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Apostilas Biologia

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Fala, pessoal! Tudo certinho? Sou o professor Samuel Cunha e com 
muita alegria estarei com vocês durante todo esse ano estudando a 
magnífica ciência chamada biologia, que é bastante ampla, mas linda. 
A palavra “biologia” vem do grego “estudo da vida” (​bio - "vida";​logia 
- "estudo"). Ou seja, muito além de estudar apenas os seres vivos, os 
biólogos estudam como a vida surgiu, como ela evolui, quais são os 
organismos vivos, sua relação com outras espécies e com o meio 
ambiente, a sua fisiologia, a preservação do meio ambiente e até 
mesmo a possibilidade de vida fora da Terra. 
A seguir apresento para vocês alguns dos assuntos mais importantes 
dentro da biologia: 
- Origem e evolução da vida: estudo dos primeiros seres vivos e dos 
primeiros passos da evolução. 
- Ecologia:estudo dos seres vivos, suas relações com outras espécies 
e com o meio ambiente. 
- Zoologia: estudo dos animais.
- Botânica: estudo das plantas.
- Fisiologia: estudo do funcionamento mecânico, físico e bioquímico 
dos organismos. 
- Genética: estudo dos genes e da hereditariedade dos organismos.
- Citologia: estudo das células.
- Histologia: estudo dos tecidos.
- Embriologia: estudo do desenvolvimento do embrião.
- Microbiologia: estudo dos microrganismos.
- Anatomia: estudo das estruturas do corpo.
-Bioquímica: estudo da “química da vida”, sua organização e 
transformação. 
- Filogenia: estudo das relações de parentesco entre os seres vivos.
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTUDADOS NA BIOLOGIA 
Uma forma didática de entender a relação entre todos esses assuntos 
é conhecendo quais são os níveis de organização estudados na 
biologia: 
ÁTOMOS – MOLÉCULAS – ORGANELAS – CÉLULAS – TECIDOS – 
ÓRGÃOS – SISTEMAS – ORGANISMOS – POPULAÇÕES – 
COMUNIDADES – ECOSSISTEMAS – BIOSFERA 
Perceba que o ​átomo é a unidade básica da matéria. A união dos 
átomos forma as ​moléculas​, as moléculas se unem para formar as 
organelas e as ​células ​. Alguns organismos são unicelulares, como 
as bactérias, protozoários e alguns fungos. Mas para os organismos 
mais complexos ocorre a formação dos ​ ​tecidos,​ ​ que é a união entre 
células. Os tecidos formam os ​órgãos​, e eles formam os ​sistemas 
para enfim formarem os ​organismos mais complexos, como a 
maioria dos animais e das plantas. 
A união entre indivíduos da mesma espécie, vivendo no mesmo 
local e no mesmo período de tempo, forma as ​populações​. 
Diferentes populações formam as ​comunidades ​. Quando 
consideramos as comunidades mais o meio ambiente, como a luz, a 
temperatura, o vento etc., nos referimos aos ​ecossistemas ​e a 
união entre todos os ecossistemas é a ​biosfera (esfera de vida – 
Terra). Veja a imagem abaixo: 
O MÉTODO CIENTÍFICO 
Como falei para vocês anteriormente, a biologia é uma ciência e, 
como toda ciência, para uma descoberta ser validada é necessário 
que passe por uma série de testes (métodos). Esse teste é chamado 
de MÉTODO CIENTÍFICO OU MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO. 
Conceito de método científico​: conjunto de regras básicas ou 
procedimentos que produzem o conhecimento científico. 
Te liga, pessoal! Se não fosse o método científico estaríamos 
centenas de anos atrasados, achando que o piolho é um castigo e ele 
vem dos grãos de areia! Não teríamos vacinas ou antibióticos. 
Acharíamos que a Terra é plana e está no centro do Universo! 
Etapas do método científico: 
1) Observação​ (observação de um fato – gera uma pergunta)
2) Hipótese​ ​(explicação de um fato observado)
3) Experimento ​(deve ser possível sua repetição com o mesmo 
resultado)
4) Resultado ​(confirma ou rejeita a hipótese)
Vamos ao exemplo! 
1° - Você vai comer uma apetitosa goiaba e encontra uma larva 
dentro dela (​observação de um fato​). Isso gera uma pergunta: 
como a larva foi parar lá dentro ​? 
2° - Agora você elabora uma ​hipótese​: 
uma mosca pousou na goiaba e depositou ovos, 
dos ovos eclodiram pequenas larvas que 
penetraram na fruta e se desenvolveram. 
3° - Hora de pensar em um ​experimento que confirme 
sua hipótese: pensei em algo semelhante ao experimento de Redi, 
que vamos aprender logo mais. Coloque goiabas em três potes 
diferentes, um deles fica aberto, outro selado por completo e o 
terceiro selado parcialmente com tecido, permitindo que o ar 
entre (elimina a possibilidade de o ar carregar a “semente” para 
gerar as larvas), mas impedindo a mosca alcance a goiaba. 
4° - Agora temos um ​resultado​: ao analisar o experimento 
chegamos a uma constatação simples – as larvas surgem não porque 
a fruta guarda uma força secreta capaz de gerar seres vivos 
(abiogênese), mas porque as moscas alcançam a fruta, colocam os 
ovos e as larvas se alimentam da fruta. Assim confirmamos nossa 
hipótese. 
Devemos sempre nos questionar. É assim que a ciência funciona. 
Assistiu a vídeo-aula sobre método científico? Show! Sabiam que a 
chaleira queimou de verdade alguns dias após eu gravar a aula? 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS SERES VIVOS 
Para ser considerado um ser vivo, o organismo deve apresentar uma 
série de características, mas cuidado! Não basta ter uma das 
características a seguir, mas TODAS: 
- Possuir pelo menos uma célula (teoria celular): todo ser vivo é 
constituído de pelo menos uma célula. 
- Capacidade de Reprodução.
- Metabolismo.
- Respondem a estímulos do meio.
- Movimento.
- Evolução (modificações nas populações ao longo do tempo).
- Composição química predominante: Nitrogênio (​N​), Carbono (​C​), 
Hidrogênio (​H​), Oxigênio (​O​), formando as moléculas orgânicas. 
Também podem possuir Fósforo (​P​) e Enxofre (​S​). ​(BIZU: NCHOPS) 
Agora vamos estudar como a vida surgiu na Terra. Amo esse 
assunto! 
ORIGEM DA VIDA NA TERRA 
A Terra primitiva​: ​existem fortes evidências que a Terra tenha 
surgido a aproximadamente 4,5 bilhões de anos atrás. Querido aluno, 
isso é muito tempo! Mas se considerar o tempo de existência do 
Universo (quase 14 bilhões de anos atrás) a Terra é uma criança 
heheheh. Nessa época o nosso planeta era bem diferente do que é 
hoje. Durante os primeiros 700 milhões de anos foi bombardeado por 
corpos rochosos vindos do espaço e era muito quente! Esfriou apenas 
com 1 bilhão de anos. Isso permitiu o surgimento da crosta e a água 
passou a se acumular nas depressões, dando início aos mares 
primitivos. 
Percebam que durante o início da Terra não era possível a existência 
de vida, pois o ambiente era completamente inóspito! 
Agora vamos tentar responder:
QUAL A ORIGEM DOS SERES VIVOS AQUI NA TERRA? 
Vou apresentar para vocês duas importantes teorias. Uma delas, não 
ocorre (pelo menos nos dias atuais), ou seja, não é verdadeira! Mas 
foi defendida durante muitos anos: a ​abiogênese ​. A outra teoria é a 
biogênese ​,​ correta​. ​Vamos falar sobre elas. 
Teoria da abiogênese (geração espontânea) 
Até meados do século 19 acreditava-se na ​ABIOGÊNESE ( ​a = 
negação, ​bio = vida, ​genesis = origem), ​ela afirma que a vida 
pode “surgir da não vida”. Por exemplo, da putrefação de carne ou 
frutas surgiriam larvas e moscas, ou ainda: jogue futebol por 3 horas, 
tire a camiseta jogue em um canto junto com as meias e outras 
roupas fedidas... Após alguns dias, dessa mistura e como uma 
“bruxaria”, nasceriam ratos, insetos e talvez até cobras e lagartos! 
Mas fique ligado, a teoria da abiogênese foi contestada e 
devidamente refutada, vamos entender
a seguir. 
Teoria da biogênese 
Em 1668, o famoso ​Redi ​elaborou um famoso experimento para 
provar que a abiogênese não existe. Ele afirmava que todo ser vivo 
só surge a partir de outro ser vivo pré-existente. Estava em pauta a 
teoria da ​BIOGÊNESE. 
Inicia aqui uma disputa científica: de um lado os cientistas que 
defendiam a abiogênese, do outro Redi, que defendia a biogênese. 
O experimento de Redi. 
Para provar a teoria da biogênese, em 1668 Redi preparou um 
simples experimento. Vamos analisar o mesmo exemplo do início 
dessa apostila: 
Redi observou que as moscas eram atraídas pelas frutas (podemos 
considerar aqui outras frutas ou carne, fezes, cadáveres etc.), 
colocavam ovos, dos ovos saiam as larvas que se alimentavam e em 
alguns dias se transformavam em moscas adultas. Bastou ele deixar 
um pote aberto e outros fechados, obviamente o pote aberto iria 
apresentar as larvas, não porque elas surgiram por abiogênese, mas 
porque as moscas conseguiram alcançar a fruta. Deixou um pote 
lacrado e outro parcialmente lacrado, isso porque ao lacrar o pote 
alguém poderia argumentar que Redi tinha feito o experimento 
errado, pois não permitiu a entrada do ar, sendo assim, o 
parcialmente lacrado não abria brecha para esse argumento. 
As larvas surgiram apenas no pote aberto, evidentemente porque no 
pote lacrado e parcialmente lacrado, as moscas não tinham acesso a 
fruta e consequentemente não conseguiam colocar os ovos. 
Dessa forma, o experimento de Redi refutou a teoria da geração 
espontânea. Entretanto, esse experimento não rejeitava a abiogênese 
para outros casos, como o aparecimento de ​parasitas intestinais ou 
microrganismos​. 
Experimentos de Needham e Spallanzani 
Needham continuava a defender a abiogênese para os organismos 
microscópicos, e dizia possuir evidências para confirmar essa teoria. 
Em seu principal experimento preparava um caldo de carne, fervia e 
distribuía ainda quente em recipientes, que eram fechados com rolha 
de cortiça. Após alguns dias observava que ali surgiam 
microrganismos. Concluiu que existia uma “força vital” no caldo que 
gerava os microrganismos, assumindo que a fervura eliminava todos 
os microrganismos pré-existentes no caldo original. 
Seguindo a polemica, surge agora o Spallanzani que preparou frascos 
com caldos nutritivos previamente fervidos: metade dos potes foram 
fechado com a rolha de cortiça, como Needham, e a outra metade 
teve o gargalo derretido com fogo, lacrando ​totalmente o pote. Além 
disso, Spallanzani ferveu o caldo por um tempo maior. 
Após analisar os resultados, viu que os microrganismos surgiram 
apenas nos potes fechados com rolha de cortiça! Spallanzani concluiu 
que Needham fez experimentos ineficientes, pois ou eles não 
morreram completamente pelo curto tempo de fervura, ou 
penetraram pela rolha de cortiça. Portanto, a abiogênese não existe 
nem mesmo para microrganismos. 
Em resposta, Needham alegou que, devido ao tempo prolongado de 
fervura, o caldo poderia ter perdido a “força vital”, o princípio básico 
para a geração de vida por abiogênese. 
Spallanzani, então, quebrou os gargalos fundidos dos frascos que 
ainda estavam livres de microrganismos e viu que, quando entraram 
em contato com o ar, ficaram novamente repletos de 
microrganismos, mostrando que a fervura não destruiu a “força vital”. 
Needham contra-argumentou novamente, dizendo que mesmo o 
caldo primitivo tendo sido destruído, quando em contato com o ar 
fresco, restabelecia sua força! Teimoso ele, certo? Depois dessa, a 
discussão perdeu força e ficou um bom tempo esquecida, até que... 
Pasteur derruba de vez a teoria da abiogênese 
Por volta de 1960, Pasteur fez experimentos que comprovaram a 
biogênese. Ele realizou experimentos com balões de vidro. Veja a 
imagem: 
Resumindo, ele colocou o caldo nutritivo em um vidro, amoleceu e 
esticou o gargalo e só então ferveu a solução. Ao esticar o gargalo, 
ele certificou que o calco permanecia em contato com o ar, mas 
impedia que microrganismos vindos desse ar atingissem o caldo, pois 
eles ficavam presos na umidade ao longo do gargalo esticado, como 
se fosse um filtro. 
Mesmo após muito tempo, o frasco permanecia sem microrganismos, 
mas assim que o gargalo esticado foi quebrado, surgiram os 
microrganismos. Esse experimento demonstra irrefutavelmente que o 
surgimento desses organismos unicelulares no caldo nutritivo se dá 
pela contaminação dele pelo ar, que carrega esses seres vivos. 
A queda definitiva da teoria da abiogênese levou a uma nova 
pergunta: se a vida só surge por biogênese, ou seja, a partir de outro 
ser vivo pré-existente, COMO SURGIU O PRIMEIRO SER VIVO? Vamos 
falar sobre isso! 
PRINCIPAIS HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DA VIDA 
a) Panspermia (origem extraterrestre)
Os primeiros seres vivos teriam chegado até a Terra por 
meteoritos ou cometas, que caíram sobre nosso planeta há 
muito tempo. Vamos combinar, é uma hipótese pouco 
esclarecedora, pois continuaria com a pergunta: como surgiu o 
primeiro ser vivo? Ela é pouco (muito pouco) provável.
b) Criacionismo (origem divina)
É a mais antiga de todas e aceita por muitas pessoas até hoje. 
Afirma que todos os seres vivos foram criados por Deus e desde 
então nunca sofreram evolução (te liga que isso é o chamado 
fixismo ou imutabilidade das espécies).
c) Origem por evolução química
É a aceita pela comunidade científica. Ela afirma que a vida 
surgiu a partir da associação entre moléculas, que se tornaram 
cada vez mais complexas a ponto de se organizarem para 
formar o primeiro ser vivo. Essa hipótese foi levantada em 
1920 por Oparin e Haldane e continua sendo apoiada até hoje. 
A seguir apresento os argumentos.
Origem da vida por evolução química, a hipótese de Oparin e 
Haldane 
Esses dois pesquisadores estavam trabalhando independente, mas 
propuseram na mesma década hipóteses muito semelhantes, perceba 
a seguir. 
As condições da Terra eram muito diferentes, com ​erupções 
vulcânicas frequentes​, liberando grande quantidade de gases e 
partículas na atmosfera. Provavelmente a atmosfera nessa época era 
composta por ​metano (CH ​
4​), amônia (NH ​3​), gás hidrogênio (H ​2​) e 
vapor-d´água (H ​
2​O). Repara que não existia gás oxigênio (O ​2​), 
informação importante! Nessa época a Terra passava por 
resfriamento, o que permitiu o acúmulo de água liquida nas 
depressões das crostas terrestres. 
Ocorriam também ​frequentes descargas elétricas ​e as radiações eram 
intensas (ainda não existia a camada de ozônio - O ​
3​), fornecendo 
energia para a ligação entre algumas moléculas, o que as deixavam 
mais complexas. Assim surgiram as primeiras moléculas orgânicas. 
Essas moléculas eram levadas para os oceanos primitivos, onde 
passaram a se acumular. Eles ​eram quentes e rasos, e assim se 
formou o famoso “caldo primordial” ou “sopas nutritivas”. Essas 
moléculas orgânicas, após milhões de anos, teriam se agrupado e 
formado os ​coacervados, ​que são um conjunto de moléculas 
orgânicas isolando o meio interno, do externo (quase uma célula). 
Isso permitiu um conjunto de reações químicas em seu interior. 
Os primeiros seres vivos, obviamente
unicelulares, teriam surgido a 
partir desses coacervados! 
O experimento de Miller 
Miller testou a hipótese de Oparin e Haldane com um experimento 
“trilegal”! Ele construiu um aparelho que simulava as condições da 
Terra primitiva: 
A água ao ser fervida é transformada em vapor, gerando a circulação 
em um único sentido no sistema. Quando chega ao balão, encontra 
as condições similares da Terra primitiva, com as descargas elétricas 
e os gases. Após a descarga elétrica o vapor era resfriado e, na parte 
em “U” do sistema o líquido era coletado. Ao analisar o material, 
percebe-se que formaram material orgânico, em forma de 
aminoácido, as unidades formadoras das proteínas. Indício muito 
forte de que a EVOLUÇÃO QUIMICA pode ter ocorrido na Terra 
primitiva. 
Agora te liga caro aluno, um super ​bizu​! 
A Evolução química mostra que a abiogênese já ocorreu aqui na 
Terra. Mas ela só ocorreu no início de sua existência, pois as 
condições por aqui foram favoráveis para isso. Embora a abiogênese 
tenha ocorrido nos primórdios da vida na Terra, hoje em dia ela NÃO 
ocorre mais! Ou seja, a ​ biogênese é a explicação para a formação 
de qualquer ser vivo, atualmente! 
Pessoal, é importante salientar que essas hipóteses, mesmo tendo 
fortes evidências, não são a verdade absoluta. Outras hipóteses vêm 
sendo levantadas para tentar explicar o surgimento dos seres vivos 
aqui na Terra, mas ainda é uma questão em aberto. Lembre-se de 
questionar sempre! 
A EVOLUÇÃO DO METABOLISMO 
Até agora falamos como a vida pode ter surgido aqui na Terra, mas 
te liga... Os primeiros seres vivos não consumiam O​
2​, afinal, nem 
existia ainda esse gás na atmosfera. Vamos ver então, como os 
primeiros seres vivos conseguiam degradar e obter alimentos para 
sobreviver, existem duas hipóteses: ​ ​heterotrófica​ e ​autotrófica​. 
Hipótese heterotrófica 
Lembre-se: heterotróficos são os organismos que não conseguem 
produzir seu próprio alimento. Segundo essa hipótese os primeiros 
seres vivos tinham como fonte de alimento moléculas orgânicas que 
estavam acumuladas nos oceanos e lagos primitivos. 
Principal argumento dessa hipótese: os primeiros seres vivos eram 
muito simples para terem inicialmente desenvolvido capacidade para 
produzir seu próprio alimento (seja pela fotossíntese ou 
quimiossíntese), então eles faziam ​fermentação, ​liberando energia, 
álcool (etanol) e gás carbônico. 
Glicose (fermentação) → Etanol + Gás Carbônico + Energia 
Com o passar do tempo, as fontes de energia ficaram escassas e, 
supõe-se que uma linhagem desses seres primitivos já teriam 
evoluído para captar energia luminosa do sol e produzir seu alimento, 
liberando o O​
2 ​na atmosfera. Seriam os organismos autótrofos 
fotossintetizantes. Somente depois disso surgiram os organismos 
heterotróficos aeróbios, ou seja, que utilizavam o O​
2
 para fabricar 
energia pela respiração celular 
Resumindo: Fermentação → Fotossíntese → Respiração 
Hipótese autotrófica 
Atualmente é a mais aceita. Seus defensores trazem como 
argumento que na Terra primitiva não existiria moléculas orgânicas 
suficientes para sustentar a multiplicação dos primeiros seres vivos 
até a chegada dos fotossintetizantes. Nessa hipótese, os organismos 
não teriam surgido nos lagos e mares rasos, pois era um ambiente 
muito instável, com quedas constantes de meteoritos e, portanto, 
eles não teriam sobrevivido. A vida deve ter surgido em locais mais 
protegidos, como nas regiões mais profundas dos mares primitivos. 
Nessas regiões profundas e protegidas, os primeiros organismos 
viviam e fabricavam seu próprio alimento pela​ quimiossíntese. 
O principal argumento dessa hipótese baseia-se em evidencias que 
sugerem abundancia de sulfeto de hidrogênio (H ​
2​S). Esse mecanismo 
de quimiossíntese é semelhante ao que as bactérias atuais, que 
vivem nas profundezas dos oceanos hoje, fazem (leia mais sobre as 
fontes termais). 
Sulfeto Ferroso + Gás Sulfídrico → Sulfeto férrico + Gás Hidrogênio + 
Energia 
Após muito tempo teriam surgido os organismos heterotróficos que 
realizavam a fermentação, depois os fotossintetizantes e por fim os 
heterotróficos que realizam respiração celular. 
Resumindo: Quimiossíntese → Fermentação → Fotossíntese → 
Respiração 
Como eram os primeiros seres vivos? 
Eram muito semelhantes as bactérias atuais, ou seja, ​procariontes​. 
Estudaremos esse tipo celular em breve! 
Como surgiram os seres eucariontes? 
Por volta de 2 bilhões de anos atrás, ocorreu um passo evolutivo 
muito importante: o surgimento da célula eucariótica. Mais completas 
e com um sistema incrível de compartimentos (organelas). 
Existiram dois processos para o surgimento dessas células: sistema 
de endomembranas e teoria da endossimbiose. 
O processo de invaginação da membrana plasmática (​sistema de 
endomembranas ​) aprisionou enzimas e outras substâncias, dando 
origem a todas as organelas, exceto as ​mitocôndrias e os 
cloroplastos​. Essas ultimas surgiram pela ​teoria da 
endossimbiose​. A simbiose é uma relação entre duas espécies que 
vivem juntas, nesse caso, ENDOssimbiose é porque passaram a viver 
juntas, uma dentro da outra. Explico: a célula primitiva heterotrófica 
anaeróbica (não usava O​
2​) se alimentava de outras células do 
ambiente. Ao se alimentar de outros organismos que faziam 
respiração celular e fotossíntese, por um passo importante da 
evolução, ela acabou não digerindo essas células, que passaram a 
viver juntas. Ambas receberam vantagens, uma ganhou alimento, a 
outra proteção! 
A seguir apresento as evidências da teoria da endossimbose, que 
afirma que os cloroplastos e mitocôndrias já foram organismos de 
vida livre: 
A partir do surgimento das células eucarióticas houve a possibilidade 
delas se agruparem e formarem os organismos multicelulares. Esse 
processo ocorreu por volta de 1 bilhão de anos atrás. Te liga que a 
maior parte da vida no nosso planeta foi de organismos unicelulares. 
Faaaala, pessoal! Tudo certinho? 
No módulo anterior, analisamos os aspectos mais importantes para o 
estudo da biologia, entre eles a origem da vida na Terra. Vimos 
também que para ser considerado um ser vivo o organismo deve ser 
constituído de pelo menos uma célula. É o que vamos estudar nos 
próximos módulos: o universo celular. Para isso, precisamos conhecer 
primeiramente a bioquímica. 
Bioquímica: estudo das estruturas, da organização e das 
transformações moleculares que ocorrem na célula (ou ainda a 
“química da vida”). 
Com o avanço da ciência, aprimorou-se o estudo das células e 
consequentemente da bioquímica, o que permitiu uma melhora 
significativa na qualidade de vida da população. Hoje vivemos mais e 
melhor. 
Para o estudo da bioquímica, as substâncias são divididas em dois 
grandes grupos: INORGÂNICAS E ORGÂNICAS 
Substâncias inorgânicas: 
- Água
- Sais minerais
Substâncias orgânicas: 
- Carboidratos - Lipídios
- Proteínas - Ácidos nucléicos
- Vitaminas
Veja esse gráfico com as porcentagens aproximadas dos 
componentes químicos no corpo dos seres vivos, tomando como base 
os animais: 
Vamos estuda uma por uma, iniciando pelas substâncias inorgânicas. 
SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS: ÁGUA 
A água é a substância mais abundante dentro e fora dos seres vivos, a 
vida está diretamente associada a água. Lembre-se que quando 
astrônomos analisam a possibilidade de vida em outro planeta, a 
primeira coisa que eles tentam descobrir é se existe água no planeta 
em estudo. Não se acredita em vida sem essa molécula. Para ter uma 
ideia, seu corpo é aproximadamente 75% de água! Quanto você 
pesa? ¾ desse peso é água! Faça o cálculo.  
Talvez a H2O seja a molécula mais conhecida pelas pessoas,
todo 
mundo sabe que ela é a água. Vamos conheceralgumas 
características específicas dela: 
a) H2O:cada hidrogênio é ligado ao oxigênio por uma ligação
covalente. 
Ligação covalente é quando dois átomos compartilham um ou mais 
pares de elétrons. Você vai se aprofundar mais nesse tipo de ligação 
em química, com o prof. Paulo Valim. 
b) A água é uma molécula polar.
Veja que os átomos de hidrogênio estão em um ângulo de
104,5°, isso faz com que a molécula da água estabeleça uma zona 
positiva (onde estão os hidrogênios) e uma negativa (onde está o 
oxigênio), por isso é chamada de polar (pólos com cargas diferentes). 
Moléculas que não possuem essas zonas, são chamadas de apolares, 
é o caso da maioria dos lipídios. 
c) A água, por possuir diferentes cargas em pólos opostos, tende
a se unir a outras moléculas de água, de modo que o H com carga 
positiva se liga ao O, com carga negativa. Essa ligação é do tipo 
pontes de hidrogênio ou ligação de hidrogênio. As moléculas da água, 
portanto, ficam fortemente unidas. No estado liquido, as pontes de 
hidrogênio se rompem e se refazem constantemente, o que dá fluidez 
a água. No estado sólido (gelo), devido à baixa temperatura, as 
moléculas se movem menos e as pontes de hidrogênio são mais 
estáveis, formando uma estrutura cristalina. 
IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA A VIDA 
As características da água citadas acima explicam porque a água é 
indispensável para a vida. A seguir vamos explorar o papel da água, 
como: solvente – participante em reações químicas – moderadora de 
temperatura – adesão e coesão. 
A água como solvente 
Para que ocorra o transporte de substâncias e reações químicas é 
necessário que as moléculas participantes estejam dissolvidas em um 
meio líquido. Veja que a água é um excelente solvente, conhecida 
como “solvente universal”, pois é capaz de dissolver muitas 
moléculas como sais, gases, açucares, proteínas, ácidos nucléicos 
etc. Te liga que dissolver, do ponto de vista químico é “separar”, ou 
seja, a água intromete-se entre as moléculas da outra substância, 
fazendo a separação delas e formando uma mistura homogênea. 
As substâncias que possuem moléculas que têm afinidade com a 
água, dissolvendo-se nela, são chamadas de hidrofílicas (moléculas 
polares). As que não dissolvem são hidrofóbicas (moléculas 
apolares), como exemplo os lipídios, a água não se mistura com o 
óleo. 
A água nas reações químicas 
Reação química é o processo de transformação de uma ou mais 
substâncias (reagentes) em moléculas de outra substância, 
chamada de produtos. Esse processo ocorre a todo o momento nos 
seres vivos. Em algumas reações a água é o reagente, em outras é o 
produto. 
No exemplo acima, note que a água atua na reação por hidrólise 
(azul), ao participar da quebra da proteína em aminoácidos, nesse 
caso é necessária uma molécula de água e ela é o reagente. Na 
síntese por desidratação (verde), para ocorrer a ligação entre os 
aminoácidos e formar as proteína, é liberada uma molécula de água, 
neste caso ela é o produto. 
A água como moderador de temperatura 
É importante que os seres vivos consigam manter uma temperatura 
com pouca variação. A água é importante para isso, porque possui 
um altíssimo calor específico, que é a quantidade de calor 
necessário para elevar em 1°C a temperatura de 1g de determinada 
substância. Quanto maior o calor necessário para isso, maior será o 
calor especifico da substância. Sendo assim, a água consegue 
“segurar” mais a temperatura, evitando grandes variações. Mudanças 
bruscas de temperatura comprometeriam o metabolismo dos seres 
vivos. 
Outro ponto importante é o calor de vaporização, perceba que é 
necessária uma quantidade grande de calor para a água evaporar 
(pois só assim ocorre a quebra das ligações entre as moléculas de 
água) e por isso quando suamos, perdemos calor, pois o processo 
demanda muita energia. 
Para congelar, a água precisa estar a temperatura de 0°, o que é 
muito importante: imagine se a água congelasse a 15°C! Como seria 
a vida na Terra? Além disso, ao congelar a água expande e fica 
menos densa, o que permite o gelo flutuar. Graças a essa 
propriedade, existe vida em ambientes aquáticos onde a água 
congela na superfície, mas não abaixo dela. 
Adesão e coesão 
A forte atração entre as moléculas da água pelas pontes de 
hidrogênio é chamada de coesão, o que gera a tensão superficial e 
permite insetos andarem sobre a água, ou a formação de gotas, por 
exemplo. 
As moléculas de água tendem a se unir a superfície com moléculas 
polares, fenômeno conhecido por adesão. Devido a essa propriedade 
a água se espalha facilmente em algodão ou folhas de papel, ou 
ainda sobe por finos tubos, é a chamada capilaridade. Se o tubo for 
fino e contiver as paredes com moléculas polares (hidrofílicas) a água 
pode atingir grandes alturas, é assim que as plantas carregam água 
das raízes até as folhas. 
Substâncias inorgânicas: SAIS MINERAIS. 
Os sais minerais são substâncias inorgânicas das quais muitas são 
fundamentais para os seres vivos. Apresentam variadas funções, 
entre elas, podem participar como constituintes de estruturas 
do esqueleto, como o fosfato de cálcio presente nos ossos e nos 
dentes (quando insolúveis). Podem também estar dissolvidos em 
água em forma de íons (quando solúveis), que são partículas 
com carga negativa ou positiva. Os íons são fundamentais 
para o bom funcionamento das células. A tabela a seguir, 
mostra alguns dos principais íons, sua função e a fonte alimentar 
encontrada. Os íons destacados em azul são os mais importantes 
para você lembrar na hora do ENEM ou Vestibular. 
Íons Principal Função Fonte 
Cálcio - Formação dos ossos e dentes
- Coagulação sanguínea
- Funcionamento dos músculos
e nervos
Vegetais, leite 
e laticínios 
Cloro - Importante no balanço de
líquidos do corpo
- Componente do liquido
extracelular
Sal de cozinha 
Cobalto - Componente da vitamina
B12
-Essencial para as hemácias
Carnes e 
laticínios 
Cobre - Componente de muitas
enzimas
- Essencial para síntese de
hemoglobina
Fígado, ovos, 
peixe, trigo 
integral e 
feijão 
Cromo - Importante no metabolismo
energético
Carne e 
cereais 
integrais 
Ferro 
- Componente da hemoglobina e
mioglobina (carrega O2) e
enzimas respiratórias
- Afinidade com gases (oxigênio)
- Fundamental para respiração
celular
Carne vermelha 
e branca, 
fígado, gema 
do ovo, 
legumes e 
vegetais verdes 
Flúor - Componente de ossos e dentes Peixes e água 
fluorada 
Fósforo - Formação e manutenção de
ossos e dentes
- Componente do ATP (molécula
energética)
- Componente dos ácidos
nucleicos
Leite e 
laticínios, 
cereais e carne 
Iodo - Componente de hormônios
- Importante para o bom
funcionamento da glândula
tireoide
- A falta pode causar o bócio.
Bizu: Uma lei obriga o sal de
cozinha vir com iodo, por isso é
“sal iodado”
Sal de cozinha, 
frutos do mar e 
laticínio 
Manganês - Contribui para utilização da
glicose e para o fornecimento de
energia
Cereais 
integrais, 
vegetais verdes 
e gema de ovo 
Molibdênio - Importante para o
funcionamento de algumas
enzimas
Leite, legumes 
e cereais 
Potássio - Importante para contração
muscular e atividade dos nervos
- Regulador da pressão sanguínea
Muitas frutas, 
leite e carne 
Sódio - Principal cátion no meio
extracelular
- Importante no equilíbrio de
líquidos do corpo
- Essencial para a propagação do
impulso nervoso (assim como o
potássio)
- O excesso pode causar
hipertensão arterial!
Sal de cozinha e 
muitos 
alimentos 
Zinco - Componente de muitas 
enzimas, especialmente nas 
envolvidas com a digestão
Carnes, fígado, 
ovos, cereais 
Os íons que são necessários para nosso organismo em uma 
quantidade superior a 100mg/dia são chamados de 
macronutrientes minerais (ou macroelementos), como exemplo do 
cálcio, fósforo, enxofre, potássio, sódio cloro e magnésio. Outros íons 
são necessários em quantidade abaixo dos 20mg/dia e, portanto,
são 
chamados de micronutrientes minerais (ou microelementos), por 
exemplo os íons de ferro e zinco. 
Substâncias orgânicas: CARBOIDRATOS. 
São conhecidos também por glicídios, açúcares, sacarídeos ou 
hidrato de carbono. Em sua fórmula química, são constituídos por 
carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), mas alguns 
podem possuir também nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S). 
Os carboidratos são encontrados no pão, na massa, na batata, em 
frutas no leite etc. São os chamados alimentos energéticos, daí uma 
das principais funções dessas substâncias. 
FUNÇÃO DOS CARBOIDRATOS: energética e estrutural. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS: 
Poder sermonossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. 
Monossacarídeos: 
São os açúcares simples formados por apenas uma molécula. Cada 
molécula possui de 3 até 7 átomos de carbono. 
Formula geral dos monossacarídeos: CnH2nOn
Perceba que o “n” pode variar entre 3 e 7, que são os números 
possíveis de carbono. Caso o “n” seja igual a 3 a molécula terá a 
seguinte constituição: C3H6O3 (o 2n significa que o “n” está sendo 
multiplicado por 2). Esse é um monossacarídeo chamado de triose. 
Se tiver 4 carbonos, será C4H8O4 e é chamada de tetrose. Com cinco 
carbonos será pentose, com 6 carbonos hexose e com 7 heptose. 
Os monossacarídeos importantes são as hexoses: glicose, frutose e 
galactose. Açúcares com função energética. A glicose é extraída 
diretamente do pão da batata e do arroz, por exemplo, a partir da 
digestão do amido (logo falarei do amido). A frutose é encontrada nas 
frutas e é muito doce, a galactose é encontrada no leite. Nosso corpo 
converte frutose e galactose em glicose, para que possa utilizar na 
respiração celular. 
As pentoses também são importantes, são elas: desoxirribose e 
ribose. Açúcares que fazem parte do DNA e RNA respectivamente, 
com função estrutural. 
Oligossacarídeos: 
Possuem de duas a 10 moléculas de monossacarídeos. Eles se ligam 
pela chamada “ligação glicosídica” que é uma síntese por 
desidratação e, portanto, libera uma molécula de água (reveja a água 
nas reações químicas). 
- Dissacarídeos: ligação entre dois açúcares simples. Ex. Sacarose =
Frutose + Glicose é açúcar de cozinha, muito doce. A lactose =
Galactose + Glicose encontrado no leite (pessoas que perdem a
capacidade de produção da enzima que quebra a lactose são
intolerantes a esse dissacarídeo).
- Trissacarídeo: ligação entre 3 açúcares simples.
- Tetrassacarídeos: ligação entre 4 açúcares simples.E assim por
diante.
Polissacarídeos: 
Formados por mais de 10 moléculas de açucares, podendo conter 
milhões! O mais conhecido é o amido que é a união de milhares de 
glicose. É assim que as plantas armazenam energia. Quando 
comemos batata, por exemplo, ela vem cheia de amido. Nosso corpo 
faz a digestão (falaremos sobre isso na fisiologia) e quebra o amido 
em maltose (outro dissacarídeo) que é quebrado em glicose 
(monossacarídeo) para ser utilizado na respiração celular. 
Saiba que quando não utilizamos toda glicose que está circulando no 
nosso sangue, ela é armazenada temporariamente na forma de 
glicogênio em nosso fígado ou em nossos músculos esqueléticos. Se 
não utilizarmos, são transformadas em gorduras e armazenadas em 
nossas células adiposas (adipocitos). 
Outros polissacarídeos importantes: 
- Celulose: Mais abundante na natureza, constituem a parede celular
das células das plantas - função estrutural.
- Quitina: Parede celular dos fungos e exoesqueleto dos artrópodes
(evitando assim a desidratação desses animais) - função estrutural.
Substâncias orgânicas: LIPÍDIOS. 
A principal característica dessas substâncias é que são insolúveis 
em água e solúveis em solventes orgânicos. Os 
solventes orgânicos podem ser o éter, a benzina ou a acetona, por 
exemplo. É por isso que a água não se mistura com o óleo, pois a 
água é polar e os lipídios são apolares. 
Lembre-se dessa regra: semelhante dissolve semelhante. 
Ao contrário do que muitos pensam, os lipídios são fundamentais 
para a vida. É claro que em excesso, como toda substância, pode 
fazer mal. Mas sem esse grupo de moléculas não existiria nem 
mesmo organismos unicelulares, basta lembrar que a membrana 
plasmática é formada pelo famoso fosfolipídio, que vamos estudar em 
seguida. 
Funções dos lipídios: 
- Isolantes térmicos
- Reserva de energia
- Constituintes da membrana plasmática
- Função hormonal
- Outras
Tipos de lipídios: 
- Glicerídeos
- Esteróides
- Fosfolipídios
- Cerídeos (ceras)
- Carotenoides
A seguir apresento cada um dos tipos de lipídeos e suas principais 
características: 
GLICERÍDEOS 
O mais importante dos glicerídeos é o triglicerídeo, vamos estudar 
essa molécula que possui como principal função: 
- Armazenamento de energia
Entenda que é muito mais eficiente armazenar energia a longo prazo
com gordura ao invés de carboidrato, pois uma grama de gordura
guarda energia equivalente a duas gramas de açúcares. Além disso,
os lipídios são hidrofóbicos e por isso ficam acumulados e isolados 
mais facilmente. 
- Isolante térmico
Os triglicerídeos não são bons condutores de calor, por isso é
importante na proteção contra o frio.
- Proteção mecânica
Ocorre proteção contra batidas. Por exemplo os coxins da sola dos
pés. Estudaremos essa parte na aula de tecido adiposo, no módulo de
histologia.
O triglicerídeo é uma molécula de glicerol (que é um álcool), ligada a 
3 moléculas de ácido graxo, por isso no nome TRIglicerídeo. Veja a 
imagem: 
A ligação entre o glicerol e os ácidos graxos se dá por perda de água 
e a decomposição do triglicerídeo por hidrólise (reveja a aula de 
água), mas embora seja necessária a água, deve haver também a 
ação de uma enzima, a lipase, estudaremos essa parte no módulo de 
fisiologia. 
Os triglicerídeos são representados pelos óleos e as gorduras, a 
seguir as características de cada um deles: 
Óleos 
- Principalmente de origem vegetal
- Líquido na temperatura ambiente
- Ácidos graxos insaturados
Gorduras 
- Origem animal
- Sólidas na temperatura ambiente
- Ácidos graxos saturados
Ácidos graxos saturados x insaturados 
Veja que uma das diferenças entre os óleos e as gorduras é que as 
gorduras têm seus ácidos graxos saturados, ou seja, não existe 
ligação dupla entre seus carbonos. Enquanto que os óleos possuem 
ligações insaturadas, tendo ao menos uma ligação dupla entre um 
dos carbonos. 
É por isso que o óleo é liquido na temperatura ambiente, pois como 
possui ligações insaturadas, seus ácidos graxos estão mais separados 
e por estarem mais distantes ficam líquidos mais facilmente. 
Ácido graxo saturado 
Ácido graxo insaturado 
Lembrando que quanto mais ligações duplas entre os carbonos 
melhor, nesses casos falamos que o triglicerídeo é poliinsaturado. 
Bizu: a gordura saturada é PIOR que a insaturada e seu acúmulo 
pode influenciar a aterosclerose, que é o acúmulo do colesterol em 
nossas artérias. 
Uma curiosidade muito importante são as gorduras trans, querido 
estudante, te liga aqui: a margarina é de origem vegetal, mas é 
sólida em temperatura ambiente, pode isso Arnaldo? Sim! Mas o que 
ocorre é um processo artificial chamado hidrogenação, no qual são 
introduzidos hidrogênios nos carbonos com dupla ligação, fazendo as 
cadeias de ácidos graxos ficarem retas, como se fossem saturadas. 
Esse é o pior triglicerídeo, cuidado (obs. nem toda margarina passa 
por esse processo)! 
Para finalizar os ácidos graxos, vamos falar de outra classificação: os 
ácidos graxos essenciais. São essenciais pois nosso organismo não 
produz e, portanto, devemos ingerir, é o caso do ômega 3 (ácido 
linolênico), ômega6 (ácido linoleico) e ômega 9 (ácido oleico), 
encontrados em peixes marinhos de água fria, ou ainda em óleo de 
milho, girassol, canola, soja e oliva. 
ESTEROIDES 
O esteróide que você tem que conhecer é o colesterol. É exclusivo 
dos animais e produzido no fígado. 
Funções do colesterol:
- Constituinte da membrana plasmática (integridade da membrana
plasmática);
- Regula a fluidez da membrana plasmática;
- Precursor para síntese de vitamina D;
- Participa da síntese de sais biliares.
Apesar de ser fundamental para nosso corpo, também pode ser um 
vilão quando em excesso, pois pode se acumular em nossas artérias. 
Aí vem mais uma grande dica que é fundamental para você saber 
antes do vestibular, os chamados “colesterol bom – HDL” e 
“colesterol ruim – LDL”. Veja a diferença: 
LDL – Low Density Lipoprotein 
- Lipoproteína de baixa densidade
- É uma molécula de colesterol sendo carregado por uma proteína
(por isso lipoproteína – lipídio + proteína)
- Esse colesterol é carregado para a membrana das nossas células,
quando em excesso acaba se acumulando nas artérias
HDL – High DensityLipoprotein 
- Lipoproteína de alta densidade
- Também é um colesterol sendo carregado por uma proteína, mas
como tem grande densidade, retira o colesterol acumulado em nossas
artérias, devolvendo para o fígado, degradando-o e excretando-o em
forma de sais biliares.
O colesterol é produzido em nosso fígado, sendo assim, existe um 
fator genético que determina a tendência de ter ou não níveis 
elevados de HDL ou LDL no sangue. Mas a alimentação está 
diretamente relacionada ao aumento de colesterol bom ou ruim. 
Faremos uma relação com os triglicerídeos vistos anteriormente: 
o aumento de gordura saturada estimula a produção do LDL, daí o
risco! Mas se ingerir os triglicerídeos insaturados, ocorrerá um
estímulo na produção do HDL, colesterol bom, lembre-se de
usar azeite de oliva extra virgem!
Os hormônios sexuais também são esteróides, produzidos a partir 
do colesterol: estrógeno e progesterona da mulher, e testosterona 
do homem (importante salientar que mulher também 
produz testosterona, mas em quantidades muito menores e nas 
glândulas suprarrenais). Esses hormônios que dão as 
características sexuais secundárias, no homem engrossamento da 
voz, barba, aumento da caixa torácica, na mulher o aumento das 
mamas, acumulo de gordura no quadril etc. Esses hormônios podem 
ser produzidos em laboratório e muitas pessoas fazem uso 
indiscriminado dos esteróides anabolizantes, o que pode causar 
riscos para a saúde. 
FOSFOLIPÍDIOS 
Falou em fosfolipídios lembre-se da membrana plasmática (assunto 
do próximo módulo), esse lipídio forma a membrana de todas 
as células devido a sua característica muito importante: cabeça 
polar (hidrofílica) e cauda apolar (hidrofófica). Em outras 
palavras, a cabeça do fosfolipídio tem afinidade com a água e a 
cauda repele a água, por isso na formação de uma membrana 
serão duas camadas de fosfolipídios, as cabeças em contato com a 
água e as caudas longe da água, uma em contato com a outra, veja a 
imagem: 
As moléculas de sabão possuem uma característica semelhante à dos 
fosfolipídios, por isso é tão eficiente para limpar gordura, uma vez 
que sua porção apolar se une a gordura, também polar. As bolhas de 
sabão também são formadas devido a essa característica, mas a água 
fica na porção interna, em contato com a cabeça polar dessas 
moléculas: 
CERÍDEOS 
Representados pelas ceras. As ceras são formadas por um álcool (não 
é o glicerol) ligado a uma ou até 16 moléculas de ácidos graxos, são 
altamente insolúveis. 
Função dos cerídeos: 
- Evita a perda excessiva de água pelas plantas
- Impermeabilização das penas de aves aquáticas
- Proteção (cerume do ouvido)
- As abelhas usam cerídeos para construção das colmeias
CAROTENOIDES 
São pigmentos lipídicos de cor vermelha, laranja ou amarela, 
insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos. Estão 
presentes nas células das plantas e possuem as seguintes funções: 
- Matéria prima para produção de vitamina A
- Importantes para a fotossíntese
- Antioxidante
Substâncias orgânicas: PROTEÍNAS 
As proteínas são as substâncias orgânicas mais abundantes nos seres 
vivos. Os átomos que formam essas moléculas são basicamente: 
carbono (C), oxigênio (O), hidrogênio (H) e nitrogênio (N), mas pode 
também possuir enxofre (S). 
Funções das proteínas: 
- Estrutural (pode ser chamada em alguns exercícios de “plástica”)
- Energética
- Defesa (anticorpos)
- Enzimática (enzimas)
- Hormonal (ex. insulina e glucagon)
As proteínas são polímeros formados por dezenas ou milhares de 
aminoácidos. Para entender a proteína, começaremos a analisar os 
aminoácidos (AA). 
 
 
Aminoácido 
Existem apenas 20 tipos de AA que podem participar da formação de 
uma proteína, a combinação e a quantidade deles que determina as 
diferentes proteínas. Todo aminoácido possui um grupamento 
amina (NH2), e um grupamento ácido carboxílico ou carboxila, 
daí o nome aminoácido. Esses grupamentos estão ligados a um 
carbono central, que por sua vez, está ligado a um hidrogênio e um 
radical “R”. O que muda de um aminoácido para o outro é o radical. 
Existem os aminoácidos essenciais e os naturais: 
- Aminoácidos naturais: nossas células produzem
- Aminoácidos essenciais: nossas células não produzem – temos que
ingerir.
 existem alguns aminoácidos chamados de semi-essenciais, são os 
que nosso corpo produz, mas em pequena quantidade, portanto 
também devemos ingerir. 
Para formar uma proteína, os AA se ligam pela famosa ligação 
peptídica. Ela ocorre sempre entre o grupo ácido carboxílico de um 
aminoácido com o grupo amina do outro. O grupo carboxílico perde 
Polímeros: moléculas grandes formadas por 
moléculas menores que se repetem. Essas moléculas 
menores são chamadas de monômeros. 
um OH e o grupo amina perde um H, formando uma molécula de 
água (síntese por desidratação, reveja a aula de água). Muitos 
exercícios podem chamar as proteínas de peptídeos, de fato é o nome 
genérico de uma proteína, portanto podemos classificá-las como: 
Dipeptídeo, dois aminoácidos; Trípeptídeo, três aminoácidos; 
Tetrapeptídeos, quatro aminoácidos. 
Os termos oligopeptídeos refere-se a união de poucos aminoácidos 
e polipeptídeos de um grande número de aminoácidos (geralmente 
uma proteína é um polipeptídeo). 
Estruturas das proteínas 
Do inicio ao término da formação de uma proteína podemos dividir o 
processo didaticamente em quatro etapas. Mas é muito importante 
você saber que elas ocorrem na sequência. As proteínas são 
formadas no citoplasma de nossas células. Lá os ribossomos 
interagem com os “RNAs”, juntam os aminoácidos no numero e 
ordem de acordo com a informação vinda do material genético 
(gene). 
Estruturas: 
- Primária: sequência linear de aminoácidos
- Secundária: enrolamento da sequência primária
- Terciária: estrutura secundária enrolada nela mesma
- Quaternária: união de duas ou mais estruturas terciárias
As proteínas estão ativas para sua função a partir da estrutura 
terciária. Algumas não precisam se “transformar” em quaternária, 
outras como a hemoglobina, sim. 
O que determina a forma da proteína é a informação genética do 
indivíduo, guardada no DNA. Como a função da proteína está ligada 
intimamente a sua forma, a troca de um aminoácido gera problemas 
na função proteica. É o caso da anemia falciforme, veja a imagem 
abaixo: 
Outra forma da proteína modificar sua forma e consequentemente 
trazer problemas a sua função é pela famosa desnaturação, que pode 
ser devido a temperatura ou PH. Por exemplo, quando você frita um 
ovo a clara fica branca, pois ela é rica em albumina (proteína) e o 
calor desnaturou ela, esse é um processo irreversível, embora 
algumas proteínas podem voltar da desnaturação. 
Temos que ter uma atenção especial a um tipo de proteína que os 
vestibulares cobram seguidamente: as ENZIMAS. 
As enzimas aceleram as reações no nosso corpo (são 
catalizadoras), sem elas muitas reações nem ocorreriam. E como 
toda enzima é uma proteína (mas nem toda proteína é uma enzima), 
ela está sujeita a desnaturação pela temperatura e PH, veja esse 
exemplo: 
Duas enzimas A e B possuem
temperaturas diferentes para seu ótimo 
de atividade (velocidade de reação). A enzima “A” funciona melhor 
perto dos 40°C enquanto que a enzima “B” próxima dos 80°C. É claro 
que você deve ter sacado que, se uma delas for de nosso corpo, será 
a enzima A, pois tem a temperatura ótima próximo a nossa 
temperatura média. 
Esse exemplo funciona com PH, veja a aula e copie aqui: 
É importante saber que enzimas são muito específicas, ou seja, uma 
enzima que atua em uma reação, não atua em outra diferente. Por 
isso essas reações são chamadas “chave-fechadura”. 
O substrato se acopla na enzima formando o complexo enzima-
substrato, ocorre a reação liberando o produto. Como exemplo, 
imagine que o substrato (verde) seja a sacarose, e a enzima 
(amarela), a sacarase (que quebra a sacarose), no final como 
produto serão liberadas glicose + frutose, e a enzima volta a ficar 
livre para fazer a mesma reação quando encontrar com uma 
sacarose. 
Para finalizar, meu querido e visionário estudante, falarei sobre mais 
uma classificação que uma proteína pode ter: simples e conjugada. 
Proteínas simples – formada apenas por aminoácidos 
Proteínas conjugadas – outros componentes além dos aminoácidos 
Cromoproteínas: grupos proteicos que confere cor a proteína (ex. 
hemoglobina) 
Glicoproteínas: proteínas associadas a um glicídio (ex. muco) 
Lipoproteínas: proteínas associadas a lipídios (ex. HDL e LDL) 
Nucleoproteínas: associados a ácidos nucleicos (ex. cromossomos) 
Bizu: algumas proteínas importantes para você detonar nos 
vestibulares. 
Legenda: 
E – Enzima 
S – Substrato 
- Insulina: reduz níveis de açúcar no sangue
- Glucagon: aumenta o nível de açúcar no sangue
- Albumina: encontrada na clara do ovo, importante para nutrição
- Queratina: estrutura das unhas, cabelo, pele etc.
- Colágeno: resistência para a pele, cartilagens (a mais abundante no
corpo humano)
Compostos orgânicos: ÁCIDOS NUCLEICOS 
Agora a coisa fica mais bonita ainda! Quando falamos de ácidos 
nucléicos, duas coisas devem vir na sua cabeça: DNA e RNA. A 
função dos ácidos nucleicos é armazenar e transmitir a 
informação genética, e recebem esse nome porque foram 
encontrados primeiramente dentro do núcleo da célula e possuem um 
caráter ácido. 
DNA = deoxyribonucleicacidou ADN = ácido desoxirribonucléico 
RNA = ribonucleicacid ou ADN = ácido ribonucleico 
Tanto o DNA quanto o RNA são moléculas chamadas de polímeros 
(assim como as proteínas), pois são formadas por moléculas menores 
que se repetem: os nucleotídeos. Cada nucleotídeo é formado pela 
combinação de três componentes: 
- Fosfato
- Açúcar (no DNA é a desoxirribose, no RNA a ribose)
- Base nitrogenada
As bases nitrogenadas são: 
- púricas: adenina (A) e guanina (G)
- pirimídicas: timina (T), citosina (C) e uracila (U)
A adenina (A), guanina (G) e citosina (C) ocorrem tanto no DNA 
quanto no RNA, mas a base timina (T) ocorre apenas no DNA e a 
base uracila (U) apenas no RNA, guarde essa informação que é 
muito importante! 
Os nucleotídeos são reconhecidos pala base nitrogenada que faz 
parte de sua estrutura, assim, consideramos que no DNA podem 
ocorrer os seguintes nucleotídeos: A – T – C – G enquanto que no 
RNA ocorrem A – U – C – G. 
Obs: a partir de agora vamos reconhecer as bases nitrogenadas pela 
letra. 
Repare que as bases nitrogenadas purinas possuem dois anéis 
enquanto que as pirimidinas apenas um, é uma dica legal para 
resolver várias questões de vestibular. 
Espaço para anotar o bizu da aula 
Para formar o DNA ou o RNA os nucleotídeos se ligam sempre entre o 
açúcar de um com o fosfato de outro, essa ligação é chamada 
de fosfodiester e vamos ver próxima imagem. 
Vamos falar um pouco mais sobre o DNA 
A estrutura do DNA é chamada de dupla hélice, pois são duas fitas 
ligadas pelas bases nitrogenadas, formando um espiral. Agora te liga 
no que é mais importante aqui, a base nitrogenada A se liga somente 
com o T, e o G apenas com o C. Elas são ligadas por pontes de 
hidrogênio, repara que entre G e T existem 3 pontes de 
hidrogênio, enquanto entre A e T apenas duas. Logo se o vestibular 
te perguntar qual possui a ligação mais forte, agora você sabe que é 
entre G e C. 
 Anote os bizus sobre as ligações entre as bases nitrogenadas! 
Relação de Chargaff 
Agora você sabe que A liga com T e C liga com G em nosso DNA, 
portanto fique ligado: se um exercício disser que existem 30% de A 
no DNA de um indivíduo, obviamente terá 30% de T, totalizando 
60%. Opa! Como sabemos que C pareia com G, entendemos que 
para completar os 100% faltam 40%, logo terá 20% de C e 20% de 
G. Trilegal, certo?
Duplicação do DNA 
Lembre-se que nossas células estão sempre se dividindo, mas para 
que isso possa ocorrer, antes o DNA tem se replicar (duplicar). A 
duplicação do DNA é semiconservativa, pois uma fita se mantém e 
outra complementar é formada. Atente sempre nas bases 
nitrogenadas A-T e C-G. 
Quando o DNA é montado, é sempre no sentido 5´ 3´, isso 
significa que na pentose, que tem 5 carbonos, as ligações são 
feitas do carbono 3, em direção ao carbono 5. 
Mas qual a relação entre DNA, Gene e cromossomo? 
DNA – molécula orgânica que guarda a informação dos seres vivos e 
alguns vírus. 
Cromossomo: é uma molécula de DNA condensada (enrolada nela 
mesma), mais as proteínas presentes, como as histonas, que enrolam 
o DNA.
Cromatina: todo material genético e proteínas encontradas dentro 
do núcleo. 
Vamos falar um pouco mais sobre o RNA 
O RNA é responsável por retirar a informação genética do gene, levar 
para o citoplasma e junto com o ribossomo montar a proteína. Esse 
processo nós estudaremos na aula de síntese protéica. 
As mesmas características do DNA podem ser aplicadas aqui, mas 
com algumas diferenças: 
- O RNA possui apenas uma fita.
- No RNA não ocorre T, mas U.
Diferença entre RNA e DNA 
Existem 3 tipos principais de RNA que estão diretamente envolvidos 
na síntese de proteínas: RNA mensageiro (RNAm), RNA ribossômico 
(RNAr) e RNA transportador (RNAt). 
RNAm – copia a informação diretamente do DNA após a transcrição 
(aula de síntese proteica e leva essa informação para o citoplasma ao 
encontro do ribossomo. 
RNAr – em associação com proteínas, forma o ribossomo, que é 
responsável pela síntese de proteína. 
RNAt – carrega os aminoácidos e junto com os outros RNAs produz a 
proteína. 
Compostos orgânicos: VITAMINAS 
As vitaminas são substâncias orgânicas necessárias em pequenas 
quantidades e que geralmente o organismo não produz. Elas 
possuem origens muito diferentes e, portanto, não existe regra para 
padronizar suas moléculas. Aqui é importante você saber que 
precisamos de vitaminas em pequenas quantidades, mas como elas 
são muitas é necessária uma alimentação balanceada. 
Existem as vitaminas hidrossolúveis que são solúveis em água e as 
lipossolúveis que são solúveis em lipídios. A falta de uma vitamina é 
chamada avitaminose. Te liga, ingerir vitaminas em grandes 
quantidades também pode ser um problema, nesse caso chamamos 
de hipervitaminose. 
Veja a tabela com as principais vitaminas, sua fonte, principal função 
e o problema que a falta dela pode causar. As mais importantes estão 
destacadas em azul. 
Para ficar mais fácil sua organização, farei um pequeno resumo de 
cada uma delas, com foco no que é mais importante para você 
detonar nos vestibulares ou ENEM. Vamos iniciar pelas 
hidrossolúveis. 
Vitaminas hidrossolúveis 
Vitamina: B1 – Tiamina 
Carência: causa o beribéri que é uma acentuada fraqueza muscular. 
Fontes: cereais integrais, pães, fígado, feijão, vegetais de folha, ovos 
etc. 
Vitamina: B2 (Riboflavina) e B6 (Piridoxina) 
Carência: lesões no sistema nervoso, rachaduras no canto da boca, 
vermelhidão na língua e inflamação nos olhos. 
Fontes: fígado, hortaliças, carne. 
Vitamina: B3 – Niacina ou ácido nicotínico 
Carência: pelagra que é o surgimento de manchas na pele, que após
um tempo geram crostas. 
Fontes: carnes magras, ovos, fígado, leite, nozes. 
Vitamina: B9 – Ácido fólico 
Carência: causa anemia megaloblástica, que inibe a produção de 
hemácias. Pode causar má formação do feto. 
Fontes: vegetais, frutas, bactérias da microbiota intestinal. 
Vitamina: B12 –Cianocobalamina 
Carência: causa a anemia perniciosa que é a dificuldade de 
maturação das hemácias. 
Fontes: carne, ovos, leite e seus derivados. 
Bizu: as outras vitaminas do complexo B (B2, B5, B6, B8), não serão 
detalhadas aqui pois são raramente cobradas e acabam ocupando um 
tempo desnecessário, mas a dica é, caso caia alguma delas, saiba 
que elas possuem importância na respiração celular. É a dica para 
acertar no vestibular! 
Vitamina: C–Ácido ascórbico 
Carência: causa o escorbuto que é o sangramento e inflamação da 
gengiva pela falta de produção do colágeno, portanto é importante 
para manter a integridade do tecido conjuntivo. 
Fontes: frutas cítricas, tomate, couve, repolho etc. 
Pessoal, essa é a vitamina que mais cai nos vestibulares (juntamente 
com a vitamina D), principalmente com foco nas grandes 
navegações. Por isso vou deixar um espaço para você fazer 
anotações da aula. 
Vitaminas lipossolúveis 
São apenas quatro: A – D – E - K 
Vitamina: A–Retinol 
Carência: causa a cegueira noturna, que é a dificuldade de enxergar 
em ambientes de baixa luminosidade. 
Fontes: vegetais, pêssego, fígado, ovo. 
Vitamina: D – Calciferol 
Carência:causa o raquitismo, que é a má formação óssea. 
Fonte: fígado, gema do ovo, bacalhau. É importante saber que essa 
vitamina é produzida na pele das pessoas, sob ação dos raios solares. 
Vitamina E – Tocoferol 
Carência: pode estar relacionado a esterilidade e anemia. 
Fonte: cereais integrais, vegetais, gema do ovo e óleos. 
Vitamina K –Filoquinona 
Carência: pode causar hemorragias, uma vez que essa vitamina atua 
na coagulação sanguínea. 
Fontes: vegetais e bactérias da microbiota intestinal. 
Faaaala, pessoal! Tudo certinho? 
Agora que sabemos como é a base molecular da vida, vamos estudar 
a unidade fundamental dos seres vivos: a célula. Esse assunto é 
amplo, mas muito interessante. Vamos iniciar a viagem! 
INTRODUÇÃO À CITOLOGIA: A CÉLULA 
Interessante que a primeira pessoa a observar microrganismos foi o 
comerciante Anton van Leeuwenhoek, que usava lentes para observar 
seus tecidos. Ele desenvolveu lentes com uma boa capacidade de 
aumento. Na mesma época, por volta do ano 1665, o famoso Robert 
Hooke utilizando um microscópio composto, observou a cortiça de 
árvores. 
Hooke descreveu pequenas cavidades no interior das cortiças, dando 
Cortiça 
Microscópio 
Composto 
o nome de célula (diminutivo latino de Cella que significa “lugar
fechado”). Mas o que Hooke observou, foi apenas a parede celular,
pois a cortiça é um tecido morto, a “casca” da árvore, onde as células
não estão mais presentes.
Em 1820 o botânico Brown, descobriu um “pequeno corpo” presente 
no interior de algumas células, deu o nome de núcleo. Em 1838, 
outro botânico, o Schleiden conclui que a célula é a unidade básica 
dos seres vivos e um ano mais tarde o zoólogo alemão Schwann 
generalizou esse conceito também para os animais, juntos formaram 
a TEORIA CELULAR: 
“Todos os seres vivos são formados por células” 
Além disso, a teoria celular afirma: 
- A célula é a menor unidade viva;
- Células sempre surgem de outras células.
Agora te liga, em nosso corpo temos aproximadamente 60 trilhões de 
células, todas elas surgiram de apenas UMA célula: o zigoto, formado 
pela união entre o óvulo e o espermatozoide. O tamanho médio de 
uma célula animal fica em torno de 10μm e 20μm (5 a 10 vezes 
menor do que o olho humano pode ver), e por isso para a citologia é 
fundamental o uso de microscópios. 
MICROSCOPIA 
O poder de resolução do olho humano é de 0,1mm, o equivalente a 
100μm (100 micrometros), abaixo disso precisamos de um 
microscópio para enxergar. Existem basicamente dois tipos deles: 
microscópio óptico e microscópio eletrônico. 
O microscópio óptico ou de luz 
- Poder de resolução de 0,2μm (muito maior que o olho humano, que
tem capacidade de resolução máxima de 100μm), com um aumento
de até 1500x.
Bizu  o aumento do tamanho da imagem se dá pelo conjunto de 
lentes convergentes estudados em física. 
- É necessário um feixe de luz para a observação das imagens.
- O macrométrico e o micrométrico são responsáveis pelo foco da
imagem, pois movimentam a platina para cima e para baixo.
- O aumento da imagem é a multiplicação do aumento das oculares
somada ao aumento da objetiva. Normalmente um microscópio
possui quatro objetivas, cada uma com um aumento diferente, basta
girar o revolver para escolher.
- Para visualizar a imagem no microscópio óptico, o material deve
estar sobre uma lâmina, como na imagem abaixo.
Veja as partes do microscópio óptico: 
O material a ser observado fica sobre a lâmina, que é colocada na 
platina, logo abaixo das lentes objetivas. Dependendo do material a ser 
observado é necessário que seja utilizado tipos específicos de corantes 
ou fixadores. 
O microscópio eletrônico 
- Poder de resolução muito maior, com um aumento maior que 1
milhão de vezes o do olho humano (0,0002μm)!
- Não é a luz que passa, mas feixes de elétrons. Ao contrário do
microscópio óptico, não são lentes que estão presentes, mas bobinas
que funcionam como eletroímãs, desviando o feixe de elétrons.
Bizu  este fenômeno é estudado em física, na parte de 
eletromagnetismo. 
Veja as partes básicas de um microscópio eletrônico: 
- Mais tarde foi desenvolvido o microscópio de varredura, onde os
elétrons não atravessam, mas contornam o objeto, gerando lindas
imagens tridimensionais, pesquise essas imagens na internet e se
apaixone!
CÉLULAS EUCARIÓTICAS X CÉLULAS PROCARIÓTICAS 
Existem basicamente dois tipos de células, as eucarióticas e as 
procarióticas. Os primeiros seres vivos eram procariontes. Logo 
podemos afirmar que esse tipo de célula é mais primitiva. Após 
milhões de anos sugiram as células eucarióticas a partir de dois 
processos, endomembranas e endossimbiose, veja o resumo 
dos acontecimentos: 
Com exceção dos plastos (entre eles os cloroplastos) e mitocôndrias, 
que surgiram pela endossimbiose, as outras organelas surgiram pelo 
processo de invaginação da membrana plasmática (endomembranas), 
que aprisionavam enzimas ou outras substâncias para formar as 
organelas. Sendo assim, a definição de organela é “partícula 
funcional para a célula, envolta por membrana”. 
Vamos para três informações importantes sobre esse assunto: 
- Células eucarióticas são mais complexas, e não mais evoluídas do
que as procariontes.
- Ribossomos, muito embora sejam chamados de organelas não
membranosas, não são organelas, pois não estão envoltos por 
membrana. Na verdade, os ribossomos só são “montados” na hora da 
síntese de proteínas. 
- A principal diferença entre células eucarióticas e procarióticas é a
ausência de compartimentos internos (organelas) nos procariotos, e
não apenas o envoltório nuclear como muitos livros afirmam.Agora te
liga!
Seres procariotos – Bactérias e Archeas (unicelulares, 
exclusivamente). 
Seres eucariotos – Protozoários (unicelulares), Fungos (uni ou 
pluricelulares), Plantas e animais (multicelulares). 
Veja que a célula procariótica é muito mais simples. Seu material 
genético está disperso no citoplasma, você não encontra as organelas 
que estão presentes nas eucarióticas. Mas os ribossomos estão 
presentes em ambas as células, essas estruturas são responsáveis 
pela síntese de proteína, fundamental para todos os seres vivos. 
Célula eucariótica Célula procariótica 
Outra estrutura importante para você levar para sua prova é o 
plasmídeo, DNA extra cromossômico presente nas bactérias 
(procariotos), responsável pela resistência da bactéria contra os 
antibióticos. 
As organelas presentes na célula eucariótica
estudaremos no final 
desse módulo. 
CÉLULAS ANIMAL E VEGETAL 
Tanto a célula animal quanto à vegetal são eucarióticas, mas elas 
possuem diferenças importantes que você deve entender para sua 
prova. 
Veja as três principais diferenças entre essas células: 
- As plantas possuem plastos (entre eles o cloroplasto) – Fazem
fotossíntese;
- As plantas possuem parede celular de celulose;
- As plantas possuem grandes vacúolos.
Agora é importante você saber que existem outras diferenças, mais 
detalhadas. Elas estão organizadas na tabela a seguir: 
As funções específicas dessas estruturas serão estudadas nas aulas a 
seguir. 
MEMBRANA PLASMÁTICA: CARACTERÍSTICA E FUNÇÃO 
A membrana plasmática é o envoltório celular comum a TODAS as 
células. Lembre-se do módulo anterior: ela é formada pelos 
fosfolipídios, os lipídios anfipáticos com carga polar na cabeça 
(hidrofílico) e carga apolar na calda (hidrofóbico). A membrana é 
formada graças a essa característica onde, as cabeças ficam para fora 
e para dentro da célula, em contato com a água e as caldas ficam 
para dentro, longe da água. Assim ela fica “boiando” na água, e suas 
moléculas ficam numa charmosa dança para cima e para baixo, suas 
proteínas estão constantemente mudando de lugar, por isso ela é 
chamada de mosaico fluido, proposta em 1972 por Singer e 
Nicholson. 
Funções da membrana plasmática: 
- Proteção para a célula;
- Revestimento da célula;
- Seleção do que entre e sai da célula (permeabilidade seletiva).
Elas possuem constituição lipoproteica, ou seja: lipídios +
proteínas.
- Fosfolipídios – sua característica molecular permite a formação de
membrana;
- Canal proteico – passagem de substâncias selecionadas;
- Colesterol – Rigidez para a membrana;
- Glicocálice – Reconhecimento celular, adesão entre células e
proteção;
- Proteínas periféricas – Atuam como enzimas.
Agora vamos estudar como são selecionadas e quais os tipos de 
transporte das substâncias pela membrana plasmática. 
SOLUÇÃO: SOLUTO E SOLVENTE 
A solução é uma mistura homogênea entre o soluto (exemplo o 
açúcar) e o solvente (exemplo a água). Em outras palavras o soluto é 
o que é dissolvido, o solvente o que dissolve.
As soluções podem ser comparadas: a que possui maior concentração 
de soluto em comparação a outra é chamada de hipertônica, a que 
possui menor concentração, hipotônica. Se ambas as soluções 
tiverem a mesma concentração, são chamadas de isotônicas. Esses 
termos são importantes para as próximas aulas, fique ligado meu 
querido(a) aluno bizurado(a). 
Existem três grandes tipos de transportes através da membrana: 
transporte passivo, transporte ativo e transporte por vesículas, 
vamos ver detalhadamente cada um deles. 
TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA – TRANSPORTE 
PASSIVO 
Esse tipo de transporte não gasta energia (ATP) e ocorre a favor 
de um gradiente de concentração. Existem três tipos: difusão 
simples, difusão facilitada e osmose. 
Na difusão as partículas tendem a se espalhar uniformemente por 
todo o espaço disponível. Em outras palavras, elas acabam indo de 
onde tem maior concentração (meio hipertônico), para onde tem 
menor concentração (meio hipotônico), até atingirem um equilíbrio. 
Por isso dizemos que é a favor de um gradiente de concentração. 
Após atingirem a mesma concentração, o movimento aleatório 
continua, mas na mesma frequência em que partículas saem, outras 
entram. 
Na osmose quem passa é a água, mas te liga, ela vai de onde tem 
menor concentração da partícula (hipotônico), para onde tem maior 
concentração (hipertônico). Isso porque ela ocorre através de uma 
membrana semipermeável (permeabilidade seletiva) e neste caso é 
ela que tenta manter o equilíbrio, explicarei melhor abaixo. 
RESUMINDO: 
Difusão simples: 
- Quem passa é o soluto (átomos, íons, moléculas);
- Se dá pela bicamada de fosfolipídios (por isso o nome –
simples);
- Ocorre do meio hipertônico para o meio hipotônico.
Difusão facilitada: 
- Quem passa é o soluto (átomos, íons, moléculas);
- Se dá por proteínas integrais de membrana (por isso o nome –
facilitada);
- Do meio hipertônico para o hipotônico.
Osmose: 
- Passa a água (solvente);
- Ocorre por uma membrana semipermeável;
-Do meio hipotônico para o meio hipertônico (lembre-se que os
termos hipotônico e hipertônico são referentes a comparação de duas
soluções de acordo com a concentração de soluto).
Como isso ocorre nas células? 
Os vestibulares podem te cobrar isso falando das células animais 
(dando o exemplo das hemácias) ou células vegetais (importante 
devido a parede celular que evita o rompimento da célula). 
Veja o que ocorre nessas células quando colocadas em diferentes 
soluções: 
É por isso que quando temperamos a salada com sal por um tempo 
muito longo antes da refeição, os vegetais ficam feios e murchos: 
criamos um meio hipertônico, as células perdem água e ficam 
murchas, dando esse aspecto estranho. 
Quanto ao transporte passivo, é importante você levar para sua 
prova um bizu: as trocas gasosas que ocorrem nos alvéolos 
(hematose), é feita por transporte passivo por difusão, entra O2 e sai 
CO2, pois a concentração deles é diferente nessa região. 
TRANSPORTE ATIVO (BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO) 
Ao falar em transporte ativo, você tem que lembrar da bomba de 
sódio e potássio. Ao contrário do transporte passivo, o ativo gasta 
energia (ATP) e ocorre contra um gradiente de concentração. 
Oras, justamente por ser contra um gradiente de concentração tem 
que ocorrer gasto de energia, é como nadar contra a maré! Sendo 
assim, esse transporte mantém mais potássio (K+) dentro da 
célula e sódio (Na+) fora. 
RESUMINDO 
- Gasta energia (ATP), precisa “fazer força” para ocorrer;
- É contra um gradiente de concentração, ou seja, do meio hipotônico
para o meio hipertônico;
- Ocorre por proteínas (sempre).
Perceba que para cada três moléculas de sódio que são bombeadas 
para fora da célula, duas de potássio entram, agora você pergunta: 
porque tem que ter mais potássio dentro e sódio fora? 
A maior concentração de potássio dentro da célula é importante para 
síntese de proteínas e para a respiração celular (veremos isso nos 
próximos módulos). E para manter a integridade da célula, o sódio é 
mandando para fora, caso contrário a célula ganharia muita água 
(osmose), e iria estourar. 
Além dessas funções, esse diferencial de concentração entre sódio e 
potássio gera um diferencial de carga nas células excitáveis, 
possibilitando o impulso nervoso nos neurônios, por exemplo 
(veremos esse processo detalhado na aula de impulso nervoso). 
TRANSPORTE POR VESICULAS 
Quando as partículas são muito grandes não é possível transportá-las 
para dentro e para fora através de proteínas, e muito menos pela 
bicamada de fosfolipídios, por isso é necessário o transporte por 
vesículas, que deforma a membrana plasmática. 
O transporte por vesícula é dividido em endocitose (para dentro da 
célula), que pode ser por fagocitose ou pinocitose. Ou exocitose 
(para fora da célula), que pode ser excreção ou secreção. Entenda 
cada um deles: 
A bomba de sódio e potássio mantém a 
carga positiva fora e negativa dentro 
(polarizada), em uma célula excitável, isso 
permite o impulso nervoso. 
ENDOCITOSE 
Fagocitose: 
- Partículas sólidas;
-Emite pseudópodes, expansões do citoplasma que empurram a
membrana plasmática e envolvem o alimento;
- Comum em células de defesa.
Pinocitose: 
- Partículas dissolvidas;
- Não emite pseudópodes;
- Ocorre na maioria das células eucarióticas.
EXOCITOSE 
Secreção: 
- Saída de substâncias produzidas pela célula,
muito comum em células glandulares.
Excreção: 
- Também conhecida como clasmocitose. É a saída
de “lixo” da célula, partículas que devem ser eliminadas.
Com o transporte por vesículas fechamos os transportes através da 
membrana plasmática. Mas antes da gente entrar no citoplasma e 
falar das organelas, vamos falar de dois envoltórios
celulares que 
ficam externos a membrana plasmática: o glicocálice e a parede 
celular! 
ENVOLTÓRIOS EXTERNOS À MEMBRANA PLASMÁTICA: 
GLICOCÁLIX E PAREDE CELULAR 
GLICOCÁLICE 
Também pode ser chamado de glicocálix. Ele fica externo a 
membrana plasmática das células animais, como uma malha 
protetora. Lembre-se que ele pode estar associado aos fosfolipídios, 
quando são chamados de glicolipidios, ou podem estar associados a 
proteínas de membrana, quando são chamados de glicoproteínas. 
Funções: 
-Reconhecimento celular (inclusive entre células sanguíneas, os tipos
sanguíneos – A, B, AB, O – são devido aos diferentes glicídios do
glicocálice);
- Adesão entre células;
- Trocas de informação.
PAREDE CELULAR 
A parede celular varia entre os grupos que as possuem. A mais 
famosa é a parede celular das plantas, formada pelo açúcar 
polissacarídeo chamado de celulose. Veja os tipos de parede celular 
para cada grupo. 
- Plantas (todas possuem) – Celulose;
DUAS REPRESENTAÇÕES DO GLICOCÁLICE
- Bactérias (nem todas possuem) – Peptideoglicano;
- Fungos (nem todos possuem) – Quitina;
- Protozoários (Nem todos possuem) – Sílica;
- Animais não possuem parede celular.
Função: 
- Rigidez para a célula.
Uma característica importante é que diferentemente da membrana
plasmática, a parede celular não seleciona o que entra ou sai da
célula, e por isso dizemos que ela é permeável. Veja a parede
celular das células vegetais revestindo a célula (em verde), as
demais estudaremos quando estudarmos cada reino.
Nas células vegetais jovens, há apenas uma parede fina e flexível, a 
parede primária, elástica o suficiente para permitir o crescimento 
celular, após isso é formada a parede celular secundária, que pode 
conter outros componentes além da celulose, como a lignina e a 
suberina. 
Plasmodesmas: são comunicações citoplasmáticas entre diferentes 
células vegetais, através da parede celular. 
ORGANELAS E ESTRUTURAS CITOPLASMÁTICAS 
Veja a imagem de uma célula eucariótica e suas principais estruturas 
citoplasmáticas, perceba que uma célula eucariótica possui no 
citoplasma as organelas (envoltas por membrana), estruturas 
como os ribossomos e citoesqueleto, e o citosol (a parte líquida). 
As células eucarióticas são mais complexas que as procarióticas. Isso 
pelo fato de possuírem diversas organelas, cada uma com funções 
específicas. A complexidade é tão grande que as células podem 
formar tecidos, órgãos, sistemas e organismos multicelulares! 
Lembre-se que não existe multicelular procarioto. Vamos estudar as 
principais estruturas e organelas das células eucarióticas. 
ESTRUTURAS DO CITOPLASMA: 
Citoesqueleto 
Funções: sustentação e movimentos celulares 
Tipos: 
- Microtubulos;
- Microfilamentos;
- Filamentos intermediários.
Vamos falar sobre cada um. 
Microtúbulos 
- Formados pela proteína tubulina;
- Gera sustentação para a célula;
- Formam os centríolos (9 trios de microtúbulos);
- Os centríolos formam o fuso mitótico (puxa os cromossomos na
meiose e mitose) e os cílios e flagelos.
Microfilamentos 
- Formados pela proteína actina;
- Proteína intracelular mais abundante nos eucariotos;
- Gera consistência para a célula (ectoplasma);
- Associam-se a miosina e permitem a contração das células
musculares;
- Permitem os movimentos celulares como a ciclose ou a emissão de
pseudópodes ou ainda, formam as microvilosidades, especializações
importantes em células do intestino delgado.
Ciclose Microvilosidade 
 Movimento do músculo Pseudópodes 
Filamentos intermediários 
- Formados por diversas proteínas, por exemplo, a queratina;
- Gera proteção mecânica e adesão entre as células.
Ribossomos 
- São estruturas presentes em todas as células (mesmo os
procariontes);
- Responsável pela síntese (formação) de proteínas;
- Podem estar livres no citoplasma ou aderidos ao reticulo
endoplasmático rugoso. As proteínas formadas pelos ribossomos
livres ficam na célula, as produzidas no reticulo endoplasmático
rugoso saem da célula ou vão para membrana plasmática, como 
regra geral; 
- Os ribossomos só são funcionais quando a subunidade menor
(pequena) e a subunidade maior (grande) estão unidas.
Falaremos mais sobre os ribossomos na aula de síntese protéica.
Agora vamos estudar cada uma das organelas: 
Reticulo endoplasmático rugoso (RER) 
- Próximo ao núcleo;
- Possui ribossomos aderidos e portanto, também sintetizam
proteínas, essas proteínas serão lançadas para fora da célula ou para
a membrana plasmática;
- Produzem enzimas digestivas que vão atuar nos lisossomos;
- Células secretoras são ricas em RER, pois sintetizam muitas
proteínas que saem da célula.
Retículo endoplasmático liso (REL) ou não granuloso 
- Próximo ao RER;
- Não possuem ribossomos aderidos;
- Sintetizam lipídios (abundantes nas gônadas – produção de
hormônios sexuais);
- Atuam na desintoxicação (abundante em células do fígado),
metabolizam o álcool.
Complexo de Golgi (ou aparelho de Golgi) 
- Pense nessa organela como o correio da célula, pois ela recebe,
modifica, empacota e envia para fora da célula essas secreções. Veja
a ligação entre o complexo de Golgi e o RER: as proteínas
sintetizadas no RER antes de sair da célula são enviadas para o
complexo de Golgi e só depois enviada para fora da célula;
- Forma os lisossomos (falaremos dessa organela a seguir);
- Forma o acrossoma (estrutura na porção anterior do
espermatozoide, com enzimas digestivas para permitir a penetração
no óvulo);
- Armazenam temporariamente algumas proteínas, antes de enviar.
Complexo de Golgi Espermatozoide (veja o acrossoma) 
Lisossomos 
- Organelas formadas no complexo de Golgi, com função de
digestão celular, as enzimas presentes nessa organela são formadas 
no RER; 
- A digestão celular pode ser heterofagia (digestão de algo de
fora da célula, como uma bactéria) ou autofagia (digestão de algo de 
dentro da célula, como uma organela que não será mais usada). 
Lisossomos 
Veja que na fagocitose, os lisossomos se fundem na partícula 
fagocitada para fazer a digestão, no caso, heterofagia. 
Peroxissomos 
- Organelas muito pequenas;
- Contém a enzima catalase que quebra a água oxigenada (peróxido
de hidrogeno (H2O2);
- Auxiliam na formação da bainha de mielina;
- Metabolizam aproximadamente 25% do álcool (o restante é com o
REL);
- No fígado participam da formação de ácidos biliares.
Bizu – assistam ao filme “O óleo de Lorenzo”! 
Mitocôndrias 
- Organelas famosas por fazerem a respiração celular e produzirem
energia (ATP) na presença de gás oxigênio (respiração aeróbia);
- Essas organelas surgiram por um processo conhecido como teoria
da endossimbiose nos primórdios da vida na Terra, elas eram
organismos de vida livre que produziam ATP utilizando gás oxigênio,
por um importante passo evolutivo foram fagocitadas por células que
ao invés de digerir esses ancestrais das mitocôndrias, passaram a
viver juntos – as mitocôndrias ganharam abrigo e proteção, as
células receberam um aporte maior de ATP. Evidências: mitocôndrias
possuem DNA próprio, dupla membrana, ribossomos, e fazem auto-
duplicação.
Núcleo 
- A maior organela;
- Centro de controle da célula;
- Armazena e protege o material genético (DNA).
Falaremos do núcleo em uma aula exclusiva no próximo módulo. 
Vacúolo 
- Grande organela nas células vegetais (nos animais raramente é
encontrado, e quando encontrado é pequeno);
- Nos vegetais pode ocupar 80% da célula;
- A membrana que envolve o vacúolo é chamada de tonoplasto;
- Possui uma solução ácida contendo íons inorgânicos,
açúcares, aminoácidos e em alguns casos proteínas.
Podem também conter enzimas digestivas, com funções
semelhantes aos vacúolos animais;
- Além de armazenar essas importantes substâncias são
importantes para a regulação osmótica.
Plastos 
- Presentes apenas em células de plantas e algas;
- Existem os cromoplastos – com pigmentos. Ex.: cloroplastos que
fazem a fotossíntese e os leucoplastos–

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