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Resumo - Aminoglicosídeos e Glicopeptídeos

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Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
PROBLEMA 1 – INTERMEDIÁRIA: 
AMINOGLIGOSÍDEOS E GLICOPEPTÍDEOS: 
AMINOGLICOSÍDEOS: 
Os aminoglicosídeos são antibacterianos 
que agem na inibição da síntese proteica 
nos ribossomos, empregados principalmente 
contra organismos Gram-negativos 
aeróbios. 
Dentre os principais representantes 
desse grupo estão a neomicina, 
estreptomicina, amicacina, 
gentamicina, canamicina, entre 
outros. 
Seu uso é frequentemente associado 
a outras preparações, como um 
antibiótico β-lactâmico em 
infecções graves por Gram-
negativos, endocardite por Gram-
positivos (pode ser usada também a 
vancomicina) e no tratamento da 
tuberculose. 
O mecanismo de ação de todos os 
aminoglicosídeos é semelhante, impactando 
de forma irreversível na produção de 
proteínas ribossômicas, porém o 
mecanismo específico para o potencial 
bactericida é pouco conhecido. 
Esses fármacos sofrem difusão passiva por 
meio de canais de porina para então serem 
transportados ativamente pela membrana 
celular, num processo dependente de O2. A 
administração de penicilinas ou 
vancomicina associadas aos 
aminoglicosídeos estimula a passagem 
desses compostos para o citoplasma 
(possível origem do sinergismo). 
A dependência de oxigênio justifica 
a ação limitada contra organismos 
anaeróbios, uma vez que eles não 
apresentam esses sistemas de 
transporte. 
Já em meio intracelular, os compostos se 
ligam a proteínas ribossômicas 
específicas da subunidade 30S. Existem 
ao menos 3 formas pelas quais ocorre o 
processo de inibição da síntese proteica: 
 Interferência com o complexo de 
iniciação de formação peptídica; 
 Leitura incorreta do mRNA (entrada de 
aminoácidos indesejados, causando 
perda funcional ou caráter tóxico); 
 Clivagem dos polirribossomos em 
estruturas não funcionais. 
Todos esses processos podem ocorrer de 
forma simultânea, o que é letal à célula. 
 
Representação dos principais mecanismos de ação 
dos aminoglicosídeos 
Existem 3 mecanismos de resistência 
associados aos aminoglicosídeos, a saber: 
 Produção de enzimas (transferase) 
que causem acetilação, adenilação ou 
fosforilação do fármaco; 
 Bloqueio da entrada do fármaco na 
célula (deleção de canais de porina, 
mudanças no gradiente eletroquímico); 
 Deleção ou mudança morfológica no 
receptor ribossômico. 
Os aminoglicosídeos são muito pouco 
absorvidos pelo TGI, com a maior parte da 
dose oral sendo excretada pelas fezes. 
Graças a essa condição, esses 
medicamentos são preferencialmente 
administrados por via intravenosa ou 
intramuscular (apresenta a mesma 
concentração sérica que a IV após cerca de 
90 minutos). 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
A meia-vida dessas substâncias é de cerca 
de 2 a 3 horas, aumentando para até 48h 
em pacientes com injúria renal (portanto 
há excreção renal). 
Ainda que a administração tradicional dos 
aminoglicosídeos seja de 2 a 3 doses por dia, 
a aplicação de uma macrodose diária 
pode ser preferida, pois esses 
medicamentos apresentam capacidade de 
morte bacteriana dependente da 
concentração, e de efeito pós-antibiótico, 
com persistência dos efeitos mesmo após a 
eliminação do fármaco. 
De forma geral, os efeitos colaterais 
associados ao uso de aminoglicosídeos 
estão associados ao tempo de 
implementação e à concentração sérica 
do medicamento (valores > 2 mcg/mL são 
preditivos de toxicidade). 
Toda essa classe medicamentosa é 
nefrotóxica (neomicina, tobramicina e 
gentamicina) e ototóxicas (neomicina, a 
canamicina, estreptomicina e a amicacina) 
impactos significativos a partir de 5 dias). 
Pode ocorrer zumbido, perda da audição 
para altas frequências ou lesões 
vestibulares, acometendo o equilíbrio e 
causando vertigem. Dentre os impactos à 
função renal, é observado aumento sérico 
de creatinina, evidenciando a redução na 
depuração pelos rins, 
Doses muito elevadas podem levar ao 
bloqueio neuromuscular e à 
paralisia respiratória. 
As indicações clínicas para o uso desses 
medicamentos incluem infecções por 
Gram-negativos, microrganismos 
possivelmente resistentes e a suspeita de 
sepse. A escolha do medicamento 
específico irá depender do tipo de infecção a 
ser tratada, a saber: 
 Estreptomicina: tem utilização limitada 
por resistência, o que dificulta seu uso 
isolado. É um agente de 2ª linha para o 
tratamento da tuberculose, 
apresentando respostas no manejo da 
peste e da brucelose. Alguns sintomas 
de hipersensibilidade são comuns, 
porem o efeito adverso mais relevante é 
o comprometimento vestibular, 
proporcional ao tempo de uso do 
medicamento e à idade do paciente; 
 Gentamicina: apresenta efetividade 
tanto contra microrganismos Gram-
positivos quanto negativos, porém 
estreptococos e estafilococus 
apresentam resistência. É administrada 
por via intravenosa em casos de 
infecções graves, ou intratecal no 
tratamento de meningite bacteriana. 
Pode causar nefrotoxicidade 
(reversível) após 3 a 5 dias de uso, e 
ototoxicidade (irreversível) por 
acometimento vestibular; 
 Amicacina: não é afetada por diversas 
enzimas inativadoras, podendo assim 
ser usada contra bactérias resistentes a 
outros fármacos. Os principais alvos são 
Proteus, Pseudomonas, Enterobacter 
e Serratia, além de Mycobacterium 
tuberculosis. A ototoxicidade está 
associada à perda auditiva; 
 Neomicina/Canamcina e 
Paromomicina: apresentam atividade 
contra bactérias Gram-positivas, 
negativas e certas micobactérias, 
sendo ineficazes contra estreptococos e 
P, aeruginosa. A absorção pelo TGI é 
baixa, de forma que a apresentação 
tópica seja mais utilizada (toxicidade 
parenteral). Todos os membros desse 
grupo apresentam nefrotoxicidade e 
ototoxicidade significativos, com 
decréscimo acentuado da capacidade 
auditiva. 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
 
Principais aspectos associados aos 
aminoglicosídeos 
GLICOPEPTÍDEOS: 
Os glicopeptídeos são antibióticos β-
lactâmicos, ou seja, agem sobre a síntese 
da parede celular bacteriana. Seus 
principais representantes são: 
 Vancomicina: é um derivado do 
Streptococcus orientalis e Amycolatopsis 
orientalis, eficaz apenas contra bactérias 
Gram-positivas. Sua ligação às cadeias 
de peptídeos da parede celular inibe a 
transglicosilase, tornando esse 
revestimento (e também a membrana 
celular) susceptível à lise. 
Esse efeito ocorre de forma lenta, 
apenas em células em replicação ativa. 
A administração é predominantemente 
parenteral, com excreção renal. 
As indicações para o uso da 
vancomicina são infecções da corrente 
sanguínea, meningite resistente à 
penicilina, e endocardite resistente à 
meticilina. 
As reações adversas são, em sua 
maioria, reversíveis e de menor 
complexidade, como flebite no sítio de 
injeção, além de calafrios e febre. Um 
dos quadros mais comuns é a síndrome 
do “homem vermelho” associada ao 
rubor decorrente do aumento da 
secreção de histamina após a 
administração. 
O uso combinado de vancomicina e 
aminoglicosídeos pode intensificar o 
risco de ototoxicidade. 
 Teicoplanina: é bastante similar à 
vancomicina, podendo, no entanto, ser 
administrado por via intramuscular, 
além da intravenosa. Sua meia-vida é 
longa, variando de 45 a 70h, o que 
favorece a administração de dose diária 
única. 
 Telavancina: é um derivado da 
vancomicina ativo contra bactérias 
Gram-positivas. Apresenta impacto à 
permeabilidade da membrana 
plasmática, além da degradação da 
parede celular. Sua indicação a 
gestantes deve ser evitada, pois a 
telavancina tem potencial teratogênico. 
 Dalbavancina: é um derivado da 
teicoplanina que apresenta maior ação 
contra bactérias Gram-positivas, até 
mesmo a S. aeruginosa resistente à 
meticilina. Não é eficaz à maioria dos 
organismos resistentes à 
vancomicina. 
 
Principais aspectos farmacológicose clínicos dos 
glicopeptídeos

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