma “bagunça”. 
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Diante disso, o legislador constituinte providenciou alteração no texto constitucional, por intermédio da 
Emenda Constitucional 42/2003, incluindo a alínea “d” ao art. 146, III, cuja redação é a seguinte: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
(...) 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
(...) 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as 
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do 
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. 
Observação: os tributos a que se refere esse dispositivo são os seguintes: 
→ ICMS; 
→ Contribuição previdenciária do empregador e da entidade a ele equiparada pela lei; 
→ Contribuição para o PIS/Pasep; 
Veja que a situaçãomudou completamente de figura. A partir da EC 42/03, cabe à lei complementar 
estabelecer normas gerais sobre o tratamento diferenciado e favorecido às MEs e EPPs, da mesma forma 
como o CTN cuidou da decadência e da prescrição, por exemplo. Isso significa que o objetivo do art. 179 da 
CF/88 será cumprido, mas terá que seguir os parâmetros definidos na lei complementar. 
Não satisfeito, o legislador ainda acrescentou o par. único ao art. 146, no qual está prescrito o seguinte: 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir 
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção 
ou condicionamento; 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes 
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
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Agora deve ter ficado bastante simples de entender qual é a real intenção do legislador, em relação ao 
tratamento diferenciado a ser conferido às MEs e EPPs. 
Diante do exposto, é possível concluir também que o Simples Nacional é um regime único de arrecadação 
de diversos tributos (federais, estaduais e municipais), o que não se confunde com imposto único. 
Nessa linha, também podemos dizer que o objetivo da criação desse mecanismo é reduzir a burocracia e 
também a carga tributária a que estão sujeitas as empresas menores. 
 
A sistemática do Simples Nacional não se confunde com a cobrança de imposto único. 
Objetivo do Simples Nacional: redução de burocracia e carga tributária. 
Outro aspecto interessante é que o legislador também acrescentou o art.94 no ADCT (ao final da CF/88), 
estabelecendo que, a partir do momento em que a lei complementar definida no art. 146, III, d, da CF/88 
entrar em vigor, cessarão todos os regimes especiais criados pelos entes para as MEs e EPPs. Surge, então, 
a eminente Lei Complementar 123/2006, já tendo sido modificada diversas vezes a partir de então. 
Observação: Com o advento da LC 123/2006, o Simples Federal, existente até então pela 
Lei 9.317/1996, foi extinto, com base no art. 94 do ADCT, surgindo o Simples Nacional. 
Atualmente, considere errada qualquer questão que fale na vigência do Simples Federal. 
O mais interessante é que, com o que vimos até o momento, você já é capaz de acertar mais de 50% das 
questões que versam sobre o Simples Nacional. Portanto, grave tudo, caro aluno(a)!!! 
Em suma, o Simples Nacional é o regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos 
Estados, do DF e dos Municípios. 
 Embora se trate de um sistema de recolhimento único, a alíquota total consiste na soma das alíquotas dos 
respectivos tributos que compõem a sistemática do Simples Nacional. Tais alíquotas são escalonadas de 
forma progressiva com base no faturamento da empresa, dentro dos limites por nós estudados. 
Vistos os conceitos constitucionais acerca do Simples Nacional, passemos ao estudo específico da LC 
123/2006. 
1.1 – Definição de Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno 
Porte (EPP) 
A definição de ME e EPP foi realizada pelo art. 3º, da LC 123/2006, com base no volume da receita bruta das 
empresas. Antes de partirmos para os números, é necessário entender o que vem a ser receita bruta, de 
acordo com a LC 123/06 (e isso é muito importante para nossa prova!!!): 
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Art. 3º - (...): 
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da 
venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados 
e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os 
descontos incondicionais concedidos. 
 
Vamos esmiuçar o conceito de receita bruta previsto na LC 123/2006! 
Operações de conta própria → é o caso da empresa que vende suas próprias mercadorias 
e presta seus serviços, como uma loja de roupas, por exemplo. 
Operações em conta alheia → é o caso da empresa que vende produtos consignados em 
seu estabelecimento, por meio de contratos de comissão como, por exemplo, uma loja de 
carros. 
É importante considerarmos que, ao mencionar produto da venda, preço dos serviços, 
resultados de operações em conta alheia, o legislador se refere ao valor total da receita 
de vendas, e não o lucro. Admite-se, porém, a exclusão das vendas canceladas e dos 
descontos incondicionais concedidos. 
Neste ponto, vale observar que o desconto incondicional é aquele concedido independentemente de 
qualquer evento posterior à emissão da nota fiscal de venda, ou seja, eles já constam na própria nota fiscal. 
Por exemplo, quando você pede um desconto e o lojista imediatamente concede 5%, é um desconto 
incondicional. Porém, se o vendedor oferece 10% de desconto na próxima compra, trata-se de um desconto 
condicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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De acordo com a Resolução CGSN nº 94/2011: 
-As gorjetas, sejam elas compulsórias ou não, integram a receita bruta que serve de base 
de cálculo do Simples Nacional; 
-A venda de bens do ativo imobilizado não integra a base de cálculo do Simples Nacional. 
 
Agora sim, você está pronto para ver os valores estipulados pelo legislador para definir o conceito de ME e 
EPP: 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou 
empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa 
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei 
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de 
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior 
a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta 
superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 
4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). 
 
Podem ser consideradas ME ou EPP: 
-Sociedade empresária; 
-Sociedade simples; 
-Empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI); 
-Empresário. 
 
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Observação: Se as atividades da empresa se iniciaram no próprio ano-calendário, os 
valores são proporcionais ao número de meses (inclusive as frações de meses) em que a 
ME ou EPP houver exercido a atividade (LC 123/06, art. 3º, § 2º). 
 
 
 
 
 
 
Observação: Quanto ao prazo para opção pelo Simples Nacional, guarde o seguinte: 
Para empresas em início de atividade → o prazo para solicitação de opção é de 30 dias 
contados do último deferimento de inscrição (municipal ou estadual, caso exigíveis), desde 
que não tenham decorridos 180 dias da inscrição do CNPJ. Se deferida, a opção produz 
efeitos a partir da data da abertura do CNPJ. Após esse prazo, a opção somente será 
possível no mês de janeiro do ano-calendárioseguinte. 
Para empresa que não está em início de atividade → a opção pelo Simples Nacional 
somente poderá ser realizada no mês de janeiro, até o seu último dia útil, produzindo 
efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção. 
Com base nisso, se uma empresa quiser se enquadrar como EPP, iniciando suas atividades em Outubro 
(ignoremos as frações de meses), o limite da receita bruta a ser auferida até o término do ano-calendário do 
início das atividades é de R$ 1.200.000,00 (3 x R$ 400.000,00). 
“E se a receita bruta exceder o valor de R$ 4.800.000,00 ou o valor proporcional ao número de meses (R$ 
1.200.000,00 no nosso exemplo)?” 
Bom, nesse caso, é importante analisar se isso ocorreu no ano de início das atividades da empresa ou não. 
Se tiver ocorrido no ano de início das atividades da empresa, e a receita bruta anual ou proporcional a esta 
tiver superado mais de 20% do limite (R$ 400.000,00 x nº de meses), ou seja, acima de R$ 480.000,00 x nº 
de meses, a empresa fica excluída do Simples Nacional, com efeitos retroativos ao início das atividades. 
Se, por outro lado, a receita bruta anual tiver excedido o limite em até 20% deste, ficará excluída do Simples 
Nacional sem, contudo, haver efeitos retroativos sobre os meses anteriores. 
ME → Receita Bruta ≤ R$ 360.000,00 
 
EPP → R$ 360.000,00 < Receita Bruta ≤ R$ 4.800.000,00 
 
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Vamos supor, agora, que a empresa tenha excedido o limite fora do ano de início das suas atividades. Neste 
caso, em qualquer caso, não há que se falar em efeitos retroativos. Sendo assim, se o valor exceder o limite 
em até 20%, a exclusão só produzirá efeitos a partir do próximo ano-calendário. Por outro lado, se a receita 
bruta exceder mais do que 20% do limite, a exclusão ocorre a partir do mês seguinte. 
A título de ilustração do último caso apresentado, se no mês de Junho a empresa já tiver acumulado receita 
bruta superior a R$ 5.760.000,00 (R$ 4.800.000,00 + 20%), a exclusão ocorrerá a partir do mês de Julho. Caso 
contrário, a empresa deixará de participar do Simples Nacional, no ano subsequente. 
E se a situação for inversa, ou seja, se a EPP faturar menos de R$ 360.000,00 no ano calendário? Passa, a 
partir do ano seguinte, à condição de ME. Semelhantemente, se a ME se desenvolver e superar o teto 
previsto para a sua categoria, passa à condição de EPP, a partir do ano seguinte, salvo se ultrapassar o teto 
de R$ 4.800.000,00, hipótese em que se aplicam as regras expostas acima. 
Destaque-se que, para fins de enquadramento como EPP, a empresa pode auferir receitas de R$ 
4.800.000,00 no mercado interno e, adicionalmente, receitas decorrentes de exportação de mercadorias, 
dentro do mesmo limite. Ou seja, são dois limites iguais: R$ 4.800.000,00 para o mercado interno somado a 
R$ 4.800.000,00 para exportação. 
 
A LC 147/2014 promoveu alterações na LC 123/2006, de modo que, a partir de janeiro de 
2015, o limite extra também será aplicável às receitas decorrentes de exportação de 
serviços. Antes, o limite só se aplicava à exportação de mercadorias. 
 
Ressaltamos que se considera exportação, ainda que realizada por meio de empresa comercial exportadora 
ou da sociedade de propósito específico, prevista no art. 56 da LC 123/2006 (art. 3º, § 14). 
Outro ponto digno de nota é que, em caso de empresa que venda internamente e exporte mercadorias, para 
fins de definição da base de cálculo e da alíquota aplicável, serão consideradas separadamente as receitas 
brutas auferidas no mercado interno e aquelas decorrentes da exportação (art. 3°, § 15, com redação dada 
pela LC 147/2014). 
Ademais, cabe destacar também que, na hipótese de a ME ou EPP auferir receitas sujeitas a substituição 
tributária, ou decorrentes de exportação, deverá informar essas receitas destacadamente, de modo que o 
aplicativo de cálculo (PGDAS-D) as desconsidere da base de cálculo dos tributos objeto de substituição (no 
caso de a ME ou EPP se encontrar na condição de substituída tributária) ou exportação. Ressalte-se, porém, 
que essas receitas continuam fazendo parte da base de cálculo dos demais tributos abrangidos pelo 
Simples Nacional. 
Observação: O Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional - 
Declaratório (PGDAS-D) é um sistema eletrônico para a realização do cálculo do Simples 
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Nacional para os períodos de apuração a partir de janeiro de 2012, conforme determinam 
a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (e alterações) e a Resolução CGSN 
nº 94, de 29 de novembro de 2011. 
É também muito relevante citar o que foi previsto no § 3º, do art. 3º, da LC 123/2006: 
O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como 
microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não 
implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas 
anteriormente firmados. 
 
Enquadramento e desenquadramento de ME ou EPP não influenciam nos contratos por 
elas já firmados. 
 
Por fim, e, não menos importante, é o fato de que a LC 155/2016, ao aumentar o limite da receita bruta da 
EPP para R$ 4.800.000,00, incluiu o art. 13-A na LC 123/2006, mantendo o teto antigo (R$ 3.600.000,00) 
para os tributos ICMS e ISS. Como assim? Vamos entender melhor! 
Você aprenderá, ainda nesta aula, que existem diversos tributos incluídos na sistemática do Simples 
Nacional, como o IRPJ, a CSLL, PIS/Pasep e Cofins, ICMS, ISS etc. A maior parte dos tributos é, sem dúvida, 
de competência da União. Quanto a esses tributos, o limite para recolhimento com base nas alíquotas 
diferenciadas do Simples Nacional é realmente de R$ 4.800.000,00. 
Porém, no tocante aos tributos de competência dos Estados e DF (ICMS) e dos Municípios e DF (ISS), foi 
mantido o limite anterior de R$ 3.600.000,00. Assim, uma empresa que fature algo entre R$ 3.600.000,00 
e R$ 4.800.000,00, poderá calcular os tributos federais incluídos no Simples por essa sistemática, mas o ICMS, 
caso seja devido, será calculado conforme ocorre com as demais empresas não incluídas no Simples 
Nacional. O mesmo raciocínio se estende ao ISS. Ok? 
1.2 – Enquadramento diferenciado por Estado, Distrito Federal ou 
Município 
Você se lembra de que uma das características estabelecidas pelo legislador constituinte, no art. 146, par. 
único, II, é que poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado? 
Em cumprimento a este preceito constitucional, a LC 123/2006 estabeleceu algumas regras que iremos 
sintetizar na tabela abaixo, a fim de facilitar a sua compreensão: 
 
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% de Participação no PIB Nacional Limite da EPP 
% de Partic. PIB ≤ 1% Até R$ 1.800.000,00 
% de Partic. PIB > 1% Até R$ 3.600.000,00 
 
Vamos entender! Para os Estados que não tenham adotado sublimite na forma explicada acima (R$ 1,8 
milhão) e, para aqueles cuja participação no PIB seja superior a 1%, para efeito de recolhimento do ICMS e 
do ISS, observar-se-á obrigatoriamente o sublimite no valor de R$ 3.600.000,00. Afinal, já sabemos que, 
quanto ao ICMS e ISS, não vale o limite 4,8 milhões, não é mesmo? ☺ 
As empresas localizadas nos Estados que optarem pelo sublimite, quando excederem o teto, passarão a 
contribuir com o ICMS e o ISS (sim, o ISS também!) do mesmo modo que as demais empresas que não se 
enquadram no Simples Nacional. 
 
Observação: 
- O limite da EPP para ICMS e ISS, como visto, é de R$ 3.600.000,00 (para os tributos federais 
é R$ 4.800.000,00); 
- As regrasda tabela se aplicam ao Distrito Federal; 
- A exclusão do Simples ocorrerá no mês seguinte ou no ano seguinte, a depender do valor 
que exceder o limite estadual (regra dos 20%); 
- A participação no PIB é apurada levando em consideração o último resultado do IBGE ou 
outro órgão que o substitua. 
- Esta regra é válida a partir de janeiro de 2018. 
 
 
Quando um Estado opta pelo sublimite, TODOS os Municípios nele localizados adotam, 
obrigatoriamente, o mesmo limite estadual. 
Daí o fato de dizer que o ISS também é recolhido por “fora”. 
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1.3 – Vedações à opção pelo Simples Nacional 
A LC 123/2006 estabeleceu duas distintas vedações: vedação plena e vedação parcial. 
A vedação plena diz respeito ao impedimento total de participar do regime diferenciado e favorecido do 
Simples Nacional. A vedação parcial, por outro lado, impede apenas as pessoas de recolherem os tributos 
e contribuições na forma do Simples Nacional. 
Vamos entender melhor: a LC 123/2006 concede tratamento jurídico diferenciado às MEs e EPPs, além de 
um regime único e favorecido de arrecadação tributária. 
Quando a pessoa se encontra nas hipóteses de vedação plena, não pode se beneficiar nem do tratamento 
jurídico diferenciado, nem do regime de tributação favorecido. Por outro lado, quando a vedação é parcial, 
a empresa só fica impedida de recolher os tributos conforme as regras do Simples Nacional, podendo gozar 
dos benefícios não tributários da LC 123/2006. Entendido? 
Em relação às hipóteses de vedação plena e vedação parcial, não vamos ficar aqui transcrevendo páginas da 
LC 123/06. Vou apenas dizer onde está localizado, e você vai lá fazer uma leitura atenta! Vamos transcrever 
abaixo os dispositivos mais importantes sobre o tema. Vamos lá! ☺ 
Vedação Plena → LC 123/2006, art. 3º, §§ 4º, 5º e 6º. 
Em suma, você deve memorizar o seguinte: 
Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferenciado (Simples Nacional), para 
nenhum efeito legal (vedação plena), a pessoa jurídica: 
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede 
no exterior; 
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia 
de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos desta Lei 
Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II 
do caput deste artigo; 
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra 
empresa não beneficiada por esta Lei Complementar, desde que a receita bruta global 
ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00; 
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins 
lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do 
caput deste artigo; 
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 
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VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de 
caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito 
imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de 
empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de 
previdência complementar; 
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento 
de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; 
X - constituída sob a forma de sociedade por ações. 
XI - cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, 
relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. (Incluído pela Lei 
Complementar nº 147, de 2014) 
 
Vedação Parcial → LC 123/2006, art. 17. 
Como são muitas as hipóteses, inseriremos abaixo as mais importantes, sendo muito importante que você 
abra a LC 123/2006 e faça uma atenta leitura das demais: 
Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional (Vedação 
Parcial) a microempresa ou a empresa de pequeno porte: 
I - que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, 
gerenciamento de ativos (asset management) ou compra de direitos creditórios resultantes 
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring) ou que execute 
operações de empréstimo, de financiamento e de desconto de títulos de crédito, 
exclusivamente com recursos próprios, tendo como contrapartes microempreendedores 
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, inclusive sob a forma de 
empresa simples de crédito; (a parte destacada foi incluída pela LC 167/2019) 
II - que tenha sócio domiciliado no exterior; 
III - de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, 
estadual ou municipal; 
V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas 
Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; 
VI - que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto 
quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou 
metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o 
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transporte de estudantes ou trabalhadores; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, 
de 2014) 
VII - que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica; 
VIII - que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; 
IX - que exerça atividade de importação de combustíveis; 
X - que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: 
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, 
explosivos e detonantes; 
b) bebidas não alcoólicas a seguir descritas: 
1 - refrigerantes, inclusive águas saborizadas gaseificadas; 
2 - preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores 
concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de até 
10 (dez) partes da bebida para cada parte do concentrado; 
3 - cervejas sem álcool; 
c) bebidas alcoólicas, exceto aquelas produzidas ou vendidas no atacado por: 
1 - micro e pequenas cervejarias; 
 
2 - micro e pequenas vinícolas; 
 
3 - produtores de licores; 
 
4 - micro e pequenas destilarias; 
XII - que realize cessão ou locação de mão-de-obra; 
XIV - que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. 
XV - que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a 
prestação de serviços tributados pelo ISS. 
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XVI - com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal 
ou estadual, quando exigível. 
Chamamos sua atenção para a alínea “c” acima, uma vez que se trata de novas atividades admitidas pela LC 
155/2016. Veja que, excepcionalmente, a produção ou venda no atacado de bebidas alcoólicas foi 
admitida, desde que realizada pelas empresas ali citadas. 
Tais empresas deverão obrigatoriamente ser registradas no Ministério da Agricultura,Pecuária e 
Abastecimento (MAPA) e obedecerão também à regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, quanto à produção e à comercialização de bebidas alcoólicas. 
 
Antes da LC 147/2014, todos os que prestavam serviços de transporte intermunicipal e 
interestadual de passageiros não podiam recolher os tributos na forma prevista no Simples. 
Atualmente, há algumas exceções, previstas no inciso VI acima! 
 
Observação: Em caso de vedação plena, os efeitos se iniciam a partir do mês seguinte 
àquele no qual ocorreu a situação impeditiva. 
É muito importante se atentar às alterações promovidas pela LC 147/2014, já que há mais 
possibilidade de virem a ser cobradas em prova. 
 
1.4 – Opção pelo regime do Simples Nacional 
Em relação à opção pelo regime do Simples Nacional, consideram-se automaticamente optantes aquelas 
MEs e EPPs que já eram optantes pelo Simples Federal (Lei 9.317/96) desde 2007. 
No que concerne às demais empresas, a opção por esse regime diferenciado e favorecido deve ser feita no 
mês de janeiro, até seu último dia útil, hipótese que produz efeitos a partir do primeiro dia do ano-
calendário da opção. Pode acontecer de a opção produzir efeitos desde o início das atividades da empresa, 
desde que exercida nos termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor. 
Observação: O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) constitui uma das instâncias 
gestoras do Simples Nacional, cuja atribuição é regulamentar a opção, exclusão, tributação, 
fiscalização, arrecadação, cobrança, dívida ativa, recolhimento e demais itens relativos ao 
regime único de tributação. 
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Cabe destacar, ainda, que é o Comitê Gestor que regulamentará a opção automática acima citada. Além 
disso, também é atribuição do Comitê Gestor regulamentar a forma como o indeferimento da opção pelo 
Simples Nacional será efetuado, mediante ato da Administração Tributária. 
 
1.5 – Exclusão do regime do Simples Nacional 
A exclusão do regime do Simples Nacional pode ser feita tanto de ofício, como mediante comunicação das 
empresas optantes. Como vimos na observação do tópico anterior, cabe ao CGSN regulamentar tanto a 
opção como também as regras de exclusão. 
Vejamos as situações em que ocorre exclusão de ofício (LC 123/2006, art. 29): 
I - verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória; 
II - for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de 
exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não 
fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade 
que estiverem intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam a requisição 
de auxílio da força pública; 
III - for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao 
estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas 
atividades ou se encontrem bens de sua propriedade; 
IV - a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas; 
V - tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto nesta Lei Complementar; 
VI - a empresa for declarada inapta, na forma dos arts. 81 e 82 da Lei no 9.430, de 27 de 
dezembro de 1996, e alterações posteriores; 
VII - comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho; 
VIII - houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da 
movimentação financeira, inclusive bancária; 
IX - for constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas supera em 
20% (vinte por cento) o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano 
de início de atividade; 
X - for constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de mercadorias para 
comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de aumento de 
estoque, for superior a 80% (oitenta por cento) dos ingressos de recursos no mesmo 
período, excluído o ano de início de atividade; 
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XI - houver descumprimento reiterado da obrigação contida no inciso I do caput do art. 26; 
XII - omitir de forma reiterada da folha de pagamento da empresa ou de documento de 
informações previsto pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado 
empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual que lhe preste serviço. 
Sem nos aprofundarmos nos detalhes, perceba que, em todas as hipóteses acima citadas, compete à 
autoridade administrativa promover a exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional. 
Já a exclusão do regime mediante comunicação das próprias MEs e EPPs, ocorre nos seguintes casos (LC 
123/2006, art. 30): 
I - por opção; 
II - obrigatoriamente, quando elas incorrerem em qualquer das situações de vedação 
previstas nesta Lei Complementar; ou 
III - obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, o 
limite proporcional de receita bruta de que trata o § 2o do art. 3o; 
IV - obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário, o limite de receita bruta 
previsto no inciso II do caput do art. 3o, quando não estiver no ano-calendário de início de 
atividade. 
Percebe-se que a exclusão por comunicação deve ser feita pela empresa, quando ela desejar não mais ser 
tributada pelo regime do Simples Nacional ou quando se enquadrar em hipótese que a impeça de continuar 
no regime (limite de faturamento ou outras situações vedatórias). Atenção, lembre-se de que a comunicação 
deve ser feita à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB)! 
E não para por aí! Considerando o nível de exigência das provas, precisamos conhecer os prazos para 
comunicação da exclusão pelas micro e pequenas empresas. Para isso, criei uma tabela para facilitar o 
entendimento: 
 
 
 
 
 
 
 
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Motivo da Exclusão Data-Limite para comunicação à RFB 
1) Exclusão por opção Até o último dia útil do mês de janeiro. 
2) Exclusão obrigatória, quando ME ou EPP incorrer 
em qualquer das situações de vedação previstas 
nesta Lei Complementar 
Até o último dia útil do mês subseqüente àquele em 
que ocorrida a situação de vedação. 
3) Exclusão obrigatória, quando ultrapassado, no 
ano-calendário de início de atividade, o limite 
proporcional de receita bruta 
a) Até o último dia útil do mês seguinte àquele em 
que tiver ultrapassado em mais de 20% do limite 
proporcional. 
b) Até o último dia útil do mês de janeiro do ano-
calendário subsequente ao de início de atividades, 
caso o excesso seja inferior a 20% do limite. 
4) Exclusão obrigatória, quando ultrapassado o 
limite de receita bruta, fora do ano-calendário de 
início de atividade 
a) Até o último dia útil do mês subsequente à 
ultrapassagem em mais de 20% do limite de receita 
bruta. 
b) Até o último dia útil do mês de janeiro do ano-
calendário subsequente, na hipótese de não ter 
ultrapassado em mais de 20% do limite de receita 
bruta. 
 
1.6 – Tributação no Simples Nacional 
A opção pelo regime de tributação do Simples Nacional acarreta, para as MEs e EPPs, o recolhimento mensal, 
mediante documento único de arrecadação de diversos impostos e contribuições. Este documento é 
denominado Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). 
 
 
Somente alguns impostos e contribuições estão incluídos na sistemática do Simples 
Nacional. 
Não se inclui nesse regime as demais espécies tributárias. 
É importante salientar também que, muito embora os cálculos dos tributos sejamfeitos com base na receita 
auferida no mês (regime de competência), a LC 123/06 permite, na forma regulamentada pelo Comitê 
Gestor, que a empresa opte do cálculo pelo regime de caixa, considerando as receitas efetivamente 
recebidas no mês. 
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Observação: Para determinação da faixa de alíquotas aplicável, o sujeito passivo deverá 
continuar utilizando o regime de competência. A receita mensal recebida (regime de caixa) 
será utilizada, para efeito de determinação da base de cálculo mensal, na apuração dos 
valores devidos, ou seja, o valor sobre o qual incidirão as alíquotas dos tributos incluídos 
na sistemática do Simples Nacional. 
Outro detalhe a ser destacado é que, em cumprimento ao postulado da isonomia, as alíquotas são 
progressivas, diretamente em função do volume de receitas. Ou seja, aqueles que vendem mais, possuem 
incidência mais gravosa. 
Ademais, também em decorrência do princípio da isonomia, há distinção entre as alíquotas, conforme a 
atividade exercida pela empresa (comércio, indústria ou prestação de serviços). 
Vamos ver, então, quais são os tributos incluídos na sistemática do Simples Nacional: 
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de 
arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: 
I - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; 
II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no inciso XII do § 1o 
deste artigo; 
III - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; 
IV - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado o 
disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; 
V - Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1o deste artigo; 
VI - Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa 
jurídica, de que trata o art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso da 
microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação 
de serviços referidas no § 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar; 
VII - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; 
VIII - Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS. 
Observação: Serviços excepcionados da inclusão da CPP no Simples Nacional: 
1) Construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de 
subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de 
interiores; 
2) Serviço de vigilância, limpeza ou conservação; 
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3) Serviços advocatícios (Incluído pela LC 147/2014). 
Vamos ver, então, os impostos e contribuições não submetidos ao Simples Nacional: 
I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores 
Mobiliários - IOF; 
II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; 
III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados 
- IE; 
IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; 
V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em 
aplicações de renda fixa ou variável; 
VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do 
ativo permanente; 
VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos 
e Direitos de Natureza Financeira - CPMF; 
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 
IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador; 
X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade 
de contribuinte individual; 
XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica 
a pessoas físicas; 
XII - Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e IPI incidentes na importação de bens e 
serviços; 
XIII - ICMS devido: 
a) nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, tributação concentrada em 
uma única etapa (monofásica) e sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do 
imposto com encerramento de tributação, envolvendo combustíveis e lubrificantes; 
energia elétrica; cigarros e outros produtos derivados do fumo; bebidas; óleos e azeites 
vegetais comestíveis; farinha de trigo e misturas de farinha de trigo; massas alimentícias; 
açúcares; produtos lácteos; carnes e suas preparações; preparações à base de cereais; 
chocolates; produtos de padaria e da indústria de bolachas e biscoitos; sorvetes e 
preparados para fabricação de sorvetes em máquinas; cafés e mates, seus extratos, 
essências e concentrados; preparações para molhos e molhos preparados; preparações de 
produtos vegetais; rações para animais domésticos; veículos automotivos e automotores, 
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suas peças, componentes e acessórios; pneumáticos; câmaras de ar e protetores de 
borracha; medicamentos e outros produtos farmacêuticos para uso humano ou 
veterinário; cosméticos; produtos de perfumaria e de higiene pessoal; papéis; plásticos; 
canetas e malas; cimentos; cal e argamassas; produtos cerâmicos; vidros; obras de metal e 
plástico para construção; telhas e caixas d’água; tintas e vernizes; produtos eletrônicos, 
eletroeletrônicos e eletrodomésticos; fios; cabos e outros condutores; transformadores 
elétricos e reatores; disjuntores; interruptores e tomadas; isoladores; para-raios e 
lâmpadas; máquinas e aparelhos de ar-condicionado; centrifugadores de uso doméstico; 
aparelhos e instrumentos de pesagem de uso doméstico; extintores; aparelhos ou 
máquinas de barbear; máquinas de cortar o cabelo ou de tosquiar; aparelhos de depilar, 
com motor elétrico incorporado; aquecedores elétricos de água para uso doméstico e 
termômetros; ferramentas; álcool etílico; sabões em pó e líquidos para roupas; 
detergentes; alvejantes; esponjas; palhas de aço e amaciantes de roupas; venda de 
mercadorias pelo sistema porta a porta; nas operações sujeitas ao regime de substituição 
tributária pelas operações anteriores; e nas prestações de serviços sujeitas aos regimes de 
substituição tributária e de antecipação de recolhimento do imposto com encerramento 
de tributação; (Redação dada pele Lei Complementar nº 147, de 2014) 
b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou 
distrital vigente; 
c) na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, 
quando não destinados à comercialização ou industrialização; 
d) por ocasião do desembaraço aduaneiro; 
e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento 
fiscal; 
f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; 
g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do 
recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal: 
1. com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do § 4º do art. 18 
desta Lei Complementar; 
2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a diferença entre a 
alíquota interna e a interestadual, sendo vedada a agregação de qualquer valor; 
h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não 
sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre 
a alíquota interna e a interestadual;XIV - ISS devido: 
a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; 
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b) na importação de serviços; 
XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, não relacionados nos incisos anteriores. 
 
 
Observação: 
A CPMF já foi extinta. 
Não se assuste com a extensa redação da alínea “a” do inciso XII, pois o mais importante é 
fazer uma leitura atenta e saber que não está compreendido no Simples Nacional o ICMS 
nas operações sujeitas ao regime de substituição tributária, tributação concentrada em 
uma única etapa (monofásica) e sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do 
imposto com encerramento de tributação. 
A alínea “h” se refere ao diferencial de alíquotas (DIFAL) disciplinado pela CF/88, no art. 
155, § 2º, VII. 
A maneira mais eficaz de memorizar os impostos e contribuições que estão incluídos no regime do Simples 
Nacional é lembrar que, com exceção da Contribuição Patronal Previdenciária, todos os demais citados 
guardam alguma relação com o faturamento da empresa. Ademais, como foi dito, elimine qualquer 
alternativa de prova que cite outras espécies tributárias, que não os impostos e contribuições. 
Acrescentamos, por fim, que os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da 
microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, são isentos de Imposto de 
Renda da Pessoa Física (IRPF), salvo os que corresponderem a pró-labore, aluguéis ou serviços prestados. 
Isso significa que a remuneração por serviços prestados pelo sócio sofre tributação e a remuneração 
decorrente de distribuição de lucros é isenta! 
Observação: Esta isenção não é um benefício exclusivo das empresas optantes pelo 
Simples Nacional, já que tal isenção também ocorre em relação às demais empresas não 
optantes pelo Simples Nacional, em decorrência do disposto no art. 10, da Lei 9.249/1995. 
 
Distribuição de lucros → isenção de IRPF 
Remuneração por pró-labore, aluguéis ou serviço prestado → Tributação por IRPF. 
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Por último, e não menos importante, destacamos a possibilidade prevista no art. 18, § 18, da LC 123/06, que 
prevê a possibilidade de os Estados, Distrito Federal e Municípios estabelecer, na forma definida pelo 
Comitê Gestor, independentemente da receita bruta recebida no mês pelo contribuinte, valores fixos 
mensais para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por microempresa que aufira receita bruta, no ano-
calendário anterior, de até o limite máximo previsto na segunda faixa de receitas brutas anuais constantes 
dos Anexos I a VI (falaremos sobre esse valor logo abaixo), ficando a microempresa sujeita a esses valores 
durante todo o ano-calendário. 
A definição do Comitê Gestor ocorreu na Resolução CGSM n° 140/2018, art. 33: 
Art. 33. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas respectivas 
competências, independentemente da receita bruta auferida no mês pelo contribuinte, 
poderão adotar valores fixos mensais, inclusive por meio de regime de estimativa fiscal ou 
arbitramento, para o recolhimento do ICMS e do ISS devido por ME que tenha auferido 
receita bruta total acumulada, nos mercados interno e externo, conjuntamente, no ano-
calendário anterior, de até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), observado o 
disposto neste artigo. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 18, § 18) 
Se, por algum motivo, a empresa ultrapassar o limite acima fixado, voltará a recolher o ISS e ICMS da 
mesma forma que as demais empresas optantes pelo Simples Nacional, a partir do mês subsequente à 
ocorrência do excesso. 
 
Atenção! Existe a possibilidade de ME recolher ICMS e ISS por meio de valores fixos 
mensais, desde que haja estabelecimento pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, 
nos termos da Resolução CGSM n° 140/2018. 
 
1.7 – A não cumulatividade do ICMS e IPI e o Simples Nacional 
O estudo da não cumulatividade do ICMS na sistemática do Simples Nacional envolve vários detalhes. 
Novamente, vamos nos ater ao que é mais importante para a sua prova. 
Sendo assim, eu pergunto: é possível recuperar o ICMS devido na etapa anterior da cadeia de produção e 
comercialização de mercadorias, quando uma ou ambas as partes são optantes pelo Simples Nacional? A 
resposta é: depende. 
A regra geral está prevista no caput do art. 23 da LC 123/2006: 
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==fa065==
 
 
 
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Art. 23. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples 
Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos a impostos ou 
contribuições abrangidos pelo Simples Nacional. 
Contudo, o § 1º, do art. 23, prevê o direito a crédito para as empresas não optantes do Simples Nacional, 
quando estas adquirirem de MEs e EPPs optantes, correspondente ao valor incidente de ICMS sobre a 
aquisição, desde que as mercadorias sejam destinadas à comercialização e industrialização. 
Explique-se melhor: somente as empresas não optantes do Simples Nacional podem registrar crédito de 
ICMS. As optantes não podem fazê-lo. Isso é fato! O que se permite no § 1º é o crédito (pela adquirente) do 
que foi pago pela optante do Simples, quando vendeu mercadorias para outra empresa não optante do 
referido regime. 
Destaque-se que o § 4º do art. 23, da LC 123/06, não permite o registro do crédito que acabamos de estudar, 
nas seguintes situações: 
I - a microempresa ou empresa de pequeno porte estiver sujeita à tributação do ICMS no 
Simples Nacional por valores fixos mensais; 
II - a microempresa ou a empresa de pequeno porte não informar a alíquota de que trata 
o § 2º deste artigo no documento fiscal; 
III - houver isenção estabelecida pelo Estado ou Distrito Federal que abranja a faixa de 
receita bruta a que a microempresa ou a empresa de pequeno porte estiver sujeita no mês 
da operação. 
IV - o remetente da operação ou prestação considerar, por opção, que a alíquota 
determinada na forma do caput e dos §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei Complementar deverá 
incidir sobre a receita recebida no mês. 
Se você entendeu bem como funciona a aplicação do princípio da não cumulatividade, nas aulas anteriores, 
deve ter percebido que nem tudo o que foi pago está sendo compensado! 
Imagine o caso de uma indústria optante pelo Simples Nacional. Devido à sua opção, não pode creditar o 
ICMS pago nas operações anteriores. Portanto, na aquisição de insumos, o que foi pago de ICMS não pode 
ser compensado. 
Ainda que a empresa adquirente (quando não optante) possa se creditar do ICMS pago pela indústria que 
optou pelo Simples Nacional, você viu que o ICMS relativo aos insumos deixou de ser recuperado. 
Pensando nisso, o legislador previu no § 5º, do mesmo art. 23, a seguinte regra: 
§ 5º Mediante deliberação exclusiva e unilateral dos Estados e do Distrito Federal, poderá 
ser concedido às pessoas jurídicas e àquelas a elas equiparadas pela legislação tributária 
não optantes pelo Simples Nacional crédito correspondente ao ICMS incidente sobre os 
insumos utilizados nas mercadorias adquiridas de indústria optante pelo Simples 
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Nacional, sendo vedado o estabelecimento de diferenciação no valor do crédito em razão 
da procedência dessas mercadorias. 
Pela redação do dispositivo supracitado, perceba que deve haver deliberação exclusivae unilateral dos 
Estados e do DF para que o crédito se torne possível. Ademais, o benefício somente é aplicável quando a 
optante é indústria. 
 
-O optante pelo Simples Nacional nunca credita. 
-O adquirente (se for não optante) pode creditar o valor pago pelo alienante optante pelo 
Simples. 
-É possível creditar também o valor relativo aos insumos, quando houver deliberação 
exclusiva e unilateral dos Estados e DF. 
 
Peraí, professor! E quanto ao IPI? É possível escriturar o crédito? 
Ao IPI aplica-se a mesma regra geral do caput do art. 23, da LC 123/2006: as microempresas e as empresas 
de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação nem transferirão créditos 
relativos a impostos ou contribuições abrangidos pelo Simples Nacional. Sendo o IPI imposto abrangido pelo 
Simples Nacional, as ME e EPP optantes por tal regime não podem se beneficiar do crédito de IPI! 
Por fim, deve ser ressaltado que as MEs e EPPs optantes pelo Simples Nacional não podem utilizar ou destinar 
qualquer valor a título de incentivo fiscal: 
Art. 24. As microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples 
Nacional não poderão utilizar ou destinar qualquer valor a título de incentivo fiscal. 
Observação: Memorize esse dispositivo, pois ele já caiu em provas!!! 
1.8 – Tratamento Diferenciado em Aquisições Públicas 
De acordo com o art. 47, caput, da LC 123/06, com redação dada pela LC 147/2014, nas contratações 
públicas da administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá 
ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte 
objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a 
ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica. 
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Dessa forma, previu-se no art. 47, par. único, que, enquanto não sobrevier legislação estadual ou municipal 
ou regulamento específico de cada órgão (conforme o caso) mais favorável à microempresa e empresa de 
pequeno porte, aplica-se a legislação federal. 
Neste caso, a administração pública (LC 123/06, art. 48, caput): 
I - deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de 
microempresas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de 
até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 
2014) 
II - poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e 
serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno 
porte; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 
III - deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota 
de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e 
empresas de pequeno porte. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) 
Talvez você seja questionado(a) em uma possível prova se existe alguma situação em que o processo 
licitatório seja destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte. A 
resposta é sim, nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00. 
Há que se observar, entretanto, que estas condições diferenciadas concedidas às MEs e EPPs nem sempre 
se aplicam, já que o art. 49, da LC 123/06, dispensou tais regras quando: 
• Não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como microempresas, ou 
empresas de pequeno porte sediados local, ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências 
estabelecidas no instrumento convocatório; 
• O tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte não for 
vantajoso para a administração pública, ou representar prejuízo ao conjunto, ou complexo do objeto a 
ser contratado; 
• A licitação for dispensável ou inexigível, nos termos da Lei 8.666/93. 
Vale lembrar que o tratamento diferenciado conferido às MEs e EPPs não para por aí! A comprovação de 
regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e empresas de pequeno porte, nas licitações públicas, 
somente será exigida para efeito de assinatura do contrato. Ou seja, apenas na efetiva contratação da 
empresa pelo ente público. As demais empresas devem comprovar a regularidade fiscal na fase de 
habilitação dos licitantes, isto é, antes da definição do vencedor do processo licitatório. 
 
 
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Comprovação de Regularidade Fiscal e Trabalhista 
-Optantes p/ Simples Nacional → Assinatura do Contrato 
-Demais empresas → Habilitação 
 
Vale ressaltar que o art. 43, da LC 123/06, define que as microempresas e empresas de pequeno porte, por 
ocasião da participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para 
efeito de comprovação de regularidade fiscal e trabalhista, mesmo que esta apresente alguma restrição. 
 
Observação: 
→ Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal e trabalhista, será 
assegurado o prazo de 5 (cinco) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento 
em que o proponente for declarado o vencedor do certame. 
→ A não-regularização da documentação, no prazo acima, implicará decadência do direito 
à contratação, sem prejuízo das sanções previstas na legislação específica. 
Outro ponto digno de nota é que o art. 44, caput, assegura, como critério de desempate, preferência de 
contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte: 
Art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de 
contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. 
§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas 
microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) 
superiores à proposta mais bem classificada. 
§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste artigo 
será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço. 
Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e 
empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. Em se 
tratando de pregão, o intervalo será de até 5% superior ao melhor preço. Em suma, ainda que a ME e EPP 
não tenha oferecido a melhor proposta, é possível que logrem êxito no certame, pois será considerado 
empate, e, neste caso, elas possuem preferência de contratação. 
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Em caso de empate, preferência para contratação de ME e EPP. 
Mas o que seria empate? 
Regra → propostas das ME e EPP iguais ou até 10% superiores à proposta melhor 
classificada. 
Pregão → propostas das ME e EPP iguais ou até 5% superiores à proposta melhor 
classificada. 
 
 
1.9 – O “Investidor-Anjo” 
Com a publicação da Lei Complementar 155/2016, foi prevista a figura do “investidor-anjo”, que nada mais 
é do que uma pessoa física ou jurídica que investe em pequenas empresas com alto potencial de 
crescimento, fornecendo recursos para viabilizar o negócio e, consequentemente, obter retorno do seu 
investimento. 
Vejamos como o assunto foi tratado pelo art. 61-A, da LC 123/06, incluído pela LC 155/2016: 
Art. 61-A. Para incentivar as atividades de inovação e os investimentos produtivos, a 
sociedade enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos 
desta Lei Complementar, poderá admitir o aporte de capital, que não integrará o capital 
social daempresa. (Incluído pela Lei Complementar nº 155, de 2016) 
A grande vantagem é que o investidor (pessoa física ou jurídica) não precisa integrar o capital social da 
empresa para aportar o capital. O objetivo fica claro pela própria redação do dispositivo: incentivar as 
atividades de inovação e os investimentos produtivos. É por isso que o legislador acrescentou o § 1º ao art. 
61-A, estabelecendo a necessidade de as finalidades de fomento à inovação e investimentos produtivos 
constarem no contrato de participação, com vigência não superior a sete anos. 
 
 
 
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Para fins de enquadramento da sociedade como microempresa ou empresa de pequeno 
porte, os valores de capital aportado não são considerados receitas da sociedade. 
 
A respeito do investidor-anjo, é muito importante guardarmos o seguinte: 
I - não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na administração da empresa; 
II - não responderá por qualquer dívida da empresa, inclusive em recuperação judicial, não se aplicando a 
ele o art. 50 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil; 
III - será remunerado por seus aportes, nos termos do contrato de participação, pelo prazo máximo de cinco 
anos. 
Observação: O art. 50, do Código Civil, trata da desconsideração da personalidade jurídica, 
em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou 
pela confusão patrimonial, situação em que o juiz pode decidir que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Vale ressaltar que, caso os sócios decidam pela venda da empresa, o investidor-anjo terá direito de 
preferência na aquisição, bem como direito de venda conjunta da titularidade do aporte de capital, nos 
mesmos termos e condições que forem ofertados aos sócios regulares. É o que prevê o art. 61-C, da LC 
123/06, incluído pela LC 155/2016. 
Em tempo, também devemos saber que os fundos de investimento poderão aportar capitais como 
investidores-anjos em microempresas e empresas de pequeno porte. 
1.10 – Microempreendedor Individual - MEI 
A figura do Microempreendedor Individual – MEI – surgiu com o advento da LC 128/2008, lei complementar 
que promoveu alterações na LC 123/2006. O MEI é um benefício criado com o objetivo de formalização 
daquelas pessoas que possuem negócios pequenos. 
A sistemática do MEI se baseia no recolhimento dos impostos e contribuições do Simples Nacional em 
valores fixos mensais, seja qual for a receita bruta auferida, respeitado, é claro, o limite para enquadramento 
como MEI, que por sinal é muito mais restrito do que o das MEs e EPPs: R$ 81.000,00 anual. 
 
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Os valores fixos a serem pagos pelo MEI são os seguintes: 
• Contribuição para seguridade social, relativa ao empresário: R$ 45,65; 
• ICMS: R$ 1,00, caso seja contribuinte desse imposto; 
• ISS: R$ 5,00, caso seja contribuinte desse imposto. 
Observação: A contribuição descrita acima é a Contribuição previdenciária relativa à 
pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual, no valor de 5% do limite 
mínimo mensal do salário de contribuição (R$ 954,00 em 2018). 
Destaque-se que o MEI é isento dos seguintes tributos: IR. CSLL, IPI, CPP (exceto se contratar um 
empregado), do PIS e da COFINS. 
No que se refere às vedações, foi estabelecido que não pode optar pelo recolhimento do Simples Nacional 
em valores fixos o MEI: 
I - cuja atividade seja tributada na forma dos Anexos V ou VI desta Lei Complementar, salvo 
autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo CGSN; 
II - que possua mais de um estabelecimento; 
III - que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou 
IV – constituído na forma de startup. 
Observação: Considera-se startup a empresa de caráter inovador que visa a aperfeiçoar 
sistemas, métodos ou modelos de negócio, de produção, de serviços ou de produtos, os 
quais, quando já existentes, caracterizam startups de natureza incremental, ou, quando 
relacionados à criação de algo totalmente novo, caracterizam startups de natureza 
disruptiva. 
A LC 123/2006, com as alterações promovidas pela LC 155/2016, estabelece ainda que poderá enquadrar-se 
como MEI o empresário individual ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização, 
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural que possua um único empregado que receba 
exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional. Neste caso, deve obedecer 
ao seguinte: 
I - deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao segurado a seu serviço na forma da lei, 
observados prazo e condições estabelecidos pelo CGSN; 
II - é obrigado a prestar informações relativas ao segurado a seu serviço, na forma estabelecida pelo CGSN; 
e 
III - está sujeito ao recolhimento da Contribuição Previdenciária Patronal (CPP), calculada à alíquota de 3% 
sobre o salário de contribuição, na forma e prazos estabelecidos pelo CGSN. 
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Veja, portanto, que, se houver a contratação de um empregado, o MEI deixa de estar isento da CPP, 
devendo recolhê-la, após o cálculo da alíquota de 3% sobre o valor do salário de contribuição. 
1.11 – Obrigações acessórias 
Nos arts. 25, 26 e 27 da LC 123/2006, o legislador estabeleceu as obrigações acessórias que ficaram a cargo 
do optante pelo Simples Nacional. 
Inicialmente, cabe evidenciar a necessidade de prestação de declarações anuais à Receita Federal do Brasil: 
Art. 25. A microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional 
deverá apresentar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil declaração única 
e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais, que deverá ser disponibilizada 
aos órgãos de fiscalização tributária e previdenciária, observados prazo e modelo 
aprovados pelo CGSN e observado o disposto no § 15-A do art. 18. 
Consoante o disposto no § 1º, do art. 25, a mencionada declaração constitui confissão de dívida e 
instrumento hábil e suficiente para a exigência de tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos 
resultantes das informações nela prestadas. 
Você deve se lembrar do que estudamos na aula sobre crédito tributário, acerca dos efeitos das declarações 
prestadas pelo contribuinte, quando há verdadeira confissão de dívida sem o correspondente pagamento, 
correto? A consequência é a constituição do crédito tributário, sem que haja procedimento administrativo 
ou notificação ao contribuinte, dando início, então, ao prazo prescricional. 
Além disso, caso a empresa, optante pelo Simples Nacional, também esteja em situação de inatividade, deve 
informar tal fato na declaração anual prestada à RFB, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor. 
Considera-se situação de inatividade quando a ME ou EPP não apresentar mutação patrimonial e atividade 
operacional durante todo o ano-calendário. 
Destacamos também as seguintes obrigações acessórias, a cargo das optantes pelo Simples Nacional: 
• Emitir documento fiscal de venda ou prestação de serviço, de acordo com instruções expedidas pelo 
Comitê Gestor; 
• Manter em boa ordem e guardar os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos e 
contribuições devidos; e o cumprimento das obrigações acessórias a que se refere o art. 25 da LC 
123/2006, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhessejam 
pertinentes. 
• Manter o livro-caixa em que será escriturada sua movimentação financeira e bancária. 
No que se refere ao MEI, a comprovação da receita bruta será feita mediante apresentação do registro de 
vendas ou de prestação de serviços na forma estabelecida pelo CGSN, ficando dispensado da emissão do 
documento fiscal citado como obrigação acessórias para os demais optantes do Simples Nacional, salvo 
quando a emissão for obrigatória. 
 
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O MEI só está obrigado a emitir documento fiscal em vendas destinadas a quem possua 
CNPJ. Fica, portanto, dispensado da emissão da “nota fiscal”, quando o destinatário é 
consumidor final. 
 
Em tempo, a LC 123/2006 estabelece ao MEI que devem ser anexados ao registro de vendas ou de prestação 
de serviços, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, os documentos fiscais comprobatórios das 
entradas de mercadorias e serviços tomados referentes ao período, bem como os documentos fiscais 
relativos às operações ou prestações realizadas eventualmente emitidos. 
Com o intuito de promover a simplificação dos procedimentos a ser adotados pelas MEs e EPPs, o art. 27 da 
LC 123/06 previu a opção de que os optantes venham a adotar contabilidade simplificada para os registros 
e controles das operações realizadas: 
Art. 27. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional 
poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os registros e controles 
das operações realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor. 
Por último, dispõe o art. 26, § 4º, da LC 123/06, que cabe ao Comitê Gestor estabelecer outras obrigações 
acessórias: 
§ 4º É vedada a exigência de obrigações tributárias acessórias relativas aos tributos 
apurados na forma do Simples Nacional além daquelas estipuladas pelo CGSN e atendidas 
por meio do Portal do Simples Nacional, bem como, o estabelecimento de exigências 
adicionais e unilaterais pelos entes federativos, exceto os programas de cidadania fiscal. 
Observação: Veja que o legislador se posicionou no sentido da possibilidade de instituição 
de obrigações acessórias, por meio de atos infralegais (estipulação pelo Comitê Gestor). 
1.12 – Responsabilidade tributária dos sócios 
Antes da LC 147/2014, o titular, sócio ou administrador de ME e EPP que se encontrava sem movimento há 
mais de 12 meses poderia solicitar baixa nos registros dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais, 
independentemente do pagamento de débitos tributários, taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega 
das respectivas declarações nesses períodos. 
O que era bom ficou ainda melhor com o advento da supracitada lei complementar. Atualmente, a solicitação 
de baixa pode ocorrer a qualquer tempo, ou seja, foi eliminado o requisito temporal de 12 meses sem 
movimentação. 
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Portanto, o sócio da ME ou EPP pode solicitar a baixa nos registros dos órgãos públicos federais como 
estaduais e municipais, a qualquer tempo, mesmo que não tenha pago os débitos tributários. 
Assim é a redação do caput do art. 9º, da LC 123/06: 
Art. 9o O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), referentes 
a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão dos 3 (três) âmbitos de governo 
ocorrerá independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias 
ou trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos 
administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das responsabilidades 
do empresário, dos titulares, dos sócios ou dos administradores por tais obrigações, 
apuradas antes ou após o ato de extinção. (Redação dada pela Lei Complementar nº 
147, de 2014) 
Nesse ponto, vamos fazer uma breve recordação: nós vimos, quando do estudo da responsabilidade 
tributária, que a responsabilidade do sócio não ocorre pelo simples fato de ser sócio, mas, sim, quando este 
assume a gestão da empresa, praticando atos com excesso de poderes ou infração da lei, contrato social ou 
estatutos. O sócio-gerente também pode ser responsabilizado por dissolução irregular da empresa. 
Com base nesse raciocínio, a princípio não seria possível cobrar as dívidas do sócio, já que o próprio legislador 
o eximiu da prova de quitação dos tributos devidos. Contudo, vamos ver o que foi estabelecido nos §§ 4º e 
5º do art. 9º: 
§ 4o - A baixa do empresário ou da pessoa jurídica não impede que, posteriormente, sejam 
lançados ou cobrados tributos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da 
falta do cumprimento de obrigações ou da prática comprovada e apurada em processo 
administrativo ou judicial de outras irregularidades praticadas pelos empresários, pelas 
pessoas jurídicas ou por seus titulares, sócios ou administradores. 
§ 5º - A solicitação de baixa do empresário ou da pessoa jurídica importa responsabilidade 
solidária dos empresários, dos titulares, dos sócios e dos administradores no período da 
ocorrência dos respectivos fatos geradores. 
Observação: A responsabilidade estabelecida nesse dispositivo difere daquela que 
estudamos no art. 135, III, porque não se limita aos que exercem a gestão sobre a pessoa 
jurídica, bem como não exige que haja infração à legislação. 
Sendo assim, fica o Fisco autorizado a constituir créditos tributários posteriormente à data do 
encerramento da empresa. Caso contrário, seria aberta uma grande brecha para os mal-
intencionados. 
Destaque-se que, havendo baixa diante de existência de obrigações tributárias, haverá responsabilidade 
solidária dos respectivos titulares, sócios e dos administradores. 
Ademais, também ficou estabelecido no § 1º do art. 9º, da LC 123/06 o seguinte: 
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§ 1o O arquivamento, nos órgãos de registro, dos atos constitutivos de empresários, de 
sociedades empresárias e de demais equiparados que se enquadrarem como 
microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o arquivamento de suas 
alterações são dispensados das seguintes exigências: 
I - certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por declaração do 
titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de exercer 
atividade mercantil ou a administração de sociedade, em virtude de condenação criminal; 
II - prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo ou 
contribuição de qualquer natureza. 
Por último, é válido acrescentar mais um benefício conferido às MEs e EPPs: 
Art. 42. Nas licitações públicas, a comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das 
microempresas e das empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de 
assinatura do contrato. (Redação dada pela Lei Complementar nº 155, de 2016) 
Isso significa que, mesmo que as MEs e EPPs tenham débitos fiscais, poderão participar do processo 
licitatório, somente sendo exigida a comprovação de regularidade fiscal e trabalhista na assinatura do 
contrato. O mesmo raciocínio se aplica quanto à regularização tardia dos documentos comprobatórios da 
regularidade trabalhista. 
 
Antes da LC 155/2016, só havia previsão de regularidade fiscal no art. 42. Atualmente, o 
dispositivo menciona regularidade fiscal e trabalhista. Fique atento!!! 
 
Não obstante tal benesse, é importante conhecer a redação do art. 43, com redação atualizada: 
Art. 43. As microempresas e as empresas de pequeno porte, por ocasião da participação 
em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida para efeito de

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