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38 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM GRADUAÇÃO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM 1 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS Núcleo de Educação a Distância FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA. MATERIAL ATUALIZADO CORRIGIDO: Prof. Dra. Juliana Fatima Serraglio Pasini 2019, 42 páginas. ADMINISTRAÇÃO- EaD CDU: 37.018.43 NEAD – Núcleo de Educação a Distância Av. Bartolomeu de Gusmão, 1324 - Centro – CEP: 85.852-130 Foz do Iguaçu – Paraná / ead.udc.br / 3574-6900 2 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM APRESENTAÇÃO Prezado(a) Acadêmico(a), Você está participando da disciplina de Fundamentos da Educação à distância na modalidade à distância, ofertada pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC. Sabemos que o seu percurso de aprendizagem necessita ser acompanhado e orientado, para que você obtenha sucesso nos estudos e construa um conhecimento relevante à sua formação profissional. Preparamos este material didático com os conteúdos teóricos e as orientações de atividades planejadas pelo professor, possibilitando, assim, guiá-lo no autoestudo ao longo do semestre. Além disso, você conta com o ambiente virtual de aprendizagem como espaço de estudo e de participação ativa no curso. Nele você encontra as orientações para realizar atividades e avaliações on-line, além de recursos que vão enriquecer a proposta deste material didático, tais como links para sites da Internet, vídeos gravados pelo professor e outros por ele sugeridos, textos, animações, ilustrações, dentre outras mídias. Lembre-se, no entanto, de que você deve se organizar para criar sua própria autonomia de estudo. Isso inclui o planejamento do seu tempo de dedicação ao estudo individual e de participação colaborativa no ambiente virtual. Este material é o seu livro-texto e apoio importante no desenvolvimento de sua aprendizagem no curso. Bom estudo! Direção UDC On-line 3 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 2 UNIDADE I - CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITOS DA EAD ................................ 4 1.1 SOCIEDADE DIGITAL: PROBLEMATIZAÇÃO E REVISÃO CRÍTICA ........... 4 1.1.1 Contexto Digital ............................................................................................ 4 1.2 O QUE SÃO AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM? ............................ 9 1.3 CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS E MOBILIDADE ............................................... 15 1.4 EAD – Dados do crescimento do EAD nos cursos de Ensino Superior .............. 19 UNIDADE II - RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EAD ........................................... 25 2.1 WEB 2.0 – CONCEITUAÇÃO E FERRAMENTAS .............................................. 25 2.2 WEB 3.0 – CONCEITUAÇÃO E FERRAMENTAS .............................................. 27 UNIDADE III - LEGISLAÇÃO DA EAD .................................................................... 32 3.1 LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ................................................... 32 UNIDADE IV – PLANEJAMENTO EM EAD ............................................................. 35 4.1 PLANEJANDO A ORGANIZAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS ................... 36 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 4 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM UNIDADE I - CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITOS DA EAD OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Ao problematizar as sociedades digitais, você será capaz de: Estabelecer uma revisão crítica acerca das tecnologias de informação e de comunicação (TICs) no contexto social. 1.1 SOCIEDADE DIGITAL: PROBLEMATIZAÇÃO E REVISÃO CRÍTICA 1.1.1 Contexto Digital Fonte: Google, 20191. O século XXI trouxe mudanças significativas para a sociedade, com incontáveis transformações em todas as dimensões da vida humana. O progresso tecnológico é notável, reconfigurando a forma de organização social e profissional, bem como a forma de comunicação e relação entre os indivíduos. 1 Disponível em:< http://www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-ciencia-14-cultura- digital-3.html> Acesso em: jan./2019. http://www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-ciencia-14-cultura-digital-3.html http://www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-da-ciencia-14-cultura-digital-3.html 5 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM As fronteiras e os limites para a produção do conhecimento estão cada vez menores em detrimento das sofisticadas formas de comunicação, as quais são denominadas pelas tecnologias digitais. De acordo com Gadotti (2000) a inclusão das tecnologias digitais no contexto escolar e acadêmico passa a ser uma possibilidade de interagir, contextualizar conteúdos, a fim de que o aluno perceba conexões e as relações existentes entre um conteúdo e outros, incidindo diretamente na produção e aquisição do conhecimento. A pesquisa de Locatelli e Schlemmer (2012) alertam para o novo perfil das gerações que nasceram e crescem com a evolução tecnológica digital, ou seja, os chamados “nativos digitais”, ou aos “falantes” nativos da linguagem digital dos computadores, videogames e da internet. Estes apresentam um novo perfil, e frente a isso é necessário pensar em novos modelos de aprendizagem. Visto que o contexto tecnológico digital pode estar influenciando a forma como se desenvolvem, percebem e significam o mundo, pois aprendem por meio de cliques, toques, telas, ícones, sons, jogos, num emaranhado de ações e interações que envolvem a curiosidade, a pesquisa, a descoberta, o desafio, a exploração, a experimentação, a vivência em diferentes redes de conversações on line (p. 3-4). O desafio da Educação, em específico ao ensino superior, em meio a tantas mudanças no mundo moderno está em propor novas formas de aprendizagem. Estas devem desenvolver nos alunos competências e habilidades que contribuem para que o mesmo possa fazer uso competente das informações que estão disponíveis no mundo global e digital. Ao falar de Educação na atualidade, não é possível ignorar o fenômeno de como os indivíduos se relacionam com o mundo digital, pois estes incidem nas novas formas de pensar, se relacional, e estabelecer relações com o mundo. Vivemos sob um cenário de produção informacional, no qual as facilidades dos Dispositivos que conectam e formam redes de comunicação demandam novas formas de ensinar e de aprender. Porém, a educação ainda se desenvolve por meio de práticas pedagógicas sob modos de tempo e de espaço fixos e delimitados e focados numa cultura escolar que reconhece os dispositivos tecnológicos de 6 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM informação e comunicação contemporâneos, mas ainda não os integra nos processos de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, observa-se pouca mudança na cultura escolar, mesmo sob uma cultura digital de comunicação e de informação e do aprender a qualquer hora, de qualquer lugar a partir da internet. A educação a distância, que vem agregando a internet como forma de produzir conteúdos e materiais mais abertos e de formar redes colaborativas de aprendizagem, ainda caminha para legitimar o contexto digital em seus processos educativos. Porém, mesmo que já estejamos falando de uma sociedade digital e que vislumbremos as inúmeras possibilidades apresentadas pelas tecnologias digitais de informação e de comunicação, na educação o “mundo analógico” ainda prevalece, mas será que tudo se resume a migrar ao mundo digital para que se equacionem as questões da educação contemporânea?O fato é que não basta fazer-se do digital um dispositivo para armazenar dados, e nem das máquinas as ferramentas para os distribuírem, se as relações pedagógicas não se constituírem sob novos modelos educacionais e, nesses novos modos de interagirmos na sociedade digital (BASSO,2003). Por isso, é importante refletir sobre a cultura digital e como a educação pode se integrar para inovar também seus processos de ensinar e de aprender. Certamente, as mídias digitais, a Internet e a Web possibilitam uma produção coletiva do conhecimento via rede, por meio de fóruns e de listas de discussão, de conversas por meio de chats, de mensagens instantâneas e de correio eletrônico. Igualmente, possibilitam acesso a conteúdos digitais tais como vídeo aulas, bibliotecas digitais, animações, simulações, entre outros. Alunos podem gerenciar suas demandas por conhecimento, de acordo com o seu ritmo de aprendizagem e os espaços de acesso ao aprender, por meio de ambientes virtuais de aprendizagem, favorecem a construção de relações pedagógicas menos centradas no modelo professor-aluno, propiciando uma convivência virtual não imaginada antes das potencialidades das ferramentas de comunicação via Internet. Sem dúvida, na sociedade digital e conectada em rede, a web configura-se como ferramenta sob a qual, e incessantemente, produzem-se ilimitadas formas de uso e de produção social, e novas terminologias tais como mídias digitais, hipermídia, 7 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM interatividade, conectividade, ambientes virtuais, sistemas de gestão do conhecimento, sistemas de gerenciamento de conteúdos digitais, objetos de aprendizagem, entre tantos outros conceitos que emergem em áreas de conhecimento contemporâneas. Assim, a educação via Internet passa a ser uma demanda da sociedade digital no que diz respeito à formação e aprendizagem contínua. Nesse sentido, ao falar de novos tempos, temos um modelo de sociedade tecnológica e inovadora, e o mercado de trabalho tem exigido profissionais mais capacitadas e protagonistas nos diferentes espaços. Assim, o modelo de ensino tradicional não atende a este perfil. Retorna assim um debate de ideias antigas, porém, com novas propostas a fim de atender ao mercado econômico, social e cultural ao qual nos encontramos. A escola e a universidade devem tornar-se o espaço propulsor de novas formas de aprendizagem, conduzir o ser aprendente, a fazer uso de tantas informações disponíveis, saber resolver problemas de forma criativa e inovadora, não ser apenas um mero reprodutor de conteúdos e informações já disponíveis na internet. Ensinar e aprender tornam-se fascinantes quando se convertem em processos de pesquisa constantes, de questionamento, de criação, de experimentação, de reflexão e de compartilhamento crescentes, em áreas de conhecimento mais amplas e em níveis cada vez mais profundos. A sala de aula pode ser um espaço privilegiado de cocriação, maker, de busca de soluções empreendedoras, em todos os fios, jogos, experiências, vivências, problemas, projetos, com os recursos que têm em mãos: materiais simples ou sofisticados, tecnologias básicas ou avançadas. O importante é evoluir como pesquisadores, descobridores, realizadores; que conseguem assumir riscos, aprender com os colegas, descobrir seus potenciais. Assim, o aprender se tornar uma aventura permanente, uma atitude constante, um progresso crescente. (MORAN, 2018, p.3). É importante o estímulo multissensorial e a valorização dos conhecimentos prévios dos estudos, para que possam sustentar os novos conhecimentos. Deste modo, é necessário repensar a organização dos espaços de aprendizagem, a formação dos profissionais da educação das diversas áreas, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Pois, a aprendizagem se dá ao longo da vida. A partir dessas breves considerações, pode-se inferir que, no cenário da sociedade digital, a educação delineia-se por novas concepções pedagógicas e tecnológicas, os quais demandam pedagogias e teorias de aprendizagem que 8 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM atendam a educação a distância. Decorre disso a necessidade de se constituírem práticas pedagógicas inovadoras, para que a educação (e a educação a distância via Internet) façam prevalecer a aprendizagem e não a tecnologia. Também se observa o uso de tecnologias móveis – celulares, smartphones, tablet, os quais vêm contribuindo para novos modelos de aprendizagem na educação a distância (EaD). Todavia, tanto a gestão de implantação da EaD quanto a sua utilização, nela embutidas as potencialidades tecnológicas e pedagógicas, apresentam lacunas por darem mais importância ao que as tecnologias disponibilizam do que as mudanças nas práticas pedagógicas. Na atualidade, o termo “redes sociais” tem ocupado centralidade nas discussões em diferentes contextos, sendo que este termo aparece cada vez mais associado ao termo online - vinculado ao uso de tecnologias digitais em ambiente Web. Assim, no âmbito das redes sociais online surgem tecnologias como: Facebook, LinkedIn, Twitter, entre tantas outras, cujo objetivo principal consiste em possibilitar a constituição de redes sociais na internet. Essas redes podem se configurar como redes de relacionamentos, de troca de informações, de compartilhamento de experiências e ideias, de aprendizagem, ou seja, de trocas de toda ordem, que podem envolver fotos, textos, quizzes, dentre outras possibilidades, oportunizando, dessa forma, que pessoas de diferentes interesse e perfis marquem presença na rede mundial de computadores. Essas redes podem ser utilizadas também com objetivos específicos como é o caso do campo da educação, onde alunos e professores tem a possibilidade de comunicação e interação a partir de qualquer lugar e qualquer hora, para juntos construírem o conhecimento. (LOCATELLI; SCHLEMMER, 2012, p.2). Em outras palavras, os processos inovadores das tecnologias de informação e comunicação - principalmente na área de educação - enfatizam mais os dispositivos e menos as possibilidades de aprendizagem. Em consequência, apontam-se novas alternativas para uma educação digital, mas que pouco mudam a forma como aprendemos e a cultura escolar nos modelos como a conhecemos. Como afirma Silva (2001), As tecnologias de informação e de comunicação condicionam fortemente a ecologia comunicacional e educacional das sociedades, favorecendo o surgir de novas práticas, atividades e comportamentos, de novas formas de estar e de ser no mundo. Um “novo” mundo, em síntese. 9 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Dessa forma, ao falar de Educação na atualidade torna-se necessário considerar o momento histórico e social no qual os sujeitos vivem e convivem principalmente levar em contar qual tipo de interação realizam com as tecnologias, visto que estas modificam a forma como se comunicam, interagem e constroem conhecimento. Para refletir! Nosso estudo abordou a sociedade digital bem como as inovações pedagógicas possíveis à integração das tecnologias com a educação. Por que estabelecemos essa abordagem inicial? Para que sua compreensão, sob um foco pedagógico do tema, permita-lhe compreender, pouco a pouco, que há um aspecto novo a ser considerado na educação a partir das potencialidades comunicacionais das tecnologias. Ao planejar a educação a distância é importante considerar o contexto social (digital) na qual hoje se insere. Lembre-se de que não são as tecnologias e respectivas funcionalidades em si que imprimirão qualidade a um curso a distância, mas aquilo que com elas poderemos potencializar para uma educação compatível com a sociedade digital. 1.2 O QUE SÃO AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM? Ambientes Virtuais de Aprendizagem Ambientes virtuais de aprendizagem são espaços de aprendizagem desenvolvidoscom tecnologias da informação e comunicação, em especial da internet e da Web. Também denominados AVAs, reúnem recursos e ferramentas integradas para a realização de atividades de ensino e aprendizagem a distância. Possuem múltiplas mídias, linguagens e recursos, para apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas, Shutterstock_ 112370567 10 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM disponibilizar conteúdos e materiais de estudo, entre outras facilidades necessárias ao aluno e ao professor no processo de ensinar e de aprender. Conceituando Um ambiente virtual de aprendizagem “pode ser considerado como sendo um “dispositivo” de comunicação, de mediação de saberes, de formação midiatizada” (Maciel 2002). Observe que, embora se trate de um espaço que se utiliza de dispositivos de comunicação com diferentes mídias – vídeos, animações, áudio, textos digitais etc., um ambiente virtual de aprendizagem precisa de organização e de planejamento. Almeida (2003) aponta: Ensinar em ambientes digitais e interativos de aprendizagem significa: organizar situações de aprendizagem, planejar e propor atividades; disponibilizar materiais de apoio com o uso de múltiplas mídias e linguagens; ter um professor que atue como mediador e orientador do aluno. [...] os ambientes virtuais de aprendizagem podem ser empregados como suporte para sistemas de educação a distância realizados exclusivamente on line, para apoio às atividades presenciais de formação sala de aula, permitindo expandir as interações da aula para além do espaço-tempo do encontro face-a- face ou para suporte à atividades de semipresencial nas quais o ambiente digital poderá ser utilizado tanto nas ações presenciais como nas atividades a distância.” Percebeu como os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) tem por propósito a construção de espaços de comunicação, de informação, de colaboração e a formação de redes de aprendizagem e de gerenciamento acadêmico e escolar? Podemos dizer que um AVA é um sistema desenvolvidos para favorecer: a) A colaboração e a interação entre professores e alunos e entre alunos, além da integração da comunidade institucional; b) Acesso à materiais de estudo por meio das tecnologias digitais. Ainda, em relação aos ambientes virtuais de aprendizagem, o autor Rosenberg (2001), assim descreve: Cabe destacar que as potencialidades dos ambientes virtuais de aprendizagem favorecem o acesso à aprendizagem a qualquer hora, de qualquer lugar, e estimulam no aluno o desenvolvimento de competências para que ele seja o gestor de seu processo de 11 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM aprendizagem. Também a educação a distância, com o suporte das tecnologias de informação e comunicação vem aplicando processos inovadores de aprendizagem on-line e os ambientes virtuais, comumente denominados plataformas, cumprem nisso um importante papel. O conjunto de tecnologias empregadas num AVA tem por objetivo: • Implantar a educação a distância via Internet, por meio de recursos para a criação de cursos e de materiais digitais com o suporte das tecnologias digitais; • Estabelecer a aprendizagem on-line; • Favorecer a comunicação e a interação por meio de ferramentas tais como fóruns, mensagens instantâneas, e-mail, etc.; • Promover a formação de redes de aprendizagem em rede. Em síntese, um AVA possibilita ao aluno: • Encontrar os materiais de estudo, a qualquer hora, de qualquer lugar, via web; • Organizar o tempo de estudo de acordo com os objetivos da aprendizagem; • Gerenciar as informações referentes às suas disciplinas; • Colaborar e interagir em grupos de discussão e fóruns temáticos; • Acessar aos recursos da web para complementar o estudo; • Conversar com outros alunos em tempo real; • Comunicar-se com o professor; • Ser autor e coautor, desenvolvendo materiais de aprendizagem; • Realizar as atividades em interação com o professor e com os demais alunos; • Gerenciar e avaliar o próprio percurso de estudo e o seu processo de aprendizagem. Além disso, um AVA facilita as rotinas acadêmicas, contribuindo para que uma sala de aula virtual disponibilize: • Espaço pessoal para gerenciar informações pessoais; • Recursos para interagir por meio de fóruns e de mensagens; 12 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM • Ferramentas para compartilhar arquivos e conteúdos de sua autoria; • Realizar tarefas e colaborar para a aprendizagem em grupo. Você já sabe que um AVA é desenvolvido para criar e gerenciar cursos/disciplinas, disponibilizando ferramentas das tecnologias digitais que você também encontra no seu dia a dia, não é mesmo? Então, observe como o desenvolvimento de um AVA se utiliza das possibilidades das tecnologias: • Conectividade: estamos “plugados” na rede Internet, a partir dela tudo se conecta e um AVA considera essa capacidade de estarmos on-line; • Mobilidade um AVA: é um sistema que funciona pela web e permite ser acessado a qualquer hora e de qualquer lugar; • Tecnologias Móveis: a partir dispositivos sem fio (e móveis), conectados à • Internet, tais como laptops, principalmente, podemos também acessar um AVA; • Convergência de Mídias: num AVA convergem mídias para que os conteúdos sejam apresentados por meio de vídeos, ilustrações, animações, áudios, textos digitais etc. Isso possibilita diversificar e, ao mesmo tempo, integrar conteúdos para atender a diferentes objetivos de aprendizagem. Vamos entender o que envolve o desenvolvimento de um ambiente virtual de aprendizagem! Ele envolve diferentes dimensões e a tecnologia é apenas uma delas. Observe a ilustração e analise as três dimensões destacadas: 13 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Dessas dimensões, portanto, derivam a organização e a integração das capacidades funcionais dos ambientes virtuais de aprendizagem, tais como: • Portal Institucional de Acesso; • Espaço Pessoal e Ambiente Virtual de Aprendizagem com recursos para o aluno desenvolver o autoestudo e realizar atividades, bem como interagir com seus colegas de turma. De modo geral, os AVAs têm como objetivo a facilitação das atividades didático- pedagógicas para o processo de ensino e aprendizagem apoiado por tecnologias. Trata-se de um espaço na internet no qual se centraliza uma série de ferramentas para uso dessas atividades, com possibilidades diversas de exposição de conteúdos, formatos variados de práticas de ensino, recursos tecnológicos (chats, fóruns, e-mail, etc) e possibilidades de avaliação (Nunes, 2011). Permitem aos professores controlar o acesso dos alunos ao portal, assim como postas notas e dar feedbacks. No Brasil, os ambientes AVA têm um funcionamento muito parecido: trata-se de um espaço no qual podem ser organizadas “salas” de cursos e disciplinas diferentes. Em cada uma dessas “salas” as ferramentas são semelhantes, nelas encontram-se os seguintes recursos: módulos ou abas para organização e 14 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM disponibilização dos materiais, páginas de conteúdos, arquivos (artigos, textos, vídeos, documentários, entre outros) hospedados diretamente no AVA para download e para leitura online ou offline; fóruns, chats e espaços para interação com docentes e colegas; questionários e tarefas, com perguntas objetivas e dissertativas; glossário; agenda; pastas para organização dos conteúdos; links para sites externos; wiki ou outra forma de construção coletiva de textos. O que muda de uma instituição para outra é o ato pedagógico que precisa ser cuidadosamente planejado e organizado. Filatro e Piconez (2012) apresentam alguns dos AVAs mais utilizados atualmente, são eles: Blackboard, Moodle, Tidia-Ae e Teleduc, AVA Canvas. O blackboard é um AVA comercial utilizado em várias partes do mundo. Ofertaum ambiente virtual de aprendizagem propriamente dito (software para ser implementado a fim de gerenciar as ferramentas utilizadas no processo de ensino- aprendizagem) e mais algumas soluções educacionais em alguns nichos específicos para o mercado. Atende instituições do mundo inteiro de ensino fundamental, médio, superior, corporativo, governamental, e etc. A sede da emprese fica nos Estados Unidos. O Teleduc é uma AVA brasileiro, foi desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação do Instituto de Computação. Passou a ser utilizado em 1998, e nos últimos anos foi perdendo adesão, e caiu fortemente em 2018, pela própria política da instituição. É um ambiente simples e flexível, pode se utilizado em diferentes contextos educacionais, pois oferece: chats, fóruns, e-mail, entrega de conteúdo, como vídeos e textos. O Tidia-AE também é brasileiro, desenvolvido junto ao programa de tecnologia da informação para o desenvolvimento da internet avançada (Tidia) para apoio ao aprendizado eletrônico (Ae), foi financiado pela Fundação de Amparo à pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Foi utilizado para desenvolver a plataforma e as mídias colaborativas, entretanto também é pouco utilizado. O AVA Canvas lançado em 2011 pela Instructure Inc, empresa sede nos Estados Unidos, está disponível em um modelo freemium, ou seja, há uma versão totalmente gratuita, livre e aberta, com funcionalidades determinadas que podem ser adaptadas e adequadas conforme as necessidades da instituição. E há uma versão paga, com maior número de ferramentas, mídias e diversas alternativas de uso. 15 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Já o Moodle foi criado em 2001 e, tem código aberto, livre e gratuito, está em constante desenvolvimento por meio de uma comunidade mundial, que contribui para atualização permanente da ferramenta. Essas podem ser feitas por profissionais de TI, desenvolvedores, professores, pesquisadores e designers instrucionais que compartilham informações sobre o AVA. Pode ser configurado para atender a contextos educacionais e empresariais vadiados. É a mais utilizada no Brasil e no mundo. A dimensão mais importante Alunos desenvolvem atividade, nem sempre conectados ao mesmo tempo (no mesmo horário) no ambiente virtual de aprendizagem. Tal característica de educação a qualquer hora, conectada à Web a partir de qualquer lugar onde haja um computador e Internet, precisa ser levada em conta, tanto nas atividades de planejamento quanto nas de gerenciamento das situações pedagógicas propostas para a aprendizagem. Percebeu como a dimensão pedagógica é a mais importante, para que se garanta a aprendizagem? Para refletir, concluindo brevemente: A tecnologia, por si só, não é garantia de que um AVA promova a aprendizagem a distância (on-line). Devemos considerar os aspectos educacionais para que, acima de tudo, os alunos encontrem formas de se comunicar, de estudar a partir de materiais interessantes e de fácil acesso e de acompanhar o próprio percurso da aprendizagem. Vamos aprofundar essas questões em nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem? Nele você entenderá melhor como os conceitos aqui apresentados estão sendo aplicados na prática! 1.3 CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS E MOBILIDADE Convergência de Mídias 16 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Já sabemos que em nosso dia a dia, a comunicação e o acesso à informação são estabelecidos, principalmente, através dos dispositivos conectados à internet e de uma forma totalmente diferenciada dos tempos iniciais da Internet e da utilização dos computadores pessoais. Note, portanto, que esse é um processo que se dá pela rápida evolução tecnológica. Se observamos os dispositivos que utilizávamos tempos atrás, podemos dizer que j á estão obsoletos em relação ao que hoje está à nossa disposição, não é mesmo? Surgem novas tecnologias e, com elas, outros usos e possibilidades antes não imaginadas. De fato, os dispositivos de informação e comunicação, denominados novas tecnologias, incessantemente atualizam-se e com eles passamos a estabelecer outras funções. Essa utilização de múltiplas tecnologias é resultante da convergência de mídias, principalmente, para a web – o espaço denominado multimídia da internet e conhecido por nós pelos endereços www - e para os celulares. Hoje, nossa comunicação via internet e pelo celular se vale de áudio, vídeo, textos digitais, fotos, mensagens instantâneas, redes sociais etc., permitindo “tudo ao mesmo tempo, agora”. Conceituando Convergência Para Briggs e Burke (2004), convergência designa a integração de texto, som, imagem e número à tecnologia digital desde a década de 1990. Atualmente, encontramos diferentes dispositivos digitais de comunicação construídos sob o conceito convergente e que foram agregando funcionalidades não só de comunicação como também de produção de novas informações. A convergência significa, então, a coexistência de múltiplos recursos que, por sua vez, ampliam as funcionalidades de um dispositivo. Não pensamos mais o computador sem que pensemos a Internet, seja conectando-a via cabo de rede ou via rede sem fio. E é assim que vivemos nesse mundo digital, obtendo o máximo de tecnologia a partir de um único dispositivo. As 17 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM empresas de produtos e de sistemas de tecnologias reconhecem esse conceito de convergências. Pare um instante a leitura, observe qual dispositivo tem à sua mão ou na sua casa e no trabalho (um notebook, um celular, um smartphone, não importa). Quantos aplicativos estão reunidos nele(s)? Câmera, vídeo, internet, telefonia, jogos, mensagem instantânea, aplicativos de banco, música, e-mail, recursos das redes sociais etc.? Pois isso representa a convergência de mídias para um só dispositivo, de forma integrada. Esteja onde estiver, conseguirá realizar inúmeras tarefas, não é mesmo? E, se for estudar, também poderá acessar o ambiente virtual e, nele, todas as mídias que foram incorporadas. Uma notícia chega pelo celular, via mensagem, da mesma forma, e no mesmo tempo em que é veiculada num blog, num portal, na TV, na rede social. Tudo converge! Você se identifica com a imagem ao lado? Castro (2005), nos esclarece e nos permite refletir sobre a convergência de mídias, ao afirmar que: Foi-se o tempo que havia uma máquina para cada atividade de mídia, seja ela para uso privado ou profissional. Hoje elas convergem em funções e atividades, sendo oferecidas em t a m a n h o s cada vez mais compactos, como é o caso dos Palms e dos aparelhos sem fios que permitem utilizar Internet e m qualquer lugar do planeta sem necessitar de conexão telefônica. Tratar de convergência tecnológica significa, por exemplo, pensar o uso comum - ou em separado - da TV, rádio, Internet, cinema e celulares, assim como a possibilidade de passar arquivos de imagem, texto ou áudio de um para outro aparelho digital e de se construir sozinho ou coletivamente novos conteúdos. Os atores sociais que já dispõem de aparelhos celulares digitais, por exemplo, são cidadãos que se mantêm conectados com o mundo praticamente 24 horas por dia. Além das fotos, dos vídeos, das músicas e dos programas que baixam de internet através dos 18 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM aparelhos celulares de última geração, eles podem enviar arquivos de imagem, texto ou música para seus amigos, comunidade ou simplesmente anexar no seu blog ou fotoblog, dando visibilidade e publicitando seu cotidiano e história pessoal todos os interessados em procurá-la através da web. Analise esse pequeno trecho de Caldas (2011), no qual ele cita Jenkins (2008), autor do livro “Cultura da Convergência”: A cultura da convergência atualiza dois personagens, osprodutores e os consumidores. Antes da convergência os consumidores eram “passivos, previsíveis, submissos, isolados, silenciosos e invisíveis” (JENKINS, 2008, p. 45). Para Jenkins, esse papel mudou, hoje eles são ativos, migratórios, leais, conectados socialmente, barulhentos e públicos. Na cultura da convergência “em vez de falar sobre produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, podemos agora considerá-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum de nós entende por completo” (p. 28), pois a “convergência envolve uma transformação tanto na forma de produzir quanto na forma de consumir os meios de comunicação” (p. 42). Perceba, por essa análise, que quanto mais a mídia está à nossa disposição, mais deixamos de ser meros consumidores da informação, para também produzi-la. Publicamos fotos, enviamos mensagens, criamos blog, alimentamos a rede social com nossas imagens, vídeos, textos etc. Falamos em tempo real, comunicando e enviando informação de qualquer lugar, a qualquer hora; basta estarmos conectados. E essa conexão nos dá a mobilidade. Mas, a que nos referimos quando falamos de mobilidade? A mobilidade relacionada à educação on-line e ao uso de ambientes virtuais de aprendizagem se caracteriza pelo estar em qualquer lugar e a qualquer hora, utilizando dispositivos móveis conectados sem fio para fins de aprendizagem. Sintetizando A convergência de mídias e a mobilidade são aspectos atuais da educação on-line e devemos considerá-las no planejamento de um ambiente virtual de aprendizagem, pois já não dependemos de espaços físicos delimitados para 19 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM aprender. A educação pode nos chegar por meio de dispositivos – notebooks, tablet, smartphone, etc. 1.4 EAD – Dados do crescimento do EAD nos cursos de Ensino Superior De acordo com o Censo de 2017 a Educação a distância cresceu 17,6% em 2017, este foi o maior salto desde 2008. Atualmente um em cada cinco estudantes matriculados no ensino superior estuda a distância. Em 2017 o número de alunos nesta modalidade chegou a 1,8 milhão, equivalente a 21% das matrículas em todo o ensino superior (INEP, 2017). Em 2017, o censo aponta cerca de 8,3 milhões de estudantes matriculados em cursos de graduação. Desses, 6,5 milhões estão em cursos presenciais. Nesse mesmo ano, o MEC registrou um aumento de 5,6% de matrículas em cursos tecnológicos, fenômeno ocasionado pela repercussão positiva dos cursos na modalidade EAD. Em 2007, a modalidade a distância representava 7% das matrículas de graduação. Nos últimos 10 anos, a educação a distância vem aumentando sua participação na educação superior. Em 2017, o aumento foi de 17,6% e a EAD já atende mais de 1,8 milhão de alunos, o que representa uma participação de 21,2% dos alunos de graduação no país. A modalidade presencial apresenta o segundo ano de queda no número de matrículas. Os mais novos dados do Censo revelam que um de cada três estudantes está fazendo graduação na modalidade a distância. Em dez anos o crescimento dos ingressantes em EAD foi de 226%, contra 19% da modalidade presencial. A tendência segue nas matriculas, que caíram 0,4% nos cursos presenciais enquanto cresceram 17,6% na educação a distância. (BRASIL, MEC, 2019). No que se refere as matrículas de matrículas na modalidade a distância continua crescendo, atingindo quase 1,8 milhão em 2017, o que já representa uma participação de 21,2% do total de matrículas de graduação, como podemos observar na Figura 1. 20 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Figura 1. Fonte: Censo da Educação Superior 2017 – BRASIL De acordo com a tabela os cursos de bacharelado mantêm sua predominância na educação superior brasileira com uma participação de quase 69% das matrículas. Os cursos de tecnólogos cresceram em 5,6% das matrículas em 2017 comparado a 2016. De 2007 a 2017 as matrículas nos cursos de tecnólogos aumentaram mais de 140%. A Figura 2 apresenta a participação percentual no número de matrículas em Cursos de Licenciatura, por sexo, organização acadêmica, categoria administrativa e modalidade de ensino de acordo com o Censo de 2017. Figura 2. Fonte: Censo da Educação Superior 2017 – BRASIL A tabela demonstra que: 21 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM - Das matrículas nos cursos de licenciatura registradas em 2017,37,9%estãoeminstituiçõespúblicase62,1%estão em IES privadas; - 70,6% das matrículas em cursos de licenciatura são do sexo feminino, enquanto, 29, 4% são do sexo masculino; - Em relação à modalidade de ensino, as matrículas em cursos de graduação presencial representam 53,2%, enquanto a distância são 46,8% no total de matrículas. (BRASIL, CENSO, 2017). O Censo destaca que na educação tecnológica e nos cursos de licenciatura entre 2016 e 2017, houve queda do número de matrículas nos cursos presenciais e aumento nos cursos presenciais. Além do aumento de matrícula nos cursos na modalidade EAD. A figura 3 apresenta o número de matrículas por nível acadêmico: Fonte: Censo EAD (2015). Os dados do censo demonstram que não apenas no ensino superior houve crescimento de matrículas nos cursos da modalidade EAD, mas também no ensino 22 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM fundamental, médio e educação de jovens e adultos. O que nos faz refletir sobre o quanto esta modalidade de ensino ganhou espaço nos últimos anos. Precisamos também refletir sobre as questões que envolvem a qualidade dos cursos ofertados, e como o público tem interagido com conteúdo apresentado. Grande parte da expansão é reflexo de um público jovem que tem procurado cursos nesta modalidade dados a flexibilização do tempo para se dedicar aos estudos, personalização do ensino, ou seja, cada aluno aprende no seu tempo e ritmo, e o seu desempenho pode ser monitorada por meio de plataforma que a instituição de ensino utiliza além do horário de trabalho e dedicação a família. Incluindo nos itens de escolha também o fato de os cursos nesta modalidade de ensino terem um custo mais baixo do que os cursos presenciais e necessidade de certificação para ascensão no mercado de trabalho. As demandas por formação de professores têm relação direta com a expansão da educação superior na modalidade a distância. Como apontado no Censo da Educação Superior 2010, a maior parte dos cursos oferecidos a distância é de licenciatura (45,8%). De fato, a partir da LDB/96 e do PNE 2001-2010 o indicativo legal para a formação de professores em nível superior passou a gerar essas demandas. Como apontam Gatti e Barreto (2009, p.33): Considerando a elevação das exigências de formação de todos os professores da educação básica para o nível superior, determinada pela legislação nacional, grande esforço tem sido feito por parte de diferentes instâncias não só para preparar os novos profissionais que deverão prover as futuras necessidades do setor, como também para elevar o patamar de formação dos professores em serviço. Também em decorrência da exigência legal, assim preconizada no artigo 62 da LDB: “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena em universidades”, e no art.87, pelo qual é “instituída a Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei”, a educação a distância entra no cenário superior amparada pela legislação maior da educação nacional. Destacam-se nas disposições transitórias da LDB o art.87 que institui a Década da Educação: 23 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM § 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintoniacom a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (BRASIL, 1996) E no § 4º desse artigo o propósito de referendar a formação de professores “até o fim da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço” (BRASIL, 1996). Também o Plano Nacional de Educação, PNE – 2001, com diretrizes e metas para os dez anos seguintes, e em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, definiu a oferta de educação a distância especialmente para a formação de professores para a educação básica, como consta na meta 11, “iniciar, logo após a aprovação do Plano, a oferta de cursos a distância em nível superior, especialmente na área de formação de professores para a educação básica” (BRASIL, 2001). Desse modo, a LDB inclui a educação a distância como possibilidade de oferta de cursos e de programas no ensino superior (art.80), referindo-a, também, no art.62 como possibilidade para a formação continuada de profissionais do magistério: § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. § 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. § 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a distância. (BRASIL,1996) Dois fatores, então, se destacam na análise da expansão de cursos de Pedagogia nessa modalidade: a abertura dada pela LDB e a formação de professores como meta do PNE – 2001 – 2010. É, de fato, sob essas dadas condições o que viria a ser o início do processo de expansão que hoje se constata em relação à oferta de cursos de formação de professores, notadamente os de Pedagogia, na modalidade a distância. Os cinco cursos superiores presenciais mais procurados segundo INEP são: Pedagogia; Administração; Direito; Ciências Contábeis e enfermagem. Já com relação à modalidade a distância, considerando-se que não foram oferecidos os cursos de 24 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Direito e Engenharia, até 2009, os cursos de Pedagogia (286.771 alunos) e Administração (228.503) foram, respectivamente, os mais procurados na modalidade a distância, somando 61,5% do total (BRASIL, 2009). Já em 2016, o curso de Pedagogia continua liderando o número de cursos e matrículas ofertados, conta contava com 332 mil alunos; em segundo lugar está o curso de Administração, com 178 mil alunos; em terceiro Serviço Social, com 101 mil alunos; em quarto Gestão em Recursos Humanos, com 88 mil alunos e Ciências Contábeis, com 85 mil alunos. Sintetizando Sem dúvida, a inclusão das tecnologias de informação e comunicação no suporte on-line à educação a distância em cursos de formação de professores, além de ampliar o alcance ao ensino superior se torna formativa se analisada sob o aspecto da inclusão digital dos alunos que participam dessa modalidade. 25 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM UNIDADE II - RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EAD OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Conceituar Web 2.0 e web 3.0 2.1 WEB 2.0 – CONCEITUAÇÃO E FERRAMENTAS Certamente você já acessou ou postou uma mensagem em algum blog, já assistiu a diversos vídeos veiculados pelo Youtube ou em outros sites; já acessou, pelo menos uma vez, a Wikipédia, viu fotos de seus colegas disponibilizadas pela internet ou opinou sobre alguma notícia de jornais on-line, navegou pelas redes sociais Orkut, Facebook, entre outras. Desta forma, você faz parte da nova geração de uso da Web, denominada Web 2.0. Na Web 2.0, os usuários não apenas recebem informações, mas expandem o seu papel, podendo ser protagonistas, resolvendo problemas, produzindo e compartilhando conteúdos na rede. As ferramentas tecnológicas são mais acessíveis, permitindo que professores e alunos, por exemplo, postem conteúdos com facilidade. A web 2.0 caracteriza-se pela interatividade multidirecional e participação de pessoas localizadas nos mais diferentes lugares com acesso às tecnologias. A definição mais aceita sobre o que é a Web 2.0 vem de Tim O'Reilly: Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva. Inteligência coletiva representa a participação colaborativa de indivíduos em torno de um propósito e que resulta em um produto coletivo. As redes sociais são alimentadas por essa participação das pessoas, colaborativamente. A Web 2.0 representa, mais do que uma nova tecnologia em si mesma, uma mudança na forma de utilização da própria Web, na qual os usuários alteram seu papel na navegação ou pesquisa de conteúdo para também produzi-los e compartilhá- los. Significa, também, que suas ferramentas tecnológicas ficaram mais acessíveis e simples de serem utilizadas, oportunizando que usuários, como professores e alunos, 26 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM possam postar conteúdos com facilidade. Para muitos autores e pesquisadores a Web 2.0 nada mais é do que uma segunda geração de uso da internet. Dentre as principais potencialidades para o usuário da Web 2.0, destacam-se alguns sistemas de buscas integrados a outros ambientes – Google, Google docs, por exemplo: • Pesquisas e autoria de verbetes na Wikipédia; • Criação de Blogs e comentários em Blogs de outros usuários; • Autoria colaborativa em Wikis; • Participação em redes sociais; • Autoria e compartilhamento de vídeos, fotos etc. Essas potencialidades representam uma grande possibilidade de professores e alunos serem produtores de conhecimentos e divulgadores de suas pesquisas e projetos. A autoria possui um caráter de destaque quando se fala em Web 2.0 e dela derivam muitas tecnologias simples, gratuitas ou de baixo custo e colaborativas, tais como o blog, o wiki, o youtube, o podcast, o twitter, o fotolog. Na educação, em especial nas atividades de apoio ao ensino presencial e educação a distância, os conceitos e ferramentas da Web 2.0 encontram terreno fértil para sua utilização em diferentes contextos. Uma forma simples de entender o que é a Web 2.0: http://www.youtube.com/watch?v=Bc0oDIEbYFc( Acesso em 11/04/2019). O lugar privilegiado para a integração das tecnologias nos diferentes ambientes de aprendizagem é a sala de aula (presencial ou virtual), com acesso às tecnologias, com professores e alunos capacitados e com estratégias de atividades que se integram com o uso das próprias tecnologias para desenvolver atividades de pesquisa e de produção colaborativa de conhecimento, explorando as características das competências coautorias, do compartilhamento e da construção colaborativa. Estas atividades se ampliam e se complementam a distância, nos ambientes virtuais de aprendizagem, e se integram aos espaços e tempos de experimentação, de conhecimento da realidade, de inserção em ambientes profissionais e informais. (ALMEIDA et al, 2009) Como aplicar as ferramentas da Web 2.0 num projeto de curso de educação a distância? Para auxiliá-lo nessa questão, leia o seguinte material: http://www.youtube.com/watch?v=Bc0oDIEbYFc 27 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Bottentuit Junior, João Batista, Coutinho Clara Pereira e Lisbôa, Eliana Santana. Livros digitais: novas oportunidades para os educadores na web 2.0. 20092. 2.2 WEB 3.0 – CONCEITUAÇÃO E FERRAMENTAS A Web 3.0 caracteriza-se em uma evolução do ambiente de interação virtual já proporcionado pela geração2.0. Atualmente existem infinitas possibilidades de imersão, o que torna enriquecedor o processo de interação e engajamento nas atividades, mediados por várias linguagens. Tanto a educação presencial, quanto EAD tem se apropriado das tecnologias 3D com objetivos pedagógicos a fim de tornar a aprendizagem mais significativa. Por meio da Web 3.0, os usuários têm acesso a espaços em rede que reforçam a cultura da participação, em um contexto de construção coletiva. Essa tecnologia especifica o desenvolvimento das tecnologias virtuais 3D, ou seja, das Tecnologias Digitais Virtuais (TVDs) conectadas em rede, possibilitando que as pessoas conectadas em rede possam criar ambientes gráficos em 3D. O termo 3D refere-se a ambientes com três dimensões interativas que são incorporados nas páginas da web. Os jovens e crianças que nasceram imersos no mundo tecnológico já têm muitas afinidades com a Web 3.0. Participam de jogos individuais ou grupos. Além do programa específico, esses jogos pedem o uso de vários acessórios como óculos 3D, luvas com sensores, fones, microfones que possibilitem tornar a jogo mais real possível, e que a experiência de interação entre os participantes também seja muito próxima da realidade. Entretanto sempre devemos alertar para o excesso do uso desses jogos por crianças e jovens, que acabam se afastando do mundo real e adentrando o espaço virtual com tal profundidade que podem interferir no desenvolvimento social e cultural da criança. Visto que os espaços dos jogos virtuais se tornam um meio viciante, cheio de regras e etapas a serem superadas prendendo a atenção do jovem por horas, ou dias inteiros. Um exemplo da interferência dos jogos virtuais na vida dos jovens e crianças é a série da Netflix “Kiss me fisrt”. Essa série é um exemplo de atividade virtual e 2 Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/9233/1/livrosdigitais.pdf> http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/9233/1/livrosdigitais.pdf 28 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM metaversos. O metaverso é a base dos mundos digitais e virtuais 3D. Um metaverso é uma plataforma para a criação de um MDV3D, ou seja, “[...] é um universo de possíveis calculáveis a partir de um modelo digital. A interagir com o mundo virtual, os usuários o exploram e o atualizam simultaneamente” (LÉVY, 1999, p. 74-75). E ainda, “é um espaço de interação por proximidade dentro do qual o explorador pode controlar diretamente um representante de si mesmo”. Um exemplo, já muito utilizado no contexto educacional, é o Second Life (Segunda Vida), um mundo virtual tridimensional que simula aspectos da vida real e social do ser humano. É um ambiente híbrido, pois se misturam ferramentas de jogos, chats, comunidades virtuais e etc. Podem criar avatares, empresas, espaços educativos e pessoais. As tecnologias 3D geram mundos virtuais que envolvem pessoas e realidades e experiências tridimensionais, estas podem ser online ou offline. Por exemplo, no cinema temos os filmes 3D e podemos ver objetos e personagens interagindo no ar, como se estivessem vindo na nossa direção. A realidade virtual (RV) é outra tecnologia que nos permite interagir com lugares distintos. Ao colocar óculos 3D você poderá simular que está andando de montanha russa, interagindo com dinossauros no vale dos dinossauros, ver os componentes de uma célula e compreender como os vírus atacam os glóbulos vermelhos. Ao andar na montanha russa você dá gritos, tenta tocar o que está a sua volta, sente medo, olha para os lados e sente-se surpresa com o que está vendo, esse é um exemplo de RV que podemos utilizar em atividades pedagógicas e empresariais. 29 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Fonte: Da autora (2017). A realidade aumentada é capaz de projetar em tempo real informação digital, tal como vídeos e modelos 3D, através de smartphones, tablets, computadores, ou através de tecnologia móvel inserida em diferentes acessórios, como óculos ou relógios. Ao passo que, a realidade virtual é uma simulação artificial que permite recriar ambientes ou situações da vida real, ou seja, submete o usuário a uma experiência na primeira pessoa, através de estimulações auditivas e visuais do dispositivo utilizado. Há outros aplicativos que utilizam tecnologias 3D, como Quiver 3D é um app de realidade aumentada (RA). Você deverá baixar o APP no seu computador para imprimir as imagens de figuras diversas. Estas poderão ser pintadas e logo após realizar a pintura é possível interagir com o objeto que pintou. Para tanto, é necessário baixar o APP no celular e fazer a leitura do desenho. Por exemplo: se for um 30 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM dinossauro além de interagir com ele, poderá jogar o game com o dinossauro que você personalizou. Segue um modelo na imagem a seguir: Fonte: Da autora (2017). Além disso, o APP pode ser utilizado para promover diversas situações de aprendizagem que podem ser criadas pelos professores das séries iniciais, principalmente na fase de alfabetização das crianças. Na realidade virtual, o usuário interage totalmente imerso em um ambiente tridimensional, em tempo real. Já na realidade aumentada o usuário visualiza objetos virtuais projetados ou dividindo uma cena com o mundo real. A RV e RA são duas tecnologias que tem crescido exponencialmente, ganhando espaço no ambiente educacional, empresarial e na área da saúde, com a criação de produtos inovadores e o número de usuários cada vez mais expressivo. Atualmente a RA consegue melhorar significativamente a qualidade de tratamento de diversas doenças. No que se refere a cirurgias com invasão mínima, são necessários monitores de maneira a exibir sinais vitais ou imagens fornecidas por equipamentos médicos. A realidade aumentada aplica-se quer aos estudantes, quer aos praticantes de medicina. No aspeto da educação, a RA disponibiliza aos estudantes outras formas mais interativas de estudo, desde modelos anatómicos em três dimensões que oferecem uma imagem mais detalhada do que uma simples fotografia e uma maior 31 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM compreensão do modelo, até seguir uma cirurgia pelos olhos de um cirurgião experiente através de um dispositivo móvel que, para além de ser financeiramente mais acessível que simuladores médicos, consegue abranger um número mais elevado de utilizadores. Veja no link um modelo de como pode ser a utilização dessas tecnologias na área da saúde: <https://www.youtube.com/watch?v=b3_Wksrv1KI>(Acesso em 11/04/2019). Enquanto pais e professores devemos orientar e monitorar o uso excessivo da internet, acesso dos jogos e outros APPs pelas crianças e adolescentes, pois ao mesmo tempo que desenvolvem a criatividade, imaginação, desenvolvimento do raciocínio lógico e resolução de problemas, podem apresentar alguns prejuízos quando utilizado de modo inadequado. Essas ferramentas devem servir para o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa e motivadora. PARA SABER MAIS: Portal do MEC atividades 3D http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25111(Acesso em 11/04/2019) Tecnologia na sala de aula https://istoe.com.br/71458_TECNOLOGIA+NA+SALA+DE+AULA/(Acesso em 11/04/2019) Ensino a Distância em 3D. https://www.youtube.com/embed/sb1BiMwH1xs(Acesso 11/04/2019) https://www.youtube.com/watch?v=b3_Wksrv1KI http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25111(Acesso https://istoe.com.br/71458_TECNOLOGIA+NA+SALA+DE+AULA/(Acesso https://www.youtube.com/embed/sb1BiMwH1xs(Acesso 32 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM UNIDADE III - LEGISLAÇÃO DA EAD OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM Conhecer a legislação da Educação a Distância no Brasil 3.1 LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA A educaçãoa distância no ensino superior está no traçado da expansão das atuais ofertas de cursos de Pedagogia e por que razão se pretende, neste texto, demarcar o panorama da legalidade e por quais sistemas federais de ensino se expandem esses cursos. O propósito é situar a legislação da educação a distância no ensino superior, destacando os cenários sob os quais se institucionaliza e se desenvolve a formação do pedagogo. Desse modo, aborda-se a legislação que incentiva, ampara, regula e supervisiona a educação a distância no ensino superior, explicitando, a partir disso, a inserção da Pedagogia no contexto de legalidade da oferta de graduação nessa modalidade. Embora a legislação da educação a distância não seja suficiente para uma análise da diversidade de modelos de oferta, é no marco da autorização de seu funcionamento no ensino superior que se encontra a gênese de seu avanço seja por meio das instituições públicas ou particulares do sistema federal de ensino do o país. A educação a distância no ensino superior: traçados regulatórios e normativos a partir do art. 80 da LDB/96 O recorte estabelecido neste texto – a legislação da educação a distância e o ensino superior – justifica-se pela articulação com o objeto de estudo aqui delineado, cujo propósito é discorrer sobre a expansão dos cursos de Pedagogia na modalidade a distância. Se há um marco legal da educação a distância (EaD) no ensino superior, cabe então situá-lo para, assim, contextualizar a oferta de cursos de Pedagogia nessa modalidade até os dias atuais. É a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, que, como analisa Barreto (2010) ocorre: O inteiro deslocamento, em curto espaço de tempo, do lócus da 33 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM formação do professor para o nível superior após a Lei nº 9394/96, coloca em nova escala os desafios da docência, sendo que esta tem sido chamada a desempenhar papel central na própria dinâmica de crescimento do ensino superior no país. Articulando-se esse contexto de formação para a docência ao marco legal da educação a distância, é na mesma LDB/96, especificamente em seu art.80, que se encontra a abertura dessa modalidade a todos os níveis de ensino. Estabelece o art.80: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada” (BRASIL, 1996). E ensino superior, como o trata a referida LDB em seu art.44, “abrange desde os cursos sequênciais, de graduação, de pós-graduação e de extensão”. De fato, a LDB/96 representou o marco legal da EaD no Brasil e coincide com o crescimento de instituições de ensino superior – IEs na década de 90 para a oferta de cursos presenciais. Assim, no histórico da legalidade da EaD, é preciso considerar esse registro, tanto a partir da Lei quanto da expansão do ensino superior, destacadamente por instituições privadas. Além disso, cabe destacar que nesse período já se ocorriam experiências com educação a distância, embora não houvesse uma definição clara sobre elas na educação formal. A sua oficialidade de fato veio por meio da legislação, notadamente, pelo já citado art.80 da LDB ao propor e definir a abrangência da EaD. No entanto, cabe registrar que desde a publicação da lei até os dias de hoje, decorreram decretos, portarias, resoluções e pareceres, regulamentando e normatizando a sua implantação e desenvolvimento no ensino superior. Assim, se por um lado o marco legal é a LDB/96, por outro, sua regulação traz um cenário complexo quando analisada pelas diferentes demarcações legais dela advindas. A regulamentação do art.80 da LDB/96 Sob o foco específico da legislação que rege a da EaD no Brasil a partir da LDB 9394/96, cabe voltar ao seu art.80 e à sua regulamentação bem como as implicações no ensino superior. 34 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM O primeiro decreto a regulamentá-lo foi o de No 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, que significou, também, que a EaD adquirira regulamentação própria ao seu credenciamento para funcionamento nas instituições de ensino superior, como educação formal, cabendo à União a normatividade e supervisão sobre os atos autorizativos. Das disposições estabelecidas nesse decreto, destaca-se o art.1º, no qual a educação a distância é conceitualmente tratada com o objetivo de circunscrevê- la no contexto legal que a ela se delineava. No art.1º a educação a distância é assim definida: Art. 1º Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. (BRASIL,1998) Logo após esse decreto, indicando as normativas para de credenciamento da EaD, foi publicado o decreto no 2.561 de 27 de abril de 1998, modificando, com a alteração dos artigos 11 e 12, o decreto no 2.494/98 e atribuindo ao MEC a competência para credenciar as instituições vinculadas ao sistema federal de ensino e das instituições de educação profissional em nível tecnológico e de ensino superior dos demais sistemas. Que tal aprofundar um pouco mais, consultando no site do MEC questões da Legislação da EaD! ➢ Decreto Nº. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB), assim como o Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de 1988. Com seis artigos, esse marco foi importante para delimitar orientações gerais para a EAD referentes à metodologia, à avaliação do desempenho do aluno, ao credenciamento de instituições, entre outros aspectos – como a oficialização do sistema de pólos ou franquias e a redefinição do termo “autoaprendizagem”, que se tornou a expressão “aprendizagem por mediação entre aluno e professores” (BRASIL, 2005). ➢ Decreto N.º 5.773, de 09 de maio de 2006, dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequênciais no sistema federal de ensino. Tal decreto foi importante para regulamentar a educação a distância nos cursos superiores do sistema federal (BRASIL, 2006). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Decreto/D5773.htm 35 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM ➢ Decreto N.º 5.800/2006 define o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). É um marco para a expansão da oferta a distância, especialmente na educação pública, com a UAB. ➢ Resolução N.º1, de 26 de fevereiro de 1997: disciplina e define condições pra a validade de diplomas de cursos de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) oferecidos por instituições estrangeiras no Brasil nas modalidades semipresencial ou a distância. A resolução determina que não serão validados nem reconhecidos diplomas de graduação e de mestrado e doutorado provenientes de cursos de instituições do exterior ministrados no Brasil sem autorização do Poder Público, nos termos estabelecidos pelo art. 209, I e II, da Constituição Federal (BRASIL, 1997). ➢ Decreto N.º 6.303/2007: apresenta adequações nos decretos anteriores, o Decreto N.º 5.622,2005 e o Decreto N.º 5.773/2006. O objetivo é definir normas mais detalhadas para o credenciamento, a renovação e a supervisão das instituições que ofertam cursos EAD. ➢ Plano Nacional de Educação (Lei N.º13.005/2014): estabelece diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos 10 anos seguintes à sua publicação. É emblemático para garantir a centralidade da EAD na política educacional atual como tendência da educação superior brasileira. ➢ Decreto N.º 9.057/2017: atualiza legislações anteriores quanto à regulamentaçãoe às diretrizes da educação a distância no País. Entre as principais mudanças está a possibilidade de as instituições poderem ser credenciadas apenas pela oferta de ensino a distância, não precisando mais oferecer cursos presenciais simultaneamente. As instituições públicas de ensino passam a ter autorização automaticamente para a oferta de seus cursos a distância, sem precisar solicitar creditação, como ocorria antes. O processo de admissão das instituições na oferta de cursos EAD se tornou mais simples a partir desse decreto. Esse decreto trata da acessibilidade dos pólos, infraestrutura, credenciamento e avaliação (BRASIL, 2017). UNIDADE IV – PLANEJAMENTO EM EAD OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM 36 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Compreender as etapas de planejamento para a organização dos recursos didáticos num curso a distância via web. 4.1 PLANEJANDO A ORGANIZAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS A educação a distância caracteriza-se principalmente como modalidade educacional que possibilita ao aluno flexibilizar tempo e lugar para estudar, assim como gerenciar seu ritmo de aprendizagem. Na organização de um curso a distância em ambiente virtual de aprendizagem considera-se, além do projeto pedagógico e da estrutura organizacional, um conjunto de processos que visa a adequar recursos, metodologias, conteúdos, atividades pedagógicas e avaliação, ao público ao qual se destina. Assim, a organização do material didático em suas etapas de planejamento e de desenvolvimento torna-se imprescindível para que além do conteúdo em si, sejam disponibilizadas situações pedagógicas que oportunizem a aprendizagem colaborativa e a interação, possibilitando ao aluno autonomia para o estudo individual e para a sua comunicação com o professor e o sentimento de pertencimento dele à sua turma e à Instituição que promove o curso. De fato, quando planejamos um curso na modalidade a distância via web, precisamos levar em conta tanto a estrutura tecnológica quanto a metodologia a ser aplicada. Elas estão interligadas e afetam diretamente o atendimento aos objetivos do curso, ao público-alvo e, muito importante, a forma como se dará o acesso aos materiais didáticos. Nesse sentido, o curso pode ser uma combinação de algumas mídias e não de outras, de acordo com as demandas de aprendizagem. Isso envolve clareza pedagógica (a intenção) quanto às situações e estratégias de aprendizagem e aos recursos didáticos correspondentes à intencionalidade do curso. Construir um modelo pedagógico com base nas tecnologias de informação e de comunicação significa potencializar as mídias como recursos de ensino e aprendizagem. Isso envolve alguns aspectos, tais como: ➢ Estrutura tecnológica: qual a capacidade tecnológica para dar acesso aos 37 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM materiais? Se desejarmos, por exemplo, utilizar vídeoaulas, será necessário um servidor para distribuição dos vídeos sem que isso impacte o recebimento pelo aluno; ➢ Equipe de produção de material digital: a partir do projeto do curso, uma equipe de profissionais especialistas prepara o material e os conteúdos de acordo com a linguagem digital planejada para o público-alvo, tais como uso de animações, hipermídia, infográficos, vídeoaulas, como também ferramentas de comunicação: blogs, wikis, redes sociais, entre outros. Estes aspectos, ainda que apresentados sinteticamente, dão a dimensão de um esforço conjunto para a produção do material didático e sua disponibilização como material digital no ambiente virtual de aprendizagem; ➢ Capacitação do Professores e dos Alunos para a utilização das Diferentes Mídias: o professor ou professor-tutor, bem como os alunos, precisam estar capacitados para utilizarem-se dos recursos didáticos do curso. Por outro lado, o conteúdo desenvolvido pelo professor-autor, denominado livro-texto, deve respeitar as características da educação a distância de forma a possibilitar uma linguagem dialógica e a capacidade de orientar o aluno em uma metodologia de autoestudo, ao mesmo tempo articulada com a interação e com a colaboração a partir do ambiente virtual de aprendizagem. O livro-texto também precisa de uma organização que considere: • O tempo de dedicação aos estudos pelo aluno; • A indicação clara do plano de estudo e dos objetivos de aprendizagem; • Tópicos de conteúdos com indicações complementares para acesso aos conteúdos digitais inseridos no ambiente virtual de aprendizagem, tais como vídeos, animações, infográficos, hiperlinks, etc.; • Síntese do estudo; • Referências para consulta; • Articulação com as atividades a serem propostas no ambiente virtual de aprendizagem (síncronas e assíncronas); • Integração com as mídias digitais disponibilizadas no ambiente virtual; • Previsão para um formato impressão. Como planejar o desenvolvimento dos conteúdos digitais como recursos 38 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM didáticos para a educação a distância via web? O conteúdo elaborado pelo professor autor deve ser planejado para que os seguintes aspectos de organização didática sejam atendidos: design educacional dos materiais, conteúdos abordados, objetivos de aprendizagem, estratégias de aprendizagem, acessibilidade, grau de dificuldade e de capacidade de autoestudo, ortografia e gramática, navegabilidade, design gráfico (metáfora, linguagem, iconização, dialogicidade, tipografia), linguagem interativa e articulação com o ambiente virtual de aprendizagem. Orientações para a redação de texto para web: Indicar, quando for necessário, animações, infográficos, vídeos ou qualquer outro recurso de multimídia para ilustrar, esclarecer ou aprofundar conceitos específicos. No caso de indicações de links ou outros recursos disponíveis em sites externos, considerar o percentual permitido pelos direitos autorais. • Os recursos complementares são utilizados somente para enriquecer o conteúdo e não substituí-lo; • Pontes entre tópicos de estudo entre as unidades; • Planejar atividades avaliativas e autoavaliativas; concluir o texto básico com a síntese da unidade. Observe um exemplo de fluxo de fluxo de produção de material didático digital: 39 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Não Fluxo Professor desenvolve o conteúdo bruto Designer educacional planeja para EaD web Conteúdo Ok? Sim Conteúdo Ok? Professor e designer validam Revisão gramatical sim Não Produção do conteúdo Formato digital Planejamento dos Recursos Multimídia Links, Hiperlinks, textos digitais, vídeos, animações, simulações, ilustrações Validação final Sim Publicação web 38 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Quais são os papéis de cada gestor neste fluxo? Professor-autor: deve ser um professor com pleno domínio de sua área de conhecimento, que prepara o conteúdo, planeja as aulas, seguindo as orientações do roteiro de produção elaborado e os indicadores do projeto pedagógico do curso. O professor-autor interage em todas as etapas, desde os ajustes, revisões, aprovações e validação da versão final do material didático. Designer educacional: esta competência diz respeito à análise e seleção de recursos de aprendizagem e respectivas funcionalidades pedagógicas, à orientação do modelo pedagógico de cada curso, e à adequação aos objetivos do curso e ao perfil dos alunos. O designer educacional promove a articulação do conteúdo às atividades de aprendizagem e às interações, e estabelece roteiros (storyboards) que permitam ao professor visualizar a aplicação do planejamento das aulas. Outra tarefa importante consiste na orientação de adequação da linguagem para educação a distância e da indicação deformatos variados no uso de textos, mídias e ferramentas disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem do curso. Revisor: colabora na adequação do conteúdo para a linguagem EaD, tanto a ser aplicada no ambiente virtual quanto em outros materiais no formato digital e impresso. Produtor de mídias digitais: planeja o roteiro e gerencia equipe multidisciplinar para a produção de áudio, vídeos, animação, infográficos, etc. Ele orienta outros profissionais, como web designers, no roteiro dos conteúdos, propondo e criando a estética/arte final do conteúdo a partir das potencialidades da linguagem digital, tais como uso de animações, hipermídia, infográficos, etc. Estes aspectos, ainda que apresentados sinteticamente, dão a dimensão de um esforço conjunto para a produção do material didático e sua disponibilização como material digital no ambiente virtual de aprendizagem. Esses materiais não devem ser simples textos inseridos para serem impressos pelo aluno. A metodologia de produção de conteúdos digitais deve tornar o texto básico atraente e diversificado em sua interlocução com o aluno. 41 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM Sintetizando A definição de um modelo para a educação a distância não é um fato isolado e sequer pode-se adotar um único, sob o risco de não atender a diversidade de públicos e a condizente adequação a esses. A adoção de ambientes virtuais de aprendizagem via web não prescinde, no entanto, de um projeto pedagógico e de um projeto de design gráfico para identidade do curso. Quanto aos conteúdos, devem ser produzidos especialmente para o curso e envolver textos conceituais, atividades e recursos que permitam ao aluno maior liberdade para que desenvolva a leitura reflexiva, a discussão e a avaliação dos textos estudados, a autonomia e a sua capacidade de dar sentido ao que lê. Modelos fundamentados nesses princípios metodológicos, no entanto, necessitam de estratégias de mediação pedagógica por parte do tutor, para que se construam comunidades virtuais de ensino e aprendizagem as quais facilitem a comunicação e um clima de pertencimento. Um bom curso de EAD dependerá da adequação das mídias ao público alvo, à intencionalidade do ensino, à consistência pedagógica do curso, à qualidade dos professores, à estratégia de aprendizagem envolvida, à adequação do conteúdo, do tempo e diversidade de atividades e à qualidade e clareza do material apresentado, para que tudo se converta em aprendizagem dinâmica e eficaz. O mais importante para o desenvolvimento de cursos a distância, além do conteúdo, é o planejamento. E a combinação de sincrônico com assincrônico deve ser considerada na seleção das estratégias pedagógicas em integração com as mídias interativas. Vamos refletir! http://charges.uol.com.br/2008/07/25/cotidiano-tempos-modernos/ (Acesso em 11/04/2019). http://charges.uol.com.br/2008/07/25/cotidiano-tempos-modernos/ 42 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n.º 1, de 3 de abril de 2001. __________. Ministério da Educação. Portaria Normativa n.º 02, de 10 de janeiro de 2007. __________. Ministério da Educação. Portaria n.º 4.361, de 29 de dezembro de 2004. __________. Ministério da Educação. Portaria n.º 4.059, de 10 de dezembro de 2004. __________. Ministério da Educação. Portaria n.º 301, de 7 de abril de 1998. __________. Ministério da Educação. Portaria n.º 2.253, de 18 de outubro de 2001. __________. Ministério da Educação. Lei n.º 10.861, de 14 de abril de 2004. __________. Ministério da Educação. Decreto n.º 5.622, de 20 de dezembro de 2005. __________. Ministério da Educação. Decreto de Nº 6.303, de 12 de dezembro de 2007. __________. Presidência da República. Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. __________. Ministério da Educação. Portaria nº 1.050, de 7 de novembro de 2007. __________. Ministério da Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro de 2007. __________. Presidência da República. Decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006. __________. Presidência da República. Decreto nº 2.561, de 27 de abril de 1998. __________. Presidência da República.Decreto n.º 5.773, de 9 de maio de 2006. __________. Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro de 2007. __________. Presidência da República.Decreto n.º9.057, de 25 de maio de 2017. __________. Presidência da República. Plano Nacional de Educação (PNE) 2001- 2010. CARMO, F. M. do. Mundo virtual 3D em plataforma aberta com interface para ambientes de aprendizagem. Dissertação de Mestrado. PUC, São Paulo, 2013. Disponível em: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3141/tde-04042013- 171436/publico/CARMO_2013_MV_interface_ambiente_aprendizagem_v019_jan_e dRev.pdf> Acesso em: jan./2019. GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. S. (coord.). Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: UNESCO, 2009. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3141/tde-04042013-171436/publico/CARMO_2013_MV_interface_ambiente_aprendizagem_v019_jan_edRev.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3141/tde-04042013-171436/publico/CARMO_2013_MV_interface_ambiente_aprendizagem_v019_jan_edRev.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3141/tde-04042013-171436/publico/CARMO_2013_MV_interface_ambiente_aprendizagem_v019_jan_edRev.pdf 43 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM LOCATELLI, Ederson. SCHLEMMER, Eliane. Redes Sociais o Paradigma Pedagógico Iniciano: uma perspectiva para a Educação Online nas Instituições Educacionais Jesuítas. In: Colabor@. A Revista Digital da CVA-RICESU, vol.7, N. 28, 2018. NUNES, J. S.Novas perspectivas para um ambiente virtual de aprendizagem: o docente como protagonista do processo. In: BARROS, D. M. V. ET AL. (org). Educação e tecnologias: reflexão, inovação e práticas. Universidade Aberta de Portugal, 2001, p. 316-329. Disponível em:https://docs.google.com/file/d/0B- 5eZJosO_E1QzFfamoyNTZGZIU/edit. Acesso em: jan./2019. https://docs.google.com/file/d/0B-5eZJosO_E1QzFfamoyNTZGZIU/edit https://docs.google.com/file/d/0B-5eZJosO_E1QzFfamoyNTZGZIU/edit
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