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Resenha I - Colonialidade do poder e os desafios da integração regional na América Latina

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE OURINHOS
CURSO: Geografia (bac/lic)
DISCIPLINA: Geografia da América Latina
PROFESSOR: Paulo F. C. Mourão
ALUNO: Felipe Janini Bonfante
Resenha
Colonialidade do poder e os desafios da integração regional na América Latina
Carlos Walter Porto-Gonçalves e Pedro de Araújo Quental
	No texto, Colonialidade do poder e os desafios da integração regional na América Latina, os autores Carlos Walter Porto-Gonçalves e Pedro de Araújo Quental discorrerm sobre os entraves historicamente enfrentados de uma integração regional dos países que constituem a América Latina, marcados pela colonialidade gerando estigmas difíceis de serem superados. 
	A análise baseia-se em uma historicidade extremamente lúcida e necessária para o entendimento da temática, é através desta que dialogamos com o passado comum desses países e entendemos os conflitos internos e externos e suas causa. 
	Inicialmente os autores discorrem sobre sobre a arbritariedade dos recortes geográficos produzidos por poderes hegemonicos, já que são estes os nomeadores, a atribuição de nomear uma região geográfica é um ato de poder. O conceito de América Latina foi formulado como uma estratégia de dominação e controle. 
	O “descobrimento” do Continente Americano mudou drasticamente o mundo, e desde o início foi produzida dentro de um contexto específico e de uma cosmologia cristã. Os autores destacam que a própria nomeiclatura “Novo Mundo” implica em conceber espaços em termos temporais ou seja, como um continente que não existia antes de seu descobrimento, desprezando assim a história do lugar e de seus habitantes. A América foi uma invenção forjada na amalgama de correntes de pensamentos pautados na superioridade do “homem branco civilizado e cristão”. 
	Esse “descobrimento” também iniciou um processo que culmina no que hoje chamamos de globalização, o próprio desenvolvimento do capitalismo moderno teve em sua gênese, como reação de uma ação, o “descobrimento”. Porto-Gonçalves e Quental, citando Dussel, colocam que o que hoje conhecemos como Europa manteve-se, até o século XV um papel periférico dentro do contexto histórico do continente euro-afro-asiático, até então a ordem mundial se encontrava organizada em oito cirquitos comerciais com a China despontando uma posição dominante e Europa em uma posição mais marginal. 
	Com a colonização do continente Americano a emergência de um novo circuito comercial transforma profundamente o mundo até então conhecido e são lançadas as bases do sistema mundial que conheçemos hoje. O fato é que, e os autores deixam isso literalmente claro, sem a América não haviria sistema capitalista mundial. 
	Esse novo processo, pautado em ua relação de poder e controle político econômico entre metrôpole e colônia, no extermínio, na exploração e escavização inaugura nossas bases de relação social hoje vigentes. Esse processo, coloca os autores, deve ser entendido, não somente a partir de aparatos militares e adminstrativos de dominação, mas sobretudo, pelo discurso de inferiorização imposta. 
	Os autores, citando Quijano, destacam que as relações de poder que erguem o sistema-mundo moderno se estruturaram em dois eixos fundamentais, a classificação da população a partir da ideia de raça e a articulaçãode todas as formas de controle de trabalho. 
	A diferenciação fenotípica de seres humanos começaram a ser utilizados no processo de colonização estabelecendo uma hierarquia racial, criando uma gradação entre os seres, utilizando-se de uma pseudo-ciência como o darwinismo social. Comcomitantemente temos a relação entre capital-salário e do mercado mundial se articulam com formas de controle e de exploração do trabalho. 
	A classificação racial imposta artificialmente associará a classificação social e o lugar em que determinada pessoa ocupará na divisão do trabalho, servidão e escravidão para as “raças dominadas” e o trabalho assalariado para brancos e europeus. Esse processo desembocará em relações sociais tão arraigadas que se refletem até nos dias de hoje. 
	Os autores colocam que até mesmo a expressão “América Latina”, surge em um contexto de um projeto imperialista francês para submissão das ex-colônias ibéricas do continennte americano e de combate a expansão dos Estados Unidos, e este reconhecendo neste nome sinonimo de inferioridade cultural, temporal e racial. 
	Se os processos exógenos do colonialismo foram extremamente crueis, os processos endógenos, após as independencias das colônias, foi um projeto político aristocrático, deixando para as elites criolas a incubencia de se reiventarem, estes por sua vez assimilaram um papel antagônico, por um lado negavam o passado colonial, por outro imaginavam-se como pertencentes à modernidade européia, rompendo com o colonialismo, mas não com a colonialidade.
	Nesse sentido, esse processo de tão arraigado no ente Latino-Americano, a colonialidade reflete-se nos projetos de Integração Regional, reproduzindo, nessas políticas, a lógica da colonialidade do poder. Colocam os autores o exemplo do Projeto de Integração da Infa-estrutura Regional Sul-Americana. A crítica a esse projeto baseia-se no fato que, para a contrução das infra-estruruas propostas a lógica territorial comcebe grandes áreas geográfica sul-americanas como “vazios demográficos”, desprezando assim a biodiversidade existente alí bem como os povos que dela depende e que se territorializaram ali. Reduzindo esses espaços como simples obstáculos de engenharia. 
	Os autores finalizam o artigo trazendo as perspectivas da América do Sul diante da nova configuração geográfica mundial. O enfraquecimento da hegemonia Norte Americana, que geraram conflitos geopolíticos na América Latina desde o século XIX e o aumento crescente do dinamismo econômico dos países Asiáticos, criaram uma nova geopolítica multi-polar que possibilita o rompimento dos países Latino Americanos dos Estados Unidos. Apesar disso as diferenças políticas dos países Latino Americanos afastam cada vez mais uma possível integração regional e desvencilhamento da influência Americana. 
	Além disso a tensão territorial tomou outras dimensões. Há um aumento da paticipação de outros protagonistas, de outras classes sociais, na política interna dos países, colocando assim em xequeu o Estado (uni)nacional, os autores destacam que movimentos sociais quebraram o monopólio estatal e empresarial nas relações internacionais, complexificando ainda mais a cena política nesse nível. As lutas sociais conseguem plasmar, em algumas ocasiões suas demandas, transformando-as em leis e politicas públicas, principalmente em relação as questões ambientais, tornando-se forte esse movimento na América Latina, segundo os autores, trata-se, no fundo, pela luta de reapropriação social da natureza pela humanidade.
	Por fim os autores finalizam argumentando que a colonialidade do poder ainda vigora em nossa socidade atual, e que há um cenário cada vez mais complexo para esses países, sobretudo aqueles que “buscam uma integração com justiça social, que abrigue a diversidade cultural-territorial e que seja ambientalmente responsável”, havendo assim, uma necessidade urgente de superação e reinvenção. 
	
Av. Vitalina Marcusso, 1500 CEP 19.910-206 Ourinhos SP Fone: 14 3302-5700 – Fax: 14 3302-5709 staa@ourinhos.unesp.br

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