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TEORIA E PRATICA - CONTEUDOS ED ESTUDO

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MÓDULO 5 – CONTRATOS DE CAMBIO E CÂMBIO EXPORTAÇÃO
Contratos de câmbio
O contrato de câmbio é o instrumento pelo qual se efetua a troca de divisas 
estrangeiras por nacionais e vice-versa. Nele consta, dentre outras informações, a 
moeda estrangeira que está sendo comprada ou vendida, a taxa contratada, o valor 
correspondente em moeda nacional, os nomes do comprador e do vendedor e suas 
respectivas assinaturas.
Os contratos de câmbio devem estar vinculados à declaração de despacho de 
exportação (D.D.E.) e deve haver uma correlação entre o registro de exportação (o 
que foi exportado, o valor e o prazo de pagamento) e a contratação de câmbio. A 
vinculação entre esses registros e o contrato de câmbio deve restar exata, isto é, com 
saldo zero. Significa que, qualquer diferença ou eventual mudança deve ser 
devidamente registrada, tanto no contrato de câmbio como no seu respectivo registro.
Por exemplo, se o exportador remete mercadoria no valor de US$ 100.000,00 para o 
importador e este, por perceber alguns defeitos na mesma, faz um desconto no preço, 
pagando apenas US$ 80.000,00, o exportador deve fazer a ratificação nos registros. 
Caso contrário, o BC informará que a operação não resultou em saldo zero, ou seja, 
que não foi fechado o câmbio na diferença de US$ 20.000,00.
A formalização das operações de câmbio se desdobra em duas fases: registro e 
edição do contrato de câmbio, na primeira, e a efetivação do contrato, na segunda.
Existem contratos específicos para operações relativas à exportação, importação, 
remessas, ingressos, etc; e a negociação do câmbio entre o banco e o exportador 
pode ser feita diretamente ou através de um corretor de câmbio, que funciona como 
interveniente. Cabe a este corretor fazer os registros dos contratos, buscar a instituição 
com a melhor taxa cambial e assessorar o exportador até a fase final do contrato.
Os elementos dos contratos de câmbio, com exceção dos considerados imutáveis, 
podem ser alterados, desde que haja mútuo consenso entre as partes. São permitidas 
as alterações na natureza da operação; no pagador/recebedor no exterior; nos 
contratos não vinculados a operações comerciais; no prazo para a liquidação; na forma 
de entrega e nas cláusulas de negociação. 
-Efetivação e Fechamento do contrato de câmbio.
A efetivação do contrato ocorre quando o documento é sacramentado com a instituição 
financeira.
Fechar o câmbio nada mais é que negociar com o banco as condições (taxa, tarifa, 
prêmio, prazo) de compra e venda da moeda estrangeira. De acordo com as regras, o 
fechamento pode ser feito antes ou depois do embarque da mercadoria e o exportador 
tem um prazo, começando a contar da data do embarque, para a entrega dos 
documentos da exportação.
Antes de fechar o câmbio, o exportador deve estudar as variáveis do mercado 
financeiro, tais como a taxa de juros vigente e a expectativa em torno da taxa cambial, 
a fim de escolher o melhor momento para liquidar o contrato.
 
-Liquidação do contrato de câmbio
A liquidação consiste no memento em que se faz a troca recíproca de moedas. Tal 
troca nem sempre ocorre no memento da contratação (como câmbio no turismo, por 
exemplo, em que a liquidação ocorre imediatamente). Com exceção da liquidação sob 
a forma prevista no câmbio simplificado simultâneo de exportação, as operações 
cambiais devem ser liquidadas mediante a entrega de moeda ou entrega do 
documento que a repasse ao banco como qual tenha sido celebrado o contrato. 
-Cancelamento do contrato de câmbio.
Os contratos de câmbio podem ser cancelados, em comum acordo entre as partes, 
quando a mercadoria não foi embarcada e/ou o serviço contratado ainda não tenha 
sido prestado. No caso de já ter ocorrido o embarque da mercadoria ou prestação de 
serviço, o cancelamento ou baixa do contrato deve ser efetuado em certo prazo a partir 
da data do embarque.
Na hipótese de recebimento da moda estrangeira referente a contrato de câmbio que 
tenha sido cancelado, o exportador deve celebrar novo contrato para liquidação pronta 
e é classificado como processo de recuperação de divisas. Ocorrendo o pagamento da 
exportação, o contrato de câmbio baixado deve ser restabelecido e imediatamente 
liquidado. 
- Tipos de contratos de câmbio
Antes de outubro de 2011, no Brasil, existiam diversos tipos de contratos de câmbio 
para compra, venda, transferências financeiras, alterações nos contratos já assinados, 
cancelamentos e operações de arbitragem. A partir de 2011, alguns tipos de contratos 
foram revogados pela Circular nº 3.545, sendo ainda válidos e operantes os seguintes 
tipos:
· Compra (importação): destinado às operações de compra de moeda estrangeira 
realizadas pelas instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio; 
· Venda (exportação): destinado às operações de venda de moeda estrangeira 
realizadas pelas instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio; 
· Tipos 7(para compras) e 8(para vendas): alteração de contrato de câmbio 
celebrado até 30 de setembro de 2011;
· Tipos 9 (para compras) e 10(para vendas): cancelamento de contrato de câmbio 
celebrado até 30 de setembro de 2011, usados, também, por adaptação, para a 
documentação da posição cambial. 
Exportação
A necessidade de proteger divisas fez com que fossem editadas normas reguladoras 
referentes às moedas envolvidas (câmbio) nos negócios internacionais e tais normas 
se encontram espalhadas em diversos diplomas legais. As regras sobre operações 
cambiais ganham revelo em dois grandes negócios: importação e exportação.
 
Exportação é a venda ou remessa de produtos de um país para outro, sendo o 
exportador aquele que vende e o importador aquele que compra.
 
A exportação pode ser realizada de três formas, sendo elas:
 
· Exportação direta, na qual a empresa toma todas as providências para a venda da 
mercadoria, sem nenhum interveniente junto ao importador;
 
· Exportação indireta, na qual o produtor vende sua mercadoria a um terceiro 
interveniente, podendo este ser uma cooperativa ou um consórcio de produtores, 
que irá efetuar a exportação;
 
· Exportação indireta por Trading Company(Empresa Comercial Exportadora). 
As Trading Companies são organizações comerciais constituídas sob a forma de 
sociedade por ações e possuem tratamento tributário diferenciado. Dessa forma, o 
exportador conta com isenção de certos impostos e deixa de ter responsabilidade 
sobre a continuidade da operação.
 
Nas operações realizadas dentro do país não é lícita a recusa de moeda nacional 
como forma de pagamento, porém o mesmo não acontece no mercado internacional. 
Entre nós, o Estado tem o monopólio e controla as moedas estrangeiras, a fim de 
preservar as reservas cambiais. 
Por muitos anos, o exportador não podia receber o pagamento dos importadores 
estrangeiros em moeda nacional, pois frustraria entrada de moeda forte no país. A 
partir de 2006, com a Lei n.11.371/06, passou a ser possível o recebimento de moeda 
nacional como forma de pagamento das exportações brasileiras. Além disso, passou a 
ser possível aos exportadores brasileiros manter no exterior a integralidade dos 
recursos recebidos por suas exportações. 
Somente as instituições autorizadas pelo Banco Central é que podem operar no 
mercado de câmbio, e as operações de compra e venda de moeda estrangeira, para 
serem lícitas, devem ser contratadas e liquidadas com as instituições autorizadas pelo 
BACEN, devendo seguir todos os normativos e regras para tais operações. 
Nas exportações e importações existem obrigações recíprocas: o vendedor fica 
obrigado a entregar a mercadoria e o comprador, por sua vez, a entregar o valor 
combinado. Essas operações não podem ser realizadas simultaneamente e tanto os 
importadores como os exportadores liquidam os valores devidos através doa bancos, e 
não diretamente entre si. O pagamento aos exportadores pode ser antecipado (o 
exportador recebe o dinheiro antes do embarque da mercadoria), por cobrança (oexportador recebe o dinheiro após o embarque da mercadoria) e pelas cartas de 
crédito. Estas serão estudadas mais a frente, nos próximos módulos.
MÓDULO 6 – CÂMBIO IMPORTAÇÃO E PRINCIPAIS TIPOS DE FINANCIAMENTO 
A EXPORTAÇÃO 
Importação
A importação é o processo pelo qual entram em determinado país, por meio da 
compra, produtos e bens produzidos no exterior. A empresa importadora (quem 
compra) deve ser registrada pelo Siscomex*, o que ocorre de forma automática após a 
realização da primeira operação de importação. Neste ato são informados CNPJ, 
constituição societária, capital social, dentre outros dados cadastrais.
Após a compra, para que a mercadoria importada seja nacionalizada e licenciada para 
consumo, é necessária a emissão de um documento conhecido como declaração de 
importação. Assim, o importador fornece à Receita Federal diversas informações sobre 
a operação, tais como: especificação da mercadoria, forma de pagamento, benefícios 
fiscais, classificação aduaneira e meio de transporte da mercadoria. Portanto, 
adeclaração de importação consolida as informações cambiais, tributárias, fiscais, 
comerciais e estatísticas da operação, representando o início do Despacho 
Aduaneiro.¹
¹- conjuntos de atos que garantem a autorização de entrega da mercadoria procedente 
do exterior.
*Sistema integrado de comércio exterior.
 
Regime Cambial
Para que o importador possa efetuar o pagamento ao seu fornecedor no exterior, 
deverá comprar a respectiva moeda estrangeira, realizando o fechamento de câmbio, 
a fim de liquidar sua obrigação no exterior. A remessa de moeda será efetuada pelo 
banco como qual o contrato de câmbio foi fechado, através de uma ordem de 
pagamento ao seu correspondente no exterior, tendo como beneficiário o vendedor da 
mercadoria.
Segundo o Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais, capítulo 12 
“as operações de câmbio destinadas ao pagamento de importações brasileiras, 
inclusive as relativas a parcelas de principal de importações financeiras até 360 dias, 
podem ser celebradas para a liquidação pronta (até 2 dias da data de contratação) ou 
futura (até 360 dias da data de contratação), independentemente da modalidade da 
transação.”
Nas importações realizadas à vista e com pagamento antecipado, a contratação do 
câmbio normalmente é efetuada para liquidação pronta. Já nas importações a prazo, a 
contratação do câmbio pode ser tanto para liquidação pronta como para liquidação 
futura.
A contratação de câmbio por pessoa diversa do importador indicado na Declaração de 
Importação é permitida nas seguintes condições:
a) na alteração de denominação social do importador;
b) na falência do importador;
c) por decisão judicial;
d) na fusão, cisão, sucessão ou incorporação de empresa importadora;
e) na inadimplência do importador com o banco autorizado a operar em câmbio, 
emissor da carta de crédito ou garantidor do pagamento da importação;
f) na importação realizada por conta e ordem de terceiro;
 
As alterações nos contratos de câmbio de importação podem ser processadas para 
adequar seus dados à operação a qual se vinculam. Apenas não são permitidas 
alterações no importador, no Banco Interveniente, no valor em moeda estrangeira e 
moeda nacional e na taxa cambial. As alterações admitidas devem ser devidamente 
registradas no Sisbacen.²
²- Sistema de Informações do Banco Central. 
Pagamento antecipado
Esta modalidade de pagamento apresenta altíssimo risco para o importador, uma vez 
que o pagamento é realizado antes do embarque da mercadoria, além de elevar o 
custo da mercadoria transacionada. É mais utilizada na importação de produtos de alta 
tecnologia e máquinas fabricadas sob encomenda, uma vez que, para o importador, 
representa uma garantia de recebimento e, para o exportador, aporte de recursos de 
capital de giro destinado à fabricação da mercadoria. O processo ocorre, basicamente, 
da seguinte forma: 
1. O importador efetua a compra da mercadoria junto ao exportador e providencia a 
compra da moeda estrangeira de que necessita, fechando um contrato de câmbio junto 
a um Banco de sua escolha. 
2. O banco, através de uma ordem de pagamento, envia os recursos em moeda 
estrangeira ao Banco do exportador (no exterior). 
3. O exportador embarca a mercadoria e remete os documentos originais diretamente 
ao importador para desembaraço junto à alfândega, além de entregar uma cópia dos 
documentos ao banco para comprovar o embarque da mercadoria de acordo com a 
legislação cambial de seu país. 
Comissão de agentes
As comissões devidas a agentes, representantes, concessionários etc. podem ser 
transferidas ao exterior, integrando o pagamento das importações, ou retidos no país, 
em favor dos credores. Se o contrato de câmbio for liquidado sem a vinculação da 
comissão, o valor desta deve estar no contrato mercantil ou em outro documento 
idôneo da operação.
 
 
Principais tipos de financiamento a exportação
Os bancos que operam com câmbio concedem aos exportadores os Adiantamentos 
sobre os Contratos de Câmbio (ACC), que consistem na concessão, feita pelo banco 
negociador das divisas, da antecipação do preço da moeda estrangeira ao exportador 
amparado por uma linha de crédito externa, intermediada pelo banco, que é autorizado 
a operar em câmbio. 
O objetivo dessa modalidade de financiamento é proporcionar recursos antecipadas ao 
exportador para que este possa fazer face às diversas fases do processo produtivo e à 
comercialização da mercadoria a ser exportada. Constitui-se, assim, com um incentivo 
à exportação.
Pelo fato deste incentivo financeiro demandar custos bem mais favoráveis do que as 
taxas de mercado, a concessão pelos bancos e a utilização desses ACC pelos 
exportadores devem ser dirigidas para seu fim essencial: apoiar financeiramente a 
concretização da exportação objetivo do contrato de câmbio.
O ACC desdobra-se em duas fases. A primeira refere-se à concessão do 
adiantamento pelo banco, tradicionalmente, em até 180 dias antes do embarque da 
mercadoria, caracterizando-se como um financiamento à produção, embora perdendo 
a desvalorização cambial posterior que possa ocorrer com os reais. 
A segunda fase acontece quando a mercadoria já está pronta e embarcada, podendo 
ser solicitado até 60 dias após o embarque, aproveitando ao máximo a variação 
cambial. Nessa fase, passa a se chamar Adiantamento sobre Cambiais Entregues 
(ACE), e pode caracterizar-se pela simples manutenção do ACC, efetuando-se apenas 
a transformação contábil através de complementação de valor. O valor adiantado 
poderá ser averbado no próprio contrato de câmbio ou através de instrumento em 
separado que se integrará ao contrato.
Muitas vezes, o ACC é utilizado como um instrumento para ganho financeiro pelo 
exportador. Tal fato ocorre quando as taxas de juros domésticas estão elevadas em 
relação às taxas em dólar, o que incentiva as empresas a tomarem recursos nessas 
linhas para aplicá-los no mercado financeiro. Nesse caso as empresas contratam o 
ACC/ACE para financiar suas atividades.
A partir das alterações nas regras de recebimento das exportações brasileiras, feitas 
pelo BC em 2009, os exportadores brasileiros podem transformar um financiamento 
interno- normalmente um ACC- em financiamento externo- pré-pagamento de 
exportações, realizando o embarque ou prestação de serviços em qualquer prazo. A 
medida teve como objetivo ampliar as operações de negociação visando melhores 
condições de financiamento à exportação, e valeu para as novas operações de ACC 
após aquela data e para o estoque de financiamentos em vigor.
MÓDULO 7 – FINANCIAMENTO NO MERCADO INTERNACIONAL
 
Financiamento no mercado internacional
Dentro das operações e mecanismos existentes para financiar a exportação, podemos 
destacar: o pré-pagamento, export note e a securitização das exportações.
 
O pré-pagamento
Consiste na aplicação de recursos em moeda estrangeira na liquidação de contratos 
de câmbio de exportação, anteriormente ao embarque das mercadorias.O prazo de embarque da mercadoria é de, no máximo, 360 dias após a contratação do 
câmbio. Caso o prazo não seja cumprido, a operação conduzida como pagamento 
antecipado da exportação pode ser convertida –a pedido do exportador e com 
consentimento do pagador no exterior- em investimento direto de capital ou 
empréstimo de moeda. 
O motivo para adotar a estrutura de pré-pagamento no lugar de ACC é a diferença de 
risco político existente. No pré-pagamento, as instituições financeiras no exterior não 
esperam receber divisas remetidas no Brasil, correndo apenas o risco comercial de 
haver ou não o embarque da mercadoria. No caso de uma crise cambial, as 
autoridades brasileiras poderiam proibir a remessa de divisas para pagar dívidas, mas 
dificilmente proibiram o embarque de mercadorias já vendidas e pagas. 
Export Note
É um título representativo dos direitos de créditos de exportação difundido em contrato 
mercantil, entre o exportador brasileiro e o importador estrangeiro, no qual o 
exportador cede ao Banco os direitos sobre a exportação em troca da antecipação dos 
recursos. 
Securitização das exportações
Consiste na emissão de um título no mercado internacional com lastro em vendas 
futuras ao exterior. É operacionalizado para que os exportadores obtenham 
financiamento no exterior a custos mais baixos. 
Com base no contrato de exportação, o exportador emite um papel de, no mínimo, 361 
dias de prazo, para buscar financiamento junto aos investidores institucionais e 
instituições financeiras internacionais. Tais papéis são garantidos pelo desempenho do 
exportador ao longo dos anos. 
O investidor estrangeiro acompanha os dados, que são registrados numa conta de 
passagem, na qual é contabilizada a receita auferida pelo exportador coma venda do 
produto no mercado. É uma conta de saldo zero, já que serve apenas para mostrar, no 
exterior, a renda obtida com as exportações, antes dos recursos serem internados no 
país.
Além disso, os exportadores podem abrir, no exterior, uma conta de depósito de 
moeda estrangeira (deferente da de passagem) onde vão depositar recursos para o 
pagamento dos juros e encargos. Às vésperas do pagamento, o tomador coloca 
recursos em sua conta como garantia ao investidor de que ele honrará o compromisso.
 
Assim, o exportador consegue recursos a custo mais baratos, já que se subentende 
que o contrato de exportação terá baixo risco, justamente por estar garantido em fluxo 
de recursos de moeda forte. 
Supplier’s credit, Buyer’s Credit e Forfaiting
Na modalidade Supplier’s credit o financiamento é concedido ao exportador por um 
banco mediante desconto das cambiais representativas de vendas a prazo, podendo o 
financiador exercer o direito de regresso contra o exportador/financiado. Assim, o 
exportador vende a prazo e as divisas também vão ingressar, futuramente, nos 
respectivos vencimentos. 
O pagamento da cambial de exportação é de responsabilidade do exportador, junto ao 
banqueiro financiador, quer na condição de sacador quer na qualidade de endossante.
Pode ser negociada, entre financiador e financiado, a dispensa do direito de regresso 
contra o exportador, o que acarretará o pagamento, por parte deste, da comissão de 
risco ao financiador. 
Já na modalidadede Buyer’s Credit o financiamento é concedido diretamente ao 
importador estrangeiro, com atuação de um banco no exterior que financia a operação 
ao importador. Neste caso, apenas o comprador e seus avalistas, quando houver, 
permanecem responsáveis pelo pagamente das cambiais de exportação, não havendo 
qualquer vinculação do exportador com as cambiais. 
O Forfaiting é uma concessão de crédito através da qual, com a intermediação de um 
banco, um exportador pode vender suas mercadorias a prazo e receber à vista. O 
mercado forfaiting funciona como uma espécie de desconto de notas promissórias, 
sendo uma forma de captação contra venda de uma cambial (saque). 
Seu maior atrativo é que o mecanismo não oferece riscos ao exportador, pois é a 
compra de obrigações do importador, saque cambial sempre sem o direito de 
regresso, o que garante ao exportador estar sempre livre de riscos da operação. 
O forfaiting ainda é pouco conhecido pelos bancos, mas em breve deve tornar-se uma 
fonte popular de recursos, já que, ao fecharem financiamentos para o comércio 
exterior via forfaiting, os bancos brasileiros transferem o risco da operação para uma 
instituição especializada no ramo (forfaiter). 
Além disso, a operação é simples e rápida. Primeiro o exportador deve remeter um 
saque cambial ao comprador e este deverá assiná-lo, comprometendo-se a pagar no 
vencimento. Em seguida o banco analisa o risco, o prazo e estabelece um desconto 
para valor de face dos títulos. O custo depende exclusivamente do risco, sendo muito 
barato para um risco bom e chagando a valores mais elevados para financiar riscos 
maiores.
 
Por exemplo: uma empresa brasileira negocia a venda de uma máquina ao exterior no 
valor de US$ 1.000.000 e O importador pede um financiamento de cinco anos, para 
ser pago em dez prestações semestrais. Com a empresa brasileira querendo receber o 
pagamento à vista e o importador querendo receber o financiamento, monta-se uma 
operação forfaiting através da venda de crédito do exportador ao banco, à vista e com 
um desconto. O exportador então, segundo a orientação do banco, financia, via banco, 
o importador estrangeiro, emitindo notas promissórias. Essas notas serão compradas, 
à vista, pelo banco, acerta-se com o forfaiter e, mediante a um desconto, torna-se 
credor oficial do importador, sem direito de regresso. Assim, o exportador recebe à 
vista, o importador consegue o financiamento e o banco ganha a taxa de 
intermediação. 
Financiamento à importação
Até a abertura da economia brasileira, iniciada em 1990, os financiamentos para a 
aquisição de bens de serviços no exterior eram uma opção obrigatoriamente imposta 
pela norma política de comércio exterior. 
A desestabilização econômica e inflação instável, mesmo que a curto prazo, não 
deixavam os executivos das empresas tranquilos quanto à obtenção do lucro no final 
da operação. Além disso, ferramentas de proteção, como o hedge cambial (trabalhado 
nos próximos módulos), ainda não eram praticadas pelo mercado doméstico e não 
estavam regulamentadas pelo Banco Central. 
Atualmente, além dos amplos mecanismos que o mercado oferece em termos de 
proteção, o sucesso no controle da inflação e a estabilidade proporcionada pela 
política cambial deixaram claro que a opção por um financiamento à importação pode 
trazer vantagens financeiras ao importador. 
Assim, qualquer alternativa de financiamento aos níveis atuais de das taxas praticadas 
no mercado doméstico representa um custo significativamente superior. Diante de tal 
diferencial entre as taxas de juros, o importador obterá relevante benefício financeiro 
ao optar pelo pagamento da importação a prazo. 
É fundamental que a empresa adote uma política de hedge para se preservar de 
possíveis depreciações da taxa de câmbio diante da moeda do financiamento, com 
objetivo de defender seus lucros. 
Essa modalidade de financiamento tem como objetivo principal atender às empresas 
que pretendem importar bens de consumo, serviços e bens de capital, esses 
destinados à modernização e atualização dos processos industriais para fazer frente à 
concorrência internacional.
 
 
Operações de garantia
A crescente participação e integração das empresas no mercado internacional vêm 
aumentando o volume de operações comerciais e financeiras com o exterior, exigindo 
presença das operações de garantia. Entre as principais, temos: 
· Aval bancário: Mediante a concessão de aval, os Bancos podem assegurar ao 
credor o pagamento da dívida caso o comprador se torne inadimplente. O aval só 
pode ser dado em um título de crédito, nunca em outro instrumento.
 
· Fiança: é um contrato pelo qual o banco (fiador) garante o cumprimento da 
obrigação de seu cliente junto a um credor.· Bid Bond: é uma espécie de aval concedido em documento para que determinada 
empresa possa participar de concorrência. Garante o pagamento de multa caso a 
concorrente, se vencedora, se recuse ou não apresente os documentos, garantias e 
condições para formar o contrato nos termos de sua oferta. Teoricamente o valor 
dessa multa seria suficiente para ressarcir a empresa ofertante dos custos de uma 
nova consulta ao mercado.
 
· Performance Bond: Contrato no qual o banco garante o pagamento de multa (5 a 
10% do valor do contrato) pelo fornecedor/fabricante caso haja descumprimento de 
termos e condições estabelecidos no contrato, tais como: prazo de entrega, qualidade, 
desempenho físico do produto, etc. e neste caso o banco é encarregado de pagar o 
valor da garantia caso o exportador não cumpra com o contrato.
 
Cartas de crédito (Letter of Credit – L/C)
A carta de crédito é um documento que oferece alta dose de segurança para se operar 
no comércio internacional, já que o banco emitente garante o pagamento ao 
exportador, em nome do importador. 
O importador deve responsabilizar-se pelo pagamento da mercadoria e procurar um 
banco que faça a emissão do documento ao exportador.
A L/C tem informações padronizadas, entre elas: data, nome dos bancos, valor da 
mercadoria, condições de venda e de pagamento, prazo de embarque, entre outros.
 
 
MÓDULO 8 – FUNDOS DE INVESTIMENTO E EMPRÉSTIMOS EM MOEDA 
ESTRANGEIRA (M.E.)
 
Fundos de investimento
Dentre as formas mais optadas pelas empresas para se obter fundos para 
investimento, merecem destaque:
- Commercial papes (Notas promissoras comerciais);
São títulos de crédito de natureza cambial emitidos por grandes empresas, sem 
garantia real, colocados no mercado monetário com o objetivo de captar recursos 
financeiros sem que tais empresas tenham de recorrer a bancos. São muito 
utilizados nos Estados unidos por parte de empresas altamente conceituadas. Entre 
as principais vantagens do comercial paper estão sua flexibilidade, com livre 
determinação de prazos, taxa de juros maior do que a dos certificados de depósitos 
e diversificação dos papéis, com grande número de empresas emissoras. Por outro 
lado, como desvantagens, temos a inexistência de liquidez a curto prazo, alto risco 
e negociações em mercado secundário. 
Por permitirem uma estruturação mais rápida e com custo menor, muitas 
companhias que precisam do dinheiro com maior urgência usam as notas como 
uma ponte para a emissão futura de debêntures* ou ações.
*Valor mobiliário emitido pelas sociedades por ações, representativo de 
dívida, que assegura aos seus detentores o direito de crédito contra a 
companhia emissora.
 -Bônus/Eurobônus de empresas
São títulos lançados no exterior por empresas nacionais, com objetivo de captar 
recursos em valores elevados. Recebem o prefixo “Euro” quando a emissão ocorrer 
fora do País da moeda na qual o título estiver sendo emitido. Por exemplo, Os 
eurobônus e euronotes¹ caracterizam a emissão dos referidos títulos, denominados 
em dólar, mas fora dos Estados Unidos. 
Podem ser lançados títulos com taxas de juros fixas (Fixed Rate Notes) ou 
flutuantes (Floating Rate Notes), sendo o BC o órgão responsável por determinar os 
prazos mínimos de capitação no mercado internacional, seja por meio da emissão 
de títulos ou das operações de empréstimo entre empresas. Muitas vezes os títulos 
são vendidos com desconto em ralação ao valor de face. O cálculo em sistema de 
fluxo de caixa de acordo com o prazo do título, levando em conta o desconto e o 
juro prometido, resulta no retorno obtido pelo investidor.
 
O termo “bônus” (Bond em inglês) é usado tradicionalmente, no exterior, para títulos 
com mais de 10 anos de prazo. Para os títulos com menos de 10 anos, utiliza-se o 
termo notes¹. 
A captação de recursos é controlada pelo BC que, de acordo com seus interesses 
de política monetária e cambial, estabelece alíquotas de IOF* para acelerar ou 
desacelerar a entrada de recursos externos a cada momento econômico.
*Imposto sobre Operações de Crédito. 
Ainda nesse contexto, vale destacar as diretrizes e implicações causadas pelo 
surgimento de uma lei (nº 4.131.) referente à aplicação de fundos de investimento.
 A lei 4.131 disciplina a aplicação do capital estrangeiro no país e as remessas de 
valores para o exterior. Ela estabeleceu que só os capitais estrangeiros com devida 
certificação no BC podiam remeter lucros ao exterior. Podiam obter o registro do BC 
os capitais que: pertencessem a não residentes no país; pudessem comprovar o 
ingresso no Brasil por meio de operação de câmbio ou ingresso de bens; e se 
destinassem a atividades produtivas. 
Assim, a legislação criou problema para várias empresas que, como operavam há 
muito tempo no país, não foram capazes de reunir a documentação comprovando o 
ingresso do capital anterior a criação da lei. A partir daí surgiu o problema do 
chamado capital contaminado, que obrigava o registro e a certificação pelo BC dos 
capitais estrangeiros já investidos no Brasil. 
Uma das maiores distorções provocadas pela legislação foi a dos reinvestimentos 
de juros da remuneração sobre o capital próprio. Essa brecha, aberta pela Receita 
federal após o Plano Real, permitiu a distribuição de resultados mesmo quando 
havia prejuízo, mas, pelas regras da Lei 4.131, não era possível obter a certificação 
quando uma empresa com prejuízo reinvestia no país juros sobre o capital próprio.
 Finalmente, em agosto de 2006, o governo e o BC estabeleceram as regras para a 
regularização do capital contaminado. 
 
Empréstimos em M.E.
As contratações de empréstimos externos diretamente pelos bancos com carteira 
comercial ou de investimento eram reguladas pela Resolução 63, de 21/08/1967, do 
CMN.
Por meio de contratos de repasse de empréstimo externo, os bancos repassavam 
ao mutuário final os reais por eles obtidos com a venda da moeda estrangeira, 
cobrando do tomador, além da correção cambial, a comissão de repasse e os 
custos da captação.
 
Os recursos captados no exterior, enquanto não empregados nos repasses de que 
tratava a Resolução 63, só podiam ser aplicados em:
· Repasses interbancários;
· Operações de arrendamento mercantil;
· Aquisição de direitos de crédito oriundos de operações de crédito com 
contratos celebrados no mercado interno;
· Depósitos remunerados (em US$) nas condições determinadas pelo BC;
· Depósitos em R$ no BC sem remuneração. 
Atualmente a Resolução 3.844, de 23/03/2010, é que dispõe sobre o capital 
estrangeiro ingressado ou existente no país, em moeda ou em bens, e seu registro 
no BC. Nesse registro estão incluídas as seguintes modalidades de capital 
estrangeiro: 
· Investimento estrangeiro direto;
· Empréstimo externo;
· Royalties, serviços técnicos e arrendamento mercantil;
· Garantias prestadas por organismos internacionais;
· Capital em moeda nacional. 
 Carta circular 5 (CC5) de 27 de fevereiro de 1969
As Contas CC5 ficaram assim conhecidas devido à Carta Circular n.5, do BACEN, 
que criou contas não-residentes na padronização contábil das instituições 
financeiras. 
Foram criados dois tipos de contas CC5:
a) subtítulo Contas Livres (originadas de venda de câmbio) provenientes, 
exclusivamente, de depósitos de recursos oriundos do exterior, possibilitando o 
repartimento do saldo da conta;
b) subtítulo Contas Livres (de outras origens) que podiam receber depósitos em 
moeda nacional, sem a possibilidade de repartimento. 
Assim, se o correntista não residente desejasse repartir recursos além das sobras, 
teria de sacá-los em espécie e trocá-los por moeda estrangeira.
 
Em 1988, como surgimento do Mercado de Taxas flutuantes, houve uma maior 
liberalização do fluxo de capitais com o exterior, desmistificando, assim, uma longa 
história de restrições cambiais geradas pela escassez de divisas. 
A partir daí, as contas CC5 Passaram a ser o instrumentode entrada e saída de 
moeda estrangeira do país utilizado por instituições financeiras no exterior com 
contas CC5 em bancos brasileiros. 
Derivativos de Swaps e hedges cambiais
A palavra Swap significa troca, e designa uma operação cada vez mais procurada 
no mercado internacional. 
Com o swap, por exemplo, companhias com dívidas em dólar corrigidas por taxas 
flutuantes podem contratar uma operação que as transforme em dívidas com taxas 
fixas, e vice-versa. É caracterizada como uma operação de troca de posições, e 
assim, há espaço para o desenvolvimento e surgimento de vários tipos de swap.
 O Swap, assim como o hedge,* pode ser usado para proteção contra o risco de 
variação de taxas de juros. 
Para a condição específica citada acima, (risco de variação da taxa de juros) 
podem ser inclusas, de acordo com a circular 2.348, do BC, as seguintes 
modalidades de hedge: 
Swap da taxa de juros- operação em que as contrapartes se comprometem a 
trocar, por um período de tempo predeterminado, os pagamentos de juros que 
tenham como base taxas referenciais de natureza diferente- taxa fixa para variável, 
e vice-versa- sobre um valor principal de referência. 
cap de taxas de juros- operação em que uma parte se compromete a efetuar 
pagamentos à outra parte em períodos predeterminados, calculados sobre um valor 
de referência, sempre que determinada taxa de juros exceder um nível 
máximo predefinido. 
Floor da taxa de juros- operação em que uma das partes efetua pagamentos à 
outra, em períodos predeterminados, calculados sobre um valor de referência, 
sempre que determinada taxas de juros estiver abaixo de um nível 
mínimo predefinido. 
collar de taxas de juros- operação combinada de um cap e floor, em que as 
contrapartes se comprometem a efetuar pagamentos uma à outra sempre que uma 
determinada taxa de juros exceder o nível máximo ou estiver abaixo do nível 
mínimo predeterminado.
 
Os pagamentos e recebimentos dos hedges anteriormente citados são sempre 
efetuados em moeda estrangeira através de operação de câmbio para liquidação 
no mercado à vista. 
O limite das operações de proteção é o valor remanescente dos direitos e 
obrigações de natureza comercial ou financeira que lhes deram origem. Além disso, 
operações de câmbio relativas a tais direitos e obrigações são acordadas e 
liquidadas na forma, prazos e condições obrigatoriamente contratados, respeitando 
a regulamentação cambial vigente.
 *Hedge- operação destinada à proteção contra riscos de variações no mercado de 
taxas de juros, paridade entre moedas e preços de commodities, relativamente a 
seus pagamentos e recebimentos com efetivação programada ou prevista em data 
futura.

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