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Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita AULA 08: Regime jurídico dos policiais civis da União e do Distrito Federal (Lei nº 4.878/1965). SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À AULA 08 2 2. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 3 3. O INGRESSO NA CARREIRA E O PROVIMENTO NA LEI Nº 4.878/65 6 4. DAS VANTAGENS ESPECÍFICAS 13 5. APOSENTADORIA (LEI COMPLEMENTAR 51/85 C/C A LEI 4878/65) 16 6. DA PRISÃO ESPECIAL 19 7. DAS TRANSGRESSÕES E DAS PENAS DISCIPLINARES 19 8. COMPETÊNCIA PARA IMPOSIÇÃO DE PENALIDADES 25 9. DO PROCESSO DISCIPLINAR 27 10. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS 33 11. RESUMO DA AULA 34 12. QUESTÕES 41 13. REFERÊNCIAS 42 Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 1. Introdução à aula 08 Bem vindos à nossa aula 08 de Direito Administrativo, do curso preparatório para o concurso de agente e escrivão da Polícia Federal. Esta é a nossa última aula. Com certeza, ao final deste nosso curso você estará muito bem preparado para a sua prova de direito administrativo! Nesta aula 08, abordaremos a matéria “Regime jurídico peculiar dos funcionários policiais civis da União e do Distrito Federal (Lei nº 4.878/1965).” A Lei nº 4.878/65 disciplina o regime jurídico dos policiais civis da União e do Distrito Federal. A primeira informação IMPORTANTE desta aula é que a Lei 8.112/90 é aplicada subsidiariamente ao regime jurídico dos policiais civis da União e do DF. Veja o que diz o art. 62 da Lei nº 4.878/65: . Assim, diante desse dispositivo, temos a seguinte conclusão extraída de um julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça (REsp 1173455/RS): “o art. 62 da Lei nº 4.878/65, que dispõe sobre o regime jurídico dos policiais civis da União, permite a aplicação subsidiária do Estatuto do Servidor Público Federal (Lei nº 8.112/90)”. Por isso, você deve ter em mente que tudo o que estudamos na aula passada, relativo ao regime jurídico dos servidores civis da União, será aplicado aos policiais federais, desde que a Lei nº 4.878/65 não tenha disciplinado de forma diversa. Esta nossa última aula será baseada no texto da lei e nos julgados do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema. Art. 62. Aos funcionários do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial Metropolitano aplicam-se as disposições da legislação relativa ao funcionalismo civil da União no que não colidirem com as desta Lei. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Fique tranquilo, pois o CESPE não deverá cobrar nada fora desses dois enfoques. Aliás, nas últimas provas para a Polícia Federal não foi cobrada nenhuma questão dessa lei. Chega de papo, vamos a luta! 2. Disposições preliminares O primeiro capítulo da Lei nº 4.878/65 informa quais são as categorias de policiais abrangidas pela lei. O art. 2º da norma informa que essa lei abrange “os brasileiros legalmente investidos em cargos do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial Metropolitano”. A partir dessa definição legal, a primeira pergunta relevante surge: O policial rodoviário federal tem o seu regime regulado pela Lei nº 4.878/65? Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (MS 14.848/DF) afirmou que NÃO. Veja o seguinte trecho do julgamento: Professor, quem pode ser considerado policial para fins desta norma? Para efeitos da lei que estamos estudando é servidor público investido no cargo das carreiras policiais civis da União, em decorrência de aprovação em concurso público de prova ou de provas e títulos. 3. A Lei n.º 4.878/65 - norma especial que exige a condução do procedimento por Comissão Permanente de Disciplina - aplica-se aos policiais civis investidos em cargos do Serviço de Polícia Federal, não alcançando os Policiais Rodoviários Federais, categoria regida pela Lei n.º 8.112/90, Estatuto Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Ainda quanto às disposições preliminares da Lei nº 4.878/65, há dispositivo no sentido de que a função policial é incompatível com qualquer outra atividade (art. 4º). Entretanto, na aula passada, vimos que alguns cargos são passíveis de acumulação. Vimos que é possível acumular, desde que haja compatibilidade de horários, dois cargos de PROFESSOR, um cargo de PROFESSOR com outro TÉCNICO OU CIENTÍFICO, dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE, com profissões regulamentadas, um cargo público com o de VEREADOR, permissão para os JUÍZES e MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO exercerem o MAGISTÉRIO. E aos policiais, é permitida a acumulação? Em regra não (redação do art. 4º). A Lei nº 4.878/65 ressalva apenas a acumulação do cargo de policial com o de magistério na Academia Nacional de Polícia e a prática profissional em estabelecimento hospitalar, para os ocupantes de cargos da série de classes de Médicos Legista, uma vez que este é considerado com cargo técnico. Veja a redação do art. 23, § 3º: Diante das inúmeras discussões no âmbito da Polícia Federal acerca do alcance desse dispositivo após a promulgação da Constituição, em 1988, a Diretoria Geral da Polícia Federal editou a Instrução Normativa nº 003/04-DG/DPF. Nessa norma, constam os seguintes dispositivos: § 3º Ressalvado o magistério na Academia Nacional de Polícia e a prática profissional em estabelecimento hospitalar, para os ocupantes de cargos da série de classes de Médicos Legista, ao funcionário policial é vedado exercer outra atividade, qualquer que seja a forma de admissão, remunerada ou não, em entidade pública ou emprêsa privada. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Como se vê, a Instrução Normativa permite o exercício de magistério aos integrantes da Carreira Policial Federal, desde que isso não implique em acumulação de cargos público, ou seja, o policial federal, segundo essa IN, pode dar aulas em instituições privadas, desde que haja compatibilidade de horários. Mas essa IN não resolve todos os problemas. Veja que a grande questão é saber se a Constituição, ao afirmar que é possível acumular cargo de natureza técnica com o de magistério e ao afirmar queé possível cumular dois cargos de profissionais de saúde, eliminou (= não recepcionou) o disposto no art. 23, § 3º, da Lei nº 4.878/65. Os tribunais brasileiros, ao analisarem essa questão, divergem sobre o tema. Há julgado do Tribunal Regional da 2ª Região que afirma que não é possível a acumulação dos cargos públicos de Delegado da Polícia Federal e de professor, pois seria impossível a compatibilidade de horários, “dada a natureza da profissão da carreira de Policial Federal que exige a disponibilidade integral do agente público” (2003.51.01.008450-1). Já o Tribunal Regional Federal da 1ª Região entende que a vedação geral à acumulação de cargos prevista na Lei nº 4.878/65 não teria sido recepcionada pela Constituição, devendo ser admitida a acumulação de cargos de policial federal de natureza técnica com o de magistério e de Art. 2o. Aos integrantes da Carreira Policial Federal é lícito o exercício do magistério, desde que não implique em acumulação de cargos públicos. Art. 6o. A compatibilidade de horários é requisito fundamental para o exercício do magistério, que não pode prejudicar o desempenho das atribuições policiais de qualquer natureza, inclusive no que tange a escalas de plantões, viagens a serviço e operações estabelecidas pela Administração. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita policial federal da área da saúde com outro cargo privativo de profissional de saúde, conforme dispõe o art. 37, XVI, da Constituição (200233000236940). Assim, para que você não erre na sua prova, decore o disposto no art. 23, § 3º, da Lei nº 4.878/65, mas saiba que pode o policial federal ser também professor, desde que isso não signifique acumulação de cargo público e haja compatibilidade de horário (Instrução Normativa nº 003/04-DG/DPF). Além disso, lembre-se que não há consenso quanto à aplicação integral do art. 37, XVI, da Constituição aos policiais federais. Ainda com relação às disposições preliminares da Lei, observamos que o mesmo art. 4º acima comentado reforça que a função policial é fundada na hierarquia e na disciplina. 3. O ingresso na Carreira e o provimento na Lei nº 4.878/65 O art. 2º da Lei nº 9.266/96, que (reorganiza as classes da Carreira Policial Federal, fixa a remuneração dos cargos que as integram e dá outras providências) disciplina que o ingresso nos cargos da Carreira Policial Federal far-se-á mediante concurso público, exigido o curso superior completo, em nível de graduação, sempre na 3a (terceira) classe, observados os requisitos fixados na legislação pertinente, especialmente, no art. 9º da Lei nº 4.878/65. Observe que, para ingressar na Polícia Federal, exige-se curso superior completo em nível de graduação. Observe, ainda, que o ingresso se dá na 3ª classe. É requisito para a promoção nos cargos da Carreira Policial Federal a conclusão, com Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita aproveitamento, de cursos de aperfeiçoamento, cujos conteúdos observarão a complexidade das atribuições e os níveis de responsabilidade de cada classe (art. 2º. § 2º, da Lei nº 9.266/96). Com a aprovação na primeira etapa do concurso público, o indivíduo ingressa no curso de formação, na Academia Nacional de Polícia, segunda fase do certame, de natureza apenas eliminatória. A primeira fase é constituída de provas escritas objetiva e subjetiva, de cunho classificatório e eliminatório, e das provas físicas, exames médicos e exame psicotécnico, todas de caráter eliminatório. O art. 9º da Lei 4.878/65 prevê como requisitos expressos para a matrícula na Academia os seguintes: 1. Ter sido aprovado no concurso e não ter sido eliminado na investigação social e/ou funcional. 2. Ter nacionalidade brasileira ou portuguesa e, em caso de nacionalidade portuguesa, estar amparado pelo estatuto de igualdade entre brasileiros e portugueses, com reconhecimento de gozo de direitos políticos, nos termos do § 1º, artigo 12, da Constituição da República. 3. Estar em dia com as obrigações eleitorais. 4. Apresentar certificado de reservista ou de dispensa de incorporação, em caso de candidato do sexo masculino. 5. Possuir carteira de identidade civil e carteira nacional de habilitação, categoria "B", no mínimo. 6. Comprovar o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo. 7. Ter idade mínima de dezoito anos completos, na data de matrícula no Curso de Formação Profissional. 8. Ter aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita IMPORTANTE você observar também a exigência do exame psicotécnico para o ingresso na Academia. Afinal, é lícita a exigência do exame psicotécnico em concursos públicos? O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que sim, desde que atendidos os seguintes requisitos (REsp 1221968): haja previsão legal e editalícia para tanto; os critérios adotados para a avaliação sejam objetivos; e caiba a interposição de recurso contra o resultado, que deve ser, pois, público. Se o indivíduo ingressou na Academia omitindo fato que impossibilitaria a sua matrícula, ele será demitido, mediante processo disciplinar regular. Na Academia, o indivíduo se submeterá a um curso de formação. A matrícula nesse curso obedecerá à ordem de classificação dos candidatos habilitados no concurso em que tiverem concorrido. Durante o curso de formação profissional na Academia, o candidato perceberá 80% (oitenta por cento) do vencimento fixado para a primeira referência da classe inicial da categoria funcional a que estiver concorrendo (art. 1º do DL 2.179/84). Hoje paga-se 50% do valor da remuneração do cargo, conforme a Lei. 11. 095/2005. Não pense que o tempo em que você estiver na Academia será um tempo “perdido”. A frequência aos cursos de formação profissional da Academia Nacional de Polícia para primeira investidura em cargo de atividade policial é considerada de efetivo exercício para fins de aposentadoria. Veja que são dois benefícios: o $$$$ e o tempo para aposentadoria! Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Não podemos encerrar esse tópico sem mencionarmos o teor do art. 6º da Lei nº 4.878/65 quanto à nomeação. Nos termos desse dispositivo, a nomeação poderá ser feita de duas formas: Em caráter efetivo; Em comissão. Atualmente não há cargo isolado no quadro da Polícia Federal a nomeação se dá na classe inicial de cada cargo, respeitada a ordem declassificação na primeira fase do concurso. A escolha de vagas de lotação leva em consideração o resultado obtido no curso de formação. Com relação à posse, a Lei nº 4.878/65 define que são competentes para dar posse: I - o Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública, ao Chefe de seu Gabinete, ao Corregedor, aos Delegados Regionais e aos diretores e chefes de serviço que lhe sejam subordinados; II - o Diretor da Divisão de Administração do mesmo Departamento, nos demais casos; III - o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ao Chefe de seu Gabinete e aos Diretores que lhe sejam subordinados; IV - o Diretor da Divisão de Serviços Gerais da Polícia do Distrito Federal, nos demais casos. Coloquei em destaque o Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública, o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e o Diretor da Divisão de Administração do referido Departamento, pois estes poderão delegar competência para dar posse. Atualmente tem poder para dar posse os Superintendentes Regionais e o Diretor de Gestão de Pessoal. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Muito embora a multicitada lei ainda afirme que o estágio probatório é de dois anos, vimos na aula passada que, a partir da EC nº 19/1998, a estabilidade passou a ser conferida somente após três anos de efetivo exercício e o STJ sedimentou o entendimento de que o estágio probatório deve acompanhar o período da estabilidade. Assim, também na polícia federal o período do estágio probatório deve ser de 3 anos. Nesse período, será apurada a idoneidade moral, a assiduidade, a disciplina, capacidade de iniciativa, a produtividade e a responsabilidade do policial. Quanto a promoção (consiste na mudança de classe em que esteja posicionado o servidor para a classe imediatamente superior), os requisitos são apresentados pelo Decreto- Lei 7.014/2009. Vamos conferir? E como será promovida essa “avaliação de desempenho”, professor? O mesmo Decreto-lei informa que essa avaliação será realizada a cada período de doze meses pela chefia imediata e será confirmada pela autoridade superior (art. 4º). A avaliação do servidor ao final do interstício estabelecido para promoção será apurada pela média dos resultados obtidos no período (§ 1º). Art. 3o São requisitos para promoção nos cargos da Carreira Policial Federal: I - exercício ininterrupto do cargo: a) na terceira classe, por três anos, para promoção da terceira para a segunda classe; b) na segunda classe, por cinco anos, para promoção da segunda para a primeira classe; c) na primeira classe, por cinco anos, para promoção da primeira para a classe especial; II - avaliação de desempenho satisfatória; e III - conclusão, com aproveitamento, de curso de aperfeiçoamento. Parágrafo único. Interrompido o exercício, a contagem do interstício começará a correr a partir do retorno do servidor à atividade. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Nessa avaliação serão auferidos os seguintes critérios: qualidade e quantidade de trabalho; iniciativa e cooperação; assiduidade e urbanidade; pontualidade e disciplina; conhecimento do trabalho e autodesenvolvimento; preparo físico; habilidade para manuseio e porte de arma (prova prática de tiro). Você já está pensando no que você deve fazer para ser promovido, não é?! Mas para isso acontecer você deve, primeiro, passar nesse concurso. Por isso, força nos estudos e vamos continuar com a análise da Lei nº 4.878/65! Com relação à readaptação, observamos na última aula que a Lei nº 8.112/90 a prevê como uma forma de adequar o servidor que tenha adquirido alguma debilidade a uma nova função compatível com a deficiência. Aqui, a Lei nº 4.878/65 prevê a readaptação como uma forma de colocar o policial que se revelou inapto para o exercício da função policial em outro cargo “mais compatível com a sua capacidade”, ou seja, não é doença ou deficiência, é a inaptidão ou a incapacidade física e/ou intelectual do policial que gera a readaptação. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Confira o art. 20 da Lei nº 4.878/65, bastante polêmico e sem aplicação administrativa, diante da sua incompatibilidade com a Constituição: Outro dispositivo da Lei nº 4.878/65 que se revela incompatível com a Constituição é o art. 18, assim redigido: Veja que o art. 20 trata de uma “transformação do cargo” e o art. 18 trata de um “acesso” a uma “classe inicial” e outra “série”, por meio de “provas práticas” e de “concurso de títulos” ou de “curso específico” na Academia. Ocorre que, após a promulgação da Constituição de 1988, a investidura em cargo público somente se dá por meio de concurso público. Não é mais permitida a transposição, a acessão ou qualquer forma de movimentação interna que acabe por colocar determinada pessoa num cargo para o qual não prestou concurso. Art. 20. O funcionário policial que, comprovadamente, se revelar inapto para o exercício da função policial, sem causa que justifique a sua demissão ou aposentadoria, será readaptado em outro cargo mais compatível com a sua capacidade, sem decesso nem aumento de vencimento. Parágrafo único. A readaptação far-se-á mediante a transformação do cargo exercido em outro mais compatível com a capacidade física ou intelectual e vocação. Art. 18. O funcionário policial, ocupante de cargo de classe singular ou final de série de classes, poderá ter acesso à classe inicial de séries afins, de nível mais elevado, de atribuições correlatas porém mais complexas. § 1º A nomeação por acesso, além das exigências legais e das qualificações em cada caso, obedecerá a provas práticas que compreendam tarefas típicas relativas ao exercício do nôvo cargo e, quando couber, à ordem de classificação em concurso de títulos que aprecie a experiência profissional, ou em curso específico de formação profissional, ambos realizados pela Academia Nacional de Polícia. § 2º As linhas de acesso estão previstas nos Anexos IV dos Quadros de Pessoal do Departamento Federal de Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal, aprovados pela Lei nº 4.483, de 16 de novembro de 1964. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Veja o que disse o Tribunal Regional da 1ª Região no seguinte julgado (Apelação 200134000104004): Assim, qualquer que tenha sido a vontadedo legislador ao editar os arts. 20 e 18 acima transcritos, após a Constituição de 1988 não é possível o acesso de um Papiloscopista, por exemplo, no cargo de Delegado da Polícia Federal sem a realização de concurso público. Por fim, uma peculiaridade que a lei traz é que o funcionário policial não poderá afastar-se de sua repartição para ter exercício em outra ou prestar serviços ao Poder Legislativo ou a qualquer Estado da Federação, salvo quando se tratar de atribuição inerente à do seu cargo efetivo e mediante expressa autorização do Presidente da República ou do Prefeito (= Governador) do Distrito Federal, quando integrante da Polícia do Distrito Federal (art. 11 da Lei nº 4.878/65). 4. Das vantagens específicas Esse ponto da aula é muito legal para você que pretende ingressar nos quadros da Polícia Federal! Tenho certeza que depois de estudá-lo você ficará muito mais motivado! Falamos acima que se a Lei nº 4.878/65 não dispuser de modo diverso, aplica-se a Lei nº 8.112/90. 1. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração (CF, art. 37, II). 2. Impossível, pois, após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o acesso de Papiloscopista e Escrivão da Polícia Federal ao cargo de Delegado da Polícia Federal, como previsto no Decreto-Lei n. 2.320/87 que, no ponto, não foi recepcionado pela Carta Magna. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A partir desse regra hermenêutica, o STJ já sedimentou o entendimento no sentido de que o policial federal tem direito à licença remunerada para exercício de atividade política, ainda que o cargo eletivo disputado seja em localidade distinta de onde o servidor exerce suas atribuições (AgRg no REsp 825.807). Após a edição da Lei nº 11.358/2006, os policiais federais passaram a ser remunerados por meio de subsídio, fixado por parcela única. Essa remuneração exclui as vantagens pessoais e as VPNIs, a percepção de quintos ou décimos, os valores incorporados a titulo de adicional por tempo de serviço, os abonos, o adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas, o adicional noturno, o adicional pela prestação de serviço extraordinário etc. Logo, estão compreendidas no subsídio e não são mais devidas aos integrantes da Carreira Policial Federal e da Carreira Policial Civil dos extintos Territórios Federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima as seguintes parcelas remuneratórias: I - vencimento básico; II - Gratificação de Atividade - GAE, de que trata a Lei Delegada nº 13, de 27 de agosto de 1992; III - Valores da Gratificação por Operações Especiais - GOE, a que aludiam os Decretos-Leis nºs 1.714, de 21 de novembro de 1979, e 2.372, de 18 de novembro de 1987; IV - Gratificação de Atividade Policial Federal; V - Gratificação de Compensação Orgânica; VI - Gratificação de Atividade de Risco; VII - Indenização de Habilitação Policial Federal; e VIII - vantagem pecuniária individual, de que trata a Lei nº 10.698, de 2 de julho de 2003. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Assim, INFELIZMENTE, você NÃO terá direito, por exemplo, ao adicional noturno, a horas extras e a adicional por exercício de atividades perigosas. Veja que esse é o entendimento do STJ (ROMS 27479): No caso, foi apreciada a lei que transformou os vencimentos dos policiais civis do DF em subsídio. O mesmo entendimento vale para os policiais federais. Com relação à gratificação de função policial e ao auxílio moradia, previstos expressamente no art. 22 da Lei nº 4.878/65, veja o que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu na AC 199901001215809: Observe que, apesar de o art. 22 da Lei nº 4.878/65 não ter sido revogado expressamente, INFELIZMENTE você NÃO terá direito ao recebimento da gratificação de função policial nem ao auxílio-moradia, diante das Leis nº 7.923/89 e nº 11.358/2006. 3. A Polícia Civil do Distrito Federal, organizada e mantida pela União, a quem compete, privativamente, legislar sobre seu regime jurídico e a remuneração de seus servidores, é regida pela Lei Federal n.º 11.361/2006, que, em consonância com a previsão constitucional, instituiu o subsídio fixado em parcela única como forma de remuneração, sendo expressamente vedado o acréscimo de qualquer parcela remuneratória, inclusive o adicional noturno, que restou incorporado no subsídio dos servidores. 4. O servidor público não tem direito adquirido à imutabilidade do regime remuneratório, razão pela qual, pode a lei nova alterar, extingüir, reduzir ou criar vantagens, desde que seja resguardada a irredutibilidade de vencimentos protegendo-se o quantum remuneratório, o que ocorre na espécie. 2. Não se encontrando a gratificação de função policial nem o auxílio moradia, a que alude o art. 22, I e II, da Lei n. 3.878/65, na regra de exceção prevista no parágrafo 3º, do art. 1º, da Lei n. 7.923/89, não há direito ao seu pagamento, mormente quando a investidura dos Autores no cargo de policial federal ocorreu no ano de 1.994 (AC 0131267-9. Rel. Juiz Federal convocado, José Amílcar Machado. DJ de 02.09.1996 p. 63475; (AC 1997.01.00.045127-3/RO. Rel. Des. Federal Assusete Magalhães. DJ de 16.12.1999 p. 20) Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Com relação às férias, vale a transcrição do seguinte dispositivo da Lei nº 4.878/65: Veja que as férias do policial federal só podem ser interrompidas em virtude de “emergente necessidade da segurança nacional” ou “manutenção da ordem”. Em ambos os casos, a autoridade competente deve convocar o policial. Por fim, observamos que o policial que esteja cursando a Academia Nacional de Polícia não poderá ser removido ex officio se a sua movimentação impossibilitar a frequência no curso em que esteja matriculado. Essas são as principais vantagens específicas que encontramos na legislação especial do policial federal. 5. Aposentadoria (Lei Complementar 51/85 c/c a Lei 4878/65) A LC 51 trata da aposentadoria especial do Policial Civil da União, exigindo 30 anos de serviço para que o policial se aposente, sendo pelo menos 20 anos estritamente policiais. Combinada com a lei 4878/65, ela garante a paridade (= igualdade de proventos entre ativos e inativos) e a integralidade (= percepção dos mesmos valores recebidos na ativa) dos proventos. Art. 21. O funcionário policial não poderá ser obrigado a interromper as suas férias, a não ser em virtude de emergente necessidadeda segurança nacional ou manutenção da ordem, mediante convocação da autoridade competente. § 1º Na hipótese prevista neste artigo, in fine, o funcionário terá direito a gozar o período restante das férias em época oportuna. § 2º Ao entrar em férias, o funcionário comunicará ao chefe imediato o seu provável enderêço, dando-lhe ciência, durante o período, de suas eventuais mudanças. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Nesse sentido, se manifestou a AGU, aprovando em parecer vinculativo a aposentadoria especial com integralidade e paridade para policiais federais com base na pacificação da jurisprudência no STF. Conclui-se: 1. Garantiu o direito dos servidores policiais à integralidade da aposentadoria, ou seja, de ter os proventos calculados nos mesmos valores recebidos quando da ativa, em virtude da recepção constitucional no art. 1º, inciso I, da Lei Complementar nº 51, de 20/12/1985 2. Permanência da paridade entre os subsídios dos policiais ativos e inativos, permitindo o reajuste automático sempre que este ocorrer para os servidores em atividade (art. 38 da Lei 4878, de 3/12/1965) 3. Contagem do tempo fictício de 20% sobre o tempo de serviço do servidor policial que, até a edição da Lei Complementar 51/1985, não possuísse 30 anos de tempo de serviço, como passou a determinar esse último diploma legislativo (revogando, nesse particular, a Lei 3.313, de 14/11/1957, que autorizada a aposentadoria com apenas 25 anos de serviço policial). Outro importante aspecto da LC 51/85 é a determinação constante de seu art. 1º, II, no sentido de que o policial federal deve se aposentar compulsoriamente aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade. Essa norma ainda é observada dentro da polícia federal. A aplicação desse dispositivo, contudo, não é aceita nos tribunais. Há julgados dos Tribunais Regionais Federais da 1ª e da 3ª Região (processos nºs 200634000301578, DJU 07/06/2011, e 2006.61.00.024069-5, DJU de 19/05/2009, respectivamente) no sentido de que deve ser aplicado aos policiais federais o disposto no art. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 40, § 1º, II, da Constituição, que dispõe que a aposentadoria compulsória do servidor público se dá aos 70 anos de idade. No entendimento desses tribunais, a “norma do inciso II do artigo 1º da LC nº 51/85 conflita materialmente com o disposto no artigo 40, parágrafo 1º, inciso II, do texto constitucional, na medida em que fixa idade diversa daquela prevista no dispositivo da Constituição para a aposentadoria compulsória de servidores vinculados ao mesmo regime de previdência, não tendo sido, em razão disso, recepcionada pela Carta de 1988”. Outro importante aspecto da aposentadoria dos policiais federais que pode ser objeto de cobrança em seu concurso diz respeito ao art. 345 do Decreto nº 59.310/66. Esse dispositivo previa que o policial federal aposentado com 35 anos de serviço seria aposentado com provento correspondente ao vencimento de classe imediatamente superior ou, quando esse policial já era ocupante da última classe da respectiva série de classes, seus proventos seriam aumentados de 20% (vinte por cento). Nos mandados de segurança 8462 e 8648, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que esse direito previsto no art. 345 do Decreto 59.310/66 decorria da Lei nº 1.711/52, que era o antigo estatuto do servidor público civil da União (revogado pela Lei nº 8.112/90). Com a revogação do estatuto de 1952, esse direito não mais poderia ser aplicado. Além disso, a Lei Complementar nº 51/85, ao disciplinar a aposentadoria dos policiais ligados à União, revogou, nesse aspecto, as disposições constantes da Lei nº 4.878/65 e do Decreto nº 59.310/66. Desse modo, CUIDADO: se uma questão afirmar que o policial federal que se aposentar com 35 anos de serviço terá direito a provento Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita correspondente ao vencimento de classe imediatamente superior ou aumentado de 20%, a questão será ERRADA. 6. Da prisão especial Enquanto o policial não perder a condição de funcionário, permanecerá em prisão especial, durante o curso da ação penal e até que a sentença transite em julgado, nos casos de preso em flagrante ou em virtude de pronúncia. A lei ainda dispõe que o funcionário policial ficará recolhido a sala especial da repartição em que sirva, sob a responsabilidade do seu dirigente, sendo-lhe defeso exercer qualquer atividade funcional, ou sair da repartição sem expressa autorização do Juízo a cuja disposição se encontre (art. 40 § 1º). Assim que publicado no Diário Oficial o decreto de demissão, o policial permanecerá em sala especial, sem qualquer contato com os demais presos não sujeitos ao mesmo regime, e, uma vez condenado, cumprirá a pena que lhe tenha sido imposta. Somente quando transitada em julgado a sentença condenatória, será o funcionário encaminhado a estabelecimento penal. Entretanto, ainda assim, o cumprimento da pena será em dependência isolada dos demais presos. Mas não pense você que o sistema disciplinar e penitenciário será diferente, será o mesmo dos demais presos. 7. Das transgressões e das penas disciplinares Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Meu caro, nesse ponto da aula não tem como fugirmos da literalidade da lei. Da forma como está escrita, será como o examinador cobrará. A lei reconhece como penas disciplinares: I - repreensão; II - suspensão; III - multa; IV - detenção disciplinar; V - destituição de função; VI - demissão; VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Veja que, diferentemente da Lei nº 8.112/90, a Lei nº 4.878/65 não prevê a pena de advertência, mas a de repreensão. Também não há na Lei nº 8.112/90 a pena de detenção disciplinar. Identifiquei a pena disciplinar em cada um dos incisos para um contato inicial. As transgressões disciplinares estão previstas no artigo 43 da lei 4.878/65. São elas: 1. Proibições que acarretam repreensão (será sempre aplicada por escrito nos casos em que, a critério da Administração, a transgressão seja considerada de natureza leve, e deverá constar do assentamento individual do funcionário.): V - deixar de pagar, com regularidade, as pensões a que esteja obrigado em virtude de decisão judicial; XVII - faltar à verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má-fé; XIX - deixar de comunicar, imediatamente, à autoridade competente faltas ou irregularidadesque haja presenciado ou de que haja tido ciência; XXII - deixar de informar com presteza os processos que lhe forem encaminhados XXIII - dificultar ou deixar de levar ao conhecimento de autoridade Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita competente, por via hierárquica e em 24 (vinte e quatro) horas, parte, queixa, representação, petição, recurso ou documento que houver recebido, se não estiver na sua alçada resolvê-lo; XXIV - negligenciar ou descumprir a execução de qualquer ordem legítima; XXV - apresentar maliciosamente, parte, queixa ou representação; XLIX - negligenciar a guarda de objetos pertencentes à repartição e que, em decorrência da função ou para o seu exercício, lhe tenham sido confiados, possibilitando que se danifiquem ou extraviem; LIV - lançar em livros oficiais de registro anotações, queixas, reivindicações ou quaisquer outras matérias estranhas à finalidade deles; 2. Proibições que se infringidas têm por consequência a suspensão: I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da administração pública, qualquer que seja o meio empregado para esse fim; II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhes a divulgação, bem como referir-se desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da administração; III - promover manifestação contra atos da administração ou movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades; VI - deixar, habitualmente, de saldar dívidas legítimas; VII - manter relações de amizade ou exibir-se em público com pessoas de notórios e desabonadores antecedentes criminais, sem razão de serviço; VIII - praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial; IX - retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; XVIII - utilizar-se do anonimato para qualquer fim; XX - deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as leis e os regulamentos; XXI - deixar de comunicar à autoridade competente, ou a quem a esteja substituindo, informação que tiver sobre iminente perturbação da ordem pública, ou da boa marcha de serviço, tão logo disso tenha conhecimento; XXVI - aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade competente, ou para que seja retardada a sua execução; XXVII - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de obrigação; XXIX - trabalhar mal, intencionalmente ou por negligência; XXX - faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar, com antecedência, à autoridade a que estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer à repartição, salvo motivo justo; XXXI - permutar o serviço sem expressa permissão da autoridade competente; XXXII - abandonar o serviço para o qual tenha sido designado; XXXIII - não se apresentar, sem motivo justo, ao fim de licença, para o trato de interesses particulares, férias ou dispensa de serviço, ou, ainda, depois de saber que qualquer delas foi interrompida por ordem superior; Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita XXXIV - atribuir-se a qualidade de representante de qualquer repartição do Departamento Federal de Segurança Pública e da Polícia do Distrito Federal, ou de seus dirigentes, sem estar expressamente autorizado; XXXV - contrair dívida ou assumir compromisso superior às suas possibilidades financeiras, comprometendo o bom nome da repartição; XXXVII - fazer uso indevido da arma que lhe haja sido confiada para o serviço; XXXIX - permitir que presos conservem em seu poder instrumentos com que possam causar danos nas dependências a que estejam recolhidos, ou produzir lesões em terceiros; XLI - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão ou ordem judicial, bem como criticá-las; XLII - dirigir-se ou referir-se a superior hierárquico de modo desrespeitoso; XLVI - deixar, sem justa causa, de submeter-se a inspeção médica determinada por lei ou pela autoridade competente; XLVII - deixar de concluir, nos prazos legais, sem motivo justo, inquéritos policiais ou disciplinares, ou, quanto a estes últimos, como membro da respectiva comissão, negligenciar no cumprimento das obrigações que lhe são inerentes; LVI - impedir ou tornar impraticável, por qualquer meio, na fase do inquérito policial e durante o interrogatório do indiciado, mesmo ocorrendo incomunicabilidade, a presença de seu advogado; LVII - ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais, ou com abuso de poder; LLIX - deixar de comunicar imediatamente ao Juiz competente a prisão em flagrante de qualquer pessoa; LX - levar à prisão e nela conservar quem quer que se proponha a prestar fiança permitida em lei; LXIII - atentar, com abuso de autoridade ou prevalecendo-se dela, contra a inviolabilidade de domicílio. O servidor poderá ser suspenso por, no máximo, 90 dias. E o cancelamento do registro da suspensão só se dará após 5 anos de efetivo exercício. IMPORTANTE observar, ainda, que é a ocorrência de fato sujeito à suspensão que pode provocar a conversão da pena em detenção disciplinar. Confira o que dispõe o art. 49 da Lei nº 4.878/65: Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Veja que detenção disciplinar ocorre nos casos em que o policial incorreu em fato sujeito à pena de suspensão de até 30 dias e atenderá mais ao interesse público a sua detenção por até 20 dias do que a sua suspensão por 30 dias. Observe, também, que a detenção disciplinar não acarreta a perda dos vencimentos e poderá ser cumprida na própria residência do funcionário ou em sala especial, conforme regulamentado no artigo transcrito acima. 3. Poderá ocasionar a demissão: IV - indispor funcionários contra os seus superiores hierárquicos ou provocar, velada ou ostensivamente, animosidade entre os funcionários; IX - receber propinas, comissões, presentes ou auferir vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie e, sob qualquer pretexto, em razão das atribuições que exerce; XI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou aos seus subordinados; XII - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de obter proveito de natureza político-partidária, para si ou terceiros; Art. 49. Tendo em vista a natureza da transgressão e o interrêsse do Serviço Púbico, a pena e suspensão até 30 (trinta) dias poderá ser convertida em detenção disciplinar até 20 (vinte) dias, mediante ordem por escrito do Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública ou dos Delegados Regionais, nas respectivas jurisdições, ou do Secretário de Segurança Pública, na Polícia do Distrito Federal. Parágrafo único. A detenção disciplinar,que não acarreta a perda dos vencimentos, será cumprida: I - na residência do funcionário, quando não exceder de 48 (quarenta e oito) horas; II - em sala especial, na sede do Departamento Federal de Segurança Pública ou na Polícia do Distrito Federal, quando se tratar de ocupante de cargo em comissão ou função gratificada ou funcionário ocupante de cargo para cujo ingresso ou desempenho seja exigido diploma de nível universitário; III - em sala especial na Delegacia Regional, quando se tratar de funcionário nela lotado; IV - em sala especial da repartição, nos demais casos. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita XIII - participar da gerência ou administração de empresa, qualquer que seja a sua natureza; XIV - exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, salvo como acionista, cotista ou comanditário; XV - praticar a usura em qualquer de suas formas; XVI - pleitear, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos, vantagens e proventos de parentes até segundo grau civil; XXVIII - provocar a paralisação, total ou parcial, do serviço policial, ou dela participar; XXXVI - frequentar, sem razão de serviço, lugares incompatíveis com o decoro da função policial; XXXVIII - maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária no exercício da função policial; XL - omitir-se no zelo da integridade física ou moral dos presos sob sua guarda; XLIII - publicar, sem ordem expressa da autoridade competente, documentos oficiais, embora não reservados, ou ensejar a divulgação do seu conteúdo, no todo ou em parte; XLIV - dar-se ao vício da embriaguez; XLV - acumular cargos públicos, ressalvadas as exceções previstas na Constituição; XLVIII - prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial; L - dar causa, intencionalmente, ao extravio ou danificação de objetos pertencentes à repartição e que, para os fins mencionados no item anterior, estejam confiados à sua guarda; LI - entregar-se à prática de vícios ou atos atentatórios aos bons costumes; LII - indicar ou insinuar nome de advogado para assistir pessoa que se encontre respondendo a processo ou inquérito policial; LIII - exercer, a qualquer título, atividade pública ou privada, profissional ou liberal, estranha à de seu cargo; LV - adquirir, para revenda, de associações de classe ou entidades beneficentes em geral, gêneros ou quaisquer mercadorias; LVIII - submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento não autorizado em lei; LXI - cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa que não tenha apoio em lei; LXII - praticar ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder, ou sem competência legal; Nas faltas em que a pena aplicável seja a de demissão, o funcionário poderá ser afastado do exercício de seu cargo, em qualquer fase do processo disciplinar, até decisão final. Além dos casos previstos acima, poderá ainda ocorrer demissão: Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Nos crimes contra os costumes e contra o patrimônio, que, por sua natureza e configuração, sejam considerados como infamantes, de modo a incompatibilizar o servidor para o exercício da função policial. Contumácia na prática de transgressões disciplinares. 1) (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário) É cabível a aplicação da pena de demissão ao servidor que receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie. Sim! Você tem que saber todas as situações em que é cabível a demissão. E umas delas é receber propinas, comissões, presentes ou auferir vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie e, sob qualquer pretexto, em razão das atribuições que exerce. Item correto. Importante que você saiba, também, que, nos termos do art. 9º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, é vedada à autoridade pública a aceitação de presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que houver reciprocidade. Entretanto, não se consideram presentes aqueles brindes que (a) não tenham valor comercial ou (b) distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o valor de R$ 100,00. 8. Competência para imposição de penalidades O artigo 50 prevê as competências para a imposição das penas disciplinares. Observe-as no quadro abaixo: Questão de concurso Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Autoridade competente Sanção Presidente da República demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de funcionário policial do Departamento Federal de Segurança Pública Prefeito do Distrito Federal (hoje Governador do DF) nos casos previstos no item anterior quando se tratar de funcionário policial da Polícia do Distrito Federal Ministro da Justiça e Negócios Interiores (hoje Ministro da Justiça) ou o Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal suspensão até noventa dias Diretor-Geral do Departamento Federal de Segurança Pública (hoje Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal – DPF) suspensão até sessenta dias Diretores dos órgãos centrais do Departamento Federal de Segurança Pública (hoje DPF) e da Polícia do Distrito Federal, os Delegados Regionais e os titulares das Zonas Policiais suspensão até trinta dias Diretores de Divisões e Serviços do Departamento Federal de Segurança Pública (hoje DPF) e da Polícia do Distrito Federal suspensão até dez dias Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita autoridade competente para a designação destituição de função 9. Do Processo Disciplinar Segundo Ladisael Bernado e Sérgio Viana, “o Processo Administrativo pode ser conceituado com como um instrumento formal em que a Administração Pública, tendo como suporte o jus puniendi do Estado (via Poder Disciplinar, espécie do gênero Poder Administrativo), apura a existência de infrações de natureza funcional praticadas por seus servidores e, caso o apuratório resulte pela autoria da prática infracional, aplica a sanção adequada e prevista em instrumento legal pertinente.” No âmbito do direito disciplinar do servidor público e também dos policiais federais, há o processo disciplinar (ou processo administrativo disciplinar)e a sindicância. A sindicância é um processo administrativo que pode ter duas naturezas: (a) preparatória e (b) punitiva. Na primeira, a sindicância apenas apura de modo preliminar a existência de anomalia na conduta do servidor. Se verificado que a prática do ato investigado pode se caracterizar como uma infração disciplinar, a sindicância concluirá pela necessidade de abertura de um processo administrativo disciplinar. Se afastada qualquer possibilidade de infração, a sindicância é arquivada. Na segunda natureza da sindicância – a punitiva – esse procedimento verificará, de plano, que o fato praticado pelo servidor caracteriza-se como ato infracional sujeito à sanção de repreensão ou suspensão de até 30 (trinta) dias. Nessa hipótese, não será necessária a abertura do processo disciplinar, poderá ser aplicada a Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita repreensão ou a suspensão de até 30 dias no próprio procedimento da sindicância. A possibilidade de instauração da sindicância no âmbito da polícia federal decorre da aplicação subsidiária da Lei nº 8.112/90. Nesta lei, ao contrário da nº 4.878/65, há previsão expressa da sindicância. Veja o que diz o art. 143 da Lei nº 8.112/90: ATENÇÃO: Você não pode ler esse dispositivo sem se atentar para um fato de suma relevância: seja na sindicância PUNITIVA, seja no processo administrativo disciplinar, deve ser assegurado ao acusado a ampla defesa. Repare: na sindicância investigativa não é necessário observar a ampla defesa, pois esta se dará quando da abertura do processo administrativo disciplinar. Outras duas importantes características da sindicância é que ela deve ser concluída em 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período, e que ela deve ser impulsionada por uma comissão disciplinar composta por três servidores. Assim, a sindicância, quando instaurada com caráter punitivo e não meramente investigatório ou preparatório de um processo disciplinar, tem natureza de verdadeiro processo disciplinar principal, no qual é indispensável a observância das garantias do contraditório e da ampla defesa e, além disso, do princípio da impessoalidade e da imparcialidade, mediante a convocação de uma comissão disciplinar composta por três servidores (STJ: REsp 509318). Vistas as principais características da sindicância, você pode passar para o estudo do processo disciplinar (ou processo administrativo disciplinar). Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A instauração do processo disciplinar caberá ao Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal, ao Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e aos Delegados Regionais nos Estados. No processo disciplinar dos policiais federais uma figura é indispensável: a Comissão Permanente de Disciplina. Professor, como será formada essa comissão? Ela será composta de três membros de preferência bacharéis em Direito, designada pelo Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal ou pelo Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, conforme o caso. Caberá ao Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal a designação dos membros das Comissões Permanentes de Disciplina na sede da repartição e nas Delegacias Regionais mediante indicação dos respectivos Delegados Regionais. Ao Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal compete designar as Comissões Permanentes de Disciplina da Polícia do Distrito Federal. Desta forma, também aqui, é afastada a possibilidade de que o processo disciplinar seja conduzido unilateralmente por um só servidor. Sobre o tema, leia o informativo jurisprudencial do STJ acerca da formação de comissão permanente do PAD para a Polícia Federal: Recentemente, o mesmo STJ sedimentou o entendimento de que é legal a delegação de competência atribuída ao Superintendente A designação de comissão temporária para promover processo administrativo disciplinar (PAD) contra policial federal viola os princípios do juiz natural e da legalidade, visto que a lei especial determina seja o procedimento conduzido por comissão permanente de disciplina (art. 53, § 1º, da Lei n. 4.878/1965). (...) Precedentes citados: MS 10.585-DF, DJ 26/2/2007; MS 13.250-DF, DJe 2/2/2009; AgRg no MS 14.059-DF, DJe 22/5/2009, e REsp 886.293-PR, DJ 7/2/2008. MS 13.821-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 14/12/2009. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Regional para a designação dos membros integrantes das Comissões de Disciplina (MS 14.310/DF). Além disso, o mesmo Tribunal, no julgamento do MS 14.401/DF, entendeu que o superintendente regional da Polícia Federal tem competência para designar os membros de comissão disciplinar, bem como determinar a abertura de procedimento administrativo disciplinar –(PAD), no âmbito da respectiva superintendência. Ainda com relação comissão permanente de disciplina, a Lei nº 4.878/65 determina que haverá até três Comissões na sede do Departamento de Polícia Federal e na da Polícia do Distrito Federal e uma em cada Delegacia Regional. Os membros das Comissões Permanentes de Disciplina ficarão à disposição do respectivo Conselho de Polícia e dispensados do exercício das atribuições e responsabilidades de seus cargos. Eles terão mandato de seis meses, prorrogável pelo tempo necessário à ultimação dos processos disciplinares que se encontrem em fase de indiciação, cabendo o estudo dos demais aos novos membros que foram designados. A lei ainda nos fala: Art. 57. Na hipótese de autuação em flagrante do funcionário policial como incurso em qualquer dos crimes referidos no artigo 48 e seu item I, a autoridade que presidir o ato encaminhará, dentro de vinte e quatro horas, à autoridade competente para determinar a instauração do processo disciplinar, traslado das peças comprovadoras da materialidade do fato e sua autoria. (...) § 2o As sanções civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo independentes entre si. § 3o A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. § 4o A suspensão preventiva de que trata o parágrafo único do art. 51 é obrigatória quando se tratar de transgressões aos incisos IX, XII, XVI, XXVIII, XXXVIII, XL, XLVIII, LI, LVIII e LXII do art. 43, ou no caso de recebimento de denúncia pelos crimes previstos nos arts. 312, caput, 313, 316, 317 e seu § 1o, e 318 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Desse modo, se o policial federal praticar ato que configure crime contra os costumes e contra o patrimônio, que, por sua natureza e configuração, sejam considerados como infamantes, de modo a incompatibilizar o servidor para o exercício da função policial, a autoridade que presidir o flagrante deverá encaminhar o auto de prisão imediatamente à autoridade competente para a instauração do processo disciplinar. Pela leitura do dispositivo, você já pode verificar que aqui também se aplica o princípio da independência das instâncias penal, administrativa e cível, ressalvando-se, apenas, a vinculação da instância administrativa à decisão judicial criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Por fim, o citado artigo determina que seja imposta a suspensão preventiva ao policial que for acusado das seguintes práticas: IX - receber propinas, comissões, presentes ou auferir vantagens e proveitos pessoais de qualquer espécie e, sob qualquer pretexto, em razão das atribuições que exerce; XII - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de obter proveito de natureza político-partidária, para si ou terceiros; XVI - pleitear, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos, vantagens e proventos de parentes até segundo grau civil; XXVIII - provocar a paralisação, total ou parcial, do serviço policial, ou dela participar; XXXVIII - maltratar preso sob sua guarda ou usar de violência desnecessária no exercício da função policial; XL - omitir-se no zelo da integridade física ou moral dos presos sob sua guarda; XLVIII - prevalecer-se, abusivamente, da condição de funcionário policial; LI - entregar-se à prática de vícios ou atos atentatórios aos bons costumes; LVIII - submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou constrangimento não autorizado em lei; LXII - praticar ato lesivo da honra ou do patrimônio da pessoa, natural ou jurídica, com abuso ou desvio de poder, ou sem competência legal; Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334): São tantas as formalidades, professor. E se a polícia deixar de observar uma delas, o processo será nulo? O STJ (MS 14.310/DF) entende que não há nulidade do PAD por vícios meramente formais, quando não for evidente o prejuízo à defesa. Desse modo, deve ser aplicado o princípio pas de nullité sans grief (= não há nulidade sem prejuízo) nos casos em que houver algum vício formal no processo disciplinar. 2) (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) Além da responsabilidade civil e penal, o servidor responde administrativamente pela; prática de ilícitos administrativos definidos na legislação de regência, situação em que a infração deve ser apurada pela própria administração pública, por intermédio de procedimento adequado. As sanções civis, penais e disciplinares poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Item correto. Questões de concurso Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 3) (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informação) Na condução dos processos disciplinares, as reuniões e as audiências das comissões serão abertas ao público e não poderão ter caráter reservado, sob pena de nulidade. As reuniões e a audiências das comissões terão caráter reservado. Item errado. 4) (CESPE - 2010 - PGM-RR - Procurador Municipal) A comissão de sindicância não é pré-requisito para a instauração do processo administrativo disciplinar. CUIDADO, meus caros. A sindicância não é pré-requisito para a instauração de processo disciplinar, mas a COMISSÃO de sindicância (também chamada de comissão investigativa) é imprescindível para instauração de PAD. Item errado. Não desanime estamos chegando ao último ponto da nossa aula! 10. Das disposições gerais e transitórias A Lei 4.878/65 estabelece um capítulo para as disposições gerais e outro para as disposições transitórias. Vamos lá? A lei estabelece que o dia 21 de abril será consagrado ao Funcionário Policial Civil. Professor eu preciso saber disso? Olha, às vezes a banca nos surpreende com cada questão! Então é melhor que você saiba, já que está na lei. A remoção do funcionário policial poderá ser: Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita I - Ex officio; II - A pedido; Não existe mais a remoção por conveniência da disciplina, por contrariar diversos princípios constitucionais, como, por exemplo, o da impessoalidade, da presunção de inocência entre outros. Caso o policial seja removido ex officio fará jus a ajuda de custo, transporte de mobiliário e bagagem e passagem aérea. Ela se concretiza quando presente o interesse da administração, devidamente motivado (Decreto 4.004/2001). Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou fundação pública. 5) (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) O servidor público removido de ofício, no interesse da administração, pode alegar a garantia da inamovibilidade para permanecer no local onde exerce suas funções. A lei não garante inamovibilidade. Item errado. 6) (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário) A remoção a pedido ocorre apenas se houver interesse da administração.A lei 8.112/90 dispõe que será independente do interesse da Administração. Item errado. 11. Resumo da aula Questões de concurso Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Essa lei abrange “os brasileiros legalmente investidos em cargos do Serviço de Polícia Federal e do Serviço Policial Metropolitano”. O Superior Tribunal de Justiça (MS 14.848/DF) afirmou que o policial rodoviário federal NÃO tem o seu regime regulado pela Lei nº 4.878/65. Com relação às disposições preliminares da Lei nº 4.878/65, há dispositivo no sentido de que a função policial é incompatível com qualquer outra atividade (art. 4º). Com isso, em regra é vedada a acumulação de cargos públicos pelos policiais federais. A Lei nº 4.878/65 ressalva apenas a acumulação do cargo de policial com o de magistério na Academia Nacional de Polícia e a prática profissional em estabelecimento hospitalar, para os ocupantes de cargos da série de classes de Médicos Legista, uma vez que este é considerado com cargo técnico. Além disso, pode o policial federal também ser professor, desde que isso não signifique acumulação de cargo público e haja compatibilidade de horário (Instrução Normativa nº 003/04-DG/DPF). Com relação ao ingresso nos cargos da Carreira Policial Federal, vimos que far-se-á mediante concurso público, exigido o curso superior completo, em nível de graduação, sempre na 3a (terceira) classe, observados os requisitos fixados na legislação pertinente, especialmente, no art. 9º da Lei nº 4.878/65. É requisito para a promoção nos cargos da Carreira Policial Federal a conclusão, com aproveitamento, de cursos de aperfeiçoamento, cujos conteúdos observarão a complexidade das atribuições e os níveis de responsabilidade de cada classe (art. 2º. § 2º, da Lei nº 9.266/96). Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Com a aprovação na primeira etapa do concurso público, o indivíduo ingressa no curso de formação, na Academia Nacional de Polícia, segunda fase do certame, de natureza apenas eliminatória. IMPORTANTE você observar também a exigência do exame psicotécnico para o ingresso na Academia. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que é lícita a exigência do exame psicotécnico em concursos públicos, desde que atendidos os seguintes requisitos (REsp 1221968): haja previsão legal e editalícia para tanto; os critérios adotados para a avaliação sejam objetivos; e caiba a interposição de recurso contra o resultado, que deve ser, pois, público. Durante o curso de formação profissional na Academia, o candidato perceberá 80% (oitenta por cento) do vencimento fixado para a primeira referência da classe inicial da categoria funcional a que estiver concorrendo (art. 1º do DL 2.179/84). Hoje paga-se 50% do valor da remuneração do cargo, conforme a Lei. 11. 095/2005. Muito embora a multicitada lei ainda afirme que o estágio probatório é de dois anos, vimos na aula passada que, a partir da EC nº 19/1998, a estabilidade passou a ser conferida somente após três anos de efetivo exercício e o STJ sedimentou o entendimento de que o estágio probatório deve acompanhar o período da estabilidade. Assim, também na polícia federal o período do estágio probatório deve ser de 3 anos. Com relação à readaptação, a Lei nº 4.878/65 a prevê como uma forma de colocar o policial que se revelou inapto para o exercício da função policial em outro cargo “mais compatível com a sua capacidade”, ou seja, não é doença ou deficiência, é a inaptidão ou a incapacidade física e/ou intelectual do policial que gera a readaptação. Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Já quanto às vantagens, vimos que o STJ já sedimentou o entendimento no sentido de que o policial federal tem direito à licença remunerada para exercício de atividade política, ainda que o cargo eletivo disputado seja em localidade distinta de onde o servidor exerce suas atribuições (AgRg no REsp 825.807). Após a edição da Lei nº 11.358/2006, os policiais federais passaram a ser remunerados por meio de subsídio, fixado por parcela única. Essa remuneração exclui as vantagens pessoais e as VPNIs, a percepção de quintos ou décimos, os valores incorporados a titulo de adicional por tempo de serviço, os abonos, o adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas, o adicional noturno, o adicional pela prestação de serviço extraordinário etc. Apesar de o art. 22 da Lei nº 4.878/65 não ter sido revogado expressamente, INFELIZMENTE você NÃO terá direito ao recebimento da gratificação de função policial nem ao auxílio-moradia, diante das Leis nº 7.923/89 e nº 11.358/2006. As férias do policial federal só podem ser interrompidas em virtude de “emergente necessidade da segurança nacional” ou “manutenção da ordem”. Em ambos os casos, a autoridade competente deve convocar o policial. Em se tratando de aposentadoria, a LC 51/85 combinada com a lei 4878/65 garantem a paridade (= igualdade de proventos entre ativos e inativos) e a integralidade (= percepção dos mesmos valores recebidos na ativa) dos proventos aos policiais federais aposentados. Vimos acima que o art. 1º, II, da LC 51/85, prevê que o policial federal deve se aposentar compulsoriamente aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade. Contudo, os Tribunais Regionais Federais da 1ª e da 3ª Região (processos nºs 200634000301578, DJU 07/06/2011, e 2006.61.00.024069-5, DJU de 19/05/2009, respectivamente) no Acesse www.baixarveloz.net Direito Administrativo p/ Polícia Federal. Teoria e exercícios comentados Prof Daniel Mesquita – Aula 08 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 43 Twitter: @danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita sentido de que deve ser aplicado aos policiais federais o disposto no art. 40, § 1º, II, da Constituição, que dispõe que a aposentadoria compulsória do servidor público se dá aos 70 anos de idade. Por fim, quanto à aposentadoria dos policiais federais, lembre-se: se uma questão afirmar que o policial federal que se aposentar com 35 anos de serviço terá direito a provento correspondente ao vencimento de classe imediatamente superior ou aumentado de 20%, a questão será ERRADA. Falamos acima que enquanto o policial não perder a condição de funcionário, permanecerá em prisão especial, durante o curso da ação penal e até que a sentença transite em julgado, nos casos de preso em flagrante ou em virtude de pronúncia. Assim que publicado no Diário Oficial o decreto de demissão, o policial permanecerá em sala especial. Quando transitada em julgado a sentença condenatória, será o funcionário encaminhado a estabelecimento penal. Entretanto, ainda assim, o cumprimento
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