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ANATOMIA

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Anatomia Sistêmica
Conceito
A Anatomia, de maneira geral, é a dissecação do corpo humano ou de qualquer animal ou vegetal para estudo e conhecimento de sua organização interna.
Em nosso curso estamos tratando da Anatomia Humana, uma ciência que estuda o corpo humano e suas relações macroscopicamente (aquilo que pode ser visto a olho nu) e Microscopicamente (necessitam de um instrumento para ampliação, o microscópio).
Você deve estar se perguntando se todas as profissões da área da Saúde utilizam a Anatomia?
Sim, pois o nosso objeto de estudo é o ser humano, mas não precisaremos dissecar os nossos alunos/pacientes para entendê-los, porque existem diversos ramos de estudo dentro da Anatomia para nos fornecer tais informações
CITOLOGIA: Sabemos que o nosso corpo é composto por células . Logo, a Citologia é o ramo responsável por estudar as estruturas dessas células
EMBRIOLOGIA: A Embriologia estuda o desenvolvimento do nosso corpo até o nascimento.
HISTOLOGIA: É responsável pelo estudo dos tecidos biológicos , no nosso caso, o tecido humano.
ANATOMIA MASCROSCÓPICA: Compreende as estrutruras que podem ser observadas a olho nu.
ANATOMIA POR IMAGEM: É responsável por estudar o corpo por meio de imagens, examescomo raios x, ressonância nuclear magnética , tomografia, ultrassonografia etc.
Uma curiosidade que você já deve ter observado é que nem todas as pessoas são iguais. Será que internamente também somos assim tão diferentes?
Para responder, precisamos entender alguns conceitos:
• É definido como Normalidade um padrão morfológico que ocorre na maioria dos indivíduos.
• Estatisticamente, é o padrão mais frequente.
Exemplo: o coração, geralmente, está localizado na região do mediastino médio.
E quando o corpo foge a esse padrão, é considerado um defeito?
Não. Mas, nesse caso, devemos tecer algumas considerações:
Não é defeito quando a diferença morfológica não traz prejuízo à função. Nesse caso, nos referimos a variações anatômicas. Essas diferenças ocorrem devido a fatores como sexo, raça, biotipo, idade etc.
E se essa variação trouxer prejuízo funcional?
Você deverá verificar se ela é incompatível ou não com a vida. Se essa variação morfológica acarretar um prejuízo funcional ao indivíduo, estaremos tratando de uma anomalia.
Exemplo: o indivíduo que nasce com um dedo a mais em uma das mãos ou dos pés.
 Fonte: https://soanatomiahumana.wixsite.com/weloveanatomia Acesso em: 30 jul. 2018.
Se essa variação morfológica for tão acentuada a ponto de levar o indivíduo à morte, estaremos diante de um caso de monstruosidade, como, por exemplo, o indivíduo que não tem a formação do encéfalo (anencefalia).
Nos casos de anencefalia, o bebê pode nascer morto (natimorto) ou sobreviver por algumas horas ou dias após o parto.
Como surgem os termos anatômicos?
Surgem pela necessidade da Federação Internacional das Associações de Anatomia (IFAA) em apresentar a terminologia oficial das ciências anatômicas e, com isso, padronizar os termos de referência ao corpo humano.
A terminologia anatômica é o conjunto de termos utilizado para descrever e designar o organismo humano e suas partes. Com o objetivo de não sofrer alterações proveniente de possíveis acordos gramaticas, ele é escrito numa língua “morta”, o latim.
O órgão responsável por traduzir para o português falado no Brasil é a Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA). É importante ressaltar que em outros países de língua portuguesa, alterações poderão ser realizadas conforme as associações locais.
Na terminologia aprovada pela IFAA, em 1998, foram excluídos os epônimos dos termos anatômicos, apesar de serem utilizados por muitos profissionais de Saúde até hoje.
Você pode estar pensando agora: uma vez que não se pode mais usar os epônimos, quais são os critérios para definir esses termos?
Outro fator importante é que existem abreviaturas padronizadas também:
A =Artéria
Aa. =Artérias
Lig. =Ligamento
Ligg. =Ligamentos
M. =Músculo
Mm. =Músculos
N. =Nervo
Nn. =Nervos
R. =Ramo
Rr. =Ramos
V. =Veia
Vv. =Veias
Planos e eixos
Quando nos referimos ao corpo humano devemos utilizar termos que o delimitam corretamente; e quando nos depararmos com imagens anatômicas, conseguir identificar como é a visão correta daquela imagem no corpo humano.
Para isso existem planos e eixos imaginários:
Planos de delimitação
Tangenciam o corpo. Ao unirmos as laterais desse plano formamos paralelepípedos, sendo assim denominados:
Planos de Secção
São aqueles que dividem o corpo humano:
Sagital mediano
Também recebe o nome de plano mediano. Divide o corpo em duas partes simétricas: direita e esquerda. Os planos paralelos a ele são denominados sagitais.
Frontal ou coronal
Divide o corpo em duas partes diferentes: anterior e posterior.
Transversal ou horizontal
Divide o corpo em duas partes diferentes superior e inferior.
Eixos de Movimento
São linhas imaginárias que cruzam o paralelepípedo visando orientar os movimentos humanos, os principais eixos são:
Látero-lateral (ou transversal)
Cruza os lados direito e esquerdo, perpendicular ao plano sagital, orientando os movimentos de flexão e extensão.
Sagital (ou anteroposterior)
Cruza as partes anterior e posterior (ventral e dorsal), perpendicular ao plano frontal, orientando os movimentos de abdução e adução.
Longitudinal (ou craniocaudal, ou craniopodálico)
Cruza as partes superior e inferior, perpendicular ao plano horizontal ou transversal, orientando os movimentos de rotação medial e rotação lateral.
A
Rosto olhando para a frente.
B
Mãos com as palmas viradas para a frente.
C
Pés unidos com dedos para a frente.
D
Margem inferior do nível da órbita com o topo do conduto auditivo externo.
E
Plano sagital.
F
Plano frontal.
G
Plano transversal.
 
Como podemos dividir o corpo humano?
Sistema esquelético (Osteologia)
É a parte da Anatomia Humana que estuda os ossos – estruturas rígidas, esbranquiçadas e resistentes.
Existe uma diferença entre a contagem de osso entre crianças e adultos porque ocorre a fusão entre alguns ossos à medida que envelhecemos. Em um adulto existem, aproximadamente, 206 ossos. Em conjunto, os ossos formam o esqueleto.
Esse esqueleto pode ser apresentado de diversas maneiras:
Esqueleto desarticulado
Quando as estruturas ósseas encontram-se isoladas uma das outras.
Esqueleto articulado
Quando essas estruturas ósseas estão unidas.
Os ossos possuem duas substâncias:
Substância compacta – é a que lhe confere mais rigidez, suportando as forças de cisalhamento. É responsável por manter as lamínulas, firmemente, unidas umas às outras.”
Substâncias esponjosa – possui mais resistência às forças de compressão e tração, tendo os espaços entre as lamínulas mais irregulares.
É importante reforçar que os seres humanos apresentam um endoesqueleto (estrutura interna em seu corpo).
Alguns animais, como a tartaruga, por exemplo, apresentam essa estrutura fora do corpo, sendo denominada exoesqueleto.
Porém, já se utiliza exoesqueleto em seres humanos, a fim de proporcionar qualidade de vida aos portadores de anomalias ou patologias.
Os ossos também são revestidos pelo periósteo, exceto nas superfícies articulares. O periósteo é formado por uma membrana conjuntiva dividida em dois folhetos, sendo o mais interno responsável pela formação de tecido ósseo (osteogênese).
Você já deve ter ouvido falar ou mesmo assistido a campanhas de doação de medula, mas já pensou a que tipo de medula estão se referindo? Vamos entender que a medula tratada é a óssea, pois o esqueleto, entre outras funções, desenvolve hematopoiese – que é a produção de células sanguíneas na medula de alguns ossos. Além desta, o esqueleto possui outras funções, que são:
  Proteção
O esqueleto atua protegendo órgão vitais internos de lesões.
 Suporte
Atua como ponto de fixação para maioria dos músculos do corpo e dando sustentação aos tecidos moles do corpo.
 Movimento
Um complexo sistema de alavanca é formado por músculos fixados a esse esqueleto dando mobilidade a esse conjunto composto por ossos e articulações. 
 Depósito de Minerais
Alguns minerais são estocados nos ossos
e mobilizados para outras regiões do corpo, pelo sistema vascular, de acordo com a necessidade. São exemplos desses minerais: cálcio, fósforo, potássio entre outros.
Os ossos apresentam elevações, depressões e aberturas que servem como elementos descritivos para identificação deles, denominados acidentes anatômicos.
Para entender a diferença entre esses elementos, observe a descrição de cada um na tabela a seguir:
	SALIÊNCIAS
	Servem para articular ossos ou para fixar músculos, ligamentos etc.
	Cabeça
	Superfície globosa, serve como superfície articular.
	Côndilo
	Tubérculo ósseo arredondado que sustenta uma parte de uma articulação.
	Face
	Superfície articular achatada ou pouco profunda.
	Crista
	Superfície estreita e alongada. Serve como ponto de fixação.
	Epicôndilo
	Processo proeminente acima ou lateralmente ao côndilo, serve para fixação.
	Eminência
	Superfície saliente, serve como ponto de fixação.
	Tubérculo
	Uma pequena proeminência arredondada. Serve como ponto de fixação.
	Tuberosidade
	Uma saliência rugosa, serve como ponto de fixação.
	Trocânter
	Um grande processo para inserção muscular.
	Processo
	Saliência óssea acentuada, serve como ponto de fixação.
	Linha
	Crista pequena e pouco saliente, serve como ponto de fixação.
	Espinha
	Superfície pontiaguda, serve como ponto de fixação.
	Tróclea
	Superfície articular em forma de carretel.
	DEPRESSÕES
	Assim como as saliências, podem ser articulares ou não.
	Fossa
	“Vala” rasa, normalmente para superfícies articulares.
	Fosseta
	Uma pequena fossa.
	Impressão
	Um pequeno sulco, uma marca pouco profunda.
	Sulco
	Depressão alongada em forma de canaleta.
	Fissura
	Depressão profunda, de formato pontiagudo.
	ABERTURAS
	Destinadas à passagem de nervos e vasos, em geral.
	Forame
	Cavidade de transmissão para nervos e vasos.
	Meato
	Ou canal, é uma passagem de formato tubular.
	Óstio
	Entrada, abertura que liga duas estruturas.
	Poros
	Denominação genérica para pequenos orifícios.
Outro ponto de atenção é que, por conta desses elementos descritivos e sua forma, os ossos são diferentes uns dos outros. Tal diferença nos permite classificá-los de acordo com algumas características:
Ossos que apresentam comprimento maior que espessura e largura são classificados como longos.
Não confundir osso grande com osso longo, a falange é um osso pequeno, porém classificado como longo por conta das suas características.
Ossos que apresentam uma equivalência entre comprimento, largura e espessura são chamados de curtos 
Ossos que possuem comprimento e largura predominando sobre a espessura são conhecidos como laminares ou planos.
Ossos que apresentam formas variadas que não se encaixam nas categorias anteriores são chamados de irregulares.
	
Alguns ossos apresentam uma ou mais cavidade contendo ar e mucosa, esses ossos estão localizados no cabeça e recebem também a classificação de pneumáticos.
Agora que você conhece a composição dos ossos, aprendeu a função do sistema esquelético e já sabe classificar os ossos, vamos relacioná-los com os segmentos corporais e identificar os 206 ossos do corpo.
O esqueleto humano é dividido em duas grandes porções:
1
Uma forma o eixo do corpo, sendo composta por 80 ossos e tendo como função principal a proteção de órgãos vitais, conhecida como esqueleto axial.
2
Forma os membros, é composta por 126 ossos, está unida ao esqueleto axial pelos cíngulos (cinturas) e tem como principal função a locomoção, recebendo o nome de esqueleto apendicular.
	CATEGORIA
	NÚMERO DE OSSOS
	Esqueleto axial
• Cabeça
• Coluna vertebral
• Tórax (costelas/esterno)
	
• 29 (22+7)
• 26
• 25
	80
	Esqueleto apendicular
• Cíngulo do membro superior
• Membros superiores
• Cíngulo do membro inferior
• Membros inferiores
	
• 04
• 60
• 02
• 60
	126
	Total
	206
	206
Esqueleto Axial: 80 ossos
Cabeça: 29
Crânio neural: 8
· 2 pares: temporal, parietal
· 4 ímpares: frontal, occipital, etmoide, esfenoide
Crânio visceral: 14
· 6 pares: nasal, lacrimal, zigomático, maxila, concha nasal inferior e palatino
· 2 ímpares: vômer e mandíbula
· Ossículos do ouvido: 6 (3 pares)
· Osso Hioide: 1
Coluna vertebraL: 33 vértebras - 26 ossos (no adulto, as vértebras sacrais se fundem formando o osso sacro e as vértebras coccígeas também se fundem formando o cóccix)
· Cervical: 7
· Torácica: 12
· Lombar: 5
· Sacral: 5 vértebras (osso sacro)
· Coccígea: 3 ou 4 (osso cóccix)
· A
· 7 vértebras cervicais
· B
· 12 vértebras torácicas
· C
· 5 vértebras lombares
· D
· 5 vértebras fundidas (osso sacro)
· E
· Cóccix (3 a 4 vértebras fundidas coccígea I-IV)
Esqueleto apendicular superior: 64 ossos
Cíngulo do membro superior (cintura escapular):
· Clavícula: 1
· Escápula: 1
Braço
· Úmero: 1
· Antebraço: 2
· Rádio (localizado lateralmente): 1
· Ulna (localizado mediamente): 1
Mão: 27
· Carpo: 8
· 4 na fileira proximal (escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme)
· 4 na fileira distal (trapézio, trapezoide, capitato e hamato)
· Metacarpo
· 5
· Falanges:
· 14 (proximal, média e distal, exceto no polegar que só tem proximal e distal)
Total: 32 ossos x 2 membros superiores = 64 ossos
Esqueleto apendicular inferior: 62 ossos
Cíngulo do membro inferior (cintura pélvica)
· Osso do quadril: 1
Coxa
· fêmur: 1
Perna
· Fíbula (localizada lateralmente): 1
· Tíbia (medial): 1
Joelho
· Patela: 1
Pé: 26
· Tarso: 7 (tálus, calcâneo, navicular, cuboide, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral)
· Metatarso: 5
· Falanges: 14 (proximal, média e distal, exceto no hálux que só tem proximal e distal)
Total: 31 ossos X 2 membros inferiores = 62 ossos
O sistema articular
O sistema articular, também chamado de Artrologia, é a área da Anatomia que estuda as articulações.
Mas afinal é articulação ou junta?
Muitas vezes ouvimos as pessoas se referindo às articulações como juntas, mas será que isso está errado?
Não está errado. Apesar de, no latim, as articulações serem chamadas de compagibus – no caso das articulações do corpo humano, elas têm origem no termo juncturae que significa acoplamento, pois é o que ocorre entre os ossos do corpo.
Por isso, alguns autores da Anatomia e até mesmo da Cinesiologia e Biomecânica se referem às articulações como junturas.
E de onde surge o termo articulação, então?
Apesar de escritos em latim, os termos anatômicos sofrem uma influência enorme do grego, de onde veio arthroseon. Sendo assim, a Artrologia tem origem nas raízes gregas: arthron (articulação).
O que é uma articulação?
Em síntese, uma articulação é a junção de duas ou mais estruturas que, além de ossos, podem ser de cartilagens ou tecido fibroso.
Nem toda articulação permite movimentação, cada uma tem características próprias que vão determinar a sua mobilidade junto com os tipos de tecido que a compõe.
Classificação das articulações
Podem ser classificadas em três tipos, que se subdividem depois.
Essa classificação se dá, em partes pelo tecido que compõem, nos casos das fibrosas e cartilaginosas ou por necessitarem de um líquido para lubrificar e auxiliar na movimentação delas, a sinóvia, presente nas articulações sinoviais.
Alguns autores classificam essas articulações de acordo com a sua mobilidade:
SINARTROSES
As articulações fibrosas são denominadas sinartroses por serem consideradas quase imóveis.
ANFIARTROSES
As articulações cartilaginosas recebem o nome de anfiartroses, por serem articulações semimóveis.
DIARTROSES
As articulações com mobilidade ampliada, que são as sinóvias, passam a se chamar diartroses.
Agora, você pode estar se questionando sobre como saber a diferença entre os tipos de articulação.
A primeira forma que classificamos é pelo tipo de elementos que compõem essa articulação.
Vamos conhecer agora, mais detalhadamente, cada uma delas.
Articulações Fibrosas ou Sinartroses
Neste tipo de articulação as estruturas são mantidas unidas por tecido conjuntivo fibroso, localizado em uma camada intermediária.
As articulações fibrosas são consideradas quase imóveis devido a não apresentarem mobilidade ou, em alguns casos, ter
movimentação mínima.
Este tipo de articulação é dividido em dois tipos principais (alguns autores consideram três), que são:
Sindesmoses
Apresentam ligamentos ou membranas interósseas formadas por uma grande quantidade de tecido conjuntivo fibroso.
Um exemplo desse tipo de articulação é a membrana interóssea entre a tíbia e a fíbula ou mesmo a articulação tíbio-fibular distal.
SUTURAS; Apresentam menor quantidade de tecido conjuntivo fibroso e forma conexões mais curtas.
As suturas estão localizadas no crânio e se dividem em quatro formas, conforme as superfícies ósseas articulares: plana, serrátil, escamosa e esquindilese.
Nas suturas planas as superfícies articulares são planas ou quase planas, resultando em uma linha reta após a junção.
Nas suturas serrátil, também conhecidas como denteadas, as superfícies articulares lembram uma serra com seus dentículos. A sua linha de junção é semelhante ao encontro de duas serras.
As suturas escamosas e as superfícies articulares se sobrepõem umas às outras, semelhante às escamas dos peixes.
Já as suturas do tipo esquindilese e as superfícies ósseas se articulam como se fossem a crista de um osso se alojando na fenda de outro osso.
GONFOSES: Esse tipo de articulação se assemelha à fixação de um pino, com origem do grego gomphos (que significa prego, pino). Neste tipo um processo está inserido em uma cavidade, um exemplo clássico é a fixação dos dentes nos processos alveolares. Alguns autores preferem abordar as gonfoses dentro das suturas.
Articulações cartilaginosas ou anfiartroses
Neste tipo de articulação os ossos possuem pouca movimentação, devido ao seu constituinte. Pode-se afirmar que produzem movimentos elásticos, pois ocorre um retorno natural ao seu estado inicial após o movimento.
Este tipo de articulação pode ser dividido em dois subtipos, baseado na natureza da camada que se interpõe entre as superfícies articulares, que são:
a) Sincondrose
Nas articulações desse tipo a camada entre as superfícies articulares é preenchida por cartilagem hialina. Essas articulações podem ser permanentes ou temporárias.
Como o próprio nome já diz as sincondroses permanentes ficam durante toda a nossa vida sem ocorrer junção definitiva das superfícies.
Exemplo: as cartilagens costais que movimentam a caixa torácica.
 Fonte: Sobotta, 2012
Já nas articulações sincondroses temporárias ocorre a sinostose, que é a soldadura das superfícies ósseas.
Um exemplo desse tipo de articulação são as placas ou os discos epifisários existentes nos ossos longos para que ocorra o crescimento do indivíduo.
Essas placas quando atingimos a idade adulta, entre 18 e 25 anos, param de crescer e com isso se transformam em osso sólido.
 Fonte: SCIELO | Disponível em: https://scielo.conicyt.cl/. Acesso em: 01 ago. 2018
Alguns adolescentes apresentam uma doença na placa existente no tubérculo da tíbia. Nessa idade, ainda não é uma tuberosidade. É a doença de Osgood-Schlatter.
b) Sínfises
As articulações cartilaginosas do tipo sínfises possuem as características de terem camada de fibrocartilagem espessa recobrindo as superfícies articulares, ressaltando que estas superfícies já recebem uma fina camada de cartilagem hialina.
Os discos intervertebrais são exemplos clássicos de articulações do tipo sínfise. Diferente das sincondroses, não ocorre sinostose nas sínfises, exceto em casos patológicos.
Articulações Sinoviais ou Diartroses
As articulações sinoviais possuem um tecido conjuntivo vascular responsável pela formação da membrana sinovial. Essa membrana é responsável por secretar a sinóvia, o líquido sinovial, tendo como principal função lubrificar a articulação.
Estas articulações possuem amplitude de movimento variáveis, que pode ser limitada pelos ligamentos, músculos, tendões e até mesmo pelo formato das superfícies ósseas articulares.
Além da membrana sinovial e do líquido sinovial, as articulações sinoviais apresentam outros componentes específicos. São eles:
	Cavidade articular
	Neste tipo de articulação existe um espaço entre as superfícies articulares.
Essa cavidade é completa ou parcialmente dividida por um disco ou menisco.
	Cápsula articular
	Tem a finalidade de manter a união das extremidades dos ossos que se articulam (não confunda com a superfície).
Nela, existe uma cápsula espessa de tecido conjuntivo fibroso.
	Cartilagem articular
	É uma fina camada de cartilagem hialina que recobre as superfícies articulares dos ossos, e tem a função de diminuir o atrito entre as superfícies ósseas quando executamos movimentos na articulação.
	Ligamentos
	São formados por uma densa camada de tecido conjuntivo fibroso, criando um feixe. A maioria dos ligamentos possui uma função de estabilizar a articulação e limitar o movimento.
Esses ligamentos recebem uma classificação específica de acordo com a sua localização.
São elas:
· Ligamentos capsulares — formam a cápsula articular, surgem como um espessamento da cápsula articular;
· Ligamentos extracapsulares ou extra-articulares — localizados fora da capsula articular, isto é, com a função de ligar as estruturas articular externamente e, em alguns casos, tem apenas a função de limitar o movimento;
· Ligamentos intracapsulares ou intra-articulares — localizados no interior da articulação ligando as estruturas articulares internamente.
Comentário
Pessoas com Síndrome de Down podem apresentar hiperfrouxidão ligamentar, o que requer mais cuidado no lidar com esses indivíduos.
Saiba mais
Leia o artigo Instabilidade atlantoaxial e hiperfrouxidão ligamentar na Síndrome de Down.
Classificações
Classificação baseada na sua movimentação
Também chamada de classificação funcional, tem relação direta com os eixos de movimento e divide-se em:
Não axial
Se o movimento realizado não ocorre nos eixos de movimento (deslizamento).
Uniaxial
Se a articulação só consegue se movimentar em um eixo (flexão e extensão do cotovelo).
Biaxial
Quando a articulação consegue se movimentar em dois eixos (punho), que faz flexão, extensão, desvio ulnar (adução) e desvio radial (abdução).
Triaxial
Quando a articulação permite movimento nos três eixos que realiza flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e rotação lateral (ombro).
Exemplo
Perceba como seu ombro se movimenta em todos os eixos, realize com ele os movimentos de flexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e rotação lateral.
Observe que no simples gesto de pentear o cabelo você utiliza todos esses eixos.
Assista ao vídeo Movimentos do complexo articular do ombro.
Classificação baseada na sua forma
É a que chamamos de classificação morfológica. Divide-se nos seguintes tipos:
Plana
É um tipo de articulação que realiza movimentos de deslizamento. É considerada uma articulação não axial.
As superfícies articulares apresentam-se como planas ou ligeiramente curva. Ocorre entre os ossos cuneiformes, localizados na região do tarso, no pé.
 Fonte: Sobotta, 2012.
Gínglimo
Tem origem na palavra ginglymos (que significa dobradiça, em grego).
A aparência e a movimentação da articulação se assemelha a tal, fazendo com que o movimento ocorra apenas em um eixo, tornando uma articulação uniaxial.
Os movimentos que ocorrem são de flexão e extensão. Um exemplo clássico é a articulação do cotovelo (umeroulnar).
 Fonte: Sobotta, 2012.
Atenção
A articulação do joelho é tratada por alguns autores como sendo do tipo gínglimo. Porém, ela é muito mais complexa, pois possui graus de rotação medial e lateral, além de conseguir realizar uma leve abdução e adução. E para complicar mais a análise dessa articulação, as superfícies articulares são côndilos femorais se articulando com côndilos tibiais, o que poderia colocá-la na classificação de condilar.
Trocoide
É uma articulação que se movimenta como um pivô. Por isso, muitas vezes é utilizada essa denominação também, até porque a origem da palavra trocoide vem do grego trochos (pivô, roldana) mais eidos (semelhante a). Caracteriza-se pelo movimento que é executado em torno de um eixo vertical, realizando movimentos de rotação.
Esse tipo de articulação é classificado
funcionalmente como uniaxial e um exemplo é a articulação entre a primeira vértebra (atlas) e a segunda (áxis), chamada de articulação atlantoaxial, que nos permite girar a cabeça para um lado e para outro.
Assista aos 3 primeiros minutos do vídeo Articulação atlantoaxial em 3D.
Elipsoide
Alguns autores também a chamam de articulação condilar. Já outros separam as duas em classificações distintas, visto que as condilares possuem côndilos que se articulam – mas o princípio de classificação é o mesmo.
Neste tipo de articulação, percebe-se que uma superfície é côncava e a outra convexa, logo são discordantes.
Sua classificação funcional é do tipo biaxial, considerando que ela realiza movimentos nos eixos transversal (flexão/extensão) e sagital (abdução/adução). Como exemplo temos a articulação entre o rádio e a região do carpo.
Selar
O nome desta articulação tem afinidade direta com sua aparência, pois possui a forma de sela. As superfícies articulares são côncavas-convexas.
Este tipo também realiza movimentos nos eixos sagital e transversos, assemelhando-se com as elipsoides.
Um exemplo ocorre entre o osso trapezoide e o primeiro metacarpo, ambos na mão, mais precisamente no polegar.
.
Esferoide
Neste tipo de articulação, uma superfície esférica ou semiesférica se articula com uma cavidade.
O professor Liberato Di Dio (2002) faz um comparativo bastante interessante ao citar a articulação como “...a superfície articular do osso proximal em forma de taça, cuja cavidade aloja uma esfera (bola) da superfície articular do osso distal”.
É classificado funcionalmente como triaxial, pois realiza movimentos nos três eixos articulares. A articulação entre o úmero e a escápula é um exemplo.
SISTEMA MUSCULAR
Os músculos
Você já viu que o seu corpo possui uma estrutura rígida, os ossos, unidas por outra estrutura que vai permitir ou não o movimento, as articulações. Mas como será que esse movimento ocorre?
Esse movimento é realizado pelos músculos, e ocorre por meio do encurtamento e alongamento 1 das extremidades às quais ele está preso.
Os músculos são a parte ativa do movimento, mas só o ventre muscular é que realmente exerce essa função ativa, pois os pontos de fixação 2 dele atuam passivamente.
Tipos de Músculos
Os músculos são todos iguais? Não, não são. Vamos conhece-los melhor?
Eles são divididos em:
Lisos
Estriados
Esses dois tipos de músculos possuem estrias longitudinais, mas somente os músculos estriados possuem estrias transversais. Esses músculos estriados ainda são subdivididos, de acordo com sua localização, em:
 Fonte: Por Designua / Shutterstock.
Os músculos do tipo liso estão localizados nas paredes viscerais, como as artérias, a bexiga urinária, o estômago etc. Seu controle é involuntário.
 Fonte: Por HappyPictures / Shutterstock.
Os músculos do tipo estriado esquelético estão localizados no esqueleto, como exemplo, os músculos deltoides, o glúteo etc. O seu controle é voluntário.
Comentário
O músculo cremáster, apesar de ser um músculo estriado esquelético, possui contração por reflexo, durante a ereção, para controle térmico, ejaculação ou quando ocorre necessidade de elevar os testículos.
O músculo do tipo estriado cardíaco está localizado no coração, na camada do miocárdio, e seu controle é involuntário.
Propriedades
Os tecidos musculares apresentam características que conferem a eles suas propriedades, que são:
Irritabilidade
Propriedade do músculo de responder a um estímulo.
Contratilidade
Propriedade do músculo de se contrair, encurtar-se, mediante estímulo suficiente.
Extensibilidade
Capacidade do músculo de estender-se além do comprimento de repouso; alongar-se.
Elasticidade
Após contrair-se ou alongar-se o músculo necessita desta propriedade para voltar ao seu tamanho natural de repouso.
Além dessas propriedades os músculos apresentam um estado permanente de tensão elástica, permitindo com isso iniciar rapidamente o movimento após o estímulo.
Vamos agora focar nos músculos estriados esqueléticos, pois os outros tipos serão tratados nos demais sistemas ao longo da disciplina.
Os músculos estriados esqueléticos são os responsáveis pelo movimento e são presos por meio de tendão ou aponeuroses.
Os tendões são formados por um denso tecido conjuntivo (rico em fibras colágenas) e possuem o formato de fita ou cordão fibroso; já as aponeuroses possuem a mesma constituição dos tendões, porém seu formato é mais achatado.
 (Fonte: Drake, Vogl, Mitchell, 2009.)
A camada ativa do músculo, o ventre muscular, é altamente vascularizada. Todo o músculo é recoberto pela fáscia que auxilia na nutrição e permite o deslizamento dos músculos.
O ventre tem camadas de um delgado tecido conjuntivo, sendo o epimísio a sua camada mais externa, que envolve o músculo e agrupa os fascículos musculares.
Os fascículos são envolvidos por uma camada intermediária, o perimísio, responsável por manter agrupadas as fibras musculares. As fibras musculares são envolvidas pelo endomísio que é a camada mais interna.
Segundo o Prof. Di Dio (2002), em seu Tratado de Anatomia Sistêmica, o número de músculos estriados esqueléticos no organismo é de 327 pares. Mas, esse número pode variar, pois alguns anatomistas consideram feixes de músculos como sendo músculos.
As extremidades onde o músculo se fixa recebem o nome de origem e inserção, anatomicamente falando, sendo a origem considerada o ponto fixo e a inserção o ponto móvel. Mas, essa definição, usada por diversos autores, não contempla a propriedade elástica do músculo e, em muitos casos, esse conceito deveria variar de acordo com a função do músculo.
Exemplo
A ação do músculo levantador da escápula que, na cintura escapular, realiza elevação. Porém, na cervical, realiza em ação unilateral, flexão lateral para o seu lado ou, em ação bilateral, auxilia na extensão.
Logo, os termos mais corretos a serem utilizados para tratar dos pontos de fixação dos músculos, segundo a terminologia anatômica, são:
	Inserção proximal
	Caracterizando-se como a mais próxima do tronco e do plano mediano.
	Inserção distal
	Sendo a mais distante do plano mediano e do tronco. É um termo muito utilizado também por profissionais da Cinesiologia e da Biomecânica.
Classificação dos músculos
Morfológica
Quanto à direção das suas fibras, podem estar dispostas em paralelo ou de forma oblíqua.
Os músculos com fibras em paralelo podem ser:
Longos 3
Largos 4
Já os músculos com fibras dispostas de forma oblíqua, podemos classifica-los como:
Unipenados 5
Bipenados 6
Quanto à forma os músculos recebem outras quatro classificações. Vejamos:
Longos 7
Breves 8
Largos 9
Circulares 10
Todo músculo apresenta no mínimo dois tendões ou aponeuroses, porém alguns músculos possuem mais de um tendão na sua origem ou na sua inserção, com isso conseguimos classificá-los quanto ao número de origens ou inserções quando essas se dão por mais de um tendão.
Quanto à origem eles podem ser classificados em:
BÍCEPS → Quando ocorre por dois tendões.
TRÍCEPS → Quando se dá por três tendões.
QUADRÍCEPS → Quando ocorre por quatro tendões.
Atenção
Cabe ressaltar que não existe obrigatoriedade de o nome do músculo ser definido pela quantidade de origens que ele apresenta, mas isso ocorre algumas vezes no corpo, por exemplo, no caso do bíceps e tríceps braquial, porém suas porções recebem o nome de cabeças.
O quadríceps femoral é um grupamento formado por quatro músculos. São eles:
Vasto lateral
Reto femoral
Vasto medial
Vasto intermédio
Grupamento do quadríceps
Alguns autores da área de Cinesiologia e Biomecânica tratam o quadríceps como um grupamento com 7 músculos.
Tal fato ocorre porque eles consideram as fibras oblíquas dos mm 11. vasto medial e vasto lateral como independentes, e incluem o m 11. articular do joelho a esse grupamento. Porém, a terminologia anatômica considera pertencentes ao grupamento do quadríceps femoral apenas os mm. reto femoral, vasto lateral, vasto intermédio e vasto medial.
 (Fonte: Sobotta, 2012)
Quanto ao número de inserções, os músculos são classificados somente quando possuem mais
de uma inserção. São eles:
Bicaudados
São os músculos que possuem 2 inserções.
Policaudados
São os músculos que possuem 3 ou mais inserções.
Exemplo: o músculo flexor dos dedos.
Outra forma de classificação dos músculos é quanto à quantidade de ventres musculares que eles apresentam, com tendões situados de forma intermediária separando esses ventres musculares.
Quanto ao número de ventres, os músculos que apresentam dois ventres musculares são classificados em:
Digástricos
São os músculos que apresentam 2 ventres musculares.
Poligástricos
São os músculos que apresentam 3 ou mais ventres, com tendões ou intersecções tendíneas entre eles.
Exemplo: Músculo reto abdominal.
Ainda na classificação morfológica, os músculos podem ser classificados de acordo com a sua ação principal – é importante não confundir com a sua função no movimento. Quanto à sua ação, o músculo pode ser classificado em:
Flexor
Abdutor
Extensor
Adutor
Rotador
Funcional
Você já viu que a função dos músculos é gerar movimento através do encurtamento e alongamento das suas fibras, principalmente naqueles do tipo estriado esquelético cujo movimento fica mais aparente. Por esta razão, existe uma classificação quanto à função dos músculos.
Atenção
Cabe ressaltar que alguns dos termos apresentam divergências entre os anatomistas. Neste caso, vamos utilizar os mais citados na literatura específica.
Um músculo é o responsável por realizar um determinado movimento. Ele pode até receber auxílio de outro músculo, mas atua como o agente principal na execução desse movimento. Esse músculo é classificado como agonista.
Exemplo: o músculo bíceps braquial na ação de flexão do antebraço, com a mão na posição supinada (palma da mão voltada para cima).
Ainda no movimento de flexão do antebraço, existe um músculo que está se opondo ao trabalho do bíceps braquial, o nosso agonista. Ele está agindo contrário à ação do agonista, isto é, antagônico ao trabalho do músculo principal do movimento.
No caso do movimento de flexão de antebraço, o tríceps braquial está agindo como músculo antagonista.
Os músculos possuem uma propriedade de elasticidade, e, em alguns casos, eles cruzam mais de uma articulação, podendo gerar movimentos diferentes daqueles que desejamos realizar. Para que esses movimentos não ocorram, existem os músculos classificados como neutralizadores ou sinergistas.
Os músculos neutralizadores ou sinergistas atuam impedindo movimentos indesejados que poderiam ser produzidos pelos agonistas.
Exemplo
Ao realizarmos a flexão dos dedos da mão (exceto o polegar), esse movimento é produzido pelos músculos flexores superficial e profundo dos dedos, atuando como agonistas.
Ao movimentar os dedos, os músculos exercem uma ação de flexão do punho, pois ele cruza essa articulação também. Os músculos extensores do carpo são: extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, e extensor ulnar do carpo, que atuam como neutralizadores desse movimento.
No exemplo anterior, o antagonista é o músculo extensor dos dedos.
Você também já deve ter percebido que, para manter sua postura, mesmo quando não está realizando movimento, gera contração muscular. Isso se dá porque existem músculos que são classificados como fixadores ou posturais.
Esses músculos atuam em outras articulações que não são cruzadas pelo músculo agonista, mas necessitam ser estabilizadas para tornar o movimento principal possível.
Exemplo
Quando nos abaixamos para pegar uma caixa, quem vai realizar o movimento de pegar o objeto é o músculo do braço, mas os músculos eretores da coluna (iliocostal, longuíssimo do dorso e espinal) são os responsáveis por manter a nossa postura.
Saiba mais
Assista ao vídeo: Anatomia do agachamento livre.
Dica
Devemos agachar para pegar um objeto ao invés de simplesmente flexionarmos o tronco, pois a tensão produzida por esses músculos sobrecarrega a coluna vertebral e os discos intervertebrais.
Saiba mais
Existem síndromes que vão paralisando os músculos do corpo e, com isso, muitas vezes, é necessário realizar a junção das vértebras da coluna vertebral para manter a postura. Um exemplo desse caso é a Síndrome de Duchenne.
Quanto ao tipo de contração
Outra forma de classificação dos músculos é quanto ao tipo de contração que eles realizam. Embora, muitas vezes, não exista movimento aparente, o músculo está se contraindo. Em situações de reabilitação, ou no próprio ganho de força, usamos movimento a favor da gravidade, fazendo com que esteja ocorrendo um alongamento do músculo, sendo esse o movimento principal desejado.
Vamos pensar em uma situação do dia a dia que sirva de exemplo para esses tipos de contração. O cenário será o ato de sentar e levantar-se de uma cadeira.
 Educação Musical
A contração do tipo concêntrica está diretamente relacionada com a propriedade de contratilidade.
As inserções estão se aproximando, e com isso ocorre um encurtamento das fibras do ventre muscular durante o movimento. Você está realizando o movimento contra uma força de resistência.
Exemplo
Ao se levantar da cadeira, você utiliza, entre outros músculos, o grupamento do quadríceps. Você contrai a musculatura as inserções se aproximam e você levanta. Nesse caso, a resistência é a força da gravidade.
A contração do tipo excêntrica está diretamente relacionada à propriedade de extensibilidade, pois nela o movimento principal ocorre com ventre muscular, tendo suas fibras se alongando e, com isso, as inserções estão se afastando.
Você realiza o movimento a favor de uma força resistente e o músculo é responsável por controlar a velocidade.
 Educação Musical
Exemplo
Ao sentar na cadeira, se você simplesmente soltar o corpo, automaticamente “desaba” no banco, podendo até se machucar.
Para que isto não ocorra, você vai controlando a velocidade ao sentar, pois a gravidade, que é nossa resistência, está no mesmo sentido do movimento – e então, a musculatura do quadríceps controla essa velocidade.
É muito comum que idosos não consigam controlar essa contração, pois ocorre uma perda natural de força e tônus à medida que envelhecemos.
A contração do tipo isométrica ocorre quando o músculo está gerando força, mas não existe movimento aparente. Podemos considerar que as forças (o termo correto é torque) musculares e de resistência estão iguais.
Ainda no nosso exemplo da cadeira, imagine o momento no qual você começa a sentar (contração excêntrica), olha para o lado e vê a placa com os dizeres “Tinta fresca”, imediatamente você para (contração isométrica) e levanta (contração concêntrica).
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Histórico
Você pode estar se perguntando se não seria “Sistema Circulatório”, mas a terminologia anatômica, em latim, trata o sistema como cardiovascular.
Di Dio (2002) ressalta que, em sua essência, o termo circulatório representa apenas circular, algo que volta ao ponto de partida, mas também faz uma revisão etimológica citando que o termo circulator, no latim, fazia uma alusão a charlatão, termo usado por difamadores contra as descobertas do anatomista e médico William Harvey 1 em 1628.
Com isso, na mudança foi pensado em colocar o termo Sistema Vascular, já que o coração é um grande vaso, mas não daria sua importância necessária, e se fosse apenas Sistema Cardíaco estaria se negligenciando os demais vasos do corpo. Então, ficou mais adequado adotar a expressão Sistema Cardiovascular.
Quem foi Liberato J. Di Dio?
Clique aqui para ler o artigo em homenagem ao professor Di Dio.
Após a revisão da terminologia em 2001, o professor Liberato Di Dio lançou o seu Tratado de Anatomia Sistêmica. Cabe ressaltar que o professor Di Dio era o secretário geral da Comissão Federativa da Terminologia Anatômica (FCAT), criada pela Federação Internacional das Associações de Anatomistas (IFAA) para discutir a terminologia anatômica.
O sistema cardiovascular não possui comunicação com o meio exterior, ele é um sistema fechado que tem circulação de humores, o sangue e a linfa (a linfa será tratada na próxima aula).
A principal função do sistema cardiovascular é levar, através do sangue,
oxigênio e material nutritivo para as células.
O sangue circula por uma extensa rede de vasos para realizar as trocas gasosas. Essas trocas ocorrem em vasos de calibre tão reduzidos que chegam à espessura de um fio de cabelo, por isso recebem o nome de capilares.
Esse sistema tem um órgão responsável por bombear o sangue para essa extensa rede de vasos, e esse órgão funciona como uma bomba que se contrai e propulsiona o sangue, a essa bomba contrátil-propulsora chamamos coração.
Coração
Certamente, você já ouviu falar do coração, quer seja na escola durante as aulas de Ciências ou Biologia, quer seja quando se fala de sentimentos; uma referência ao aumento das batidas do coração quando estamos em algumas situações que nos deixam mais alegre, tristes, eufóricos ou ressabiados.
Porém, nesta aula, estudaremos este órgão para conhecer as suas características, a sua localização, função etc.
Já vimos que o coração é uma bomba contrátil-propulsora formado por um tecido muscular estriado cardíaco, de contração involuntária.
Esse órgão muscular é dividido em três camadas:
 | Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
Como é o coração?
• Tem a forma de um cone truncado.
• Apresenta uma base, que é superior e o ápice, que é inferior.
• É delimitado anteriormente pelo osso esterno e as cartilagens costais, inferiormente pelo músculo diafragma e, lateralmente, pelas pleuras pulmonares.
• Possui três faces, que são:
esternocostal
diafragmática
pulmonar
• Está posicionado de forma oblíqua, de maneira que a base fica nas partes superior e medial. Já o seu ápice fica na parte inferior e lateral à esquerda.
• Encontra-se localizado na caixa torácica, acima do músculo diafragma, entre os dois sacos pleurais, atrás do osso esterno, no mediastino médio.
Agora, vamos estudar mais detalhadamente o nosso coração.
Pericárdio
Trata-se de um saco fibrosseroso, cuja função é separar o coração dos demais órgãos do mediastino – evitando o atrito –, e limitar o enchimento cardíaco (pericárdio fibroso).
O pericárdio é dividido em duas camadas: uma mais externa, que é o pericárdio fibroso, e outra mais interna, dividida em duas lâminas, que é o pericárdio seroso.
O pericárdio seroso também se divide em duas lâminas, sendo uma mais externa forrando internamente o pericárdio fibroso e que recebe o nome de lâmina parietal; e outra intimamente relacionada ao coração chamada lâmina visceral (epicárdio).
Entre as duas lâminas há uma cavidade, a cavidade pericárdica, cujo interior possui o líquido pericárdico com a função de lubrificar, evitando o atrito entre as lâminas.
O pericárdio não contorna integralmente os vasos da base, formando recessos, que são chamados de seios.
Um deles, o seio transverso do pericárdio, é de extrema importância para o cirurgião cardíaco, pois permite o desvio temporário de sangue por meio de clampeamento da aorta e do tronco pulmonar.
Septos e câmaras
O coração possui quatro câmaras (cavidades) formadas por “paredes” colocadas dentro do coração, que recebem o nome de septos.
Existe um septo que divide o coração em parte superior e inferior. Na parte superior ficam os átrios, e na parte inferior, os ventrículos. Esse septo recebe o nome de septo atrioventricular.
Outro septo divide a parte superior do coração em átrio direito e átrio esquerdo. É chamado de septo interatrial.
Por fim, há um septo que divide a parte inferior do coração em ventrículo direito e ventrículo esquerdo, que é o septo interventricular.
Após essa divisão, identificamos as quatro câmaras do coração:
Complexo estimulante do coração
Você já deve ter escutado alguém falar que fez ou vai fazer um “eletro”, referindo-se a um exame do coração. Mas, afinal, o que é isso e para que serve?
A pessoa referia-se a um exame chamado eletrocardiograma (ECG), que registra de forma gráfica as oscilações da atividade elétrica do músculo cardíaco.
Essas oscilações seguem um padrão que estabelece o nível de normalidade da atividade cardíaca, porém podem ocorrer variações nesse padrão, sugerindo algum indício patológico.
Como o impulso elétrico é muito rápido, todo o coração poderia receber o estímulo simultaneamente, resultando em um colapso e o órgão não saberia qual a sua ordem certa de contração.
Para que ocorra uma contração integrada entre átrios e ventrículos, existe um complexo estimulante do coração.
O complexo estimulante do coração funciona da seguinte maneira:
· após receber os estímulos determinando aceleração ou redução dos batimentos cardíacos, o nó sinoatrial (marcapasso) irradia esse impulso por ambos os átrios por feixes internodais, gerando a contração atrial, em direção ao nó atrioventricular;
· após sair do nó atrioventricular, o impulso segue pelo fascículo atrioventricular – única conexão normal entre átrio e ventrículos –, em direção aos ramos direito e esquerdo, e chega aos ramos subendocárdicos (antigas fibras de Purkinje), gerando a contração ventricular.
 | Fonte: https://physio4dummies.wordpress.com/2016
 | Fonte: NETTER, 2008.
Esqueleto fibroso do coração
Em nível das aberturas das valvas existentes no coração, existe um esqueleto fibroso, identificado pela presença dos trígonos direito (entre o contorno posterior do óstio da aorta e o óstio das atrioventriculares) e esquerdo (entre o óstio da atrioventricular esquerda e o óstio da aorta).
Esse esqueleto tem a função de formar o arcabouço do coração e ser ponto de origem da musculatura ventricular e inserção da musculatura atrial, além de servir com um isolante na condução elétrica.
 | Fonte: Sobotta, 2012.
Valvas
No septo atrioventricular encontramos dispositivos responsáveis por impedir o retorno do sangue para a câmara na qual ele se encontrava. Esses dispositivos são as valvas, e essas valvas são formadas pelo conjunto de válvulas (antigamente conhecidas como cúspides).
Para melhor entendimento, vamos descrever as valvas de acordo com a câmara na qual se encontram.
No ventrículo direito há uma valva impedindo o retorno do sangue para o átrio direito, ela recebe o nome de valva atrioventricular direita e é composta por três válvulas: anterior, posterior e septal. Por ser composta por três válvulas, ela também é conhecida como valva tricúspide.
Outra valva presente no ventrículo direito é a que impede o retorno do sangue do tronco pulmonar para o ventrículo direito, essa válvula é conhecida como valva do tronco pulmonar, composta por três válvulas semilunares: anterior, direita e esquerda.
No ventrículo esquerdo também temos duas valvas, uma é a que impede o retorno do sangue para o átrio esquerdo – que recebe o nome de valva atrioventricular esquerda.
Essa valva possui duas válvulas, que são as válvulas anterior e posterior. Por possuir somente duas válvulas, é também conhecida como valva bicúspide.
Saiba mais
Essa válvula possui uma particularidade: alguns anatomistas a achavam semelhante a uma mitra 2. Por esse motivo, também é conhecida como valva mitral.
Ainda no ventrículo esquerdo, temos uma valva de saída impedindo que o sangue retorne ao ventrículo após ir para artéria aorta. Essa recebe o nome de valva da aorta, e é composta por três válvulas semilunares: direita, esquerda e posterior.
As válvulas semilunares direita e esquerda possuem um orifício cada uma, chamado óstio da coronária, onde se originam as artérias coronárias que irrigam o coração.
	Vasos de base do coração
	Atrio Direito
	Veias cavas
	Superior
	
	
	Inferior
	Átrio Esquerdo
	Veias pulmonares
	Direita (2)
	
	
	Esquerda (2)
	Ventrículo Direito
	Tronco pulmonar
	Artéria pulmonar direita
	
	
	Artéria pulmonar esquerda
	Ventrículo Esquerdo
	Artéria aorta
	Ramo ascendente
	
	
	Arco ou cajado aórtico
	
	
	Ramo descendente
Nutrição
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Arterial
Venosa
Morfologia das câmaras
Você já viu que o coração possui quatro câmaras, que são os átrios e ventrículos direito e esquerdo. Agora vamos estudar a morfologia interna dessas câmaras e identificar que existem vasos chegando ou saindo de cada uma delas.
 | Fonte: Netter, 2008.
O átrio direito
tem um aspecto totalmente pregueado, internamente, formado pelos músculos pectíneos ou pectinados. Também existe uma área lisa.
A crista terminal é um limite entre a área pectinada e a área lisa. Externamente, esta área é visível pela linha terminal. Apresenta também no septo interatrial (entre as veias cavas) a fossa oval, que possui o limbo da fossa oval.
O óstio da veia cava inferior e o óstio coronário possuem válvulas com o mesmo nome.
O átrio direito possui uma projeção lingular chamada de aurícula, que é o átrio primitivo.
 | Fonte: Netter, 2008.
No ventrículo direito observa-se um aspecto trabeculado nas paredes do ventrículo, as trabéculas cárneas.
Em geral, temos três trabéculas mais desenvolvidas, os músculos papilares:
1
ANTERIOR
Mais desenvolvido.
2
SEPTAL
Que nasce no septo.
3
POSTERIOR
Que nasce na parede posterior.
O septo se une ao músculo papilar anterior pela trabécula septomarginal. Dos músculos papilares partem as cordas tendíneas, fazendo a ligação entre o músculo papilar e as válvulas.
O músculo papilar anterior tem cordas tendíneas que se ligam à cúspide anterior e posterior; o músculo papilar posterior emite cordas tendíneas para a cúspide posterior e septal; o músculo papilar septal emite cordas tendíneas para a cúspide septal e anterior.
Superiormente, o ventrículo direito se dirige para o cone arterial (ou infundíbulo), que é a área em direção ao tronco pulmonar. O aspecto trabeculado somente existe na região externa do cone arterial, limitado pela crista supraventricular.
 Fonte: Netter, 2008.
O átrio esquerdo não possui tantos músculos pectinados quanto o átrio direito, e possui também um forame oval, com sua respectiva válvula.
 | Fonte: Netter, 2008.
Já o ventrículo esquerdo é cerca de três vezes mais espesso que o ventrículo direito. Em seu interior encontra-se também o aspecto trabecular das trabéculas cárneas. Também em seu interior, dois músculos papilares (normalmente), um anterior e outro posterior. É possível que aconteça uma dicotomização de cada um deles, reforçando suas dimensões. Da mesma forma, as cordas tendíneas ligam os músculos papilares às válvulas cardíacas.
Circulações
A circulação sistêmica (grande circulação ou circulação nutridora) é aquela onde o sangue, que chega ao ventrículo esquerdo, pelo átrio esquerdo (antes pelas veias pulmonares), penetra nos ventrículos por ação da força da gravidade, forçando a abertura da valva.
Quando o volume de sangue do ventrículo vai aumentando, força o fechamento das valvas. No final da diástole ocorre a sístole atrial, obrigando a passagem de 25 a 30% do sangue restante para os ventrículos.
Os músculos papilares se contraem, quando o ventrículo vai contrair, para evitar um refluxo do sangue ao átrio, por meio do prolapso das válvulas.
Quando o sangue tende a refluir, ele enche a cavidade formada pela aorta com o fechamento da valva aórtica, e os “bolsos” formados pelo enchimento das válvulas semilunares faz com que cada vez mais se impeça o refluxo para o ventrículo.
Essa circulação tem início no ventrículo esquerdo, de onde o sangue (rico em O2) é bombeado para a rede capilar dos tecidos do organismo, via artéria aorta. Após as trocas sanguíneas, o sangue rico em CO2 retorna ao átrio direito, por meio das duas veias cavas superior e inferior, se dirigindo então ao ventrículo direito.
A circulação pulmonar ou pequena circulação ou circulação purificadora é aquela que tem início no ventrículo direito, de onde o sangue (rico em CO2) é bombeado para a rede capilar dos pulmões, via tronco pulmonar (artérias pulmonares direita e esquerda).
Após sofrer hematose, o sangue oxigenado retorna ao átrio esquerdo, por meio das duas veias pulmonares direita e esquerda, se dirigindo então para o ventrículo esquerdo.
A circulação colateral caracteriza-se por um conjunto de vasos que correm colateralmente a vasos principais de forma a suprir, alternativamente de sangue, a mesma região.
É um mecanismo de defesa do organismo, que serve para irrigar ou drenar determinada região do corpo, em caso de obstrução de artérias e veias de grande calibre.
Já a portal é um tipo de circulação na qual redes de capilares são unidos diretamente por uma veia.
Exemplo
Sistema porta hepático: fígado + baço + (2/3 dir. do cólon transverso + colo ascendente + jejunoileo) + (1/3 cólon transverso + colos descendente e sigmoide).
 | Fonte: Netter, 2008.
Temos ainda a circulação admiral, como se fosse um sistema porta arterial.
Exemplo
Nos rins, a arteríola aferente passa pelos glomérulos e continua na arteríola eferente.
Sistema Cardiovascular
O nosso corpo é constituído por uma extensa rede de tubos de tamanhos variados por onde circula continuamente o sangue. Esses tubos são os vasos sanguíneos.
Já vimos na aula anterior que o coração é a bomba responsável por impulsionar esse sangue dentro desses vasos, por meio das suas contrações ritmadas.
O sangue que circula em todos os vasos é o mesmo? Todos os vasos são iguais?
Não, pois existem dois tipos de vasos que transportam o sangue. Ao longo da nossa aula, vamos entender melhor essa forma de fluxo e sua composição. Esses vasos são as artérias e veias, cujas diferenças veremos a seguir:
: 
Esses vasos possuem paredes formadas por três camadas (triestratificada), também conhecidas como túnicas recebem o nome de:
1- Túnica íntima — sendo esta a mais próxima do lúmen (espaço interno dentro de um vaso, também chamado de luz do vaso).
2- Túnica externa ou túnica adventícia.
3- Túnica média.
Atenção
É importante ressaltar que os vasos capilares não possuem essas três camadas.
Como os capilares sanguíneos apresentam a função principal de promover as trocas entre o sangue e os tecidos, é importante que esses vasos sejam mais finos (delgados). Por isso, apresentam apenas uma única camada de células endoteliais.
Agora que já sabemos que possuímos dois tipos de vasos principais, as artérias e veias, vamos nos aprofundar em cada um deles.
Artérias
O primeiro a dar nome à essa estrutura foi Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.) em 350 a.C.
Ele acreditava que contivesse ar dentro desses vasos – tanto que seu nome vem do grego era (ar) e terein (conservar, guardar).
Após reconhecermos que temos sangue, e não ar, circulando em seu interior, hoje podemos descrevê-las de maneira mais precisa.
As artérias são vasos com formato cilindroide pelos quais o sangue circula centrifugamente em relação ao coração.
Elas possuem como seus componentes mais importantes a musculatura lisa e o tecido elástico.
As artérias possuem sua túnica média bem mais desenvolvida, fazendo com que suas paredes sejam mais elásticas que outros vasos do corpo, permitindo que se dilatem, aumentando de calibre, e funcionem como um reservatório temporário de sangue transformando o fluxo sanguíneo em contínuo, embora pulsátil, visto que o mesmo deveria ser intermitente devido às contrações cardíacas.
Atenção
Você não deve se esquecer de que elas também podem se distender no sentido longitudinal, visando atender ao deslocamento dos segmentos corporais.
Artérias possuem forma e calibre diferenciado – à medida que seu calibre vai diminuindo, mudamos a sua classificação até chegarmos às menores artérias, conhecidas como arteríolas.
As artérias elásticas ou de grande calibre são as de maior diâmetro interno.
Exemplo
A artéria aorta, o tronco braquiocefálico, a artéria subclávia são exemplos de artérias elásticas.
Surgindo como ramos das artérias de grande calibre, temos a maioria das artérias do corpo, como as artérias musculares ou de médio calibre, também conhecidas como distribuidoras.
À medida que o calibre das artérias vai diminuindo o tecido da túnica elástica também diminui. Como ramo das artérias de médio calibre, temos as artérias de pequeno calibre, que apesar de serem pequenas ainda possuem as três túnicas definidas.
Já nas arteríolas (pequenas artérias), as túnicas não conseguem ser bem definidas. Aquelas de menor calibre possuem apenas um endotélio na sua formação e um fino revestimento de musculatura lisa.
Elas oferecem mais resistência
ao fluxo sanguíneo e, com isso, favorecem à redução da pressão do sangue antes que esse atinja os capilares sanguíneos.
Como você deve ter percebido, as artérias são distribuídas ao longo do corpo semelhante a uma árvore, com seus troncos e ramos.
Os ramos das artérias podem ser de dois tipos:
 Fonte: Adaptação de Sobotta, 2012.
As artérias são profundas, em sua maioria. Porém, existem artérias superficiais também. A profundidade é uma característica mais funcional, pois nessa condição elas encontram-se mais protegidas. Logo, consideramos que as artérias tenham “filia” pelo osso e “fobia” pela pele.
É comum que artérias profundas sejam acompanhadas por veias satélites, de calibre semelhante, tendo o mesmo trajeto, sentido oposto e na maioria das vezes recebendo o mesmo nome.
Artérias da Circulação Sistêmica
Agora vamos descrever o trajeto que o sangue faz pelas principais artérias do corpo, logo que sai do ventrículo esquerdo.
O sangue sai, rico em oxigênio, pela artéria aorta. Ao passar pela valva da aorta, ele encontra duas aberturas nas válvulas semilunares. Essas aberturas são os óstios das coronárias, de onde surgirão as artérias coronárias direita e esquerda.
O sangue segue seu caminho e encontra o arco da aorta, a partir daí descrevemos o fluxo:
	Arco da aorta
	• Tronco braquiocefálico
	A. subclávia direita.
	
	
	A. carótida comum direita.
	
	
	
	
	• A. carótida comum esquerda
	
	• A. subclávia esquerda
 Fonte:Sobotta, 2012.
	Aa. subclávias (direita e esquerda) irrigam o membro superior.
	Aa. carótidas comuns (ou primitivas), na altura da cartilagem tireóidea, subdividem-se em:
	• aa. carótidas externas: irrigam o couro cabeludo, a face e a parte alta do pescoço.
	
	• aa. carótidas internas: participam da formação do sistema carotídeo.
 Fonte:Netter, 2008.
	Sistema Carotídeo
	Responsável pela irrigação de 60% do encéfalo. É formado pelas:
	
	• A. carótida interna D/E – se trifurca em:
	A. cerebral anterior D/E
	
	
	A. cerebral média D/E
	
	
	A. comunicante posterior
	
	• A.comunicante anterior – une as Aa. cerebrais anteriores
 Fonte:Netter, 2008.
	Sistema Vertebrobasilar
	Responsável pela irrigação de 40% do encéfalo. É formado pelas:
	
	•Aa. Vertebrais – se anastomosam no sulco bulbopontino, formando a:
	
	• A. basilar – passa pelo sulco basilar e se subdivide na altura da fossa
interpendicular em Aa. cerebrais posteriores.
	Círculo Arterial do Cérebro
	É composto pelas:
	
	· A. comunicante anterior;
· Aa. Cerebrais anteriores direita e esquerda;
· Aa. Comunicantes posteriores direita e esquerda;
· Aa. Cerebrais posteriores direita e esquerda.
	Artéria subclávia
	Na altura da 1ª costela passa a chamar-se:
	
	• A. axilar
	
	Na altura do músculo redondo, passa a chamar-se:
	
	• A. braquial ou umeral
	
	Na altura do cotovelo, bifurca-se em:
	
	• A. radial e A. ulnar
	
	Após o punho:
	
	Aa. Interósseas, Aa. Lumbricais e Aa. digitais
	Artéria aorta descendente
	Porção torárica
	Até o diafragma.
	
	Porção abdominal: após o diafragma, subdivide-se:
	· A. frênica inferior (diafragma);
· Tronco celíaco: A. hepática comum (fígado); A. gástrica esquerda (estômago); 
· A. esplênica (baço e o pâncreas);
· Aa. renais (rins); A. mesentérica superior (intestino delgado e parte do grosso); 
· A. mesentérica inferior (intestino grosso). Aa. testicular/ovárica (gônadas masculina e feminina); A. sacral mediana (região sacral mediana).
	
	Aprximadamente na altura de L4/L5, a A. aorta abdominal bifurca-se e passa a chamar-se:
	· A. ilíaca comum direita e esquerda;
· A. ilíaca interna (musculatura e órgãos pélvicos).
· A. ilíaca externa.
	Artéria ilíaca externa
	Porção torárica
	Até o diafragma.
	
	Aa. ilíaca externa ao atravessar pelo ligamento inguinal passa a chamar-se:
	· A. femoral comum.
· A. femoral profunda (irriga a musculatura da coxa).
· A. femoral superficial.
	· 
	Aa. femoral superficial ao atravessar pelo hiato tendíneo do músculo adutor magno ou triângulo poplíteo, passa a chamar-se:
	A. poplítea.
	
	Ao passar pela articulação do joelho, a A.poplítea bifurca-se em:
	· A. tibial anterior (musculatura anterior da perna e dorso do pé).
· Tronco tibiofibular (A. fibular (musculatura lateral da perna).
· A. tibial posterior (musculatura posterior da perna e da planta do pé).
· A. plantar média.
· A. plantar lateral.
Veias
São vasos cuja a função é trazer o sangue, rico em gás carbônico, de volta ao coração. Por isso, são vasos por onde o sangue circula centripetamente em relação ao coração.
Como as veias possuem uma túnica média menor, elas variam de forma dependendo da quantidade de sangue em seu interior, podendo ser mais ou menos cilíndricas, ou mesmo achatadas quando vazias.
Outra característica das veias é que pode ocorrer o colabamento das paredes, isto é, as paredes podem entrar em contato uma com a outra e assim permanecer por um tempo, devido as veias possuírem menor tensão de sangue em seu interior.
Quando comparadas com as artérias, as veias são mais numerosas e muito mais dilatáveis.
Atenção
Um ponto importante é que, como o volume de sangue a ser transportado é igual ao das artérias, as veias possuem seu lúmen muito maior que o das artérias.
Uma das principais características das veias é terem a presença de válvulas, com a função de impedir o retorno do sangue. Porém. essas válvulas estão ausentes em algumas veias, como as do cérebro e em algumas do tronco e pescoço.
Essas valvas (conjuntos de válvulas) são pregas membranosas da camada interna das veias em forma de bolso. Elas possuem uma borda livre voltada para o coração e uma borda aderida à parede da veia.
O coração bombeia o coração que vai para o corpo. Mas, como o sangue faz para voltar?
Temos no corpo alguns mecanismos que auxiliam no retorno do sangue ao coração. Acabamos de aprender um deles – que são as válvulas dentro das veias–, pois, depois que o sangue passa, não consegue mais voltar.
Os outros mecanismos são:
· a região do metatarso, nos pés, possui coxins venosos, que são comprimidos quando andamos ou corremos. Eles funcionam como um coração periférico;
· além desses coxins possuímos uma grande quantidade de músculos no corpo, que se movimentam por meio de contração e relaxamento. Durante esse movimento do corpo pelos músculos ocorre o pressionamento das veias, favorecendo o direcionamento do sangue ao coração;
· outro mecanismo importante é o próprio pulsar das artérias, que acabam pressionando as veias satélites localizadas junto com as artérias profundas, quando essas se dilatam formando um reservatório de sangue;
· por fim, o gradiente de pressão da periferia para o coração sofre mudança com as contrações e o relaxamento do coração, porém recebe o auxílio da pressão negativa que ocorre na cavidade torácica durante a respiração.
As veias podem ser:
	Superficiais ou profundas
	Superficiais
São subcutâneas; visíveis com frequência por transparência na pele; mais calibrosas nos membros e no pescoço. Drenam o sangue da circulação cutânea e servem também como via de descarga auxiliar da circulação profunda;
	Profundas
Podem ser solitárias, isto é, não acompanham artérias (vv. Cavas
, v. ázigos, v. porta etc.) ou satélites das artérias.
	
	Comunicantes, viscerais ou parietais
	Comunicantes
Comunicam as veias superficiais com as profundas. As veias da cabeça podem ser classificadas em:
	Viscerais (ao drenarem as vísceras)
	Parietais (ao drenarem as paredes daqueles segmentos).
Veias da Circulação Sistêmica
O sangue retorna ao coração através do seio venoso que possuí uma válvula do seio coronário no átrio direito. Esse seio recebe a afluência das veias interventriculares anterior e posterior e de outras veias que drenam o coração, exceto as veias anteriores do ventrículo direito e das veias cardíacas mínimas que não afluem no seio coronário.
	Sistema cava:
Sistema de retorno venoso ao coração, formado pelas veias cavas superior e inferior
	• Veia cava superior (1) - drena o sangue venoso da cabeça, do pescoço, dos membros superiores e do tórax.
 É formada pela
união dos troncos venosos braquiocefálicos direito e esquerdo (3) que, por sua vez
, serão formados pela união das veias jugulares internas (4) e veias subclávias (5).
• Sistema venoso da cabeça e pescoço - As veias jugulares internas direita e esquerda drenam o sangue da
 cavidade craniana e de parte da face e do pescoço, enquanto que as veias jugulares externas direita e esquerda (6)
 drenam o sangue da superfície externa da cabeça e do pescoço, desembocando na veia subclávia.
	
	Veia cava inferior (2) - à drena o sangue dos membros inferiores, da pelve e do abdome. É formada pela união 
das veias ilíacas comum direita e esquerda (7) que por sua vez serão formadas pela união das veias ilíacas 
internas direita e esquerda (8) e das externas direita e esquerda (9).
As veias ilíacas internas drenam o sangue venoso da região pélvica, enquanto as veias ilíacas externas drenam 
o sangue de membros inferiores.
 Fonte: Adaptado de Sobotta, 2012.
	Veia dos membros superiores
	Veias digitais
	Arco venoso palmar (e dorsal)
	Veia basílica do antebraço
	Veia cefálica do antebraço
	Veia intermédia do cotovelo
	Veia intermédia do braço
	Veia cefálica
	Veia basílica
	Veia axilar
	Veia subclávia
Comentário
A veia mediana basílica é preferencialmente utilizada para injeções intravenosas.
Em 70% dos casos, uma veia intermédia do cotovelo (tributária à veia basílica) substitui as veias intermédias cefálica e basílica.
	Veia dos membros inferiores
	Veias digitais dorsais (e plantares); (1)
	Arco venoso dorsal e plantar; (2)
	Veias tibiais anterior e posterior; (3 e 3’)
	Veia fibular
	Veia poplítea; (4)
	Veia safena parva; (5)
	Veia safena magna; (6)
	Veia femoral; (7)
	Veia femoral profunda; (8)
	Veia ilíaca externa; (9)
Sistema ázigo
É responsável pela drenagem venosa da parede posterossuperior do abdome e dos órgãos torácicos que irão, através das veias ázigo (1) e hemiázigo (2), desembocar na veia cava superior (3).
Essas veias recebem o sangue drenado das veias intercostais posteriores (4), esofagiana, brônquicas, diafragmática e pericárdica.
Sistema portal hepático
É formado pela união das veias mesentéricas superior (1) e inferior (2), e a esplênica (3), que darão origem à veia porta hepática (4), que penetra na porção mediana do fígado denominada hilo hepático, saindo através das veias hepáticas direita e esquerda (5) que desembocam na veia cava inferior (6).
O sistema porta hepático drena o sangue venoso do estômago, pâncreas, baço, intestino delgado, intestino grosso e fígado (7).
Sistema linfático
É um sistema auxiliar de drenagem constituído por vasos linfáticos, linfonodos e órgãos linfáticos. O líquido difundido no espaço intersticial, chamado de linfa (do latim lympha — água transparente), se extravasa no âmbito dos capilares sanguíneos. Isto ocorre porque as moléculas de grande tamanho não passam para os capilares sanguíneos, sendo assim recolhidas pelos capilares linfáticos (do latim lymphaticus — frenético).
Dos capilares linfáticos, a linfa segue para os vasos linfáticos, e destes para os troncos linfáticos, os mais volumosos, que por sua vez lançam a linfa em veias de médio e grande calibre.
· Os capilares linfáticos são mais calibrosos e mais irregulares que os sanguíneos, e extremamente abundantes na pele e nas mucosas;
· O maior tronco linfático recebe o nome de ducto torácico, e geralmente desemboca na junção da v. jugular interna com a v. subclávia, do lado esquerdo;
· Os vasos linfáticos estão ausentes no sistema nervoso central, na medula óssea, nos músculos esqueléticos (mas não no tecido conjuntivo que os reveste) e nas estruturas avasculares.
Nesse sistema, temos também a presença de linfonodos – estruturas que atuam filtrando e produzindo glóbulos brancos, principalmente linfócitos –, que agirão na defesa do organismo.
Estão interpostos no trajeto dos vasos linfáticos e agem como uma barreira ou um filtro contra a penetração na corrente circulatória de micro-organismos, toxinas ou substâncias estranhas ao organismo.
São abundantes nas axilas e na região inguinal.
Como reação a uma inflamação, o linfonodo pode intumescer-se e torna-se doloroso, fenômeno conhecido com o nome vulgar de íngua (linfadenite).
O fluxo da linfa é relativamente lento durante os períodos de inatividade de uma área ou região.
O fluxo torna-se mais rápido e regular com a atividade muscular.
A circulação da linfa aumenta com o peristaltismo 1 e com o aumento dos movimentos respiratórios.
Temos também a presença de órgãos linfáticos, todos com função imunológica: o baço, o timo e as tonsilas (faríngeas — que com o seu desenvolvimento serão formadas as adenoides, palatinas (amídalas), e linguais — localizadas inferiormente à língua):
Baço
Órgão linfoide situado no lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao diafragma, ao nível das 9.ª, 10.ª e 11.ª costelas. É drenado pela veia esplênica.
Timo
Órgão linfoide, formado por massa irregular, situado em parte no tórax e em parte na porção inferior do pescoço.
A respiração
Você normalmente não se preocupa com sua respiração a menos que comece a sentir falta de ar, seja durante um mergulho ou mesmo nos momentos em que esteja sentindo (ou próximo de alguém) um déficit respiratório, lembrando de que esse déficit pode ser uma patologia ou simplesmente durante uma atividade física quando pode não ocorrer o equilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio. Isso se dá por que nossa respiração acontece de forma automática.
Vamos começar a entender melhor esse processo que consiste nas trocas gasosas entre o ar atmosférico e as células corporais, trazendo o oxigênio para o corpo e levando o dióxido de carbono (gás carbônico) para a atmosfera.
Alguns citam a respiração como a absorção de oxigênio pelo organismo e com isso a liberação de energia para o trabalho e calor e, como consequência, a liberação de gás carbônico e água.
Vamos entender cada elemento da função respiratória.
Ventilação — é o ato da:
 Clique nos botões para ver as informações.
Inspiração
Expiração
Difusão de oxigênio — nos pulmões ocorre a troca gasosa do gás carbônico pelo oxigênio, no âmbito dos alvéolos pulmonares. Essa troca ocorre através da difusão que é um fenômeno essencialmente físico, através das diferenças de pressão entre os gases presentes no sangue e no ar alveolar.
Transporte de oxigênio — na respiração ocorre o transporte de oxigênio para as células do corpo e do gás carbônico das células para fora do corpo, esse transporte se dá através do sangue.
Até agora falamos de respiração, mas e o Sistema Respiratório?
O Sistema Respiratório é formado por órgãos responsáveis em transportar esse ar para dentro e fora dos pulmões.
Divide-se em duas partes funcionais:
Condutora
É a parte responsável por conduzir esse ar até os pulmões em condições para que ocorra a hematose e responsável pela liberação desse ar na atmosfera após hematose. A porção condutora é constituída pelos seguintes órgãos: nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios principais e brônquios lobares.
Respiratória
São os pulmões, especificamente os alvéolos pulmonares. Mas começamos a considerar pertencente a essa parte após os brônquios segmentares, bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos.
Nariz
Segundo a terminologia anatômica, é a parte externa do sistema respiratório, abrange o nariz externo (chamado usualmente de nariz), a cavidade nasal e os seios paranasais.
O nariz externo é formado por cartilagens, sendo a septal responsável pela divisão dele em duas metades. A expansão da cartilagem septal forma as cartilagens laterais e abaixo delas estão as cartilagens alares em forma de “u”.
O nariz externo possui duas aberturas que se comunicam com a cavidade nasal, as narinas.
· A extremidade inferior do nariz externo é denominada base;
· a sua extremidade superior é a raiz e o dorso compreende a região entre a raiz e o ápice;
· a parte mais anterior da base recebe o nome de ápice.
Legenda:
1. Osso frontal
2. Ossos nasais
3. Processo frontal do maxilar
4. Cartilagens laterais do nariz
5. Cartilagem septal
6. Cartilagem alar menor
7. Cartilagem alar acessória (sesamoide)
8. Ramo lateral da cartilagem alar maior
9. Ramo medial da cartilagem alar maior
10. Cartilagem septal
11. Espinha nasal anterior do maxilar
12. Tecido alar fibroadiposo
13. Forame intraorbitário
14. Tecido alar fibroadiposo
15. Espinha nasal anterior do maxilar
16. Sutura intermaxilar
17. Cartilagem septal
18. Ramo medial da cartilagem alar maior
19. Ramo lateral da cartilagem alar maior
A cavidade nasal é composta por duas outras separadas pelo septo nasal, que é formado pela lâmina perpendicular do osso etmoide, pelo vômer e pela cartilagem septal, essas duas cavidades têm a forma de cunha.
Ela possui a parte superior formada pelos ossos nasais, frontal, etmoide e esfenoide. Sua parte inferior é formada pelo processo palatino do osso maxila e pelo osso palatino. Sua parte lateral é composta pelos ossos maxila, lacrimal, etmoide, esfenoide, palatino e concha nasal inferior.
 Fonte: Adaptado. Netter, 2008
Cada cavidade nasal possui três projeções ósseas laterais que são as conchas nasais superior, média e inferior. Em alguns casos pode existir mais uma concha nasal acima da superior que é denominada de concha nasal suprema. As conchas nasais são recobertas por uma membrana mucosa que tem a função de regular a temperatura1 e umedecer o ar ao passar pelos meatos localizados inferiormente a cada concha nasal e que recebem o nome da respectiva concha nasal.
A cavidade nasal é dividida em três partes:
1ª
Na sua porção anterior encontramos o vestíbulo nasal, com os pelos responsáveis por filtrar o ar que entra. Tais pelos são chamados de vibrissas, que também apresentam glândulas sebáceas e sudoríparas, essa é chamada de parte vestibular.
2ª
É a parte respiratória forrada de epitélio pseudoestratificado ciliado, com células em formas de cálice (caliciformes), também possui glândulas serosas e mucosas que auxiliam na filtragem do ar, por meio de suas secreções, protegendo as vias respiratórias de receberem pó.
3ª
É a olfatória, localizada na porção superior da cavidade nasal, coberta com tecido neuroepitelial com células olfatórias.
Os seios paranasais são cavidades pneumáticas intraósseas, ou seja, espaços localizados em alguns ossos do crânio que contêm ar no seu interior. Esses seios têm a função de manter os ossos mais leves, porém sua parede óssea é forrada por um mucoendósteo contínuo com a mucosa respiratória, drenados para cavidade nasal por ação do epitélio ciliar que possuem.
Outa função é de atuarem como câmara de ressonância. Os seios se abrem nos meatos sendo que:
· os seios frontal e maxilares desembocam no méato médio;
· os seios esfenoidais desembocam no meato superior e;
· os seios etimoidais nos meatos médio e superior.
Você pode estar se perguntando para que serve o meato nasal inferior?
No meato nasal inferior desemboca o ducto nasolacrimal fazendo a ligação entre a cavidade nasal e a cavidade orbital, ele é responsável por drenar as lágrimas para dentro da cavidade nasal, sendo um dos principais mecanismos de umidificação do ar que entra.
Isso fica bem evidente quando forçamos para não chorar e aumentamos o volume de secreção dentro da cavidade, chegando a ficar visível, pois aparece externamente.
O nariz se comunica posteriormente com a faringe por meio de duas aberturas, uma pertencente a cada cavidade, as coanas.
Faringe
É um órgão comum aos sistemas respiratório e digestório, um tubo muscular membranoso que possui a função de passagem para os sistemas comuns a ela, além de exercer papel na fonação dos sons orais. A faringe é dividida em três partes:
Nasofaringe — também conhecida como rinofaringe, é a parte nasal da faringe e está situada posteriormente ao nariz possui quatro aberturas:
· duas em comunicação com a cavidade nasal (as coanas) e;
· duas em comunicação com a tuba auditiva, essas recebem o nome de óstio faríngeo da tuba auditiva, que possui uma limitação superior em forma de meia lua, o toro tubário. Nesta região da faringe ainda possuímos uma estrutura pertencente ao sistema linfático a tonsila faríngea 2.
Orofaringe — é a parte oral da faringe situada abaixo da nasofaringe e posterior à cavidade oral, da qual é separada pelo istmo 3 das fauces. Nessa região da faringe, mais precisamente na fossa tonsilar, estão presentes as tonsilas palatinas 4.
Laringofaringe — é a parte laríngea da faringe, tem comunicação com laringe através do ádito da laringe, que fica ao lado dos recessos piriformes, porém essa região também se comunica com o esôfago.
 Fonte:Adaptado. Netter, 2008.
Laringe
É um órgão que tem a forma triangular, no qual a sua borda superior é mais larga e vai se estreitando na região inferior com o formato arredondado. Ela se comunica superiormente com a faringe através do ádito da laringe e inferiormente com a traqueia.
Sua principal atividade é a de fonação por meio da musculatura intrínseca que gera tensão e regula as pregas vocais durante a produção do som. Essa musculatura também auxilia no fechamento da laringe durante a deglutição. Também existem músculos para a movimentação da laringe e são originários de estruturas ao redor da mesma, esses músculos são extrínsecos.
A laringe é formada por três cartilagens pares e três cartilagens impares unidas por ligamentos e músculos intrínsecos e extrínsecos.
 Fonte:Adaptado. Netter, 2008.
Cartilagens ímpares
Tireoide — seu nome tem origem no grego tireos que se refere a escudo e a cartilagem possui uma forma semelhante a um escudo. Das cartilagens da laringe é a maior e responsável por dar a forma triangular da laringe. Devido a ser mais proeminente em indivíduos do gênero masculino, por conta de ter um tom de voz mais grave e alto, ela é conhecida como “pomo de Adão”.
Cricoide — é uma cartilagem mediana que possui uma lâmina na região posterior e um arco na região anterior, sustenta outras cartilagens direta ou indiretamente. Fica mais inferior e tem a forma de um anel de sinete.
Cartilagens pares
Aritenoide — possui a forma piramidal, e essas pequenas cartilagens estão localizadas na região superior da lâmina da cartilagem cricoide.
Corniculadas — localizadas no ápice das cartilagens aritenoides formam um pequeno cone de tecido elástico.
Cuneiforme — situada à frente das cartilagens corniculadas, essas pequenas cartilagens elásticas ao se movimentarem para trás geram tensão nas pregas vocais.
Traqueia
É um órgão cuja função é simplesmente de passagem de ar. Ela é um tubo cilíndrico de aproximadamente 13cm que se estende da 6ª vertebra cervical até a 5ª vértebra torácica, logo é um órgão cervicotorácico. Fica situada entre a laringe e os brônquios e é composta por uma parede fibrocartilagínea e musculomembranácea.
Ela é composta por 20 anéis incompletos de cartilagem hialina em forma de ferradura, esses anéis são fechados na parte posterior por musculatura lisa e o espaço entre esses anéis é composto por tecido conjuntivo fibroso.
A sua camada mais interna, a mucosa, é composta por epitélio cilíndrico pseudoestratificado e ciliado, com células que secretam o muco. A função dos cílios é de “varrer” as partículas inaladas para a faringe para serem deglutidas.
 Fonte:Adaptado. Sobotta, 2012.
Entre os 2º e 4º anéis traqueais temos a glândula tireoide, que recebe esse nome por ter a forma de escudo e não por estar sobre a cartilagem tireoide.
Saiba mais
Nomenclatura otorrinolaringológica "traqueotomia ou traqueostomia”. Acesso em: 18 set. 2018.
Brônquios
Originam-se em uma bifurcação da traqueia que recebe o nome de carina, mas essa carina não é um epônimo e sim derivado do grego karína que significa quilha em uma referência à quilha dos barcos.
Os brônquios são tubos que se estendem da traqueia em direção aos pulmões para formarem a árvore brônquica. Eles são compostos basicamente da mesma estrutura da traqueia, porém, à medida que vão se estreitando aumenta a quantidade de musculatura lisa e diminui a de fibrocartilagem.
Na 5ª vertebra torácica ocorre a divisão da traqueia em brônquios direito e esquerdo, sendo

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