Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ciências Humanas e suas Tecnologias Desenvolvimento tecnológico e revolução comportamental Competência de área 4 Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. H16 - identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social. H17 - analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção. H18 - analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais. H19 - Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropria- ção dos espaços rural e urbano. H20 - selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho. organizador: Mateus Prado COMPETÊNCIA 4 Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. no entanto, por se tratarem de questões já utilizadas nas provas do eneM, podem ocorrer casos de erros gramaticais ou discussões quanto à exatidão das respostas e conceitos empregados nas questões. em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente (errata@guiaenem.org.br), para que possamos esclarecer ou encaminhar cada caso. Edição H4-BExpediente Idealizador e Organizador: Mateus Prado Diretor de Criação: José Geraldo da Silva Junior Projeto Gráfico: Daniel Paiva Designers: Daniel Paiva e Lucas Paiva Humanas 3COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . na competência 4, o exame irá verificar se o aluno consegue estabelecer relações entre o desenvolvimento tecnoló- gico e as implicações comportamentais proporcionadas por ele. ou seja, quais alterações nas formas de trabalho, moradia, organização social, divisão das riquezas, entre outras, foram possíveis a partir dessas inovações. não se esqueça de que, por “desenvolvimento tecnológico”, entende-se qualquer melhoria técnica, e não somente as invenções tecnológicas mais recentes. Prepare-se para essa competência estudando as diferentes formas de organização da produção: escravismo antigo, feudalismo, capitalismo, socialismo e suas diferentes experiências. conheça os conceitos de produção artesanal, manufa- tureira e maquinofatureira. alguns momentos históricos merecem destaque. Primeiro, a Revolução industrial com a criação do sistema de fábrica na europa, as alterações na estrutura de produção e a formação do espaço urbano-industrial. Já no século XX, pesquise o fordismo, o toyotismo e os seus impactos na vida dos trabalhadores. no cenário brasileiro, pesquise a industrialização, a urbanização e as transformações sociais e trabalhistas. a agri- cultura familiar, o agronegócio, o latifúndio, a modernização das estruturas agrárias tradicionais e as lutas sociais no cam- po costumam aparecer bastante na prova. no mundo, a globalização e as novas tecnologias da telecomunicação, com suas consequências econômicas, sociais e políticas também merecem destaque. compreender os processos supracitados, conseguir relacionar as vantagens e os problemas e entender como tudo isso age deslocando a população, as riquezas e a produção pelos países, estados e cidades, garante o domínio das habili- dades propostas nessa competência. COMPETÊNCIA Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental 4 Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de: • Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social. incidência dessa comp etência na prova de ciências H umanas: 14% entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social. ENTENDA A COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA ExIgIDA PElO ENEM AS HABIlIDADES 4 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . selecione trechos do documentário Roger e Eu, de Michael Moore, e textos jornalísticos que mostrem a importância da indústria automobilística na região do aBc, em são Paulo, e em Betim - Minas gerais. Divida a sala em grupos e proponha que discutam os impactos da presença e da saída da gM da cidade de Flint, nos eua, e o que aconteceria com o aBc e com Betim se algo semelhante ocorresse. Peça que os grupos apresentem suas conclusões para a sala. Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências 1. elabore uma tabela em que você possa comparar diversos aspectos de cada modo de produção: primitivo, asiático, escra- vista, feudal, capitalista e comunista. Busque os conceitos e procure comparar também as formas de trabalho artesanal, manufaturado e industrial. 2. Procure na internet a definição do termo “agronegócio” (ou “agrobusiness”) e tente compreender melhor o que ele repre- senta na economia brasileira. Pense sobre a mecanização da agricultura e os custos ambientais e sociais dela. esse tema perpassa outras questões importantes, como a sustentabilidade, biotecnologia, economia de exportação e latifúndio. 3. Pesquise sobre as obras de Karl Marx e Joseph Proudhon. Veja como eles descreviam a sociedade e as relações entre a burguesia e os trabalhadores. conheça as suas propostas para mudança da forma de produção e da divisão das riquezas e do trabalho. 4. Quem disse que as “evoluções tecnológicas” que causaram “revoluções comportamentais” tiveram início na idade Mo- derna? no período neolítico (de 10.000 a 3.000 a.c.) tivemos o surgimento da agricultura, que é uma evolução tecnológica (evolução de uma técnica), e com ela foi possível a sedentarização dos grupos humanos, o que representa uma mudança comportamental muito grande. Pesquise, em cada período da pré-história, quais foram as evoluções tecnológicas e a que mudanças elas levaram. DICAS • Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção. • Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais. • Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos es- paços rural e urbano. • Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho. PROPOSTA DE AUlA 5COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . a prosperidade induzidapela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, pas- saram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. exceto em alguns ramos especializados, os velhos ar- tesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, en- quanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pe- quenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expos- tos a sucessivas reduções dos rendimentos. THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado). com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução in- dustrial, a forma de trabalhar alterou-se porque a) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. b) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. c) os novos teares exigiam treinamento especializado para se- rem operados. d) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. e) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos luga- res dos antigos artesãos nas fábricas. até o século XVii, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. a partir da Revolução industrial, porém, sobretudo com o advento da revo- lução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. são, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolu- ção industrial, as quais incluem a) a erradicação da fome no mundo. b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os re- cursos energéticos. d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura. e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização. Populações inteiras, nas cidades e na zona rural, dis- põem da parafernália digital global como fonte de educação e de formação cultural. essa simultaneidade de cultura e in- formação eletrônica com as formas tradicionais e orais é um desafio que necessita ser discutido. a exposição, via mídia ele- trônica, com estilos e valores culturais de outras sociedades, pode inspirar apreço, mas também distorções e ressentimen- tos. Tanto quanto há necessidade de uma cultura tradicional de posse da educação letrada, também é necessário criar estra- tégias de alfabetização eletrônica, que passam a ser o grande canal de informação das culturas segmentadas no interior dos o suíço Thomas Davatz chegou a são Paulo em 1855 para trabalhar como colono na fazenda de café ibicaba, em ATIVIDADES campinas. a perspectiva de prosperidade que o atraiu para o Brasil deu lugar a insatisfação e revolta, que ele registrou em livro. sobre o percurso entre o porto de santos e o planalto pau- lista, escreveu Davatz: “as estradas do Brasil, salvo em alguns trechos, são péssimas. em quase toda parte, falta qualquer es- pécie de calçamento ou mesmo de saibro. constam apenas de terra simples, sem nenhum benefício. É fácil prever que nessas estradas não se encontram estalagens e hospedarias como as da europa. nas cidades maiores, o viajante pode naturalmente encontrar aposento sofrível; nunca, porém, qualquer coisa de comparável à comodidade que proporciona na europa qualquer estalagem rural. Tais cidades são, porém, muito poucas na dis- tância que vai de santos a ibicaba e que se percorre em cin- quenta horas no mínimo”. em 1867 foi inaugurada a ferrovia ligando santos a Jundiaí, o que abreviou o tempo de viagem entre o litoral e o planalto para menos de um dia. nos anos seguintes, foram construídos outros ramais ferroviários que articularam o interior cafeeiro ao porto de exportação, santos. DAVATZ, T. Memórias de um colono no Brasil. São Paulo: Livraria Martins, 1941 (adaptado). o impacto das ferrovias na promoção de projetos de coloniza- ção com base em imigrantes europeus foi importante, porque a) o percurso dos imigrantes até o interior, antes das ferrovias, era feito a pé ou em muares; no entanto, o tempo de viagem era aceitável, uma vez que o café era plantado nas proximida- des da capital, são Paulo. b) a expansão da malha ferroviária pelo interior de são Paulo permitiu que mão-de-obra estrangeira fosse contratada para trabalhar em cafezais de regiões cada vez mais distantes do porto de santos. c) o escoamento da produção de café se viu beneficiado pelos aportes de capital, principalmente de colonos italianos, que desejavam melhorar sua situação econômica. d) os fazendeiros puderam prescindir da mão-de-obra europeia e contrataram trabalhadores brasileiros provenientes de ou- tras regiões para trabalhar em suas plantações. e) as notícias de terras acessíveis atraíram para são Paulo gran- de quantidade de imigrantes, que adquiriram vastas proprie- dades produtivas. 1 2 3 4 6 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . grandes centros urbanos e das zonas rurais. um novo modelo de educação. BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna, 1998 (adaptado). com base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias de informação no marco da globaliza- ção, depreende-se que a) a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio rural suscita o contato entre diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformu- lar as concepções tradicionais de educação. b) a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas para benefício próprio é fonte de conflitos e ressentimentos. c) as mudanças sociais e culturais que acompanham o proces- so de globalização, ao mesmo tempo em que refletem a pre- ponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais próprias do meio rural. d) as populações nos grandes centros urbanos e no meio ru- ral recorrem aos instrumentos e tecnologias de informação basicamente como meio de comunicação mútua, e não os veem como fontes de educação e cultura. e) a intensificação do fluxo de comunicação por meios eletrô- nicos, característica do processo de globalização, está dis- sociada do desenvolvimento social e cultural que ocorre no meio rural. as cidades não são entidades isoladas, mas interagem entre si e articulam-se de maneira cada vez mais complexa à medida que as funções urbanas e as atividades econômicas se diversificam e sua população cresce. intensificam-se os fluxos de informação, pessoas, capital, mercadorias e serviços que li- gam as cidades em redes urbanas. sobre esse processo de complexificação dos espaços urbanos é correto afirmar que a) a centralidade urbana das pequenas cidades é função da sua capacidade de captar o excedente agrícola das áreas circun- dantes e mantê-lo em seus estabelecimentos comerciais. b) as grandes redes de supermercados organizam redes urba- nas, pois seus esquemas de distribuição atacadista e varejista circulam pelas cidades e fortalecem sua centralidade. c) as capitais nacionais são sempre as grandes metrópoles, pois concentram o poder de gestão sobre o território de um país,além de exportarem bens e serviços. d) o desenvolvimento das técnicas de comunicação, transporte e gestão permitiu a formação de redes urbanas regionais e nacionais articuladas a redes internacionais e cidades glo- bais. e) a descentralização das atividades e serviços para cidades menores ocasiona perda de poder econômico e político das cidades hegemônicas das redes urbanas. o clima é um dos elementos fundamentais não só na ca- racterização das paisagens naturais, mas também no histórico de ocupação do espaço geográfico. Tendo em vista determinada restrição climática, a figura que re- presenta o uso de tecnologia voltada para a produção é: a) b) c) d) exploração vinícola no chile Pequena agricultura praticada em região andina Parque de engorda de bovinos nos eua Zonas irrigadas por aspersão na arábia saudita 5 6 7COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Desgraçado progresso que escamoteia as tradições saudáveis e repousantes. o ‘café’ de antigamente era uma pau- sa revigorante na alucinação da vida cotidiana. alguém dirá que nem tudo era paz nos cafés de antanho, que havia muita briga e confusão neles. e daí? não será por isso que lamento seu de- saparecimento do Rio de Janeiro. Hoje, se houver desaforo, a gente o engole calado e humilhado. Já não se pode nem brigar. não há clima nem espaço. ALENCAR, E. Os cafés do Rio. In: GOMES, D. Antigos cafés do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Kosmos, 1989 (adaptado). o autor lamenta o desaparecimento dos antigos cafés pelo fato de estarem relacionados com a) a economia da República Velha, baseada essencialmente no cultivo do café. b) o ócio (“pausa revigorante”) associado ao escravismo que mantinha a lavoura cafeeira. c) a especulação imobiliária, que diminui o espaço disponível para esse tipo de estabelecimento. d) a aceleração da vida moderna, que tornou incompatíveis com o cotidiano tanto o hábito de “jogar conversa fora” quanto as brigas. e) o aumento da violência urbana, já que as brigas, cada vez mais frequentes, levaram os cidadãos a abandonarem os ca- fés do Rio de Janeiro. a industrialização do Brasil é fenômeno recente e se processou de maneira bastante diversa daquela verificada nos estados unidos e na inglaterra, sendo notáveis, entre outras ca- racterísticas, a concentração industrial em são Paulo e a forte desigualdade de renda mantida ao longo do tempo. outra característica da industrialização brasileira foi a) a fraca intervenção estatal, dando-se preferência às forças de mercado, que definem os produtos e as técnicas por sua conta. b) a presença de políticas públicas voltadas para a supressão das desigualdades sociais e regionais, e desconcentração técnica. 8 e) Parque eólico na califórnia Anotações 7 8 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . c) o uso de técnicas produtivas intensivas em mão-de-obra qualificada e produção limpa em relação aos países com indústria pesada. d) a presença constante de inovações tecnológicas resultan- tes dos gastos das empresas privadas em pesquisa e em desenvolvimento de novos produtos. e) a substituição de importações e a introdução de cadeias complexas para a produção de matérias-primas e de bens intermediários. Houve momentos de profunda crise na história mundial contemporânea que representaram, para o Brasil, oportunida- des de transformação no campo econômico. a Primeira guerra Mundial (1914-1918) e a quebra da Bolsa de nova iorque (1929), por exemplo, levaram o Brasil a modificar suas estratégias pro- dutivas e a contornar as dificuldades de importação de produtos que demandava dos países industrializados. nas três primeiras décadas do século XX, o Brasil a) impediu a entrada de capital estrangeiro, de modo a garantir a primazia da indústria nacional. b) priorizou o ensino técnico, no intuito de qualificar a mão-de-obra nacional direcionada à indústria. c) experimentou grandes transformações tecnológicas na in- dústria e mudanças compatíveis na legislação trabalhista. d) aproveitou a conjuntura de crise para fomentar a industrializa- ção pelo país, diminuindo as desigualdades regionais. e) direcionou parte do capital gerado pela cafeicultura para a industrialização, aproveitando a recessão europeia e norte-americana. a crise de 1929 e dos anos subsequentes teve sua origem no grande aumento da produção industrial e agríco- la, nos eua, ocorrido durante a 1ª guerra Mundial, quando o mercado consumidor, principalmente o externo, conheceu ampliação significativa. o rápido crescimento da produção e das empresas valorizou as ações e estimulou a especulação, responsável pela “pequena crise” de 1920-21. em outubro de 1929, a venda cresceu nas Bolsas de Valores, criando uma tendência de baixa no preço das ações, o que fez com que muitos investidores ou especuladores vendessem seus pa- péis. De 24 a 29 de outubro, a Bolsa de nova York teve um prejuízo de us$ 40 bilhões. a redução da receita tributária que atingiu o estado fez com que os empréstimos ao exterior fossem suspensos e as dívidas, cobradas; e que se criassem também altas tarifas sobre produtos importados, tornando a entre as promessas contidas na ideologia do proces- so de globalização da economia estava a dispersão da produ- ção do conhecimento na esfera global, expectativa que não se vem concretizando. nesse cenário, os tecnopolos apare- cem como um centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia que conta com mão-de-obra altamente qualifica- da. os impactos desse processo na inserção dos países na economia global deram-se de forma hierarquizada e assimé- trica. Mesmo no grupo em que se engendrou a reestrutura- ção produtiva, houve difusão desigual da mudança de pa- radigma tecnológico e organizacional. o peso da assimetria projetou-se mais fortemente entre os países mais desenvolvi- dos e aqueles em desenvolvimento. BARROS, F. A. F. Concentração técnico-científica: uma tendência em expansão no mundo contemporâneo? Campinas: inovação Uniemp, v. 3, nº1, jan./fev. 2007 (adaptado). Diante das transformações ocorridas, é reconhecido que a) a inovação tecnológica tem alcançado a cidade e o campo, in- corporando a agricultura, a indústria e os serviços, com maior destaque nos países desenvolvidos. b) os fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas têm desacelerado, obedecendo ao novo modelo fundamenta- do em capacidade tecnológica. c) as novas tecnologias se difundem com equidade no espaço geográfico e entre as populações que as incorporam em seu dia-a-dia. d) os tecnopolos, em tempos de globalização, ocupam os antigos centros de industrialização, concentrados em alguns países emergentes. e) o crescimento econômico dos países em desenvolvimento, decorrente da dispersão da produção do conhecimento na esfera global, equipara-se ao dos países desenvolvidos. o intercâmbiode ideias, informações e culturas, através dos meios de comunicação, imprimem mudanças profundas no espaço geográfico e na construção da vida social, na medida em que transformam os padrões culturais e os sistemas de consu- mo e de produção, podendo ser responsáveis pelo desenvolvi- mento de uma região. HAESBAERT, R. Globalização e fragmentação do mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: EdUFF, 1998. Muitos meios de comunicação, frutos de experiências e da evo- lução científica acumuladas, foram inventados ou aperfeiçoa- dos durante o século XX e provocaram mudanças radicais nos modos de vida, como por exemplo, a) a diferenciação regional da identidade social por meio de há- bitos de consumo. b) o maior fortalecimento de informações, hábitos e técnicas locais. c) a universalização do acesso a computadores e a internet em todos os países. d) a melhor distribuição de renda entre os países do sul favore- 9 12 11 10 cendo o acesso a produtos originários da europa. e) a criação de novas referências culturais para a identidade so- cial por meio da disseminação das redes de fast-food. 9COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . a economia solidária foi criada por operários, no início do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao desem- prego que resultavam da utilização das máquinas, no início do século XiX. com a criação de cooperativas (de produção, de prestação de serviços, de comercialização ou de crédito), os tra- balhadores buscavam independência econômica e capacidade de controlar as novas tecnologias, colocando-as a serviço de to- dos os membros da empresa. essa ideia persistiu e se espalhou: da reciclagem ao microcrédito, já existem milhares de empreen- dimentos desse tipo hoje em dia, em várias partes do mundo. na economia solidária, todos os que trabalham são proprietários da empresa. Trata-se da possibilidade de uma empresa sem divisão entre patrão e empregados, sem busca exclusiva pelo lucro e mais apoiada na qualidade do que na quantidade de trabalho, em convivência com a economia de mercado. SINGER, Paul. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil. Disponível em: <http://www.cultura.ufpa.br/itcpes/documentos/ecosolv2.pdf>. Acesso em: 23 mar. 2009. (com adaptações). a economia solidária, no âmbito da sociedade capitalista, institui complexas relações sociais, demonstrando que a) a fraternidade entre patrões e empregados, comum no coope- rativismo, tem gerado soluções criativas para o desemprego desde o início do capitalismo. b) a rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa so- lidária mais ecologicamente sustentável que os empreendi- mentos capitalistas tradicionais. c) a prosperidade do cooperativismo, assim como a da pirataria e das formas de economia informal, resulta dos benefícios do não pagamento de impostos. d) as contradições inerentes ao sistema podem resultar em for- mas alternativas de produção. 13 crise internacional. RECCO, C. História: a crise de 29 e a depressão do capitalismo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u11504.shtml>. Acesso em: 26 out. 2008. (com adaptações). os fatos apresentados permitem inferir que a) as despesas e prejuízos decorrentes da 1ª guerra Mundial levaram à crise de 1929, devido à falta de capital para inves- timentos. b) o significativo incremento da produção industrial e agrícola norte-americana durante a 1ª guerra Mundial consistiu num dos fatores originários da crise de 1929. c) a queda dos índices nas Bolsas de Valores pode ser apontada como causa do aumento dos preços de ações nos eua em outubro de 1929. d) a crise de 1929 eclodiu nos eua a partir da interrupção de empréstimos ao exterior e da criação de altas tarifas sobre produtos de origem importada. e) a crise de 1929 gerou uma ampliação do mercado consumidor externo e, consequentemente, um crescimento industrial e agrícola nos eua. Anotações 10 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . e) o modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e so- cialistas representa uma alternativa econômica adequada ao capitalismo. antes, eram apenas as grandes cidades que se apresen- tavam como o império da técnica, objeto de modificações, sus- pensões, acréscimos, cada vez mais sofisticadas e carregadas de artifícios. esse mundo artificial inclui, hoje, o mundo rural. SANTOS, M. A Natureza do Espaço. São Paulo: Hucitec, 1996. considerando a transformação mencionada no texto, uma con- sequência socioespacial que caracteriza o atual mundo rural brasileiro é a) a redução do processo de concentração de terras. b) o aumento do aproveitamento de solos férteis. c) a ampliação do isolamento do espaço rural. d) a estagnação da fronteira agrícola do país. e) a diminuição do nível de emprego formal. a inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se trans- formava em lucro. as cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. as novas fá- bricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mos- trando mais a escravização do homem que seu poder. DEANE. P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnoló- gicos ocorridos no contexto da Revolução industrial inglesa e as características das cidades industriais no início do século XiX? a) a facilidade em se estabelecer relações lucrativas transfor- mava as cidades em espaços privilegiados para a livre inicia- tiva, característica da nova sociedade capitalista. b) o desenvolvimento de métodos de planejamento urbano au- mentava a eficiência do trabalho industrial. c) a construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas. d) a grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábri- cas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimenta- ção estética e artística. e) o alto nível de exploração dos trabalhadores industriais oca- sionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. no dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada a estrada de Ferro carajás, pertencente e diretamente operada pela com- panhia Vale do Rio Doce (cVRD), na região norte do país, ligando o interior ao principal porto da região, em são luís. Por seus, aproximadamente, 900 quilômetros de linha, passam, hoje, 5353 vagões e 100 locomotivas. Disponível em: http://www.transportes.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado). a ferrovia em questão é de extrema importância para a logísti- ca do setor primário da economia brasileira, em especial para porções dos estados do Pará e Maranhão. um argumento que destaca a importância estratégicadessa porção do território é a a) produção de energia para as principais áreas industriais do país. b) produção sustentável de recursos minerais não metálicos. c) capacidade de produção de minerais metálicos. d) logística de importação de matérias-primas industriais. e) produção de recursos minerais energéticos. a maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria é hoje exportadora de trabalhadores. empresários de Primavera do leste, estado de Mato grosso, procuram o bairro de Vila Ma- ria para conseguir mão de obra. É gente indo distante daqui 300, 400 quilômetros para ir trabalhar, para ganhar sete conto por dia. (carlito, 43 anos, maranhense, entrevistado em 22/03/98). Ribeiro, H. S. O imigrante e a cidade: dilemas e conflitos. Araraquara. Wunderlich, 2001 (adaptado). o texto retrata um fenômeno vivenciado pela agricultura brasi- leira nas últimas décadas do século XX, consequência a) dos impactos sociais da modernização da agricultura. b) da recomposição dos salários do trabalhador rural. c) da exigência de qualificação do trabalhador rural. d) da diminuição da importância da agricultura. e) do processo de desvalorização das áreas rurais. a evolução do processo de transformação de maté- rias-primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura um desses estágios foi o artesanato, em que se a) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira pa- dronizada. b) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo di- ferente do modelo de produção em série. c) empregavam fontes de energia abundantes para o funciona- mento das máquinas. 14 17 18 15 16 d) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado. e) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção. 11COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . os meios de comunicação funcionam como um elo entre os diferentes segmentos de uma sociedade. nas últimas déca- das, acompanhamos a inserção de um novo meio de comunica- ção que supera em muito outros já existentes, visto que pode contribuir para a democratização da vida social e política da sociedade à medida que possibilita a instituição de mecanismos eletrônicos para a efetiva participação política e disseminação de informações. constitui o exemplo mais expressivo desse novo conjunto de re- des informacionais a a) internet. b) fibra ótica. c) TV digital. d) telefonia móvel. e) portabilidade telefônica. A chegada da televisão a caixa de pandora tecnológica penetra nos lares e libera suas cabeças falantes, astros, novelas, noticiários e as fabulosas, ir- resistíveis garotas-propaganda, versões modernizadas do tradi- cional homem-sanduíche. SEVCENKO, N. (Org.). História da Vida Privada no Brasil 3. República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Cia. das Letras, 1998. a TV, a partir da década de 1950, entrou nos lares brasileiros provocando mudanças consideráveis nos hábitos da popula- ção. certos episódios da história brasileira revelaram que a TV, especialmente como espaço de ação da imprensa, tornou-se também veículo de utilidade pública, a favor da democracia, na medida em que a) amplificou os discursos nacionalistas e autoritários durante o governo Vargas. b) revelou para o país casos de corrupção na esfera política de vários governos. c) maquiou indicadores sociais negativos durante as décadas de 1970 e 1980. d) apoiou, no governo castelo Branco, as iniciativas de fecha- mento do parlamento. e) corroborou a construção de obras faraônicas durante os go- vernos militares. Homens da inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vos- sos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses 19 20 21 Anotações 12 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue? SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. a análise do trecho permite identificar que o poeta romântico shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa du- rante a Revolução industrial. Tal contradição está identificada a) na pobreza dos empregados, que estava dissociada da rique- za dos patrões. b) no salário dos operários, que era proporcional aos seus esfor- ços nas indústrias. c) na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo pro- letariado. d) no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. e) na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produ- ziam. um banco inglês decidiu cobrar de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos funcionários de suas agên- cias. e o motivo disso é que, na verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem é reduzir o número de agências, fazendo com que os clientes usem as máquinas automáticas em todo o tipo de transações. em suma, eles querem se livrar de seus funcionários. HOBSBAWM, E. O novo século. São Paulo: Companhia das Letras, 2000 (adaptado). o exemplo mencionado permite identificar um aspecto da ado- ção de novas tecnologias na economia capitalista contemporâ- nea. um argumento utilizado pelas empresas e uma consequên- cia social de tal aspecto estão em a) qualidade total e estabilidade no trabalho. b) pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos. c) diminuição dos custos e insegurança no emprego. d) responsabilidade social e redução do desemprego. e) maximização dos lucros e aparecimento de empregos. um fenômeno importante que vem ocorrendo nas últi- mas quatro décadas é o baixo crescimento populacional na eu- ropa, principalmente em alguns países como alemanha e Áus- tria, onde houve uma brusca queda na taxa de natalidade. esse fenômeno é especialmente preocupante pelo fato de a maioria desses países já ter chegado a um índice inferior ao ‘’nível de renovação da população’’, estimado em 2,1 filhos por mulher. a diminuição da natalidade europeia tem várias causas, algumas de caráter demográfico, outras de caráter cultural e socioeco- nômico. OLIVEIRA, P. S. Introdução à sociologia. São Paulo: Ática, 2004 (adapatado). as tendências populacionais nesses países estão relacionadas a uma transformação a) na estrutura familiar dessas sociedades, impactada por mu- danças nos projetos de vida das novas gerações. b) no comportamento das mulheres mais jovens, que têm impos- to seus planos de maternidade aos homens. c) no número de casamentos, que cresceu nos últimos anos, re- forçando a estrutura familiar tradicional. d) no fornecimento de pensões de aposentadoria, em queda diante de uma população de maioria jovem.e) na taxa de mortalidade infantil europeia, em contínua ascen- são, decorrente de pandemias na primeira infância. no século XiX, para alimentar um habitante urbano, eram necessárias cerca de 60 pessoas trabalhando no campo. essa proporção foi se modificando ao longo destes dois sécu- los. em certos países, hoje, há um habitante rural para cada dez urbanos. SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: EDUSP, 2008. o autor expõe uma tendência de aumento de produtividade agrí- cola por trabalhador rural, na qual menos pessoas produzem mais alimentos, que pode ser explicada a) pela exigência de abastecimento das populações urbanas, a tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender suas necessidades e de se apropriar dos espaços, 22 24 25 23 a) adotou a acomodação evolucionária como forma de sobre- vivência ao se dar conta de suas deficiências impostas pelo meio ambiente. b) utilizou o conhecimento e a técnica para criar equipamentos que lhe permitiram compensar as suas limitações físicas. c) levou vantagens em relação aos seres de menor estatura, por possuir um físico bastante desenvolvido, que lhe permitia mui- ta agilidade. d) dispensou o uso tecnologia por ter um organismo adaptável aos diferentes tipos de meio ambiente. e) sofreu desvantagens em relação a outras espécies, por utili- zar os recursos naturais como forma de se apropriar dos dife- rentes espaços. Nova Escola, nº 226, out. 2009. 13COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . os últimos séculos marcam, para a atividade agrí- cola, com a humanização e a mecanização do espaço geo- gráfico, uma considerável mudança em termos de produtivi- dade: chegou-se, recentemente, à constituição de um meio técnico-científico-informacional, característico não apenas da vida urbana, mas também do mundo rural, tanto nos pa- íses avançados como nas regiões mais desenvolvidas dos países pobres. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). Responda sem pestanejar: que país ocupa a liderança mundial no mercado de etanol? Para alguns, a resposta óbvia é o Brasil. afinal, o país tem o menor preço de produção do mercado, além de vastas áreas disponíveis para o plantio de matéria-prima. outros dirão que são os eua, donos da maior produção anual. nos próximos anos, essa pergunta não deve gerar mais dúvida, pois a disputa não se dará em plantações de cana-de-açúcar ou nas usinas, mas nos laboratórios alta- mente sofisticados. TERRA, L. Conexões: estudos de geografia geral. São Paulo: Moderna, 2009 (adaptado). a biotecnologia propicia, entre outras coisas, a produção dos biocombustíveis, que vêm se configurando em importantes for- mas de energias alternativas. Que impacto possíveis pesquisas em laboratórios podem provocar na produção de etanol no Bra- sil e nos eua? a) aumento na utilização de novos tipos de matérias-primas para a produção do etanol, elevando a produtividade. b) crescimento da produção desse combustível, causando, po- rém, danos graves ao meio ambiente pelo excesso de planta- ções de cana-de-açúcar. c) estagnação no processo produtivo do etanol brasileiro, já que o país deixou de investir nesse tipo de tecnologia. d) elevação nas exportações de etanol para os eua, já que a produção interna brasileira é maior que a procura, e o produto em qualidade superior. e) aumento da fome em ambos os países, em virtude da produ- ção de cana-de-açúcar prejudicar a produção de alimentos. 27 26 que trabalham majoritariamente no setor primário da econo- mia. b) pela imposição de governos que criam políticas econômicas para o favorecimento do crédito agrícola. c) pela incorporação homogênea dos agricultores às técnicas de modernização, sobretudo na relação latifúndio-minifúndio. d) pela dinamização econômica desse setor e utilização de no- vas técnicas e equipamentos de produção pelos agricultores. e) pelo acesso às novas tecnologias, o que fez com que áreas em altas latitudes, acima de 66º, passassem a ser grandes produtoras agrícolas. Anotações 14 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . a modernização da agricultura está associada ao desenvolvi- mento científico e tecnológico do processo produtivo em dife- rentes países. ao considerar as novas relações tecnológicas no campo, verifica-se que a a) introdução de tecnologia equilibrou o desenvolvimento eco- nômico entre o campo e a cidade, refletindo diretamente na humanização do espaço geográfico nos países mais pobres. b) tecnificação do espaço geográfico marca o modelo produtivo dos países ricos, uma vez que pretendem transferir gradativa- mente as unidades industriais para o espaço rural. c) construção de uma infraestrutura científica e tecnológica promoveu um conjunto de relações que geraram novas inte- rações socioespaciais entre o campo e a cidade. d) aquisição de máquinas e implementos industriais, incorpora- dos ao campo, proporcionou o aumento da produtividade, liber- tando o campo da subordinação à cidade. e) incorporação de novos elementos produtivos oriundos da ati- vidade rural resultou em uma relação com a cadeia produtiva industrial, subordinando a cidade ao campo. os cercamentos do século XViii podem ser considera- dos como sínteses das transformações que levaram à consoli- dação do capitalismo na inglaterra. em primeiro lugar, porque sua especialização exigiu uma articulação fundamental com o mercado. como se concentravam na atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu dos mercados, de novas tec- nologias de beneficiamento do produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. em segundo lugar, concentrou-se na inter-rela- ção do campo com a cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à liberação de mão de obra. RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al(Orgs.) O Século XX, v.I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado). outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução industrial na inglaterra foi o a) aumento do consumo interno. b) congelamento do salário mínimo. c) fortalecimento dos sindicatos proletários. d) enfraquecimento da burguesia industrial. e) desmembramento das propriedades improdutivas. o gráfico mostra a relação da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas com a área plantada no Brasil, no período de 1980 a 2008. Verifica-se uma grande variação da produção em comparação à área plantada, o que caracteriza o crescimento da Que transformação ocorrida na agricultura brasileira, nas últimas décadas, justifica as variações apresentadas no gráfico? a) o aumento do número de trabalhadores e menor necessidade de investimentos. b) o progressivo direcionamento da produção de grãos para o mercado interno. c) a introdução de novas técnicas e insumos agrícolas, comofertilizantes e sementes geneticamente modificadas. d) a introdução de métodos de plantio orgânico, altamente pro- dutivos, voltados para a exportação em larga escala. e) o aumento no crédito rural voltado para a produção de grãos por camponeses da agricultura extensiva. no mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da popu- lação com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. sozinho vai descobrindo o caminho o rádio fez assim com seu avô Rodovia, hidrovia, ferrovia e agora chegando a infovia Para alegria de todo o interior GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br. Acesso em: 16 abr. 2010 (fragmento). o trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas centrais da globalização, diretamente associada ao processo de 28 30 31 32 29 a) evolução da tecnologia da informação. b) expansão das empresas transnacionais. c) ampliação dos protecionismos alfandegários. d) expansão das áreas urbanas no interior. e) evolução dos fluxos populacionais. A partir do gráfico a seguir, responda às questões 30 e 31. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 20 jul. 2010. a) economia. b) área plantada. c) produtividade. d) sustentabilidade. e) racionalização. Relação entre produção e área plantada no Brasil 1980-2008 15COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . uma empresa norte-americana de bioenergia está ex- pandindo suas operações para o Brasil para explorar o mercado de pinhão manso. com sede na califórnia, a empresa desenvol- veu sementes híbridas de pinhão manso, oleaginosa utilizada hoje na produção de biodiesel e de querosene de aviação. MAGOSSI, E. O Estado de São Paulo. 19 maio 2011 (adaptado). a partir do texto, a melhoria agronômica das sementes de pinhão manso abre para o Brasil a oportunidade econômica de a) ampliar as regiões produtoras pela adaptação do cultivo a di- ferentes condições climáticas. b) beneficiar os pequenos produtores camponeses de óleo pela venda direta ao varejo. c) abandonar a energia automotiva derivada do petróleo em fa- vor de fontes alternativas. d) baratear cultivos alimentares substituídos pelas culturas energéticas de valor econômico superior. e) reduzir o impacto ambiental pela não emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera. estamos testemunhando o reverso da tendência his- tórica da assalariação do trabalho e socialização da produ- ção, que foi característica predominante na era industrial. a nova organização social e econômica baseada nas tecnolo- gias da informação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. as novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em 33 34 sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por moder- nidade e democracia. em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justica e liberdade. uma série de manifes- tações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus liber- tário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do golfo Pérsico. SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado). considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes a) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes. b) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver. c) manter o distanciamento necessário à sua segurança. d) disseminar vírus capazes de destruir programas dos compu- tadores. e) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população. Anotações 16 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja en- tre continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício. CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado). no contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. na esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado a) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as li- nhas de montagem sob influência dos modelos orientais de gestão. b) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do desemprego crônico. c) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como res- postas as demandas por inovação e com vistas a mobilida- de dos investimentos. d) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e gestores. e) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, exe- cutivos e clientes com a garantia de harmonização das re- lações de trabalho. SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização da produção familiar de to- mate no município de São José de Ubá (RJ). In: RIBEIRO, M. A.; MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e assimetrias geográficas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009 (adaptado). o organograma apresenta os diversos atores que integram uma cadeia agroindustrial e a intensa relação entre os setores pri- mário, secundário e terciário. nesse sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial demonstra a) a autonomia do setor primário. b) a importância do setor financeiro. c) o distanciamento entre campo e cidade. d) a subordinação da indústria à agricultura. e) a horizontalidade das relações produtivas. 35 Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado Produção de insumos agricolas: sementes/ agrotóxicos comercialização de insumos agrícolas consumidor final supermercado agricultor intermedário Banco / Financiamentos o acidente nuclear de chernobyl revela brutalmente os limites dos poderes técnicos-científicos da humanidade e as “marchas-à-ré” que a “natureza” nos pode reservar. É evidente que uma gestão mais coletiva se impõe para orientar as ciências e as técnicas em direção a finalidades mais humanas. GUATTARI, F. As três ecologias. São Paulo: Papirus, 1995 (adaptado). o texto trata do aparato técnico-científico e suas consequências para a humanidade, propondo que esse desenvolvimento a) defina seus projetos a partir dos interesses coletivos. b) guie-se por interesses econômicos, prescritos pela lógica do mercado. c) priorize a evolução da tecnologia, se apropriando da natureza. d) promova a separação entre natureza e sociedade tecnológica. e) tenha gestão própria, com o objetivo de melhor apropriação da natureza. aintrodução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua or- ganização. o uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação micro- eletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operá- rios e uma mudança na organização dos processos de trabalho. Revista Eletrônica de Geografia y Ciências Sociales. Universidad de Barcelona. Nº 170(9), 1 ago. 2004. a utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alte- rações no mundo do trabalho. essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado a) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver pro- dutos autênticos e personalizados. b) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial. c) pela participação ativa das empresas e dos próprios trabalha- dores no processo de qualificação laboral. d) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores especiali- zados em funções repetitivas. e) pela manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade. um volume imenso de pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas de televisão. a maioria desses estudos diz respeito às crianças - o que e bas- tante compreensível pela quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e pelas possíveis implicações desse com- portamento para a socialização. Dois dos tópicos mais pesquisa- dos são o impacto da televisão no âmbito do crime e da violência e a natureza das notícias exibidas na televisão. GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. 36 37 38 17COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . no estado de são Paulo, a mecanização da colheita da cana-de-açúcar tem sido induzida também pela legislação am- biental, que proíbe a realização de queimadas em áreas próxi- mas aos centros urbanos. na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar. BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura brasi- leira no período de 1990-2000. Revista de economia agrícola. V. 49 (1), 2002. o texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeco- nômica, que integram o processo de modernização da produção canavieira. em torno da associação entre elas, uma mudança decorrente desse processo é a a) perda de nutrientes do solo devido à utilização constante de máquinas. b) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita. c) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente pro- dutivo. d) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte. e) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas. os impactos positivos da biotecnologia na agricultura envolvem o aprimoramento das práticas de cultivo, a redução da quantidade e melhoria na qualidade dos produtos agrícolas e o aumento da renda dos produtores. Disponível em: www.cib.org.br. Acesso em: 26 jul.2011 (adaptado). um argumento que mostra uma desvantagem da utilização da biotecnologia para a sociedade, de modo geral, é a) a criação de produtos com propriedades nutritivas diferen- ciadas. 39 40 o texto indica que existe uma significativa produção científica sobre os impactos socioculturais da televisão na vida do ser hu- mano. e as crianças, em particular, são as mais vulneráveis a essas influências, porque a) codificam informações transmitidas nos programas infantis por meio da observação. b) adquirem conhecimentos variados que incentivam o processo de interação social. c) interiorizam padrões de comportamento e papéis sociais com menor visão crítica. d) observam formas de convivência social baseadas na tolerância e no respeito. e) apreendem modelos de sociedade pautados na observância das leis. Anotações 18 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . b) o desenvolvimento de novas variedades de um determinado produto agrícola. c) a maior resistência das plantas geneticamente modificadas ao ataque de insetos. d) o desconhecimento acerca de seus possíveis efeitos sobre a saúde humana. e) a criação ou adaptação de culturas em solos e climas dife- rentes daqueles originais. as relações sociais, produzidas a partir da expansão do mercado capitalista - e o sistema de fábrica é seu “estágio su- perior” -, tornaram possível o desenvolvimento de uma determi- nada tecnologia, isto é, aquela que supõe a priori a expropriação dos saberes daqueles que participam do processo de trabalho. nesse sentido, foi no sistema de fábrica que uma dada tecno- logia pôde se impor, não apenas como instrumento para incre- mentar a produtividade do trabalho, mas, muito principalmente, como instrumento para controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho. DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986 (fragmento). Mais do que trocar ferramentas pela utilização de máquinas, o capitalismo, por meio do “sistema de fábrica”, expropriou o tra- balhador do seu “saber fazer”, provocando, assim, a) a desestruturação de atividades lucrativas praticadas pelos artesãos ingleses desde a Baixa idade Média. b) a divisão e a hierarquização do processo laboral, que ocasio- naram o distanciamento do trabalhador do seu produto final. c) o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas em dire- ção às rurais, devido à escassez de postos de trabalho nas fábricas. d) a organização de grupos familiares em galpões para elabora- ção e execução de manufaturas que seriam comercializadas. e) a associação da figura do trabalhador à do assalariado, fato que favorecia a valorização do seu trabalho e a inserção no processo fabril. a cada 80 dias, 20 mil gravatas chegam a uma lojinha do Brás, bairro comercial de são Paulo. É o fim de uma viagem e tanto para elas - navegam por um mês desde shengzhou, uma cidade no leste chinês. Mas a parada no Brás não deve demorar. Pelo menos se depender de Márcio, o dono da loja. ele costuma vender todo o estoque até a chegada da carga seguinte. Márcio não conhece muito de shengzhou, mas sabe de algo importante: “lá estão as gravatas mais baratas do mundo. na Índia, são 15% mais caras. na europa, 300%”. Superinteressante. Nº 271, nov. 2009. a coesão é uma estratégia espacial adotada pelas indústrias para reduzir o custo de comercialização. no caso chinês, a in- teração socioespacial ocorre com diversas partes do mundo, inclusive com são Paulo. De acordo com as informações da re- portagem, é possível identificar essa coesão na a) diminuição do custo da mão de obra intelectualizada. b) redução das redes de telecomunicações mundiais. c) distribuição global da montagem do produto.d) ampliação das distâncias continentais. e) especialização produtiva da indústria local. a aceleração da taxa de extinção de espécies é um grave e irreversível problema global causado pelos danos às reservas florestais. as previsões das taxas de extinção variam enormemente e, segundo alguns autores, poderão variar entre 20% e 50% de todas as espécies existentes até o final do século, essencialmente, pela destruição do hábitat nos trópicos. As Reservas Florestais pedem Socorro. Revista Geografia. Ed. 30, abr. 2010 (adaptado). as taxas atuais de extinção nos países desenvolvidos são baixas em comparação com as das florestas tropicais e isso se deve à a) exploração sustentável da enorme diversidade natural exis- tente nesses países. b) introdução de modernas tecnologias capazes de conter o avanço do desmatamento. c) degradação já causada anteriormente por pressões advindas do processo de industrialização. d) conservação de superfícies significativas de ecossistemas pouco alterados pela ação antrópica. e) incorporação dos recursos florestais à riqueza nacional des- ses países, favorecendo o extrativismo. Vivemos nessa era interligada em que pessoas de todo o planeta participam de uma única ordem informacional das comunicações modernas. graças à globalização e ao poder da internet, quem estiver em caracas ou no cairo conseguirá receber as mesmas músicas populares, notícias, filmes e pro- gramas de televisão. GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005 (fragmento). o texto faz referência à revolução informacional, que vem produ- zindo uma série de alterações no cotidiano dos indivíduos. nes- sa perspectiva, a vida social das pessoas está sofrendo grandes alterações devidas a) à diminuição na interação social entre os indivíduos mais in- 41 43 44 42 formatizados. b) à velocidade com que as informações são disponibilizadas em todo o mundo. c) ao baixo fluxo de informações disponibilizadas pelos meios convencionais de comunicação. d) à maior disponibilidade de tempo para atividades relacionadas ao lazer. e) ao aumento nos níveis de desemprego entre os mais jovens. 19COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Parece-me bastante significativo que a questão muito discutida sobre se o homem deve ser “ajustado” à máquina ou se a máquina deve ser ajustada à natureza do homem nunca tenha sido levantada a respeito dos meros instrumentos e ferra- mentas. e a razão disto é que todas as ferramentas da manufa- tura permanecem a serviço da mão, ao passo que as máquinas realmente exigem que o trabalhador as sirva, ajuste o ritmo na- tural do seu corpo ao movimento mecânico delas. ARENDT, H. Trabalho, Obra e Ação. In: Cadernos de Ética e Filosofia Política 7. São Paulo: EdUSP, 2005 (fragmento). com base no texto, as principais consequências da substituição da ferramenta manual pela máquina são a) o adestramento do corpo e a perda da autonomia do traba- lhador. b) a reformulação dos modos de produção e o engajamento po- lítico do trabalhador. c) o aperfeiçoamento da produção manufatureira criativa e a rejeição do trabalho repetitivo. d) a flexibilização do controle ideológico e a manutenção da liber- dade do trabalhador. e) o abandono da produção manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina. Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos teste- munhos, e é que vi nesta terra de Veragua [Panamá] maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade. Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho de 1503. Apud AMADO, J.; FIGUEIREDO, L. C. Colombo e a América: quinhentos anos depois. São Paulo: Atual, 1991 (adaptado). o documento permite identificar um interesse econômico espa- nhol na colonização da américa a partir do século XV. a impli- cação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada na a) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico. b) promoção das guerras justas para conquistar o território. c) imposição da catequese para explorar o trabalho africano. d) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico. e) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas. a soma do tempo gasto por todos os navios de carga na espera para atacar no porto de santos é igual a 11 anos - isso, contando somente o intervalo de janeiro a outubro de 2011. o problema não foi registrado somente neste ano. Desde 2006 a perda de tempo supera uma década. Folha de S. Paulo, 25 dez. 2011 (adaptado). 45 46 47 Anotações 20 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . a situação descrita gera consequências em cadeia, tanto para produção quanto para o transporte. no que se refere à territo- rialização da produção no Brasil contemporâneo, uma dessas consequências é a a) realocação das exportações para o modal aéreo em função da rapidez. b) dispersão dos serviços financeiros em função da busca de novos pontos de importação. c) redução da exportação de gêneros agrícolas em função da dificuldade para o escoamento. d) priorização do comércio com países vizinhos em função da existência de fronteiras terrestres. e) estagnação da indústria de alta tecnologia em função da con- centração de investimentos na infraestrutura de circulação. Disponível em: http://primeira-serie.blogspot.com.br. Acesso em: 07 dez. 2011 (adaptado). na imagem do início do século XX, identifica-se um modelo pro- dutivo cuja forma de organização fabril baseava-se na a) autonomia do produtor direto. b) adoção da divisão sexual do trabalho. c) exploração do trabalho repetitivo. d) utilização de empregados qualificados. e) incentivo à criatividade dos funcionários. 48 TExTO I ao se emanciparem da tutela senhorial, muitos camponeses foram desligados legalmente da antiga terra. Deveriam pagar, para adquirir propriedade ou arrendamento. Por não possuírem recursos, engrossaram a camada cada vez maior de jornaleiros e trabalhadores volantes, outros, mesmo tendo propriedade sobre um pequeno lote, suplementavam sua existência com o 49 assalariamento esporádico. MACHADO, P. P. Política e colonização no Império. Porto Alegre: EdUFRGS, 1999. (adaptado). TExTO II com a globalização da economia ampliou-se a hegemonia do modelo de desenvolvimento agropecuário, com seus padrões tecnológicos, caracterizando o agronegócio. essa nova face da agricultura capitalista também mudou a forma de controle e exploração da terra. ampliou-se, assim, a ocupação de áreas agricultáveis e as fronteiras agrícolas se estenderam. SADER, E.;JUNKINGS, I. Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo: Boitempo, 2006 (adaptado). os textos demonstram que, tanto na europa do século XiX quan- to no contexto latino-americano do séculoXXi, as alterações tecnológicas vivenciadas no campo interferem na vida das po- pulações locais, pois a) induzem os jovens ao estudo nas grandes cidades, causando o êxodo rural, uma vez que formados, não retornam à sua re- gião de origem. b) impulsionam as populações locais a buscar as linhas de fi- nanciamento estatal com o objetivo de ampliar a agricultura familiar, garantindo sua fixação no campo. c) ampliam o protagonismo do estado, possibilitando a grupos econômicos ruralistas produzir e impor políticas agrícolas, ampliando o controle que tinham dos mercados. d) aumentam a produção e a produtividade de determinadas cul- turas em função da intensificação da mecanização, do uso de agrotóxicos e cultivo de plantas transgênicas. e) desorganizam o modo tradicional de vida impelindo-as à bus- ca por melhores condições no espaço urbano ou em outros países em situação muitas vezes precárias. a necessidade de se especializar, de forma talvez indi- reta, aproximou significativamente o campo e a cidade, na me- dida em que vários aparatos tecnológicos advindos do espaço urbano foram incorporados às práticas agrícolas. Maquinários altamente modernos, insumos industrializados na lavoura são fatores que contribuíram para uma nova forma de produzir no campo, cada vez com maior rapidez e especialização. OLIVEIRA, E. B. S. Nova relação campo-cidade: tendências do novo rural brasileiro. Revista Geografia. São Paulo: Escala Educacional, maio 2011 (adaptado). com base na aproximação indicada no texto, uma consequência da modernização técnica para os sistemas produtivos dos espa- ços rurais encontra-se em: a) exigência de mão de obra com qualificação. b) implementação da atividade do ecoturismo. c) aumento do número de famílias assentadas. d) Demarcação de terras para povos indígenas. e) ampliação do crédito à agricultura familiar. 50 21COMPETÊNCIA 4 - Desenvolvimento Tecnológico e Revolução Comportamental Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Disponível em: http://nutriteengv.blogspot.com.br. Acesso em: 28 dez. 2011. na charge faz-se referência a uma modificação produtiva ocorrida na agricultura. uma contradição presente no espaço rural brasileiro derivada dessa modificação produtiva está pre- sente em: a) expansão das terras agricultáveis, com manutenção de desi- gualdades sociais. b) Modernização técnica do território, com redução do nível de emprego formal. c) Valorização de atividades de subsistência, com redução da produtividade da terra. d) Desenvolvimento de núcleos policultores, com ampliação da concentração fundiária. e) Melhora da qualidade dos produtos, com retração na exporta- ção de produtos primários. 51 outro importante método de racionalização do trabalho industrial foi concebido graças aos estudos desenvolvidos pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. uma de suas preocupações fundamentais era conceber meios para que a capacidade produtiva dos homens e das máquinas atingisse seu patamar máximo. Para tanto, ele acreditava que estudos científicos minuciosos deveriam combater os problemas que impediam o incremento da produção. Taylorismo e Fordismo. Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 28 fev. 2012. o Taylorismo apresentou-se como um importante modelo pro- dutivo ainda no início do século XX, produzindo transformações na organização da produção e, também, na organização da vida social. a inovação técnica trazida pelo seu método foi a a) utilização de estoques mínimos em plantas industriais de pe- queno porte. 52 Anotações 22 Ciências Humanas e suas Tecnologias Humanas Re pr od uç ão p ro ib id a. A c óp ia d es sa d is tri bu iç ão d as q ue st õe s do E N EM p or c om pe tê nc ia c ar ac te riz a da no a o di re ito a ut or al . A rt. 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . b) cronometragem e controle rigoroso do trabalho para evitar desperdícios. c) produção orientada pela demanda enxuta atendendo a espe- cíficos nichos de mercado. d) flexibilização da hierarquia no interior da fábrica para estreitar a relação entre os empregados. e) polivalência dos trabalhadores que passaram a realizar fun- ções diversificadas numa mesma jornada. na união europeia, buscava-se coordenar políticas do- mésticas, primeiro no plano do carvão e do aço, e em seguida em várias áreas, inclusive infraestrutura e políticas sociais. e essa coordenação de ações estatais cresceu de tal maneira, que as políticas sociais e as macropolíticas passaram a ser coordenadas, para, finalmente, a própria política monetária vir a ser também objeto de coordenação com vistas à adoção de uma moeda única. no Mercosul, em vez de haver legislações e instituições comuns e coordenação de políticas domésticas, adotam-se regras claras e confiáveis para garantir o relaciona- mento econômico entre esses países. ALBUQUERQUE, J. A. G. Relações internacionais contemporâneas: a ordem mundial depois da Guerra Fria. Petrópolis: Vozes, 2007 (adaptado). os aspectos destacados no texto que diferenciam os estágios dos processos de integração da união européia e do Mercosul são, respectivamente: a) consolidação da interdependência econômica − aproximação comercial entre os países. b) conjugação de políticas governamentais − enrijecimento do controle migratório. c) criação de inter-relações sociais − articulação de políticas nacionais. d) composição de estratégias de comércio exterior − homogenei- zação das políticas cambiais. e) Reconfiguração de fronteiras internacionais − padronização das tarifas externas. a cultura ocidental acentuadamente antropocêntrica foi marcada por processos convergentes de desenvolvimento técnico-científico e acumulação de riquezas, propiciados pela expansão colonial, que resultaram na revolução industrial, no fortalecimento da ideia de progresso e no processo de ociden- talização do mundo. FERREIRA, L. C. Dilemas do século XX: ideias para uma sociologia da questão ecológica. In: SILVA, J. P. (Org.) Por uma Sociologia do século XX. São Paulo: Annablume, 2007 (adaptado). esse processo de acumulação de riquezas no ocidente, por lon- gos séculos, se fez à custa da degradação do meio natural. Do ponto de vista da cultura e do imaginário ocidental moderno, isso se deveu à a) ideologia revolucionária burguesa, que pregava a repartição igualitária do direito de acesso aos recursos naturais e agrí- colas. b) ideia de Renascimento, que representava os benefícios téc- nicos de transformação da natureza como salutares para a preservação de ecossistemas. c) concepção sacralizada de que a natureza, enquanto obra da criação de Deus, devia servir à contemplação estética e reli- giosa. d) perspectiva desenvolvimentista, que atrelava o progresso ao meio ambiente e difundia amplamente um entendimento da re- lação harmoniosa entre sociedade e natureza. e) crença nos poderes da ciência e do desenvolvimento tecno- lógico, que contribuiu para tratar a natureza como objeto de quantificação, manipulação e dominação. uma gigante empresa taiwanesa do setor de tecnologia vai substituir parte de seus funcionários por um milhão de ro- bôs em até três anos,
Compartilhar