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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO EM TI

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Prévia do material em texto

ELISAMARA DE OLIVEIRA
Atualizado e revisado por
É vedada, terminantemente, a cópia do material didático sob qualquer 
forma, o seu fornecimento para fotocópia ou gravação, para alunos 
ou terceiros, bem como o seu fornecimento para divulgação em 
locais públicos, telessalas ou qualquer outra forma de divulgação 
pública, sob pena de responsabilização civil e criminal.
SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1 . Introdução: empreendedorismo e empreendedores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1 Empreendedor e empreendedorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6
1.2 Características e comportamento do empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8
1.3 O empreendedor, o líder e a liderança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
1.4 Empreendedor x administrador x gerente tradicional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16
2 . As diferentes visões do perfil do empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1 Chiavenato: o executor e o administrador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
2.2 Degen: sacrifício pessoal ou não . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 Dolabela: o motor da economia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
2.4 Dornelas: oito tipos de empreendedores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.5 Empresarial, intraempreendedor, público e social: os quatro contextos do 
empreendedorismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3 . Empreendedorismo no Brasil e na área de TI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.1 O empreendedorismo brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .31
3 .2 Situação do empreendedorismo no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.3 racassos no cenário corporativo brasileiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4 Empreendedorismo em TI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.5 O empreendedor na área de TI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4 . Plano de negócios - primeira parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.1 O que é o plano de negócios e para que serve . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Estrutura do plano de negócios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.3 Sumário executivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .51
4.3.1 Caracterização do empreendimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.3.2 Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições . . . 51
4.3.3 Definição da missão e vda isão da empresa . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.3.4 Definição da estratégia empresarial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.3.5 Setor de atividade, forma jurídica e enquadramento tributário. . . . . . . 55
4.3.6 Capital social e fontes de recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4 .4 Análise de mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.5 Produtos e serviços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
5 . Plano de negócios - segunda parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.1 Estratégia de marketing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.1.1 Os quatro Ps do marketing: produto, preço, praça, promoção . . . . . . . 62
5.1.2 Os outros quatro Ps do marketing: pessoas, processos, posicionamento e 
performance . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.2 Plano operacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.3 Plano de recursos humanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.Plano financeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .76
6 . Empreendedorismo e inovação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
6.1 O empreendedor e a inovação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
6.2 Investidores x empreendedores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
6.3 Organização exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Pág. 5 de 96
INTRODUÇÃO
Prezado aluno, será que você já sonhou em ter um negócio próprio, ser dono do seu horário de 
trabalho, faturar alto, poder gastar sem se preocupar com a entrada de recursos financeiros? Se já 
teve esse pensamento, certamente ficou com receio de perder o seu salário mensal, das pressões 
de clientes e fornecedores e da sociedade à sua volta. Provavelmente já ouviu dizer que ter negócio 
próprio implica duplicar e, às vezes, triplicar a sua jornada de trabalho, em detrimento do seu lazer, 
família, amigos e/ou entretenimento, não é mesmo?
Ao pensarem nesse assunto, as pessoas pesam os prós e contras de empreender, e a maioria 
passa a achar que o melhor é passar em um bom concurso público e “garantir uma aposentadoria 
tranquila”. Seja qual for o seu sonho, o material que preparamos objetiva possibilitar que você 
adquira conhecimentos relativos aos fundamentos da gestão e do empreendedorismo, mesmo que 
você decida não seguir esse caminho.
Em um evento sobre empreendedorismo, um dos sócios de uma grande empresa brasileira disse 
claramente que o empreendedor precisa, acima de tudo, de paixão pelo trabalho, coragem e uma 
dose de loucura! Para Dornelas, autor de reconhecido sucesso, o empreendedor é aquele que faz as 
coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma a visão futura da organização (Dornelas, 2001).
E aí fica a pergunta: ser empreendedor é algo que já nasce conosco, um traço da personalidade ou 
algo que nos tornamos em função de necessidades ou da agregação de novas técnicas administrativas, 
conhecimentos e/ou sabedoria? Resposta difícil, não?
Este material foi baseado em textos extraídos e compilados de diversas fontes, referenciadas 
ao longo das páginas e listadas no final. Iremos falar sobre o empreendedorismo tratando do seu 
histórico e suas definições, as competências e comportamentos dos empreendedores de sucesso e 
as diferenças existentes entre o empreendedorismode startup (incubadora) e o empreendedorismo 
corporativo. Depois, apresentaremos a principal ferramenta do empreendedor, o plano de negócios, 
mostrando do que se trata, quais são suas finalidades e qual a sua estrutura.
Então vamos lá. Se você quiser tentar sonhar com um pouco mais de bagagem, vamos juntos 
nesta viagem nas próximas páginas deste material.
Pág. 6 de 96
1. INTRODUÇÃO: EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDORES
Caro aluno, um aspecto fundamental ao empreendedor é a formação continuada. Estudar e 
manter-se atualizado é essencial para evoluir como pessoa, cidadão e indivíduo. Neste momento, 
serão abordados o tema empreendedorismo e o perfil de um empreendedor. Sigamos juntos.
1.1 Empreendedor e empreendedorismo
De acordo com Chiavenato (2012, p. 3), o termo 
empreendedor vem do francês entrepreneur, que 
significa aquele que assume riscos e começa algo 
inteiramente novo. Esse termo também é utilizado na 
língua inglesa.
O autor diz que o empreendedor é aquele que abre 
negócios, funda empresas ou impulsiona negócios 
estabelecidos e ainda fornece a energia que alavanca 
novas ideias, move a economia, cria oportunidades de 
empregos e impulsiona talentos e competências.
Empreendedor é um termo utilizado para qualificar, principalmente, o indivíduo 
que apresenta, de uma forma especial e inovadora, dedicação às atividades de 
idealização, organização, administração e execução resultando na transformação 
de conhecimentos e bens em novos produtos (mercadorias) ou serviços (PARREIRA, 
2013, p. 12).
De acordo com o Sebrae (2017b),
podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que 
ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo 
e parte para a ação. Ser empreendedor significa, acima de tudo, ser um realizador 
que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação.
O empreendedorismo (entrepreneurship, em inglês) reflete a prática de criar novos negócios 
ou revitalizar aqueles já existentes. Por isso essa prática está associada com riscos e incertezas. 
Empresas como Google, YouTube, Amazon, Facebook etc. enfrentaram grandes riscos quando a 
internet e as TICs (tecnologias da informação e comunicação) estavam em seus primórdios.
FIGURA 1 – Entrepreneur
Fonte: bleakstar/ shutterstock 7
Pág. 7 de 96
Dolabela (1999b) utiliza o termo 
empreendedorismo em seu sentido amplo, 
considerando-o como uma forma de ser e 
não de fazer. Está incluído nesse conceito, 
por exemplo, o empregado-empreendedor, 
também denominado intraempreendedor, 
o pesquisador- empreendedor, o 
empreendedor comunitário, o funcionário 
público empreendedor etc.
De acordo com Dornelas (2007), em 
qualquer definição de empreendedorismo, 
deve-se encontrar pelo menos os seguintes 
aspectos ligados ao empreendedor:
• Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz.
• Capacidade de utilizar os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente 
social e econômico onde vive.
• Clareza quanto a assumir os riscos e a possibilidade de fracassar.
Segundo Chiavenato (2012), o empreendedorismo tem sua origem na reflexão dos pensadores 
econômicos dos séculos XVIII e XIX, conhecidos defensores do liberalismo econômico. Esses 
pensadores defendiam que a ação da economia era refletida pelas forças livres do mercado e da 
concorrência. O empreendedorismo é visto como a força-motriz que direciona a inovação e promove 
o desenvolvimento econômico.
Ao longo da história, vários pesquisadores e empreendedores forneceram suas contribuições para 
o entendimento e o desenvolvimento do empreendedorismo. O quadro 1 apresenta as principais delas.
FIGURA 2 – Entrepreneurship
Fonte: Rawpixel.com/ shutterstock
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QUADRO 1 – Contribuições ao desenvolvimento do empreendedorismo
Ano Autor Contribuição
1961 McClelland Identifica três necessidades do empreendedor: poder, 
afiliação e sucesso (sentir que se é necessário). Afirma que 
“o empreendedor manifesta necessidade de sucesso”.
1966 Rotter Identifica o locus de controle interno e externo: “o 
empreendedor manifesta lócus de controle interno”.
1970 Drucker O comportamento do empreendedor reflete uma espécie de 
desejo de colocar sua carreira e sua segurança financeira 
na linha de frente e correr riscos em nome de uma ideia, 
investindo muito tempo e capital em algo incerto.
1973 Kirsner “Empresário é alguém que identifica e explora 
desequilíbrios existentes na economia e está atento ao 
aparecimento de oportunidades.”
1982 Casson “O empreendedor toma decisões criteriosas e coordena 
recursos escassos.”
1985 Sexton e 
Bowman
“O empreendedor consegue ter uma grande tolerância à 
ambiguidade.”
1986 Bandura “O empreendedor procura a autoeficácia: controle da ação 
humana através de convicções que cada indivíduo tem 
para prosseguir autonomamente na procura de influenciar 
a sua envolvente para produzir os resultados desejados.”
2002 William 
Baumol
“O empreendedor é a máquina de inovação do livre 
mercado.”
Fonte: Chiavenato (2012, p. 8).
1.2 Características e comportamento do empreendedor
Uma concepção mais atual para o empreendedor é alguém que inova e é agente de mudanças. Com 
o objetivo de descobrir e compreender o que leva uma pessoa a empreender, diversos pesquisadores 
investigaram as características pessoais e atitudinais dos empreendedores, além de buscar o 
sistema de valores que se relaciona com o comportamento típico destes.
Pág. 9 de 96
Parreira Jr. (2013) relata que uma das razões para a 
existência de grandes civilizações, segundo os historiadores, 
é que os heróis nacionais seriam tomados como modelos 
pelas gerações seguintes, que imitariam os seus 
comportamentos e, a partir daí, se capacitariam a superar 
obstáculos e a aumentar os limites do possível.
De acordo com o autor, ainda não se conseguiu 
definir um perfil psicológico genérico de empreendedor, 
cientificamente comprovado, em função dos variados fatores 
que são capazes de influenciá-lo. Além disso, o perfil do 
empreendedor tende a ser bastante modificado ao longo 
do tempo em que atua no mercado. Por exemplo, empreendedores que começaram há dois ou três 
anos têm perfil diferente dos que atuam há 20 anos ou mais. Outros fatores, como região de origem, 
nível educacional, crenças religiosas e cultura familiar, também influenciam o perfil e devem ser 
levados em consideração quando pesquisas forem conduzidas.
Especialistas afirmam que o empreendedorismo é essencial na busca pelo sucesso profissional, 
pois o empreendedor desenvolve e aperfeiçoa sua capacidade de gestão, ficando mais bem preparado 
para o ambiente de incertezas do mundo corporativo.
O interessante é que todos nós temos um determinado grau de empreendedorismo, pois:
• acreditamos em nosso potencial criativo e dispomo-nos a superar obstáculos e aumentar 
nossos limites;
• assumimos diferentes papéis pessoais e profissionais e para cada um deles temos diferentes 
planos e projetos;
• estamos sempre construindo algo, o que nos impulsiona a crescer e ir em busca da realização 
de nossos sonhos.
Na jornada da vida, o fracasso não pode ser um empecilho para o alcance de nossos objetivos, 
mas deve ser entendido como um pequeno e temporário atraso que vai nos permitir testar nossa 
resistência e capacidade de superação.
Ao liberarmos em nós a vontade de sonhar e transformar nossos sonhos em realidade, libertamos 
o empreendedor que existe em nós. Um empreendedor não almeja apenas ganhar dinheiro, ser 
independente ou realizar um sonho. Junto com isso, traz a vontade de superar as dificuldades 
FIGURA 3 – Empreendedor como agente 
de mudanças e inovação
Fonte: everything possible/ shutterstock 
Pág. 10 de 96
para transformar seu negócio em algo bem-sucedido e seguir firme em busca de concretizar seus 
objetivos.
SAIBA MAIS
Antes de se aprofundar nos estudos, caro aluno, teste seu perfil. É uma maneira de poder aproveitar 
melhoro material deste tópico. O teste da Endeavor está disponível em: http://quiz.endeavor.org.br/
perfilempreendedor/.
De acordo com o Sebrae (2016a), “iniciativa, visão estratégica, capacidade de liderança e 
capacitação constante são algumas das competências de um bom empreendedor”.
O empreendedor deve ter uma visão mais ampla e crítica e deve saber apoiar cada pessoa da sua 
equipe a ajustar o seu comportamento e seu trabalho para que os objetivos possam ser alcançados 
e para que cada um encontre a sua motivação e a sua satisfação pessoal. O líder empreendedor deve 
basear sua gestão na confiança, na valorização das pessoas, na colaboração e em um processo 
de comprometimento profissional e emocional, aberto ao diálogo.
O Sebrae (2017a) elenca 10 dez características essenciais do comportamento empreendedor:
[1] Busca oportunidades e tem iniciativa: desenvolve a capacidade de se antecipar 
aos fatos e de criar oportunidades de negócios com novos produtos e serviços. Um 
empreendedor com essas características bem trabalhadas:
- Age com proatividade, antecipando-se às situações
- Busca a possibilidade de expandir seus negócios
- Aproveita oportunidades incomuns para progredir
[2] É persistente: desenvolve a habilidade de enfrentar obstáculos para alcançar o 
sucesso. A pessoa com essas características:
- Não desiste diante de obstáculos
- Reavalia e insiste ou muda seus planos para superar objetivos
- Esforça-se além da média para atingir seus objetivos
[3] Corre riscos calculados: tem disposição de assumir desafios e responder por eles. 
O empreendedor com esta característica:
- Procura e avalia alternativas para tomar decisões
- Busca reduzir as chances de erro
- Aceita desafios moderados, com boas chances de sucesso
Pág. 11 de 96
[4] Exige qualidade e eficiência: tem disposição e inclinação para fazer sempre mais 
e melhor. Um empreendedor com essa característica:
- Melhora continuamente seu negócio ou seus produtos
- Satisfaz e excede as expectativas dos clientes
- Cria procedimentos para cumprir prazos e padrões de qualidade
[5] Tem comprometimento: envolve sacrifício pessoal, colaboração com os 
colaboradores e esmero com os clientes. O empreendedor comprometido:
- Traz para si mesmo as responsabilidades sobre sucesso e fracasso
- Atua em conjunto com a sua equipe para atingir os resultados
- Coloca o relacionamento com os clientes acima das necessidades de curto prazo
[6] Busca informações: envolve a atualização constante de dados e informações sobre 
clientes, fornecedores, concorrentes e sobre o próprio negócio. Este empreendedor:
- Envolve-se pessoalmente na avaliação do seu mercado
- Investiga sempre como oferecer novos produtos e serviços
- Busca a orientação de especialistas para decidir
[7] Estabelece metas: saber estabelecer objetivos que sejam claros para a empresa, 
tanto em longo como em curto prazo. Assim, o empreendedor:
- Persegue objetivos desafiadores e importantes para si mesmo
- Tem clara visão de longo prazo
- Cria objetivos mensuráveis, com indicadores de resultados
[8] Utiliza planejamento e monitoramento sistemáticos: desenvolve a organização de 
tarefas de maneira objetiva, com prazos definidos, a fim de que os resultados possam 
ser medidos e avaliados. O empreendedor com essa característica bem trabalhada:
- Enfrenta grandes desafios, agindo por etapas
- Adequa rapidamente seus planos às mudanças e variáveis de mercado
- Acompanha os indicadores financeiros e os leva em consideração no momento de 
tomada de decisão
[9] Tem persuasão e rede de contatos: utiliza estratégia para influenciar e persuadir 
pessoas e se relacionar com pessoas chave que possam ajudar a atingir os objetivos 
do seu negócio. Dessa forma, este empreendedor:
- Cria estratégias para conseguir apoio para seus projetos
- Obtém apoio de pessoas chave para seus objetivos
- Desenvolve redes de contatos e constrói bons relacionamentos comerciais
Pág. 12 de 96
[10] Tem independência e autoconfiança: desenvolve a autonomia para agir e manter 
sempre a confiança no sucesso. Um empreendedor que possui essa característica:
- Confia em suas próprias opiniões mais do que nas dos outros
- É otimista e determinado, mesmo diante da oposição
- Transmite confiança na sua própria capacidade
FIGURA 4 – Busca de informações pelos empreendedores
Fonte: OPOLJA/ shutterstock 
Pág. 13 de 96
ATIVIDADE REFLEXIVA
Caro aluno, faça uma reflexão sobre os mandamentos do empreendedor elencados a seguir e 
responda à pergunta: você acredita que seja um empreendedor?
Mandamentos do empreendedor
• Faça o trabalho que for necessário para que seu projeto dê certo, independentemente de sua 
função/cargo.
• Compartilhe os créditos do sucesso.
• Lembre-se, é preferível errar pela ação do que pela omissão.
• Trabalhe com motivação e aprenda a gostar do que faz.
• Peça conselho antes de pedir recursos.
• Siga sua intuição a respeito das pessoas, trabalhe com os melhores.
• Prepare-se antes de divulgar sua ideia.
• Nunca aposte em uma corrida se não estiver participando.
• Seja verdadeiro com suas metas, mas realista sobre os meios para atingi-las.
Seja comprometido com seus superiores, a organização e seus patrocinadores!
Fonte: Dornelas (2009, p. 82).
1.3 O empreendedor, o líder e a liderança
Em função das características de impulsionador de negócios, o papel do empreendedor é 
confundido com o de líder. Apesar de os conceitos serem próximos e de existirem muitos casos de 
empreendedores que se tornam líderes famosos, esses papéis apresentam características distintas. 
Vejamos.
De acordo com o Guia Empreendedor (2017), as diferenças entre empreendedor e líder podem 
ser caracterizadas como mostra o quadro 2.
Pág. 14 de 96
QUADRO 2- Características do empreendedor e do líder
Empreendedor Líder
Motiva as pessoas a fazer. Inspira as pessoas.
O poder do empreendedor está relacionado ao 
seu conhecimento e propriedade em relação a 
um assunto.
O líder tem seu poder concedido pelas 
pessoas, em função da sua autoridade moral, 
sua capacidade de cooperação e sua empatia.
O empreendedor busca demonstrar a 
importância que as ações das pessoas têm 
para o sucesso do projeto.
O líder é alguém que consegue reunir várias 
pessoas em torno de uma causa ou motivo, 
inspirando-as a atingir seu potencial total.
O empreendedor é mais destemido e reage de 
forma mais natural ao erro, aprendendo com 
ele e entendendo-o como parte de sua função.
O líder procura evitar o erro e busca agir com 
parcimônia, de forma a garantir que suas 
ações tenham o resultado almejado.
O empreendedor está sempre em busca de 
inovações que vão além do senso comum; 
procura não se adequar a rótulos enquanto 
se empenha em desenvolver novos projetos, 
novas estratégias e novas formas de agir.
O líder busca envolver as pessoas que estão 
inseridas no ambiente, seja ele empresarial 
ou não, e influenciá-las de acordo com as 
necessidades da empresa ou comunidade.
O empreendedor, no constante desejo por 
mudança, age com mais prontidão e é mais 
propenso a ser ansioso; almeja resultados 
rápidos e por causa disso toma atitudes mais 
ousadas e dinâmicas.
O líder geralmente tem mais paciência 
e acredita na obtenção de resultados de 
longo prazo, com o aperfeiçoamento e o 
fortalecimento pessoal do indivíduo.
Fonte: Baseado em Guia Empreendedor (2017).
Apesar das diferentes características, um empreendedor que deseja transformar sua ideia em 
um negócio bem-sucedido necessita desenvolver o perfil de líder para que consiga inspirar e motivar 
as pessoas que fazem parte de seu projeto a atingir seus potenciais em busca de bons resultados. 
Caso não consiga ser um bom líder, deve procurar manter um em sua equipe.
O mundo corporativo oferece um ambiente de altíssima competitividade, e um dos requisitos 
básicos de sobrevivência de uma empresa é a presença de um profissional com habilidade de 
acompanhar, motivar e fazer a gestão de equipes de maneira eficiente e eficaz. Esse profissionalé o líder, que tem a função de coordenar os trabalhos dos colaboradores, de forma a garantir que 
os processos sejam executados de maneira correta para que os resultados planejados sejam 
alcançados dentro dos prazos definidos e, se possível, que superem as expectativas.
Pág. 15 de 96
No entanto, há diferentes tipos de liderança que 
podem influenciar diretamente no comportamento e no 
comprometimento dos colaboradores com as metas 
corporativas. De acordo com Espíndola (2017), podemos 
identificar os seguintes tipos:
1. Autoritária: é geralmente o tipo mais presente 
nas empresas atuais. A liderança autoritária 
tem foco na execução de demandas, seguindo 
de forma rigorosa regras pré-estabelecidas, 
definindo as decisões a ser tomadas sem envolver 
a participação de outros colaboradores. Pode 
implicar sérios quadros de desmotivação, gerando improdutividade. O líder autocrático 
é o chefe, costuma ser dominador e temido pela equipe, que só trabalha quando ele se 
encontra presente.
2. Liberal: o líder deixa os colaboradores mais livres para exercerem suas funções e tomarem 
suas próprias decisões, podendo ser uma liderança eficiente, por deixar a equipe mais 
motivada. O perigo seria o de algum colaborador irresponsável acomodar-se com tal liberdade, 
negligenciando suas tarefas, e se dispersar pela falta de controle. Há que se ter cuidado.
3. Visionária: o líder que possui grande senso de oportunidade e otimismo nas funções que 
desempenha é empreendedor e está disposto a correr riscos, exerce uma liderança visionária. 
Esse tipo de liderança reconhece a importância dos colaboradores para a obtenção de bons 
resultados e busca motivá-los constantemente.
4. Democrática: esse tipo de liderança permite que os colaboradores participem das decisões 
importantes, aceita ideias, sugestões e críticas, com o objetivo de aperfeiçoar as atividades 
e a organização como um todo. Esse líder incentiva a participação de todos, oferece espaço 
para uma comunicação interna mais efetiva e cria bons laços de relacionamentos com as 
pessoas de sua equipe.
5. Situacional: o líder escolhe o tipo de liderança de acordo com o trabalho que será executado 
e as pessoas envolvidas, de forma a adaptar a escolha à situação. O líder tanto pode 
ordenar os colaboradores a cumprir ordens como também consultá-los antes de tomar 
decisões. Líderes bem-sucedidos conseguem adaptar seu comportamento de acordo com 
as necessidades corporativas e de seus liderados.
6. Motivadora: o líder motivador está sempre em busca de alcançar os objetivos agindo sobre 
o emocional de seus colaboradores, que, motivados, expressam potenciais ignorados ou 
Figura 5 – Leadership – liderança
Fonte: Rawpixel.com/ shutterstock
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8. Técnica: o líder é respeitado por possuir 
maior conhecimento e capacidade técnica 
de destaque sobre assuntos de interesse. 
Suas decisões são respeitadas e seguidas 
pois transmite segurança aos liderados. 
Esse tipo de líder serve como modelo de 
sucesso a ser seguido em função de sua 
própria trajetória de dedicação, empenho e 
excelentes resultados alcançados.
1.4 Empreendedor 
x administrador x gerente tradicional
O administrador vem sendo estudado há muito mais tempo que o empreendedor por meio de 
trabalhos publicados por renomados autores como Rosemary Stewart, Henry Mintzberg, Peter 
Drucker etc. Mesmo assim, há dúvidas sobre o seu real papel e suas atribuições. Esses autores 
afirmam que existem muitos pontos em comum entre o administrador e o empreendedor. Alguns 
dizem que os empreendedores são administradores, mas que se diferenciam dos gerentes e dos 
executivos tradicionais por serem mais ousados e visionários, enquanto estes se ocupam mais dos 
aspectos estratégicos do negócio.
De acordo com Dornelas (2008, p. 19), as diferenças entre os domínios empreendedor e 
administrativo podem ser comparadas em cinco dimensões-chaves do negócio: orientação estratégica, 
análise das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura 
gerencial, conforme mostra o quadro 3.
desconhecidos. Em situações de crise, esse tipo de liderança é importante, pois consegue 
unir pessoas em torno de objetivos, estimulando toda a equipe a melhorar os processos e 
alcançar os resultados planejados.
7. Leader coach: funciona quando a liderança é baseada nos princípios do coaching, em que o 
líder costuma ser um exemplo a ser seguido. O leader coach estimula o desenvolvimento de 
novas habilidades e busca aprimorar as capacidades e competências de cada colaborador 
para potencializar seus resultados. FIGURA 6 – Coaching
Fonte: Rawpixel.com/ shutterstock 
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QUADRO 3 - Comparação dos domínios empreendedor e administrativo
Domínio empreendedor
Dimensões-chave 
do negócio
Domínio administrativo
Percepção de oportunidades Orientação estratégica Controle dos recursos
Revolucionário de curta 
duração
Análise das oportunidades Revolucionário de longa 
duração
Mínima utilização em 
estágios periódicos
Comprometimento dos 
recursos
Decisão tomada passo 
a passo com base em 
orçamento
Uso mínimo dos recursos 
existentes
Controle dos recursos Habilidade no emprego dos 
recursos
Informal com muito 
relacionamento
interpessoal
Estrutura gerencial Formal com respeito à 
hierarquia
Fonte: Dornelas (2008, p. 20).
Dornelas (2008, p. 19) afirma que
o empreendedor de sucesso leva consigo ainda uma característica singular, que é 
o fato de conhecer como poucos o negócio em que atua, o que leva tempo e requer 
experiência. Outro fator que diferencia o empreendedor de sucesso do administrador 
comum é o constante planejamento a partir de uma visão de futuro. Esse talvez seja 
o grande paradoxo a ser analisado, já que o ato de planejar é considerado uma das 
funções básicas do administrador desde os tempos de Fayol. [...] Então, não seria o 
empreendedor aquele que assume as funções, os papéis e atividades do administrador 
de forma complementar a ponto de saber utilizá-los no momento adequado para 
atingir seus objetivos? Neste caso o empreendedor estaria sendo um administrador 
completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas 
uma delas e interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões.
Vamos considerar ainda a comparação entre o “gerente tradicional” e o empreendedor. O quadro 
4, com base em Dornelas (2008), mostra que cabe ao gerente gerenciar os recursos disponíveis, 
enquanto que ao empreendedor cabe multiplicar os recursos e utilizá-los de forma surpreendente 
em favor próprio, da sociedade e do país.
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QUADRO 4 - Comparação entre gerentes tradicionais e empreendedores
Temas Gerentes tradicionais Empreendedores
Motivação principal Promoção e outras 
recompensas 
tradicionais da 
corporação, como 
secretária, status, poder 
etc.
Independência, 
oportunidade para 
criar algo novo, ganhar 
dinheiro.
Referência de tempo Curto prazo, 
gerenciando orçamentos 
semanais, mensais 
etc. com horizonte de 
planejamento anual.
Sobreviver e atingir 
cinco a dez anos de 
crescimento do negócio.
Atividade Delega e supervisiona Envolve-se diretamente.
Status Preocupa-se com o 
status e como é visto na 
empresa.
Não se preocupa com 
status.
Como vê o risco Com cautela. Assume riscos 
calculados.
Falhas e erros Tenta evitar erros e 
surpresas.
Aprende com erros e 
falhas.
Decisões Geralmente concorda 
com seus superiores.
Segue seus sonhos para 
tomar decisões.
A quem serve Aos outros (superiores) A si próprio e a seus 
clientes.
Histórico familiar Membros da família 
trabalham em grandes 
empresas.
Membros da família 
possuem pequenas 
empresas ou já criaram 
algum negócio.
Relacionamento com 
outras pessoas
A hierarquia é a base do 
relacionamento.
As transações e 
acordos são a base do 
relacionamento.
Fonte: Dornelas (2008, p. 21).
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ACONTECEU
Empreendedor e administrador: diferenças, similaridades e dificuldades
Por CláudioRaza, em 30 de junho de 2008
Administrar é uma arte, e empreender é transformar ideias em oportunidades. Essas colocações ou 
definições são muito simplórias para qualificar dois profissionais ou dois talentos importantíssimos 
no processo das organizações e dos negócios. Cada um tem seu perfil, seu valor e seu papel dentro 
das organizações e dos negócios e merecem estudos mais profundos e muita reflexão, mas darei a 
minha opinião no final do artigo.
Antes, porém, vou citar alguns aspectos que acho importantes. Henry Fayol deixou-nos os cinco 
princípios da arte de Administrar, que são: Prever, agora modernizado para Planejar, Organizar, 
Comandar, agora utilizado Dirigir, Coordenar e Controlar.
[...]
No caso dos Empreendedores, aprendemos que são aqueles que assumem riscos, começam algo 
novo, criam empregos e prosperidades, são propulsores da economia, etc.
As características dos Empreendedores também são bem distintas, são visionários, tomadores de 
decisões, fazem a diferença, identificam e exploram as oportunidades, são determinados, dinâmicos, 
dedicados, otimistas, constroem seu próprio destino, são líderes, organizados, planejadores, tem 
conhecimento do que faz, são bem relacionados (networking) e assumem riscos calculados.
Existem algumas similaridades com o Administrador, mas também muitas diferenças, a saber:
1) Quanto à orientação estratégica: o Empreendedor tem a percepção de oportunidade, já o 
Administrador guia-se pelos critérios de desempenho.
2) Quanto à análise de oportunidades: o Empreendedor toma decisões rápidas, já o Administrador vê 
mais a redução dos riscos.
3) Quanto à alocação dos recursos financeiros e de mão de obra: o Empreendedor prioriza a 
eficiência, o Empreendedor vai pelo planejamento formal.
4) Quanto ao controle dos recursos: o Empreendedor é flexível, o Administrador valoriza o poder, o 
status e a recompensa.
5) Quanto à estrutura gerencial: o Empreendedor é informal, o Administrador é formal e segue a 
cultura organizacional.
Essas são algumas diferenças citadas por José Carlos Dornelas em seu livro Empreendedorismo: 
transformando ideias em negócios, 2ª edição, Campus/Elsevier.
Diversos autores colocam o Empreendedor como um Administrador mais completo.
Minha opinião diverge dos demais; entendo que o Administrador é formado e orientado para 
o planejamento e controle, é muito mais centrado em como melhorar processos, controles, 
informações, análises e qualidade. O Empreendedor, em minha opinião, é focado no mercado, nas 
oportunidades, nos produtos, na inovação, na criatividade; ele é ligado no negócio presente e futuro.
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São completamente diferentes, dificilmente um Empreendedor que é visionário e dinâmico, 
conseguiria ficar preso às hierarquias organizacionais, à submissão de chefias ou comandos, 
participar de reuniões enfadonhas, como também ficar trancado em sua sala, assinando, papéis, 
cheques, relatórios, etc.
Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/empreendedor-e-administrador-diferencas-
similaridades-e-dificuldades/23692/.
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2. AS DIFERENTES VISÕES DO PERFIL DO EMPREENDEDOR
Vimos que traçar um perfil geral de uma pessoa empreendedora é difícil, mas, neste tópico, 
mostraremos a você a visão e o que os principais estudiosos da área afirmam sobre o assunto.
2.1 Chiavenato: o executor e o administrador
 Segundo Chiavenato (2012), há dois estilos empreendedores, que 
constituem os dois extremos de estilos de fazer negócios no continuum da 
abordagem gerencial. Em uma ponta, está o executor, que inicia o negócio 
com base em suas habilidades e com pouco conhecimento de gestão. Na 
outra, está o administrador, com formação e instrução em administração, 
que utiliza procedimentos gerenciais sistemáticos, com noção de gestão do 
negócio. O autor afirma que o ideal é o empreendedor caminhar e desenvolver-
se sempre na direção da extremidade do administrador experiente.
Chiavenato (2012, pp. 15-6) descreve os dois perfis de empreendedor 
como se segue:
• O empreendedor executor é uma pessoa que inicia um negócio 
basicamente com suas habilidades técnicas e um pequeno 
conhecimento da gestão de negócios. Sua formação educacional 
limita-se ao treinamento técnico. Tem experiência técnica na área, 
mas não possui capacidade para se comunicar bem, avaliar o mercado, tomar decisões e gerir 
o negócio. Esse empreendedor, quanto ao processo decisório, apresenta as características:
◊	 Tem uma orientação de tempo de curto prazo, com pouco planejamento para futuro 
crescimento ou mudança.
◊	 É paternalista, dirige o negócio como dirigiria sua própria família.
◊	Reluta em delegar autoridade, é centralizador.
◊	Usa uma ou duas fontes de capital para abrir sua empresa.
◊	Define a estratégia de marketing em termos de preço tradicional, da qualidade e da reputação 
da empresa.
◊	 Esforça-se nas vendas basicamente por motivos pessoais.
◊	 Tem visão intraorientada para sua empresa.
FIGURA 7 – Idal-
berto Chiavenato
Fonte: http://1.bp.blogspot.
com/_mrRWLlrvEuU/
TGReYGmCv_I/
AAAAAAAAACk/ykECE_
yeebM/s1600/idalberto.jpg.
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Chiavenato fornece como exemplos desse tipo 
o médico e o dentista que abrem seus consultórios, 
o advogado ou o engenheiro que cria um pequeno 
negócio ou consultoria, o mecânico que começa uma 
oficina independente, o profissional que trabalha em 
um salão de beleza e que abre um novo em outro 
local para aproveitar sua experiência profissional e 
ampliar horizontes. Esse profissional, se não puder 
se desenvolver profissional e culturalmente, será 
sempre um fornecedor de mão de obra ou de trabalho 
especializado. Chiavenato recomenda que esse tipo 
de pessoa se empenhe ao máximo em aprender sobre 
administração e ampliar sua visão de negócios.
• O empreendedor administrador é aquele que tem uma educação técnica mais ampla, com 
graduação em administração e comportamento organizacional, podendo ainda ter conhecimentos 
em economia, legislação e outras línguas. Procura sempre estudar e aprender. Tem as seguintes 
características:
◊	 É um líder de negócios.
◊	 Evita o paternalismo na condução da equipe.
◊	Delega autoridade às pessoas necessárias para o crescimento.
◊	 Emprega estratégias de marketing e esforços de vendas mais variadas.
◊	Obtém capitalização original de mais de duas fontes de dinheiro.
◊	Planeja o crescimento futuro do negócio.
◊	Utiliza sistemas de registro e controle, orçamento apropriado, oferta precisa e pesquisa 
sistemática de mercado.
◊	Mantém um olhar voltado para a empresa e para o mercado.
FIGURA 8 – Dentista como em-
preendedor executor
Fonte: Nikodash/ shutterstock
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ATIVIDADE REFLEXIVA
Leia o texto, faça as perguntas a si mesmo e reflita sobre o que Chiavenato (2012, p. 17) propõe.
Inicialmente, deve-se fazer a seguinte pergunta: em qual ponto você se situa?
Quais são as suas características pessoais? Que tipo de empreendedor você é? 
Qual é a sua necessidade de realização? Qual é a sua disposição para assumir 
riscos? Qual é o seu grau de autoconfiança? O autoconhecimento é fundamental 
para você ter um referencial próprio. Deve ser o seu ponto de partida antes da 
escolha de seu novo empreendimento. Um bom negócio é aquele que tem o seu 
feitio pessoal, a sua cara, o seu jeito. O negócio deve ajustar-se a você como se 
fosse feito sob medida. Mas você tem de conhecer suas medidas para saber se 
o negócio lhe cabe. Caso contrário, você se colocará em um papel totalmente 
inadequado, que em nada combina com suas características pessoais. O novo 
negócio tem de ter o seu DNA. Mas também deve casar com o mercado.
2.2 Degen: sacrifício pessoal ou não
De acordo com Degen (2009), o empreendedor é 
dotado de grande vontade de superar as dificuldades que 
se posicionam como obstáculos à concretização de seu 
negócio e está disposto até mesmo a sacrificar sua vida 
pessoal para isso. Com base nessa característica, o autor 
classifica as pessoas em dois grupos:
1.Um grupo menor, que reúne aqueles que, ao ser 
desafiados por um objetivo pessoal, dispõem-se a 
realizar sacrifícios pessoais para realizá-lo.
2. Um grupo maior, formado pelos que não se dispõem 
a fazer sacrifícios que afetem seu lazer e a sua vida 
familiar para concretizar um objetivo maior.
Dessa forma, o autor define que em um extremo está 
o empreendedor inconformado com o mundo e no outro, o 
autoempregado de uma franquia.
Degen (2009, p. 15) afirma que o perfil do empreendedor de sucesso ilustra duas importantes 
características de todo futuro empreendedor: “Primeiro não se conformar com o mundo e tentar 
adaptar o mundo a si; segundo, ter grande necessidade de realizar, disposição de assumir riscos e 
fazer sacrifícios pessoais necessários para ter sucesso”.
FIGURA 9 – Ronald Degen
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_
JLPtL6LeEAc/TJd-_G5VHeI/AAAAAAAAADg/
ABz4804aJkg/s1600/CRAMG157.jpg
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Isso nos permite concluir que não há sucesso fácil e sem sacrifícios. Ainda segundo Degen, as 
principais características de um empreendedor bem-sucedido são:
• Alguém que não se conforma com os produtos e serviços disponíveis o mercado e procura 
melhorá-los.
• Alguém que, por meio de novos produtos e serviços, procura superar os existentes no mercado.
• Alguém que não se intimida com as empresas estabelecidas e as desafia com o seu novo 
jeito de fazer as coisas.
2.3 Dolabela: o motor da economia
Dolabela (1999a, p. 28) escreve que o 
empreendedor pode ser considerado “o motor da 
economia” e que “um empreendedor é uma pessoa 
que imagina, desenvolve e realiza visões”.
Segundo o autor, pesquisas realizadas em 
diversas partes do mundo permitiram que um 
empreendedor possa ser definido como:
- um ser social, produto do meio 
que vive (época e lugar). Se uma 
pessoa vive em um ambiente 
em que ser empreendedor é 
visto como algo positivo, então terá motivação para criar o seu próprio negócio;
- um fenômeno regional, ou seja, existem cidades, regiões, países mais empreendedores 
do que outros. O perfil do empreendedor (fatores do comportamento e atitudes 
que contribuem para o sucesso) pode variar de um lugar para o outro. (DOLABELA, 
1999a, p. 28)
Dolabela apresenta como exemplos de empreendedor:
• uma pessoa que inicia um negócio ou uma empresa, de qualquer ramo e porte;
• uma pessoa que adquire uma empresa ou um negócio já existente e insere inovações, assume 
os riscos e introduz novas formas e meios de gestão, melhorando seus produtos e/ou serviços, 
agregando valor ao empreendimento;
• um funcionário de uma empresa que introduz inovações nos processos tradicionais, provocando 
melhorias significativas.
FIGURA 10 – Fernando Dolabela
Fonte: https://www.canguruonline.com.
br/files/Fernanda%20Dolabela.jpg.
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De acordo com Dornelas (2007), não existe um 
único tipo de empreendedor ou um modelo padrão que 
o identifica. O autor afirma que realizou várias pesquisas 
com o objetivo de encontrar um estereótipo geral que 
caracterizasse um empreendedor e não encontrou. Para, 
ele é difícil rotular alguém como tal, e tornar-se empreendedor 
é algo que pode acontecer com qualquer pessoa.
Para Dornelas (2007, pp. 11-6), há oito tipos de 
empreendedores:
1. Empreendedor nato (mitológico): inclui os mais 
famosos e reconhecidos. Geralmente, é uma pessoa que começou em níveis hierárquicos 
inferiores e criou grandes empresas. Deu início à sua carreira bem jovem e adquiriu habilidade 
de negociação e venda, comprometendo-se integralmente com a realização de seus sonhos. 
Possui como características o fato de ser otimista e visionário, estando à frente de seu 
tempo. Exemplos de brasileiros nessa categoria incluem Abílio Diniz e Sílvio Santos.
ACONTECEU
Assista a um vídeo de 2011 em que Sílvio Santos trata de maneira muito direta de 
empreendedorismo. Divertido e informativo.
Link: http://www.youtube.com/watch?v=CTOaajZX-qo.
2. Empreendedor que aprende (inesperado): é aquele que, ao se deparar com uma oportunidade, 
decidiu mudar sua vida, dedicando-se ao seu próprio negócio. A menos que tenha sido 
demitido ou sua demissão seja iminente, demora um pouco para tomar a decisão de mudar 
de carreira. As novas situações apresentam-se, e ele tem que aprender a lidar com elas. 
Geralmente, envolve-se com todas as atividades de seu negócio.
3. Empreendedor serial (cria novos negócios): é aquele que é apaixonado pelas empresas que 
cria e, principalmente, pelo ato de empreender. Vai além de criar uma empresa e administrá-la 
até torná-la uma grande corporação. É dinâmico e prefere os desafios de assumir a criação 
Ele não considera como empreendedor uma pessoa que, por exemplo, compra uma empresa e não 
introduz inovações e novas formas de gestão significativas, cuidando apenas de sua administração.
2.4 Dornelas: oito tipos de empreendedores
FIGURA 11 – José Carlos Assis Dornelas
Fonte: http://contratepalestras.com.br/assets/img/
galeria/jose-dornelas-06052016_111425-G.jpg.
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de novos empreendimentos para se manter motivado. Sua habilidade maior é acreditar nas 
oportunidades e não descansar enquanto não as implementa. Consegue montar equipes, 
motivar as pessoas e captar recursos para iniciar novos empreendimentos.
4. Empreendedor corporativo: encarna o executivo competente, que possui grande capacidade 
gerencial e conhecimento de gestão. Trabalha em busca de resultados, valoriza o trabalho de 
sua equipe, costuma assumir riscos e não se detém diante do desafio de não ter autonomia 
própria por pertencer a uma grande corporação. Suas habilidades incluem grande capacidade 
de comunicação, persuasão na apresentação de ideias, bom relacionamento interpessoal, 
com vasto networking, e capacidade de trazer pessoas competentes para sua equipe. Tem 
ambição profissional e buscam a autopromoção.
5. Empreendedor social: é aquele que, em sua vida pessoal, busca construir um mundo 
melhor para si e para as pessoas, levando essa missão ao mundo dos negócios. Trabalha e 
envolve-se em causas humanitárias, buscando dar oportunidades aos menos favorecidos. 
Geralmente, tem papel social de destaque, assumindo as lacunas que o Poder Público deixa 
em aberto, por meio de apoio a ONGs e movimentos sociais. Exemplo de pessoa que atuou 
como empreendedor social inclui Betinho (Herbert de Sousa), e de empreendedorismo 
social, o Graac, que surgiu em 1991, fundado pelo oncologista pediátrico Antonio Sérgio 
Petrili, para combater o câncer infantil no Brasil.
FIGURA 12 – Empreendedorismo social – Graac
Fonte: https://storage.alboom.ninja/sites/1273/
albuns/46160/graacc-clube-de-artesanato.jpg.
6. Empreendedor por necessidade: é 
aquele que, por falta de outra opção, cria 
o seu próprio negócio. Geralmente, foi 
demitido ou trabalha fora do mercado, 
atuando em negócios informais e 
prestando serviços simples com 
retorno financeiro modesto. Esse tipo 
de empreendedor possui iniciativas 
pouco inovadoras e não contribui, ou 
contribui pouco, com o pagamento de 
taxas e impostos.
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7. Empreendedor herdeiro (sucessão familiar): é 
aquele que recebe um patrimônio da família 
e assume a tarefa de administrar e melhorar 
o negócio. Normalmente, assume cargos de 
direção da empresa familiar ainda jovem, 
usando a experiência e o conhecimento 
que a própria família amealhou ao longo do 
tempo. Há nesse tipo o que assume postura 
conservadora, não alterando a estrutura ou o 
funcionamento da empresa, e o ousado, que 
busca mudar a gestão do negócio familiar. 
Exemplo de brasileiro nessa categoria inclui 
Antonio Ermírio de Moraes.
8. Empreendedor planejado (normal): é aquele que assume o papel que dele se espera nas mais 
variadas situações. Age buscando minimizar os riscos, traça metas futuras, preocupa-se 
com os próximos passos do negócio e trabalha buscando atingir metas.
Dornelas afirma que o tipo 8 (planejado) seria, dentre todos, o mais completo do ponto de vista 
da definiçãode empreendedor e o que poderia ser seguido como boa referência. Mas, na prática, 
ainda não representa uma quantidade considerável de empreendedores.
FIGURA 13 – Exemplo de em-
preendedor por necessidade
Fonte: sirtravelalot / shutterstock
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SAIBA MAIS
Sete histórias de empreendedores de sucesso brasileiros
 A Endeavor criou uma lista com sete histórias de vida de empreendedores de sucesso brasileiros, 
que misturam ousadia e pragmatismo, os mesmos ingredientes que transformam sonhos grandes em 
negócios de alto impacto:
1 . Acredite em você, sempre! – Robinson Shiba [China in Box]
2 . As conexões que movem a vida – Marcelo Sales [21212 .com]
3 . A fórmula da autoestima – Zica e Leila Velez [Beleza Natural]
4 . A loja de brinquedos que vende felicidade – Ricardo Sayon [RiHappy]
5 . Acredite no impossível – Romero Rodrigues [Buscapé]
6 . Uma história de empreendedorismo – Alexandre Costa [Cacau Show]
7 . Do caixa da loja à bolsa de valores – Luiza Trajano [Magazine Luiza]
Assista aos vídeos destes empreendedores de sucesso em: https://endeavor.org.br/empreendedores-de-
sucesso/. Acesso: 26 jun. 2018.
2.5 Empresarial, intraempreendedor, público e social: 
os quatro contextos do empreendedorismo
A jornalista Maíra Amorim (2014) entrevistou alguns especialistas na área de empreendedorismo, 
que reuniram características dos empreendedores. Isso apontou para quatro perfis, de acordo com 
o tipo de empreendedorismo que realizam: empresarial, intraempreendedor, público e social.
• Empresarial: reúne o empreendedorismo por necessidade e o por oportunidade. Aquele que abre 
um negócio por necessidade geralmente se preocupa com sua sobrevivência, limitando-se a 
um empreendimento de baixo impacto, sem característica de inovação. Aquele que empreende 
por oportunidade geralmente busca algo inovador e pensa no futuro.
• Intraempreendedor: é aquele que empreende e inova dentro de uma organização da qual não 
é proprietário. Esse tipo costuma se sentir como o dono da empresa, pois tem autonomia e 
está sempre em busca de inovação e melhores retornos financeiros. O intraempreendedor 
pode desempenhar um papel empreendedor em empresas já constituídas, podendo atuar 
de forma tão relevante como a criação de uma nova empresa. Além de esse tipo não ser 
comum, também não é comum unir profissionais com esse perfil a empresas que incentivem 
o intraempreendedorismo em nosso país. Essa união é mais praticada nos Estados Unidos e 
no Japão, pois o Brasil não tem em sua cultura corporativa o esse modelo de gestão.
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SAIBA MAIS
Intrapreneur é como se denomina um tipo de perfil profissional que tem atraído muitos olhares por 
parte dos empregadores. Também conhecido como intraempreendedor, é aquele que tem uma visão 
de empreendedor, mas que trabalha dentro de uma organização, como o próprio nome sugere.
Ele é o profissional que a maioria das empresas quer: inovador, corre riscos calculados, sempre 
sendo criativo e diferente. As oportunidades que ele sugere são racionais, mas nunca antes 
cogitadas e, para ele ser um bom profissional, deve usar todo esse talento flexível, tolerante e 
persuasivo para apoio e tentar convencer seus superiores de que essas mudanças são boas. Sendo 
assim, intraempreendedores são, naturalmente, ótimos negociantes.
Como já se sabe, mudanças geram resistência. É necessário que o intrapreneur conheça a 
organização em que está inserido a fundo para que aumente seu poder de convencimento de seus 
colegas de trabalho. Além disso, é necessário que poder seja delegado para que o colaborador se 
sinta à vontade para expor suas ideias. Muitas vezes ótimas oportunidades são perdidas pois os 
funcionários, os que mais conhecem a empresa, não tem espaço para criação.
Já para empresas já estabilizadas, o intrapreneuring (intraempreendedorismo) significa uma 
oportunidade para ampliar mercados, aumentar negócios, adquirir novos produtos e/ou serviços, 
como também conseguir novas práticas de gestão mais eficientes.
Fonte: https://portogente.com.br/portopedia/85056-intrapreneur-intraempreendedor. Acesso: 26 jun. 2018.
• Público: O funcionário com perfil de gestor público empreendedor é aquele que, quebrando o 
comodismo do serviço público realizado sempre da mesma forma, tenta mudar esse cenário. 
Dessa forma, busca aproveitar oportunidades de mudanças e inserir inovações nos processos, 
apontando novos caminhos e novas práticas. Como consequência, suas ações podem melhorar 
o atendimento ao cidadão e trazer economia aos cofres públicos. Algumas características 
necessárias para um servidor ser empreendedor no serviço público incluem ser aberto a 
novas ideias, saber escutar os outros, estar atento aos talentos internos, ser criativo para 
realocar pessoas e recursos dentro de limitações de leis e de espaços, ter curiosidade para 
pesquisar iniciativas inspiradoras e ter inteligência emocional para lidar com entraves 
burocráticos e de relacionamento.
• Social: Um empreendedor social é aquele que se preocupa com o coletivo e busca sua realização 
produzindo e agindo em favor da comunidade e da sociedade, sem abrir mão do objetivo de 
obter retorno financeiro. Para conciliar sua crença em uma causa e sua preocupação social, 
abre um negócio cujo objetivo é trazer mudanças para a sociedade ou para uma comunidade, 
mas com perspectiva de retorno financeiro. Atualmente, com a intensificação do politicamente 
correto, da consciência social e ecológica, muitos investidores estão com foco nesse segmento 
e muitas empresas estão destinando verbas para o empreendedorismo social. Um exemplo 
de pessoa que atua nessa categoria é Bono Vox (vocalista da banda U2).
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CURIOSIDADE
Walk On: lições de empreendedorismo com a banda U2
Logo de início, a banda U2 chamou a atenção por uma postura agressiva e até certo ponto 
panfletária, com letras profundamente religiosas ou políticas. Com uma grande presença de palco e a 
empolgação de quem se acha capaz de mudar o mundo, Bono (ou Paul David Hewson) catalisou uma 
série de valores e incorporou-os ao U2.
Como toda marca, desde o início, o U2 definiu seus diferenciais (as características do som, a 
profundidade das letras, o magnetismo do time) e foi a campo vender seu peixe (ou sua música). Com 
essas credenciais e histórico, o U2 com certeza tem muito a nos ensinar sobre sucesso, branding e, 
por que não, empreendedorismo.
Para seus fãs, o U2 sempre foi mais que uma simples banda de rock’n’roll. Seu ativismo a favor 
de causas como Anistia Internacional, ONE, Live Aid e Live 8, entre outros, tem permitido que sua 
audiência conheça e se envolva com essas causas também.
Depois de tantos anos e todos os êxitos alcançados pelos quatro integrantes da banda, eles seguem 
sendo amigos e com os mesmos valores de quando iniciaram sua trajetória rumo ao sucesso.
Nos seus mais de 40 anos juntos, o U2 tornou-se lendário por nunca parar de crescer, aprender, 
refinar, errar e aperfeiçoar seu talento. Essa é a lição do grupo, aprender sempre no meio do caminho, 
adaptar-se às mudanças e “recandidatar-se ao seu próprio emprego”.
Diferente de outras bandas, por exemplo, Rolling Stones e Bon Jovi, o U2 está sempre inovando 
sua música. A banda mudou seu estilo pelo menos umas quatro vezes desde que começou, e isso, 
acredite ou não, a tem ajudado a ganhar novos fanáticos, enquanto ao mesmo tempo ainda mantém 
seus fãs mais hardcore.
Por essa razão, é possível ver nos concertos da banda seguidores ensandecidos de 15 anos até os 
acima da faixa dos 50 anos, todos cantando empolgados os grandes hits do grupo musical.
Fonte: http://blog.nxfacil.com.br/walk-on-licoes-de-empreendedorismo-com-a-banda-u2/. Acesso: 26 jun. 2018.
Pág. 31 de 96
3. EMPREENDEDORISMO NO BRASIL E NA ÁREA DE TI
Sabemos que a cultura é um elemento importante para o desenvolvimento do empreendedorismo. 
Países como os Estados Unidos são exemplo de empreendedorismo porque têm uma cultura forte 
relacionada às finanças,o que os leva a entenderem mais facilmente o que é um modelo de negócios 
ou plano de negócios. Veremos como é o perfil do empreendedor brasileiro e como atuam na área 
de TI.
3.1 O empreendedorismo brasileiro
Voltando no tempo, a história do empreendedorismo remonta à chegada da primeira Revolução 
Industrial ao Brasil, no século XIX, que trouxe a necessidade de construir infraestrutura de transporte 
para escoamento de mercadorias. Nesse cenário, o personagem de maior destaque foi Irineu 
Evangelista de Sousa, o barão de Mauá. Esse empreendedor realizou diversos grandes projetos, 
como a primeira ferrovia brasileira, ligando Petrópolis ao Rio de Janeiro.
Desde essa época, outros empreendedores deixaram sua marca na história brasileira, mas 
foi apenas na década de 1990, no período pós-ditadura, com a abertura econômica, a entrada de 
capital estrangeiro e o aumento da competitividade, que a cultura empreendedora teve impulso no 
Brasil (ASAAS, 2016).
Com a criação de entidades como o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas) e a Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro), o 
empreendedorismo passou a ser tratado com maior ênfase no cenário econômico do Brasil.
FIGURA 14 – Logotipo
Fonte: http://www.saojoaodaurtigars.com.br/wp-content/uploads/2017/08/sebrae-11.jpg.
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CURIOSIDADE
Conheça a história do barão de Mauá
Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá (1813-1889), foi a primeira figura proeminente na 
burguesia industrial na história do Brasil. Nascido no Rio Grande do Sul, mudou-se na adolescência 
para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar em uma empresa de importação. Posteriormente, 
viajou à Inglaterra, onde entrou em contato com a sociedade urbana e industrial inglesa, que o 
fascinou. De volta ao Brasil, conseguiu um empréstimo para a aquisição de uma fundição em Niterói, 
no Rio de Janeiro, que foi transformada em estaleiro naval. Ali foram produzidos mais de 60 navios a 
vapor e a vela.
O barão de Mauá criou, ainda, a Companhia de Rebocadores da Barra de Rio Grande, conseguiu 
os direitos de tráfico no rio Amazonas por 30 anos e investiu em companhias de bondes no Rio 
de Janeiro. Mauá foi ainda um dos grandes incentivadores da implantação de ferrovias no Brasil, 
com o objetivo de transportar a produção agrícola do país com maior velocidade. A primeira delas 
foi a ferrovia Mauá, que ligava o Rio de Janeiro ao Vale do Paraíba fluminense, cuja licença para 
construção foi concedida em 1852.
Mauá, em conjunto com o governo imperial de d. Pedro II, construiu ainda uma rede de telégrafos 
submarinos ligando o Brasil à Europa, investiu na Companhia de Gás do Rio de Janeiro, destinada à 
iluminação pública da cidade, e também na criação de bancos, como o Mauá, o MacGregor & Cia. e a 
Casa Mauá & Cia., com atuação significativa em Brasil, Inglaterra, Estados Unidos e países platinos.
Entretanto, seus projetos de industrialização contrastavam com a base da economia brasileira à 
época, pois a mão de obra escrava não possibilitava um desenvolvimento industrial. Suas propostas 
contrárias à escravidão não eram bem vistas pelos latifundiários brasileiros, o que resultou em 
sabotagens e atentados. [...]
Com seu banco falido em 1878, o barão de Mauá terminou seus anos de vida como corretor dos 
negócios do café.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/barao-maua-industrializacao.htm. Acesso 26 jun. 2018.
FIGURA 15 - Inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II: vista da estação de Macacos (atual Paracambi)
Fonte: https://i.pinimg.com/originals/41/2b/bf/412bbfb72926aa95257e7b331556220d.jpg.
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Vários programas de apoio ao empreendedorismo foram desenvolvidos no âmbito da Softex, 
principalmente em incubadoras de empresas e em universidades que ofereciam cursos de Ciência 
da Computação, como o projeto Genesis, o Empretec (Sebrae), o Brasil Empreendedor, ensino 
de empreendedorismo nas universidades, oferta de alternativas de financiamento por agentes 
governamentais como Fapesp e Finep etc.
Além dessas iniciativas, o GEM (Global Entrepreneurship Monitor), um consórcio internacional 
fundado pela London Business School da Inglaterra e pelo Babson College dos Estados Unidos, 
fomenta importantes contribuições ao empreendedorismo.
O GEM mede o nível de atividade 
empreendedora no mundo desde 1999. Essa 
pesquisa facilita a identificação de fatores 
críticos que incentivam ou inibem a iniciativa 
empreendedora em cada país.
No Brasil, o Instituto Brasileiro da 
Qualidade e Produtividade (IBQP), com o 
apoio do Sebrae, é o responsável, desde 
2000, pelas informações coletadas e 
publicadas sobre esse tema. Além da taxa de 
empreendedorismo, o estudo monitora a evolução de diversas variáveis, como a relação oportunidade/
necessidade, a participação de mulheres e jovens e a motivação para empreender.
FIGURA 16 - GEM
Fonte: https://i.ytimg.com/vi/_ZfLFDgEP-U/maxresdefault.jpg.
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Os dados da pesquisa GEM 
têm como objetivo principal 
estimar a quantidade de indivíduos 
envolvidos em atividades 
e m p re e n d e d o ras e m u m 
determinado momento, avaliando 
de uma forma abrangente o papel 
do empreendedorismo como 
estimulador do crescimento 
econômico de uma região.
O GEM (2017, p. 17) afirma que
o número de países participantes da pesquisa continua em ascensão, atingindo a 
marca de 65 países dos 5 continentes, que representam 70% da população e 83% 
do PIB mundial. Em cada país, equipes nacionais analisam os dados de amostras 
estatisticamente representativas da população, com o objetivo de identificar as atitudes 
da população em relação à atividade empreendedora, as taxas de empreendedorismo, 
as motivações e as características dos empreendedores e de seus empreendimentos, 
além das condições para empreender.
3 .2 Situação do empreendedorismo no Brasil
O Brasil está entre os países que lutam pela liderança nos mercados globais. Mas, apesar de 
estar dentre os que possuem uma população empreendedora, o empreendedorismo brasileiro 
ainda precisa conquistar avanços considerados críticos para que atue como força propulsora de 
um desenvolvimento sólido e sustentável.
O relatório da pesquisa sobre o empreendedorismo no Brasil em 2016 realizada pelo GEM (2017) 
afirma:
em 2016 acentuou-se a mudança no cenário da economia brasileira que iniciou-
se em 2014 e continuou em 2015. A desaceleração econômica do país nesses 
3 anos culminou com um período recessivo que começou com a crise nos 
mercados internacionais, tornou-se mais grave com a continuada queda do preço 
das commodities, e, especialmente, com a crise. Esse cenário se mostrou menos 
favorável ao empreendedorismo por oportunidade e, em decorrência da situação de 
maior desocupação no país, acarretou um incremento no empreendedorismo por 
necessidade.
a Taxa Total de Empreendedores (TTE) brasileiros apresentou valor de 36,0 % em 
2016, número inferior à observada em 2015 (39,3%).
FIGURA 17 – IBQP
Fonte: https://d12oh4b377r949.cloudfront.net/places/7b6dcf38-826e-4a21-
9cab-8b2e3ac2e1b4/54dcfba8-2c86-4e51-a9ab-c426c7299d64_logo.
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a Taxa de Empreendedorismo Inicial (TEA), composta por empreendedores nascentes 
e novos, alcançou o valor de 19,6%, também inferior a 2015 (21,0%).
A Taxa de Empreendedorismo Estabelecido (TEE), definida como sendo os proprietários 
que administram um negócio capaz de gratificar-se monetariamente por mais de 42 
meses (3,5 anos), o valor foi de 16,9%, resultado inferior à observada em 2015 (18,9%).
Esses dados podem ser observados no quadro 5.
QUADRO 5 - Taxas e estimativas de empreendedorismo segundo o estágio dos empreendimentos no Brasil em 
2016
Estágio Taxas Estimativas
Inicias 19,6 26.191.876
Nascentes 6,2 8.350.471
Novos 14,0 18.793.132
Estabelecidos 16,9 22.674.916
Total de empreendedores 36,0 48.239.058
Fonte: GEM (2017, p. 23).
De acordo com os relatórios do GEM, a atividade empreendedora,que traz inovação, impulsiona 
a economia, gera empregos e abarca as necessidades sociais, está presente no Brasil e no mundo. 
Os estudos da entidade revelam que os empreendedores que buscam a inovação e trabalham para 
que seu negócio cresça são os que realmente contribuem para o crescimento e a evolução social 
de um país.
Ainda de acordo com o relatório GEM (2017, p. 29),
no período de retração da economia brasileira, pós 2012, o empreendedorismo 
continuou a crescer, porém, agora puxado pela sua componente por necessidade. Isto 
pode ser um indicativo de que o empreendedorismo no Brasil pode estar assumindo um 
comportamento mais independente do nível de atividade econômica, talvez sendo mais 
fortemente influenciado na última década por outros fatores estruturais que também 
estão em processo de mudança, tais como: o aumento do nível de escolaridade dos 
brasileiros e por negócios mais simples e de menor escala de faturamento, como a 
Lei responsável por criar o MEI – Micro Empreendedor Individual; ou até mudanças 
na cultura brasileira, agora, cada vez mais propensa à atividade empreendedora.
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3.3 racassos no cenário corporativo brasileiro
No Brasil, um grande número de pequenos negócios é criado; por outro lado, o número de 
empresas de pequeno porte que encerram suas atividades também é grande, o que é preocupante 
para a economia brasileira. O relatório Sobrevivência das empresas no Brasil, que visa responder 
a perguntas como quais os motivos do fechamento das empresas, o que foi feito de forma errada 
na gestão desses negócios, quais os problemas enfrentados pelos empreendedores, é realizado 
pelo Sebrae desde 2011.
De acordo com o Sebrae (2016b) o relatório de 2016, que tem como referência as empresas 
brasileiras criadas em 2012 e suas informações disponíveis na Secretaria da Receita Federal até 
2014, indica que a taxa de sobrevivência das organizações com até dois anos de atividade foi de 
76,6%. As figuras a seguir apresentam os resultados. No entanto, esses dados não refletem a crise 
econômica imposta ao país no governo Dilma, a partir de 2014.
FIGURA 18 – Gráfico da taxa de sobrevivência de empresas em dois anos: evolução no Brasil
Fonte: Sebrae (2016b, p. 16).
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FIGURA 19 - Gráfico da taxa de mortalidade de empresas em dois anos: evolução no Brasil
Fonte: Sebrae (2016b, p. 17).
Dados após a crise econômica, de acordo com a revista Exame (2017), indicam que a taxa de 
mortalidade de empresas cresceu durante a recessão econômica: dos 1,8 milhão de empreendimentos 
lançados em 2014, 600 mil (ou 33%) fecharam até o final de 2016. Dados anteriores, que consideravam 
o 1,6 milhão de empresas abertas em 2012, mostravam que 23,4% chegaram inativas ao fim de 2014 
(como mostra o gráfico 2). As razões para a alta taxa de um terço de mortalidade estão relacionadas 
à redução no consumo, associado ao aumento do peso dos impostos e à escassez de crédito para 
capital de giro.
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SAIBA MAIS
Sugiro que você leia o artigo a seguir, que traz trechos de uma publicação de Marcos Hashimoto em 
que são expostas as principais causas de fracassos dos negócios, do ponto do vista deste professor, 
autor e consultor.
O que fracassa não é o negócio, é o empreendedor!
[...] Vamos considerar fracasso a necessidade de se desfazer do negócio (venda ou encerramento 
das operações) sem que esse seja o desejo do empreendedor. [...] Vamos nos ater a erros recorrentes 
– aqueles que o empreendedor já cometeu uma vez, mas, por diversos motivos, comete de novo. [...] 
Prefiro descrever as cinco limitações que levam a eles:
Incapacidade de perceber . O empreendedor fica tão focado naquilo em que acredita ou em executar o 
plano traçado que se torna cego e surdo ao que acontece à sua volta, recusando-se a enxergar fatos e 
evidências que estão na frente do seu nariz e que podem dar outro rumo ao negócio. [...] Orgulho e amor 
próprio são as causas desse mal.
Incapacidade de admitir seus erros . Por ser visto como líder, por cultivar uma forte autoimagem e por 
acreditar que as pessoas o respeitam porque ele deve saber o que está fazendo, o empreendedor tem 
muita dificuldade em admitir quando tomou uma decisão errada. E ele faz isso o tempo todo, por causa 
dos pressupostos que assumiu em ambiente de incerteza. [...] Admitir que pode ter tomado um caminho 
errado é um sinal de maturidade e um passo importante no seu processo de autoconhecimento.
Incapacidade de ler as pessoas . [...] Muitos empreendedores julgam-se superiores às demais pessoas 
e agem de forma intolerante, irresponsável e inconsequente com aqueles que o ajudam a conduzir 
seu negócio. As consequências são devastadoras, pois ele contrata errado, recompensa errado, faz 
parcerias e sociedades erradas, demite errado. Qualquer erro desses, em tempos de carência de mão 
de obra qualificada, pode ser fatal para o negócio.
Incapacidade de aprender . Desde que começa a desenvolver o seu negócio, o empreendedor aprende 
muito. Sua motivação e seu entusiasmo o levam a dedicar horas e horas lendo, estudando, fazendo 
cursos, falando com pessoas. [...] A verdade é que a maior parte do aprendizado vem depois que o 
negócio começa. O empreendedor precisa ter uma visão muito ampla, principalmente na visão de 
negócios, em itens como controles financeiros, elementos operacionais, compreensão do mercado, 
entendimento das leis etc. Falta de tempo é apenas uma desculpa. O excesso de autoconfiança é a 
causa principal desse problema.
Incapacidade de gerir . Mesmo tendo uma boa capacidade de percepção, e sabendo lidar com pessoas 
e aprender com os erros, o empreendedor pode fracassar por falta de capacidade de gestão. Isso não 
quer dizer que basta dominar as técnicas e ferramentas de administração, mas saber como aplicá-las 
para cada tipo específico de negócio e como explorá-las diante das circunstâncias que se apresentam. 
[...] Para ser competitivo, é preciso saber equalizar a relação entre os custos e as receitas, aumentar a 
eficiência dos processos, decidir onde investir para crescer, como diversificar e como definir objetivos, 
entre outras práticas de gestão.
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Essas incapacidades sozinhas não são responsáveis pelo fracasso, mas uma combinação delas pode 
ser fatal se não for compensada por competências de outras pessoas, como sócios ou funcionários-
chave. Se o empreendedor não percebe uma necessidade de mudança – ou percebe a necessidade, 
mas não está preparado para enfrentá-la –, isso se repetirá diante de todas as situações em que é 
preciso tomar decisões.
Fonte: Hashimoto (2013).
3.4 Empreendedorismo em TI
Hoje, é impossível falarmos em empreender em tecnologia e não nos referirmos à internet como 
rede de computadores, cenário de negócios ou plataforma tecnológica. De fato, a rede mundial 
alterou os hábitos, comportamento e valores das sociedades do nosso planeta.
A popularização da internet influenciou de forma 
muito intensa a maneira como as pessoas passaram 
a comprar, ou seja, grande parte da população trocou 
o modo de consumo tradicional (aquisição em lojas 
físicas ou de serviços em escritórios) por compras e/
ou contratações de serviços online.
Naturalmente, diversos fatores contribuíram para 
isso e continuam impulsionando o comércio virtual 
de serviços e produtos, como comodidade, facilidade, 
maior concorrência e queda nos preços, produtos 
regionais distribuídos nacionalmente, indicações e 
informações detalhadas disponíveis, maior acesso aos recursos de comunicação móvel etc.
Do ponto de vista do empreendedor, a internet tem se mostrado uma grande oportunidade para 
uma nova carreira, um novo comércio ou uma extensão de um comércio já existente.
Diariamente, vemos notícias exaltando os números atribuídos ao comércio eletrônico, que, 
mesmo já sendo impressionantes, tendem a ter um crescimento cada vez mais expressivo. O 
comércio eletrônico evoluiu de um canal complementar de vendas para uma ferramenta essenciale estratégica nas diferentes formas de marketing oferecidas, em função do enorme aumento da 
utilização da internet e do crescente volume de vendas online. Esse setor da economia brasileira, 
como mostra a figura a seguir, vem crescendo anualmente na casa dos dois dígitos.
FIGURA 20 – Tecnologia e novos negócios em TI
Fonte: violetkaipa / shutterstock
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FIGURA 21 - Crescimento do faturamento no comércio eletrônico no Brasil
Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/09/vendas-ecommerce-ebit.jpg.
Considerando-se o crescimento sustentável, a agilidade na capacidade de negociação, as 
ferramentas de marketing e concorrência acessíveis a todos, há um cenário favorável para quem 
quer empreender usando a tecnologia. O comércio eletrônico é, se não a melhor, uma das melhores 
opções para investimento, seja para venda de produtos em varejo, atacado ou prestação de serviços.
Atuando no Brasil desde 2000, a Ebit é a maior referência em inteligência competitiva para o 
e-commerce brasileiro, acompanhando a evolução do varejo digital no país desde seus primórdios. 
Desde 2001, fomenta o Webshoppers, que é um relatório sobre o comércio eletrônico brasileiro.
De acordo com o Webshoppers da Ebit (2017, p. 12),
a oportunidade de acesso à internet com a democratização do acesso 3G e 4G, 
além das já conhecidas vantagens oferecidas pelo comércio eletrônico como, por 
exemplo, preços baixos e informações sobre produtos, permitiram que o volume de 
consumidores que fizeram pelo menos uma compra no 1º semestre de 2017 fosse 
maior que em 2016, registrando um crescimento de 10,3% e totalizando cerca de 25,5 
milhões consumidores ativos comprando pela internet.”.
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Outro dado interessante do relatório de 2017 pode 
ser visto na figura a seguir: quase 25% das compras 
foram realizadas usando-se dispositivos móveis. Isso é 
reflexo do aumento de 56,2% de vendas por intermédio 
de smartphones (m-commerce, ou mobile commerce) no 
1º semestre de 2017, comparado ao semestre anterior. 
“Isso mostra que os consumidores continuam investindo 
em aparelhos com mais funcionalidades e modernos, 
o que viabiliza esta migração do comportamento de 
consumo” (EBIT, 2017, p. 12).
FIGURA 23 - Dispositivos mais utilizados em compras online
Fonte: Ebit (2017, p. 12).
FIGURA 22 – Ebit
Fonte: https://logodownload.org/wp-
content/uploads/2016/10/ebit-logo.png.
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O Ebit (2017) também traz dados relativos ao digital commerce, que reúne vendas de produtos 
novos e usados de empresas para consumidores (B2C) e de consumidores para consumidores 
(C2C), além de serviços (turismo, locação de veículos e ingressos), como mostra a figura a seguir.
No período de 2012 a 2016, o digital commerce apresentou aumento de 88%, com crescimento 
médio anual de 17%. Nesse mesmo período, o produto interno bruto (PIB) brasileiro teve um 
recuo de 3,9%, mostrando o dinamismo e o potencial de crescimento do comércio eletrônico 
nacional (EBIT, 2017).
FIGURA 24 - Dados do digital commerce
Fonte: Ebit (2017, p. 25).
Mesmo com esse cenário favorável, empreender exige doses extras de disciplina, visão de futuro, 
entrega pessoal, multidisciplinaridade, persistência e coragem, dentre outras coisas. É quase uma 
grande aventura. E aventura e dinamismo andam juntos. Este último faz parte da área de TI, que é, 
de longe, o tipo de empreendedorismo que oferece menores riscos, dado o seu embasamento em 
tecnologia e conhecimentos específicos.
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3.5 O empreendedor na área de TI
Embora no Brasil haja diversas oportunidades de trabalho na área de TI, ainda é comum que 
alguns profissionais sonhem em ter seu próprio negócio. Trabalhar com tecnologia e com inovações 
leva muitos profissionais a se espelhar em exemplos de jovens que ficaram milionários com projetos 
que desenvolveram em garagens. Personalidades que se tornaram mitológicas, como Steve Jobs, 
Bill Gates, Linus Torvalds e Mark Zuckerberg, são muito inspiradoras.
Mas criar um novo negócio em TI requer cuidados 
e análises aprofundadas, pois uma ideia original nem 
sempre resulta em um projeto viável. Ao invés de buscar 
ideias, o empreendedor deveria buscar oportunidades 
originais, que não precisam ser necessariamente novas, 
mas sim ter futuro ou ser inovadoras.
Como já ficou claro pelo que apresentamos até aqui, 
deixar de ser empregado para ser empregador não é 
tarefa fácil. Os novos negócios precisam de boa gestão, 
bons profissionais envolvidos, boa soma de capital e 
muitos outros requisitos para serem bem sucedidos.
SAIBA MAIS
Assista no Youtube ao vídeo em que Steve Jobs discursa na Universidade de Stanford sobre sua vida.
Link: http://youtu.be/mM0KfNUGIFg.
Os programadores e desenvolvedores são os empreendedores mais encontrados na área de 
TI. Isso ocorre porque o profissional consegue desenvolver seus projetos sem necessitar da ajuda 
de terceiros e pode trabalhar em seu tempo livre e em ritmo próprio. Dessa forma, cria programas, 
sistemas e aplicações que podem alavancar novos negócios.
Diversas outras possibilidades abrem-se ao empreendedor da área de TI, envolvendo atividades 
como suporte a pacotes de software proprietários, manutenção em computadores e equipamentos 
de hardware, consultoria em projetos, treinamentos, criação de loja virtual, venda de produtos de 
TI, montagem de redes de computadores, criação de apps para dispositivos móveis, criação de 
ambientes virtuais de aprendizagem, criação de aplicações com base em realidade aumentada 
FIGURA 25 - Bill Gates, Ste-
ve Jobs e Linus Torvalds
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-T55qCeTa1GI/
VXsZKCTgs_I/AAAAAAAAAG0/hMju-eyyONU/s1600/Bil
l%2Bgates%2Bsteve%2Bjobs%2Blinus%2Btorvalds.jpg.
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e realidade virtual, programação para games, enfim, uma gama de opções limitada apenas pela 
criatividade.
De acordo com Luiz Dias (2016), o empreendedorismo em TI pode seguir por quatro caminhos 
diferentes:
1. Startup: essa iniciativa refere-se a negócios cujas atividades envolvam a criação e o 
desenvolvimento de soluções ou aplicações que sejam replicáveis, ou seja, que possam 
ser vendidas várias vezes, sem a necessidade de adaptações significativas. Embora enseje 
um ambiente de incertezas, esse modelo de investimento tem nos negócios baseados na 
web seu grande nicho. Investir em uma startup pode ser muito lucrativo e rentável, pois 
envolve baixos custos.
FIGURA 26 – Negócio baseado em startup
Fonte: Shai_Halud / shutterstock
2. Empreendedor autônomo: profissionais de TI altamente especializados e com comprovado 
grau de conhecimento podem atuar como consultores autônomos. As áreas de atuação 
incluem a criação e o planejamento de sistemas integrados de gestão, envolvendo diferentes 
áreas, como contabilidade, recursos humanos, marketing, softwares para tomadas de 
decisões, programação para games e dispositivos móveis, dentre outras.
3. Empreendedor corporativo: o profissional de TI atua dentro de uma empresa, ajudando com 
ideias estratégicas para que esta alcance metas ambiciosas em seu mercado de atuação. 
Para prestar esse tipo de consultoria com excelência, é necessário que o profissional conheça 
diversos setores tecnológicos e contribua com alternativas que possam promover agilidade 
em processos e reduzir custos. A área que exige conhecimentos de big data associado com 
arquitetura de soluções e segurança oferece excelentes oportunidades.
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4. Ser dono de um negócio: para criar sua própria empresa, o profissional de TI deverá elaborar 
um plano de negócios, ter capital para o investimento inicial e ter habilidades de gestão, 
dentre outras características. Há diversas áreas de atuação, como terceirização de equipes 
forenses, tratamento de dados não estruturados, softwares de segurança, arquitetura de 
soluções, treinamento especializado, desenvolvimento para web etc. O mais indicado é 
reunir um grupo de profissionais especializados em diferentes

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